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DIREITO CONSTITUCIONAL II - RESUMO

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ROBERTA BAGGIO 2016/2 HELENA FABRICIO 
DIREITO CONSTITUCIONAL II 
DIREITOS DE NACIONALIDADE 
A questão da nacionalidade representa um constante embate entre soberania e 
direitos humanos. A soberania usa a nacionalidade para controlar os corpos que “pertencem” 
àquele país, mas permite também a afirmação de países (Independência). A nacionalidade 
representa, em resumo, o vínculo político-jurídico que liga o homem ao Estado, e somente o 
próprio Estado pode definir esse conceito (o Brasil determina quem é brasileiro). 
A nacionalidade é diferente de ser cidadão, do conceito de povo e de nação. A 
cidadania está vinculada à capacidade de exercer direitos políticos. O povo inclui nacional, 
estrangeiro e apátridas – e é mais vinculado à residência. Já o conceito de nação é mais 
vinculado à laços de pertencimento, às características que nos tornam semelhantes. 
Apátrida é o cidadão que não possui vínculo com nenhum Estado e, por isso, não 
possui nenhuma nacionalidade. Isso ocorre porque cada país tem um modo de conferir 
nacionalidade, e porque alguns retiram como forma de punição (o que tem caráter ditatorial). 
A apatridia representa conflito negativo: acaba sem nacionalidade. Já a polipatridia é quando o 
cidadão possui mais de uma nacionalidade, havendo conflito positivo e podendo ser, inclusive, 
voluntária (ex: cidadania italiana). 
A nacionalidade possui algumas espécies: pode ser originária ou secundária. Na 
originária o ato ocorre de forma involuntária, sendo um “fato natural”, como nascer no Brasil. 
Já na secundária o ato é voluntário: a pessoa escolhe a naturalização. 
Existem alguns critérios para a atribuição de nacionalidade originária. Pode ser ius solis 
(típico de países de emigração, onde a pessoa nasce). Já o ius sanguinis é vinculado ao 
parentesco, podendo inclusive ser limitado por gerações. É possível que esses critérios sejam 
adotados de forma individual ou mista. 
A nacionalidade pode conferir alguns direitos específicos. Os brasileiros, por exemplo, 
tem tratamento diferenciado. Há, por exemplo, uma limitação de cargos para estrangeiros 
(como a presidência). Outro fator é que nenhum brasileiro nato será extraditado. Além disso, 
os estrangeiros não podem ser proprietários de companhias de telecomunicação e 
radiodifusão (a não ser que more há 10 anos, naturalizado). Essas restrições, porém, são 
baseadas no critério preconceituoso e retrógrado de que o estrangeiro é o inimigo. 
Existem algumas maneiras de tornar-se brasileiro nato. São elas: os nascidos no Brasil 
(desde que seus pais estrangeiros não estejam a serviço do país); nascidos no estrangeiro, de 
pai ou mãe brasileira, a serviço do país; nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, 
registrados em repartição competente ou que venha residir no Brasil e opte, na maioridade, 
pela nacionalidade brasileira. Interessante saber que, na redação anterior, não era possível o 
registro, e a criança devia vir para o Brasil, o que gerou uma geração de apátridas. 
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Já os critérios para naturalizar-se são diferentes. Os estrangeiros de países de língua 
portuguesa devem residir por 1 ano no país e ter idoneidade moral (conceito subjetivo e ato 
discricionário – o Brasil escolhe); de qualquer nacionalidade, devem residir no Brasil há 15 
anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade (critério 
extraordinário, ato vinculado); já os portugueses com residência permanente no país terão os 
direitos inerentes aos brasileiros, salvo casos previstos em lei. 
Existem casos especiais, como o casamento com brasileiro (5 anos) e o funcionário do 
Brasil no exterior (10 anos). É possível uma naturalidade provisória. Pode haver redução caso 
seja filho ou cônjuge de brasileiro residindo no Brasil ou prestar serviço relevante (para 1 ou 2 
anos). 
O estatuto do estrangeiro traz algumas condições para essa concessão de 
naturalidade. São elas: capacidade civil, visto permanente, residência contínua, ler e escrever 
em português, exercer profissão e ter posse de bens, bom procedimento, inexistência de 
denúncia ou condenação por crime doloso com pena superior a de 1 ano e boa saúde. 
É possível, ainda, a perda de nacionalidade. Ela ocorre conforme o art 12. A 
naturalização pode ser cancelada por prática de atividade nociva, ou caso o brasileiro adquira 
outra nacionalidade, com exceção do reconhecimento de nacionalidade estrangeira e da 
imposição de naturalização de outro país. 
É tema relevante aqui, ainda, a extradição: nenhum brasileiro nato pode ser 
extraditado. Além disso, não se concede extradição por crime político ou de opinião, nem para 
país que apliquem a pena de morte. Nos casos possíveis, o STF decide. 
Também existe a chamada expulsão, que compete à União. Pode ocorrer por 
condenação criminal ou caso a permanência seja considerada inconveniente. É diferente da 
deportação, caso em que ocorre a entrada ou permanência irregular (excesso de prazo, 
exercício de atividade). 
O Estatuto do estrangeiro faz algumas vedações. Ele impede que o estrangeiro 
pratique atividades de barragem, com rios ou radiodifusão. Além disso, estrangeiros não 
podem votar – sendo o Brasil o único país que faz essa proibição. Há um projeto de Lei de 
Migrações, que promove a regularização do estrangeiro, mas mantém a proibição de voto. 
Há, ainda, o Estatuto dos Refugiados. Esse refúgio depende de 5 critérios: raça (ex. 
perseguição do país de origem), religião, grupo social (identidade mutável, ex. feminista no 
Oriente Médio), nacionalidade e opinião política. Existem, ainda, critérios não clássicos, como 
a violação de direitos humanos. O asilo político também é uma possibilidade, mas cabe 
somente para países da América Latina, podendo ser diplomático (embaixada) ou territorial 
(no país). 
DIREITOS POLÍTICOS 
Os direitos políticos são direitos fundamentais que regulam o exercício da soberania 
popular, disciplinando a intervenção, direta ou indireta, no poder. Eles se classificam em ativos 
(eleitor) ou passivos (elegibilidade) e vinculam-se à cidadania. 
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A essência dos direitos políticos consiste em votar e ser votado. O sufrágio é uma 
forma de manifestação direta do assentimento ou não do eleitor, e também uma forma de 
representação política presente nas Repúblicas democráticas através do voto. O voto é, 
portanto, o efetivo exercício do direito de sufrágio – sendo que este pode ser universal ou 
restrito (discriminatório). 
O voto possui natureza dupla: tanto político (participação) quando jurídico 
(reconhecido pelo direito). Ele representa uma fração da soberania nacional. No Brasil, o voto 
compreende um direito e uma função: é um direito à escolha, mas uma função de 
responsabilidade na administração do país – e, por isso, é obrigatório. 
Os direitos políticos são adquiridos gradualmente. É através do alistamento eleitoral 
na Justiça Eleitoral que surge o eleitor, sendo esse ato de alistamento obrigatório para maiores 
de 18 anos e opcional para analfabetos, maiores de 70 anos e menores acima de 16 anos. 
A evolução no processo aquisitivo de direitos se dá da seguinte forma: votar e propor 
ação popular (16 anos); dever de votar e possibilidade de se candidatar a vereador (18 anos); 
apresentar-se como candidato para deputado prefeito e juiz de paz (21 anos); candidatar-se a 
governador (30 anos); candidatar-se a presidente e senador (35 anos). Há, então, uma 
evolução até atingir a “cidadania máxima”. 
Os direitos políticos podem, porém, ser perdidos ou suspensos, conforme o art. 15. A 
perda é aplicada nos seguintes casos: cancelamento de naturalização, incapacidade civil 
absoluta, recusa de cumprir obrigação a todosimposta ou prestação alternativa e improbidade 
administrativa. Importante diferenciar a suspensão da perda: a suspensão é o afastamento 
temporário, que se aplica para condenação criminal enquanto durarem os efeitos, enquanto a 
perda é aplicada nos casos acima, com afastamento definitivo. 
Há, também, possibilidade de impedimento no exercício de direitos políticos: a 
inelegibilidade absoluta e a relativa. Na absoluta, algumas pessoas são impedidas, inalistáveis, 
como os estrangeiros, os que não se submeteram ao alistamento eleitoral, os militares e os 
analfabetos. Já a inelegibilidade relativa é quando os impedimentos são para determinadas 
situações: pelo fator da idade, por vinculação funcional (proíbe 2 reeleições), por laços 
familiares), por fixação de domicílio ou por falta de filiação partidária. 
DIREITOS PARTIDÁRIOS 
Para compreender os direitos partidários, devemos analisar a concepção moderna de 
partidos. Isso porque o debate político surgiu com mais força para o campo do direito no 
século XXI, mesmo que anteriormente as ciências políticas já tratassem do tema. 
 A concepção de partido político que temos hoje é muito recente em termos históricos, 
surgiu apenas na segunda metade do século XIX e foram estabelecidas algumas diferenças 
entre o sistema clássico e o novo, trazendo uma concepção de estrutura permanente 
(capacidade de autonomia do partido de sobreviver, mesmo quando as lideranças saiam do 
cenário), capacidade de articular o local com o nacional – relação à critica de sistemas 
partidários que permitam organizações regionais (disputa entre MG e SP na 1a República), e de 
articular meios para chegar ao poder – estratégias para realizar o projeto que propõe. 
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 A ideia moderna se contrapõe a percepções como que as primeiras experiências 
partidárias estariam na Inglaterra no século XVII. A concepção moderna afirma que estas 
experiências são apenas de grupos e não partidos políticos em si. 
 A relação entre os partidos políticos e a democracia foi tratada por Maurice Duverger e 
Robert Michels. Duverger é o clássico dos partidos políticos, escreveu tendo em vista o 
contexto francês da década de 1910. É otimista ao dizer que o partido politico e democracia 
sao indissociáveis; se quisermos ter democracia, devemos olhar para a estrutura dos partidos 
políticos e identificar nela meios de chegar até a democracia. 
 Os partidos, para ele, têm origem parlamentar, onde as pessoas começam a se 
articular e se aproximar de acordo com interesses próprios - surgem os partidos de quadro 
(partido é um instrumento da própria institucionalidade). Em contraposição ao partido de 
quadro, nascem os partidos de massa, os partidos extraparlamentares que surgem da 
sociedade civil. Estes representam a esperança dos que estão fora do sistema de participação 
política. O ponto forte de Duverger foi notar a distinção entre o partidos de massa e os de 
quadro, já que até a estrutura, o funcionamento e o financiamento são diferentes. 
 A partir da categoria teórica de Duverger, Michels baseia sua crítica nos partidos 
políticos. Ele não acredita na democracia como regime, baseando-se no contexto alemão de 
1940, vinculado ao nazismo. Ele afirma, então, que a democracia pressupõe organização, e que 
esta pressupõe a criação de uma vontade coletiva. Aquele que faz o papel de representação, 
porém, atua tentando fazer parecer coletivo o que é individual. Michels parte de premissas 
como a que as pessoas não tem interesse de participar do processo político. A criação de elites 
dentro do sistema é inafastável e com estes grupos não se pode trabalhar mais para o projeto 
de democracia. 
 Além do debate entre Michels e Duverger, o fato que marca o diálogo e a mudança dos 
partidos enquanto organização é a crise pós 2GM. As extremidades passam a ser vistas dentro 
do sistema. Na Alemanha há a criação das clausulas de barreira para excluir os extremismos 
políticos. 
 Os partidos de quadro e de massa entram em crise em função da própria mudança que 
está acontecendo na Europa. Os partidos de massa já estariam formalmente integrados e 
cumprindo seu papel, e começam a sumir do cenário. 
 Os discursos muito elitizados ou os de partidos de massa começam a sumir, uma vez 
que é necessário abranger todas as partes da sociedade. Já existe a consolidação de um 
sistema com o sufrágio universal. Otto afirma que há uma tendência natural que haja uma 
desideoligização do discurso para que se possa atingir a todos – partidos catch all. 
 Toda essa análise teórica, porém, faz necessária uma análise da realidade dos partidos 
no sistema constitucional brasileiro. Idealmente, o partido político é um intermediário entre o 
Estado e a sociedade. Na história latino-americana, porém, é o Estado quem faz o meio de 
campo entre partido político e sociedade. A organização partidária perde a centralidade tal 
como ela seria vista dentro de uma perspectiva política, e o Estado assume esse papel. 
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 Antes da 1a República, temos a pré-história de partidos políticos. A partir da 
Constituição de 1946, eles são vistos como capazes de conciliar interesses locais e nacionais, 
têm projetos de governo, políticas econômicas e sociais. O Estado, porém, permanece como o 
grande interlocutor entre a sociedade e os partidos políticos. 
É importante analisar, também, a natureza jurídica dos partidos no contexto brasileiro. 
Conforme o Art. 17, $2o, CF, eles são uma associação privada, pessoas jurídicas regradas pelo 
direito civil, mas que exercem funções constitucionais. Importante lembrar que uma das 
condições de elegibilidade é a filiação partidária. Os partidos políticos são uma porta de acesso 
ao mundo político, então. 
 Existem algumas liberdades partidárias que são garantidas pelo direito. A Constituição 
de 1988 é a que deu mais liberdade e autonomia para os partidos políticos. 
 Há a chamada liberdade objetiva, referente à liberdade de organização e estruturação 
interna através de estatutos que regulem a criação, a transformação e a extinção do partido. A 
própria CF dá a essas organizações a liberdade de definir como será sua estrutura, instâncias 
de deliberação, etc . Os partidos políticos podem fundir-se, cindir-se, extinguir-se, etc, desde 
que respeitada a soberania nacional, regime democrático, pluripartidarismo e direitos da 
pessoa humana. 
 Já a liberdade subjetiva refere-se à participação, filiação/ desfiliação. Entende-se como 
as liberdades do sujeito que irá participar do partido político. O direito ao sujeito de filiar-se ou 
desfiliar-se, já que ninguém é obrigado a permanecer associado. 
 Existem, porém, alguns limites à liberdade partidária que devem ser analisados. Um 
deles é o chamado “caráter nacional”. Essa concepção é vinculada à ideiamoderna de partido, 
sendo fixada na Constituição de 46. O caráter nacional é, de modo geral, vinculado a uma 
cláusula de barreira que exige certa representatividade (0,5% dos votos para a Câmara dos 
Deputados na última eleição; 1/3 ou mais dos 9 estados; cada estado tem que estar 
representando no mínimo 0,01% dos eleitores daquele estado). Existem propostas pedindo 
uma barreira ainda maior. 
 É importante abordar, aqui, a chamada “verticalização das coligações”, vinculada aos 
processos eleitorais gerais e estaduais: os partidos que se coligavam em um âmbito, deviam se 
coligar no outro também. A EC 52 (Art. 17, $ 1o) de 2006 tira a obrigatoriedade da 
verticalização e rompe a manifestação do poder judiciário, permitindo diferentes coligações. 
O segundo limite é a restrição financeira/ Vedação ao financiamento de entidade/ 
governo estrangeiro, que é muito vinculado à ideia de soberania.O terceiro é a prestação de 
contas à justiça eleitoral, que deve ser feita anualmente. 
O quarto limite é a vedação à utilização de organização paramilitar (art. 17, $ 4o). O 
quinto e último é a exigência de respeito à soberania nacional, ao regime democrático, ao 
pluripartidarismo e aos direitos fundamentais da pessoa humana. 
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Outro tema importante é o da fidelidade partidária, que devem ser determinadas pelo 
estatuto do partido, estabelecendo, inclusive, a punição. O grande problema ocorria quando 
candidatos, já eleitos, trocavam seu partido. 
Antes de 2007 a lei determinava que ele perderia o cargo, porém, com a resolução 
22.610 do TSE, ficou definido que esse ato era de infidelidade partidária e que deveria ocorrer 
a perda do mandato, se não houvesse justa causa. É interessante a questão, pois tanto a 
definição quanto a penalidade não foram definidas por um estatuto, e sim pelo tribunal. 
Importante, por fim, tratar dos recursos dos partidos. São dois os principais: o fundo 
partidário e o acesso aos meios de comunicação. Esses recursos são muito importantes para 
viabilizar a própria existência do partido. 
O fundo partidário é abastecido por doações orçamentárias da União e multas 
eleitorais, subdividindo-se em dois: uma parte é distribuída igualmente entre todos (5%), 
enquanto outra é dividida proporcionalmente pela representação no parlamento (95%). 
Já o acesso aos meios de comunicação é uma pauta controversa. O partido necessita 
um espaço de diálogo com a sociedade, porém, atualmente, os partidos políticos que tem no 
mínimo 1 representante no congresso nacional, têm direito a 01 programa semestral nacional 
(05 – 10 min). Também tem direito a programas de inserção (30s a 1 min, somando de 10 a 
20min). Tudo depende, então, da quantidade de representantes. 
PODER EXECUTIVO (PRESIDENCIALISMO) – texto Fernando Limonji 
Sérgio Abranches dizia que o presidencialismo brasileiro é baseado em coalizões 
partidárias, mas, especialmente, regionais. É o chamado “presidencialismo de coalizão”, que 
aponta para um sistema instável e de risco. 
Limonji apresenta, porém, uma antítese, pois diz que nosso presidencialismo não é 
diferente dos demais países democráticos. A principal característica é a capacidade legislativa 
do presidente. 
Não há, então, peculiaridade de coalizão, tendo apenas limites e potencialidades como 
qualquer outro país presidencialista. Para comprovar sua tese, utiliza duas taxas: a de sucesso 
(nº de projetos enviados pelo presidente/nº de aprovados) e de dominância (nº enviado pelo 
presidente/nº total de projetos). 
No Brasil, e em diversos outros países, ambas são elevadas. A taxa de sucesso pós CF 
de 88 é de 70,7% (utilizando critério rígido, sendo válida somente a aprovada durante o 
mandato). Essa taxa é semelhante entre os presidentes. Já a taxa de dominância, no mesmo 
período, é de 85,6%, também sem variações significativas de um presidente para outro. 
É interessante comparar esse período com o período democrático anterior (de 1949 a 
1964). A taxa de sucesso era de 29,5%, e Getúlio, quem mais aprovou, teve 45% de sucesso. Já 
a de dominância ficava na média de 39%. 
Importante, nessa análise, considerar que após 88 legisla-se muito mais. O que 
acarretou essas mudanças foram alterações institucionais. O poder executivo ganhou direito a 
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uma série de iniciativas. Passou a ser iniciativa exclusiva do Executivo projetos administrativos, 
orçamentários e de impostos. Além disso, tornou-se possível iniciar emendas constitucionais, 
editar decretos com forma de lei, editar leis sob requerimento de delegação pelo Congresso 
(lei delegada), solicitar urgência e impor restrições a emendas orçamentárias. 
Ocorre, então, a inserção de uma série de mecanismos constitucionais que não 
existiam antes. Há um aumento nas demandas e produção legislativa, também há um maior 
protagonismo do presidente da República. Esses mecanismos foram decisivos para estas taxas 
de dominância e sucesso pós CF de 88. 
 As emendas parlamentares são pedidos que os parlamentares fazem para melhorar a 
sua região. O executivo é que controla a liberação do orçamento. Se faziam trocas, o executivo 
liberava o orçamento, caso o deputado votasse no projeto X ou Y. 
 Cunha alterou a Constituição para que não houvesse mais isso, tornando os 
orçamentos vinculados. E emenda parlamentar tirou o executivo da “jogada” na hora de 
aprovar as emendas. Dilma e Temer perderam um grande poder de negociação; a 
possibilidade de deliberação das emendas parlamentares. O poder executivo podia restringir a 
liberação desta verba. A partir de 2015, às restrições saíram (EC 86). 
 É notório que todos os últimos presidentes governam como medidas provisórias. O 
problema é que a medida provisória serve com muitos propósitos, podendo atropelar o 
processo democrático. Ela permite a criação de efeitos imediatos. O presidente desfoca a 
atenção e o peso da decisão para o congresso que deverá lidar com os efeitos da medida 
provisória. 
 A grande questão sobre todo essa sistema é que o presidencialismo se beneficia dele. 
Nossa crise atual demonstra que os mecanismos institucionais na Constituição favorecem, na 
verdade, um sistema não-democrático. Ele, então, nos dá resultados semelhantes a outras 
democracias (altas taxas de sucesso e dominância), mas a realidade não foi uma melhoria. 
 Cabe, também, uma análise do nosso presidencialismo vinculado ao texro 
constitucional. Ele é do tipo imperial (chefe de Estado é chefe de governo), com eleição 
majoritária, direta, com chapa única e segundo turno. Em 46 se escolhia o vice e o presidente 
em votos separados, mas isso levou a grandes crises (como Jânio/Jango). Gera, então, mais 
instabilidade do que a chapa única. 
 Além disso, existem algumas condições de elegibilidade: a filiação partidária e estar em 
pleno gozo de seus direitos políticos. Já para ser eleito é necessária a maioria dos votos (50% + 
1). 
 Em caso de morte, desistência ou impedimento antes do segundo turno, chama-se o 
“terceiro” colocado (e, se houver empate, o mais idoso). A posse ocorre em sessão no 
Congresso, mas, se o presidente ou vice não comparecer em 10 dias, o cargo fica vago. Há, 
então, a chamada “vocação na vacância”: o vice presidente é o sucessor natural. Os demais 
sucessores são o presidente da câmara, o presidente do Senado e o presidente do STF. O art 
81 diz, ainda, que ocorrendo vacância nos últimos 2 anos do mandato, haverá eleição indireta 
pelo Congresso, devendo completar o período do mandato antecessor. 
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 O cargo de presidente pode, ainda, ser perdido por crime de responsabilidade ou por 
extinção (que ocorre quando há morte, renúncia, quando os direitos políticos são suspensos 
ou há perda da nacionalidade). O crime de responsabilidade é integrado por diversos atos que 
podem, de alguma forma, agredir direitos políticos ou a estrutura democrática do país. Para 
julgar esse crime, a câmara deve admitir e o Senado julga. O presidente não é preso nesses 
casos. Importante, ainda, dizer que qualquer cidadão pode fazer denúncia de Impeachment e 
o presidente da Câmara que decide colocar em votação. 
PODER LEGISLATIVO 
 A origem do parlamento é a atividade tributária do Poder Executivo (autorizava os 
agentes a cobrar tributos). O parlamento, porém, se transforma no Poder Legislativo, 
adquirindo a função de legislar. No Brasil, é formado pelo bicameralismo. A Câmara dos 
Deputados representa o povo, ou seja, o voto é proporcional, sendo composta de 513 
parlamentares. Cada estado pode eleger no mínimo 8 e no máximo 70 deputados. O mandato 
é de umalegislatura e a reeleição ocorre a cada 04 anos (diferente da sessão legislativa, que é 
de um ano). 
 O Senado Federal representa os Estados, com 81 parlamentares no total, sendo que 
cada senador leva consigo dois suplentes. A existência de um Senado representando os 
Estados-membros e o DF é uma ideia vinculada ao federalismo, pois apesar de diferenças entre 
as populações considera-se que há paridade entre as unidades federativas. O mandato é de 02 
legislaturas e a reeleição ocorre a cada 04 anos (1/3 e 2/3 respectivamente). 
 O quoeficiente eleitoral é a divisão do número de votos válidos no Estado pelo número 
de cadeiras disponíveis. [Q = 10.000 / 5 = 2.000 (quociente eleitoral)]. Ex.: Partido A – 1.000 
votos (01 candidato = 900 votos e os demais somados fizeram 100 votos), não será eleito. 
Partido B – 4.000 votos (01 candidato = 3000 votos; 2 candidatos tem 300 votos e 3 candidatos 
tem 100 votos) – ELEITO com direito a duas cadeiras pois uma cadeira vale 2.000 votos. 
Importante dizer aqui que a Reforma de 2015 estabeleceu o mínimo de 10% que um 
candidato precisaria ter para ter os votos válidos. Tentativa de inibição dos candidatos “chama 
voto”. 
São atribuições do Parlamento: legislar, fiscalizar as ações do executivo, tomar as 
contas e investigar através das CPIs. Já as funções atípicas dele são: julgar presidente e vice por 
crime de responsabilidade, sancionar os atos normativos não apreciados pelo Chefe de Estado, 
aprovar a nomeação de autoridades, conduzir CPIs e administrar seus recursos. 
Existem casos em que há sessão conjunta no legislativo. Elas ocorrem para inaugurar a 
sessão legislativa, elaborar o regimento comum, receber o compromisso do presidente e do 
vice, e conhecer do veto e sobre ele deliberar. 
Os membros das Mesas diretoras serão eleitos para mandatos de 2 anos, vedada a 
recondução. Essa vedação, contudo, só se verifica dentro da mesma legislatura. Se o 
Presidente da Câmara, por exemplo, se reeleger deputado para a legislatura seguinte, poderá 
ser candidato a Presidente no período imediatamente subsequente, pois entende-se que a 
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mudança de legislatura afasta a vedação constitucional do Art. 57, § 4º. Há mesa Diretora da 
Câmara, do Senado e do Congresso. 
 
O Congresso e as Casas parlamentares funcionam por meio de Comissões, que podem 
ser temporárias ou permanentes. Dentre as temporárias, há três categorias: especial, externa 
e parlamentar de inquérito. São exemplos de Comissões Temporárias a Comissão Especial 
destinada a estudar e debater os efeitos da Crise Hídrica, bem como propor medidas 
tendentes a minimizar os impactos da escassez de água no Brasil e a Comissão Especial 
destinada a efetuar estudo e apresentar propostas com relação às matérias 
infraconstitucionais da Reforma Política. 
Compete às comissões: discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do 
regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da 
Casa; realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; convocar Ministros de 
Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições (é crime de 
responsabilidade faltar); receber petições, reclamações, representações ou queixas de 
qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; solicitar 
depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; apreciar programas de obras, planos 
nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. 
A composição das Comissões Permanentes é renovada a cada sessão legislativa 
(anualmente). A composição das comissões, deverá ser feita com base no princípio da 
proporcionalidade dos partidos ou blocos parlamentares, que se costuma utilizar, também, 
para a composição das mesas diretoras. Dependendo do número de partidos na Casa, se tenta 
reproduzir isto dentro da comissão. São exemplos de Comissões Permanentes da Câmara dos 
Deputados a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), a Comissão de Finanças 
e Tributação (CFT), a Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) e a Comissão de Direitos 
Humanos e Minorias (CDHM). 
As comissões especiais são criadas para dar parecer sobre projetos de Código; fazer 
propostas de emenda à Constituição; fazer reforma do Regimento Interno; realizar apreciação 
de denúncias por crime de responsabilidade contra presidente da República, vice-presidente 
da República e ministro de Estado; para estudar determinado assunto definido pelo presidente 
da Casa; e para analisar proposições que devem ser distribuídas para mais de três comissões 
de análise do mérito (Nesse caso, a comissão examina não só o mérito, mas também a 
constitucionalidade e a adequação financeira). 
Já as comissões externas autorizam o afastamento do parlamentar pelo prazo máximo 
de oito sessões, se a missão for exercida no país, e de trinta sessões, se desempenhada no 
exterior. Ocorrem, então, quando os parlamentares fazem comissões que “vão a campo”, o 
estudo precisa ser fora do CN. 
As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios 
das autoridades judiciais, são criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em 
conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a 
apuração de fato determinado e por prazo certo (120 dias prorrogáveis por mais 60), sendo 
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suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a 
responsabilidade civil ou criminal dos infratores. 
O objetivo das CPIs é investigar fato determinado e de relevante interesse para a vida 
pública e para a ordem constitucional, legal, econômica ou social do país. Têm poderes de 
investigação equiparados aos das autoridades judiciais (quebra de sigilo). Só podem funcionar 
simultaneamente cinco CPIs apresentadas por requerimento, o que dá enorme poder ao 
Presidente de cada Casa, que resolve, ou não, instalá-las. Importante, ainda, dizer que a CPI 
não promove julgamentos. 
Interessante, ainda, falar do Tribunal de Contas da União (art. 49, inc. IX): é um órgão 
auxiliar (subordinado) do Congresso Nacional na função de fiscalização. A sua atuação 
acontece a partir da convocação do Congresso Nacional. Audita todas as contas de todos os 
órgãos que atuam com recursos públicos. 
Por fim, devem ser abordadas as imunidades parlamentares. Elas podem ser 
imunidades materiais/ inamovibilidade parlamentar (art. 53, caput) - tudo que possibilita o 
livre exercício de seu mandato; proferir suas opiniões; recolher informações sem divulgar suas 
fontes, sendo que não são restritas ao âmbito do CN, pode proferir fora e estar resguardado; 
ou imunidades formais (art. 53, $ 2): não se pode realizar a prisão do parlamentar, salvo em 
flagrante de crime não afiançável, devendo haver julgamento pelo STF (prerrogativa de foro 
pela função). 
 [ARTIGOS E COMPETÊNCIAS] 
 Art. 48 + Sanção do presidente: neste caso é necessária a sanção presidencial sobre 
determinadas matérias. 
 Art. 49: as matérias elencadas neste artigo são exclusivas do Congresso Nacional, ou 
seja, nao precisam passar depois pela sanção do presidente. Se dá por meio de um 
decreto legislativo. 
 Art. 51 – Matérias exclusivas de vedação à Câmara dos Deputados 
 Art. 52 – Senado Federal 
 
SISTEMA POLÍTICO 
 O exercício do poder engloba uma série de coisas desde legislar até tomar decisões 
políticas. Essa abordagem do sistema político pode, portanto, ser feita de diversas maneiras, 
mas a abordagem aqui será sobre dois temas: a questão da representação e a questão dos 
sistemas eleitorais. 
 O nosso primeiro artigo da CF já diz que “todopoder emana do povo, que o exerce por 
meio de representantes”. Aqui, é importante uma análise do que seria esse poder. Se ele parte 
do povo, há o pressuposto de que não existe nenhum tipo de autoritarismo. Esse exercício do 
poder pode dar-se de forma direta ou indireta. 
 Na forma direta, o exercício do poder é limitado pelo próprio art. 14, CF. É realizado 
pelo voto (sufrágio universal), plebiscito e referendo. O plebiscito é a forma de consulta a 
população, bem como o referendo. A grande diferença é que o referendo é uma mera 
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ratificação (o texto já está pronto, a sociedade diz se aceita ou não), enquanto o plebiscito é 
uma pergunta e, a partir da resposta, desenvolve-se o texto legislativo. 
 O grande problema está na forma de instrumentalização desses mecanismos, já que no 
Brasil, por exemplo, é necessário 1/3 da Câmara ou Senado. Não há, então, possibilidade do 
povo convocar. Isto tudo é determinado pela Lei 9.709/98. 
 Em tese, toda matéria de acentuada relevância e natureza constitucional poderia ser 
levada para ser votada pelo povo, o que faz com que seja possível perceber que são poucas as 
decisões levadas à população (até hoje houve apenas 2 plebiscitos nacionais). 
 Percebemos, então, que tudo está entregue à representação, de modo que falta a 
efetiva existência dos poderes diretos do povo. Ela é, na verdade, tão indireta quando as 
demais. 
 O exercício do poder indireto é chamado assim, pois é realizado através de um 
representante. É importante debater, porém o que é representação. 
 A doutrina da duplicidade aborda a relação representação – democracia. A noção de 
representação vem com Hobbes, pois ele vê a legitimidade do poder como necessária para 
manter estabilidade: o soberano, no pacto social é representante, servindo para garantir a paz, 
já que o indivíduo cedeu a ele sua liberdade. A representação nasce, então, desvinculada da 
democracia. Essa doutrina mostra, então, que o representante é diferente do representado, 
tendo certa autonomia sobre seus atos. 
 Já a doutrina da identidade acredita que existe um vínculo direto entre representante 
e representado. O representante deve agir, então, em prol do representado. O problema dessa 
doutrina, porém, é que ela acredita que nem todos podem decidir sempre, mas, então, como 
se saberia a vontade do representado? Entre essas duas doutrinas extremas existem pontos de 
meio termo. 
 A realidade latino-americana, nesse sentido, deve ser analisada. Duas terias se opõem: 
a de Murillo Toro e de Lucas Alamám - que opõe e vincula independência pública e econômica. 
 Para os conservadores, só podem ser participantes do processo político aquele que é 
independente economicamente. Já os radicais, que também usam o vínculo entre 
independência política e econômica, dizem que o correto é incluí-los no sistema para só então 
combater a desigualdade (ao incluir todos no processo). 
 Esse debate é abafado com o pacto liberal-conservador, que consegue neutralizar as 
ideias radicais. Os primeiros textos constitucionais são, então, marcados pela necessidade de 
poder econômico para participar, restrição de direitos políticos e controles horizontais 
(endógenos) das próprias instituições. As constituições que surgem depois disso incluem o 
sufrágio, mas ainda não fogem do controle horizontal (não é o povo que controla). 
 
 Há, por fim, o ideal da representação, feito por Olavo Brasil que fala de quatro 
sentidos da representação. O primeiro é a existência de características sociais comuns entre o 
representante e o representado. O segundo diz que a ação do representante é apropriada e 
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aceita pelo representado. O terceiro é aquele que determina que a ação de um é na defesa do 
outro, buscando o melhor. O quarto é o que um faz sujeita o outro, não no sentido de obrigar, 
mas sim de desejar aquilo devido ao vínculo existente. Isso tudo, porém é muito idealizado, 
um dever-ser, não correspondente a nossa realidade. O grande problema de focar muito no 
dever-ser acaba dificultando pensamentos sobre como lidar com essa realidade que 
possuímos. 
 Olavo ainda fala que o voto, por mais importante que seja, não exclui a necessidade de 
outros mecanismos de participação para exercer e garantir direitos. Isso porque, caso a 
representação não seja ideal, é necessária a capacidade de a população exercer o controle. 
SISTEMAS ELEITORAIS 
O nosso sistema político é, então, indireto. Os votos devem levar à eleição de 
representantes. 
 O mecanismo majoritário é aquele em que a maioria vence. Ele serve quando só se 
precisa eleger uma pessoa, em cargos como presidente, governador, prefeito e senador (que 
sai um pouco da lógica, pois podem ser eleitos dois). Esse sistema pode ser por voto nacional 
(presidente), que é o que usamos, ou por unidade da federação (cada unidade gera um voto). 
Ainda há o voto distrital, que busca “aproximar o eleitor do candidato”: no puro, o território se 
divide em distritos que elegem seus representantes; enquanto no misto o indivíduo vota no 
seu distrito, e numa lista (proporcional) para uma unidade que excedo o distrito. 
 Já o sistema proporcional parte do pressuposto de eleger mais de uma pessoa. Entram 
na instituição candidatos proporcionais ao nº de votos na eleição. Existem, aqui, subsistemas, 
que serão analisados a seguir. 
 No sistema de lista aberta é aquele que não há uma lista estabelecida pelo partido. É o 
próprio eleitor que determina quem entra: o mais votado fica acima na lista e, se houver votos 
suficientes, ele entra. O voto é, então, personalizado, no candidato – o que gera uma redução 
da importância do partido. Há uma menor representação das minorias e maior chance de 
infidelidade partidária (pois o candidato vê que é maior que o partido). É usado no Brasil para 
a Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa e Câmaras Municipais. 
 A crítica à lista aberta é que os candidatos irão lutar entre si e há uma perda de poder 
do partido em escolher quem irá entrar para a institucionalidade. Há uma competição dentro e 
fora do partido. 
 No sistema de lista fechada, o partido determina quem entra numa lista fixa. O eleitor 
vota, então, na lista, gerando um fortalecimento dos partidos e, consequentemente, maior 
fidelidade partidária (pois foi o partido que colocou a pessoa lá). Há a possibilidade de associar 
questões nacionais com demandas setorizadas e questões nacionais, o que serve inclusiva 
como propaganda. Há uma tendência de maior fidelidade. 
 A lista flexível tenta criar um meio termo, mas ela acaba carregando tantos pontos 
negativos quanto positivos. É semelhante à lista aberta: pode votar tanto no indivíduo quanto 
no partido. A grande diferença para a lista aberta é que aquele que vota na legenda, na aberta 
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vai para o partido (deixando que outros determinem quem entra), enquanto quem vota na 
lista flexível, na legenda, aceita a ordem determinada pelo partido. Na lista flexível, quando se 
vota, já se concorda com a ordem determinada pelo partido. Esta ordem só será modificada, 
se o eleitor vota individualmente em algum dos candidatos daquela lista. 
 A Reforma Eleitoral de 2015 trouxe algumas mudanças. É a chamada minirreforma, 
feita pela Lei 13.165, que veio junto com a proibição de doação de pessoas jurídicas. 
 É importante analisar alguns pontos: encurtamento da propaganda, diminuição de 
campanhas (45 dias) e incentivo às mulheres (10% de veiculação na mídia, não é cota para 
mulheres). Esses três são mais vinculados à propaganda nos meios de comunicação. Há a 
condição de elegibilidade de 6 meses de filiação (antes era 1 ano). Existe, ainda, o requisitode 
candidaturas. Já no sistema proporcional ocorre a cláusula de desempenho individual, que 
exige 10% do quoeficiente eleitoral. 
PROCESSO LEGISLATIVO 
O processo legislativo é o processo de adoção das normas. De acordo com o art. 59 da 
CF é o processo que compreende a elaboração de: emendas a Constituição, leis 
complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos, 
resoluções. 
 O poder constituinte originário é o que passou por um processo constituinte. O 
processo de elaboração da constituição faz parte deste poder. O poder derivado é o que se 
segue depois, ele reforma/ modifica a constituição. 
 A Emenda Constitucional é a espécie normativa que causa uma modificação mais 
gravosa. Ela modifica uma constituição que seria, em tese, mais rígida. A EC exige um quórum 
maior de parlamentares e de um rito mais rígido. 
 O processo legislativo pode ser entendido num sentido jurídico e num sentido 
sociológico. O sentido jurídico é o conjunto coordenado de disposições de disciplinam o 
procedimento a ser obedecido pelos órgãos competentes na produção das leis e atos 
normativos que derivam da Constituição. O sentido sociológico trata do conjunto de fatos reais 
(de poder) que impulsionam e direcionam os legisladores a exercitarem suas tarefas. Este 
processo não é apenas um processo objetivo, ele é impulsionado por elementos (fatores reais) 
que fazem por algum motivo que o legislador preste mais atenção em determinadas causas. 
 Para ter um processo legislativo coerente: efeitos de nova lei, ec, mp podem causar na 
sociedade. Estas respostas estão fora do mundo do direito. 
 A obediência ao processo legislativo esta consagrada constitucionalmente, sendo que 
a sua inobservância acarretará a inconstitucionalidade formal da lei ou do ato normativo 
produzido 
 O STJ considera as regras básicas de que o processo legislativo previstas na 
Constituição Federal como modelos obrigatórios as Constituições Estaduais declarando que o 
modelo estruturador do processo legislativo impõe-se enquanto padrão normativo de 
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compulsório atendimento. Ressalte-se que se trata de norma geral, aplicável a todos os entes 
federados. 
 Os poderes legislativos podem ser classificados de algumas maneiras. Os autocráticos 
são aqueles em que as leis são elaboradas só pelo governo, sem participação popular. Os 
direitos são aqueles em que há discussão e votação pelo próprio povo. Os indiretos 
(representativos) são aqueles em que os cidadãos escolhem seus representantes, para que 
estes elaborem as espécies normativas. Por fim, os semidiretos são aqueles em que o sistema 
conjuga a participação indireta, com representantes, e direta, através da participação por 
plebiscitos, referendos e ação popular. 
 Para compreender a questão do poder legislativo, porém, é necessário compreender 
alguns conceitos fundamentais. O primeiro é o conceito de ordenamento: o conjunto de regras 
e normas impostas à sociedade, através da sistematização ordenada pelo processo legislativo, 
constituindo-se em Código, lei especial, complementar ou federal. Esse ordenamento é 
composto, também, por cláusulas pétreas e exige controle de constitucionalidade. 
 Outro conceito importante é o de revogação: lei posterior revoga anterior quando o 
declara, quando é incompatível ou quando regula inteiramente a mesma matéria. O terceiro 
conceito é a recepção: acolhimento que uma CF faz às leis infraconstitucionais que a 
antecedem, desde que presente uma condição essencial – a compatibilidade dessas normas. 
 Outros dois conceitos são a ab-rogação e a derrogação. O primeiro é a revogação total 
e o segundo a revogação parcial. Já o conceito de represtinação diz respeito ao fenômeno que 
ocorre quando uma norma, que revogou outra anterior, é revogada, trazendo a anterior de 
volta: isso não ocorre no Brasil, a não ser que a última lei fale expressamente do retorno da 
primeira. 
 Importante, ainda, compreender as maiorias. A maioria simples é aquela que 
representa mais da metade dos membros presentes. A maioria absoluta é a que representa 
mais da metade de todos os integrantes da casa legislativa. Por fim, a maioria qualificada é 
aquela em que a lei exige fração do número total de votos (ex: 3/5). 
 Depois de analisar esses conceitos, podemos passar ao estudo do Processo Legislativo 
Ordinário. Esse processo começa com a iniciativa: o ato que dá início ao processo de 
elaboração de uma espécie normativa, sendo uma faculdade que se atribui a alguém o a um 
órgão para apresentar projetos. Essa iniciativa pode ser parlamentar (integrantes do 
Congresso), extraparlamentar (Chefe do Executivo, tribunais superiores, MP e cidadãos), 
concorrente (vários são legitimados), exclusiva (reservada a um cargo ou órgão), e restrita (tal 
órgão só pode propor matérias especificadas na CF, a exemplo do PGR do MP). 
 Além disso tudo, a iniciativa torna-se vinculada quando o início ocorre segundo os 
prazos da CF. Por fim, a discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente, STF, 
Tribunal Superior ou cidadão é realizada na Câmara dos Deputados, só ocorrendo no Senado 
quando quando um membro da casa propôr. A outra casa torna-se, automaticamente, a 
revisora. 
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 A segunda fase do processo é a constitutiva. Uma vez apresentado, ocorrerá discussão 
e votação sobre a matéria nas duas casas, podendo ser aprovado, rejeitado ou sofrer 
emendas. Caso seja aprovado, o Executivo ainda poderá vetar. 
 A deliberação parlamentar analisa, inicialmente, o projeto em suas questões formais 
(Comissão de Constituição e Justiça), com parecer obrigatório. Só posteriormente analisam-se 
aspectos materiais (Comissões Temáticas), com parecer opinativo nas duas casas. O nosso 
sistema é predominantemente parlamentar, pois ele é capaz, inclusive, de derrubar o voto do 
presidente. 
 Depois de aprovado nas comissões, vai para votação no plenário. Lei ordinária é 
maioria simples. Isso mostra como a constituição de uma lei é um ato complexo: uando 
aprovado, segue para a casa Revisora e, se for aprovado, segue para o Executivo. Se forem 
feitas emendas, volta a casa iniciadora, que decide se essas modificações serão ou não 
aprovadas e, depois, remete ao Executivo. O presidente pode vetar tudo, nada ou artigos 
completos. Antes de ir até o presidente, passa pelo “autógrafo”. 
 Se o projeto for rejeitado, sua matéria não pode ser discutida na mesma sessão 
legislativa, a não ser que a maioria absoluta de uma das casas vote para ser revisado. 
Importante dizer que não existe aprovação tácita por decurso de prazo. Além disso, se uma 
casa aprovar e outra rejeitar, o projeto é arquivado. 
 As emendas parlamentares são proposições acessórias às propostas de lei, e também 
às propostas de Emenda a CF. Elas se classificam em supressivas (erradicam parte da 
proposição inicial), aditivas (adicionam algo), aglutinativas (fusão de emendas e projetos 
semelhantes), modificativas (alteram, mas não substancialmente), substitutivas (alteram 
substancial ou formalmente) e de redação (sanam vício na linguagem). 
 Importante, também, estudar os Regimes do Processo Legislativo. O regime ordinário é 
regime em que a regra da tramitação dos projetos de lei. O prazo é de 40 sessões para cada 
uma das casas (entenda-se sessão como reunião). 
 O regime de urgência dispensa de algumas exigências e formalidades regimentais – 
mas não publicações, distribuição, pareceres e quórum. O prazo é de 5 sessões que ocorre 
simultaneamente para todas as comissões. Pode ser solicitado pelo Presidente da República 
quando o projeto de lei é de iniciativa dele. 
 E o regime de urgência urgentíssimanão consta no Regimento Interno da Câmara, mas 
esta consagrada pelo uso. O projeto de lei pode ser incluído na ordem do dia da sessão 
plenária, para discussão e votação imediata, ainda que a sessão já tenha iniciado, caso seja 
aprovado requerimento neste sentido. 
 Já a deliberação executiva é a fase em que ocorre a análise do presidente, que pode 
vetar o projeto em parte, no todo, ou sancionar. Se ele não se manifesta em 15 dias há o 
sancionamento tácito. A manifestação do presidente é, além disso, irretratável, não podendo 
mudar de ideia. O veto pode ser jurídico (projeto inconstitucional) ou político (contrário ao 
interesse público), ou, ainda, uma mistura dos dois. 
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 Esse veto pode ser derrubado pelo Congresso Nacional em sessão conjunta no prazo 
de 30 dias e com maioria absoluta. Se o veto não for derrubado, o projeto só pode voltar a ser 
votado na próxima sessão. 
 A terceira fase é a fase complementar. Compreende a promulgação e publicação da lei 
para garantir sua executoriedade e notoriedade.Promulgar é atestar que a ordem jurídica foi 
inovada, declarando que a lei existe. É a publicação e não a sanção que transforma um Projeto 
de Lei em lei. 
 Em regra, é o Presidente da República que promulga dentro de 48h. Findo o prazo, A 
competência pode ser transferia ao Presidente do Senado e subsidiariamente ao Vice-
Presidente do Senado. Já a publicação é uma comunição a todos que devem cumprir o ato 
normativo, ocorrendo através de inserção no Diário Oficial, dando aplicabilidade e 
obrigatoriedade à lei. Em regra, a lei entra em vigor em 45 dias após a publicação. O próprio 
projeto de lei pode estabelecer um período específico de vaccio legis. 
 Interessante dizer que a sanção do Presidente da República não supera o vício de 
iniciativa de projetos de iniciativa exclusiva do PR. A CF garante a sociedade que são os 
representantes legislativo desta que irão fazer as leis. É exemplo quando o Congresso propõe 
projeto de lei sobre as forças armadas, mas nem por meio da sanção presidencial irá tornar o 
projeto válido. O projeto será inconstitucional. 
 Importante, ainda, tratar da iniciativa popular. Ela Pode ser exercida pela 
apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do 
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco estados, com não menos de três décimos 
por cento dos eleitores de cada estado. 
ESPÉCIES NORMATIVAS NO PROCESSO LEGISLATIVO 
As Emendas Constitucionais são o poder constituinte derivado que pertence ao 
Congresso Nacional. A iniciativa de apresentar a PEC é de forma concorrente, por 1/3 dos 
membros de cada uma das casas do Congresso Nacional ou pelo Presidente da República ou 
por mais da metade das Assembleias Legislativas, manifestando-se cada uma delas, pela 
maioria relativa de seus membros. 
 Quando o processo passa pela fase de deliberação, deve ser aprovados pelas duas 
casas, em votação em dois turnos e quórum qualificado por 3/5 (dos votos favoráveis). 
 Todo o rito da emenda mostra a rigidez da nossa Constituição, nã permitindo reformas 
banais que causem insegurança jurídica. É um processo dificultado. As propostas de emenda 
constituição passam pela CCJ e, se necessário, pelas Comissões Temáticas. 
 Importante, também, falar que os Tratos Internacionais de Direitos Humanos 
aprovados a partir de 2004 tem força de Emenda Constitucional, pois passaram pelo mesmo 
mecanismo que a EC, um exemplo, é o tratado que fala sobre o direito de pessoas com 
deficiência física. Os tratados anteriores tem força infraconstitucional, internalizados como lei 
complementar. 
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 Existem, ainda, as cláusulas pétreas, que impedem emendas que busquem abolir 
determinados direitos adquiridos. 
Se aprovada, será promulgada pelas mesas da Câmara e do Senado, sendo anexada à 
Constituição com seu número de ordem, de modo que não está sujeito à sanção ou 
promulgação pelo Presidente da República. Além disso, o chamado impedimento de 
reapresentação não se aplica à emenda constitucional, sendo permitida a reapresentação de 
propostas na mesma sessão legislativa (ano), desde que assinada por mais da metade dos 
membros de uma das casas. 
 A CF não pode ser emendada na vigência de intervenção federal, estado de defesa ou 
estado de sítio. Estes estados são situações excepcionais, a constituição não pode ser alterada, 
pois poderia haver abuso de autoridade. Também não pode ser objeto de deliberação a 
proposta tendente a abolir a forma federativa de estado; o voto direto, secreto, universal e 
periódico; a separação dos poderes e os direitos e garantidas individuas (cláusulas pétreas). 
Pode haver EC que tenda aumentar os direitos e garantias individuais, o que não pode haver é 
a diminuição deste. 
Já as leis complementares e ordinárias entram no rito ordinário. A grande diferença é 
que a lei complementar deve ser aprovada por maioria absoluta e a ordinária por maioria 
simples. 
A iniciativa das leis complementares e ordinárias, em regra, cabe a qualquer membro 
do Congresso Nacional, a qualquer comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, ao 
Presidente da República, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República, ao 
Tribunal de Contas da União e aos cidadãos, respeitadas as hipóteses de iniciativa reservada, 
que são privativas de entes específicos. 
 É a CF que determina taxativamente o que será alvo de Lei complementa, enquanto as 
ordinárias tem caráter residual (por exclusão). Há, ainda, divergência sobre a hierarquia das 
duas: uns dizemm que a complementar está acima (pois ser mais criteriosa) e outros dizem 
que ambas estão no mesmo nível. 
 As leis delegadas são aquelas em que o Presidente da República pode solicitar ao 
Congresso Nacional poderes para editar. Esta delegação ocorre por meio de resolução do 
Congresso, que especificará seu conteúdo, prazo de duração (temporária) e os termos de seu 
exercício (delegação externa corporis). 
 Não podem ser objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso 
Nacional ou de qualquer de suas Casas, a matéria reservada à lei complementar ou a legislação 
sobre a organização do Judiciário, do MP, nacionalidade, cidadania, direitos individuais, 
políticos e eleitorais, planos plurianuais e matéria orçamentária. Esse recurso não é muito 
utilizado, pois o presidente usa as Medidas Provisórias. 
 A medida provisória é ato com força de lei que emana do Poder Executivo, mas que só 
vira lei quando aprovada pelo Senado. O antecedente histórico é o Decreto Lei da Constituição 
de 1967. 
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 O chefe do Poder Executivo em casos de relevância e urgência, tem força jurídica 
similar à da lei e eficácia imediata. Ela deve ser submetida de imediato ao Congresso Nacional. 
A maioria da doutrina entende como claro o caráter legislativo do poder executivo. 
 O art. 62 da CF traz os casos em que foi expressamente vedada a edição de medidas 
provisórias. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha 
sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso do prazo. O Congresso, quando 
cessarem os efeitos, deve determinar se eles permanecem ou são anulados. 
 A eficácia acontece por decurso de prazo ocorre quando o Congresso Nacional não se 
pronuncia sobre a MP e o prazo acaba (45 dias), então ela será retirada do ordenamento 
jurídico. O CN deve elaborar, então, uma resolução sobre a situação daqueles que foram 
afetados pela MP enquanto ela vigorava. 
 Os parlamentares podem oferecer emendas em 6 dias. Ela será votada em cada casa 
exigindo maioria simples. Se em 45 dias a medida não for apreciadapelo Congresso, ela 
trancará a pauta das casas. Quando aprovada, vira lei e, se não convertida, em 60 dias 
prorrogáveis ela perde eficácia. 
O congresso pode aprovar se alteração, com, não apreciar ou rejeitar expressamente. 
A aprovação sem alteração será promulgada pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional. 
Na aprovação com alteração, as emendas devem ser aprovadas pela outra casa.A não 
apreciação ou rejeição tácita por 60 dias implicará a sua prorrogação pelo mesmo prazo. Se 
não for apreciada, a MP perde sua eficácia desde sua edição (efeitos ex tunc). Se não for 
editado o decreto legislativo pelo CN para regulamentar as relações existentes durante a MP, 
as mesmas serão mantidas. A rejeição expressa ocorre quando o Congresso expressamente 
rejeita a conversão da MP em lei. Também nesse caso deve o CN editar decreto para 
regulamentar os efeitos decorrentes da MP. A CF aceita a possibilidade de uma MP ser 
reeditada em outra sessão legislativa mesmo tendo sido expressamente rejeitada pelo CN. 
 O presidente não pode retirar de apreciação do congresso da MP já editada. Ele 
poderá, porém, ab-rogar esta MP por meio de outra, o que acarretará a suspensão dos efeitos 
da primeira. O congresso pode reestabelecer os efeitos da segunda MP se rejeitar a última 
editada. 
 O decreto legislativo não está na CF, mas é disciplinado pelo regimento interno do 
congresso nacional, sendo de competência exclusiva dele. É ato normativo com força de lei, 
não estando sujeito à sanção ou veto presidencial. Ele disciplina assuntos de caráter genérico e 
de efeitos externos do CN. 
 Sua aprovação se dá por maioria simples, com votações separadas nas casas e sua 
promulgação é feita pelo presidente do senado. Serve, principalmente, para transformar MPs 
e para aprovar tratados internacionais. 
 Por fim, as resoluções veiculam manifestações de competência privativa câmara e do 
Senado, matérias concretas como a condenação do presidente por crime de responsabilidade 
e a suspensão de lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em caso de 
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controle difuso. Não estão sujeitas à sanção do presidente da república. São aprovadas por 
maioria simples, sendo sua promulgação efetivada pelo presidente da casa que a expedir. 
 Importante, após tudo isso, uma breve análise da hierarquia das leis: CONSTITUIÇÃO > 
EMENDAS (e Tratados pós 2004) > Lei Complementar (Tratado pré 2004, supralegal) > Lei 
Ordinária (Tratado que não trata de direitos humanos) > Decreto Legislativo > Decreto 
Presidencial > Portaria. 
 Por fim, cabem algumas críticas ao Processo Legislativo. A primeira falta de 
legitimidade da classe política e falta de aderência aos programas de governo para os quais 
foram eleitos. A segunda é a falta de tradição e experimentação de novas leis adotadas por 
processos legislativos em sistemas de civil law. A terceira é representada pelos problemas no 
sistema representativo nas decisões tomadas em grandes assembleias. A última é a falta de 
coerência entre as necessidades da implementação de uma determinada lei e os resultados 
que ela produz.

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