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CONSTITUCIONAL - LFG

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DIREITO CONSTITUCIONAL
Professor: PEDRO TAQUES
AULAS:
Aula 1 – 13/02/09 – ORGANIZAÇÃO DO ESTADO I
Aula 2 – 18/02/09 – ORGANIZAÇÃO DO ESTADO II / NACIONALIDADE I
Aula 3 – 27/02/09 – NACIONALIDADE – cont. – ORGANIZAÇÃO DO PODERES
Aula 4 – 03/03/09 – ORGANIZAÇÃO DOS PODERES / PROCESSO LEGISLATIVO 
Aula 5 – 06/03/09 – PROCESSO LEGISLATIVO – continuação - 
Aula 6 – 19/03/09 – Processo Legislativo – cont: lei delegada. /Atrib. Fiscal. Poder Legis.o: CPI
Aula 7 – 20/03/09 – CPI - continuação
Aula 8 – 14/04/09 – Autorização na Câmara dos Deputados - Recebimento da Denúncia
Aula 9 – 22/04/09 – PODER JUDICIÁRIO
Aula 10 – 27/04/09 – HERMENÊUTICA
Aula 11 – 14/05/09 – Poder Judiciário – término – Prerrogativas e Garantias da Magistratura 
Aula 12 – 19/05/09 – CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE II 
Aula 13 – 21/05/09 – CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE - Término –
Aula 14 – 05/06/09 – DIREITOS POLÍTICOS –Término –
Aula 15 – 09/06/09 – Perda e Suspensão dos Direitos Políticos. Direitos e Garantias Fundamentais
Aula 16 – 12/06/09 – Direitos e Garantias Fundamentais – Término
AULA 01 (ORGANIZAÇÃO DO ESTADO I) 13/02/09
Teoria Geral do Estado
O Estado é uma entidade relativamente recente na história universal. Falar em direito constitucional é falar sobretudo em Estado. Os elementos constitutivos desse Estado. A realidade jurídica chamada Estado. Um conceito de Estado é: sociedade politicamente organizada dotada de um território, de um povo e com objetivos determinados. Esta realidade surge com o Estado moderno. Quem primeiro tratou dessa realidade com este sentido foi Maquiavel em 1513 no livro O Principe. Quem escreveu a essência da constituição foi Fernando Lassare. Maquiavel disse que os Estados seriam ou principados ou república. Antes de 1513, contudo, existiam organizações de comunidades. Este conceito de estado moderno surge apenas em 1513.
Estado não é sinônimo de país. País é o componente espacial do Estado. O nosso estado recebe o nome certo, qual seja: República Federativa do Brasil. Diversamente do nosso país que recebe o nome de Brasil. País é o habitat do povo de um estado. Alguns estados possuem o mesmo nome de estado e país. Ex: Estados Unidos da América. 
Estado também não é sinônimo de nação. Nação é um conceito sociológico. Nação significa conjunto de pessoas ligadas pela mesma origem, história, religião, língua ou idioma. Muito importante, para a República Federativa do Brasil, estado não é sinônimo de nação, porque adotamos uma cultura jurídica romano-germânica. Diferentemente daqueles estados que adotam uma cultura jurídica anglo-saxônica. Onde estado e nação são iguais. Dai vem o conceito de ONU (organização das nações unidas, quando seria melhor para nós organização dos estados unidos). No caso dos palestinos ou judeus antes da criação de Israel onde havia pessoas ligadas pela mesma origem mas faltavam-lhes o territorio.
Pátria não é um conceito juridico. Patria é um sentimento, terra do papai. Não é um conceito juridico. Apesar disso, a constituição se vale de conceitos não juridicos. Por exemplo artigo 142 da CF (forças armadas defenderão a patria).
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS OU ESTRUTURAIS DO ESTADO
A doutrina identifica 4 elementos. São:
1) PODER ( sociologicamente quer dizer a capacidade de imposição de vontade sobre vontade de terceiros. Aquele que exerce poder, ele impõe sua vontade sobre vontade de terceiros. Existem várias formas de exercício de poder: fisico, do dinheiro, da beleza. O Estado exerce o poder político. O que significa esse poder político? R: significa a possibilidade da imposição da violência legítima. Exemplo: delegado de policia federal; mandado de busca e apreensão, interceptação telefônica). Por que nós entendemos em criar essa realidade para não voltarmos ao estado de natureza, para não retornar à barbárie. É denominada também de obrigatoriedade, coercibilidade. É lógico que hoje no mundo, em uma sociedade de risco, globalizada. Por exemplo a Fiesp exerce poder, a macrocriminalidade também exerce poder. Mas não esquecer que o Estado exerce a violência legítima. A nossa CF dá ao termo poder vários sentidos, várias acepções, vários significados. Eles são: 1) Artigo 1° § único da CF ( quer dizer soberania popular, em uma democracia semi-direta ou representativa que quer dizer que em regra o povo que é o titular do poder o exerce através de representantes eleitos. Há exceções em que o povo exerce diretamente sem intermediários: a) tribunal do júri – art. 5 da CF inc. XXXVIII; b) ação popular (art. 5° inc. LXXIII da CF); c) iniciativa popular (art. 61 § 2° da CF); d) consulta popular (art. 14 da CF) que se subdivide em referendo e plebiscito. A democracia também tem como característica ser participativa. Ex. O povo discute o orçamento da saúde, conselhos municipal de saúde.
Segunda acepção do termo poder na CF ( poder significando órgão. Artigo 2° da CF. São poderes da união independentes e harmônicos entre si: executivo, legislativo e judiciário. Tecnicamente não é correto afirmar que a CF adotou a teoria tripartite. A CF adotou a divisão orgânica de Montesquieu. Por que não é tecnicamente correto falar em divisão tripartite? R: por que o poder é uno, indivisível, o que existe são órgãos que exercem parcelas desse poder.
Terceira acepção do termo poder na CF ( poder significando função. Artigo 44 – onde se lê Poder Legislativo é função legislativa – Artigo 76 - onde se lê Poder Executivo é função executiva e artigo 92 - onde se lê Poder Judiciário é função judiciária.
OBS: encontra quem denomina o poder como soberania nacional ou organização.
2) TERRITÓRIO ( é o componente espacial do estado. É a porção da terra na qual o estado exerce sua soberania, seu poder de mando, de império. Existem 2 espécies de territórios: A) território em sentido restrito ou real ou território propriamente dito: é a porção circunscrita pelas fronteiras nacionais. Dentro do território em sentido restrito estão contidos os seguintes elementos: solo, subsolo, mar territorial, espaço aéreo nacional e plataforma continental. Especificando esses elementos:
Mar territorial nacional: a lei 8617/93 define mar territorial. O mar territorial tem 12 milhas náuticas ou milhas marítimas. Cada milha tem 1852 metros. Aqui se exerce a nossa soberania, nossa jurisdição. Depois das 12 milhas do mar territorial, a lei faz referência à chamada zona contígua que também é de 12 milhas marítimas. A lei ainda nos dá notícia de uma terceira realidade. A partir do mar territorial (12 milhas) tem-se a zona economicamente explorável que é de 188 milhas. Qual a diferença entre a zona contígua da economicamente explorável? R: Na zona contígua, o Estado pode exercer seu poder de polícia para proteger o seu território, fiscalização aduaneira, exercer fiscalização sanitária e de imigração. Na zona economicamente exclusiva o estado tem a preferência na exploração econômica.
Espaço aéreo nacional ( não é definido, mas ele vai até aonde as aeronaves possam sobrevoar.
Plataforma Continental ( é um bem da União. É o solo e o subsolo do mar territorial.
B) território ficto ou por ficção ou por extensão: são determinadas situações jurídicas que a lei equipara a território, a lei dá o status de território, é uma ficção. Os elementos são: 1) embarcação pública nacional onde quer que esteja, 2) embarcação particular nacional no mar territorial nacional e no mar internacional 3) aeronave pública nacional aonde quer que esteja 4) aeronave particular nacional no espaço aéreo nacional e internacional (artigo 5° do CP). Por que no CP se tem o Princípio da Territorialidade. 
OBS: REPRESENTAÇÃO DIPLOMÁTICA NÃO É TERRITÓRIO POR EXTENSÃO.
OBS2: PASSAGEM INOCENTE. A lei 8617 define a passagem inocente em seu artigo 3°. Ela retira a competência da jurisdição nacional. 
3) POVO ( vem definido no artigo 12 da CF. Quando a CF fala em povo é para brasileiro natos e naturalizados. Assim, a CF não define estrangeiro. Esse conceito será por exclusão. Povo é o componente pessoaldo Estado. Povo não é sinônimo de população que por sua vez não é sinônimo de habitante. População e habitante não são conceitos jurídicos, mas geográficos, matemáticos, demográficos, etc. Dentro de população e habitante temos o povo + apátrida. No seu artigo 45§ 1°, a CF fala em população. Por mais que não seja um conceito jurídico, dele a CF se vale. Diferença entre cidadão e povo: Povo são os brasileiros natos e naturalizados. Existem dois conceitos de cidadão: cidadão em sentido restrito ( significa o nacional que exerce direitos políticos (art. 12+14 da CF). Há também um conceito mais abrangente; cidadão em sentido lato ( significando toda pessoa humana que possui direitos e poder de contrair obrigações. Por exemplo quem pode ajuizar ação popular é o cidadão em sentido restrito. Assim uma criança de 10 anos não pode ajuizar tal ação.
4) OBJETIVOS ( são as finalidades. Para que serve o Estado? Em um determinado momento histórico abrimos mão de determinados direitos. O Estado tem como objetivo o atingimento do bem comum. No artigo 3° da CF especifíca quais são essas finalidades. Uma constituição que traça compromissos é conhecida como uma constituição dirigente ou compromissária. Nós somos credores do Estado. 
DIVISÃO ESPACIAL OU ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Ele pode ser considerado sob três perspectivas:
1) Forma de Estado ( Deve-se perguntar: Dentro de um determinado território quantas pessoas jurídicas com capacidade política existem? Ou Dentro de um determinado território quantos centros que manifestam poder existem? Falar em forma de Estado é fazer referência a pessoa jurídica com legislativo próprio ou com capacidade política. O estado pode ser composto e unitário. O estado composto tem 2 espécies:
a) Federação ( 
b) Confederação ( obs; existe quem defenda que confederação é uma associação de estado e não uma forma de estado.
A Inglaterra possuía nas américas as chamadas 13 colônias. Portugal possuía 1. A Espanha várias. Em 1776 estas 13 colônias se rebeleram contra a Inglaterra e se declararam independentes. Em 1777 estes 13 estados independentes, ex-colônias da Inglaterra, assinaram um tratado internacional denominado os artigos da confederação. Criam em 1777 a confederação dos Estados Unidos da América. Tinha objetivos militares. Em 1787 os 13 estados independentes fizeram uma convenção lá na Filadélfia. Nessa convenção eles resolveram mudar de confederação para federação. Nascendo os Estados Unidos da América.
DIFERENÇAS ENTRE CONFEDERAÇÃO E FEDERAÇÃO
1) A confederação nasce através de um tratado internacional. É o tratado internacional que dá nascimento à confederação. Diversamente do que ocorre na federação. A federação nasce a partir de uma Constituição.
2) Na confederação as unidades parciais tem direito de secessão/separação. Diversamente do que ocorre na federação onde as unidades parciais NÃO tem direito de separação.
3) Na confederação as unidades parciais tem SOBERANIA. Enquanto na federação elas não tem soberania mas AUTONOMIA. 
OBS1: o que é uma unidade parcial? R: é a denominação da parte na forma de estado. Unidade parcial recebe os mais variados nomes. Por exemplo na Suiça, a unidade parcial é chamada de cantão. Na Alemanha a unidade parcial recebe o nome de laender. Na Argentina é de província. No Brasil essa unidade parcial é chamado de estados-membros, distrito federal.
OBS2: nos Estados Unidos trata-se de uma federação centrípeta. Federação por agregação. No Brasil é o oposto é uma federação centrífuga ou federação por desagregação.
CARACTERÍSTICA DA FEDERAÇÃO ( existem várias características da federação:
1) Indissolubilidade do vínculo ( por que as unidades parciais não tem direito de secessão. Artigo 1° da CF. Ela é tão importante que o legislador nos fornece instrumentos de proteção da indissolubilidade do vínculo: a intervenção federal (art. 34); o direito penal também é um instrumento de proteção da indissolubilidade do vínculo; o artigo 109 inciso IV fala dos crimes políticos (lei 7170/83 – lei de segurança nacional) pregar contra a federação; isso para proteger a indissolubilidade do vínculo. Assim só caberá recurso ordinário para o STF para esse tipo de crime (art. 102 inc. II, alínea b).
2) Divisão constitucional de competência ( exemplo artigo 21 e 22 da CF, artigo 25, artigo 32 e artigo 29 e 30 todos da CF.
3) Participação das unidades parciais na formulação da vontade geral ( os estados-membros e o DF participam na criação da lei por meio do senado federal. (artigo 46 CF). E também o artigo 60 inciso III também revela essa característica.
4) Existência de um tribunal encarregado de manter a supremacia da Constituição ( No Brasil se tem o STF, art. 102 inciso I da CF.
5) A própria existência da Constituição ( só há que se falar em federação com a existência da Constituição.
OBS: a forma de estado é uma cláusula pétrea. É um núcleo eterno, intangível. Demonstrando uma característica de super-rígida.
2) Forma de Governo ( Pergunta-se: De que maneira o poder é exercido dentro de um território? R: No ano 340 a.c. aristóteles disse que há 3 formas de governo no livro politika. A primeira forma é a monarquia ou seja governo de 1 só. A segunda forma seria a aristrocacia, ou seja governo de mais de 1, porém poucos. E a terceira forma seria a república: o governo de muitos. Para Aristóteles essas 3 formas de governo poderiam ser corrompidas. No caso do corrompimento da monarquia há a tirania, na aristrocacia temos a oligarquia e na república a demagogia. Em 1513 Maquiavel no livro O Príncipe só estabeleceu duas formas de governo: monarquia ou república.
Respondendo à pergunta:
Na monarquia o poder é exercido de maneira hereditária, vitalícia e irresponsável.
Na República o poder é exercido de maneira eletiva, temporária e reponsável.
OBS: a forma de governo não é cláusula pétrea. Apesar disso, ela é um princípio constitucional sensível em sede estadual. (Artigo 34 inciso VII – principios constitucionais sensíveis)
3) Sistema ou regime de Governo ( Pergunta-se: De que maneira se relacionam o executivo e o legislativo? Em regra há 2 sistemas de governo:
a) Presidencialismo;
b) Parlamentarismo.
DIFERENÇAS ENTRE PRESIDENCIALISMO E PARLAMENTARISMO
Primeira diferença, no presidencialismo uma única autoridade exerce a função executiva. Artigo 76 CF. Diversamente do que ocorre no parlamentarismo onde haverá duas ou + autoridades exercendo a função executiva.
Segunda diferença, no presidencialismo tem-se o executivo monocrático. Ou seja uma única autoridade exerce as funções de chefe de estado e chefe de governo. Já no parlamentarismo onde há o executivo dual, em que as funções de chefe de estado e chefe de governo são desempenhadas por autoridades distintas.
Terceira diferença, no presidencialismo existe independência política do executivo em relação ao legislativo. Já no parlamentarismo há dependência política do executivo em relação ao legislativo.
Quarta diferença, no presidencialismo o mandato do chefe do executivo é determinado. Já no parlamentarismo esse mandato daquele que exerce a função executiva pode ser reduzido pelo legislativo.
Existem duas espécies de parlamentarismos:
a) monárquico constitucional: tem a figura do rei exercendo a função de chefe de estado e o primeiro ministro exercendo a função de chefe de governo. Ex: Inglaterra, Espanha.
b) parlamentarismo republicano: presidente exercendo a função de chefe de estado e o primeiro ministro como chefe de governo. Ex. Itália, Israel, França.
OBS1: O Brasil já foi parlamentarista. De setembro 1961 até fevereiro de 1963. Presidente era João Goulart e o primeiro ministro Tranquedo Neves.
OBS2: O sistema ou regime de governo não é uma cláusula pétrea. Existe uma proposta de emenda para que o Brasil se torne um estado parlamentarista. (proposta esta apresentada pelo senador da república Fernando Collor).
AULA 02 (ORGANIZAÇÃO DO ESTADO II / NACIONALIDADE I) 18/02/09
( O artigo 84 da CF fornece atribuições tanto de chefe de Estado como de chefe de Governo.
Art. 84... (funçõesde chefe de Estado)
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
No exercício da função de chefe de Estado o presidente fala em nome da República Federativa do Brasil ou seja da Unidade Nacional. Para a ordem internacional não interessa se o estado adota a forma confederativa ou federativa. O que interessa é o de exercer uma SOBERANIA.
O que siginifica “acreditar seus representantes diplomáticos”? ( significa que o presidente vai dar a um representante diplomático estrangeiro seu aval para que este representante possa exercer suas atribuições dentro do território nacional.
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional:
Art. 84...
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
OBS: trata-se de exemplo do presidente exercendo chefia superior da administração pública. O presidente está falando em nome da União, que é uma pessoa jurídica de direito público interna. 
Essas hipóteses supra não ocorre no parlamentarismo. Pois nesse sistema há duas ou mais autoridades exercendo a função executiva. Há duas espécies de parlamentarismo. O monárquico constitucional (há o rei exercendo a função de chefe de estado e o primeiro ministro exercendo a função de chefe de governo). No republicano (há o presidente exercendo a função de chefe de estado e o primeiro ministro exercendo a função de chefe de governo).
DA RECEPÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS
Deve-se ater acerca da natureza jurídica dos tratados internacionais. Qual é sua natureza jurídica? A CF/88 em seu artigo 4° inciso I, trata da independência nacional. Esta independência significa dizer que adotamos o dualismo jurídico. Este dualismo significa que há duas ordens jurídicas. Há uma ordem jurídica internacional e outra nacional. Qual a importância em saber desse dualismo? É por que uma norma de direito internacional não produz efeitos imediatos dentro do território nacional. Ao se dizer isso, a nossa CF não adota o princípio da recepção automática (esse princípio, como adotado em alguns estados, a norma de direito internacional produz efeitos imediatos dentro daquele território. Ex. Portugal, Alemanha – assim que um tratado internacional é assinado, será aceito imediatamente pelo Estado). Na R.F.B. uma norma de direito internacional só produz efeitos dentro do território nacional se for recepcionada de acordo com o que determina a Constituição.
A CF fornece o caminho, a forma de rececpção de uma norma de direito internacional. São etapas, fases: A 1ª. Fase ( o presidente na função de chefe de estado, assina o tratado internacional (art. 84 inc. VII). A 2ª. Fase ( o congresso nacional deve aprovar, referendar o tratado internacional (art. 49 inc. I). Pergunta-se o congresso aprova o tratado internacional através de qual mecanismo legal? R: Através de um decreto legislativo, esta é a regra. Se é decretro legislativo, isso significa que nossa constituição não exige lei, por conta disso nós adotamos o dualismo mitigado ou abrandado. Depois dessas 2 fases o tratado ainda não produz efeitos, mister se faz uma terceira fase. 3ª. Fase ( a promulgação do tratado pelo chefe do executivo através de um decreto presidencial. Por exemplo um tratado que tenha por objeto a pesca de bacalhau entre Brasil e Portugal. Qual a natureza jurídica desse tratado? R: Esse tratado ostenta a natureza jurídica de lei ordinária, está abaixo da CF. E se o tratado internacional tiver por objeto direitos humanos, qual a sua natureza jurídica? R: A doutrina nacional e internacional, não é pacífica a respeito disso. Há duas posições: 1ª. Posição: é uma norma supraconstitucional (Bidaart Campos – constitucionalista argentino, Celso Albuquerque Melo). 2ª. Posição: norma constitucional (Flávia Piovesan, Valério Mazuoli, LFG). 3ª. Posição: Existe quem defenda também que os tratados internacionais que tenham por objeto direitos humanos seriam normas infraconstitucionais (Posição antiga do STF). A emenda constitucional 45/04. (§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais). A CF não diz que é norma constitucional nem infra, teriam então NATUREZA DE EMENDA CONSTITUCIONAL. O STF diz que: aqueles tratados internacionais que tenham por objeto direitos humanos, introduzidos no nosso ordenamento jurídico sendo anteriores à referida EC 45/04, por exemplo o Pacto de San Jose da Costa, seria uma NORMA SUPRALEGAL, o STF decidiu isso no que tange à prisão do depositário infiel. 
CONCLUÍ-SE: qual a natureza jurídica de um tratado internacional? R: Depende do objeto. Se o objeto do tratado for qualquer um diverso de direito humanos sua natureza jurídica será de lei ordinária. Agora se o objeto for acerca de direitos humanos o tratado será equivalente à emenda constitucional, isso após a EC 45/04. Se anterior à EC 45/04, tratado internacional de direito humano será considerado como NORMA SUPRALEGAL.
DA NACIONALIDADE
Povo ( é a pessoa humana ligada a um determinado território por um vínculo político-jurídico denominado nacionalidade. Povo portanto é aquilo que a CF denomina de nacionais. Quando se fala em nacional se está excluindo o estrangeiro. O estrangeiro não possui esse vínculo político-jurídico denominado nacionalidade.
ESPÉCIES DE NACIONALIDADE
Existem na nossa CF duas espécies: 
1) ORIGINÁRIA / PRIMÁRIA / DE 1° GRAU / NATA( é aquela que resulta de um fato natural e involuntário denominado nascimento. Artigo 12 inciso I da CF.
2) SECUNDÁRIA / DE 2° GRAU / ADQUIRIDA / POR AQUISIÇÃO / POR NATURALIZAÇÃO ( é aquela que resulta de um ato jurídico e voluntário denominado naturalização. Artigo 12 inciso II da CF.
CRITÉRIO DETERMINANTES OU DETERMINATIVOS DA NACIONALIDADE ORIGINÁRIA
Cada estado possui direito de escolher as espécies ou critérios da aquisição da nacionalidade originária. Depende de cada estado podendo haver 2 ou mais critérios.
Critérios adotados pela nossa CF:
- De solo / territorialidade (jus soli) 
- De sangue (jus sanguinis) 
O que leva o estado adotar o critério de solo ou de sangue? Uma vez que não existe uma regra universal obrigando o território a adotar tal critério. A doutrina entende que: os estados emigratórios, ou seja aqueles que exportam os nacionais para os outros estados adotam os critérios de sangue, porque eles querem manter o vínculo com seus descendentes. Por outro lado os estados de imigração adotam em regra o critério de solo. A república federativa do Brasil adotou o critério do solo. Mas isso pode mudar em razão de crise econômica por exemplo. Os estados europeus e alguns asiáticos adotam o critério de sangue por se tratarem de estados emigratórios.
A nacionalidade secundária pode ser:
a) tácita
b) expressa
b1) ordinária
b1.1) ( todos os estrangeiros menos os originários de países de língua portuguesa;
b1.2) ( todos os originários de países de língua portuguesa menos os portugueses;
b1.3) ( portugueses;
b1.4) ( legais (lei 6815/80 – estatuto estrangeiro).
b2) extraordinária
ART. 12 da CF
Inciso I alínea a ( os nascidos na República Federativa do Brasil, entende-se implicitamente os nascidos no território em sentido restrito e território em sentido lato. A regra é que: nasceu no território da RFB brasileiro nato será, mesmo de pais estrangeiros. Exceção: está no último período do art. 12 inc. I alínea a, desde que um dois pais esteja a serviço de seu país de origem, o filho do estrangeiro aqui nascido terá a nacionalidade dos pais. Ex. Boliviano que vem ao Brasil de férias. Nasce seu filho aqui, será essa criança brasileiro nato. Será boliviano também? R: depende deve-se analisar a constituição da Bolívia. Ex: Boliviano que vem a serviço da Argentina para o Brasil. Nasce o filho, essa criança será brasileiro nato. Ex: Boliviano vem ao Brasil a serviço da Bolívia. Nasce seu filho e será boliviano. E se esse bolivianoestiver a serviço da ONU? R: A criança nascida será boliviana. Por que indiretamente esse boliviano está a serviço da Bolívia na ONU.
Inciso I alínea b ( os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer um deles esteja a serviço da RFB. Adota-se o critério de sangue + critério funcional. O que significa R.F.B para esse inciso? R: pessoa jurídica com capacidade política (União, estados membros, DF e municípios – administração pública direta e indireta). Por exemplo o governador do estado X vai a outro país assinar convênio com determinado órgão de lá e ocorre o nascimento de seu filho. Essa criança será brasileira nata. E se o brasileiro estiver de férias? R: Ele não está a serviço da RFB. Não se aplica a alínea b, mas se aplica a alínea c. E sobre o desportista? R: ele não está a serviço da RFB. OBS: um brasileiro a serviço da RFB na França assinando um convênio, adota uma criança de lá. Este adotado será brasileiro? R: 1ª. Posição: A CF não permite o tratamento diferenciado entre filhos adotivos e filhos de sangue, assim aquele adotado será brasileiro nato, porque ele estava a serviço da RFB. 2ª. Posição diz que será brasileiro naturalizado, porque a CF está diante de conflitos constitucionais, prevalencendo a proteção à nacionalidade originária, devendo valorizar a segurança nacional. Esta situação não é pacífica. Não há decisão do STF acerca do tema.
Inciso I alínea c ( a CF neste dispositivo já foi alterada duas vezes. A atual redação é aquela da EC 54/07. Hoje abrem-se 2 possibilidades:
· Filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro 
· Nenhum dos pais estejam a serviço da RFB
2 caminhos:
1) registrar a criança em repartição competente brasileira no estado estrangeiro;
A qualquer tempo venha a residir na RFB e, atingida a maioridade, a qualquer tempo faça a opção pela nacionalidade (nacionalidade potestativa). Pois depende da manifestação de vontade e só quem pode fazer a manifestação de vontade é o filho, pois é opção personalíssima.
DA NACIONALIDADE SECUNDÁRIA
(art. 12 inciso II)
 Sera dividida em 2:
a) Secundária TÁCITA ( ela é exceção. Por conta da grande naturalização de 1891. Em 1891 havia a primeira constituição republicana federativa. Nessa Constituição em seu artigo 69 § 4° trazia a grande naturalização. Em 1891 havia muitos estrangeiros (portugueses, italianos, alemães). O estado desejava incorporar esses estrangeiros ao Estado, para fins fiscais e trabalhistas principalmente. Rezava esse dispositivo: todo estrangeiro que estivesse em território nacional deveria comparecer à repartição pública e dizer que gostaria de permanecer estrangeiro, caso ele não o fizesse no prazo de 6 meses ele tacitamente se tornaria brasileiro.
b) Secundária EXPRESSA ( é a regra. É dividida em 2. A diferença entre elas são: a ordinária não cria direito público subjetivo para o naturalizando. Por mais que o naturalizando preencha os requisitos ele não terá direito líquido certo. O ato de concessão é discricionário. A extraordinária cria direito público subjetivo para o naturalizando. Isso significa dizer que se os requisitos estiverem presentes ele fará jus aos direitos públicos subjetivos.
1) ORDINÁRIA:
· todos os estrangeiros menos os originários de países de língua portuguesa (art. 12 inciso II alínea a); os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira. A lei a que se refere é o Estatuto do Estrangeiro. Os requisitos são: permanência no território nacional pelo prazo mínimo de 4 anos (contínuo); capacidade civil; saber ler e escrever no idioma nacional; ter condições para sua manutenção no território nacional; ter boa saúde (ter boa saúde não foi recepcionado pela CF/88, pois ofende o princípio da dignidade da pessoa humana); obs: esses requisitos não se aplicam aos originários de países de língua portuguesa. Esse estrangeiro vai na superintendência da P.F., lá será aberto um processo de naturalização. Esse processo vai a Brasília onde será expedido o certificado de naturalização. O ministro da justiça então expede o certificado ao juiz federal do estado-membro aonde se encontra o estrangeiro naturalizando. O juiz federal marcará uma audiência, obrigatoriamente será presente o representante do MPF. Na audiência o juiz federal fará perguntas ao naturalizando, por exemplo se sabe escrever e ler. A partir de então, será expedido seu certificado de naturalização. OBS: Por mais que os requisitos estejam presentes, esse ato é discricionário.
· Todos os estrangeiros originários de países de língua portuguesa menos os portugueses. (Angola, Moçambique, Guiné Bissau, Príncipe, Goa, Macau, Açores, Timor). Em razão dos laços históricos (países luso-fônicos, a própria faz referência a 2 requisitos). Artigo 12 inciso II alínea a, parte final. Os requisitos são: residência por 1 ano ininterrupto no Brasil + idoneidade moral. Lembrando que mesmo preenchido esses 2 requisitos, tal ato será discricionário.
· Portugueses (art. 12 §1° da CF). São chamados de quase-nacionais ou português equiparado. Sem deixar de ser português, portanto estrangeiro e quase-nacional concomitantemente, podendo exercer todos os direitos inerentes aos brasileiros naturalizados. Art. 12 §1°. Desde que exista essa reciprocidade aos brasileiros lá em Portugal. Essa reciprocidade existe e foi renovada no dia de 22 de abril do ano 2000. O português pode votar? R: Sim. Desde que esteja no território nacional por no mínimo de 3 anos. Ele pode ser servidor público? R: Sim. Ele vota, mas ele pode ser votado? R: ele só pode ser candidato a determinados cargos. Lá em Portugal, o brasileiro só pode ser candidato nas eleições locais. Em razão da reciprocidade ele só pode ser candidato em nível municipal. Aos portugueses abrem-se 2 caminhos: ele pode se naturalizar brasileiro; ou ostentar a qualidade de quase-nacional.
OBS: se ele se naturaliza brasileiro, deixará de ser português. (Princípio da Vassalagem). A regra diz que: quem adquire uma nova nacionalidade, perde a nacionalidade de origem.
Naturalização Legais: Previsto no estatuto do estrangeiro
art. 112 do Estatuto de estrangeiro (para aqueles que não se encaixar nas hipóteses da CF)
Artigo 115 do estatuto do estrangeiro:
· Naturalização precoce.
· Naturalização em razão da colação de grau em curso superior.
2) EXTRAORDINÁRIA ou QUINZENÁRIA: Ela é válida para qualquer estrangeiro. Artigo 12 inciso II alínea b. Há dois requisitos desde que requeiram – o ato de concessão será vinculado: (a razão é a de que eles não querem aprender o idioma nacional). Para a doutrina, preenchidos esses requisitos, o estrangeiro terá direito subjetivo à naturalização. A doutrina chega a essa conclusão com a própria leitura do artigo 12 inciso II alínea b através da expressão: “desde que requeiram”.
Os requisitos são:
a) residência ininterrupta há mais de 15 anos; 
b) sem condenação penal .(com trânsito em julgado)
DIFERENÇAS ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS
A REGRA ( a CF/88 veda o tratamento diferenciado entre brasileiros natos e naturalizados. Se uma lei estabelecer tal distinção, esta será inconstitucional. Somente a CF pode estabelecer distinção entre brasileiro nato e naturalizado.
EXCEÇÃO ( artigo 12 § 2°. São cinco as exceções:
1) Exercício de cargos; (artigo 12 §3°) ( determinado cargos são privativos de brasileiros natos. Em razão de 2 motivos: - segurança nacional - linha sucessória do presidente da república.
2) Exercício de função; (artigo 89 inciso VII)
3) Propriedade; (artigo 222)
4) Extradição; (artigo 5° inciso LI)
5) Perda da condição de nacional. (artigo 12 § 4°)
AULA 03 (NACIONALIDADE – cont. – ORGANIZAÇÃO DO PODERES) 27/02/09
2° tratatamento constitucionalmente distintivo: EXERCÍCIO DE FUNÇÃO
- Conselho da República ( é um colegiado que tem a atribuição de assessorar o presidente. É formado por sete membros. Dentre os conselheiros 6 devem ser brasileiros natos. No entanto é possível que brasileiros naturalizados participem desse conselho.
3° Diferença PROPRIEDADE ( artigo 222 da CF. Lá nesse artigo a CF, ela afirmaque brasileiro naturalizado só pode ser proprietário de empresa de rádio e difusão o brasileiro nato e o naturalizado que tenha adquirido a empresa de rádio e difusão após 10 anos da sua naturalização. Isso ocorre porque o principal objetivo das empresas de radio e difusão é propalar, divulgar a cultura nacional. Por exemplo um paraguaio que vem para o Brasil e aqui fica 4 anos, adquirindo a nacionalidade brasileira. A CF veda que esse paraguaio compre a rede record de televisão. Daí ele resolve passar música paraguaia na época do carnaval. Por isso o motivo é impedir a propalação de cultura estrangeira.
4ª. Diferença (EXTRADIÇÃO) ( brasileiro nato não pode ser extraditado. Por exemplo: Fernandinho beira-mar não pode ser extraditado para a justiça americana. O brasileiro naturalizado pode ser extraditado em 2 situações. A CF no art. 5° inciso LI. As situações são:
- prática de crime comum antes da naturalização (por exemplo homicídio nos EUA, daí poderá ser extraditado para lá);
- envolvimento em tráfico ilícito de drogas a qualquer momento.
OBS: o que significa na forma da lei no final art. 5° inc. LI ( a CF precisa ser integrada por uma norma infraconstitucional, para regulamentar esse artigo. Essa lei ainda não existe. Pergunta-se, um brasileiro naturalizado que comete crime de tráfico ilícito de entorpecentes poderá em tese ser extraditado mas na prática não será pois falta essa lei ordinária e ou complementar não podendo extraditar esse brasileiro naturalizado.
Questão:
Brasileiro nato pode ser extraditado?
R: Não.
Questão:
Brasileiro naturalizado pode ser extraditado? 
R: Sim, desde que se for no caso de crime comum cometido antes da naturalização.
Expulsão/Deportação/Entrega/Extradição
1. EXPULSÃO ( prevista no estatuto do estrangeiro que é a lei 6.815/80. Só o estrangeiro pode ser expulso. Brasileiro nato ou naturalizado não poderá ser. Por que a CF veda o exílio. Quando se dá a expulsão? R: quando o estrangeiro em regra comete um crime dentro do território nacional; é preso, processado e condenado e em regra termina de cumprir a pena daí será expulso. Usou-se o termo “em regra”, por que é possível que ele seja expulso antes do cumprimento da pena. Qual seria essa possibilidade? R: desde que haja tratado entre a RFB e o país do estrangeiro. Aliás o juiz decreta a prisão para fins de expulsão que se fundamenta através de IP instaurado pela PF. Até a CF/88 era o ministro da justiça quem decretava a prisão para fins de expulsão. Hoje com a CF/88, quem decreta a prisão para fins de expulsão do estrangeiro não é o ministro da justiça mais autoridade judicial.
Questão:
A existência de filhos sob a guarda do expulsando impede a expulsão?
R: Súmula 01 do STF. Assim a existência de filhos impede a expulsão.
2. DEPORTAÇÃO ( só estrangeiro pode ser deportado. Brasileiro nato ou naturalizado não podem sofrer deportação. Na deportação o estrangeiro adentra o território nacional e descumpre regra administrativa. Na expulsão o estrangeiro cometeu crime, na deportação ele comete infração administrativa. Por exemplo: um estrangeiro que entra com visto de turista não poderá trabalhar. Esse estrangeiro será deportado. O deportado pode voltar ao território nacional desde que resolva sua situação administrativa.
3. EXTRADIÇÃO ( há duas espécies: (é um dos institutos denominado cooperação jurídica internacional – ex: interpol)
1) Extradição ATIVA ( é aquela requerida pela RFB ao estado estrangeiro. Há 2 estados estrangeiros nessa relação, um requerente e um requerido.
2) Extradição PASSIVA ( um estado estrangeiro requer à RFB a entrega de um indivíduo.
Regras referentes à EXTRADIÇÃO PASSIVA :
1) Um estrangeiro comete um crime fora do território nacional e pra cá foge. Aqui dentro do nosso território ele não cometeu nenhum crime. Se um estrangeiro comete um crime fora do território nacional, é expedido em seu favor um mandado de prisão internacional, esse mandado será expedido pelo estado do lugar em que ele cometeu o crime. Esse mandado poderá ser tanto temporária como definitiva. Esse mandado de prisão internacional é remetido a todos os estados através da interpol (organismo policial onde há representantes das agências policiais na maioria dos países). Localizando o cidadão estrangeiro no Rio de Janeiro pela PF, a PF avisará o STF para que decrete a prisão para fins de extradição. Uma vez preso esse cidadão, aplicar-se-á algumas regras, a saber:
- só será extraditado se houver tratado internacional entre os 2 estados ou ao menos a promessa de que ele será assinado;
- a RFB só extraditará se o fato que fundamenta a extradição dentro da RFB também for um fato criminoso, se for contravenção penal não ocorrerá a extradição (é o chamado Princípio da Dupla Incriminação ou Dupla Tipicidade). OBS: não precisa ser o mesmo tipo penal, mas deve haver os mesmo elementos objetivos e subjetivos do tipo
- Nós não extraditaremos se o crime de acordo com a legislação nacional já estiver prescrito.
- Nós também aplicamos na extradição o Princípio da Comutação. No Brasil não exite pena de morte, pérpetua. Se o indivíduo foi condenado a pena de morte ou perpétua lá no seu estado de origem; só haverá a extradição se a transformação da pena de morte ou pérpetua pela pena máxima de 30 anos.
OBS: a RFB só extraditará portugueses para Portugal, como Portugal só extradita brasileiros para o Brasil.
OBS2: Súmula 421 – Se o extraditando for casado com brasileira ou tiver filhos aqui, isso não será motivo ensejador da extradição.
OBS3: Nós não extraditamos em razão da prática de crime político ou de opinião (Art. 5° inc. LII) Assim um estrangeiro comete crime político lá no seu estado, e vem para o Brasil, não será concedida extradição. ATENÇÃO: é motivo a prática de crime comum com motivação política, poderá ser extraditado? R: Nesse caso, o estrangeiro será extraditado. O STF decidiu isso no caso do sequestro do empresário Washington Oliveto, porque o STF decidiu que eles haviam cometido um crime comum com motivação política lá no Chile.
4. DA ENTREGA
 
É um instituto criado pelo Estatuto de Roma ou Tratado de Roma que criou o TPI (Tribunal Penal Internacional), que foi constitucionalizado pela EC/45, incorporando ao art. 5° o § 4°. Lá no estatuto de Roma que já foi recepcionado no Brasil através de decreto, fala em entrega. Qual a diferença da entraga para a extradição? R: Na entrega nós temos de um lado um estado estrangeiro e de outro lado um organismo internacional, o TPI. Já na extradição há uma relação entre 2 estados, duas soberanias. Nacionais natos podem ser entregues ao TPI? R: O professor Francisco Rezek entende que sim, em tese. O brasileiro nato poderia ser entregue para ser julgado pelo TPI. Por que o TPI não é estado estrangeiro mas um tribunal, que só será utilizado se a jurisdição nacional falhar, trata-se do Princípio da Complementariedade. Aliás o TPI passou a existir quando nós concordamos com sua existência. Não há decisão judicial acerca da entrega de brasileiros natos.
OBS: Caso Cesare Batisti: cometeu 4 homicídios lá na Itália até 1979. Fugiu para o Brasil. Aqui no Brasil ele foi preso para fins de extradição passiva. O STF começou a julgar o processo extradicional. Ele estrangeiro contrata um advogado que contacta o CONARE (Comitê Nacional de Refugiados), esse estrangeiro requer ao CONARE que oferte a ele a condição de refugiado. O conare ostentou que esse italiano não é refugiado porque não preencheu os requisitos pra ser considerado refugiado. Ele recorre administrativamente para o ministro da justiça. Hoje se discute se na condição de refugiado poderá ser extraditado? R: O STF já decidiu no caso de um padre colombiano ligado as FARC, o conare entendeu que ele ostentava os requisitos para ser refugiado, daí o STF decidiu que ele não seria extraditado.
Questão:
Quem decide sobre a extradição? 
R: O STF. O ministro Gilmar Mendes entende que a última palavra em extradição é do STF. Há discussão.
O presidente pode decidir contrariamente à decisão do STF?
PERDA DA CONDIÇÃO DE NACIONAL
 
Só o brasileironaturalizado pode perder a condição de nacional em razão da prática de atividades nocivas ao interesse nacional. Isso significa a contrario sensu que, o brasileiro naturalizado não perderá essa condição caso não pratique a atividade nociva ao interesse nacional. O que vem a ser a atividade nociva ao interesse nacional? R: não existe no ordenamento jurídico nacional o que seria isso. Por exemplo indivíduo que obtem segredo da construção de submarinos nucleares e vende esse segredo à Bolívia. Será ofertada ação na justiça federal que terá como principal efeito a perda da nacionalidade brasileiro voltando a ser novamente estrangeiro. Esse indivíduo que era estrangeiro, praticou atividade nociva e perde a nacionalidade, ele poderá voltar a adquirir a nacionalidade brasileira? R: só será brasileiro naturalizado novamente se ele conseguir através de uma AÇÃO RESCISÓRIA sendo julgada procedente dentro dos prazos legais.
OBS: o brasileiro nato não perderá a nacionalidade pela prática nociva ao interesse nacional.
PERDA DA NACIONALIDADE
 (Art. 12 §4° da CF)
 
Todo brasileiro que voluntariamente adquire outra nacionalidade, em regra perderá a nossa. Esta regra possui 2 exceções. Quando o brasileiro adquire outra nacionalidade sem perder a nossa?
a) se adquirir outra nacionalidade e esta outra de acordo com a lei estrangeira for ORIGINÁRIA; Caso da mulher do presidente Lula que adquiriu a nacionalidade italiana (brasileira originária e italiana originária) – conflito positivo de nacionalidade – é a chamada polipatria ou dupla nacionalidade – dupla cidadania. Por que ela não perdeu a nacionalidade brasileira? R: Por que essa outra que foi adquirida foi originária. Cuidado: jogadores de futebol. O caso do jogador Roberto Carlos. Quem vai decidir se a nacionalidade é originária ou não é a legislação estrangeira. O caso do filho do Ronaldo, Ronald, quando nasceu era um heimatlos (apátrida) – conflito negativo de nacionalidade.
b) Se a aquisição da nacionalidade estrangeira decorrer de imposição de estado estrangeiro, para exercício de direitos civis.
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
Elementos constitutivos ou estruturais do Estado:
- Poder
- Povo
- Território
- Objetivos
Poder ( primeira acepção (todo poder emana do povo); essa soberania popular é una, indivisível que se manifesta através de órgãos (judiciário, legislativo, executivo) que será a segunda acepção do termo poder que é a função.
Por volta de 340 a.c., Aristóteles em um livro denominado Politika, ele disse mais ou menos o seguinte: aquele ser dentro de uma sociedade ao exercer o poder ele se manifesta basicamente exercendo três atribuições:
- Ele cria uma norma geral;
- Ele aplica essa norma geral aos casos concretos;
- Ele resolve os conflitos de interesses surgidos da aplicação da norma geral.
Deve-se atentar para os seguintes fatos. Historicamente a antiguidade clássica vai até 476 DC. Após essa data houve a queda do império romano no ocidente, em razão das invasões dos bárbaros, houve uma divisão de poder. Ocorreu o que se denomina a ruralização da sociedade. Com essa ruralização, houve a manifestação de vários centros que exerciam poder. Exemplo disso são os senhores feudais, reis, corporações de ofício, igrejas, príncipes etc. 
A idade média vai de 476 DC até 1513 +ou- 1000 anos. Por volta de 1500, estes vários centros que manifestavam poder se unificaram em um só ser. Esse ser passou a exercer poder. É o nascimento do estado-nação na europa. Essa unificação se deu em razão do comércio, da existência de um exército único. Por que as moedas não eram únicas, etc. Nesse momento nasce o estado absoluto. É o primeiro momento que se denomina de estado moderno. O estado moderno nasce a partir de 1500 com as grandes navegações. Desde então, um só ser passou a exercer aquelas três atribuições já identificadas por Aristóteles. Em 1513, Maquiavel escreve uma carta pedindo emprego que mais tarde vira o livro: O Princípe. Em 1690, John Locke, considerado o segundo tratado do governo civil, ele corrobora a tese de aristóteles. Na data de 1748, Montesquieu, escreveu um livro chamado: O espírito das Leis, ele dizia que tudo estaria perdido se no mesmo homem ou no mesmo colégio de homens desempenharem essas mesmas atribuições, ele na verdade estava combatendo o estado absolutista. Montesquieu foi além de Locke e Aristóteles. Pois ele percebeu e criou o que se denomina a divisão orgânica. Com a revolução francesa, esses ideais de Montesquieu fundamenta o que se denomina estado de direito. Estávamos num estado absoluto e passamos ao estado de direito. O estado de direito tem por base 2 fundamentos: a divisão orgânica de Montesquieu, e direitos e garantias fundamentais do cidadão frente daquele que exerce o poder. São os chamados direitos de 1° grau. A faceta econômica do estado absoluto é o mercantilismo, já a faceta econômica do estado de direito é o liberalismo.
Tecnicamente o que Montesquieu escreveu foi a divisão orgânica. 
Todas as nossas constituições, menos a CF de 1824 adotaram a divisão orgânica de montesquieu. A CF de 1824 adotou a teoria do poder moderador ou 4° poder. Que foi um livro escrito em 1810 por um francês chamado Benjamin Constant.
Esta divisão orgânica está no artigo 2° da lei fundamental.
Hoje o artigo 2° da lei fundamental deve ser entendido de acordo com a realidade que vivemos. Deve-se fazer a compreensão constitucionalmente adequada da divisão orgânica de montesquieu. Isso significa que se deve entender a CF de acordo com a realidade de 2009. Ou seja a teoria de montesquieu sendo adaptada a nossa realidade.
ATRIBUIÇÕES TÍPICAS E ATÍPICAS DOS 3 ÓRGÃOS QUE EXERCEM PARCELAS DO PODER
Quais são esses órgãos?
- Executivo
- Legislativo
- Judiciário
O que faz o órgão legislativo?
R: o legislativo possui 2 atribuições que são típicas, primárias ou básicas. A primeira é que o legislativo INOVA A ORDEM JURÍDICA, criando aquilo que nós conhecemos genericamente como lei, artigo 59 da CF. Esta não é a única função do legislativo. O legislativo também desempenha uma segunda função típica que é a FISCALIZAÇÃO. Essa fiscalização se dá de 2 maneiras: FISCALIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA ( é desempenhada pelas comissões (art. 58 da CF). E a segunda espécie é a FISCALIZAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA ( desempenhada pelo legislativo auxiliado pelo tribunal de contas (arts. 70 a 75). Ao lado dessas funções típicas, o legislativo também desempenha outras de forma atípica, secundária, não-básica, são duas a saber: ADMINISTRAR SEUS ASSUNTOS INTERNOS (arts. 51 e 52 da CF): por exemplo quem promove o concurso para analista da câmara dos deputados é a própria câmara dos deputados. Ao lado dessa primeira função atípica, o legislativo JULGA. Quando ele julga? R: art. 52 §único da CF.
Se for estudar a história dos parlamentos europeus, se notará que eles surgiram com a atribuição de fiscalizar aquele que exercia o poder. Portanto, historicamente, eles nasceram para fiscalizar. Os parlamentos só passaram a inovar a ordem jurídica após a revolução francesa.
O que o executivo faz?
R: O executivo aplica a lei ao caso concreto, administrando a coisa pública. Por exemplo o delegado de polícia aplica a lei ao caso concreto através do IP. Quais são as outras 2 atribuições desempenha de forma atípica ou secundária? O executivo LEGISLA. A medida provisória é exemplo do executivo inovar a ordem jurídica. Qual a diferença entre medida provisória e lei delegada? R: medida provisória é exemplo de função atípica, já a lei delegada é exceção ao princípio da indelegabilidade. Outro exemplo do poder executivo inovar a ordem jurídica são os decretos. O executivo JULGA. Exemplo disso são os processos licitatórios, processo administrativo disciplinar, exemplo concurso público indeferido que será julgado pelo executivo.
O que faz o judiciário?
R: O judiciário tipicamente vai aplicar a lei ao caso concreto substituindo a vontade das partes. Resolve o conflito com a força definitiva. Hoje isso é muito ao poder judiciário como função primária ou típica. O judiciário possuioutras que também são típicas ou primária, a saber: DEFESA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS, RESOLVE O CONFLITO ENTRE OS PODERES EXECUTIVO E LEGISLATIVO, CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. Há também as atribuições atípicas ou secundárias: 1) poder judiciário administra seus assuntos internos (a doutrina denomina de auto-governo dos tribunais) ex: o poder judiciário elege seus órgãos diretivos próprios. O poder judiciário regulamenta seus assuntos internos. Ao lado dessa função secundária, o poder judiciário “LEGISLA”. Ex: regimento interno dos tribunais, súmula vinculante.
OBS: precipuamente (primariamente) algumas atribuições são ofertadas ao executivo, legislativo e judiciário. A classificação em funções típica e atípicas tem como objetivo a independência, ausência de subordinação entre os poderes. Essa independência não é totalmente absoluta, há vasos comunicantes entre eles.
LEGISLATIVO (art. 44 da CF)
 
O legislativo da União é exercido pelo congresso nacional. Ele é bicameral. Isso significa dizer que há 2 casas que exercem o legislativo da União. Existe a câmara dos deputados onde estão os representantes do povo. E o senado federal onde estão os representantes dos estados-membros e do DF.
O nosso bicameralismo é do tipo federativo de equilíbrio ou equivalência. Isso significa dizer que nosso bicameralismo é consequência da forma de estado adotada pela nossa CF, que é a federação. Uma das características da federação é a participação dos estados-membros na formulação da lei. Por isso os senadores são representantes dos estados-membros. Ele é de equilíbrio porque ambas as casas têm a mesma equivalência.
OBS: Na Inglaterra existe o bicameralismo aristrocrático. Por que há a casa dos comuns e a dos lordes. Nesse país não existe um equilíbrio. Em outros momentos a câmara alta é mais importante e noutro momento a câmara baixa é mais importante.
FORMAS DE MANIFESTAÇÃO DO LEGISLATIVO DA UNIÃO
1ª.) Só a câmara dos deputados ( artigo 51 da CF. (resolução)
2ª.) Só o senado federal ( artigo 52 da CF. (resolução)
3ª.) Congresso Nacional ( artigo 49 da CF (sem a participação do chefe do executivo) através de um decreto legislativo.
4ª.) Câmara depois senado:
4.1) Senado depois câmara:
Lei ordinária ou lei complementar com a participação do chefe do executivo 
5ª.) Poder Legislativo investido do Poder Constituinte Derivado Reformador ( se manifesta através de emenda constitucional (art. 60 CF) SEM A PARTICIPAÇÃO DO CHEFE DO EXECUTIVO.
O que é Legislatura? R: é o lapso temporal de 4 anos que corresponde ao mandato do deputado federal – art. 44 § único da CF. Uma legislatura se divide em 4 sessões legislativas. A CF fala em sessão legislativa no artigo 57. Este artigo 57 foi alterado em 2006. Uma sessão legislativa começa em 02 de fevereiro indo até 17 de julho (1° período – art. 58 § 4° CF). Há recesso parlamentar. Depois se inicia em 01 de agosto terminando até 22 de dezembro (2° período legislativo – art. 58 § 4° CF). 
AULA 04 (ORGANIZAÇÃO DOS PODERES / PROCESSO LEGISLATIVO) 03/03/09
TEORIA DAS MAIORIAS
 
Os colegiados eles se manifestam através de maioria de votos. A maioria em uma democracia vence, respeitando o direito das minorias. Portanto, em colegiado a maioria se concretiza em minoria de votos. No Brasil há 513 deputados com uma população de 200 milhões. Há 81 senadores.
Ex: 100 parlamentares.
Maioria absoluta de votos. Ela é fixa. É o primeiro número inteiro acima da metade dos membros da casa legislativa. Na casa com 100 membros a maioria absoluta será de 51 membros.
1.1. Teoria das Maiorias.
2ª Espécie de Maioria:
Maioria Absoluta: Os colegiados se manifestam na maioria de votos. Nós temos no Brasil hoje 513 deputados federais. Temos 81 senadores. A maioria absoluta de votos ela é sempre fixa não se altera, é o primeiro número inteiro acima da metade dos membros da casa legislativa, em uma casa hipotética de 100 membros a maioria absoluta, é de 51 membros. Maioria absoluta de votos em uma democracia sempre vence, devendo respeitar os direitos da minoria. Nesta casa de 100 membros, vamos dizer que tem apenas 50 membros, não há quorum para votação, devendo ser transferida a votação. (art. 47, CF).
2ª Espécie de Maioria:
Maioria relativa: é variável ela depende do número de parlamentares naquela sessão. A maioria relativa pode ser definida como qualquer maioria desde que se faça presente ao menos a maioria absoluta de votos. Ela é a regra, toda deliberação legislativa deve ser tomada em regra pela maioria simples de votos (art. 47, parte final – essa maioria é a simples, desde que se faça presente à maioria absoluta de votos). 
3ª Espécie de Maioria:
Maioria Qualificada: ela se expressa através de uma fração. Ex; 2/3 dos votos (art. 52, § único), 3/5 dos votos (art. 60, CF) em regra é uma maioria mais difícil de ser alcançada, por isso é qualificada.
1. DEPUTADOS FEDERAIS
Temos 513 deputados federais, estes são representantes do povo (art. 45, CF). São escolhidos tendo em conta a população daquela unidade federada. 
Povo: são os brasileiros natos e naturalizados, os estrangeiros não fazem parte do povo.
· Nenhum estado pode ter menos de 08 deputados federais e mais de 70.
· O número dos deputados federais repercute no número dos deputados estaduais. Um Estado que tenha 08 deputados federais, você pega 8x3 igual a 24 deputados estaduais, sempre multiplica por 03 até o limite de 12. Art. 27, CF. se o estado tem 12 deputados federais, multiplica por 03 teremos 36 deputados estaduais, depois de 12 não multiplica, soma ex; tem 12 deputados federais multiplica por 3 igual a 36 deputados estaduais + 1 igual 37 deputados estaduais. Acima de 12 é somado. 
· Cada deputado federal exerce um mandato de 04 anos, a cada 04 anos temos eleições para eleição ou reeleição.
2. SENADORES
São representantes dos Estados-membros e do DF, estes na federação são iguais apesar das diferenças econômica, territoriais. Cada Estado-membro tem direito a 03 senadores não interessa a capacidade econômica, assim temos um total 81 senadores.
· Cada senador exerce mandato de 08 anos. São duas legislaturas. A renovação do senado se faz de forma alternada, em uma eleição temos 27 novos senadores (1/3) e depois de 04 anos 2/3. Se tivermos territórios estes não terão senadores, terão deputados federais (04 por territórios).
· Cada senador é eleito com 02 suplentes. No momento do registro candidatura, o candidato deve registrar-se, bem como o seu suplemente.
3. SISTEMAS ELEITORAIS
Nós vivemos em uma democracia representativa. Sistemas eleitorais são regras que definem como os representantes serão eleitos e quais são os eleitos.
Na nossa CF temos dois sistemas eleitorais.
I. 1ª Sistema Eleitoral majoritário: valoriza-se o candidato registrado por partido político. Cada partido político só pode lançar um candidato por cargo em disputa.
II. 2ª Sistema Eleitoral Proporcional: valoriza-se o partido político, não o candidato que está disputando a eleição. Cada partido político pode lançar mais de um candidato por cargo em disputa.
· O sistema majoritário no Brasil é adotado nas seguintes eleições:
a) Presidentes;
b) Governadores;
c) Prefeitos;
d) Senadores.
· O sistema majoritário se divide em dois:
a) Absoluto ou com segundo turno de votação.
b) Proporcional sem segundo turno.
· Eleição para Presidente, Governadores e Prefeitos de Município com mais de 200 mil eleitores (não são habitantes). Adota o sistema majoritário absoluto ou com segundo turno de votação. A CF exige que o candidato eleito alcance no mínimo a maioria absoluta dos votos válidos.
· Majoritário do tipo simples Prefeitos com municípios com menos de 200 mil eleitores.
· O Sistema proporcional é adotado nas seguintes eleições:
a) Deputados federais:
b) Deputados estaduais; e
c) Vereadores.
· Neste sistema valoriza o partido político e não o candidato, no sistema eleitoral proporcional nem sempre o mais votado será eleito, daí o partido político procuram lançar puxadores de votos.
· É possível o cidadão votar no candidato e automaticamenteestá votando no partido, no entanto é possível votar só no partido político, quando você não tem um candidato definido é o chamado voto de legenda.
· Votos Válidos: são aqueles ofertados subtraindo os brancos e os nulos, assim estes não entram na contagem de votos válidos (art. 77, §2º, CF).
4. ETAPAS OU FASES PARA DEFINIÇÃO DOS ELEITOS NO SISTEMA ELEITORAL PROPORCIONAL.
Não estão na CF, estão no Código Eleitoral. 
I. 1ª fase: temos que encontrar o número de votos válidos.
II. 2ª fase: cociente eleitoral – eu divido o número de votos válidos pelo número de cadeiras em disputa naquela eleição.
III. 3ª fase: cociente partidário – eu divido o número de votos válidos ofertados ao partido político pelo cociente eleitoral.
IV. 4ª fase: os eleitos de cada partido.
V. 5ª fase: técnica de divisão das sobras.
5. MESAS.
Mesa é o órgão de direção de um colegiado, a mesa é encarregada da direção administrativa daquela casa.
Nós temos no legislativo da União três mesas.
I. Mesa da Câmara dos Deputados, composta só por deputados federais;
II. Mesa do Senado, composta só por senadores;
III. Mesa do Congresso Nacional, composta por senadores e deputados federais.
Cada mesa possui:
I. Presidente;
II. Primeiro vice-presidente;
III. Segundo vice-presidente
IV. 1ª, 2ª, 3ª secretários
· O presidente do senado automaticamente é presidente do congresso Nacional (hoje José Sarney).
· Os demais cargos da mesa do congresso são exercidos por deputados federais e senadores que ocupam esses cargos na mesa da câmara dos deputados e do senado. 
· O segundo vice-presidente é aquele senador que exerce o cargo de vice-presidente do senado federal.
· Presidente da Câmara dos Deputados (hoje Michel Temer) ele não tem nenhum cargo na mesa do senado.
· Todos que exercem cargo nas mesas, exercem mandato de 02 anos, vedado a reeleição para o mesmo cargo na eleição seguinte (art. 57, §4º, CF). Esta vedação não se aplica às constituições estaduais
· Presidente da Câmara e presidente do Senado nesta ordem estão na linha sucessória do presidente da república, eles fazem a pauta dos projetos que serão votados.
· A CF deu importâncias às mesas da Câmara e do Senado, pois estas mesas têm legitimidade para ajuízar ADIN. Mesa do Congresso não tem essa legitimidade. Também a EC será promulgada pela mesa da câmara e do senado federal. (art. 60,§3º, CF).
1. PROCESSO LEGISLATIVO CONSTITUCIONAL.
Devido processo legislativo constitucional. O art. 59, CF decorre do art. 5º, II, CF – princípio da legalidade/liberdade de ação significa que tudo é permitido, desde que não seja proibido, para o servidor público, aplica-se o art. 37, CF, que só pode fazer o está escrito na lei. Só a lei pode proibir que eu desempenhe determinada ação. A CF, portanto exige lei criada em obediência ao devido processo legislativo constitucional, ou seja, não pode ser qualquer lei.
Se a lei não for criada de acordo com o devido processo legislativo constitucional, esta lei será viciada, inconstitucional.
Devido Processo Legislativo Constitucional: é um conjunto de fases, etapas previstas na CF que devem ser seguidas, obedecidas, por ocasião da criação da lei, sob pena de inconstitucionalidade.
2. ESPÉCIES DE PROCESSOS LEGISLATIVOS.
I. Processo legislativo ordinário ou comum: é a regra é aquele que deve ser seguido pelos projetos de lei ordinária e lei complementar.
II. Processo legislativo sumário: é curto/reduzido, é aquele que o chefe do poder executivo solicita urgência nos projetos de lei de sua iniciativa.
III. Processo legislativo especial: é aquele que é diferente não segue a regra ordinária. Existem vários processos legislativos especiais
2.1. Fases do Processo legislativo ordinário ou comum.
I. Iniciativa: encontra na doutrina como disposição/proposição/capacidade legislativa/competência legiferante, significa responder uma pergunta quem pode apresentar projeto de lei? Art. 61, CF. Todo projeto de lei em regra começa sua tramitação na Câmara dos deputados (é a casa iniciadora). O senado em regra é a casa revisora. Exceção em que o senado passa a ser a casa iniciadora e a câmara é a casa revisora - projeto de lei apresentado por senador; projeto de lei apresentado por comissão do senado.
 Temos três espécies de iniciativa:
a) Iniciativa privativa /reservada: a CF determina que apenas um legitimado, pode apresentar projeto de lei a respeito de determinados temas ex; art. 61, §1º, CF e art. 93, CF. Se essa iniciativa for desrespeitada a lei será inconstitucional.
b) Iniciativa comum: a CF não reserva a nenhum dos legitimados a iniciativa sobre o tem, a legitimidade é comum/geral.
c) Iniciativa popular: art. 61, §2º, CF. A CF permite que o povo apresente proposta de lei, aqui o cidadão está exercendo a democracia participativa ou direta que existe na República Federativa do Brasil. 
II. Debate ou discussão: a essência do parlamento é o debate, este debate ocorre nas duas casas legislativas nos momentos apropriados, estão divididos em três momentos:
a) O projeto é debatido na CCJ (comissão de constituição e justiça) todo projeto de lei obrigatoriamente deve ser analisado, debatido pela CCJ, ela analisa a compatibilidade do projeto de lei, a CCJ faz o controle preventivo de constitucionalidade. O parecer da CCJ é terminativo, se entender que o projeto é inconstitucional ele será arquivado.
b) Na Comissão Temática ou Material: o projeto é aprimorado.
c) No Plenário da Casa Legislativa: o projeto vai ser debatido pelo todo, pelas duas casas.
III. Votação ou aprovação: se for um projeto de lei ordinária a CF exige a maioria simples (art. 47, CF). Se for um projeto de LC a CF exige a maioria absoluta (art. 69, CF).
IV. Sanção ou veto: o presidente participa do projeto legislativo sancionando ou vetando como mecanismo do controle executivo em relação ao legislativo. Sanção é a concordância/aquiescência do chefe do executivo com os termos do projeto. Veto é contrariedade do chefe do executivo com os termos do projeto.
· Sanção: prazo do presidente para sancionar o projeto até 15 dias úteis. Existem duas espécies de sanções:
a) Sanção expressa: é aquela editada/exarada num prazo de 15 dias úteis.
b) Sanção tácita: é o silencio do presidente nos 15 dias úteis, importa em aprovação tácita.
· Regras do Veto: não existe veto tácito todo veto deve ser expresso. Não existe veto absoluto todo veto é relativo, isto quer dizer que o presidente não tem a última palavra, pois pode ser afastado o veto pelo Congresso Nacional. Existem duas espécies de veto:
a) Veto quanto ao conteúdo que pode ser: 
- conteúdo jurídico: é aquele em que o chefe do executivo entende que o projeto é inconstitucional, assim o chefe edita/exara o veto jurídico. Controle preventivo de constitucionalidade. 
- conteúdo político: o projeto é constitucional, mas não é oportuno, conveniente naquele momento, falta interesse político para o projeto (art. 66, §1º, CF). 
b) Veto quanto à extensão que pode ser:
- veto total: a contrariedade do chefe do executivo se revela em relação a todo projeto.
- veto parcial: a contrariedade do chefe do executivo se revela a parte do projeto. O presidente só pode vetar parcialmente o artigo inteiro, ou parágrafo inteiro ou inciso inteiro ou alínea inteira, ele não pode vetar palavras, expressões (art. 66, §2º, CF).
* Porque existe o veto parcial? Para evitar o chamado contrabando legislativo “rabos da lei” “caldas legais”.
V. Promulgação;
VI. Publicação.
· Para o Professor José Afonso da Silva as fases são:
I. Iniciativa;
II. Constitutiva, esta divide em duas: constitutiva por deliberação legislativa e constitutiva por deliberação executiva; 
III. Complementar.
AULA 05 (PROCESSO LEGISLATIVO – continuação -) 06/03/09
Contrabando legislativo (Ex: existe um projeto de lei com 100 artigos, cujo objetivo é o cultivo das sojas no semi-árido, dai vem um deputado e introduz um artigo nesse projeto de lei dando benefícios aos peritos da polícia federal, fugindo completamente de seu objeto. Assim,contrabando legislativo é a introdução em um projeto de lei de um artigo que nada tem a ver com o projeto legal. Se não fosse o veto parcial o presidente teria que vetar todo o projeto de lei. No caso em tela ele vetaria só o artigo relacionado aos peritos.
O presidente não pode vetar palavras ou expressões. Ele deverá vetar ou o artigo inteiro ou o parágrafo inteiro ou o inciso inteiro. O STF em controle de constitucionalidade pode reconhecer em uma lei que uma palavra deste artigo é inconstitucional. Ex: EAOB a palavra desacato foi reconhecida inconstitucional em um dos artigos. Quando o STF faz isso, ele está se valendo do princípio da parcelaridade (é o poder do STF de reconhecer inclusive a inconstitucionalidade de uma única palavra).
O veto não é absoluto, mas relativo ( significa dizer que o veto ele pode ser afastado, derrubado pelo congresso nacional. Apenas a título de comparação, a nossa CF de 1824 dizia que o veto era absoluto e o veto não poderia ser afastado pelo parlamento, mas hoje o veto é relativo.
Como se afasta, derruba o veto? R: Quem derruba o veto não é a câmara nem o senado mas o CONGRESSO NACIONAL em sessão conjunta por maioria absoluta pode afastar, derrubar o veto. Qual a diferença entre sessão conjunta e sessão unicameral do congresso nacional? R: São 513 deputados federais e 81 senadores. Quando se fala em sessão conjunta a sessão se dá no mesmo instante. No entanto a votação é por casa (câmara dos deputados e senado federal). É a maioria absoluta de 513 mais a maioria absoluta dos 81 senadores. Diferentemente do que ocorre na sessão unicameral, sessão unicameral é a reunião no mesmo instante e a votação se faz em uma única casa. Quando se fala em reunião unicameral, não se faz referência a maioria absoluta de 513 nem 81, MAS A MAIORIA ABSOLUTA DE 594 (513+81).
 
O congresso tem o prazo de até 30 dias para se manifestar a respeito da derrubada do veto. Se em até 30 dias o congresso não se manifestar, a consequência será o trancamento da pauta (paralisação de todas as deliberações – menos de medida provisória – o prazo da medida provisória não pode ser interrompido) até que o congresso se manifeste sobre a derrubada ou não do veto.
 
Se o congresso derrubou o veto, significa que o congresso não concordou com veto do presidente. O congresso remeterá o projeto para que o presidente promulgue a lei, porque na promulgação já se trata de lei. O presidente terá o prazo de até 48 horas para essa promulgação. Se ele não promulgar a lei em até 48 horas, o presidente do senado deve promulgar a lei. Se o presidente do senado não promulgá-la será o vice-presidente do senado em até 48 horas. 
FASES DO PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO OU COMUM
- 1) INICIATIVA
- 2) DEBATE OU DISCUSSÃO
- 3) APROVAÇÃO
- 4) SANÇÃO OU VETO
- 5) PROMULGAÇÃO
5ª. FASE PROMULGAÇÃO ( é o ato que atesta a existência da lei. O que se promulga é lei e não mais o projeto. Com a promulgação o presidente diz assim: “a ordem jurídica restou inovada” – esse é o sentido da promulgação.
6ª. FASE PUBLICAÇÃO ( é o ato que marca a obrigatoriedade da lei. Respeitado o vacatio legis. A partir da publicação ninguém pode alegar desconhecimento da lei.
PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO
Sumário ( significa reduzido, acanhado, curto.
O projeto é demorado em razão do processo legislativo. A CF dá a possibilidade de uma tramitação mais célere. É aquele em que o chefe do executivo, nos projetos de lei de sua iniciativa solicita urgência.
O processo legislativo sumário não é obrigatório. O presidente PODE solicitar urgência.
O presidente só pode solicitar urgência nos projetos de lei de sua iniciativa. Ele não pode solicitar urgência de iniciativa de terceiros.
Se o presidente apresenta um projeto de lei e solicita urgência, onde ele começa a tramitar? R: Na câmara dos deputados que terá em até 45 dias para se manifestar no projeto de lei de inciativa do chefe do executivo se ele solicitar urgência.
( Se a câmara em até 45 dias não se manifestar, deliberar, a consequência jurídica será o trancamento da pauta da câmara dos deputados, MENOS MEDIDA PROVISÓRIA.
( A câmara aprovando o projeto, esse projeto vai para o senado que terá até 45 dias para se manifestar. Se o senado não deliberar; consequência será o trancamento da pauta do senado com a mesma exceção. Em até 90 dias o congresso deverá se manifestar sobre o projeto de lei.
( Se o senado alterar, emendar o projeto de lei, tal parte alterada, emendada voltará pra a câmara com o prazo de 10 dias. Soma-se aos 90 dias, totalizando 100 dias.
PROCESSO LEGISLATIVO ESPECIAL
 
Na realidade não existe apenas um processo legislativo especial, mas há vários. Há 1 para cada espécie normativa prevista no artigo 59 da CF, que não seja lei ordinária, que não seja lei complementar.
( Artigo 59 da CF há as modalidades legislativas, ou espécies normativas. Só existem estas.
As regras sobre processo legislativo são de reprodução obrigatória em sede estadual. A constituição estadual não pode estabelecer de forma diferente. Se ela estabelecer de forma diversa, ela será inconstitucional. Qual o quórum necessário para a aprovação de uma lei ordinária? R: por maioria simples. Se uma constituição estadual estabelecer esse quorum como sendo de maioria absoluta essa constituição estadual será inconstitucional.
( A proposta de emenda à constituição segue o processo legislativo especial da emenda. Por fugir à regra. Qual é a regra? R: Processo legislativo ordinário ou comum.
( Se for lei ordinária ou complementar o processo legislativo será ordinário ou comum. Os demais previstos no artigo 59 serão processo legislativo especial.
PROCESSO LEGISLATIVO ESPECIAL DE ELABORAÇÃO DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO
( As fases, etapas são diferentes.
 
O poder constituinte originário é aquele que cria uma constituição e por consequência dá nascimento a um estado. Ele, o poder constituinte originário cria a realidade jurídica chamada estado. O nosso estado tem um nome: RFB, que não tem nada a ver com o nome de nosso país que é Brasil. A cada constituição nós temos um novo estado. Pela constituição de 1824 nós tinhamos um estado juridicamente falando diverso do atual. Hoje nós temos um estado criado em 1988. O poder constituinte originário é ILIMITADO juridicamente. Significa dizer que no momento em que ele inicia seus trabalhos, em tese, ele pode tudo. Em 1 de fevereiro de 1987 iniciaram-se os trabalhos da nossa CF. Terminou-se em 05 de outubro de 1988. Nesse período o poder constituinte estava livre das amarras jurídicas. Não há limites jurídicos, mas há os sociais, contextuais. Em tese, poderia até estabelecer a escravidão. Mas pelo contexto social não seria possível. O poder constituinte originário é sabedor que a constituição dever ser eterna, mas não deve ser imodificável. A realidade social muda, a constituição deve espelhar essas mudanças sociais. Por exemplo a constituição americana é de 1787. Em 1787 havía escravos nos EUA. Por volta de 1864 houve a libertação dos escravos nos EUA. Até 1950, muitos estados dos EUA não permitia casamentos interraciais. Até por volta de 1960 o negro não votava nos EUA. No ano de 2009 um negro é presidente dos EUA. Prova viva que a constituição é mutável. Os princípios fazem com que a constituição respire. A mesma constituição era constitucional à escravidão e depois passou a ser inconstitucional sobre a mesma escravidão.
 
O poder constituinte originário cria três poderes constituídos. Que na realidade, tecnicamente é melhor falar òrgãos constituídos. Quais são eles? R: legislativo, executivo e judiciário. O poder constituinte originário outorga, delega a força de alterar a constituição, pelo fato de ele, poder constituinte originário, ser sabedor que a constituição não será imodificável. O nome dessa força que altera a constitução é : PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR. 
Questão:
O poder constituinte constituinte derivado reformar é limitado ou ilimitado juridicamente?
R: ele é LIMITADO juridicamente.
Questão:
Quais são esses LIMITES?
R: 1° limite ( LIMITE PROCEDIMENTAL OUFORMAL: 
2° limite ( LIMITE CIRCUNSTANCIAL
3° limite ( LIMITE MATERIAL
4° limite ( LIMITE TEMPORAL
1° LIMITE AO PODER CONSTITUINTE DERIVADO OU REFORMADOR:
PROCEDIMENTAL OU FORMAL ( nada mais significa do que o processo legislativo especial de elaboração da emenda.
 
Isso significa que é a nossa constituição do tipo rígida. Por que o processo legislativo de elaboração da emenda é mais trabalhoso, burocrático, especial.
 
Primeira fase ( iniciativa. Quem pode apresentar proposta de emenda? A constituição exige que no mínimo 1/3 dos deputados federais ou 1/3 dos senadores. Ou seja no mínimo 171 deputados federais devem subscrever a PEC. Ou 27 senadores pode oferecer a PEC. O presidente da república, segundo legitimado, pode apresentar proposta de emenda à constituição. O vice presidente não pode. Mas se o presidente viajou para fora do país, o vice poderá, porque nesse caso ele é o presidente.
Se 1/3 dos deputados apresenta: começa na câmara
Se 1/3 dos senadores: começa no senado.
Se o presidente oferece: começa na câmara.
 
Terceiro legitimado para oferecer a PEC são mais da metade das assembléias legislativas. A CF não diz onde inicia a tramitação da PEC. Mas o regimento interno do senado diz que tramitará no senado federal.
Questão:
O povo pode apresentar proposta de emenda à constituição? Existe proposta de emenda de iniciativa popular?
R: Há duas posições. Primeira posição (José Afonso da Silva) diz que é possível uma PEC de iniciativa popular (interpretação conjunta do artigo 1° §único combinado com o artigo 61 §2° e 60 todos da CF). Aliás o STF já entendeu que algumas constituições estaduais, que estabelece a proposta de emenda àquela constituição estadual não são inconstitucionais. Uma segunda posição diz não ser possível, uma vez que a própria constituição diz expressamente quem são os legitimados.
 
2ª. Fase ( DEBATE ou DISCUSSÃO. Ela vai ser debatida por uma comissão especial. Será analisada a constitucionalidade da proposta de emenda à constituição.
 
3ª. Fase ( VOTAÇÃO ou APROVAÇÃO. A proposta de emenda deve ser debatida e votada em 2 turnos na câmara e debatida e votada em 2 turnos no senado. Em cada turno necessário se faz que seja alcançada a maioria qualificada de 3/5 dos votos.
Comparação: casa hipótetica de 100 membros. 49 membros estejam presentes não é possível a deliberação. Se for uma proposta de lei ordinária, estando os 100 presentes? R: 51 devem estar presentes (a maioria absoluta). Se for proposta de emenda a constituição esse número será 60 ou seja 3/5. Tudo para revelar que a nossa constituição é do tipo rígida.
OBS ( NÃO EXISTE SANÇÃO OU VETO DE PROPOSTA DE EMENDA. 
OBS2 ( O PRESIDENTE NÃO PROMULGA EMENDA. QUEM PROMULGA EMENDA SÃO AS MESAS DA CÂMARA E DO SENADO. (artigo 60 §2° e 3°).
Se uma proposta de emenda for rejeitada, arquivada em uma sessão legislativa, ela só poderá ser novamente apresentada numa outra sessão legislativa. Art. 60 §5° CF
 
Projeto de lei ordinário/complementar for rejeitado, arquivado em um sessão legislativa. É possível manifestar sobre esse projeto na mesma sessão legislativa? R: Sim é possível – artigo 67 da CF – desde que haja concordância da maioria absoluta de qualquer das casas.
 2° LIMITE AO PODER CONSTITUINTE DERIVADO OU REFORMADOR:
LIMITE CIRCUNSTANCIAL ( a CF é o documento mais imporante que nós temos. Pois ela estabelece os limites para atuação daquele que exerce poder. Ex: pode prender só se for em flagrante, pode prender só se for preventivamente, etc... Por ser o documento mais importante que nós temos, a CF só pode ser alterada nos momentos em que houver paz social. Assim em determinadas circunstâncias, situações, que são denominadas de síncopes constitucionais, a lei fundamental não pode ser tocada. Ela só pode ser modificada nos instantes de tranquilidade, ordem. Quais são essas circunstância que obstam essa modificação?
R: - estado de sítio
- estado de defesa
- intervenção federal
Ocorrendo uma dessas situações a CF não poderá ser modificada. Também chamada de comoção interna. (Art. 60 §1° da CF). 
3° LIMITE AO PODER CONSTITUINTE DERIVADO OU REFORMADOR:
LIMITE MATERIAL ( é o núcleo eterno da nossa constituição. São as chamadas cláusulas de pedra. Nesses temas, ela é super rígida. Não pode ser tocada. São imprescindíveis para que nós tenhamos uma organização social. A doutrina identifica a existência de duas espécies de limites materiais.
- Limites materias expressos ( são aqueles previstos no artigo 60 §4°. Atenção sistema de governo, o presidencialista não é cláusula pétrea. O Sistema de governo qual seja a república não é cláusula pétrea. O que é cláusula pétrea é a forma federativa.
Voto direito ( é também cláusula pétrea. É aquele que não existe intermediários entre o titular do poder, o povo, e aquele que exerce o poder. EXCEÇÃO ( voto indireto (art. 80 da CF).
Voto secreto ( garantia de liberdade, de independência daquele que vai votar. O voto é inclusive para quem vota. Dentro da sessão não se pode contar em que votou.
Voto universal ( não é qualidade do voto, mas do sufrágio. Não é possível o estabelecimento de distinções econômicas, ou intelectuais, pessoais.
Voto periódico ( significa uma das características da república. Diferentemente da monarquia, por isso mandato de 4 anos.
Separação dos poderes ( evitando-se a hipertrofia de um dos poderes.
Esses limites materiais expressos podem ser majorados? R: Duas posições. A primeira posição diz que sim, o que não se pode é diminuí-los em razão do princípio do não retrocesso. Uma segunda posição diz que não se pode aumentá-lo nem diminuí-lo. Por exemplo a sociedade de 1787 não pode limitar uma sociedade futura.
Além desses limites materiais expressos há também os LIMITES MATERIAS IMPLÍCITOS, decorrem do sistema constitucional.
A doutrina identifica 3 limites materiais implícitos que decorreriam desse sistema constitucional:
1) Se ler toda a constituição não se vai encontrar nenhum artigo que proíbe a revogação do artigo 60.
2) Não é possível a modificação do titular do poder constituinte derivado reformador. Quem é titular desse poder constituinte? R: isso não seria possível, por que existe um limite material implícito
3) A modificação da titulariedade do poder constituinte originário. Quem é titular do poder constituinte originário? R: o povo.
É possível a apresentação de uma prospota de emenda para facilitar a aprovação de uma proposta de emenda? R: Não é possível. Por que nossa constituição é do tipo rígida.
Seria possível apresentar uma proposta de emenda que dificultasse ainda mais a modificação da constituição por emenda.
4° LIMITE AO PODER CONSTITUINTE DERIVADO OU REFORMADOR:
LIMITE TEMPORAL ( a doutrina afirma de forma majoritária que a nossa Constituição não possui limite temporal. Ex: a constituição de 1824 em seu artigo 178 dizia que: essa constituição só pode ser alterada a partir de 4 anos. No entanto há quem defenda que os ADCT, ao estabelecer a revisão constitucional seria um limite temporal. (Art. 3° ADCT).
ARTIGO 59 da CF ( esse artigo elenca as modalidades legislativas.
PROCESSO LEGISLATIVO ESPECIAL DA LEI DELEGADA
Artigo 68 da CF está o processo de elaboração da lei delegada.
São espécies raras. Há apenas 2. A lei delegada n° 12 e lei delegada n° 13. Por que o presidente é dotado da medida provisória. Há uma distorção da medida provisória.
Questão:
Qual é a diferença entre medida provisória e lei delegada?
R: A natureza jurídica delas é diferente. A medida provisória é o exercício de uma função atípica pelo poder executivo. Quando o presidente se vale de uma mp ele se vale de uma função atípica. A lei delegada é uma exceção ao princípio da indelegabilidade. Existe uma regra constitucional, a regra é a indelegabilidade de um poder ao outro, um poder não pode delegar ao outro poder o exercício de suas funções típicas. Essa delegação só é possível se houver expressa previsão constitucional. Vigora portanto o princípio da indelegabilidade.
QUESTÃO:
Como se edita uma lei delegada?
1ª.) Fase ( INICIATIVA: a iniciativa da lei delegada

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