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Revisão para AP1

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Em que momento podemos verificar em "Os lusíadas" um contra-discurso ao projeto expansionista das navegações?
Camões canta a pátria portuguesa na Proposição [´armas e os barões assinalados´]na Invocação [as Tagides], na Dedicatória [elogia ao rei D. Sebastião] e em grande parte da Narração. Mas também se lamenta diante da vaidade, da cobiça, dos vícios e da corrupção através dos comentários escusos ao longo do poema, como pelas advertências do velho do Restelo e pelas profecias do gigante Adamastor. Para o critico Eduardo Lourenço trata se de um movimento alternado de ´sinfonia e réquiem´.
Em que medida as crônicas de Fernão Lopes se tornam importantes na construção de uma identidade portuguesa?
 Fernão Lopes defende o “direito novo” ao qual chama de “amor à terra”, que consiste no direito do povo se recusar a ter um senhor de outra nacionalidade que teria o direito dinástico ou senhorial, apoiado pela viúva do Rei D. Fernando.
O mito providencialista se relaciona às lutas de Reconquista do território lusitano quando Cristo teria aparecido a Afonso Henriqus prometendo lhe a vitória na batalha de Ourique contra os mouros, fato que se concretiza e que leva à sua aclamação como primeiro Rei de Portugal. Este milagre consta da Crônica de portugual que teria sido escrita 200 anos depôs pelo cronista Fernão Lopes.
De que forma "O auto da Índia" de Gil Vicente se relaciona ao texto camoniano "Os Lusíadas"? No texto do autor prevalece um tom distópico ou utópico sobre as grandes navegações? 
Gil Vicente deixa de focalizar o ângulo costumeiro do Império das grandes navegações para criticá-lo. Como crítica seu teatro expõe pelo artifício do riso as mazelas geradas pelo projeto expansionista, dentre elas o adultério e a decomposição da família. Torna-se, portanto, primeira e importante voz a estabelecer o contraponto ao discurso enaltecedor dos “grandes feitos”. Mais tarde, em Os Lusíadas, Camões incorporará em sua epopéia o mesmo contraponto, mantendo na obra ambos os discursos, de enaltecimento e contestação ao projeto. Na epopéia, o episódio do Velho do Restelo e de Adamastor funcionam como vozes dotadas de um contra-discurso às grandes navegações, tal como fora realizado anteriormente por Gil Vicente em sua peça. Espera-se que o aluno localize exemplos da peça que focalizem o discurso contestatório e compare-o aos dois episódios camonianos selecionados: o segundo focalizando as tormentas e as mortes de homens no mar, o primeiro focalizando os embates do afastamento e/ou dessas mortes aos que ficam no território português.
Como a obra "Viagens na minha terra" de Almeida Garret tematiza as relações entre território e deslocamento?
Na obra de Garret, Viagens na minha terra, o deslocamento é realizado subvertendo a perspectiva além-mar, costumeira na literatura portuguesa, para explorar o território nacional Tejo acima. Garrett viaja de muitos modos neste grande romance. O título da obra de Garrett em si já é importante para compreender o texto. Estas “viagens” fazem referência a uma série de reflexões políticas, históricas, filosóficas e existenciais que o autor-narrador trabalha no texto. Assim, estas “viagens” não tratam apenas de um deslocamento físico, mas também de um “deslocamento psicológico. A principio faz uma viagem real, de Lisboa para Santarém, entrando Tejo adentro ao contrario do percurso dos navegantes nas grandes navegações. Dentro dest viagem ocorre uma outra viagem ao passado recente de Portugal, quando narra a guerra civil e os amores de Carlos. Ao longo do romance há ainda uma viagem agraves das digressões do narrador por muitos tem as e questões que preocupam os portugueses
Em que momento da obra de Garret temos evidenciado o eixo escrita? E de que forma?
Dessa forma, as digressões do narrador sobre os mais diversos temas, da literatura à política, servem para demarcar ideologicamente a obra. O discurso do autor-narrador revela o caótico estado em que se encontra Portugal, a corrupção da sociedade, a aristocracia decadente e o modelo familiar burguês corrompido por atitudes individualistas. Assim, pode-se dizer que para o narrador a crise moral coletiva tem origem na moral individual.
De que modo a história dos Ramires abordada pelo protagonista Gonçalo Mendes em "A ilustre casa de Ramires" de Eça de Queirós articula uma relação da escrita com o presente e o passado português?
 
A Ilustre Casa de Ramires tem um estilo textual que acompanha os meandros da narrativa, entre uma linguagem arcaizante e antiga e traços de oralidade, ao retratar dois mundos no interior de uma mesma nação: ora um Portugal do século 12, da Idade Média, com seu povo heroico e seu passado de glórias, ora um reino de feições mo¬dernas, que enfrenta o presente com pragmatismo. Ambas as épocas são vividas na aldeia de Santa Irineia e analisadas a partir da torre dos Ramires, nobre mansão medieval que serve de ligação entre esses dois tempos.
Neste ultimo romance de Eça de Queirós, a família Ramires é a casa que representa o próprio Portugal em decadência a ser reformado. O último herdeiro [ Gonçalo] é o homem que assume este papel ao escrever o texto reabilitador dos portugueses [a novela A TORRE DE D. RAMIRES]. Os três elementos se entrelaçam e se refletem mutuamente, ora de modo negativo, ora de modo positivo ao longo do romance.
Em "Sentimento dum Ocidental" como é caracterizado o espaço urbano? Que relações essa descrição propicia para compreensão do território português naquele momento?
"O Sentimento dum Ocidental" se constrói como uma observação da cidade de Lisboa (apesar de seu nome não ser citado no poema) e uma reflexão sobre ela. Portugal, antes celebrado por seus feitos e conquistas, por sua grandiosidade e poder, agora é apresentado através de uma cidade suja e malcuidada, sofrendo a ameaça da Peste e do Cólera e da Inglaterra. O poema é dividido em quatro partes e em todas elas pode ser observado este sentimento de descontentamento do poeta. Cesário Verde, como um flâneur que passeia pela cidade, descreve-a com detalhes, ao mesmo tempo em que reflete sobre o que está sendo visto e sofre com isso.

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