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Aula 7 Const Processo Leg.

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DIREITO CONSTITUCIONAL PODER LEGISLATIVO
PROCESSO LEGISLATIVO
Professora: Áurea Bezerra de Medeiros
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PROCESSO LEGISLATIVO
No âmbito da Teoria Geral do Direito, podemos afirmar, que processo é um conjunto de atos ordenados e inter-relacionados para a realização de um fim (produção de uma norma jurídica de decisão).
De forma bem simples e direta: processo é o mecanismo de produção de normas jurídicas.
Importante salientar que não se pode confundir processo legislativo com procedimento, pois este é o caminho que o processo pode tomar. 
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PROCESSO LEGISLATIVO
É possível, então, estabelecer uma classificação das normas de processo legislativo, pois o processo legislativo determina a forma de produção e o conteúdo das leis e demais especies normativas.
Espécies normativas enumeradas no art. 59 da CF ( emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, delegadas, decretos legislativos, resoluções e medidas provisórias). 
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PROCESSO LEGISLATIVO
Tomando por empréstimo uma nomenclatura do Direito Processual Civil, poderiamos dizer que os procedimentos se dividem em comum e especiais. O procedimento comum é a regra, o padrão. No contexto legislativo o procedimento comum é o procedimento de aprovação das leis ordinárias. 
Este procedimento comum pode ainda subdividir-se em A) procedimento comum ordinário (Padrão) B) procedimento sumário (resumido = procedimento de urgência constitucional) C) procedimento abreviado, em que o projeto tramita apenas pelas comissões, sem ser submetido ao Plenário. 
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PROCECEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO
(Aprovação de Leis Ordinárias)
Procedimento comum ordinário trata-se de aprovação das leis ordinárias. Compõe-se de três fases básicas a) fase pré-parlamentar, ou preliminar ou iniciativa ; b) fase constitutiva; c) fase complementar, que serve para dar eficácia a uma lei existente (promulgação e publicação). 
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Visão geral do procedimento comum ordinário no processo legislativo ordinário:
A fase introdutória conhecida como fase de iniciativa, pois abrange um só ato, qual seja, a iniciativa (art. 61, 64 e 65 da CF). Após um dos legitimados para a iniciativa ter deflagrado o processo legislativo, tem inicio a discussão e votação do projeto que, se aprovado (por maioria relativa, presente a maioria absoluta – art. 47 da CF) será encaminhado para sanção/veto do chefe do executivo e, se rejeitado, irá para o arquivo, hipótese em que observaremos o princípio da irrepetibilidade previsto no art. 67 da CF
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Presidente veta e envia os motivos do veto, no prazo de 48hs para o Presidente do Senado. Ele coloca então o veto em votação no Congresso Nacional os deputados e senadores irão decidir entre manter ou rejeitar o veto – podem, inclusive, rejeitar apenas parte do veto). O Congresso tem 30 dias para essa apreciação. Esgotado esse prazo, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final (ocorre o trancamento da pauta). Mas qual pauta é trancada: A pauta conjunta, das deliberações do Congresso. Para haver a derrubada o veto (em votação secreta), é necessária a maioria absoluta de deputados (257) e senadores (41), respectivamente). Derrubando o veto, nasce a lei. A lei é encaminhada para a promulgação. E se o presidente (que já sabemos que não concorda com a lei e que, portanto, vetou) não a promulgar em 48hs? A CF prevê que o Presidente do Senado a promulgará em 48hs. E se ele não o fizer o Vice-presidente do Senado deverá promulgar.
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PROCECEDIMENTO COMUM SUMÁRIO
(Aprovação de Leis Ordinárias)
O procedimento sumário, diversamente, conta com prescrições regimentais tendentes a acelerar a apreciação dos membros do Congresso Nacional acerca de matéria objeto de tramitação legislativa.
Apenas o Presidente da República pode desencadear o processo legislativo sumário. Ver artigo 64 §§ 1° a 4°. 
Exclusiva do chefe do Poder Excutivo Federal.
Casas legislativas terão 45 dias cada, prazo máximo 100 dias.
Sobrestando deliberação sobre qualquer materia.
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PROCECEDIMENTO COMUM SUMÁRIO
(Aprovação de Leis Ordinárias)
Nos termos do artigo 64, §§ 2°e 3°, CF, os prazo são: a) 45 dias para apreciação do projeto na Casa Iniciadora ( que nessa hipótese, será necessariamente a Câmara, pois trata de iniciativa do Presidente da República b) 45 dias para apreciação na Casa Revisora ( que, nesse caso, será sempre o Senado Federal); c) 10 dias para apreciação, na Câmara, de eventuais emendas apresentadas pelo Senado Federal. 
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PROCECEDIMENTO COMUM SUMÁRIO
(Aprovação de Leis Ordinárias)
Desde já se nota que o prazo constitucional máximo para a tramitação do projeto de lei em regime de urgência, no Congresso Nacional, é de 90 dias (45+45), se não houver emendas no Senado, ou 100 dias, caso haja tais modificações na Câmara Revisora. 
O não cumprimento do prazo implica no trancamento de pauta da Casa responsável pelo descumprimento.
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PROCECEDIMENTO COMUM ABREVIADO
(Aprovação de Leis Ordinárias)
Existe ainda uma outra possibilidade de tramitação de projetos de lei ordinária: é o chamado procedimento comum abreviado, previsto no artigo 58, § 2°, I da Constituição Federal. Nesse caso não há votação em plenário. Neste caso quando um projeto de lei tramita em caráter terminativo (Câmara Federal) ou conclusivo (Senado Federal), é discutido e votado apenas nas comissões, e, caso seja aprovado, segue direto para a outra Casa Legislativa ou para a Presidência da República, conforme o caso. 
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PROCECEDIMENTO COMUM ABREVIADO
(Aprovação de Leis Ordinárias)
A definição de quais projetos tramitam em caráter terminativo (procedimento abreviado) é feita pelos Regimentos Internos das Casas Legislativas.
No entanto, para que isto não ocorra é necessário que 10% dos membros da Casa, se manifestem contrario. Por exemplo 9 senadores discordarem dessa decisão, podem apresentar recurso, no prazo regimental, e o projeto terá, então de ser levado à deliberação do Plenário.
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PROCEDIMENTO LEGISLATIVO
ESPECIAL
PROCEDIMENTO LEGISLATIVO ESPECIAL ABRANGE AS SEGUINTES PROPOSITURAS DE PROJETO de LEI:
Leis Orçamentárias
Emenda a Constituição 
Leis complementares
Leis Delegadas
Decretos Legislativos
Medidas Provisórias
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PROCEDIMENTO LEGISLATIVO
ESPECIAL
Leis Orçamentárias : a iniciativa das leis orçamentarias é privativa do Presidente da República (art.165 caput). Essa iniciativa, além disso, é também nominada por parte da doutrina de vinculada, porque o Chefe do Executivo não a exerce quando bem entender. ADCT 35 § 2°. 
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PROCEDIMENTO LEGISLATIVO
ESPECIAL
EMENDA A CONSTITUIÇÃO : são atos normativos de hierarquia constitucional, resultantes da manifestação do poder constituinte derivado reformador, e que criam, revogam ou modificam o texto constitucional.
O procedimento de aprovação das emendas é mais difícil que o de aprovação das leis ordinárias.
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PROCEDIMENTO LEGISLATIVO
ESPECIAL
EMENDA A CONSTITUIÇÃO : rol taxativo do artigo 60.
A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional em dois turnos, considerando aprovada em ambas as casas por 3/5 dos votos dos respectivos membros. Art.60 § 2°.
Apesar do rol taxativo, José Afonso da Silva defende que, com base em uma interpretação sistemática, possa-se admitir a iniciativa popular de emendas à Constituição.
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PROCEDIMENTO LEGISLATIVO
ESPECIAL
No caso de proposta de emenda a Constituição se esta for rejeitada é vedado que a mesma seja apreciada novamente na mesma sessão legislativa na qual fora rejeitada. Artigo 60 § 5. CF.
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PROCEDIMENTO LEGISLATIVO
ESPECIAL
Leis Complementares: são atos normativos primários que, como o próprio nome já diz, complementam, em nível infraconstitucional, as normas da constituição.
José Afonso da Silva afirma que as leis complementares servem para integrar a aplicabilidade das normas constitucionais de eficácia limitada.
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PROCEDIMENTO LEGISLATIVO
ESPECIAL
Diferença entre leis complementares e leis ordinárias: Da ótica formal a diferença entre ambas está na fase de votação. Enquanto o quórum para a aprovação da lei complementar é de maioria absoluta (CF, art.69) da lei ordinária deverá ser aprovada por maioria simples (CF. art.47)
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DIFERENÇA SOBRE MAIORIA SIMPLES
Maioria simples também denominada maioria eventual, relativa ou ocasional: é aquela em que o calculo para a sua obtenção baseia-se no número de parlamentares presentes no ato da votação.
Maioria qualificada: é a obtida em decorrência da totalidade dos parlamentares pertencentes à Casa Legislativa, sendo assim temos: Maioria qualificada de 1/3 (artigo 60, I), Maioria qualificada de 2/3 artigo 29, artigo 31. Maioria qualificada de 3/5 artigo 60.
Maioria absoluta: não se deve levar em conta o número de presentes, mais sim o número total dos integrantes da respectiva Casa Legislativa.
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PROCESSO LEGISLATIVO 
Discussão e votação:
 Apreciação CCJ e comissão técnica, a partir daí discussão e votação no plenário.
Se projeto de lei ordinária maioria simples artigo 47. (dos presentes na sessão)
Se projeto de lei complementar maioria absoluta 257 votos. Art. 69. ( metade de 513 mais o próximo número inteiro).
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PROCEDIMENTO LEGISLATIVO
ESPECIAL
LEIS DELEGADAS: a elaboração das leis delegadas é responsabilidade do Presidente da República, por delegação do Congresso Nacional, verdadeiro detentor da função legislativa ordinária. Assim, a delegação legislativa deve ser solicitada pelo Chefe do Executivo, por meio de mensagem enviada ao Poder Legislativo. Art 68 da CF.
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PROCEDIMENTO LEGISLATIVO
ESPECIAL
DECRETOS LEGISLATIVOS E RESOLUÇÕES
A distinção entre decretos legislativos e resoluções para as leis é apenas a matéria de que cada espécie trata.
Decretos legislativos servem para o Congresso aprovar tratados internacionais.
Obs. : Neste caso especifico o Presidente da República não precisa sancionar os decretos legislativos e resoluções.
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PROCEDIMENTO LEGISLATIVO
ESPECIAL
MEDIDAS PROVISÓRIAS: foram incluídas na Constituição de 1988.
Pode-se conceituar medida provisória como um ato normativo primário, excepcional, o qual deve ser utilizada pelo Presidente da República em situações absolutamente excepcionais.
Artigo 62 CF.
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PROCEDIMENTO LEGISLATIVO
ESPECIAL
MEDIDAS PROVISÓRIAS:
Quanto as medidas provisórias, é preciso destacar a existência de dois prazos diferentes e que correm em paralelo: a) um prazo de vigência, que é de 60 dias, prorrogáveis automaticamente por mais 60 dias. B) um prazo de trancamento de pauta no Congresso, que corresponde a 45 dias.
Ver artigo 62 § 10.
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PROCESSO LEGISLATIVO
1. IMPORTANTE
 Para instalar-se a sessão a qual haverá discussão e votação do projeto de lei a maioria absoluta é o número mínimo para a instalação de sessão deliberativa. (art.47 CF.)
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PROCESSO LEGISLATIVO
2. REVISÃO: APROVAÇÃO, EMENDAS E REJEIÇÃO.
 Aprovação – manifestada a concordância da Casa Revisora com o conteúdo de todo o projeto, aprovado sem emendas. Art. 65 caput. 
Emendas – art. 65 e artigo 64 § 3.
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PROCESSO LEGISLATIVO
 ESPECIES DE EMENDAS:
Aditivas – quando acrescem algo ao projeto.
Supressivas – suprimem disposições ou parte do projeto.
Modificativa – alteram o projeto pontualmente.
 Substitutivas – alteração substancial do projeto.
Aglutinativas – decorrem de fusão com outras emendas.
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PROCESSO LEGISLATIVO
IMPORTANTE
 Será arquivado o projeto se houver rejeição da Casa Revisora ( artigo 65, caput), permitida a renovação da proposta na mesma sessão legislativa, caso manifestação da maioria absoluta dos membros de quaisquer das Casas (art. 67).
Sessão legislativa equivale a um ano.
Periodo legislativo dia 01 ou 02/02 a 17/07 01/08 a 22/12.
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PROCESSO LEGISLATIVO
IMPORTANTE
Reuniões que ocorrem dentro do período legislativo serão denominadas sessões ordinárias.
Reuniões convocadas fora do periodo legislativo serão denominadas sessão extraordinaria. Caso de convocação extraordinária do Congresso Nacional.
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PROCESSO LEGISLATIVO
A SANÇÃO
 São percebidas duas espécies de sanção no Texto Constitucional de 1988:
A) expressa – é a sanção que denota o assentimento explicito do Chefe do Poder Executivo Federal, no prazo de quinze dias úteis. 
B)Tácita – é aquela que decorre do transcurso do prazo referido sem haja a sua manifestação.
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PROCESSO LEGISLATIVO
O VETO
 Dois critérios movem o Presidente da República à manifestação de desacordo ( § 1 do art.66) 
A) inconstitucionalidade. 
B) Contrariedade ao interesse público.
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PROCESSO LEGISLATIVO
O VETO
 Pode ser total quando abranger todo o conteúdo do projeto de lei aprovado no Congresso Nacional.
O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou alinea (§ 2 do art.66).
O veto, todavia não é absoluto, pois no prazo de 48 horas, o Congresso Nacional poderá derrubá-lo, por maioria absoluta de seus membros, em sessão conjunta. 
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BIBLIOGRAFIA
DA SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros Editores Ltda., 2009.
TRINDADE, João. Processo Legislativo Constitucional. Salvador: Editora JusPODIVM, 2016.

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