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Direito Econômico [Ano] Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 2 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Os Instrumentos de Regulação Econômica e as Agências Reguladoras Os Instrumentos de Regulação Econômica e as Agências Reguladoras MATERIAL TEÓRICO Revisão de Conteúdo: Prof Ms Reinaldo Zychan Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 3 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Os Instrumentos de Regulação Econômica e as Agências Reguladoras 1. Objetivos da aula: 2. Introdução Como vimos anteriormente, o perfil constitucional das atividades econômicas realizadas pelo Estado apresenta as seguintes características: o Estado tem como uma de suas principais funções a prestação de serviços públicos; os serviços públicos podem ser realizados diretamente pelo Estado ou executados por particulares contratados; a intervenção direta do Estado no domínio econômico somente é admitida de forma excepcional, estando condicionada aos seguintes requisitos: essa intervenção direta deve ocorrer em razão de imperativos da segurança nacional ou quando houver relevante interesse coletivo; deve essa atuação ocorrer em conformidade com o estabelecido em lei. na intervenção indireta o Estado atua como agente normatizador e regulador da atividade econômica. Com a Constituição Federal de 1988 o Estado se afastou da intervenção direta na atividade econômica, bem como passa a contratar de uma forma mais intensaparticulares para a prestação de diversos serviços públicos. Prezado Aluno, já estamos na Unidade III, e nesta nova etapa estudaremos: os Instrumentos de regulação econômica, bem como o seus princípios; as Agências Reguladoras e as atividades reguladoras do Estado. Então, vamos à aula! amanda.juliana Realce Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 4 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Os Instrumentos de Regulação Econômica e as Agências Reguladoras Essa modificação do perfil estatal na economia, buscando se aproximar do chamado “Estado Mínimo”, é acompanhada da necessidade de incremento das atividades regulatórias. Seem relevantes setores econômicos ocorreu a substituição da direta execução de atividades pelo Poder Público pela execução realizada por empresas privadas foi necessário que o Estado se estruturasse para garantir que produtos e serviços fossem disponibilizados com adequação e qualidade à sociedade. Isso implicou na necessidade de se fortalecer os mecanismos regulatórios da economia, sendo que importante passo foi dado com a criação de diversas agências reguladoras. Antes de falarmos sobre as agências reguladoras é necessário que conheçamos os princípios que regem a atividade de regulação. 3. Princípios da Regulação Segundo Eugênio Rosa de Araújo1, a regulação econômica se desenvolve sob os seguintes princípios: Mercado regulado para a competição. Criação de agências setoriais, dotadas de autonomia e especialização. Atenção aos monopólios naturais. Ambiente de transição, cabendo ao Estado supervisionar o poder de mercado dos operadores e organizar a entrada de novos operadores. Zelar pela implantação de um novo modelo organizacional, arbitrar conflitos e completar o processo de regulação normativa. Garantia de interesse público. 1 Direito Econômico. Pág. 91. Editora Impetus. Rio de Janeiro. 2010. A modificação da atuação estatal na esfera econômica se acentuoucom diversas Emendas Constitucionais promulgadas nas décadas de 1990 e 2000, as quais objetivaram avançar nas reformas estruturais do Estado, procurando implementar um modelo gerencial e descentralizado. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 5 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Os Instrumentos de Regulação Econômica e as Agências Reguladoras Assim, os órgãos reguladores têm a função de regular os diversos segmentos do mercado e também serviços públicos, protegendo o consumidor, garantindo a livre escolha, o abastecimento (garantia de oferta dos serviços) e preços acessíveis. A regulação insere-se em um panorama em que, embora haja exploração por particulares, existem mercados imperfeitamente competitivos, geralmente monopolizados ou oligopolizados, razão pela qual deve o Poder Público atuar para que se viabilize o bem-estar econômico do consumidor. Para que a regulação ocorra, além dos princípios acima mencionados, deve essa atividade se pautar pelos seguintes: PRINCÍPIO DO ACESSO NECESSÁRIO: refere-se às relações entre concorrentes, evoca as ponderações relativas à liberdade de iniciativa e ao direito concorrencial e o acesso dos consumidores aos bens e serviços; FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE: a restrição da propriedade absoluta por meio do princípio da função social da propriedade busca uma maior concorrência em benefício da coletividade; INTERVENÇÃO ASSIMÉTRICA: garante o funcionamento do mercado por meio do oferecimento de condições semelhante às de empresas preexistentes aos entrantes em um determinado mercado. 4. Agências Reguladoras 4.1. Introdução e Histórico A origem das agências reguladoras remonta à criação, no Parlamento Inglês, de entes autônomos para aplicar as leis e dirimir conflitos a partir do ano de 1834. No Brasil, ocorreu a criação de várias agências reguladoras nas décadas de 1990 e 2000, em razão das privatizações que ocorreram no período. amanda.juliana Highlight amanda.juliana Highlight Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 6 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Os Instrumentos de Regulação Econômica e as Agências Reguladoras Quando da promulgação da Constituição de 1988 já havia disposições sobrea descentralização das atividades e exploração por entes particulares, mas a cessão de serviços públicos foi tratada posteriormente por meio das Emendas Constitucionais. [...] por meio das agências reguladoras, os serviços que tinham antes natureza pública são passados para a iniciativa privada, não de modo definitivo, mas através da concessão das atividades. Assim, a partir do momento em que ocorre a concessão, a responsabilidade do Estado passa a ser a de regular e fiscalizar o fornecimento desses serviços essenciais à população. (DOMINGUES, 2005, p. 167). Há duas vertentes justificadoras da realização da privatização dos serviços: a) JUSTIFICATIVAS ESTRUTURAIS: Defesa da livre iniciativa; Eficiência decorrente da atuação pautada nos parâmetros do mercado; Modificação de setores estratégicos de exploração; Fortalecimento do setor privado; Evitar que o Estado atue em setores que deveriam ser restritos à iniciativa privada, o que poderia causar o desestímulo dos investimentos privados. Na realidade mesmo antes das privatizações ocorridas em nosso país já existiam agências reguladoras, podendo ser mencionadas, dentre outras o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários. No mencionado período, além da criação de diversas agências reguladoras, foi estabelecido um novo padrãopara as pessoas jurídicas de direito público interno que iriam atuar na atividade regulatória desenvolvida pelo Estado. amanda.juliana Realce Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 7 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Os Instrumentos de Regulação Econômica e as Agências Reguladoras b) JUSTIFICATIVAS CONJUNTURAIS: Credibilidade política, com vistas a atrair investimentos estrangeiros; Abatimento da dívida pública; Atuação de acordo com as limitações do orçamento público; Efeitos na economia, como o fortalecimento do mercado decapitais. 4.2. CONCEITO DE AGÊNCIAS REGULADORAS Embora inexista um conceito único formulado pela doutrina, podemos destacar o formulado por Chacon, para quem "as agências reguladoras são órgãos criados pelo Governo para regular e fiscalizar os serviços prestados por empresas privadas que atuam na prestação de serviços, que em sua essência seriam públicos" (apud DOMINGUES, 2005, p. 174). 4.3. CARACTERÍSTICAS DAS AGÊNCIAS REGULADORAS Muito embora não tenha sido instituída uma “lei geral sobre as agências” e uma enumeração normativa específica sobre suas características, o que se observa é que cada agência reguladora é instituída por uma lei específica, sendo que nela são encontradas suas características principais. Embora haja essa falta de unicidade na legislação, a doutrina aponta uma série de características na estruturação normativa dessas agências, razão pela qual precisamos conhecê-las. Deve, contudo, ser destacado que essas características não precisam estar presentes em todas as agências reguladoras. De todas as agências reguladoras somente a Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL – e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis– ANP – possuem previsão constitucional expressa, muito embora não haja menção a seus nomes. Em ambos os casos as disposições constitucionais se referem a um “órgão regulador” desses setores econômicos. A previsão constitucional dessas agências se encontra no artigo 21, inc. XI, para a ANATEL e no artigo 177, § 2º, inc. III, para a ANP. amanda.juliana Highlight amanda.juliana Highlight Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 8 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Os Instrumentos de Regulação Econômica e as Agências Reguladoras 4.3.1. ESTRUTURA JURÍDICA E AUTONOMIA Embora essa não seja uma característica obrigatória, todas as agências reguladoras foram criadas como autarquias de regime especial. Diversamente do que ocorre com as demais autarquias, as chamadas autarquias de regime especial possuem, nos termos das leis que as criou, características próprias, as quais, normalmente, lhe conferem maior independência de atuação em relação ao Poder Executivo. No caso específico das agências reguladoras, a autonomia é uma característica que objetiva: dotá-las de um padrão técnico de atuação em suas respectivas áreas; buscar uma maior imparcialidade no desenvolvimento de suas atividades, afastando, tanto quanto possível, ingerências político- partidárias. Um dos fatores mais importantes para que a agência reguladora mantenha a sua autonomia é a estabilidade de seus dirigentes, conforme estabelece o artigo 9º da Lei n.º 9.986/00, cuja redação é a seguinte: Art. 9º Os Conselheiros e os Diretores somente perderão o mandato em caso de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar. Parágrafo único. A lei de criação da Agência poderá prever outras condições para a perda do mandato. Conforme define o Decreto-lei n.º 200/67, autarquia é “o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada” – inc. I do artigo 5º. As autarquias são dotadas de personalidade jurídica própria, integrando a chamada Administração Indireta, estando vinculadas (e não subordinadas) a algum órgão público (Ministério, Secretaria, etc.). amanda.juliana Highlight amanda.juliana Highlight Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 9 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Os Instrumentos de Regulação Econômica e as Agências Reguladoras Além disso, a nomeação dos dirigentes das agências reguladoras, conforme o estabelecido noartigo 5º da Lei n.º 9.986/00, não ocorre por mero ato do Poder Executivo, visto que se faz necessária a aprovação do indicado pelo Senado Federal, após arguição pública e por voto secreto (artigo 52, inciso III, alínea “f”, da Constituição Federal). Observe o esquema abaixo que sintetiza esse processo de escolha e nomeação: INDICAÇÃO DE UM NOME PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA REMESSA DA INDICAÇÃO AO SENADO FEDERAL ARGUIÇÃO PÚBLICA PELO SENADO FEDERAL VOTAÇÃO SECRETA SOBRE A INDICAÇÃO EM CASO DE APROVAÇÃO NOMEAÇÃO PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA EM CASO DE REPROVAÇÃO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DEVE FAZER OUTRA INDICAÇÃO E SUBMETÊ-LA AO SENADO FEDERAL Lei n.º 9.986/00 Art. 5º O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente (CD I) e os demais membros do Conselho Diretor ou da Diretoria (CD II) serão brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para os quais serão nomeados, devendo ser escolhidos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea f do inciso III do art. 52 da Constituição Federal. Parágrafo único. O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor- Presidente será nomeado pelo Presidente da República dentre os integrantes do Conselho Diretor ou da Diretoria, respectivamente, e investido na função pelo prazo fixado no ato de nomeação. amanda.juliana Highlight amanda.juliana Highlight Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 10 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Os Instrumentos de Regulação Econômica e as Agências Reguladoras Os Conselheiros e Diretores das agências reguladoras possuem mandato cuja duração é estabelecida na lei que criou essa autarquia especial (artigo 6º da Lei n.º 9.986/00). Essa autonomia das agências reguladoras não deve, contudo, possibilitar uma exagerada e perniciosa aproximação das grandes e poderosas empresas privadas que atuam naquele específico setor. Assim, buscando minimizar a possibilidade do chamado risco de captura(ou simplesmente captura), estabeleceu o legislador alguns mecanismos aplicáveis aos dirigentes das agências reguladoras, sendo que o mais notório a exigência da “quarentena” para seus ex-dirigentes. A “quarentena” impede que um ex-dirigente exerça qualquer serviço ou atividade no setor regulado pela agência a que estava vinculado antes de passados quatro meses, contados do término de seu mandato ou do ato de sua exoneração. A desobediência a essa norma implica em sanções administrativas, civis e penais. Lei n.º 9.986/00 Art.8ºO ex-dirigente fica impedido para o exercício de atividades ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por um período de quatro meses, contados da exoneração ou do término do seu mandato. § 1º Inclui-se no períodoa que se refere o caput eventuais períodos de férias não gozadas. §2ºDurante o impedimento, o ex-dirigente ficará vinculado à agência, fazendo jus a remuneração compensatória equivalente à do cargo de direção que exerceu e aos benefícios a ele inerentes. A captura se caracteriza por ser uma situação na qual o dirigente da agência reguladora, seduzido pelo poder econômico das empresas do setor regulado, de forma injustificada, passa a favorecer esses agentes econômicos, em detrimento dos aspectos técnicos e do interesse público que deve pautar sua atuação, trazendo evidentes prejuízos para o Estado e para os consumidores. amanda.juliana Highlight amanda.juliana Highlight Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 11 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Os Instrumentos de Regulação Econômica e as Agências Reguladoras § 3ºAplica-se o disposto neste artigo ao ex-dirigente exonerado a pedido, se este já tiver cumprido pelo menos seis meses do seu mandato. §4ºIncorre na prática de crime de advocacia administrativa, sujeitando-se às penas da lei, o ex-dirigente que violar o impedimento previsto neste artigo, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, administrativas e civis. § 5ºNa hipótese de o ex-dirigente ser servidor público, poderá ele optar pela aplicação do disposto no § 2º, ou pelo retorno ao desempenho das funções de seu cargo efetivo ou emprego público, desde que não haja conflito de interesse. Além de prevista na Lei n.º 9.986/00, a “quarentena” também está estabelecida em algumas das leis que criaram agências reguladoras, sendo que estas normas podem estabelecer regramento específico. Como exemplos dessa situação podem ser mencionadas as seguintes leis: Lei n.º 9.427/96, que criou a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL – art. 9º: estabelece um prazo de “quarentena” de doze meses. Lei n.º 9.472/97, que criou a Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL – art. 30: veda que um ex-conselheiro represente qualquer pessoa ou interesse perante a agência. Lei n.º 9.478/97, que criou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis– ANP - art. 14: estabelece que a “quarentena” é de doze meses. Lei n.º 9.961/00, que criou a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS – art. 9º: também estabelece a “quarentena” de doze meses. 4.3.2. EXERCÍCIO DA FUNÇÃO REGULATÓRIA Cada agência reguladora atua em um específico setor da atividade econômica, sendo que essa sua destinação se encontra expressa na lei que criou cada uma dessas autarquias especiais. Cada agência reguladora, em sua específica área de atuação, pode: editar normas que objetivem estabelecer parâmetros para o exercício da atividade econômica daquele setor de sua competência; amanda.juliana Highlight Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 12 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Os Instrumentos de Regulação Econômica e as Agências Reguladoras resolver litígios que se formem entre os interessados na atividade que é objeto da regulação, sendo garantido que, eventuais divergências, possam também serem levadas ao Poder Judiciário; aplicar sanções em razão do descumprimento de regras e princípios relacionados com a atividade regulatória de sua atribuição. 4.3.3. PODER NORMATIVO Um dos pontos mais polêmicos sobre as agências reguladoras se refere à função normativa por elas exercida. A polêmica está atrelada aos seguintes fatores: elas não podem atuar no campo normativo destinado à edição de leis, que é uma espécie de ato normativo primário capaz de estabelecer deveres e obrigações (artigo 5º, inciso II, da Constituição Federal); havendo a impossibilidade de edição de atos normativos primários, a atuação normativa das agências reguladoras depende de expressa delegação ou autorização estabelecida em lei, particularmente no que se refere à sua área de competência e os limites do exercício de seu exercício; todos os atos normativos editados pelas agências reguladoras estão sujeitos ao controle dos Poderes Legislativo e Judiciário. O controle realizado pelo Poder Legislativo nos atos normativos das agências reguladoras está inserido no texto constitucional nos incisos V e X do artigo 49, cuja redação é a seguinte: Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: [...] V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; [...] X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, acrescentados os da administração indireta; amanda.juliana Highlight amanda.juliana Highlight amanda.juliana Highlight amanda.juliana Highlight Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 13 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Os Instrumentos de Regulação Econômica e as Agências Reguladoras Como pode ser observado, esse controle pode ser realizado em todos os atos editados pelo Poder Executivo, não se restringindo àqueles originados das agências reguladoras. Dessa forma, por exemplo, se uma agência reguladora ao editar um ato normativo ingressar no campo constitucionalmente reservado às leis poderá o Congresso Nacional, por meio de um decreto legislativo, realizar o controle dessa norma indevidamente editada sustando seus efeitos. 4.3.4. CONTROLE DAS AGÊNCIAS REGULADORAS Além do controle dos atos normativos realizados pelos Poderes Legislativos e Judiciário é importante destacar que as agências reguladoras estão sujeitas ao controle de gestão realizado por diversos órgãos públicos, tais como os Tribunais de Contas e Ministério Público. Deve ser ainda acrescentado que em diversas leis que criaram as agências reguladoras há expressa determinação para que elas estejam abertas para a participação popular em suas atuações. Essa participação popular se faz, em especial, por meio da realização de audiências e consultas públicas, particularmente, quando a edição de seus atos normativos possam acarretar consequências para os usuários daquele específico setor da economia. Como exemplos dessa situação, podemos mencionar as seguintes normas: Lei n.º 9.472/97 – que criou a ANATEL: Art. 42. As minutas de atos normativos serão submetidas à consulta pública, formalizada por publicação no Diário Oficial da União, devendo as críticas e sugestões merecer exame e permanecer à disposição do público na Biblioteca. Decreto Legislativo é uma espécie de ato normativo de competência exclusiva do Congresso Nacional utilizado para veicular os assuntos expressamente mencionados no artigo 49 e no § 3º do artigo 62 da Constituição Federal. Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 14 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Os Instrumentos de Regulação Econômica e as Agências Reguladoras Nesta unidade nós estudamos os instrumentos de regulação econômica no país e o papel desempenhado pelas agências reguladoras. Lei n.º 9.478/97 – que criou a ANP: Art. 19. As iniciativas de projetos de lei ou de alteração de normas administrativas que impliquem afetação de direito dos agentes econômicos ou de consumidores e usuários de bens e serviços das indústrias de petróleo, de gás natural ou de biocombustíveis serão precedidas de audiência pública convocada e dirigida pela ANP. 4.4. PRINCIPAIS AGÊNCIASREGULADORAS Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, instituída pela Lei n.º 9.782/90; Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, instituída pela Lei n.º 9.427/96; Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL, instituída pela Lei n.º 9.472/97; Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, instituída pela Lei n.º 9.478/97; Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, instituída pela Lei n.º 9.961/00; Agência Nacional de Águas – ANA, instituída pela Lei n.º 9.984/00; Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, instituída pela Lei n.º 10.233/01; Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ, instituída pela Lei n.º 10.233/01; Agência Nacional do Cinema – ANCINE, instituída pela Medida Provisória n.º 2.228/01; Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, instituída pela Lei n.º 11.182/05. Síntese: Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 15 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Os Instrumentos de Regulação Econômica e as Agências Reguladoras Anotações _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br 16 Unidade: Colocar o nome da unidade aqui Unidade: Os Instrumentos de Regulação Econômica e as Agências Reguladoras Referências ARAGÃO, A. S. Agências Reguladoras e a Evolução do Direito Administrativo Econômico.Revista dos Tribunais. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais 2002. ARAÚJO, E. R. Resumo de Direito Econômico. São Paulo: Impetus, 2010. DOMINGUES; J. O.; GABA, E. M. Direito Antitruste: O Combate aos Cartéis. São Paulo: Saraiva, 2009. FIGUEIREDO, L; V. Direito Econômico. Rio de Janeiro:Editora Gen, 2011. GRAU, E. R. A ordem econômica na Constituição de 1988. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2007. SILVA, J. A.Curso de Direito Constitucional Positivo. 33. ed. São Paulo: Malheiros,2010. www.cruzeirodosul.edu.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000 Campus Virtual Cruzeiro do Sul | www.cruzeirodovirtual.com.br