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COMERCIO INTERNACIONAL REGULAR 5

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CURSOS ON-LINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL – CURSO REGULAR 
PROFESSORES RODRIGO LUZ E MISSAGIA 
 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 05 
UNCTAD – CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS 
SOBRE COMÉRCIO E DESENVOLVIMENTO 
(WWW.UNCTAD.ORG) 
O Acordo Geral de Livre-Comércio (GATT), que foi absorvido 
pela Organização Mundial do Comércio (OMC), será visto com 
detalhes em outras aulas desse curso. O principal objetivo dessa 
organização internacional (OMC) é o incremento do intercâmbio 
comercial entre os países-membros do Acordo. 
Como instrumento para aumentar o nível de mercadorias 
transacionadas entre países, foi estabelecido cronograma de 
reduções tarifárias e não-tarifárias. Também foram criadas 
regras para a adoção de medidas de proteção comercial, como 
antidumping, subsídios e salvaguarda. 
Porém, desde a assinatura do GATT (1947), os países 
subdesenvolvidos perceberam que as negociações realizadas 
raramente envolviam os produtos por eles exportados. Naquela 
época (2a metade do século XX), a pauta de exportações dos 
países menos desenvolvidos era composta basicamente por 
produtos primários, notadamente os agrícolas. Sendo assim, 
após alguns anos de existência do GATT, diversas críticas às 
negociações e aos resultados obtidos pelo sistema foram 
surgindo nesse sentido. 
Alegavam os países em desenvolvimento que não conseguiam 
mercados suficientes para seus produtos, e que dessa forma 
não estavam auferindo os benefícios do sistema multilateral de 
negociações comerciais. 
As críticas desta ordem, formuladas pelos países 
subdesenvolvidos, que encontraram apoio do economista 
argentino Raul Prebisch, com sua Tese de Deterioração dos 
Termos Internacionais de Troca, no âmbito da CEPAL (Comissão 
Econômica da ONU para a América Latina e o Caribe), fizeram 
com que estas nações tomassem algumas atitudes. 
A primeira foi a criação da ALALC (Associação Latino-
Americana de Livre Comércio), visando reforçar a integração 
dos países menos desenvolvidos no continente para incrementar 
o comércio entre eles, mantendo a proteção contra terceiros 
países. 
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Uma outra atitude no sentido de prover o necessário apoio 
aos países considerados prejudicados pelas regras do GATT, 
abrangendo não somente as nações subdesenvolvidas da 
América Latina, mas sim de todo o mundo, foi a criação, na 
cidade de Genebra, em 1964, da UNCTAD (Conferência das 
Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento). 
Surgia então um organismo internacional como uma resposta 
aos anseios comerciais dos países menos desenvolvidos, ou em 
desenvolvimento, que desejavam obter mais mercado para seus 
produtos exportados. O comércio, para estes países, não estava 
trazendo o tão desejado crescimento econômico. A nova 
instituição viria exatamente com esse objetivo maior, que seria 
prover as oportunidades comerciais necessárias para 
inserir os países menos desenvolvidos no comércio 
mundial de forma ampla, visando o crescimento 
econômico destas nações. 
A entidade estabeleceria um vínculo entre o desenvolvimento 
econômico sustentável, o comércio internacional e os 
investimentos globais. O enfoque da UNCTAD, assim, seria um 
pouco distinto daquele almejado pela Conferência Internacional 
sobre Comércio e Emprego, que resultou na Carta de Havana, 
base para a criação da Organização Internacional do Trabalho 
(OIC), que acabou não saindo do papel. 
Vamos tentar demonstrar a situação difícil na qual se 
encontravam os países em desenvolvimento. A comercialização, 
ou o mercado dos produtos primários com os países 
desenvolvidos era a principal fonte de receita de exportação dos 
países subdesenvolvidos. Este mercado vinha declinando 
drasticamente, por diversos motivos, como a baixa elasticidade-
renda da demanda pelos produtos (a procura não aumenta na 
mesma proporção da renda), a descoberta de produtos 
sintéticos nas nações industrializadas, que substituem, como 
matéria-prima ou como produtos intermediários, os bens 
primários, além da quase auto-suficiência americana por 
produtos naturais. 
Restava a esses países a alternativa de exportarem produtos 
manufaturados, com o objetivo de alcançar os benefícios do 
comércio internacional. Porém, tratava-se de tarefa bastante 
difícil, devido à baixa eficiência produtiva e comercial desse tipo 
de bem nas nações menos desenvolvidas, aliada à escassez de 
tecnologia, não sendo possível competir com as nações 
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industrializadas, que possuem ganhos de escala e muita 
eficiência na produção e comércio destes artigos. 
O que eles (vamos chamar de PED os países em 
desenvolvimento) queriam, então, era que as nações 
industrializadas abrissem seus mercados para seus produtos 
exportados, reduzindo toda a sorte de barreiras comerciais 
impostas aos mesmos. Nas Rodadas de Negociação do GATT, 
quando o grupo dos países exportadores de bens primários 
tentava incluir esses itens nos esquemas de redução tarifária, os 
países industrializados alegavam impossibilidade de negociação, 
devido a alguns artigos do GATT, como veremos a seguir. 
Vamos ver o que dizia a “Cláusula de Nação Mais Favorecida”, 
do GATT: 
“Qualquer vantagem, favor, privilégio ou imunidade 
concedido por uma parte contratante a um produto 
originário de outro País ou destinado a ele, será 
concedido imediata e incondicionalmente a todo 
produto similar originário dos territórios de todas as 
demais partes contratantes ou a eles destinado. “. 
 
Como exemplo de aplicação dessa cláusula, pensem o 
seguinte: o Brasil exporta café para os EUA. Aí os exportadores 
brasileiros precisam que os EUA baixem as alíquotas (barreiras) 
para a importação do café brasileiro, para que eles possam 
vender mais. Só que o governo americano alega que, conforme 
a cláusula da nação mais favorecida, não poderia oferecer essa 
concessão ao Brasil, pois teria de estendê-la a todos os demais 
países signatários do GATT. Essa cláusula (NMF) é a 
corporificação do Princípio da não-discriminação entre países, do 
GATT. 
Ora, dessa forma, os países desenvolvidos alegavam que, se 
concedessem vantagens (reduções tarifárias) a determinados 
produtos oriundos dos países reclamantes (os PED), teriam de 
estender esse privilégio a todas as demais Partes Contratantes 
do Acordo (inclusive aos demais países desenvolvidos). Quem 
teria que conceder o benefício a todos devido à NMF eram os 
países desenvolvidos (PD). 
Estabeleceu-se, de certa forma, um impasse de interesses, 
pois, se por um lado havia a necessidade de estabelecer 
políticas que pudessem favorecer aos PED, por outro lado havia 
a cláusula de nação mais favorecida, que impedia os países 
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industrializados de concederem certas vantagens aos países 
subdesenvolvidos, sem concedê-las, também, aos demais 
participantes do GATT. 
Outra alegação dos países desenvolvidos era de que os 
produtos agrícolas, basicamente os alimentícios, eram 
considerados essenciais, portanto seus governos poderiam 
aplicar medidas restritivas em nome na “Promoção da 
Segurança Nacional”. O GATT sempre previu esse tipo de 
restrição, aplicada com base em normas e regulamentos sobre 
classificação, controle de qualidade ou sobre a comercialização 
dos produtos destinados ao comércio internacional. 
Os países desenvolvidos estavam alegando que, abrindo seus 
mercados aos produtos agrícolas de outros países, poderiam 
acabar com suas produções internas, e aí ficar dependentes de 
importações de alimentos. Isso é uma das previsõespara 
imposição de barreiras no GATT (Proteção à Segurança 
Nacional). 
Para piorar ainda mais a situação das nações prejudicadas, há 
o Princípio da Reciprocidade no GATT (apesar de hoje estar em 
desuso), que normalmente pauta as negociações multilaterais. 
Este determina que, um país que receba uma certa concessão 
por parte de outra nação, como uma redução tarifária, por 
exemplo, deve oferecer à mesma um benefício equivalente, de 
forma a manter o equilíbrio das relações comerciais. 
Para equalizar a situação, surgiu a idéia de implementar um 
sistema de preferências tarifárias que fosse aplicado apenas em 
relação aos países subdesenvolvidos, em suas relações 
comerciais com os países desenvolvidos. Em relação aos demais 
países (que não os subdesenvolvidos), continuaria a ser 
aplicada a cláusula de nação mais favorecida. Portanto, a idéia é 
que os países desenvolvidos realizem concessões não recíprocas 
(sem esperar nada em troca) em favor das nações em 
desenvolvimento. Isso gerou o Sistema de Preferências 
Comerciais (SGP), criado em 1970, a ser analisado no próximo 
tópico. 
A reciprocidade, então, não precisaria ser obedecida, o que 
quer dizer que os países desenvolvidos não deveriam esperar 
receber benefícios equivalentes aos que concedessem aos 
países subdesenvolvidos. Porém, a cláusula da nação mais 
favorecida é a sustentação do sistema multilateral do GATT, 
exigindo a extensão incondicional dos benefícios atribuídos a 
uma nação para todas as Partes Contratantes. 
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Dessa forma, o que a UNCTAD propôs foi a implementação de 
um sistema de exceção aos Princípios da Nação mais Favorecida 
e da Reciprocidade. O que fazer então se estas concessões não 
estavam de acordo com as normas do GATT? 
Em uma das Rodadas de Negociação, a Rodada Tóquio, em 
1979, foi inserida uma nova cláusula no GATT (Cláusula de 
Habilitação), com o fim de estabelecer uma espécie de exceção 
à cláusula da nação mais favorecida e ao princípio da 
reciprocidade de tratamento, atribuindo, dessa forma, validade 
ao sistema de preferências comerciais (SGP). 
Resumindo o que diz o Acordo, a Cláusula de Habilitação 
foi estabelecida para permitir o tratamento diferenciado e mais 
favorável aos países em desenvolvimento, sem a necessidade 
de concessão de tal tratamento às outras partes contratantes 
(exceção à cláusula NMF). Essa cláusula se aplica: 
a) às preferências concedidas pelas nações desenvolvidas aos 
produtos originários dos países em desenvolvimento, de 
acordo com o Sistema Geral de Preferências; 
b) ao tratamento diferencial em favor dos PED, com relação a 
medidas não-tarifárias aplicadas conforme as regras do 
GATT; 
c) aos acordos comerciais realizados entre os países em 
desenvolvimento, com o objetivo de redução de barreiras 
tarifárias e não-tarifárias no comércio mútuo; 
d) ao tratamento especial concedido aos países de menor 
desenvolvimento econômico relativo, no universo dos países 
em desenvolvimento (PED), com relação às concessões 
realizadas aos PED. 
 
Para que o tratamento diferencial e mais favorável aplicado 
conforme determina a cláusula não se transformasse em 
instrumento de prejuízo ao comércio internacional como um 
todo, mas sim em um meio de incrementá-lo, estabeleceram as 
partes que o tratamento: 
a) terá o objetivo de incrementar e facilitar o comércio de 
países em desenvolvimento, e não o de impor barreiras 
descabidas com relação ao comércio com as demais partes 
contratantes; 
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b) não impedirá que negociações futuras estabeleçam novas 
reduções tarifárias e não tarifárias, que é o objetivo da 
cláusula NMF; 
c) sofrerá os ajustes necessários em função da necessidade 
de desenvolvimento dos países em desenvolvimento, 
devendo isso ser levado em conta quando da concessão 
realizada pelos países desenvolvidos em favor dos PED. 
 
 
Assim, a Cláusula de Habilitação (Rodada Tóquio, 1979) veio 
a “oficializar”, com relação ao GATT, as reduções unilaterais 
propostas pela UNCTAD (criada em 1964) e implementadas pelo 
SGP em 1970. 
Por fim, como exceção ao Princípio da Reciprocidade de 
Tratamento, o SGP define que as nações desenvolvidas não 
esperam obter concessões recíprocas nas negociações para 
redução de barreiras ao comércio com os países em 
desenvolvimento. Estariam os países desenvolvidos, assim, 
cientes de que as nações menos desenvolvidas não deveriam 
realizar concessões incompatíveis com suas necessidades de 
desenvolvimento, financeiras e comerciais. 
OBJETIVOS DA UNCTAD 
Por tudo o que foi visto, fica mais fácil entender que o 
principal objetivo da UNCTAD é o fomento do comércio 
internacional, como meio para acelerar o desenvolvimento 
econômico. A Conferência formula novas políticas e princípios 
neste sentido, fornecendo o apoio técnico necessário, e servindo 
de meio para coordenar as ações dos governos, especialmente 
em relação aos países em desenvolvimento, dentro da realidade 
do mundo globalizado, inclusive nas áreas financeira, de 
tecnologia, de investimentos e do desenvolvimento sustentável. 
A UNCTAD procura focar as políticas domésticas dos países, 
no sentido de que, juntamente com as ações internacionais, 
levem ao desenvolvimento sustentável. Trata-se de um fórum 
para deliberações intergovernamentais para debates entre 
especialistas e troca de experiências. 
Como meios para a consecução destes objetivos, a UNCTAD 
observa e analisa políticas econômicas e de desenvolvimento, 
realiza coleta de dados, procurando promover a cooperação 
técnica e a interação com a sociedade civil, com outras 
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organizações, com os países e com o mundo da economia, 
sempre com ênfase para os países menos desenvolvidos e suas 
necessidades. No campo prático, os trabalhos desenvolvidos 
pela UNCTAD são os seguintes (maiores detalhes nos sites 
www.unctad.org e www.mdic.gov.br ): 
a) presta auxílio aos países em desenvolvimento, para que 
estes possam aproveitar os efeitos positivos da globalização; 
b) avalia os efeitos dos acordos da Rodada Uruguai sobre o 
comércio e o desenvolvimento e ajuda os países a aproveitar as 
oportunidades resultantes desses acordos; 
c) fomenta a diversificação nos países em desenvolvimento 
que dependem dos produtos básicos e ajuda-os a enfrentar os 
riscos comerciais; 
d) promove a integração do comércio, do meio ambiente e do 
desenvolvimento e, nesse campo, organiza diversas tarefas na 
Comissão sobre o Desenvolvimento Sustentável das Nações 
Unidas; 
e) analisa questões relacionadas com o direito e com as 
políticas da concorrência e ajuda os países a formular políticas e 
leis e a criar instituições. 
 
Aqui abrimos um parêntesis quanto ao funcionamento do GATT, 
já que falamos em Rodada Uruguai. O GATT funcionava (e a 
OMC ainda funciona assim) à base de reuniões periódicas entre 
os países membros. Cada seqüência de reuniões é chamada de 
"Rodada de Negociações", onde os países estabelecem novos 
acordos e novas concessões. A Rodada Uruguai (1986-1993) foi 
a mais marcante até hoje, pois estabeleceu reduções tarifárias 
significativas, instituiu novos acordos (TRIPs, TRIMs, MSF,...que 
serão vistos em aula futura com o Rodrigo) e, principalmente, 
criou a OMC. 
 
O conceito-chave seria “geração de oportunidades 
comerciais”. É isso que a UNCTAD busca para os países em 
desenvolvimento, por meio do convencimento dos países 
desenvolvidos para que estes reduzam suas barreiras tarifárias 
e não tarifáriasàs importações originárias dos países menos 
desenvolvidos, e possam assim incrementar o consumo desses 
produtos em seus territórios. 
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Na verdade a UNCTAD é um órgão subsidiário da ONU, de 
caráter permanente, mas a Conferência (seu órgão máximo) só 
acontece a cada quatro anos. A penúltima foi em Bagcoc 
(Tailândia, 2000) e a última em São Paulo (2004). 
Conforme consta em seu site oficial (www.unctad.org), uma 
das principais funções da UNCTAD é "prover assistência técnica 
aos países em desenvolvimento, com atenção especial às 
necessidades dos menos desenvolvidos e das economias de 
transição" (tradução livre). 
A UNCTAD possui uma Secretaria-Geral, que trabalha 
juntamente com os representantes dos países-membros e 
interage com os demais organismos da ONU e com as 
comissões regionais, e também com organizações 
governamentais e não-governamentais, setor privado, incluindo 
associações de comércio e indústria, instituições de pesquisa e 
universidades. 
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O SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS (SGP) E O 
SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS COMERCIAIS 
(SGPC) 
SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS (SGP) 
Conforme visto acima, o SGP (Sistema Geral de Preferências) 
foi criado com o apoio da UNCTAD, em 1970. Por este acordo, 
os países desenvolvidos, integrantes ou membros da 
Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico – 
OCDE, representando as economias mais sólidas do mundo, 
comprometem-se a reduzir substancialmente os impostos de 
importação incidentes sobre determinados produtos originários 
dos países em desenvolvimento. 
Vimos que o Acordo representou o afastamento da 
necessidade de estender a concessão aos demais membros do 
GATT (exceção à cláusula NMF). Também não havia necessidade 
de estabelecimento de concessões recíprocas por parte dos 
países beneficiados, portanto esse acordo era também uma 
exceção ao princípio de reciprocidade. O primeiro SGP foi 
aplicado pela Comunidade Européia, pelo Japão e pela Noruega, 
na segunda metade de 1971. 
O SGP consiste então em um sistema de acordos preferenciais 
em que as concessões efetuadas pelos países desenvolvidos são 
unilaterais e não recíprocas, em favor dos países em 
desenvolvimento. Os pontos negociados referem-se às margens 
tarifárias preferenciais para produtos importados, originários 
dos PED. O SGP pode ser aplicado para os produtos 
primários, semi-elaborados, manufaturados e 
semimanufaturados. Entretanto, o benefício não é aplicado a 
todos os produtos, isto é, existem alguns produtos que não 
constam da lista de bens sujeitos ao benefício, vale dizer, há 
listas de exceção. 
As listas de produtos que terão direito ao tratamento 
preferencial e à abrangência desse tratamento serão elaboradas 
por cada um dos países outorgantes das vantagens. De regra, a 
maior parte das mercadorias abrangidas pelo SGP não sofre 
nenhuma limitação quantitativa. Há, porém, para alguns 
produtos, a aplicação de contingentes tarifários globais, e para 
outros há tetos negociados pelos países desenvolvidos (cotas). 
É de ressaltar que o SGP não objetiva causar prejuízos aos 
países outorgantes das concessões, por isso eles podem se valer 
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das prerrogativas das cláusulas de salvaguarda, quando na 
iminência de danos ou prejuízos a sua indústria de produtos 
similares. 
As concessões outorgadas são válidas para praticamente a 
totalidade dos participantes (com algumas exceções). Na 
verdade o país outorgante escolhe quem poderá receber o 
benefício. Isso não é uma contradição. O SGP é uma exceção à 
NMF em relação ao GATT, pois um país outorgante (ex: EUA), 
que ofereça benefícios aos participantes do SGP, não precisará 
estender esse benefício aos não participantes, mesmo aos que 
sejam membros do GATT (ex: Alemanha, Inglaterra, França). 
Agora, dentro do SGP, uma concessão oferecida por um 
outorgante (ex: EUA) deveria, em princípio, conforme a cláusula 
NMF, valer para todos os participantes do SGP (os países em 
desenvolvimento). Mas é claro que há exceções. Os Estados 
Unidos, por exemplo, não mantêm relações comerciais com 
alguns países (Cuba, Síria, Irã, Coréia do Norte). Assim, se 
reserva ao direito de não oferecer quaisquer benefícios a esses 
países, já que não negocia nada com os mesmos (os chamados 
componentes do “Eixo do Mal”). 
As autoridades aduaneiras dos países outorgantes do SGP 
(importadores) exigem a apresentação de um Certificado de 
Origem visado pelos órgãos oficiais competentes do país 
exportador. Como os acordos são revistos periodicamente, há a 
possibilidade de as listas de produtos favorecidos serem 
ampliadas. 
Cada país outorgante utiliza um sistema autônomo 
(temporário), onde define os países beneficiários, os produtos 
cobertos, a tarifa alfandegária e as regras para a concessão da 
preferência. 
O benefício do SGP consiste na redução parcial ou total do 
imposto de importação incidente sobre determinado produto 
originário e procedente de países em desenvolvimento. São 
beneficiados produtos agrícolas (capítulos 01 a 24 do SH) ou 
industriais (capítulos 25 a 97 do SH) que constem em suas 
listas positivas ou que não estejam expressamente mencionados 
em listas negativas (fonte: www.mdic.gov.br ). Hoje são 11 
países e mais a União Européia que concedem benefícios no 
SGP. 
Trata-se de um estímulo aos produtores-exportadores 
incipientes nos países em desenvolvimento, que necessitam de 
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mercados mais abertos em uma etapa inicial de suas 
exportações. 
A OBTENÇÃO DO BENEFÍCIO DO SGP 
Para um exportador obter o benefício do SGP, as condições 
impostas pelas partes outorgantes aos países beneficiários são: 
• que o produto conste das listas de mercadorias com direito 
ao SGP, divulgadas/atualizadas periodicamente pelos 
outorgantes; 
• que o produto seja originário do país beneficiário 
exportador (conforme as regras de origem do país outorgante); 
• que o produto seja transportado diretamente do país 
beneficiário exportador para o país outorgante importador; e 
• que seja apresentado à alfândega de desembarque do 
produto o Certificado de Origem de acordo com as regras 
estabelecidas pelos países outorgantes. 
 
Para determinação da origem dos produtos, devem ser 
atendidas as Regras de Origem estabelecidas pelos países 
outorgantes. São considerados originários os produtos 
inteiramente produzidos no país, podendo ser utilizados 
materiais ou partes importadas ou de origem indeterminada na 
composição do produto a ser exportado, de acordo com as 
Regras de Origem. 
Assim, para ser considerado como originário de um 
determinado país, os materiais ou partes importadas devem ter 
sido submetidos a uma transformação substancial, ou seja, uma 
transformação que altere substancialmente sua natureza e 
características. 
A comprovação da origem é realizada por meio da emissão de 
um Certificado de Origem. No Brasil, o Certificado é emitido por 
meio do Formulário A, emitido pelo Banco do Brasil, que é o 
documento base necessário para a solicitação do tratamento 
preferencial e simultânea comprovação de origem junto às 
alfândegas estrangeiras. A documentação completa seria: 
a) As 3 vias do Formulário A preenchidas, em inglês ou 
francês, e sem rasuras; 
b) Conhecimento de embarque; 
c) Fatura Comercial; 
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d) Registro de Exportação (RE) ou Declaração Simplificada de 
Exportação (DSE); 
e) Quadro Demonstrativo do Preço; 
f) Outros documentos necessários à comprovação da origem 
do produto. 
 
No Brasil, a administração do SGP é exercida pela Secretaria 
de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, 
Indústria e Comércio Exterior (SECEX/MDIC), por meio do 
Departamento de Negociações Internacionais (DEINT), estando 
a seu cargo, conforme informações da página da INTERNET do 
Ministério do Desenvolvimento (www.mdic.gov.br): 
a) elaboração das normas e dispositivos que irão reger o SGP 
no Brasil, de acordo com as determinações dos países 
outorgantes, mantendo a devida coerência com relação à 
legislação brasileira; 
b) divulgação e constante atualização das informações 
recebidas dos países outorgantes, de interesse do público 
exportador e que servem de material de apoio para o trabalho 
das agências emissoras (agências que emitem os certificados de 
origem nos países exportadores); e 
c) prestação de esclarecimentos às autoridades alfandegárias 
dos países outorgantes, sobre dúvidas porventura surgidas 
quanto ao atendimento às regras por eles determinadas. 
 
Os países se auto declaram "desenvolvidos" ou "em 
desenvolvimento" na OMC. Porém, isso não quer dizer que 
aqueles que se auto declararam "em desenvolvimento" vão 
usufruir automaticamente dos benefícios unilaterais (como o 
SGP). Os demais países podem contestar essa definição com 
base em dados econômicos como PIB, exportações, balança 
comercial etc. Na prática, o país outorgante (importador 
desenvolvido) é quem elabora a lista de produtos e de países 
que poderão exportar mercadorias para lá com a utilização do 
SGP. 
A OMC tem "preferência" pela utilização de tarifa, ao invés da 
cota, como barreira comercial. No caso do SGP, é a mesma 
coisa. Vejamos um exemplo. Os EUA concedem redução do 
imposto de importação sobre laranja aos pobretões, mas caso 
isso comece a lhe prejudicar (leia-se fabricantes de laranja dos 
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EUA), o próprio sistema (SGP) prevê a hipótese de proteção por 
meio de salvaguarda. E a salvaguarda pode ser implementada 
por meio de aumento da tarifa (preferencialmente, mas não 
obrigatoriamente) ou de cota. 
No âmbito do SGP, os EUA elaboram sua lista de produtos em 
favor dos países em desenvolvimento. Eles (os EUA) é quem 
vão dizer quais os países que usufruirão dos benefícios. 
Certamente eles não estenderão esse benefício a Cuba, por 
exemplo. Reciprocidade seria se os países que utilizarem o 
benefício (ex: Brasil), tivessem que oferecer algo em troca. Isso 
não ocorre. O benefício é unilateral. É exceção à NMF e à 
reciprocidade, OK? Os pobretões não precisam conceder nada 
em troca. 
Em sua Portaria de Consolidação das Normas Administrativas 
de Exportação, a SECEX estabelece o seguinte quanto ao SGP 
(Portaria SECEX 15/2004): 
 
“CAPÍTULO XX 
DO SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS (SGP) 
Art. 49. O Sistema Geral de Preferências (SGP) 
constitui um programa de benefícios tarifários 
concedidos pelos países industrializados aos países 
em desenvolvimento, na forma de redução ou 
isenção do imposto de importação incidente sobre 
determinados produtos. 
Art. 50. Informações sobre as relações de produtos 
e as condições a serem atendidas para obtenção do 
benefício, divulgadas anualmente pelos países 
outorgantes, podem ser obtidas junto às 
dependências do Banco do Brasil S.A., junto ao 
Departamento de Negociações Internacionais 
(Deint), da Secretaria de Comércio Exterior, bem 
como no sistema eletrônico deste Ministério 
(MDIC). 
Art. 51. Para fazerem jus ao tratamento 
preferencial do SGP, os produtos beneficiários 
devem estar acompanhados do Certificado de 
Origem – Formulário A, cuja emissão está a cargo 
das dependências do Banco do Brasil autorizadas 
pela Secretaria de Comércio Exterior. 
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§ 1° A solicitação da emissão do Certificado de 
Origem – Formulário A, quando amparada pelas 
normas vigentes, deverá ser efetuada logo após a 
efetivação do embarque, mediante a apresentação 
da documentação pertinente. 
§ 2° Nos casos de embarque aéreo de bens, nas 
condições de transporte definidas pelos países 
outorgantes do SGP, a dependência autorizada do 
Banco do Brasil S.A. emitirá o Certificado de 
Origem Formulário A, com base na documentação 
apresentada pelo exportador, na qual seja 
informada a rota, contando que o exportador se 
comprometa formalmente em apresentar o 
conhecimento de embarque a posteriori, no prazo 
máximo de 10 dias úteis a contar do embarque. 
§ 3° O exportador deverá apresentar o 
Conhecimento de Embarque ao órgão emissor do 
Certificado de Origem – Formulário A, no prazo de 
até dez dias da data de sua emissão, para 
comprovação das informações constantes no 
referido documento.”. 
 
------------------------- x ------------------------ 
 
Vejamos uma situação fática. Imagine um exportador 
brasileiro de soja que venda a um importador japonês com 
redução do II (japonês) com base no SGP. Inicialmente, ele 
deve embarcar a mercadoria direto para o Japão. Embarcada a 
mercadoria, o transportador o entregará um documento 
chamado conhecimento de carga, onde ele (transportador) se 
compromete a entregar essa mercadoria lá no Japão. Depois o 
exportador brasileiro pega esse documento, vai ao Banco do 
Brasil e diz ao funcionário: "Ô meu amigo, eu acabei de 
embarcar essa soja aqui para o Japão. O importador japonês lá 
do outro lado precisa de um Certificado de Origem emitido por 
vocês para comprovar, junto à Alfândega japonesa que a soja é 
brasileira, e por isso ele (o importador) pagará menos imposto 
de importação (no Japão). Me dá logo esse certificado de origem 
aí pois o japonês é mestre em artes marciais!!!!". Bom, emitido 
o certificado de origem, o exportador brasileiro o envia, junto 
com o restante da documentação (conhecimento de carga, 
fatura, packing-list ou lista de embarque) ao importador 
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japonês. Esse envio pode ser pelo correio ou pelo banco, 
dependendo da forma de pagamento acertada. Quando o 
japonês receber tudo do outro lado, entregará à Alfândega 
japonesa, que aceitará liberar a soja com redução do tributo. É 
mais ou menos assim que funciona. 
A regra é primeiro embarcar, aí o exportador pega o 
conhecimento de transporte emitido pelo transportador, leva ao 
BB, que emitirá o certificado de origem, Aí o exportador envia 
tudo ao importador no exterior. Como visto na norma, há uma 
exceção para transporte aéreo, pois ele é tão rápido (e caro) 
que se o exportador fosse esperar embarcar a mercadoria para 
depois emitir o certificado, haveria risco de a carga chegar no 
país do importador antes do certificado de origem. E aí o 
importador, que já pagou caro pelo transporte aéreo, ainda teria 
de pagar armazenagem de aeroporto (caríssima) porque a 
Alfândega (do país importador) só libera a mercadoria com o 
certificado de origem. Então a SECEX permite que o BB emita o 
certificado com o compromisso de o exportador entregar o 
conhecimento aéreo (efetivação do embarque) em até 10 dias 
após o embarque da mercadoria para o exterior. 
 
SISTEMA GLOBAL DE PREFERÊNCIAS COMERCIAIS 
(SGPC) 
 
Em 1988 vários países subdesenvolvidos, dentre eles o Brasil, 
assinaram um acordo instituindo o chamado Sistema Global de 
Preferências Comerciais (SGPC), também com o apoio da 
UNCTAD.O objetivo era promover o comércio mútuo e o 
desenvolvimento dos países associados, além de contribuir para 
o aumento da produção e da taxa de emprego nestes países. 
A participação no SGPC está reservada exclusivamente aos 
países em desenvolvimento membros do Grupo dos 77 (grupo 
de países pobres ou em desenvolvimento, do qual o Brasil faz 
parte). Porém, não são todos os membros do Grupo que têm 
acesso às vantagens do sistema. No Brasil, o Acordo entrou em 
vigor em 1991. 
Portanto, a diferença básica entre o SGP e o SGPC é a 
seguinte: o SGP consolida regras que oferecem aos países em 
desenvolvimento condições preferenciais de acesso a mercados 
dos países desenvolvidos; o SGPC, por sua vez, visa 
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incrementar o comércio entre os países em desenvolvimento, 
por meio de reduções tarifárias mútuas e outros mecanismos, 
com base em acordos preferenciais, havendo tratamento 
benéfico aos países menos desenvolvidos. Em outras palavras: 
o SGP consiste em um sistema de concessões dos ricos aos 
pobres, enquanto que o SGPC consiste em um sistema de 
concessões dos pobres aos pobres, com tratamento preferencial 
aos muito pobres. 
As listas de concessões negociadas apresentam as margens 
de preferência (reduções do II) de cada mercadoria. 
Assim, para usufruir do benefício é necessário que o país 
importador seja participante do SGPC. Depois se verifica se o 
produto está beneficiado e qual a margem de preferência. O 
produto dever ser originário do país exportador, conforme as 
Regras de Origem estabelecidas pelo outorgante. O produto 
deve, ainda, ser transportado diretamente do país beneficiário 
exportador para o país participante. Por fim, Deve ser 
apresentado o Certificado de Origem do SGPC à alfândega de 
desembaraço do produto (tudo semelhante ao SGP). No Brasil, 
o Certificado de Origem do SGPC é emitido pelas Federações 
das Indústrias credenciadas pelo Governo. 
O SGPC é um subsistema dentro do GATT (OMC), certo? A 
regra geral do GATT é a NMF, OK? Porém, o próprio GATT prevê 
a formação de "panelinhas", ou seja, acordos preferenciais onde 
só participam alguns membros da OMC. O SGPC é um exemplo 
desses acordos. Outros exemplos são os blocos econômicos 
(NAFTA, União Européia, ALADI, ...). 
A lógica do SGPC é fornecer oportunidades (concessões) 
iguais para todos, já que são todos países em desenvolvimento. 
Porém, quase todo tratado comercial (e o SGPC não é exceção) 
prevê algum tipo de favorecimento para os menos 
desenvolvidos ainda. E aí, será também uma exceção à NMF e à 
reciprocidade. Não tem jeito. Todo acordo tem isso. O NAFTA 
para o México, O Mercosul para Paraguai e Uruguai, a ALADI 
para Bolívia, Paraguai e Equador, a União Européia para os 
países ex-socialistas recém-chegados. E por aí vai... 
Não é objetivo do SGPC substituir os grupos econômicos sub-
regionais, regionais ou inter-regionais, tampouco evitar que 
futuros grupos econômicos surjam. É objetivo do SGPC reforçar 
e suplementar estes grupos econômicos, como é caso da ALADI, 
do Mercosul e outros. 
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Na mesma Portaria de Consolidação das Normas 
Administrativas de Exportação, a SECEX estabelece o seguinte 
quanto ao SGPC (Portaria SECEX 15/2004): 
 
“CAPÍTULO XXI 
DO SISTEMA GLOBAL DE PREFERÊNCIAS 
COMERCIAIS (SGPC) 
Art. 52. O Acordo sobre o Sistema Global de 
Preferências Comerciais entre os Países em 
Desenvolvimento (SGPC) tem, por princípio, a 
concessão de vantagens mútuas de modo a trazer 
benefícios a todos os seus participantes, 
considerados seus níveis de desenvolvimento 
econômico e industrial, os padrões de seu comércio 
exterior, suas políticas e seus sistemas comerciais. 
Parágrafo único. As concessões outorgadas ao 
Brasil pelos países participantes do SGPC constam 
do Anexo IV do Acordo promulgado pelo Decreto n° 
194, de 21 de agosto de 1991. 
Art. 53. Para fazerem jus ao tratamento 
preferencial do SGPC, os produtos beneficiários 
devem ser acompanhados do Certificado de Origem 
- SGPC. 
 
------------------------- x ------------------------ 
 
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RESUMO 
1) Nos anos que se sucederam à criação do GATT, os países 
subdesenvolvidos alegavam que os debates para reduções de 
barreiras raramente contemplavam os produtos por eles 
exportados, ou seja, diziam que não estavam usufruindo dos 
benefícios do sistema multilateral de comércio. 
2) Para a América Latina, já havia sido criada a ALALC, com o 
objetivo de incrementar o comércio na região. Mas faltava um 
organismo de apoio aos países em desenvolvimento de âmbito 
mundial. 
3) A UNCTAD foi criada na ONU, pois era o organismo para 
onde os PED correram para reclamar que o GATT não estava 
trazendo benefícios para eles. Com o apoio da UNCTAD, foi 
criado o SGP, como exceção às regras do GATT. Depois, o GATT 
"oficializou" essa exceção, por meio da Cláusula de Habilitação. 
4) Considerem PED = Países em desenvolvimento; PD = 
Países desenvolvidos. Os PED queriam que os PD reduzissem 
suas alíquotas para as exportações dos PED, certo? Os PD 
alegavam que não podiam fazer isso só para os PED, em virtude 
da NMF. Isso quer dizer que os PD teriam de reduzir também 
para os outros PD, e aí ficaria ruim. Então, criou-se um sistema 
de exceção (SGP), onde os PD concederiam reduções tarifárias 
SOMENTE aos PED. Por isso é uma exceção à NMF. Mas cada PD 
pode dizer que o benefício não será para todos os PED, mas 
somente para alguns. Além disso, os PED não precisariam 
conceder redução de nada em favor dos PD. Por isso o sistema 
também é exceção à reciprocidade. 
5) A UNCTAD possui diversas funções e objetivos 
institucionais, sempre voltados para o desenvolvimento e 
geração de oportunidades comerciais (exportações) aos países 
em desenvolvimento, fornecendo a devida assistência técnica, e 
procurando compatibilizar a política doméstica dessas nações 
com as ações internacionais na área econômica. 
6) No SGP, cada país outorgante decide pra quem dará os 
benefícios, ou seja, a quais países o mesmo se aplicará, quais 
os produtos contemplados, qual a redução tarifária e quais as 
regras da concessão. É uma concessão de rico (importador) 
para pobre (exportador). 
7) Para usufruir dos benefícios do SGP, o exportador deve 
providenciar um Certificado de Origem do seu produto (ex: Café 
“Made in Brazil”) para comprovar que o mesmo foi produzido 
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em um país beneficiário do Acordo. No Brasil, o Certificado de 
Origem do SGP é emitido pelo Banco do Brasil (Formulário A). 
8) Além de ser originária do país beneficiário, a mercadoria 
deve ser transportada diretamente do país beneficiário-
exportador para o país outorgante-importador, para usufruir das 
reduções do SGP. 
9) O SGPC é um sistema parecido com o SGP, de concessões 
tarifárias e não-tarifárias, porém a aplicável ao comércio mútuo 
entre os países em desenvolvimento. 
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AULA 05 - EXERCÍCIOS 
1. Assinale a incorreta com relação ao SGP: 
a) Vantagens tarifárias são concedidas de modo não-
uniforme, sendo que alguns países outorgaram a abolição total 
das tarifas; 
b) Há possibilidade de ampliação das listas de produtos 
favorecidos no decorrer das revisões periódicas; 
c) Concessão bilateral e recíproca,por parte dos países 
desenvolvidos, de margens tarifárias preferenciais para 
produtos importados, originários dos países em 
desenvolvimento; 
d) Países outorgantes estabeleceram critérios de origem e 
cláusulas de salvaguarda, que devem ser observados pelos 
beneficiários; 
e) Produtos beneficiados por tais preferências estão sujeitos a 
complexos mecanismos de cotas, como no caso da UE e do 
Japão. 
 
Comentário: 
O SGP não é um sistema de cotas, mas sim de redução 
tarifária. Essa é a base do sistema. Os países outorgantes-
importadores concedem benefícios aos países beneficiários-
exportadores. Mas o país outorgante pode estabelecer algum 
mecanismo de cota para melhor controlar as concessões. Por 
isso a letra E está correta. 
Sempre que se prevê algum tipo de preferência aos menos 
desenvolvidos, isso caracteriza exceção à NMF e à 
reciprocidade, portanto o sistema é unilateral (letra C errada). 
Resposta: Letra C 
 
2. Com relação à UNCTAD, é INCORRETO afirmar que: 
a) Apoiou a instituição do SGP, que prevê a concessão de 
reduções tarifárias pelos países desenvolvidos aos países 
emergentes somente para produtos agrícolas; 
b) Para que seus objetivos sejam atingidos, foi criada uma 
exceção à clausula de nação mais favorecida; 
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c) Tem como objetivo fomentar o comércio e 
desenvolvimento dos países pouco beneficiados pelo grande 
volume de comércio mundial; 
d) É um organismo vinculado à ONU; 
e) Surgiu em virtude de críticas de nações subdesenvolvidas 
insatisfeitas com os resultados das negociações do GATT. 
 
Comentário: A letra A está errada porque o SGP prevê que os 
países desenvolvidos concedam reduções tarifárias aos países 
emergentes, para quaisquer tipos de produtos (primários, semi-
elaborados ou industrializados). 
O SGP funciona como exceção à cláusula NMF, para que os 
países desenvolvidos não precisem estender os benefícios a 
todos os demais membros do GATT (letra B correta). 
Resposta: Letra A 
 
3. O SGPC: 
a) busca ampliar o acesso dos países emergentes aos 
mercados dos países desenvolvidos; 
b) visa incrementar o comércio mútuo entre nações 
subdesenvolvidas, por meio de concessões tarifárias e não 
tarifárias entre as mesmas; 
c) é um órgão vinculado à ONU; 
d) foi criado para reduzir a proliferação de blocos econômicos 
mundiais, agrupando vários países num bloco único; 
e) é um bloco econômico das Américas, cujas concessões 
tarifárias visam resultar na formação da ALCA. 
Comentário: A letra A se refere ao SGP. A letra B (correta) é a 
própria concepção do SGPC, qual seja, incrementar o comércio 
mútuo entre os países menos desenvolvidos. O SGPC não é 
organismo vinculado à ONU, mas sim um acordo comercial 
(letra C errada). O SGPC não tem a menor intenção de reduzir a 
formação de blocos econômicos, mas até de incentivá-los (letra 
D errada). O SGPC não é um bloco econômico das Américas, 
mas sim um acordo comercial de alcance mundial (letra E 
errada). 
Resposta: Letra B 
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4. (AFTN/96) O Sistema Geral de Preferência (SGP) foi criado 
no seio da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e 
Desenvolvimento – UNCTAD, com o objetivo de fomentar o 
comércio internacional, especialmente em benefício dos países 
em desenvolvimento, que há muito, vinham observando 
dificuldades cada vez maiores para sustentar seus programas de 
desenvolvimento e industrialização, face ao declínio da 
importância relativa dos bens primários tradicionais no comércio 
internacional. A principal característica do Sistema Geral de 
Preferência é a(o): 
a) Abertura de linhas especiais de crédito à exportação 
originária dos países em desenvolvimento; 
b) Estabelecimento de quotas preferenciais aos países em 
desenvolvimento; 
c) Estabelecimento de padrões menos rígidos para concessão 
de subsídios à exportação por parte dos governos dos países em 
desenvolvimento; 
d) Importação, pelos países industrializados de produtos 
manufaturados e serviços preferencialmente produzidos nos 
países em desenvolvimento; 
e) Eliminação total ou parcial, pelos países industrializados, 
de tarifas que incidem sobre produtos originários de países em 
desenvolvimento, sem exigência de reciprocidade. 
COMENTÁRIO: 
O SGP não estabelece qualquer mecanismo de financiamento 
às exportações, nem de redução de subsídios nos países 
exportadores. Sua atuação é na redução das tarifas aplicadas 
pelos países desenvolvidos nas importações de produtos 
originários dos PED (letras A e C erradas). 
O SGP abarca tanto produtos agrícolas quanto 
semimanufaturados e industrializados. 
A letra B está errada pois a base é a redução tarifária. Alguns 
países até impõem cotas para controlar as concessões tarifárias. 
A letra D está errada pois o sistema não se refere a serviços 
nem a dar preferência na importação a determinados países, 
mas sim a reduções tarifárias. 
Resposta: Letra E 
 
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5. (ACOMEX/98) É possível a existência de diferentes 
organizações internacionais para tratar dos mesmos assuntos ou 
assuntos semelhantes. O objetivo da United Conference on 
Trade and Development (UNCTAD), quando foi criada, era: 
a) servir como contraponto ao GATT, que não previa a 
discussão do comércio de produtos agrícolas; 
b) aumentar o comércio internacional; 
c) estimular a liberalização comercial; 
d) permitir uma discussão de assuntos ligados à liberalização 
comercial e financeira; 
e) discutir e propor mudanças no sistema e nas normas de 
comércio existentes até então. 
COMENTÁRIO: 
O aumento do comércio internacional e o estímulo à 
liberalização comercial são conseqüências do objetivo específico 
da UNCTAD, qual seja, alterar o sistema do GATT para permitir 
concessões tarifárias não recíprocas e discriminatórias por parte 
dos países desenvolvidos em favor dos PED. A letra A até 
poderia ser cogitada, mas a letra E é muito mais abrangente, e 
a UNCTAD não se refere somente a discussões sobre comércio 
de produtos agrícolas. 
Resposta: Letra E 
 
6. (ACOMEX/2002) O Sistema Geral de Preferências (SGP) 
consiste em um conjunto de regras que oferece aos países em 
desenvolvimento condições preferenciais de acesso aos 
mercados de países desenvolvidos. A seu respeito, é correto 
afirmar que: 
a) entre as exigências feitas pelos países outorgantes com 
que devem cumprir os países beneficiários do SGP estão: i) que 
o produto seja transportado diretamente do país beneficiário 
exportador para o país outorgante importador; e ii) que se 
apresente à alfândega do país outorgante um certificado de 
origem específico, em conformidade com as regras de origem 
estabelecidas pelos países outorgantes. 
b) entre as exigências feitas pelos países outorgantes com 
que devem cumprir os países beneficiários do SGP estão: i) que 
o produto seja originário do país beneficiário exportador; e ii) 
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que o produto seja transportado diretamente do país 
beneficiário exportador para o país outorgante importador por 
transportador com bandeira deste ou de outro país outorgante 
do SGP. 
c) os países outorgantes beneficiam com a redução total ou 
parcial do imposto de importação produtos industriais que 
constem em suas listas positivas ou que não estejam 
expressamente mencionados em suas listas negativas, não 
havendo concessões relativasa produtos agrícolas. 
d) entre as exigências feitas pelos países outorgantes com 
que devem cumprir os países beneficiários do SGP estão: i) que 
o produto seja originário do país beneficiário exportador; e ii) 
que o produto tenha alguma vez constado nas listas de 
mercadorias com direito aos benefícios do SGP publicadas pelos 
países outorgantes desde a vigência do SGP. 
e) os países outorgantes beneficiam com a redução total ou 
parcial do imposto de importação produtos industriais que 
constem em suas listas positivas, visto que o objetivo principal 
do SGP consiste em fomentar a industrialização das economias 
menos desenvolvidas. 
COMENTÁRIO: 
(a) (CORRETA) Para usufruir dos benefícios do SGP o produto 
deve ser fabricado no país beneficiário-exportador e 
transportado diretamente para o país outorgante-importador. 
Ressalte-se que há outras exigências para usufruir do benefício; 
(b) (ERRADA) Não há exigência de bandeira (nacionalidade) 
do veículo transportador; 
(c) (ERRADA) Os PD elaboram as listas dos produtos sujeitos 
ao benefício (listas positivas) e as listas dos produtos que estão 
fora do SGP (listas negativas). Há concessões para vários tipos 
de produtos, principalmente para os agrícolas; 
(d) (ERRADA) O produto deve constar na lista de mercadorias 
com direito ao benefício, e não somente ter constado um dia; 
(e) (ERRADA) O objetivo principal não é fomentar a indústria 
nos países menos desenvolvidos, mas permitir que eles 
exportem mais para os países desenvolvidos, principalmente no 
tocante aos produtos primários. 
 
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7. (AFRF/2000) Sentindo-se desconfortáveis no GATT os 
países em desenvolvimento (PEDs) passaram a expor seus 
pontos de vista na Organização das Nações Unidas (ONU) e a 
cogitar uma nova conferência internacional sobre comércio, mas 
com enfoque diferente da anterior (Conferência Internacional 
sobre Comércio e Emprego que resultou na Carta de Havana) e 
fazer uma sobre comércio e desenvolvimento; e que atenderia a 
aspectos de interesse dos PEDs que se sentiam marginalizados 
pelo GATT. 
 Contando com o apoio na ONU, da ex-URSS, dos ex-países 
socialistas, e dos países em desenvolvimento (PEDs), 
“periféricos” (Austrália, Países Nórdicos, etc.) iniciam uma 
batalha jurídica até que a Resolução 917 convoca uma 
Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e 
Desenvolvimento (UNCTAD). 
 Sobre a UNCTAD, não se pode fazer a seguinte afirmativa: 
a) Foi criada em 1964 em Genebra pelos PEDs com forte 
influência da Comissão Econômica para a América Latina e 
Caribe (CEPAL). 
b) Tem como principal missão fomentar o comércio 
internacional para acelerar o desenvolvimento econômico. 
c) Defendia o estabelecimento de Acordos Internacionais de 
Mercadorias (AIMs). 
d) Acredita que o livre comércio pode levar ao 
desenvolvimento pela teoria das vantagens comparativas. 
e) Defendia o Princípio da Deterioração das Relações de 
Troca. 
 
COMENTÁRIO: 
Exatamente por concordar que o livre comércio não estava 
beneficiando os países menos desenvolvidos, a UNCTAD 
procurou alterar o sistema, apoiando os acordos internacionais 
de mercadorias (reduções tarifárias setoriais). 
A alternativa D é a única incompatível com os objetivos da 
UNCTAD, pois foi criada exatamente devido às reclamações dos 
países subdesenvolvidos, que alegavam que suas Relações de 
Troca vinham sendo deterioradas, e que a Teoria das Vantagens 
Comparativas só vinha beneficiando os países industrializados. 
Resposta: Letra D 
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8. (AFRF/2000) “É sabido que todo processo de 
desenvolvimento econômico exige volume apreciável de divisas 
para financiar a importação de bens de equipamento. Os países 
subdesenvolvidos dependem, para suas receitas de divisas, da 
exportação de produtos primários, cujo mercado vem 
declinando cada vez mais nos países industriais. 
 Em outubro de 1970, foi instituído pela Conferência das 
Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) o 
Sistema Geral de Preferências, conhecido por SGP.” 
 Acerca do Sistema Geral de Preferências (SGP) e do 
Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC), pode-se 
afirmar que: 
a) A principal diferença entre o GATT e o SGPC é que, 
enquanto o GATT utiliza o princípio da nação mais favorecida, o 
SGPC utiliza o sistema de acordos preferenciais dentro do 
sistema. 
b) O sistema foi incorporado ao GATT nos anos 70, com a 
cláusula de habilitação (Enabling Clause após a Rodada Tóquio). 
c) O SGP constitui um conjunto de regras gerais adotadas 
universalmente para estimular as exportações de bens dos 
PEDs, supervisionadas pela CEPAL. 
d) O SGPC defende uma eliminação de tarifas entre PEDs. 
e) A principal vantagem do SGP é a isenção das tarifas de 
importação. 
 
COMENTÁRIO: 
(a) (CORRETA) O SGPC é um subsistema dentro do GATT. A 
regra geral do GATT é a NMF, mas o próprio GATT prevê 
“panelinhas”, ou seja, acordos preferenciais. Um deles é o 
SGPC. Os blocos econômicos seriam um outro exemplo. Vejam. 
O GATT possui como regra geral a NMF, certo? Então como é 
que pode existir um sistema como o SGPC, de concessões 
mútuas, que só valem para os que estão nesse subsistema? Da 
mesma forma que existe a União Européia, a ALADI, o NAFTA, o 
Mercosul, ou seja, a regra do GATT é a NMF, mas se o benefício 
for concedido em um bloco regional ou em um acordo previsto 
no próprio GATT, como o SGPC, aí não precisa obedecer à NMF. 
Então, DENTRO das "panelinhas" (Mercosul, NAFTA, SGPC), a 
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NMF vale também, como regra geral. É a essência de qualquer 
acordo; 
(b) (ERRADA) O SGP é que foi incorporado ao GATT pela 
Cláusula de Habilitação, nos anos 70. O SGPC só surgiu em 
1988; 
(c) (ERRADA) As regras do SGP não são adotadas 
universalmente, valendo somente para os países beneficiados 
pelos outorgantes. Além disso, a supervisão é da UNCTAD, e 
não da CEPAL; 
(d) (ERRADA) O SGPC não intenta a eliminação de tarifas 
entre os PED. Visa apenas o estabelecimento de margens de 
preferência no comércio entre eles reduções tarifárias). 
(e) (ERRADA) O SGP não prevê a isenção da tarifa de 
importação, mas sim a sua redução. 
Resposta: Letra A 
 
9. (AFRF/2002-2) Sobre a Conferência das Nações Unidas 
sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), é correto afirmar 
que: 
a) é uma conferência convocada a cada quatro anos pela 
Assembléia Geral das Nações Unidas, assistida por todos os 
seus membros, para discutir questões relacionadas ao comércio 
e aos investimentos sob a perspectiva dos interesses dos países 
em desenvolvimento. 
b) é um fórum constituído pelos países da Organização 
Econômica de Cooperação e Desenvolvimento (OECD) no âmbito 
da Assembléia Geral das Nações Unidas para coordenar políticas 
relacionadas ao comércio com os países em desenvolvimento. 
c) é um organismo intergovernamental vinculado à 
Assembléia Geral das Nações Unidas voltada para o tratamento 
de questões relacionadas à promoção do desenvolvimento 
econômico e seus vínculos com o comércio, as finanças e os 
investimentos internacionais. 
d) é uma conferência de caráter permanente integrada pelos 
países membros da Organização das Nações Unidas com o 
propósito de discutir questões comerciais e os entraves ao 
desenvolvimento dos países de menor desenvolvimento relativo. 
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e) é um fórum permanentede consulta e de negociações 
comerciais, constituído por países em desenvolvimento no 
contexto da Assembléia Geral das Nações Unidas. 
COMENTÁRIO: 
(a) (ERRADA) De fato a Conferência ocorre a cada quatro 
anos, mas não são todos os membros da ONU que dela 
participam; 
(b) (ERRADA) O fórum não é constituído somente por 
membros da OCDE; 
(c) (CORRETA) A expressão-chave é “vínculo entre comércio e 
desenvolvimento”; 
(d) (ERRADA) A Conferência não é permanente. Só se reúne a 
cada 4 anos. Porém, se estivermos nos referindo à UNCTAD 
omo instituição intergovernamental, organismo subsidiário da 
ONU, aí pode até ser enquadrada como permanente, pois possui 
um Secretariado de funcionamento constante (vejam questão 
seguinte). 
(e) (ERRADA) Não se trata de fórum permanente de 
negociações comerciais (isso seria a OMC), e também não é 
constituído somente por países em desenvolvimento. 
Resposta: Letra C 
 
 
10. (AFRF/2002-1) A Conferência das Nações Unidas 
Sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) é entidade 
intergovernamental permanente que tem por objetivo principal: 
a) prestar apoio financeiro e logístico para operações de 
comércio exterior empreendidas por países em 
desenvolvimento. 
b) apoiar os processos de integração regional que envolvam 
países desenvolvidos e países em desenvolvimento. 
c) promover a inserção das pequenas e médias empresas dos 
países em desenvolvimento no comércio internacional. 
d) aumentar oportunidades de comércio, investimentos e de 
progresso nos países em desenvolvimento, assistindo-os em seu 
esforço de integração eqüitativa na economia mundial. 
e) discutir estratégias de liberalização comercial envolvendo 
países em desenvolvimento. 
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Comentário: 
A letra B está errada porque a UNCTAD não necessariamente 
apóia os processos de integração, mas sim oportunidades 
(reduções de tarifas) oferecidas pelos países desenvolvidos aos 
subdesenvolvidos, como é o caso do SGP. 
Na verdade, todas as assertivas têm alguma relação com a 
UNCTAD, mas a letra D é que inclui o seu objetivo principal, 
qual seja, a geração oportunidades de comércio, investimentos 
e progresso (desenvolvimento) nos países mais atrasados da 
economia mundial. 
Resposta: Letra D 
 
11. (AFRF/2003) No marco da cooperação para o 
desenvolvimento, os países industrializados estabeleceram o 
Sistema Geral de Preferências (SGP), almejando facilitar o 
comércio com os países em desenvolvimento. O SGP consiste 
em: 
a) suspensão de tributos, em caráter definitivo, para 
importações de matérias-primas e manufaturas procedentes de 
países em desenvolvimento. 
b) negociações que objetivam concessões mútuas de 
preferências tarifárias para os produtos menos competitivos e 
que são tornadas permanentes uma vez definidas. 
c) concessões tarifárias, outorgadas em base de não-
reciprocidade, para exportações de manufaturas originárias e 
procedentes de países em desenvolvimento, segundo 
quantidades, condições de preços e períodos pré-determinados. 
d) sistema de cotas e preços que beneficiam as importações 
de países em desenvolvimento e que é negociado no âmbito do 
Acordo Geral de Comércio e Tarifas (GATT). 
e) concessões tarifárias condicionais estendidas somente aos 
países de menor desenvolvimento econômico relativo e que 
abrangem as exportações de matérias-primas e demais 
produtos primários deles procedentes. 
Comentário: 
O SGP pode envolver outros produtos, mas trata-se de 
redução do imposto de importação, e não de suspensão (letra A 
errada). A letra D fala em importações dos países em 
desenvolvimento. É exatamente o contrário!!!! O sistema é para 
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beneficiar as EXPORTAÇÕES dos PED!!!! (ERRADA). Além disso, 
o sistema não é de cotas, mas sim de reduções tarifárias. 
A letra C não fala que é "somente" para manufaturas. Por isso 
foi considerada certa. A letra D fala em IMPORTAÇÕES dos PED 
(errada). A letra E está errada porque fala que as concessões 
são condicionais. Não são. O SGP é um sistema de concessões 
tarifárias INCONDICIONAIS (os países em desenvolvimento não 
precisam oferecer nada em troca), e abrange todo tipo de 
produto, não somente as matérias-primas e produtos primários. 
Resposta: Letra C 
 
12. (AFRF/2003) A Conferência das Nações Unidas sobre 
Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) é a instância dedicada 
ao tratamento de questões afetas à participação e perspectivas 
dos países em desenvolvimento no comércio internacional. Sua 
agenda, no tocante ao comércio internacional, envolve temas 
como: 
a) sugestão de estratégias de abertura comercial e para a 
implementação do sistema de regras comerciais definido 
multilateralmente. 
b) identificação de instrumentos de política comercial em 
apoio aos esforços de desenvolvimento no contexto de 
globalização econômica, apoio técnico para permitir participação 
efetiva em negociações comerciais internacionais e para a 
superação de entraves à plena inserção no comércio 
internacional. 
c) geração de propostas e mecanismos alternativos para a 
resolução de disputas comerciais e para a construção de 
esquemas preferenciais entre países em desenvolvimento. 
d) identificação, junto aos países industrializados, de formas 
de cooperação para o desenvolvimento, de transferência de 
tecnologias e atração de investimentos. 
e) implementação de medidas de investimentos relacionadas 
ao comércio, de compromissos sociais e ambientais no marco de 
acordos comerciais firmados entre países desenvolvidos e países 
em desenvolvimento. 
 
Comentário: 
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Digamos que a letra D não cita o principal objetivo da 
UNCTAD, relacionado à política comercial. De fato, se você 
entrar no site www.unctad.org verá que nos anos recentes a 
UNCTAD tem se ocupado da conexão entre comércio, 
investimentos, tecnologia e desenvolvimento empresarial. Mas 
isso não torna a letra D correta, pois, como disse, não falou 
sobre o principal (redução de barreiras). 
A letra E também não cita o principal objetivo da UNCTAD 
(redução de tarifas e geração de oportunidades para os PED). 
As letras A e C se referem mais a objetivos da OMC. 
Resposta: Letra B 
 
13. (AFRF/2005) Assinale C (Certo) ou E (Errado) 
( ) O “Formulário A”, documento expedido pela Secretaria de 
Comércio Exterior (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e 
Comércio Exterior), é o instrumento que atesta a origem do 
produto para fins de concessão de tratamento tributário 
diferenciado no âmbito do Sistema Geral de Preferências. 
 
Comentário: O Certificado de Origem para o SGP no Brasil é 
de fato o “Formulário A”, só que ele é emitido pelo Banco do 
Brasil, e não pela SECEX. 
Resposta: Errado 
 
14. (TRF/2005) Assinale a opção incorreta. 
a) Entre os países que participam do Sistema Global de 
Preferências Comerciais (SGPC) estão, por exemplo, Brasil, a 
Argentina, a Colômbia e o México. 
b) Com base no Sistema Geral de Preferências (SGP), o Brasil 
concede vantagens na importação de alguns produtos 
originários de países em desenvolvimento, ao reduzir o imposto 
de importação incidente sobre eles. 
c) Em regra, a prova documental necessária para que produto 
se beneficie do tratamento tributário preferencial do Sistema 
Geral de Preferência (SGP) é o Formulário A. 
d) Para que um exportador brasileiro se beneficie do 
tratamento preferencial do Sistema Global de Preferências 
Comerciais (SGPC), é necessário que obtenha um Certificado deCURSOS ON-LINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL – CURSO REGULAR 
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Origem do SGPC, emitido pelas Federações de Indústrias 
credenciadas para tanto. 
e) Ao mesmo tempo em que certas importações feitas pelo 
Brasil podem-se beneficiar do SGPC, certas exportações 
brasileiras também se beneficiam do mesmo regime. 
 
Comentário: 
(a) (Correta) Achei um absurdo ser cobrado países que fazem 
parte do SGPC, porém, dá pra concluir que Brasil, Argentina, 
Colômbia e México são países em desenvolvimento, por isso 
estão lá no SGPC. 
(b) (Errada) O Brasil é país em desenvolvimento, por isso é 
beneficiário do SGP. Quem concede as vantagens do SGP são os 
países desenvolvidos. 
(c) (Correta) No Brasil, o Certificado de Origem do SGP é o 
“Formulário A”, emitido pelo Banco do Brasil. 
(d) (Correta) Detalhe: o certificado de origem do SGP é 
emitido pelo Banco do Brasil (“Formulário A”), enquanto que o 
certificado de origem do SGPC é emitido pelas Federações de 
Indústrias; 
(e) (Correta) No SGP, o Brasil participa sempre como 
beneficiário (exportador), enquanto que, no SGPC, pode 
participar como beneficiário (exportador) ou como outorgante 
(importador), por ser um país em desenvolvimento. 
 
Resposta: Letra B 
 
 
 
GABARITO AULA 05 
 
1 – C 11 - C 
2 – A 12 – B 
3 – B 13 – E 
4 – E 14 - B 
5 – E 
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6 – A 
7 – D 
8 – A 
9 – C 
10 – D

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