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Capítulo I - A Questão Social nas décadas de 1920 e 1930 e as Bases para implantação do Serviço Social 
 
1. A Questão Social na Primeira República 
 
O desdobramento da questão social é também a questão da formação da classe operária e de sua entrada no cenário 
político da necessidade de seu reconhecimento pelo Estado e, portanto, da implementação de políticas que de alguma 
forma levem em consideração seus interesses. 
 
A implantação do serviço social: Sua legitimação diz respeito apenas a grupos e frações restritos das classes 
dominantes em sua origem, e, logo em seguida, ao conjunto das classes dominantes. Sua especificidade maior está na 
ausência quase total de uma demanda a partir das classes e grupos a que se destina prioritariamente. Caracteriza-se, 
assim, como uma imposição. Serviço social: caridade e repressão - limites em relação aos quais se deve construir uma 
alternativa. 
 
A população Operária: minoria composta majoritariamente por Imigrantes, marginalizada social e ecologicamente 
dentro das cidades. Condições de moradia: bairros insalubres, junto as aglomerações industriais, em casas infestas e 
insalubres com frequente falta absoluta de água, esgoto e luz. 
 
Sentido histórico do serviço social: necessário analisar antes problema social, posicionamento e ações 
assumidas/desenvolvidas pelos diferentes grupos e instituições dominantes. A crise do comércio internacional em 
1929 e o movimento de outubro de 1930 representam um marco importante na trajetória da sociedade brasileira. 
Nesse sentido, se dá a implantação do Serviço Social, que nasce principalmente para tratar da Questão Social, que se 
expande no decorrer das décadas de 1920/1930. 
 
Ligas Operárias (1910): procuram unir operários de diversos ofícios com objetivo a luta pela defesa de seus interesses 
comuns. Essas agremiações - precárias em sua existência e alcance - darão origem a Sociedades de Resistência e 
Sindicatos, que se definirão, formas de organização e atuação diretamente com referência às relações de produção. 
Sua legitimidade se dará somente no plano operário, e fora dele serão quando muito tolerados, e no crescer dos 
movimentos reivindicatórios, serão duramente reprimidas, com o fechamento de suas sedes e perseguição de seus 
líderes (presos e deportado). Reivindicações: defesa do poder aquisitivo dos salários (período de constante surtos 
inflacionários), na duração da jornada normal de trabalho, na proibição do trabalho infantil e na regulamentação do 
trabalho de mulheres e menores, no direito a férias, seguro contra acidentes e doenças, contrato coletivo de trabalho 
e reconhecimento de suas entidades. 
 
1910 a 1920: greves e manifestações operárias ampliadas no pré e pós I Guerra Mundial. 
 
1917 a 1920: manifestações mais densas de um proletariado à beira do pauperismo. 
 
"Liberalismo excludente": 1ª República. 
1891 - 1911 - 1917: tímidos decretos sobre a questão de mulheres e menores em situação sanitária precária mas falta 
fiscalização. 
 
1919: fortalecimento do movimento operário e implantação da primeira medida ampla de Legislação Social 
(responsabilizando as indústrias pelos acidentes de trabalho, mas não representará mudança substantiva na vida dos 
trabalhadores que aos poucos já vinham obrigando os industriais arcarem com esse custo. Levará ao Seguro Coletivo. 
Brasil entra para a Organização Internacional do Trabalho. 
 
1925: criação do Conselho Nacional do trabalho. 
 
1926: Emenda Constitucional a legislação do trabalho possibilita a intervenção do Estado na regulamentação do 
mercado de trabalho. 
 
1926 e 1927: são aprovadas as leis de proteção ao trabalho (como a lei de férias, acidente de trabalho, código de 
menores, trabalho feminino, seguro doença, etc). Aplicação precarizada nos dois principais centros urbanos se limitará 
a setores não industriais (Ferroviários, marítimos, Portuários) de grande participação Estatal. O Estado se negar a 
reconhecer a existência da Questão Social. 
 
Resposta principal do Estado na 1ª República: diante de sua incapacidade de propor e implementar políticas sociais e 
eficazes, optarão pela repressão policial. A violência do Estado se fará constantemente presente a trajetória das lutas 
do movimento operário como mais eficiente instrumento de manutenção da paz social necessária a acumulação 
capitalista. 
 
Classe operária: progressivo adensamento; mesmo nas cidades mais industrializadas uma minoria fortemente 
marcada pela origem europeia; social e politicamente isolada inclusive de outras classes dominadas. 
 
EMPRESARIADO: sua preocupação com o social aparece apenas a partir das desagregações do Estado Novo e término 
da II GM. Representa uma adaptação à nova fase de aprofundamento do capitalismo sobre uma conjuntura política 
diferenciada, e sua adesão às novas formas de dominação e controle do movimento operário, cuja especificidade será 
dada pelo populismo e desenvolvimentismo, onde a procura pelo consenso se sobrepõe a simples coerção. Buscará 
por todos os meios e formas de pressão impedir retardar ou boicotar a regulamentação externa do mercado de 
trabalho e tudo que interfiram no controle direto e manipulação de seus empregados, confrontando-se 
constantemente com sindicatos. Legitimidade: sindicalismo oficial (pelego) já dentro da ditadura varguista, embora 
continue sendo caso de polícia. 
 
O empresariado adverte ao governo que a permissão do tempo livre do operário interferirá na sua dominação e que 
as medidas de legislação social exigem um complemento para disciplinar o operariado também fora do seu local de 
trabalho. Isto é, elevar o proletariado um padrão ético moral, a uma racionalidade no comportamento ajustada a 
interiorização da ordem capitalista industrial. 
 
Duas faces do comportamento do empresariado na 1ª República: negação no reconhecimento das organizações 
sindicais, negação da participação do operariado na tomada de decisões sobre assuntos relacionados a estes, 
burlagem de acordos, relacionamento privilegiado com a polícia. Ou seja, a prática normal de uso da repressão como 
forma mais eficaz de dominação. No reverso: existência de uma política assistencialista que se acelera a partir dos 
grandes movimentos sociais do primeiro pós-guerra. Maior extração da força de trabalho e implantação de 
mecanismos assistenciais internos a empresa, propiciando a seus empregados alguns serviços assistenciais (Vilas 
operárias, ambulatórios, creches e escolas, exceto o aluguel de casas). Em contrapartida: rebaixamento salarial e a 
sujeição ao controle de sua vida cotidiana. Política reivindicatória: os benefícios são condicionados ao bom 
comportamento diante das greves e a uma vida pessoal regrada. Esse assistencialismo apresenta uma diferença 
essencial em relação comportamento tradicional de Elite da primeira república pois este é um sistema de formar 
obrigações constituir súditos deformar obrigações atividade necessária a manutenção do seu sistema de dominação 
política social. 
 
2. A Reação Católica 
 
Desenvolvimento moderado na década de 1920. Acelera na década seguinte com a mobilização pela Igreja do 
movimento católico leigo. Surgimento do SeSo como um departamento especializado da ação social embasado na 
doutrina social católica. 
 
A Igreja busca uma legitimação, uma reafirmação do seu poder; e se vê inserida na dinâmica dos antagonismos de 
classes da sociedade. Ante a desagregação da sociedade civil tradicional e ao declínio de sua influência ante a 
ultrapassagem da Concepção religiosa do mundo a Igreja Católica se vê obrigada reagir reagrupando suas forças, 
visando a reconquista de suas antiga dominação pratico-ideológica, pretende resistir a reforma protestante laica e no 
estado liberal restabelecer uma estratégia de domingo direto e sua antiga hegemonia. 
 
2.1 Primeira fase da reação católica 
 
Segunda metade da República Velha. 
Décadade 20: manifestações: fundação do Partido Comunista do Brasil. Semana de Arte Moderna, crise no complexo 
cafeeiro e transformações sociais decorrentes do aprofundamento do modo de produção capitalista em termos 
nacional e mundial. Base: as diretrizes de Leão Treze - a utilização das liberdades constitucionais garantidas pela 
República para recatolização da Nação - e seu ataque a acomodação do Clero subserviente, a aristocracia e etc. Sua 
pregação não chega a sensibilizar a própria hierarquia. 
 
Maior repercussão: pastoral de Dom Sebastião Leme (1916) - diocese de Olinda - restabelece-se as bases do respeito 
sobre a Igreja e a vontade da maioria; legitimação jurídica do acesso da Igreja a obras em entidades de caráter público 
- e cofres públicos - e a superioridade da igreja sobre o Estado. Implantação do serviço social no Brasil: mobilização 
do laicato por modelo de conteúdo e forma europeus - Itália e França. 
 
República Velha: Igreja com carater colaboracionista em relação ao Estado, apesar das questões pendentes como o 
laicismo da educação. 
 
1922: a partir da revista A Ordem (1921), o centro Dom Vital se transformará no principal aparato de mobilização do 
laicato procurando recrutar aristocracia intelectual capaz de combater no plano político ideológico o anticlericalismo, 
o Positivismo e o laicismo das instituições republicanas. 
 
1917 a 1921: movimento operário em refluxo e a intensa luta interna (tendência marxista x anarquista) se reflete na 
diminuição das greves e na emergência ao Primeiro Plano dos movimentos de contestação de base ideológica. 
Mobilização do laicato: caráter altamente elitista, buscando ampliar a área de influência entre as frações das classes 
componentes do bloco dirigente e nas frações subordinadas as quais se aliavam. 
 
Instituições republicanas: são consideradas válidas política e socialmente; defendem autoridade absoluta do Estado 
desde que sob a influência da Igreja, pois ordem e hierarquia são condições indispensáveis para a superação da 
situação de crise; combater toda forma de rebelião instalado nos últimos governos da República Velha. 
 
A rebelião tenentista de 1924 é considerada como infâmia e será justamente o movimento católico o mais feroz a 
exigir uma repressão. 
 
A questão social fica assim relegada um obscuro segundo plano. 
 
As lideranças católicas não se preocupam de fato com a situação política do proletariado, assumem apenas o caráter 
de constatação das condições de trabalho a que eram submetidas mulheres e crianças, a uma crítica à promiscuidade 
entre os sexos nas oficinas e a desagregação da família. 
 
Ao fim da República Velha era cada vez maior identidade entre Igreja e Estado. A Igreja, por sua solidariedade e 
alinhamento com direita política da burguesia cafeeira, também se negar a reconhecer a questão social. 
 
Com o movimento de 30, inicia-se um novo período de mobilização do laicato católico. A bipolarização de setores mais 
dinâmicos da pequena burguesia, a emergência do proletariado através da retomada dos movimentos reivindicatórios 
e de uma nova estratégia política criam as condições para que a Igreja seja chamada a intervir na dinâmica social de 
forma muito mais ampla. 
 
2.2 O movimento político-militar de 1930 e a Implantação do Corporativismo: 
 
Fim da década de 20: decadência da economia cafeeira e pelo amadurecimento das contradições econômicas e 
complexidade social geradas pelo desenvolvimento capitalista realizado sobre a égide da expansão do café. 
 
 A crise mundial de 29: atuará como um catalisador, acelerando o surgimento das condições objetivas e subjetivas que 
possibilitam o fim da supremacia da burguesia ligada ao Complexo cafeeiro. Forma-se assim uma coalizão 
extremamente heterogênea sob a bandeira da diversificação do aparato produtivo, da reforma política que 
desencadeia o movimento político-militar que põe fim à República Velha. Não se tratará da substituição de classes no 
poder nem da constituição de um novo bloco hegemônico qualitativamente diverso do anterior. 
 
Política econômica: orientada para além de preservar a economia cafeeira (eixo principal de acumulação) mas 
favorecer o sistema produtivo voltado para o mercado interno e para diversificar a pauta de exportações. 
 
 "Estado de Compromisso": relativa autonomia ação do Estado (pressupõe uma tomada para si das contradições 
econômicas e sociais do desenvolvimento capitalista) assume posição arbitral, não se desvinculando dos interesses 
mais globais. 
 
O Estado assume organização corporativa, voltando sua atuação para interesses divergentes que emergem das 
contradições entre as diferentes frações dominantes, e as reivindicações setores populares, para, em nome da 
harmonia social, buscar o desenvolvimento da colaboração entre as classes disciplinadas, no sentido de se transformar 
em um poderoso instrumento de expansão e acumulação capitalista. 
 
Política social formulada pelo novo regime: toma a forma através de legislação sindical trabalhista (elemento central 
do processo). 
 
As principais características da ditadura implantada a partir do Estado de novo já estarão presentes desde 1935, 
quando o proletariado é duramente reprimido em sua organização autônoma política e sindical. 
 
Implantação do corporativismo enquanto sistema de dominação política; este não sofrerá nenhuma resistência 
significativa, aplainando-se o caminho para a efetiva vigência da nova política social. 
 
Estado pós 30: nos primeiros anos do governo provisório, a legislação social anterior é revista/ampliada: jornada de 8 
horas, regulamentação do trabalho feminino e dos menores, férias, contrato coletivo de trabalho, etc. Intercedendo 
ao comprimento efetivo das medidas de "proteção ao trabalho" é criada uma legislação sindical, estreitar o controle 
estatal sobre organização da classe operária. 
 
Com exceção de 1934 e 1935, A repressão à organização sindical autônoma e aceitação do sindicalismo controlado 
serão duas faces do mesmo projeto de integração. 
 
Ministério do trabalho: organizado a partir de um dos primeiros decretos do governo provisório será apresentado 
como Ministério da revolução da Modernização da Justiça Social. Lei dos 2/3. 
 
Noção ideológica do Estado acima das classes é acompanhada da intensa relação da noção do trabalho como fonte de 
Harmonia social para o capitalismo. Dessa forma o projeto de controle e integração do movimento operário está 
englobado dentro de uma visão mais ampla, que procura atingir também a pequena burguesia assalariada e procura, 
portanto, coibir a mobilização das classes de explorados urbanas como um todo integrado suas reivindicações da 
estrutura corporativa do Estado. 
 
2.3 Relações Estado Igreja 
 
Queda da Rep. Velha: início do II ciclo de mobilização do movimento católico laico. Conjuntura política: crise de 
hegemonia entre as frações burguesas e movimentação das classes subalternas; abertura para Igreja intervir na vida 
social. 
 
Igreja: importante, nos momentos mais críticos, para a estabilidade de um novo regime e sua disputa pelo controle 
social e ideológico. Objetivo: implementar projeto de restauração de sua ação normativa para a sociedade; o governo 
provisório busca por sua Solidariedade e apoio da como poderosa força disciplinadora. 
 
Medidas: tornar facultativo ensino religioso nas escolas públicas e proibição de propaganda religiosa nos novos 
sindicatos (situação de ambiguidade - igreja e Estado buscando consolidar a ordem e a disciplina social, porém com 
distintos projetos políticos e corporativos que visam influenciar e controlar posições da sociedade civil). 
 
Inauguração do Cristo Redentor: posição ameaçadora da Igreja:" ou o Estado reconhece Deus do Povo ou o povo não 
reconhecerá o Estado. 
 
Contraditoriamente apoia as forças políticas que pleiteiam a volta ao regime Liberal pois este permitiria uma amplamargem de manobra para reafirmação e a expansão de sua influência social por intermédio do movimento católico 
laico. 
 
A intelectualidade católica procurar a adaptação à realidade nacional utilizando-se do espírito das encíclicas papais 
Rerum Novarum e Quadragésimo Anno, munindo a hierarquia e o movimento Laico de um arsenal de posições, 
propostas e respostas aos problemas sociais ao formular uma via cristã corporativa, capaz promover a harmonia e o 
progresso da sociedade. "Deus é a fonte de toda toda justiça e apenas uma sociedade baseada nos princípios da 
cristandade pode realizar a justiça social". 
 
Intervenção do Estado, segundo a Igreja: o trabalho deve ser amparado por uma legislação que impõe limites a sua 
exploração e especialmente preserva os bens da alma, mas sobre a livre determinação do trabalho deve prevalecer 
uma lei de Justiça natural não poderá negar a existência e a dependência da sociedade civil e manter-se afastado das 
corporações e grupos sociais. 
 
À Igreja Católica (apostolado) caberá a tarefa de reunificação e recristalização da sociedade burguesa por intermédio 
da ação sobre as corporações e demais grupos básicos. 
 
Necessidade: harmonização das classes em conflito e estabelecer entre elas relações de verdadeira amizade, acima da 
regulamentação jurídica do estado laico deverá prevalecer o comunitarismo Cristão. 
 
Paralelamente a Vanguarda socialista e o movimento operário se tornam seu pior inimigo. 
 
A mobilização do movimento Laico obedecerá aos objetivos de definir as relações entre Igreja e Estado a partir de um 
modelo que garanta à Igreja a ampliação de antigos privilégios e prerrogativas, e também assegure dentro do Estado, 
posições circunstanciais para consolidar sua influência social. A ação política: Assembléia Constituinte (1934) - apesar 
de manter a separação formal entre igreja e estado a constituição de 1934 será um indicador seguro do estreitamento 
seus laços entre Igreja e Estado. Reconhecimento do catolicismo como religião oficial e da indissolubilidade da Família, 
reconhecimento do casamento religioso pela lei civil, a proibição do divórcio, garantia do acesso da igreja a educação 
pública e a todas instituições de interesse coletivo; o sindicalismo corporativo estatal será rejeitado estatuindo se o 
princípio da pluralidade e autonomia sindical. 
 
 O abrandamento temporário da repressão em função da conjuntura eleitoral dos aspectos liberais consagrados na 
nova constituição, serão aproveitados pelo movimento operário e popular no plano político, surgindo então, a Aliança 
Nacional Libertadora – ANL - como organização política de âmbito nacional das forças populares, no Polo oposto 
movimento católico leigo e a ação integralista giram como catalisadores da opinião e mobilização da direita. 
 
Resposta do governo: cristalização da Lei de Segurança Nacional e o aumento da repressão a campanha de 
popularização comunista que se desencadeia estreitar ainda mais os laços entre igreja e estado. 
 
A Igreja se concentra no ativismo no meio Operário com círculos Operários (1932) ganharam a estrutura nacional e 
contaram com apoio financeiro incentivo do estado e do empresariado para alcançar relativa amplitude. Queda em 
1945. 
 
 A Liga eleitoral católica será extinta duas décadas mais tarde. 
 
Dois outros aspectos contribuem para a caracterização política ideológica do movimento católico: sua natureza ser 
autoritária elitista, rigidamente corporativista e internamente submetida ao controle da hierarquia, e o segundo, 
aspecto diz respeito a íntima ligação do movimento com ação integralista brasileira conhecida como fascismo nacional 
(trilogia integralista Deus Pátria família se mistura ao anticomunismo e a defesa intransigente da família da 
propriedade e se identificaram plenamente com Espírito do movimento católico). 
 
Sintetiza Lélio Basso de forma extremamente clara o espírito da integração entre Igreja e Estado Novo: primeiro lugar 
seu aspecto mais social e mais favorável as obras de assistência, distinto das fórmulas implícitas e brutais da luta pela 
vida, sendo mais preocupado em criar, mesmo no interior das classes oprimidas, uma adesão ao sistema e uma 
aproximação com Espírito comunitário e caritativo do catolicismo. Em segundo lugar, seu aspecto mais organizado e 
hierarquizado, exigente no plano da disciplina, também mais capaz, assegurar o consentimento e obediência, levando 
a continuidade do espírito autoritário dogmático da Igreja, uma vez que no capitalismo moderno desses dois aspectos 
sempre foram indissolúveis. 
 
 Capitulo II - Protoformas do Serviço Social 
• Protoformas do serviço social: tem na sua base obras e instituições que começam a brotar após o final da 
Primeira Guerra Mundial. Tratado de Versailles que procura estatuir internacionalmente uma nova política 
social mais compreensiva relativamente a classe operária. 
• 
• No plano interno: grandes movimentos Operários de 1917 a 1921 tornaram patente para a sociedade a 
existência da questão social e da necessidade de procurar soluções para resolver lá senão minorá-las. 
• 
• Instituições: Associação das Senhoras Brasileiras (1920 - Rio de Janeiro) e a Liga das Senhoras Católicas (1923 
- São Paulo). Ambas já possuem uma forma diferente em face das atividades tradicionais da caridade. Seu 
surgimento se dá dentro da primeira fase do movimento de reação católica, da divulgação do pensamento 
social da Igreja, mas dentro de uma perspectiva embrionário de assistência preventiva de apostolado social, 
buscando atender e atenuar determinadas sequelas desenvolvimento capitalista, principalmente no que se 
refere a menores e mulheres. 
• 
• 1922: Confederação Católica -precursora da ação católica-. Tem em vista centralizar politicamente de 
dinamizar os primeiros embriões do apostolado laico. 
• 
• Importância das instituições e obras: embora sua ação concreta seja extremamente limitada e seu conteúdo 
assistencial e paternalista será a partir de seus desenvolvimentos que se criaram as bases materiais e 
organizacionais principalmente humanas que a partir da década seguinte permitiram a expansão da ação 
social no surgimento das primeiras escolas de serviço social. 
• 
Instituições dentro da ação católica: destinados a organizar a juventude católica para ação social junto à classe 
operária. EX: Juventude Operária católica (JOC) e sua extensão através da Juventude Estudantil Católica - JEC 
-, Juventude Independente Católica -JIC-, Juventude Universitária Católica -JUC- e Juventude Feminina Católica 
-JFC. Obras sociais que se diferenciavam criticamente da caridade tradicional novos movimentos do 
apostolado social especialmente destinados a intervir junto ao proletariado antes englobado dentro da 
estrutura do movimento Laico impulsionado controlado pela hierarquia. 
 
 
1.1 Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo e a necessidade de uma Formação Técnica Especializada 
para a Prestação de Assistência 
 
Surgimento do Centro de Estudos e Ação Social de São Paulo: considerado como manifestação original do 
Serviço Social no Brasil em 1932. Aparece como condensação da necessidade sentida por setores da ação 
social e Ação Católica de tornar mais efetiva e dar maior rendimento às iniciativas e obras promovidos pela 
filantropia das classes dominantes e sobre o patrocínio da Igreja dinamizar a mobilização do laicato. Primeiro 
relatório do CEAS busca orientar e esclarecer ideias formaram julgamento acertado sobre os problemas sociais 
da atualidade. 
Objetivo central CEAS: promover a formação de seus membros pelo estudo da doutrina social da igreja, 
fundamentando sua ação na formação doutrinária e no conhecimento aprofundado dos problemas sociail 
visando tornar mais eficiente atuação dos trabalhadores sociais e adotar uma orientação definida emrelação 
aos problemas a resolver, favorecendo a coordenação de esforços dispersos nas diferentes atividades e obras 
de caráter social. Clareza no sentido novo dessa ação social trata de intervir diretamente junto ao proletariado 
para afastado de influência subversivos. 
Paralelamente sua posição de classe Abastada faculta um sentimento de superioridade e tutela em relação ao 
proletariado que legitima a intervenção. 
As atividades do CEAS se orientarão para formação técnica especializada de quadros para ação social a difusão 
da doutrina social da igreja. São promovidos diversos cursos de filosofia, moral, legislação do trabalho, 
doutrina social, enfermagem de emergência etc. 
1933: intensificação das atividades participação na liga eleitoral católica; realização da Primeira Semana de 
Ação Católica; início da formação adequada da Juventude Feminina Católica constituída a partir dos centros 
Operários e círculos de formação para moças. 
1936: a partir dos esforços envolvidos para esse grupo Eu apoio de hierarquia é fundada a Escola de Serviço 
Social de São Paulo a primeira desse gênero existe no Brasil 
1935: criação do Departamento de Assistência Social do Estado SP; primeira iniciativa desse gênero no Brasil. 
1938: é organizada a Sessão de Assistência Social com finalidade de organizar o Serviço Social de Casos 
Individuais. Orientação Técnica das obras sociais; setor de investigação e estatística e o fichário central de 
obras e necessitados. O método Central aplicado é definido como sendo Serviço Social de Casos Individuais, 
onde se estimula os necessitados, fazendo-os participar ativamente de todos os projetos que se relacionam 
com seu tratamento, utilizando todos elementos do meio social que possam influenciar no sentido desejado, 
facilitando sua readaptação e propiciando auxílio-material reduzido ao mínimo indispensável (para não 
prejudicar o tratamento). Busca pela racionalização da assistência reforçando a centralidade sua participação 
própria regulando as iniciativas particulares tudo isso numa demanda de serviços por parte do Estado através 
de convênios. 
A demanda por essa formação técnica especializada é crescente e terá no Estado seu setor mais dinâmico. Ao 
mesmo tempo que passará a pogressiva transformação em profissão, legitimada dentro da divisão sócio 
técnica do trabalho. Sendo assim, em 1933 quando é fundada pelo CEAS a primeira Escola de Serviço Social, 
ela não pode ser considerada um fruto exclusivo do movimento católico Laico, pois já existe uma presente 
demanda a partir do estado, que passa a assimilar a formação doutrinária própria do apostolado Social. 
O portador dessa qualificação não mais será necessariamente uma moça da sociedade, voltada ao apostolado 
Social, e, progressivamente se transformará num componente forte de trabalho, possuindo uma determinada 
qualificação, englobada na divisão social e técnica do trabalho, embora a eliminação do conteúdo doutrinário 
da forma escolar do assistente social não ocorrerá. 
1936: primeira semana de ação social do Rio de Janeiro. Considerado um marco para introdução do serviço 
social na capital da República. Origem grupo laico Grupo de Ação Social (GAS). 
Ainda assim na dianteira dos principais movimentos de caráter social estarão as mulheres e principalmente as 
figuras da alta sociedade, como a senhora Darcy Vargas primeira-dama do país. 
A necessidade de Formação técnica especializada para a prática da assistência é vista não apenas como 
necessidade particular do movimento católico, mas também do Estado e do empresariado. A visão da 
possibilidade de profissionalização do apostolado Social se dá de forma sutil, na medida em que se encarar a 
necessidade colaboradores para as obras particulares e a demanda de pessoal permanente para as instituições 
oficiais e patronais. 
A segunda vertente de iniciativas tendentes a formação de pessoas especializadas na assistência parte de um 
setor específico da assistência pública o Juízo de Menores. 
1936: primeiro curso intensivo de serviço social com duração de 3 meses com ênfase para o problema da 
infância abandonada paralelamente realizou-se um curso prático. 
Em 1938 Começou a funcionar o curso regular da escola técnica de serviço social que diploma sua primeira 
turma em 1941. 
1947 primeiro Congresso Brasileiro de serviço social 
 
2 Campos e ações práticas dos primeiros assistentes sociais: 
São Paulo: no departamento de serviço social do estado em algumas funções especializadas como inspetor de 
trabalho de mulheres e menores e no Departamento Estadual do trabalho , e no juízo de menores. No CEAS a 
partir do convênio com departamento de serviço social do Estado. O Juízo de Menores e o serviço de 
assistência ao Menor da prefeitura são os primeiros no setor público a introduzir os assistentes sociais no setor 
particular da mesma forma que em São Paulo serão as instituições mais sólidas as protoformas do serviço 
social que primeiro emprego aos assistentes sociais, de forma ainda bastante limitada. 
Atuação dos CEAS nos bairros Operários em 1940.: Oferecidos atendimentos de interessados visitas 
domiciliares, bibliotecas infantis, reuniões educativas para adultos, curso primário, curso de formação familiar, 
moral, formação doméstica para o lar, restaurante para operários. O tratamento dos casos será basicamente 
feita através de encaminhamentos, colocação, empregos, abrigo provisório para necessitados, regularização 
da situação legal da família (casamento) etc. Fichário dos assistidos. 
 
Na associação Lar Proletário (primeira grande obra particular do Rio de Janeiro a implantar o serviço social - 
1939) as assistentes desenvolveram atividades semelhantes, além das atividades relativas ao conjunto 
residencial construído pela instituição (seleção das famílias após acurada pesquisa, orientação da distribuição 
dessas famílias, seguir de perto ocupação de cada uma delas, conquistando a simpatia dos assistidos). 
 
Assistentes sociais atuaram como comissário de menores no Serviço Social de Menores exercendo atividades 
no intuito de disciplinar, nos serviços de abrigo e triagem junto à procuradoria de serviço social, no campo de 
assistência judiciária a fim de ajustar o indivíduo ou famílias cuja causa de desadaptação social se prenda uma 
questão de Justiça civil, e enquanto pesquisadores sociais, serviço de plantão, além de orientação Técnica das 
obras sociais, estatística e fichários Central dos assistidos. 
 
Intervenção no serviço exterior da unidade de produção junto atividades ligadas à legislação trabalho, atuando 
junto a mulheres e crianças, direção da creche, articulação de serviços, visitas domiciliares, articulação e 
encaminhamentos para o serviço da comunidade, contato com os movimentos de aperfeiçoamento moral e 
profissional, Juventude Operária católica, círculo dos Operários e etc. 
 
No caráter trabalhista se associa a concessão de seus benefícios como licença maternidade, acidente de 
trabalho, aposentadoria, seguro de vida, consiste na atuação voltada para o controle do fator humano da 
produção, seleção profissional, Prevenção de Acidentes, vigilância sobre saúde dos Operários, assistência às 
gestantes e nutrizes e etc. 
 
Serviço social de empresa: atuaram em geral na racionalização de serviços assistenciais, sua implementação, 
assim como atividades cooperativismo. 
 
No campo médico atuaram na triagem, elaboração de informativo sobre o cliente, distribuição de auxílios 
financeiros para possibilitar a ida do cliente a instituição médica, conciliação do tratamento com os deveres 
profissionais do cliente, cuidado quanto aos fatores psicológicos e emocionais, tratamento e adequação do 
cliente e a instituição. 
 
3 Elementos do discurso do SSRefletindo no entanto a fase embrionária que o serviço social se encontra um prolongamento da ação social constitui-
se numa essencial um veículo de doutrinação e propaganda do pensamento social da igreja propondo-se a mobilização 
da opinião católica para o apostolado social. 
Tampouco existe uma tentativa sistemática de adaptação crítica à realidade local dos postulados doutrinários teóricos 
e técnicos absorvidos através da influência europeia e norte-americana. 
Publicações na revista serviço social; 
 A caridade passa a utilizar os recursos que a ciência e a técnica lhe oferecem mobiliza além dos sentimentos a 
inteligência e a vontade para o serviço da pessoa humana. 
O serviço social representa uma evolução dos antigos métodos favorecidas pelas descobertas científicas pelo 
desenvolvimento dos estudos sociológicos e principalmente pela intensidade E complexidade dos problemas sociais 
presentes, isso distingue das antigas formas de assistência. 
Visa pela experiência, suavizar a miséria e a doença que transformaram sem exigir saltos em uma organização quase 
científica, a concepção de caridade velha como o mundo. 
 Busca pelo restabelecimento da Ordem Social baseada na justiça e na caridade. Trabalho de adaptação do indivíduo 
ao meio e do meio onde vive, atividade orientada ao saneamento das deficiências individuais e coletivos, tudo isso 
sendo possível através de uma evolução do método de assistência, que passa a exigir também daqueles que a ele se 
dedicam preparação adequada e metódica, justificando o aparecimento das escolas do serviço social. 
 O campo para ação do serviço social é, portanto, bem delimitado à organização social satisfatória, e as Reformas e 
adaptações que estão necessárias na sociedade são Campo da ação social, pois sempre haverá indivíduos fracos, e 
este é o principal cenário para o serviço social, buscando ajustamento ao quadro normal da vida através de 
personalizada ação junto às coletividades, não deve atingir os grupos sociais em sua estrutura. 
 Tem por base o pensamento católico europeu, em sua vertente mais direitista e principalmente as encíclicas papais, 
onde um discurso interpõe ao comunismo totalitário e a ordenação social do liberalismo em capaz de resolver o 
problema das classes subalternas. A melhor forma de enfrentar o problema seria começar por compreende-lo. À 
medida que a profunda uma experimentação empírica dos problemas sociais com maior precisão, os assistentes 
sociais veem a necessidade de intervir na crise de Formação moral intelectual e social da família, onde é necessário 
instalar, através de uma ação educativa de longo alcance, para que obtenha um padrão de vida que lhe possibilite um 
mínimo de bem-estar material a partir do qual poderá começar a sua reeducação moral. 
Isso passa por condições de moradia, precariedade e promiscuidade nas condições sanitárias com as quais a família 
operária convive, assim como as consequências Morais que isso leva. A ignorância e pobreza são também as duas 
causas principais esse cenário, levando a baixa produtividade do trabalhador, que se constitui um dos principais fatores 
responsáveis por sua remuneração suficiente. 
Também atua na questão infantil de abandono de menor, onde a mulher é obrigada a abandonar o lar para trabalhar 
também, pois somente o chefe da família não consegue prover o sustento do lar. Porém o que mais preocupa é quando 
tem uma deformação moral, ou seja, quando a mulher não necessitada, trabalha, aspirando causar decantado 
independente moderna. 
As creches são também sinônimo de desajustamento, um mal necessário, um paliativo. Somente a obra de assistência, 
obra de educação, orientação, formação integral de sociedade, poderá atuar eficazmente sobre os flagelos sociais, 
como alcoolismo e a saúde arruinada. 
Em suma, é preciso reeducar a família e a religião será o Esteio moral de estabilidade. 
O Operário se liga a empresa com passividade do animal ou como escravo que sujeita ao dono, a finalidade básica de 
serviço social será de restabelecer na empresa a verdadeira sociedade, cujos membros tenham em vista o mesmo fim. 
O assistente social, ao mesmo tempo que deverá atuar no sentido de garantir o trabalhador e a sua família um nível 
de vida moral, físico, econômico normal e a correta aplicação das leis trabalhistas, deve combater o absenteísmo, 
relaxamento no trabalho, velar pela moralidade, promover a conciliação nos dissídios trabalhistas, sua função na 
empresa será o agente de ligação entre patrão e Operário, atendendo a um e a outro, atuando de forma autônoma e 
independente. Ele é o autêntico agente da justiça social, o agente coordenação dos elementos humanos da produção 
e da aproximação de classes. 
No plano de metodologia e técnicas também não se observar por parte dos assistentes sociais uma teorização e 
adaptação à realidade brasileira, seu esforço maior será com o objetivo de sensibilizar as instituições particulares do 
estado para a condução das novas técnicas de assistência. 
 A tecnificação da assistência não deverá ser mais apenas curativa, deverá atuar principalmente na prevenção dos 
problemas sociais; o objetivo não poderá ser mais não poderá mais ser o de traçar paliativos buscando minorar as 
situações de desajustamento. 
O inquérito individual da vida do assistido, através de entrevista compra algo junto a familiares e seus patrões será 
instrumento utilizado para diagnóstico e, para que o tratamento seja eficaz e seus efeitos duradouros, é indispensável 
sua adesão por parte do assistido. Ele deve aceitar e aderiram o tratamento. 
 
4 Modernos Agentes da justiça e da caridade 
 
4.1 o serviço social e o bloco católico 
No plano ideológico estarão embebido de uma doutrina social e totalitária de um projeto de desenvolvimento 
harmônico para a sociedade de uma terceira via, buscando reconquistar as massas ir ao povo liberado da influência 
nefasta do socialismo e aconchegar no comunitarismo ético cristão. 
O apostolado social usará uma forma de intervenção ideológica que se baseia no assistencialismo como suporte, uma 
atuação cujos efeitos são essencialmente políticos: o enquadramento das populações pobres e carentes que engloba 
o conjunto de classes exploradas. 
Os principais núcleos formados em São Paulo e no RJ são típicos do serviço social europeu. Trata-se fundamentalmente 
de um Núcleo Feminino originado majoritariamente do sistema de ensino mantida pela igreja e das modernas obras 
sociais, constituidas a partir de moças e senhoras da sociedade. Isto é, pertence entre os setores abastados tendo 
como ponto comum alguma forma de militância nos meios católicos. 
 
4.2 Humanismo Cristão e vocação 
O assistente social deveria ser uma pessoa com incrível formação moral e sólida, com um grande devotamento, 
sentimento de amor ao próximo, realmente solicitado pela situação penosa de seus irmãos pelas injustiças sociais pela 
ignorância pela miséria e a esta solicitação deve corresponder as qualidades pessoais de inteligência e vontade. 
Essas são algumas exigências do profissional do assistente social para ingressar na Escola de Serviço Social de São 
Paulo: a boa saúde, ausência de defeitos físicos, condições de meio familiar social devem ser investigados pois serão 
revelados reveladores as qualidades Morais do pretendente, e o conhecimento de uma certa prática de relações 
sociais que da sociedade, tendo a possibilidade de beneficiar a profissão. 
Sua formação ainda se dividi em quatro aspectos principais: científica, técnica, moral e doutrinária. 
Como foi visto anteriormente a fase caracterizada como de influência europeia ou serviço social antigo período de 
1930/1945 ou 1930/1940 presentes no processo da chamada reação católica e de seus desdobramentos e, assim,no 
conjunto de instrumentos que são criados para rearmar o bloco católico. 
Além do imbricamento das escolas serviço social com apostolado leigo, seu corpo docente e modelo de organização 
currículo e materiais didáticos estão na dependência de grandes escolas europeias. Como marco da influência norte-
americana no ensino especializado no Brasil situa-se o congresso interamericano de serviço social realizado em 1941 
em Atlantic City USA. 
 
Capitulo III 
Instituições Assistenciais e Serviço Social 
1. O Estado Novo e o Desenvolvimento das Grandes Instituições Sociais 
Observa-se, a partir desse momento, uma política econômica que se coloca nitidamente a serviço da industrialização 
procurando reverter para esse polo os mecanismos econômicos naturalmente voltados para sustentação da 
agroexportação. O Estado busca de diversas formas incentivar as indústrias básicas - tornando-se em última instância 
produtor direto através de empresas estatais e de economia mista – na gestão do Estado aparece o quadro corporativo 
através de suas entidades representativas, que indicam delegados para as principais agências que tem a seu cargo planejar 
e implementar as políticas estatais. 
Há, no entanto uma peculiaridades dessa estrutura corporativa que não pode ser subestimada, vendo-se apenas a 
consolidação progressiva da supremacia da burguesia industrial baseada numa aliança com as forças políticas e 
econômicas ligadas a grande propriedade rural - aliança esta que se consubstancia na intocabilidade da propriedade e 
das relações de produção no campo – traduzindo o caráter não antagônico de suas contradições ao nível econômico e 
político, num projeto comum de expansão das atividades produtivas, isto e, da acumulação e da dominação. 
1. Migrantes entrados no Estado de São Paulo: 
Anos Estrangeiros Nacionais 
1881-1920 1.746.321 67.801 
1921-1930 486.249 221.378 
1931-1946 183.445 659.762 
· A partir da década seguinte receberá essencialmente uma força de trabalho liberada pela capitalização interna de 
agricultura. O afluxo continuado de populações não adaptadas a disciplina e condição de vida e trabalho industrial-
urbano, ao alterar continuamente a composição política e social da cidade, contribuirá para pôr constantemente sob 
novas bases o problema de hegemonia. 
· A Legislação social – a violência que caracteriza o Estado novo, a tentativa de superação da luta de classes por meio 
da repressão e tortura não podem esconder a outra face de sua postura, que se traduz na influência de sua política de 
massas. 
· O reconhecimento legal da cidadania social do proletariado, o reconhecimento pelo Estado de uma forma social de 
exploração da força de trabalho e, portanto, de direitos inerentes a condição de explorado. 
· Abrem a perspectiva, legitimada de reivindicação de sua aplicação real e de sua ampliação. 
· A repressão da ditadura varguista não se abate, mas essencialmente sobre seu componente autônomo e potencialmente 
revolucionário, sobre tudo aquilo que ameace fugir os canais institucionais criados para absorver e dissolver esses 
movimentos dentro da estrutura corporativa. 
· No entanto, mais que algum pacto de classes, trata-se o essencial de readaptar os mecanismos de exploração econômica 
e de dominação política as necessidades do aprofundamento capitalista. 
· Incorpora objetivamente reivindicações históricas do proletariado, para tomá-las um acelerador de acumulação através 
da regulamentação e disciplinamento no mercado de 
trabalho, o que traz o avanço da subordinação do trabalho ao capital. A noção fetichizada dos direitos, cerne da política 
de massas do varguismo e da ideologia a outorga, tem por efeito obscurecer para a classe operária, impedi-la de perceber 
a outra face da legislação social, o fato de que representa um elo a mais na cadeia que acorrenta o trabalho ao capital, 
legitimando sua dominação. A legislação social, assim como as instituições que a complementam, não podem ser vistas 
apenas sob o prisma das carências que o aprofundamento do modo de produção faz aflorar: condições de moradia, 
trabalho, acidentes, insuficiência alimentar, desagregação familiar, abandono e mortalidade infantil, doenças etc. 
· O problema da integração de grandes novas massas urbanas, de novas forças sociais que se adensam juntamente com 
o crescimento das atividades produtivas urbanas, tem por centro o fato de que o prosseguimento da acumulação 
capitalista exige que esses setores sejam mantidos continuadamente em estado de carência – com a expansão da 
acumulação se dando na ordem direta do aumento da miséria relativa da população trabalhadora e do aprofundamento 
de sua subordinação ao capital. 
· Se em última instância o Estado não pode permitir a mobilização e organização autônomas da população - pois suas 
reivindicações rapidamente ameaçariam o ritmo da acumulação e invadiriam a esfera política - não pode também aceitar 
o esvaziamento dos canais institucionais criados para absorver e enquadrar esses movimentos. 
· A pressão pela ampliação da cidadania social torna necessário algo como uma renegociação periódica de um Contrato 
Social, através do qual o Estado procura a integração e mobilização controladas dos trabalhadores urbanos pela 
incorporação progressiva e falsificação burocrática de suas reivindicações e aspirações. A paz social do Estado 
corporativo pressupõe, assim, o surgimento constante de novas instituições - Seguro Social, Justiça do Trabalho, Salário 
Mínimo, Assistência Social etc. - que aparecem em conjunturas determinadas como respostas ao desenvolvimento real 
ou potencial das contradições geradas pelo aprofundamento do modo de produção que atinjam o equilíbrio das relações 
de força. O desenvolvimento da Legislação Sindical e as Instituições de Previdência e Assistência Social são ilustrativas 
desse processo. 
· Com a liquidação da Aliança Nacional Libertadora em 1935 e a desarticulação do restante do movimento operário 
com a repressão que se segue ao golpe de Estado de 37, os sindicatos são definitivamente transformados em agencias 
de colaboração com o Poder Público, e sua capacidade de reivindicação é condicionada a uma complexa e imobilizante 
rede de normas burocráticas diretamente controladas pelo Ministério do Trabalho. 
· A descaracterização das funções históricas dos sindicatos – a substituição das mobilizações e lutas, que são proibidas, 
por mecanismos burocráticos que consistem essencialmente em pleitear favores junto a burocracia do Estado. 
· A Legislação Social passa a ter aplicação mais ampla efetiva, e em 1939 são regulamentados dois mecanismos que já 
constavam da Carta de 1937, a Justiça do Trabalho e a nova Legislação Sindical. Em 1940 são decretados o Imposto 
Sindical, o Salário Mínimo Legal, criado o SAPS (Serviço de Alimentação e Previdência Social) - destinado a fornecer 
"alimentação adequada e barata aos operários" - e são ainda desenvolvidas diversas campanhas de sindicalização sob o 
patrocínio do Ministério do Trabalho. 
· A Legislação Sindical de 1939, assim como o Imposto Sindical, estão intimamente ligados a preocupação de impedir 
o esvaziamento completo dos sindicatos e de recriar em seu interior condições de mobilização. Essas entidades são 
transformadas em centros assistenciais complementares a Previdência Social, o que passa a ser viabilizado através dos 
recursos arrancados a própria classe operaria via Imposto Sindical. 
· Toma forma uma estrutura burocratizada e complexa vinculando as entidades sindicais ao Ministério do Trabalho e a 
Justiça do Trabalho. 
· Seus sindicatos não podem organizar e liderar lutas, mas são crescentemente dotados de equipamentos assistências, 
dentre os quais sobressaem os Departamentos Jurídicos, que velam pelo respeito aos direitos de seusassociados. Os 
movimentos autônomos são proibidos, mas se incentiva a sindicalização e as mobilizações organizadas para receber e 
agradecer novos benefícios outorgados pelo Estado. 
· As instituições assistenciais e previdenciárias – saúde pública, seguro social, menores etc. Começam a se desenvolver 
a partir da década de 1920 pela ação estatal. 
· O desenvolvimento dessa política só tomara sua forma mais dinâmica na década de 1930 e principalmente a partir do 
Estado Novo. 
· A característica principal dessas instituições será a de propiciar benefícios assistenciais indiretos ao exército ativo de 
trabalho, assim como manter uma parcela da Força de Trabalho exaurida ou mutilada no processo de trabalho: 
aposentados, acidentados, viúvas etc. Sua abrangência crescente – seguro aposentadoria, pensões, atenção medica, 
ensino, lazer, alojamento etc. - permitirá uma atuação ampliada sobre as sequelas da exploração capitalista, mantendo 
intocadas as condições em que ela se realiza e a situação de carência do proletariado, que apenas e atenuada em seus 
aspectos mais gritantes. 
· A assistência medica terá por base a noção de saúde como ausência relativa de doença - forma de eludir as condições 
gerais de vida e trabalho da população - compondo um projeto de medicalização das sequelas da exploração, que 
aparecerá de forma mais evidente nas conjunturas mais recentes. 
· As reivindicações históricas do proletariado, ao serem incorporadas por intermédio de políticas assistenciais, sofrem 
um processo de falsificação e burocratização, passando a a ter como elementos centrais ocultos os interesses de classe 
hegemônicos dentro do Estado: a acumulação e o enquadramento da Força de Trabalho. Como visto anteriormente, as 
reivindicações do movimento operário se centraram constantemente na melhoria de suas condições de vida e trabalho. 
· As políticas sociais, ao pretenderem atuar sobre as sequelas da exploração capitalista através de benefícios indiretos 
impostos e organizados burocraticamente através do Estado, atuam como deslocadoras das contradições que se dão no 
nível das relações de produção, produzindo e projetando essas contradições ao nível das instituições assistenciais e 
previdenciárias, isto e, do própria aparelho de Estado. 
· Convertem-se em instrumento de controle social e político dos setores dominados e de manutenção do sistema de 
produção, tanto por seus efeitos econômicos pela absorção dos conflitos sociais e disciplinamento das relações sociais 
vigentes. Através da fetichização dos direitos e benefícios - que representam uma parcela ínfima do valor produzido 
pela classe operaria apropriado pelo capital e pelo Estado – regulamentados pelas políticas sociais, o Estado corporativo 
conseguirá estabelecer mecanismos eficazes de enquadramento de parcelas das massas urbanas, principalmente dos 
segmentos recentemente incorporados ao trabalho industrial, para os quais a interiorização da ideologia da outorga teria 
o efeito de impedir o avanço de sua identificação enquanto classe e de fazê-los massa de manobra da ditadura, ampliando 
sua base social. 
· Uma pesada e hierarquizada estrutura burocrática, assim como o intenso jogo de interesses políticos e corporativos em 
seu interior, são outros fatores que retardam e emperram a incorporação de Assistentes Sociais de forma rápida e ampla. 
As grandes instituições sociais implantadas posteriormente a criação das primeiras Escolas de Serviço Social, e cujo 
surgimento se liga mais diretamente ao aprofundamento das contradições desencadeadas a partir da Segunda Guerra 
Mundial e a crise política e social que precede a desagregação do Estado Novo, aproveitarão de forma mais generalizada 
e imediata a existência desse tipo de trabalhador especializado. 
· Assiste-se, após o período de crise cujo auge se dá em 1939, a uma intensa retomada do aprofundamento capitalista 
tanto no âmbito da expansão da produção industrial – quanto no de outras atividades produtivas de realização interna e 
da agro-exportação. A intensa aceleração da produção industrial tem como um de seus principais limites a escassa 
possibilidade de aquisição de bens de produção, cujos itens mais importantes são fornecidos pelo mercado internacional. 
· Essa expansão da produção industrial se fará acompanhar de uma intensificação da taxa de exploração da Força de 
Trabalho. 
· A partir da pressão da burguesia industrial a intensificação da intervenção do Estado no mercado de trabalho se 
desenvolve a partir de duas linhas fundamentais. A primeira visará bloquear a já reduzida capacidade de reivindicação 
dos sindicatos operários 
· A segunda linha tomará a forma de restringir a aplicação de aspectos importantes da legislação trabalhista e, 
paralelamente, da decretação de leis de exceção tendentes a impedir o livre jogo da oferta e procura o mercado de 
trabalho. Desta maneira a jornada normal de trabalho passará a ser de 10 horas, assim como serão levantados diversos 
impedimentos legais a exploração da Força de Trabalho feminina e infantil e, ainda, reduzidas as exigências quanto aos 
padrões sanitários. 
· Os empregados serão legalmente impedidos de demitir-se, transferir-se para outro emprego e mesmo ausentar-se. 
· O Estado lança uma campanha propagandística que busca ganhar o apoio da população para o "esforço de guerra", ao 
mesmo tempo em que procura mostra que esse "esforço" e de toda a sociedade, não recaindo seu peso sobre nenhum 
segmento em particular. E nesse momento – a pretexto do engajamento do país na guerra – que surge a primeira 
campanha assistencialista de âmbito nacional, que tomará forma através da Legião Brasileira de Assistência (LBA), 
cujas características principais serão vistas mais adiante. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) surge 
nesse mesmo ano – 1942 – respondendo, no entanto, a necessidade básica de qualificação da Força de Trabalho 
necessária a expansão industrial. 
· O movimento operário reaparece no plano político através da luta antifascista, após a reorganização na clandestinidade 
de sua vanguarda quase totalmente desarticulada no período posterior a liquidação da Aliança Nacional Libertadora. 
· Um primeiro elemento e o reaparecimento do movimento operário. O Movimento Unificado dos Trabalhadores 
(MUT), que surge em 1943. Procura adaptar-se nova situação interna e internacional de busca atrair para sua orbita o 
movimento popular democrático e antifascista, no sentido de viabilizar um processo de transição que mantivesse no 
essencial o modelo de dominação. Dentro desse quadro é permitida a existência legal do MUT e há um relaxamento dos 
mecanismos de controle sindical e enquadramento dos demais aspectos ligados à existência do operariado. 
· Diversos movimentos com forte conteúdo popular, como o movimento pela Constituinte, o queremismo etc. E que 
continuaria numa constante até 1947 
· O voto universal e secreto, conquista do processo iniciado na década de 1930 e cujos efeitos só aparecerão a partir da 
democratização pós-Estado novo, e a existência de um Congresso com apreciável margem de atuação demarcada pela 
nova Constituição (1946) possibilitarão, no decorrer do chamado período populista para a participação dos setores 
dominados. Já em 1946 o MUT será proibido e o movimento sindical arrochado com intervenções do Ministério do 
Trabalho nos sindicatos mais combativos; em 1947, com o início da Guerra Fria, o Partido Comunista será colocado na 
ilegalidade e seus membros e dirigentes perseguidos. 
· A primeira medida legal nesse sentido no âmbito federal em 1938 já sob vigência do Estado novo e instituída sob o 
regime de Decreto-lei. Estatui a organização nacional do Serviço Social, enquanto modalidade de serviço público com 
o estabelecimento de organismos (no nível nacional,estadual e municipal) de direção, execução e cooperação, e cria 
junto ao Ministério da Educação e Saúde o Conselho Nacional de Serviço Social, com as funções de órgão consultivo 
do governo e das entidades privadas, e de estudar os problemas do Serviço Social. 
· O Conselho Nacional de Serviço Social – CNSS – tampouco chegou a ser um organismo atuante. Caracterizou-se mais 
pela manipulação de verbas e subvenções, como mecanismo de clientelismo político. Sua importância se revela apenas 
como marco da preocupação do Estado em relação a centralização e organização das obras assistenciais públicas e 
privadas 
· A inexistência de uma atuação concreta no plano federal no sentido de centralizar e organizar as obras e instituições 
assistenciais- exceção feita aquelas dependentes da Previdência Social - é comprovada pela reafirmação do mesmo 
dispositivo legal, transcorrido cinco anos da criação da CNSS. Apesar de sua reorganização, o CNSS não chega a se 
constituir em mecanismo assistencial com influência real. 
· A primeira grande instituição nacional de assistência social, a Legião Brasileira de Assistência, é organizada em 
sequência ao engajamento do pais na Segunda Guerra Mundial. Seu objetivo declarado será o que "prover as 
necessidades das famílias cujo chefes 
hajam sido mobilizados, e, ainda, prestar decidido concurso ao governo em tudo que se relaciona ao esforço de guerra". 
Surge a partir de iniciativa de particulares logo encampada e financiada pelo governo, contando também com o 
patrocínio das grandes corporações patronais (Confederação Nacional da Industria e Associação Comercial do Brasil) e 
o concurso das senhoras da sociedade. 
· Para os soldados mobilizados serão patrocinados diversos serviços de promoção e lazeres (cantinas, espetáculos, etc.) 
· Da assistência "as famílias dos convocados", progressiva e rapidamente a LBA começa a atua em praticamente todas 
as áreas de assistência social, inicialmente para suprir sua atividade básica e em seguida visando a um programa de ação 
permanente. Nesse sentido se constituirá em mecanismo de grande impacto para a reorganização e incremento do 
aparelho assistencial privado e desenvolvimento do Serviço Social como elemento dinamizador e racionalizador da 
assistência. 
· A LBA e organizada sobre uma estrutura nacional (órgãos centrais, estaduais e municipais), procurando mobilizar e 
coordenar as obras particulares e as instituições publica, ao mesmo tempo em que, através de iniciativas próprias, tenta 
suprir as brechas mais evidentes da rede assistencial. Atuará também como repassadora de verbas – globalmente vultosas 
– para ampliação e reequipamento das obras assistenciais particulares. 
· No encaminhamento de seu objetivo de "trabalhar em favor do progresso do Serviço Social", oferecerá um sólido 
apoio ás escolas especializadas existentes. 
· Através do sistema de bolsas de estudo e da distribuição de recursos financeiros, viabiliza o surgimento de escolas de 
Serviço Social nas capitais de diversos Estados, atuando geralmente em convênio com os movimentos de ação social e 
de ação católica. 
· Constituindo-se na primeira campanha assistencial de nível nacional, a Legião Brasileira de Assistência será de grande 
importância para a implantação e institucionalização do Serviço Social, contribuindo em diversos níveis para a 
organização, expansão e interiorização da rede de obras assistenciais, incorporando ou solidificando nestas os princípios 
do Serviço Social e do número de trabalhadores sociais. 
· O inquérito e pesquisa social, as visitas domiciliares e entrevistas continuavam sendo o fundamento do serviço social 
de casos individuais. Este será utilizado para a determinação de auxílios financeiros, encaminhamentos para serviços 
médicos, internação de crianças, obtenção de empregos, regularização de documentos, regularização de vida conjugal 
etc. Haverá sem dúvida avanço na coordenação e planificação das obras sociais e na estruturação administrativa dessas 
obras e dos órgãos de coordenação. 
· No entanto, a implantação da LBA parece ter propiciado, principalmente, a expansão e o aumento quantitativo do 
volume de assistência e do uso do Serviço Social para a organização e distribuição, não implicando, de imediato, 
mudança de sua qualidade. 
3. O SENAI e o Serviço Social 
· Ainda em 1942 é criado o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) com a incumbência de organizar e 
administrar nacionalmente escolas de aprendizagem para industriários. Essa instituição surge através de um Decreto–
lei Federal, que atribui a uma entidade de classe, a Confederação Nacional da Industria, a função de geri-la. Será um 
grande empreendimento de qualificação da Força do Trabalho – especialmente a juvenil – que rapidamente incorporara 
o Serviço Social em seu esquema de atuação. Mas enquanto "processos postos em pratica, para a obtenção de fins 
determinados", utilizando para tal as técnicas de caso e grupo. 
· Aparece também, como fator que se apressa o surgimento dessa instituição, contribuindo para sua rápida implantação 
nos dois maiores centros industriais – especialmente São Paulo – a evolução da Segunda Guerra Mundial. 
· O surgimento do SESI se enquadra num processo marcado pela maior organização de empresariado, no qual está busca 
definir e homogeneizar uma série de posições que se relacionam a nova situação internacional, ao novo estatuto 
econômico do pós-guerra e a seus efeitos internos, tanto no plano econômico como no político. Em 1943 realiza-se o 1º 
Congresso Brasileiro de Economia; em 1944, o Congresso Brasileiro da Indústria e em 1945, a Conferencia das Classes 
Produtoras do Brasil. Os dois primeiros conclaves representaram a realização de um amplo debate entre as corporações 
empresariais (indústria e comercio) e as instituições de política econômica do Estado. 
· Já a conferencia das Classes Produtoras terá mais marcadamente o caráter de resposta ao fim da guerra e desagregação 
do Estado Novo. No plano político simbolizara uma adesão pública das diversas facções burguesas ao processo de 
liberalização e uma tomara de posição quanto as formas de intervir dentro da nova correlação de forças. Os principais 
temas debatidos estarão relacionados ao: a combate ao pauperismo, aumento da renda nacional, desenvolvimento das 
forças econômicas, democracia econômica e justiça social. 
· A elevação da renda nacional – e, por conseguinte, "a elevação da renda dos brasileiros" - estará no centro das soluções 
encontradas tanto para prosseguir o desenvolvimento, como para uma justa solução da questão social. O caminho viável 
para esse fim será o aprofundamento da industrialização. Permitindo o desenvolvimento do mercado interno que deve 
se tornar o objetivo central das atividades produtivas. 
· A indústria reclamará o aumento do nível cultural do proletariado através da maior difusão da instrução pública e 
particular, recreação adequada e melhores condições de higiene e conforto material e espiritual; recomendará a 
ampliação da Previdência Social, a criação de cooperativas de consumo e de outros meios que possibilitem maior 
assistência as famílias operarias, a prevenção dos acidentes de trabalho etc. A elevação do nível de renda da população 
- a partir desses pressupostos - aparecerá como uma das preocupações centrais nos debates que desenvolvem os 
representantes da indústria e do comercio. A alimentação do trabalhador se situará como prioridade absoluta a ser tratada 
· O enfrentamento da "questão social" aparece, assim teorizado, sob uma ótica revolucionaria. Sua solução depende do 
prosseguimento da industrialização e da racionalização da agricultura, viabilizando o fortalecimento do mercado interno 
a partir do qual tanto o proletariado urbano quanto o rural – que precisa ser integradoa esse mercado – surgem com 
nova importância. Ao Estado caberá - através da extensão da educação, da ampliação da previdência social etc. - a parte 
essencial no tornar viável, de forma indireta, o incremento do nível de renda da população e de sua produtividade. O 
barateamento dos alimentos essenciais será outro importante elemento para ou aumento do nível de renda relacionando-
se diretamente a racionalização da agricultura. Dessa forma, será possível integrar as amplas camadas da população aos 
frutos do desenvolvimento econômico, conquistar sua adesão para que esse processo. 
· O SESI será a primeira a, com recursos e sob a direção do empresariado, ter por objetivo a prestação de serviços 
assistenciais e o desenvolvimento de relações industriais não apenas dentro de um âmbito delimitado (escola, empresas 
etc.) mas tendo por objetivo uma parcela importante na população humana. 
· A partir de seus núcleos regionais terá por eixo dois centros de atividades: aquelas diretamente relacionadas com sua 
finalidade (serviços assistenciais, lazeres, educação popular etc.) e atividades complementares (estudo e pesquisas 
econômico-sociais, preparação de técnicos etc.), cuja atuação seria suportada por um Departamento Central e Centro 
Sociais nos bairros operários. No âmbito das atividades sociais a serem desenvolvidas, propiciara serviços de atenção 
medica (odontológico, ambulatorial, hospitalar, materno-infância etc.) econômicos, legal, alimentar e habitacional 
(visando "auxiliar o operário nos problemas, mas frequentes de desequilíbrio e dificuldades"), serviços de lazer 
(educação popular e formal, recreação etc.) e serviços ligados aos "movimentos sociais" 
destinado a preparar a comemoração de eventos históricos e religiosos, visando a "participação consciente" dos operários 
e suas famílias. 
· Dentro dessa estrutura de serviços e pesquisas, a Divisão de Serviço Social teria por função atuar em todos os setores, 
"promovendo ou facilitando a adaptação das atividades as necessidades dos operários", no sentido de que elas "sejam 
utilizadas na verdadeira educação e formação social do operário"., a fim de "conseguir o melhor rendimento possível 
dos recursos do SESI". Terá assim a função de "coordenação das atividades da obra", atuando nos serviços de plantão 
(primeiro contato e encaminhamento), na divisão médica (aspecto moral, social e psicológico da doença), na divisão 
econômica (principal área de atuação do Assistente Social, centrando-se nos estudos para a concessão dos auxílios, 
orientação para o equilíbrio orçamentário, orientação quanto a utilização dos recursos oferecidos etc.), na divisão legal 
(seleção de casos para encaminhamento, procurando previamente conciliar as situações e prevenir os dissídios), na 
divisão de lazares e movimentos sociais e nos trabalhos de ligação com as empresas e em seu interior. 
· A incorporação e institucionalização do Serviço Social pela burguesia industrial, como resposta a uma conjuntura 
marcada pela liberalização do regime político e pelo crescimento do movimento operario, aponta para um dos extremos 
que o compõem: seu funcionamento declarado e explicito como instrumento político-repressivo.

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