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ROTEIRO DE ESTUDO- FARMACOGNOSIA Séc.1 da era Cristã, Dioscórides, eminente médico, foi autor de uma obra notável: De materia medica, sendo, então, considerado o fundador da Farmacognosia; Esta obra foi a principal fonte de informações sobre drogas medicinais do século I ao século XVIII; • A De materia medica encontra-se dividida em cinco livros, contendo cerca de 600 plantas, 35 fármacos de origem animal e 90 de origem mineral; • O desenvolvimento de novos ramos das ciências médicas determinou a cisão da farmacologia. • O Médico continuou a estudar a atividade fisiológica de todas as substâncias medicamentosas sobre o organismo humano • o Farmacêutico, a estudar as substâncias medicinais empregadas na preparação de medicamentos. • No séc. XIX, Guibourt, prof. da antiga Escola de Farmácia da universidade de Paris, publicou uma obra muito apreciada, intitulada: “História Natural das Drogas simples”, dando origem a uma disciplina no curso de Farmácia. • Na mesma época, empregou-se pela 1ª vez, o termo Farmacognosia, derivado de Pharmakon (subst. medicinal) e Gnosis (conhecimento). • No fim do séc. XIX, os químicos começam a sintetizar um grande número de compostos, com estruturas cada vez mais complexas... • Surgimento de novas disciplinas: – Farmacologia: estuda a ação e o efeito dos medicamentos. – Química Farmacêutica: ciência das drogas sintéticas. • ...e à Farmacognosia foi limitado o estudo das plantas medicinais e de alguns animais (que alguns estudiosos teimaram em eliminar). Farmacognosia é a ciência que tem por objetivo o conhecimento dos fármacos provenientes, principalmente, do reino vegetal e alguns do reino animal. • A Farmacognosia juntamente com outras ciências, botânica, química, farmacodinâmica, permitiu melhor estudo dos fármacos, adquirindo valor científico. • Botânica: determina a origem e descrição dos caracteres da planta; • Química: dosagem dos princípios ativos, grau de pureza e atividade dos fármacos; • Indústria farmacêutica: possibilita extrair constituintes vegetais, que depois transforma em novos medicamentos; • Farmacologia: verifica a atividade de um fármaco vegetal. • Origem; • Cultura; • Colheita; • Preparação; • Conservação; • Identificação pelos caracteres macroscópicos e microscópicos; • Composição química; • Atividade farmacológica; • Separação dos constituintes ativos (ácidos graxos, óleos essenciais, saponinas e etc.) Farmacognosia Geral divide-se em capítulos 1. Farmacoergasia; 2. Farmacoemporia; 3. Farmacodiascomia; 4. Farmacoetmologia; 5. Farmacoetnologia; 6. Farmaco-história; 7. Farmacogeografia; 8. Farmacobotânica; 9. Farmacoquímica; 10.Farmacozoologia. 1. Farmacoergasia: estuda cultivo e colheita da droga; Diversos fatores podem interferir tanto no desenvolvimento quanto na composição química do vegetal. É importante para o farmacognosta o conhecimento desses fatores para orientar os cultivadores e coletadores sobre o que devem se reunir às plantas medicinais destinadas ao cultivo (luz, temperatura, umidade, tipo de solo) 2. Farmacoemporia: estudo comercial da droga, analisa meios de produção, exportação, consumo; 3. Farmacodiascomia: trata dos tipos comerciais das drogas e as respectivas embalagens; 4. Farmacoetmologia: trata da origem dos nomes com que se denomina a droga; O nome botânico compõe-se de dois vocábulos: gênero e espécie. 5. Farmacoetnologia: trata do estudo das diferentes formas em que foram usadas as drogas e plantas medicinais através da história; Exorcismo: utilização de plantas para afastar os maus espíritos; Embalsamentos: prática realizada principalmente pelos egípcios (ex: azeite de cedro) 6. Farmaco-história: trata do estudo das drogas através dos tempos e dos povos, registrando dados relativos às suas utilizações e ao seu estudo científico; Ex: papiros de Ebers, que possuia prescrições de diversas drogas como canela, oliva, romã, mamona, nos templos egípcios. 7. – Farmacogeografia: estuda a distribuição das drogas na superfície da terra; 8. Farmacobotânica: trata das drogas de origem vegetal; Subdivide em 5 partes: Farmacosistemática: ocupa-se da descrição botânica das plantas medicinais; Farmacomorfologia: estuda os caracteres externos da droga; Farmacoanatomia: estuda a estrutura interna das drogas; Farmacofisiologia: estuda as funções e fenômenos biológicos das plantas medicinais. É importante para determinar a melhor hora para a coleta das plantas e que órgãos possuem maior rendimento em princípios ativos. Farmacopatologia: estuda as enfermidades das plantas medicinais (causas parasitárias). 9. Farmacoquímica: estuda a composição química das drogas. Alcalóides, taninos, óleos essenciais, saponinas e flavonóides 10. Farmacozoologia: estuda as drogas de origem animal. Vacinas, soros, hormônios, etc. Sobre a importância destas drogas vegetais, podemos citar o ácido acetilsalicílico. A salicina foi isolada pela primeira vez em 1829 pelo farmacêutico francês, Leroux; Depois...descobriu-se que o ácido salicílico possuía excelentes propriedades antiinflamatória, analgésica e antipirética, mas causava irritação e lesões na boca, esôfago, estômago, devido seu poder queratolítico. Quase em 1899, um químico da Bayer alemã, Felix Hoffman, administrou ácido acetilsalicílico a seu pai que sofria de reumatismo e não podia tomar mais salicilato de sódio. Percebeu que era eficaz e tolerável, passando, então, a aspirina a ser usada na medicina. Com o passar dos anos foram feitas muitas modificações na molécula do ácido salicílico, por meios sintéticos, na tentativa de melhorar sua ação e reduzir seus efeitos colaterais; 1971-John Vane demonstra pela primeira vez o mecanismo de ação do ácido acetilsalicílico; 1982-John Vane recebe o Prêmio Nobel da Medicina e Fisiologia. LEGISLAÇÃO- PARTE 1 1521 e 1631 – Regimentos Portugueses • Regulamentavam a relação entre os agentes de saúde, o estado e os usuários; • Cuidados na preparação de medicamentos, em Portugal e nas províncias. 1808 – chegada da família real no Brasil • Esta regulamentação perdurou, no Brasil, até a chegada da família real portuguesa, fugida da invasão napoleônica. 1808 (alvará) e 1828 (lei) Regularizavam a situação do boticário, estabelecendo parâmetros de comportamento e práticas de produção. 1929 – Codex Medicamentarius Gallicus francês • Código oficial do país até 1929; • Pois, não havia uma obra oficial de referência para a manipulação de produtos oriundos da flora nacional. 1929 – Publicação da 1ª edição da Farmacopéia Brasileira • Elaborada por Rodolfo Albino Dias da Silva; • Continha mais de 200 plantas medicinais, a maioria de origem brasileira; • Representou o esforço para regulamentar a manipulação de produtos derivados das plantas medicinais brasileiras. Decreto 19606 de 1931 • 1ª Legislação Brasileira a tratar de fitoterápicos (regras para instalação e funcionamento das ervanarias*) • *locais para venda de produtos vegetais e fitoterápicos. Marcou o início formal das atividades de vigilância sanitária no país. • A responsabilidade pela fiscalização do exercício da farmácia; • Multas, em caso de infrações; • Determinações sobre a profissão farmacêutica (diplomas, instalação de farmácias, substâncias controladas e outros). Decreto 20377 de 1931 • Regulamentouo decreto 19606 de 1931; • Ampliou o decreto 19606; • Incluiu capítulos específicos sobre receitas e receituários, laboratórios de análises e pesquisas, indústrias química e farmacêutica. Apesar dos decretos, ainda havia pouca clareza de definições, resultando a uma certa confusão no mercado, quanto a: • Aspectos de segurança (toxicidade); • Qualidade e estabilidade do produto final; • Eficácia. • Na busca de alternativas a esse contexto de inoperância da fiscalização sanitária, emitiu-se o decreto 9810/1942. Regulamentação do Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina (SNFM) do Departamento Nacional de Saúde. • Esse decreto buscou dar condições efetivas de aplicação aos Decretos de 1931. 1. Seção de Farmácia: • Fiscalizava a atuação dos farmacêuticos, a fabricação, manipulação e comércio de drogas, plantas medicinais, emissão de parecer sobre licença para ervanarias e etc. 2. Comissão de Biofarmácia 3. Comissão de Revisão da Farmacopéia 1946 – Decreto 20397 • Estabeleceu o regulamento do exercício farmacêutico no Brasil. Definiu “produto oficinal” • * Todo aquele de conservação boa, relativamente longa, de fórmula e preparação fixas, inscritas na Farmacopéia Brasileira, em outras farmacopéias ou em formulários admitidos pela Comissão de Revisão da Farmacopéia. 1959 – 2ª da Farmacopéia Brasileira: Excluiu grande parte monografias contidas na 1ª ed. justificando “nulidade de ação terapêutica e o desuso das drogas”; • 24 plantas vegetais. Portaria n° 22/1967 – SNFMF (Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia) • Estimulou o controle dos medicamentos que vinham a ingressar no mundo. • Isto ocorreu devido, o surgimento dos primeiros casos de efeitos colaterais (Ex: talidomida, final da década de 50). Portaria n° 22/1967 • Estabeleceu normas para o emprego de fitoterápicos: • Definições; • Apresentação pelo fabricante de dados técnicos sobre a droga (preparação fitoterápica, fórmula, indicações terapêuticas, rótulo e bula); • Melhorar as exigências referente ao controle de qualidade. Lei 5991/1973 • Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos e outros produtos; • Estabeleceu que a dispensação de plantas medicinais é privativa de farmácias e ervanarias. Lei 6360/1976 – isenção de fitoterápicos • Propiciou o abuso. Permitiu o lançamento de qualquer fitoterápico como isento, mesmo quando não constando nas farmacopéias. • Desestímulo à pesquisa. • Anos 80 e 90 : Em função do aumento do consumo de plantas medicinais, decorrente do modismo naturalista existente na época, começaram a surgir regulamentações setoriais complementares: Portaria n° 12/1980 • Proíbe a fabricação e venda de produtos que contenham a substância estricnina e seus compostos. Portaria n° 174/1981 • Normatiza a concessão de Autorização Especial para realização de pesquisa destinada a fins exclusivamente científicos. • Resguardou espécies em risco de extinção; • Tentou obter controle sobre as pesquisas nacionais e internacionais nem território brasileiro. Portaria DIMED (Divisão Nacional de Vigilância Sanitária de Medicamentos) n° 19/1981 • Faz uso do termo “produto natural”. Mas não define seu significado. Portaria Normativa n°122/1985 • Estabelece normas ao registro de pessoas físicas ou jurídicas que consumam, explorem ou comercializem matérias-primas florestais. Portaria SNVS n° 19/1986 • Torna obrigatório o registro das especiarias e ervas destinadas a infusões ou chás, que não tivessem indicações terapêuticas nos rótulos, na DINAL (Divisão Nacional de Vigilância Sanitária de Alimentos do Ministério da Saúde). Decreto n° 98830/1990 do IBDF (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal) • Dispôs sobre a coleta, por estrangeiros, de dados e materiais científicos no Brasil. 1992 • O IBAMA emitiu uma portaria (n° 6) relacionando as espécies da flora ameaçadas de extinção 1992 – Portaria n° 19 • Proibe o uso do confrei (Symphytum officinale L.) em preparações de uso interno. Resolução SESA n° 19/1992 • Suspende por tempo indeterminado o uso do Cambará (Lantana camara L.) tanto in natura como sob todas as formas farmacêuticas. • Tais normas demonstraram o amadurecimento do setor com relação a toxicidade dos fitoterápicos, confrontando a falsa idéia de ATOXICIDADE. RDC 48/04 • Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos. Resolução RE 88/04 • Lista de referências bibliográficas para avaliação de segurança e eficácia de fitoterápicos. Resolução 90/04 • Guia para a realização de estudos de toxicidade pré-clínica de fitoterápicos. Resolução RE 91/04 • Guia para realização de alterações, inclusões, notificações e cancelamentos pós registro de fitoterápicos. Instrução Normativa n° 5/08 • Determina a publicação da “Lista de Medicamentos Fitoterápicos de Registro Simplificado”. Resolução RE n° 01/05 • Autoriza “ad referendum, a publicação do Guia para Realização de Estudos de Estabilidade. Resolução RE 899/03 • Determina a publicação do “Guia para validação de métodos analíticos e bioanalíticos”. RDC 140/03 • Estabelece regras das bulas de medicamentos para pacientes e para profissionais de saúde. Portaria 110/97 • Institui roteiro para texto de bula de medicamentos, cujos itens devem ser rigorosamente obedecidos, quanto à ordem do conteúdo. RDC 333/03 • Dispõe sobre rotulagem de medicamentos e outras providências. LEGISLAÇÃO-PARTE II Registro de Fitoterápicos “A Anvisa tem o papel de regulamentar todos os medicamentos, incluindo os fitoterápicos, e fiscalizar as indústrias produtoras de medicamentos com o intuito de proteger e promover a saúde da população.” (Anvisa, 2010) A Anvisa controla a produção, a liberação para consumo (registro) e acompanha a comercialização dos medicamentos, podendo retirá-los do mercado caso seu consumo apresente risco para a população.” (Anvisa, 2010) Registro de Fitoterápicos RDC 48/04 • Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos. • Complementada: –Resolução RE 88/04; –Instrução Normativa n°5/08; –Resolução RE 90/04; Resolução RE 91/04. •Lista de referências bibliográficas para avaliação de segurança e eficácia de fitoterápicos. Resolução RE 88/04 •Determina a publicação da “Lista de Medicamentos Fitoterápicos de Registro Simplificado”. Instrução Normativa n°5/08 •Guia para a realização de estudos de toxicidade pré-clínica de fitoterápicos. Resolução RE 90/04 •Guia para realização de alterações, inclusões, notificações e cancelamentos pós registro de fitoterápicos. Resolução RE n°1/05 Estudo projetado para a verificação das características físicas, químicas, biológicas e microbiológicas de um produto farmacêutico durante e, opcionalmente, depois do prazo de validade esperado. Os resultados são usados para estabelecer ou confirmar o prazo de validade e recomendar as condições de armazenamento. •Usar a metodologia descrita em farmacopéia ou formulários oficiais ou metodologia validada, conforme RE 899/03. Resolução RE 899/03 Determina a publicação do “Guia para validação de métodos analíticos e bioanalíticos”. •O objetivo da validação é demonstrar que o método é apropriado para a finalidade pretendida, ou seja, a determinação qualitativa, semi-quantitativa e/ou quantitativa de fármacos e outras substâncias em produtos farmacêuticos. O objetivoda validação é demonstrar que o método é apropriado para a finalidade pretendida, ou seja, a determinação qualitativa, semi-quantitativa e/ou quantitativa de fármacos e outras substâncias em produtos farmacêuticos. Resolução RE 899/03 Na ausência de monografia oficial de matéria-prima, formas farmacêuticas, correlatos e métodos gerais inscritos na Farmacopéia Brasileira, poderá ser adotada monografia oficial, última edição, constante na Resolução- RDCn°79/2003, ou então a metodologia deve ser validada. A validação deve garantir, por meio de estudos experimentais, que o método atenda às exigências das aplicações analíticas, assegurando a confiabilidade dos resultados. Para tanto deve apresentar especificidade (comparação com os padrões), linearidade, intervalo, precisão, sensibilidade, limite de quantificação e exatidão adequados à análise. Resolução RE 899/03 A importância de se fazer o controle de qualidade: –Adquirir ou produzir extrato de composição constante; –Produzir medicamento de composição constante; –Conquistar a confiança da população e dos profissionais de saúde com um produto de qualidade e efeito terapêutico constante EMBALAGEM E BULA RDC 140/03 Estabelece regras das bulas de medicamentos para pacientes e para profissionais de saúde. Portaria 110/97 •Institui roteiro para texto de bula de medicamentos, cujos itens devem ser rigorosamente obedecidos, quanto à ordem do conteúdo. RDC 333/03 Dispõe sobre rotulagem de medicamentos e outras providências. Embalagem e bula Não deve conter: –dizeres que induzam a auto-medicação; –a utilização indevida do medicamento; –referência “medicamento natural” ou congênere; –Idéia de produto inócuo; –Possuidor de propriedades especiais. Deve apresentar a designação “FITOTERÁPICO”; •Nomenclatura botânica oficial completa, nomenclatura farmacopeica ou e/ou tradicional; •Forma farmacêutica; •Parte utilizada da planta; •Composição do medicamento, indicando a relação real, em peso ou volume, da matéria-prima vegetal usada; Solventes, excipientes e/ou veículos utilizados na extração do derivado; •*excipientes: são as substâncias que existem nos medicamentos e que completam a massa ou volume especificado. É uma sustância farmacologicamente inativa. EX: lactose, metilparabeno. •Indicações e contra-indicações; •Registro no ministério da saúde; •Farmacêutico responsável e CRF; •Endereço; •Nome do Laboratório; •Prazo de validade; Deve conter o dizer: “FITOTERÁPICO”; • Conforme indicação terapêutica, o medicamento fitoterápico deve ser vendido somente sob prescrição médica.
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