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Primeira Lei da Termodinâmica

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PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA: HISTÓRIA E FILOSOFIA
1- RESUMO
O desenvolvimento tecnológico é uma consequência de complexos estudos que surgem em virtude da necessidade humana de evolução. A ciência é a base desses estudos e, dessa forma, ela se tornou a principal fonte de desenvolvimento tecnológico. Graças à ciência que hoje temos toda a tecnologia e seu aparato à nossa disposição. No século XVIII não era diferente. Na busca por fontes de energia e de trabalho surgiram as máquinas térmicas. Essas máquinas transformavam o vapor proveniente de uma combustão em trabalho e foram fontes de décadas de estudos na área da físico-química e da termodinâmica. Graças ao desenvolvimento dessas máquinas a indústria começou a evoluir de maneira extremamente veloz, principalmente na Inglaterra, no período caracterizado como Primeira Revolução Industrial. Os constantes avanços tecnológicos e estudos científicos que se sucederam deram origem a outras fontes de energia, outros tipos de máquinas e motores, influenciando diversas áreas fora a indústria e sempre buscando a evolução e o melhoramento do que já se tem.
Para poder debater sobre novas fontes de energia, primeiro foi necessário debater sobre o que é a energia e com o que ela está relacionada. Essas ideias foram se aprimorando durante os séculos e sofreram inúmeras críticas até chegarem aos princípios que existem hoje, como o Primeiro Princípio da Termodinâmica ou Primeira Lei da Termodinâmica. O conceito de energia interna foi algo difícil de ser construído e veio da não aceitação da definição de energia somente como sendo a soma das energias cinética, potencial gravitacional e elástica. Entendendo a energia como algo muito mais amplo que isso, foi possível definir a energia interna e criar relações para ela.
2- INTRODUÇÃO
A Termodinâmica é hoje um dos ramos interdisciplinares da Ciência e constitui um instrumento fundamental na interpretação e previsão dos fenômenos da Física, da Química, da Bioquímica e da Engenharia. Tendo sido iniciada com uma componente essencialmente macroscópica (a que muitas vezes se chama Termodinâmica Clássica), engloba hoje um corpo de conhecimentos integrados totalmente individualizados das ciências mãe (a Física e a Química), graças ao desenvolvimento da teoria atômica e molecular.
3- CONTEXTO HISTÓRICO E ENERGIA
A primeira ideia de energia era relacionada ao calor e à força. Francis Bacon definiu as fontes de calor como fogo, raio e inclusive o verão. Esse conceito foi mudando ao longo dos séculos e foi até considerado como uma espécie de matéria por Pierre Gassendi. Joseph Black descobriu que ao se derreter gelo, a temperatura não se altera. Portanto, ele percebeu uma espécie de calor que não estava associado à variação da temperatura. Dessa forma, ele diferenciou a quantidade da intensidade do calor e criou o conceito de Calor Latente, usado até hoje na Termodinâmica.
Porém, nem todas as teorias e inovações no conceito de calor foram na direção correta. Incrivelmente foi Laurent Lavoisier, o famoso cientista que revolucionou a Química, quem propôs uma teoria que hoje é tida como equivocada. Lavoisier definiu calor como um dos elementos da natureza e disse se tratar de um fluído, o qual chamou de Calórico. Esse fluído seria liberado quando se tirassem lascas de um metal e então o mesmo ficaria quente. Essa ideia se mostrou errônea à medida que o conceito de energia foi sendo desenvolvido. Apesar disso, pela sua grande influência e grandes descobertas na área da Química, Lavoisier teve sua Teoria Calórica mantida durante mais de meio século.
O primeiro cientista a questionar a Teoria Calórica foi Benjamin Thompson. Apesar de ter nascido nos Estados Unidos, Thompson ajudou os ingleses na guerra contra os colonos norte-americanos e ao fim da guerra saiu do país e viajou por vários países do mundo até parar em Munique, na Alemanha. Lá, já conhecido pelas suas invenções e sua organização e bem aceito no meio científico trabalhou para o Príncipe da Baviera desde plantando árvores no Englisch Garten (Jardim Inglês em alemão) até em fábricas de uniformes militares. O Príncipe ficou tão satisfeito com seu trabalho que o tornou Conde, nomeando-o Graf von Rumford (Conde de Rumford em alemão). O detalhe é que Rumford, cidade onde Thompson morou por muitos anos, havia mudado de nome e se chamava Concord e que o próprio Thompson era proibido de voltar lá devido ao seu apoio aos ingleses durante a Guerra pela Independência Norte-americana.
Graf von Rumford foi designado para trabalhar com perfuração de canhões e foi justamente nesse trabalho que ele percebeu que a teoria de Lavoisier estava errada. Ele viu que brocas mais chatas liberavam mais calórico que as mais afiadas (inclusive calórico suficiente para derreter o canhão). Assim, ele notou que a Teoria Calórica não era verdade e que o calor estava relacionado ao movimento.
Thompson, ao continuar seus experimentos científicos na Inglaterra, resolveu pesar o gelo e a água (o mesmo gelo após derreter) e viu que a massa era igual, ou seja, como foi dado calor ao gelo, se o calórico existisse, ele não poderia ter massa, logo não condiziria com o que propôs Lavoisier. Rumford e suas descobertas permaneceram quase que ignoradas até meados de 1840, quando três cientistas descobriram separadamente e no mesmo período o que hoje é conhecido como a Primeira Lei da Termodinâmica.
 
4- A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E SUAS IMPLICAÇÕES
Em meados dos séculos XVIII e XIX, um dos assuntos mais intrigantes aos cientistas da época era a transformação de calor em movimento através das máquinas térmicas, dois conceitos que Rumford já havia teorizado. Neste período, ocorria a Revolução Industrial na Inglaterra e as máquinas térmicas à vapor foram as grandes responsáveis por parte do seu sucesso. O princípio dessas máquinas era bastante simples: aquecendo um gás ele se expandia. Em 1763, o escocês James Watt percebeu que havia um grande desperdício de vapor, que custava dinheiro e diminuía os lucros das indústrias. Entretanto, acredita-se que a primeira máquina térmica seja datada de 50 d.C. e desenvolvida por Héron de Alexandria. Héron descobriu que o ar se expandia quando aquecido, e assim, poderia utilizá-lo para produzir força mecânica. O grande Leonardo da Vinci também usou o vapor d'água para produzir movimentos.
Preocupado em aperfeiçoar as máquinas térmicas, o cientista francês Sadi Carnot (1796-1832) desenvolveu em 1824 a teoria que explicava o rendimento de uma máquina, ou seja, quanto de calor a máquina transformava em trabalho. Ele então desenvolveu um modelo teórico para as máquinas térmicas e descobriu qual deveria ser a maneira mais eficiente de transformar calor em movimento. A esse modelo teórico, deu-se o nome de Máquina de Carnot.
O estabelecimento do princípio da conservação de energia também ocorreu no século XIX, em estudos da termodinâmica. Este conceito também é decorrente dos estudos de calor, já tendo sido inclusive mencionado (segundo alguns historiadores) por Rumford. Nessa época, já se sabia que o calor poderia ser gerado pelo atrito (energia mecânica), eletricidade e reações químicas. Por volta de 1840, o físico inglês Joule (1818-1889) em seus estudos, procurou quantificar a energia mecânica necessária que equivalesse a uma caloria (a quantidade de calor necessário para aumentar em 1°C uma massa de 1g de água). Em sua homenagem, atribuiu-se o seu nome à unidade de energia, Joule [J], sendo 1cal = 4,186J.
 Em 1848, o engenheiro, físico e matemático William Thomson, também conhecido como Lorde Kelvin, publicou um artigo fundamentado na teoria de Carnot. Nele, buscou a equivalência entre a escala de temperatura dos gases ideais e a escala de temperatura termodinâmica, desenvolvendo uma escala cujas referências eram os pontos fixos: zero absoluto (0) e a temperatura do gelo fundente (273,16). Essa escala é utilizada até hoje e, em sua homenagem, sua unidade no SI é Kelvin [K].
5- CONCEITOS DA PRIMEIRA LEI DATERMODINÂMICA
O conceito de Calor, que é usado nos dias de hoje, é definido como a energia térmica transferida de um sistema a outro e está relacionado à diferença de temperatura entre esses sistemas, de modo que a energia vai do sistema de maior temperatura para o de menor temperatura. Já Trabalho é definido como a energia relacionada à ação de uma força ao longo de um deslocamento, ou de maneira mais geral, a energia relacionada ao produto de uma grandeza intensiva (por exemplo, o deslocamento) por outra extensiva (por exemplo, a força).
No século XIX, três cientistas correlacionaram o calor ao trabalho, algo que já vinha sendo estudado e feito em máquinas térmicas. Os três (Mayer, Joule e Hermholtz), através de estudos distintos, chegaram à mesma conclusão: a Primeira Lei da Termodinâmica. Esta lei define o conceito de energia, mais especificamente o da energia interna, como sendo a diferença de calor e trabalho.
ΔU
 = Q - 
τ 
6- PRINCIPAIS CIENTISTAS
Robert Julius Mayer (1814-1878)
Mayer foi um dos grandes cientistas da Termodinâmica Clássica e um dos descobridores da Primeira Lei da Termodinâmica. Ele foi o primeiro a chegar na lei e o que foi mais a fundo no assunto pois ele percebia que a energia se conservava, algo que ainda não era fundamento à época.
Mayer nasceu em 1814 na cidade de Heilbronn, reino de Württemberg (que viria a se unir com outros reinos para formar a Alemanha). Na época, os que reinavam em Württemberg eram contra a unificação com os reinos vizinhos, enquanto os estudantes eram a favor do processo de unificação. Por isso, as fraternidades de estudantes foram proibidas. Mayer estudava medicina em Tübingen e fazia parte de uma fraternidade escondida, que ao ser descoberta levou preso os seus membros, inclusive o próprio Mayer. Ele foi suspenso da sua universidade por um ano e aproveitou o período para estudar em Munique e Paris. Depois, como médico, fez parte de uma tripulação de um barco holandês com destino a Java, nas Índias. Ele então percebeu dois fatos: após tempestades a água do mar ficava mais quente e o sangue venoso nos trópicos de pacientes que sangravam tinha cor similar ao sangue arterial. Essas observações tinham duas razões evidentes. O movimento do mar durante as tempestades é convertido em calor e a desoxidação do sangue é mais lenta quando menos calor precisa ser produzido para manter a temperatura do corpo.
Ansioso para revelar suas descobertas, Mayer logo que voltou de viagem foi a Heilbronn onde tentou publicar suas teorias, contudo, sem sucesso. Ele não tinha crédito e ninguém sequer queria ouvir o que ele tinha a dizer. Nem ao enviar seu texto para uma revista ele foi aceito. Ele era considerado como um físico estranho e seu texto era muito confuso. Foi então que Mayer começou a trabalhar primeiro como cirurgião da cidade e depois como médico da cidade, onde ganhava um bom salário e poderia continuar com seus estudos.
Mayer, apesar dos seus descobrimentos, tinha dificuldade com a física mecânica e por isso teve aulas particulares com um amigo para entender melhor essa parte da física. Entretanto, ele não chegou ao completo conhecimento da energia potencial gravitacional e da energia cinética e de suas fórmulas. Por isso, ele chamava a primeira de Força de Queda e a segunda de Força da Vida. Ele inclusive chegou a um valor para uma equivalência entre calor e a energia mecânica. Ele escreveu que a energia (ou força para ele) da queda de uma massa de água a 365m de altura equivalia ao calor necessário para aquecer essa mesma massa de água de 0°C a 1°C. Os cálculos dessa equivalência foram feitos a partir de um valor de calor específico da água obtido experimentalmente por dois cientistas franceses. Quando Joule publicou seus trabalhos com medidas mais precisas, Mayer recalculou esse valor para 425m de altura.
Após terminar seu segundo trabalho, agora contendo essa equivalência, Mayer reenviou um pedido para publicação no mesmo anual da primeira vez, pedido esse com bastante humildade e com tratamento impecável ao editor (o famoso químico Justus von Liebig). Desta vez, seu pedido foi aceito e seu trabalho publicado. Neste trabalho inclusive, Mayer também fala da conservação da energia e agora se tratava de um trabalho mais claro e de mais fácil entendimento.
Com suas teorias já publicadas, Mayer queria ir adiante nos seus estudos. Contudo, sempre que procurava suporte de outros cientista era cobrado por provas experimentais de suas teorias e lhe diziam que o meio científico já estava muito grande e que não precisava de uma extensão. Enviado de volta para casa e mais isolado do que nunca, Mayer só tinha como contar suas teorias a seus familiares e amigos que o achavam louco. Para completar, seu trabalho foi ignorado por Joule e Helmholtz e duramente criticado por um cientista em um jornal. Dois de seus filhos morreram, ele foi cassado acusado de espionagem na época da revolução e acabou tentando se suicidar, se jogando de 9 metros de altura no chão. Sua tentativa porém foi falha e ele acabou vivo e levemente aleijado.
Como resultado à sua tentativa de suicídio, sua família contratou um psicanalista que o colocou preso em uma cela com uma camisa de força. Após 13 meses preso, ele escapa e volta para casa. Lá, fica conhecido como louco por todos na comunidade e pela própria família.
Mayer, apesar da vida científica e pessoal difícil conseguiu resultados inovadores para a época. Ele incluiu em seus trabalhos suas referências a cientistas como Carnot e Rumford, citando a ideia de Rumford de trabalho convertido em calor e as máquinas de calor de Carnot, dizendo que o calor absorvido pelo vapor é sempre menor que o calor liberado na condensação e que a diferença é o trabalho útil. Ele também percebeu que um canhão fica mais quente quando é acionado sem a bala, pois toda a energia química da pólvora é transformada em calor, enquanto quando se dispara uma bala parte dessa energia é transformada em energia cinética. Mayer foi até para a Biologia ao falar do calor envolvido na digestão e sua conversão em trabalho.
Desta forma, Mayer conseguiu relacionar o trabalho ao calor e associar ambos ao conceito de energia, dizendo ainda que essa energia se conserva. Infelizmente ele não pôde ver muito os resultados de seus descobrimentos, mas foi largamente homenageado com estátuas em sua cidade natal, o título de cavaleiro pelo rei de Württemberg, uma medalha da Royal Society of London e foi considerado "o pai da maior descoberta do século" por Liebig. 
Figura 1 – Robert Julius Mayer
James Prescott Joule (1818-1889)
James Prescott Joule nasceu em 1818, em Salford, Inglaterra. Filho de um próspero cervejeiro, pode se dedicar a uma vida de investigação, sem se preocupar com dinheiro. Joule realizou diversas pesquisas que contribuíram para a elaboração conceitual do princípio da conservação da energia.
Durante um período de sua vida, Joule dedicou-se à construção de diversos experimentos, com o objetivo de demonstrar que com a diminuição da energia mecânica haveria transferência de certa quantidade de energia (calor) em igual valor.
Seu invento mais conhecido consistia em um dispositivo no qual duas massas presas por um fio passavam por duas roldanas, de acordo com o movimento de descida das massas, o sistema de aletas girava fazendo com que a temperatura da água no interior do recipiente aumentasse. Como as áreas de contato eram bem lubrificadas, a diminuição da energia potencial gravitacional das massas fazia com que a água ficasse mais “agitada”, isto é, havia um aumento de sua energia cinética.
A partir do momento em que as massas parassem, a água entraria em repouso. Joule observou que a temperatura da água aumentava e isso correspondia a um aumento de sua energia interna. Em outras palavras, o trabalho realizado pela força da gravidade era convertido em aumento da energia interna.
Joule estabeleceu uma relação entre o trabalho e a quantidade de energia transferida na forma de calor (ou o equivalente mecânico do calor,). Dessa forma, determinou,pelas massas, a variação de altura e o trabalho realizado pela força da gravidade; e calculou, pelo ΔQ, a variação da energia interna sofrida pela água. Ele estabeleceu que 4180 J de energia correspondiam a 1000 cal, ou seja, 1 cal equivale a 4,18 J.
Figura 2 – James Prescott Joule
Hermann Ludwig Ferdinand (von) Helmholtz (1821-1894)
Hermann Helmholtz era filho do chefe do ginásio de Potsdam, Ferdinand Helmholtz, o qual tinha estudado filologia e filosofia e era um amigo próximo do filósofo Immanuel Hermann Fichte, filho de Johann Gottlieb Fichte. O trabalho de Helmholtz seria profundamente influenciado pela filosofia de Fichte e Kant. Ele tentou encontrar provas empíricas das suas teorias, tal como na fisiologia. 
 Enquanto o jovem Helmholtz estava interessado na ciência natural, seu pai queria que ele estudasse medicina na Charité, pois na ocasião havia ajuda financeira para os estudantes de medicina.
Helmholtz escreveu sobre assuntos diversos, desde a idade da terra até a formação do sistema solar: 
Na fisiologia e na psicologia fisiológica, contribuiu com teorias da visão, da percepção visual, percepção espacial, visão a cores, sensação de tom sonoro, percepção do som etc. 
Na física, é conhecido pelas suas teorias da conservação da energia, trabalhos em eletrodinâmica, termodinâmica química e numa fundação mecânica para a termodinâmica 
Na filosofia, é conhecido por sua filosofia da ciência, ideias sobre a relação entre as leis da percepção e as leis da natureza, sobre a estética e ideias sobre o poder civilizador da ciência 
Foi o criador da teoria da Panspermia Cósmica. 
Durante séculos, as pessoas haviam tentado construir um perpetuum móvel organizando Massas - e possivelmente molas - no campo gravitacional, de modo que elas giram uma roda (digamos) e ainda voltar à posição original para começar um novo ciclo. Essas tentativas sempre haviam falhado e a conclusão de que um perpetuum móvel era impossível. Portanto, tão cedo quanto 1775 a Academia de Paris decidiu não rever novas proposições mais. A conservação da energia mecânica - energia cinética, gravitacional, energia potencial e energia elástica - foi firmemente acreditada em, não importa como complexo é o arranjo de massas e molas e rodas.
Um perpetuum móvel era uma proposição de mecânica. Para ter certeza,Fricção e colisões inelásticas foram reconhecidas como contraproducentes, Porque absorvem o trabalho e aniquilam a energia cinética, - ambos produzem calor. Helmholtz concebeu a idéia de que“... o que foi chamado ... o calor é em primeiro lugar a ... força vital (energia cinética) Do movimento térmico (dos átomos) e em segundo lugar as forças elásticas. Entre os átomos. O primeiro é o que até então era chamado de calor. Segundo é o calor latente.”
Até agora, essa idéia fora expressa antes - mais ou menos claramente – mas de Helmholtz: o rebote dos átomos e dos atrações entre eles apenas fez um sistema mecânico mais complexo do que qualquer sistema macroscópico jamais havia sido feito. Mas a impossibilidade Perpetuum móvel deve ainda prevalecer. Assim como a energia foi conservada em um Arranjo macroscópico complexo sem fricção e colisões inelásticas, Energia ainda é conservada - mesmo com atrito e colisões inelásticas - se O movimento dos átomos ea energia potencial de suas forças de interação, É tido em conta. Atrito e colisões inelásticas servem apenas para Redistribuir a energia da sua concretização macroscópica para um microscópico. E na escala microscópica não há atrito, nem Ocorrem colisões entre partículas elementares. A ideia foi apresentada por Helmholtz em 1847 em seu primeiro trabalho sobre Termodinâmica, "Über die Erhaltung der Kraft", que ele Sociedade Física em Berlim. Note-se que, portanto, todos os três dos primeiros protagonistas da primeira lei da termodinâmica usaram a palavra força em vez de energia. O trabalho de Helmholtz começa com a frase: Partimos do pressuposto Que seja impossível - por qualquer combinação de forças naturais - criar vida Força (energia cinética) continuamente do nada. Enquanto Helmholtz pode ter sido inconsciente no início do trabalho de Mayer, ele Conhecia as medidas de Joule do equivalente mecânico do calor. Ele Cita-os. Quando seu trabalho foi reimpresso em 1882, Helmholtz Apêndice em que ele diz que aprendeu do trabalho de Joule apenas pouco antes Enviando seu papel para a impressora. Em Mayer ele diz no mesmo apêndice Que seu estilo era tão metafísico que suas obras tiveram que ser reinventadas depois A coisa foi posta em movimento em outro lugar, provavelmente significando por si mesmo, Helmholtz. Uma coisa é verdade embora: Mayer, e até certo ponto até Joule Cercado sobre o calor e a força; Eles aduziram O teorema da causa lógica e os comandos do Criador. Trabalho por outro lado é cristalina, pelo menos em comparação. Já examinamos as frustrantes tentativas de Mayer e Joule de Publicar suas obras. Helmholtz não se saía melhor. Seu artigo foi Poggendorff como mera filosofia. Portanto, Helmholtz teve de publicar o Trabalho privado como um folheto. Helmholtz não era muito mais jovem que os outros dois homens, Era um homem da nova era. Enquanto os outros atingiram o limite de Suas capacidades - e ambições - com a descoberta da primeira lei, Helmholtz era suficientemente aficionado e sabia matemática suficiente para novo campo.
Assim, Helmholtz colocou números na especulação de Mayer sobre a fonte de energia da radiação solar. Em primeiro lugar, ele descartou a ideia de que a energia vem do impacto dos meteoros. Em vez disso, ele assume que o sol contrai de modo que sua energia potencial cai e é convertida em calor que é então irradiado. Tomando como certo que a produção de energia solar é constante em todo o processo - e, portanto, igual ao valor atual que é 26 W - Helmholtz calcula que o sol deve ter preenchido toda a órbita da Terra há apenas 25 milhões de anos. A terra seria portanto, têm de ser mais jovens do que isso. Os geólogos reclamaram; Eles insistiram que a Terra tinha que ser muito mais velha do que um bilhão de anos para processos geológicos evolucionários percebidos e estavam certos. É verdade que os cálculos de Helmholtz foram impecáveis, mas ele não poderia ter conhecido a verdadeira fonte de energia do sol, que não é gravitacional, mas nuclear. Helmholtz, do lado de sua mãe, um descendente de William Penn, o Fundador da Pensilvânia, estudou medicina e, por algum tempo, serviu como cirurgião no exército prussiano. Quando entrou na vida acadêmica, foi professor de fisiologia em Königsberg, onde realizou um importante trabalho: Funções do olho e do ouvido. Sem ter uma educação formal em matemática Helmholtz era um matemático consumado, ele trabalhou na geometria riemanniana, e os estudantes de mecânica de fluidos sabem os teoremas de vórtice de Helmholtz, que são conseqüências não triviais daEquilíbrio momentum, - certamente não-trivial para o tempo.
Helmholtz era mais um médico transformado em cientistas. Estudou o funcionamento do olho e da orelha e formulou os "teoremas de vórtice de Helmholtz", matematicamente resultados não-triviais para seu tempo. Apesar da percepção que Helmholtz tinha sobre a natureza do calor e apesar da perspicácia matemática que exibiu em outros campos, ele não conseguiu escrever a primeira lei da termodinâmica em uma forma matemática, não na fase inicial da sua carreira profissional. A última passo ainda estava faltando; Diz respeito ao conceito de energia interna e de sua relação com o calor e o trabalho. Esse passo foi deixado para Clausius fazer e ele em estreita ligação com a formulação da segunda lei do termodinâmica. O ponto cardeal desse desenvolvimento foi a busca por a eficiência ideal dos motores térmicos.
Figua 3 – Hermann Ludwig Ferdinand (von) Helmholtz 
7- CONCLUSÕES
Apesar de estarem separados e até desconhecerem o trabalho um do outro (ao menos de início), os três principais cientistas responsáveis pela Primeira Lei da Termodinâmica conseguiram chegar a uma conclusão em comum que revolucionou a Termodinâmicae a própria Ciência na época. A ideia de que a energia se conserva e principalmente a relação dela com o trabalho e o calor trouxeram inúmeros avanços tecnológicos e permitiram que as máquinas térmicas evoluíssem e posteriormente fossem substituídas por motores de combustão interna. Não só a questão da conversão de trabalho em calor (ou vice-versa) foi importante mas também como aproveitar a energia da melhor maneira, de modo a se obter o melhor rendimento possível das máquinas e motores. Sem dúvidas, os avanços ocasionados pelos estudos termodinâmicos e impulsionados durante a Primeira Revolução Industrial foram não só revolucionários como também permitiram que chegássemos no patamar de tecnologia que nos encontramos hoje.
8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MÜLLER, Ingo. A history of thermodinamycs: the doctrine of energy and entropy. New York, Berlin: Springer, 2007.
PÁDUA, Antonio Braz de; PÁDUA, Cléia Guiotti; SILVA, João Lucas Correia. A história da termodinâmica clássica: uma ciência fundamental. Eduel, 2009.
CASTRO, C.A. Nieto de; PALAVRA, A. M. F. Termodinâmica, suas leis e história. Boletim Sociedade Portuguesa de Química. Lisboa, série II, n.31, p. 11-21, 1988.
SANTOS, Paulo do Nascimento; História da termodinâmica e sua evolução tecnológica. Ji-Paraná, 69 p., 2010. Tese de Final de Curso (Graduação) – Universidade Federal de Rondônia.

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