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Responsabilidade Social
MÓDULO 01 - INTRODUÇÃO
1. Responsabilidade Social.
1.1. Conceitos e Definições.
1.2. Evolução do Termo. 
Conceitos e Definições [1]
Responsabilidade social é quando as empresas decidem, voluntariamente, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo.
O conceito de responsabilidade social pode ser compreendido em dois níveis: o nível interno relaciona-se com os trabalhadores e, a todas as partes afetadas pela empresa e que, podem influenciar no alcance de seus resultados. O nível externo são as consequências das ações de uma organização sobre o meio ambiente, os seus parceiros de negócio e o meio em que estão inseridos.
A responsabilidade social implica a noção de que uma empresa não tem apenas o objetivo de fazer lucro e além de trazer benefício financeiro às pessoas que trabalham na empresa, também deve contribuir socialmente para o seu meio envolvente. Desta forma, a responsabilidade social muitas vezes envolve medidas que trazem cultura e boas condições para a sociedade.
Existem diversos fatores que originaram o conceito de responsabilidade social, em um contexto da globalização e das mudanças nas indústrias, surgiram novas preocupações e expectativas dos cidadãos, dos consumidores, das autoridades públicas e dos investidores em relação as organizações. 
Os indivíduos e as instituições, como consumidores e investidores, começaram a condenar os danos causados ao ambiente pelas atividades econômicas e também a pressionar as empresas para a observância de requisitos ambientais e exigindo à entidades reguladoras, legislativas e governamentais a produção de quadros legais apropriados e a vigilância da sua aplicação.
Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram início nos Estados Unidos, na década de 50, e na Europa, nos anos 60. As primeiras manifestações sobre este tema surgiram em1906, porém essas não receberam apoio, pois foram consideradas de cunho socialista, e foi somente em 1953, nos Estados Unidos, que o tema recebeu atenção e ganhou espaço. 
Na década de 70, começaram a surgir associações de profissionais interessados em estudar o tema, e somente a partir daí a responsabilidade social deixou de ser uma simples curiosidade e se transformou em um novo campo de estudo.
Responsabilidade Social Corporativa
Existe também a responsabilidade social corporativa, que é o conjunto de ações que beneficiam a sociedade e as corporações que são tomadas pelas empresas, levando em consideração a economia, educação, meio-ambiente, saúde, transporte, moradia, atividades locais e governo.
Geralmente, as organizações criam programas sociais, o que acaba gerando benefícios mútuos entre a empresa e a comunidade, melhorando a qualidade de vida dos funcionários, e da própria população.
Responsabilidade Social Empresarial
Responsabilidade Social Empresarial está intimamente ligada a uma gestão ética e transparente que a organização deve ter com suas partes interessadas, para minimizar seus impactos negativos no meio ambiente e na comunidade. As empresas de hoje em dia têm cada vez mais uma consciência social, o que é traduzido pela responsabilidade social demonstrada.
Responsabilidade Social e Ambiental
A responsabilidade social está intimamente relacionada com práticas de preservação do meio ambiente. Assim, uma empresa responsável a nível social deve ser conhecida pela criação de políticas responsáveis a nível ambiental, tendo como um dos seus principais objetivos a sua sustentabilidade.
A Responsabilidade Social tem as seguintes características:
É plural. Empresas não devem satisfações apenas aos seus acionistas. Muito pelo contrário. O mercado deve agora prestar contas aos funcionários, à mídia, ao governo, ao setor não-governamental e ambiental e, por fim, às comunidades com que opera. Empresas só têm a ganhar na inclusão de novos parceiros sociais em seus processos decisórios. Um diálogo mais participativo não apenas representa uma mudança de comportamento da empresa, mas também significa maior legitimidade social.
É distributiva. A responsabilidade social nos negócios é um conceito que se aplica a toda a cadeia produtiva. Não somente o produto final deve ser avaliado por fatores ambientais ou sociais, mas o conceito é de interesse comum e, portanto, deve ser difundido ao longo de todo e qualquer processo produtivo. Assim como consumidores, empresas também são responsáveis por seus fornecedores e devem fazer valer seus códigos de ética aos produtos e serviços usados ao longo de seus processos produtivos.
É sustentável. Responsabilidade social anda de mãos dadas com o conceito de desenvolvimento sustentável. Uma atitude responsável em relação ao ambiente e à sociedade, não só garante a não escassez de recursos, mas também amplia o conceito a uma escala mais ampla. O desenvolvimento sustentável não só se refere ao ambiente, mas por via do fortalecimento de parcerias duráveis, promove a imagem da empresa como um todo e por fim leva ao crescimento orientado. Uma postura sustentável é por natureza preventiva e possibilita a prevenção de riscos futuros, como impactos ambientais ou processos judiciais.
É transparente. A globalização traz consigo demandas por transparência. Não mais nos bastam mais os livros contábeis. Empresas são gradualmente obrigadas a divulgar sua performance social e ambiental, os impactos de suas atividades e as medidas tomadas para prevenção ou compensação de acidentes. Nesse sentido, empresas serão obrigadas a publicar relatórios anuais, onde sua performance é aferida nas mais diferentes modalidades possíveis. Muitas empresas já o fazem em caráter voluntário, mas muitos prevêem que relatórios sócio-ambientais serão compulsórios num futuro próximo.
Outros aspectos relacionados a responsabilidade social. [2]
A responsabilidade social se dá quando empresas, de forma voluntária, adotam posturas, comportamentos e ações que promovam o bem-estar dos seus públicos interno e externo. É uma prática voluntária, pois não deve ser confundida exclusivamente por ações compulsórias impostas pelo governo ou por quaisquer incentivos externos (como fiscais, por exemplo). O conceito, nessa visão, envolve o beneficio da coletividade, seja ela relativa ao público interno (funcionários, acionistas, etc) ou atores externos (comunidade, parceiros, meio ambiente, etc.).
Com o passar do tempo, tal concepção originou algumas variantes ou nuances. Assim, conceitos novos – muitas vezes complementares, distintos ou redundantes – são usados para definir responsabilidade social, entre eles Responsabilidade Social Corporativa (RSC), Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e Responsabilidade Social Ambiental (RSA).
A chamada RSC é, na maioria dos casos, conceito usado na literatura especializada sobretudo para empresas, principalmente de grande porte, com preocupações sociais voltadas ao seu ambiente de negócios ou ao seu quadro de funcionários. O conceito de RSE, ainda que muitos vejam como sinônimo de RSC, tende a envolver um espectro mais amplo de beneficiários (stakeholders), envolvendo aí a qualidade de vida e bem estar do público interno da empresa, mas também a redução de impactos negativos de sua atividade na comunidade e meio ambiente. Na maioria das vezes tais ações são acompanhadas pela adoção de uma mudança comportamental e de gestão que envolve maior transparência, ética e valores na relação com seus parceiros.
Por fim, o conceito de Responsabilidade Social Ambiental (RSA), talvez mais atual e abrangente, ilustra não apenas o compromisso de empresas com pessoas e valores humanos, mas também preocupações genuínas com o meio ambiente. Independentemente de que linha ou conceituação utilizar, fica evidente que empresas variam bastante – o que muitas vezes é natural e reflete sua vocação como negócio – na prioridade a ser dada a questões socioambientais, às vezes focando em certos públicos em detrimento de outras ações sociais igualmente relevantes.
Críticas em relação ao papel das empresas na responsabilidade socialÉ importante frisar que o conceito não deve ser confundido com filantropia ou simples assistência social. Aqui, na lógica do “é melhor ensinar a pescar, do que dar o peixe”, entende-se responsabilidade social como um processo contínuo e de melhoria da empresa na sua relação com seus funcionários, comunidades e parceiros. Não há viés assistencialista uma vez que há uma lógica embutida de desenvolvimento sustentável e crescimento responsável. A maior parte das empresas que adotam postura socialmente responsáveis auferem um crescimento mais sustentável, ganhos de imagem e visibilidade e são menos propícias a litígios ou problemas judiciais.
Apesar disso, não são poucos os críticos ou céticos desse movimento, que ganhou força principalmente nos anos 70 e 80 após uma série de escândalos de imagem e uma sucessão de problemas corporativos num ambiente de capitalismo predatório e desumanizado. Um dos maiores críticos a esse engajamento crescente das empresas em causas sociais foi o economista Milton Friedman o qual sempre defendeu que o propósito de qualquer empresa é a “maximização do lucro” e geração de empregos, não devendo portanto substituir atribuições do Estado. Se é bem verdade que o conceito foi excessivamente explorado em campanhas publicitárias ou em projetos de questionável impacto social, é fato que as empresas ainda necessitam aprimorar sua relação com a sociedade de maneira a promover um desenvolvimento baseado na ideia do “triple bottom line”, ou seja, calcado em um tripé que envolve o meio ambiente, a economia e o social.
Certificações socioambientais
No intuito de estimular a responsabilidade social empresarial, uma série de instrumentos de certificação foram criadas nos últimos anos. O apelo relacionado a esses selos ou certificados é de fácil compreensão. Num mundo cada vez mais competitivo, empresas vêm vantagens comparativas em adquirir certificações que atestem sua boa prática empresarial. A pressão por produtos e serviços socialmente corretos faz com que empresas adotem processos de reformulação interna para se adequarem às normas impostas pelas entidades certificadoras. Entre algumas das certificações mais cobiçadas atualmente enumeramos as seguintes:
Selo Empresa Amiga da Criança: Selo criado pela Fundação Abrinq para empresas que não utilizem mão-de-obra infantil e contribuam para a melhoria das condições de vida de crianças e adolescentes.
ISO 14000: O ISO 14000 é apenas mais uma das certificações criadas pela International Organization for Standardization (ISO). O ISO 14000, parente do ISO 9000, dá destaque às ações ambientais da empresa merecedora da certificação.
AA1000: O AA1000 foi criada em 1996 pelo Institute of Social and Ethical Accountability. Esta certificação de cunho social enfoca principalmente a relação da empresa com seus diversos parceiros, ou “stakeholders”. Uma de suas principais características é o caráter evolutivo já que é uma avaliação regular (anual).
SA8000: A “Social Accountability 8000” é uma das normas internacionais mais conhecidas. Criada em 1997 pelo Council on Economic Priorities Accreditation Agency (CEPAA), o SA8000 enfoca, primordialmente, relações trabalhistas e visa assegurar que não existam ações antissociais ao longo da cadeia produtiva, como trabalho infantil, trabalho escravo ou discriminação.
ABNT-ISO 26000: No dia 1º de novembro de 2010, foi publicada a Norma Internacional ISO 26000 – Diretrizes sobre Responsabilidade Social, cujo lançamento foi em Genebra, Suíça. No Brasil, no dia 8 de dezembro de 2010, a versão em português da norma, a ABNT NBR ISO 26000, foi lançada em São Paulo. A norma é de grande utilidade a empresas interessadas em adotar programas de RSE uma vez que oferece orientações relacionadas a sete princípios norteadores de responsabilidade social:
“Accountability”: Ato de responsabilizar-se pelas consequências de suas ações e decisões, respondendo pelos seus impactos na sociedade, na economia e no meio ambiente, prestando contas aos órgãos de governança e demais partes interessadas declarando os seus erros e as medidas cabíveis para remediá-los.
Transparência: Fornecer às partes interessadas de forma acessível, clara, compreensível e em prazos adequados todas as informações sobre os fatos que possam afetá-las.
Comportamento ético: Agir de modo aceito como correto pela sociedade – com base nos valores da honestidade, equidade e integridade, perante as pessoas e a natureza – e de forma consistente com as normas internacionais de comportamento.
Respeito pelos interesses das partes interessadas (stakeholders): Ouvir, considerar e responder aos interesses das pessoas ou grupos que tenham um interesses nas atividades da organização ou por ela possam ser afetados.
Respeito pelo Estado de Direito: O ponto de partida mínimo da responsabilidade social é cumprir integralmente as leis do local onde está operando.
Respeito pelas Normas Internacionais de Comportamento: Adotar prescrições de tratados e acordos internacionais favoráveis à responsabilidade social, mesmo que não que não haja obrigação legal.
Direito aos humanos: Reconhecer a importância e a universalidade dos direitos humanos, cuidando para que as atividades da organização não os agridam direta ou indiretamente, zelando pelo ambiente econômico, social e natural que requerem.
[1] Texto elaborado com base no artigo disponível em: https://www.significados.com.br/responsabilidade-social/.
[2] Texto elaborado com base no artigo disponível em: http://www.responsabilidadesocial.com/o-que-e-responsabilidade-social/.
Bibliografia Básica:
BARBIERI, José Carlos; CAJAZEIRA, Jorge Emanuel Reis. Responsabilidade social empresarial. São Paulo: Saraiva, 2008.
MAIA, Paulo Leandro. Introdução à ética e responsabilidade social. São Paulo: Leud, 2007.
SERPEK, Paulo. Responsabilidade social e competência interpessoal. São Paulo: IBPEX, 2007.
Bibliografia Complementar:
ASHLEY, P. A. Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2005.
MELO NETO, Francisco Paulo de; FROES, Cesar. Responsabilidade social & cidadania empresarial. São Paulo: Qualitymark, 2001.
TRASFERETTI, José Antonio. Ética e responsabilidade social. São Paulo: Alínea, 2006.
MÓDULO 02
2. Tipos de Responsabilidade Social.
2.1. Responsabilidade Social do Tipo Econômico.
2.2. Responsabilidade Social do Tipo Legal. 
2.3. Responsabilidade Social no Setor Público.
2.4. Responsabilidade Social na Educação.
Evolução do Termo
Os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram início nos Estados Unidos, na década de 50, e na Europa, nos anos 60. As primeiras manifestações sobre este tema surgiram em1906 com Charles Eliot, Arthur Hakley em 1907 e John Clark em 1916, porém essas não receberam apoio, pois foram consideradas de cunho socialista, e foi somente em 1953, nos Estados Unidos, com o livro Social Responsabilities of the Businessman, de Howard Bowen, que o tema recebeu atenção e ganhou espaço. Na década de 70, começaram a surgir associações de profissionais interessados em estudar o tema, e somente a partir daí a responsabilidade social deixou de ser uma simples curiosidade e se transformou em um novo campo de estudo.
Tipos de Responsabilidade Social
De acordo com o modelo piramidal de Lourenço & Schröder (2003), a responsabilidade social está subdividida em quatro tipos: econômico, legal, ético e discricionário (ou filantrópico).
Aqui trataremos de duas das quatro espécies de responsabilidade social apontada pelos autores. Após isso, discorremos sobre a Responsabilidade no Setor Público e a Responsabilidade Social na Educação.
Responsabilidade Social do Tipo Econômico
Responsabilidade econômica: é a base da pirâmide, visto que é o principal tipo de responsabilidade social encontradas nas empresas, sendo os lucros o objetivo pelo qual as empresas existem. Responsabilidade social econômica significa a produção de bens e serviços de que a sociedade necessita e deseja, a um preço que garanta a continuidade do desenvolvimento das atividades da empresa, de maneiraque suas obrigações com os acionistas sejam satisfeitas.
Responsabilidade Social do Tipo Legal
Responsabilidade legal: é o que a sociedade considera importante com relação ao comportamento da empresa. As empresas devem atingir suas metas e objetivos, sejam eles econômicos ou não, dentro da estrutura legal. Assim, as empresas têm de obedecer às exigências dos conselhos locais das cidades, assembleias legislativas e agências de regulamentação do governo. 
Responsabilidade Social no Setor Público [1]
A Responsabilidade Social tem sido um forte indicador de desempenho e reputação das grandes empresas. Diante do desafio de se manterem lucrativas e, ao mesmo tempo, bem percebidas pela opinião pública, as organizações têm dado preferência a práticas que revelem como a sua atividade produtiva é plenamente compatível com o modelo de desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente.
Exemplos desta opção passam pela adoção de equipamentos não poluentes, reciclagem de matéria prima, oferta de creches para mães de família, cursos de formação continuada, capacitação para o trabalho e promoção da saúde, entre tantos outros. Todas essas práticas trazem consigo o compromisso de promover a cidadania, reduzir as desigualdades socioeconômicas e manter a oferta de bens e serviços baseada no uso racional de recursos não renováveis ou, ainda, na renovação dos recursos naturais.
Uma instituição com o porte da Câmara dos Deputados, que conta com mais de 15 mil funcionários e colaboradores, recebe mais de dez mil visitantes por mês e movimenta um orçamento anual de R$ 1,6 bilhão, não poderia deixar de incorporar às suas atividades o conceito de Responsabilidade Social.
É de fácil percepção que a sua atividade-fim – fazer e aprovar as leis sob a égide e em nome do Estado democrático – já seria demonstração, senão premissa, do seu compromisso com uma prática socialmente responsável. No entanto, a Câmara vai além. Paralelamente à missão constitucional de produzir leis, representar o povo e fiscalizar o Governo, a Câmara dos Deputados preocupa-se em desenvolver programas que estimulem o uso racional dos recursos, a preservação do meio ambiente, a inclusão social, a formação para o trabalho e a educação para a cidadania, esta última especialmente entre crianças e jovens. Igualmente importante tem sido a adoção de ferramentas que garantem a total transparência na administração da Casa, permitindo que o cidadão acompanhe cada gasto ou processo de compra e licitação.
Responsabilidade Social na Educação [2]
Como o processo educativo ocorre paralelamente ao desenvolvimento contínuo de um sujeito por um lado conectado a comportamentos e atitudes cristalizados na cultura e, por outro, relacionado pela consciência crítica a ideais de liberdade e cidadania, cada educador em formação, mergulhado em incertezas, necessita construir instrumentos próprios que lhe possibilitem subsídios para lidar com o seu universo educacional de maneira verídica e producente, dialogando com as interrogações que se impõem a cada dia, e, ao mesmo tempo, desenvolver uma nova consciência de pertença a um todo integrador das várias nuanças que compõem o tecido social, onde se inclui a educação.
Perante essas incertezas históricas de um mundo singularmente novo, o aspecto ético necessita pautar os fazeres de todos os professores, visando uma tentativa constante de centrar suas análises e interpretações nos dados/aspectos/fatos realmente atuantes encontrados durante a realização de seu trabalho, buscando escapar de uma imagem um tanto fantasiosa que se faz de um universo encantado e perfeito onde deveria ocorrer o processo educativo (por vezes construído intimamente dentro de cada um, talvez na esperança de que se possa efetivamente realizar a fusão entre a realidade e o ideal) e com o qual todos nos defrontamos, algumas vezes permeando a literatura na área da educação.
A obra organizada pela Dra. Francisca Santos Severino, pesquisadora junto à UNIABC do Grupo de Gestão de Processos Educativos, trata das questões relacionadas à ética que permeiam a formação de educadores, objetivando compreender as transformações que vêm ocorrendo nas relações da ética com a prática educativa e respectiva responsabilidade social. A obra apresenta um diálogo entre autores da Sociologia, da Filosofia e da Pedagogia, no sentido de um trabalho que entrelaça a ética e a formação de docentes, norteando o enfoque de questões concernentes à prática educativa e a discussão da identidade do educador frente às novas formas de racionalidade e de produção de conhecimento escolar.
As reflexões entre os autores convergem para uma análise realizada sob a óptica de um processo educativo orientado pela consciência crítica e pelos ideais de liberdade e autonomia. As relações entre os campos da ética, da construção da cidadania e da responsabilidade social e as suas aplicabilidades no universo educacional são discutidas a partir da ideia do nascer de uma outra consciência abrangendo o processo educacional, na qual educação e formação ética se encontrariam obrigatoriamente, visão essa que dialoga fluentemente com outra obra relacionada ao tema aqui proposto – Pós-modernidade, ética e educação, na qual Pedro Goergen1 insiste na construção de uma nova ética em um projeto educativo que recupere as dimensões perdidas de uma sociedade que se encontra no limiar de uma nova consciência.
Após o prefácio de Pedro Goergen (que vai destacar a importância da educação, da consciência moral no cenário de um mundo globalizado e, ainda, da escola, cujo papel vai muito além da mera transmissão de conhecimentos) e da substanciosa apresentação efetuada pela organizadora da coletânea (que não deixa dúvidas quanto à relevância da obra em questão), compondo o primeiro capítulo – Ética e autoridade em programas de formação de professores: diálogos com Paulo Freire–, temos Gomercindo Ghiggi, da Universidade Federal de Pelotas, que recupera em seu artigo a dimensão ética que Freire construiu na reflexão sobre a formação de professores, a partir de um trabalho desenvolvido junto a turmas de educadores em formação inicial da Faculdade de Educação da UFPel.
O autor, apontando para a historicidade dos conceitos de liberdade, ética, autoridade e prática decente, aborda a produção da ética em Freire como referência para o pensar sobre a formação de professores reflexivos e aptos à intervenção social, capazes de reanalisar suas práticas e promover mobilizações necessárias à criação de comportamentos em prol de mudanças na organização social. Reportando-se aos postulados freireanos, Gomercindo retoma a discussão da natureza do trabalho da universidade e da possibilidade da convivência de professores livres, juntamente com a existência da autoridade criadora, onde a ética surgiria como delimitação para a construção de políticas para a formação docente em sintonia com as necessidades das escolas e das comunidades.
O segundo capítulo – As dimensões ética e política na formação docente, assinado por Valdemir Guzzo, da Universidade de Caxias do Sul, resgata a questão da ação docente estar fundamentada na construção da cidadania, por sua vez um dos objetivos básicos da educação. A temática é desenvolvida a partir das colocações de Paulo Freire, sendo a cidadania, dentro da conjuntura do capítulo, entendida como máxima realização do sujeito no contexto social e vivenciada através da participação ativa desse sujeito nas diferentes esferas da vida pública. Dessa maneira, para que possa ocorrer o surgimento de uma escola realmente apta a formar cidadãos efetivos e que atenda às necessidades de diferentes grupos sociais, é necessário que se executem mudanças nos cursos de formação de educadores que, então, dirigirão seus atos balizados a partir de uma consciência política e ética de sua prática. É na base da formação docente que os futuros professores aprofundam os conhecimentos teóricos e técnicos que os conscientizarão do seu papel no ambiente social e que lhe permitirão analisar criticamente os projetos educacionaisno sentido de redescobrir novos caminhos para lidar com os desafios da educação em nossa época.
Cleoni Fernandes, pedagoga e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação da PUC do Rio Grande do Sul, é a responsável pelo terceiro capítulo – Formação de professores, ética, solidariedade e cidadania: em busca da humanidade do humano. Ela nos oferece uma consideração que engloba tanto a complexidade como a beleza das experiências vividas pelo professor em seu cotidiano, partindo da premissa de que a especificidade da educação reside na sua prática e, consequentemente, necessita fundamentar-se em valores éticos a fim de inserir-se na dimensão ética da existência humana. Segundo a autora, pensar em educação é admitir uma implicação permanente com os atos políticos, sócio-históricos e culturais, uma vez que a educação nos rodeia e está presente onde e como estejamos e a perspectiva é a de uma sociedade desumanizada, permeada de injustiças e desigualdades sociais, onde a educação é encarada, no mor das vezes, como "uma linha de produção em série" (p. 62).
Ao refletir sobre questões como "qual a ideia de ciência hoje?"; "para quem e para que o conhecimento?"; "qual o papel da ética?"; "como trabalhar com práticas cidadãs?", concebe o conhecimento como uma construção coletiva de sujeitos inseridos em um contexto sociocultural (e por isso mesmo diferenciados em cada época) e a universidade como uma instituição edificada em uma perspectiva de mercado cada vez mais excludente, construída nesses embates das contradições de cada época. Assim, o conhecimento transforma-se em um bem de "[...] utilidade imediata, ascensão social e mercadoria [...]" (p. 64) e, por sua vez, a concepção de ciência mantém-se marcada pela certeza e verdade pronta, presidindo o exercício pedagógico e curricular: continua-se trabalhando com o conhecimento do passado e não com os desafios do presente, ficando a prática limitada a execução de tarefas e ações sem reflexão. Sob o fio condutor de Freire, Cleoni destaca todo o tempo o conceito de educação como práxis histórico-política, sociocultural e existencial onde a teoria e a prática estão em perpétuo movimento dialético; o conhecimento surge como construção histórica; as diferenças se constituem como categorias de conteúdo ético e cultural e o contexto cultural como fonte para a edificação da consciência crítica.
A organizadora da coletânea, Francisca Severino, socióloga e doutora em Comunicações pela USP, no capítulo quatro – Ética e responsabilidade social no ensino superior, remete-nos a uma diferenciação nas abordagens filosófica e sociológica ao refletir sobre o tema: amparada nas contribuições de Marx, Weber e Durkheim, acentua a necessidade de se pensar a educação ética baseada nas mudanças sociais – rever valores superados ainda remanescentes no cenário educativo é necessário se pretendemos pensar a ética considerando suas determinações históricas e sociais.
Utilizando como alavanca para suas reflexões o depoimento de uma mãe humilde e favelada (extraído de um trabalhado de pesquisa) a respeito de seu filho de 16 anos (em atrito com a lei e colocado em medida socioeducativa), que se recusa a frequentar a escola pela razão de nela não se encontrar, Francisca Severino transita pelo cenário neoliberalista que se embaralha nas relações escolares, enevoando antigos valores que insistem em se manter metamorfoseados com novas roupagens, impedindo assim o surgimento de novos, que precisam surgir para ocasionar as mudanças efetivas necessárias no processo educacional. A autora evidencia como o "desencantamento do mundo" (p. 84) amplia as questões relativas aos valores que delimitam a ética do agir humano para além da filosofia, conectando-os às questões econômicas, discutindo a ética enquanto responsabilidade social, aspecto que deve estar presente no processo pedagógico da formação de educadores.
Em seguida, Pedro Goergen assina o quinto capítulo da obra – Educação para a responsabilidade social: pontos de partida para uma nova ética. Nesse espaço, o autor vai ratificar o entendimento de escola como formadora de cidadãos, sublinhando as possibilidades promissoras que podem sustentar uma fundamentação ética para a sociedade contemporânea, embora uma análise das interrelações das atividades humanas em um cenário permeado por transformações globalizadas possa demonstrar uma desesperança a esse respeito, haja vista, por exemplo, toda a preocupação com a atual desconstrução de valores e a relevância hedonista que prioriza demasiadamente os interesses individuais em detrimento da empatia e da solidariedade.
Pedro analisa a questão estrutural da construção da identidade através da socialização, presente obrigatoriamente no processo de desenvolvimento de cada um, permeada pelo fato de que vivermos em um mundo globalizado, célere e pleno de mudanças (o que nos torna inseguros e desorientados, consequentemente), pontuando a existência de um código ético ambivalente, uma vez que sociedade e homem são sempre imperfeitos e, da mesma forma, repletos de ambiguidades e contradições. Entretanto, apesar de admitir a predominância atual da consciência do eu substituindo a consciência coletiva, afirma que esses fatos não invalidam o projeto de construção de uma sociedade melhor e de uma identidade baseadas em princípios éticos dissociados das circunstâncias meramente alienantes e utilitaristas, vinculadas a um turbilhão de mudanças e transformações que reforçam o materialismo hedonista, onde o próprio ambiente exige que as preocupações ideológicas cedam espaço às apreensões ligadas à própria sobrevivência.
Finalizando os trabalhos, o livre-docente em Filosofia da Educação, professor Antonio Joaquim Severino, assina o capítulo seis – Formação e atuação dos professores: dos seus fundamentos éticos. Nele, inicialmente, acentua a necessidade ética no exercício da docência, uma vez que a educação é um fazer intimamente ligado à existência do outro e alcança diretamente os alunos, por sua vez pessoas menos resistentes à intervenção advinda da figura dos educadores e, aponta, nessa direção, a indispensabilidade de preencher a formação dos docentes com essa sensibilidade ética, através de uma
[...] mediação pedagógica para [o] desenvolvimento de nossas sensibilidades às diferentes gamas de valores que qualificam nossas ações", mediação essa amparada por um constante "exercício de reflexão sistematicamente conduzido [...] (p. 131).
Destacando o conceito de formação enquanto condição de plena humanidade dos sujeitos – o que subsume a questão dos valores (em especial os éticos e políticos) –, realiza uma síntese abarcando tanto o sentido que atribui à educação quanto o papel que a ética ocupa no processo educativo, identificando esses valores como referências basilares e alicerçadoras para o agir intencionado dos seres humanos, ressaltando o fato de que, uma vez que a educação tem como um de seus deveres transmutar o sujeito em indivíduo autônomo, torna-se premente a necessidade de levá-lo a refletir e reavaliar seus valores morais, a fim de se apoderar de posturas éticas em seu agir. Lembra, ainda, que o envolvimento pessoal de todo educador e sua sensibilidade ética estão articulados a um compromisso com o destino da humanidade na construção de uma sociedade melhor e mais equitativa.
Enfim, envolvidos pelas considerações do professor Severino e dos outros colaboradores dessa obra, retomamos a consciência de que o movimento do mundo em contínuo processo implica no reconhecimento do homem como autor de sua própria história, e que é fato que a educação insere-se nessa marcha como mediadora entre o indivíduo e a sociedade, onde cada um em particular realiza em si o universal. Sabemos, também, que não é apenas através da educação que se dará a tão esperada transformação da sociedade, contudo sua importância advém do fato de que produz intencionalmente em cada indivíduo a humanidade que é produzida coletivamente pelo conjunto dos homens.
Dessa maneira, a obra resenhada, que reflete uma discussão bastante presenteno imaginário social, apresenta-se como uma importante contribuição voltada àqueles interessados em pensar as relações da ética e da contemporaneidade com a área educacional, mais especificamente no sentido da formação de educadores, da mesma forma que na ressignificação do entendimento de uma escola formadora de cidadanias emancipatórias em seus vários aspectos, como também já o desejava Paulo Freire. O livro recebe uma profunda atenção dentro da perspectiva de reconstrução de posturas, proporcionando possibilidades de reflexão e discussão acerca da ética na formação de professores atrelada à questão da responsabilidade social, uma vez que ocorre, na atualidade, uma forte tentativa de resgate de valores supostamente perdidos pela sociedade que, na verdade, são responsáveis pela construção da emancipação de todos.
Só assim uma escola pode manter-se viva e recriar a cada dia o significado de incluir, formar e "cidadanizar", que é participar juntamente com todos na realização das cidadanias, principalmente daqueles indivíduos marcados pelo estigma da desigualdade em um país onde as classes populares são reconhecidas injustamente como ameaçadoras pela feiura da miséria que ostentam. Ela deve concentrar sua atenção nas medidas que pode realmente efetivar, em nome das teorias que assume e defende. As incertezas originadas dessa realidade e o saber lidar com elas certamente fazem parte do aprendizado.
[1] Texto elaborado com base nas informações disponíveis em: http://www2.camara.leg.br/responsabilidade-social/a-pratica-na-camara
[2] Texto elaborado com base nas considerações de Janete Netto Bassalobre, disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982013000100015
Bibliografia Básica:
BARBIERI, José Carlos; CAJAZEIRA, Jorge Emanuel Reis. Responsabilidade social empresarial. São Paulo: Saraiva, 2008.
MAIA, Paulo Leandro. Introdução à ética e responsabilidade social. São Paulo: Leud, 2007.
SERPEK, Paulo. Responsabilidade social e competência interpessoal. São Paulo: IBPEX, 2007.
Bibliografia Complementar: 
ASHLEY, P. A. Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2005.
MELO NETO, Francisco Paulo de; FROES, Cesar. Responsabilidade social & cidadania empresarial. São Paulo: Qualitymark, 2001.
TRASFERETTI, José Antonio. Ética e responsabilidade social. São Paulo: Alínea, 2006.
MÓDULO 03 
1.1.Responsabilidade do Tipo Ético
Introdução
Conceito: Ética: ciência ou filosofia?
Segundo Eduardo Bittar, em seu livro Curso de Ética Geral e Profissional, a ética é uma filosofia prática, que tem por conteúdo o agir humano. Isso porque se trata de um saber especulativo, voltado para a crítica conceitual e valorativa. A ética firma-se em solo filosófico como forma de fortalecimento das construções e deveres morais hauridos ao longo do tempo pela experiência.
O objeto da Ética é a moral.
A moral é um dos aspectos do comportamento humano. A expressão moral deriva da palavra romana “mores”, com o sentido de costumes, conjunto de normas adquiridas pelo hábito reiterado de sua prática.
Com exatidão maior, o objeto da ética é a moralidade positiva, ou seja, “o conjunto de regras de comportamentos e formas de vida através das quais tende o homem a realizar o valor do bem. A distinção conceitual não elimina o uso das duas expressões como sinônimas.
A origem etimológica da Ética é o vocábulo grego “ethos”, a significar “morada”, “lugar onde se habita”.
Poder-se-ia mesmo indagar: “Por que, aliás, ética e não moral?
Impõem-se aqui algumas definições:
O termo ética é de origem grega e o moral, de origem latina, ambos remetem a conteúdos vizinhos, à ideia de costumes, de hábitos, de modos de agir determinados pelo uso. A distinção mais compreensível entre ambas seria a de que ética reveste conteúdo mais teórico do que a moral.
Pretende-se a ética mais direcionada a uma reflexão sobre os fundamentos do que a moral, de sentido mais pragmático. O que designaria a ética seria não apenas uma moral, conjunto de regras próprias de uma cultura, mas uma verdadeira “metamoral”, uma doutrina situada além da moral.
Daí a primazia da ética sobre a moral: a ética é desconstrutora e fundadora, enunciadora de princípios ou de fundamentos últimos.
A ética é uma disciplina normativa, não por criar normas, mas por descobri-las e elucidá-las. Seu conteúdo mostra às pessoas os valores e princípios que devem nortear sua existência. A Ética aprimora e desenvolve o sentido moral do comportamento e influencia a conduta humana.
Tarefas da Ética:
1)      Elucidar em que consiste o moral, que não se identifica com os restantes saberes práticos ( com o jurídico, o político ou o religioso), ainda esteja estreitamente conectado com eles;
2)      Tentar fundamentar o moral; ou seja, inquirir as razões para que haja moral ou denunciar o que não as há. Distintos modelos;
3)      Tentar uma aplicação dos princípios éticos descobertos aos distintos âmbitos da vida cotidiana.
A especulação ética corresponderá ao estudo dos padrões de comportamentos, das formas de comportamento, das modalidades de ação ética,  dos possíveis valores em jogo para a escolha ética.
Existe um progresso ruma a uma moral verdadeiramente universal e humanista?
A Classificação da Ética.
A Ética empírica. As teorias da conduta se baseiam no exame da vida moral. Os preceitos disciplinadores do comportamento estão implícitos no próprio comportamento. Não se deve questionar o que o homem deve fazer, senão examinando o que o homem normalmente faz. Pois o homem deve ser como naturalmente é, e não se comportar como as normas queiram que ele seja.
A Ética utilitarista. Caracteriza por considerar bom o que é útil.
A Ética socrática. O princípio “a virtude é saber” é considerado a pedra angular da ética socrática. Na moral socrática se dá uma estreita relação entre três noções: o saber, a virtude e a felicidade. O conhecimento do bem implica a prática da virtude e o exercício desta faz felizes os homens. A sabedoria é o valor supremo, porquanto é condicionante dos outros dois.
A Ética platônica. Platão desenvolveu a teoria da idéias. Para ele, a alma descobre nela mesma os conceitos universais. No pensamento de Platão, o dever da filosofia é treinar a humanidade a usar a razão. A razão é o olho intelectual.
O ponto da convergência e chegada e não pode ser ponto de partida de mais nada. O bem é a plenitude da essência.
A ética epicurista se inclina para um sentido individualista e a ética estóica sintetiza-se em duas fórmulas: Vive de acordo contigo mesmo e Vive de acordo com a natureza.
A ética formal. Para Kant, em sua filosofia prática, a significação moral do comportamento não reside em resultados externos, mas na pureza da vontade e na retidão dos propósitos do agente considerado. Afere-se a moralidade de um ato a partir do foro íntimo da pessoa. O fundamento da lei moral não está na experiência, mas se apóia em princípios racionais apriorísticos. Para Kant a lei moral não pode ter fundamento subjetivo, contingente e empírico, mas deverá estar racionalmente fundada. E o fundamento objetivo dela somente pode encontrar-se no conceito da dignidade pessoal.
Semelhanças e diferenças entre direito e moral.
A norma moral e a jurídica têm uma comum base ética, ambas constituem normas de comportamento.
O direito é atributivo da conduta humana. Heteronomia, coercibilidade e bilateralidade seriam as notas essenciais do direito porque as obrigações jurídicas se formulam da comunidade para o indivíduo, e não o contrário, porque o descumprimento de comandos jurídicos pode ter como modo a aplicação de sanções e porque as relações jurídicas pressupõe ao menos a interação de dois sujeitos para existir e serem cumpridas.
Já a moral: unilateralidade (impõem dever, prescrevem um comportamento prescrevem um comportamento, mas não autorizam ninguém a empregar a coação para obter o cumprimento delas), incoercibilidade e autonomia.
É certo que a norma ética se constitui, na mesma medida da norma jurídica, de um comando deordenação e orientação da conduta humana (dever-ser).
São provas que indicam a intensa intimidade do direito com a moral, a saber:
A obrigação natural (814 do Código Civil). Trata-se de obrigação puramente moral, não exigível juridicamente, mas que, se solvida, não pode ser motivo de ação judicial.
Toda a teoria do negócio jurídico e dos tratos comerciais circula em torno da ideia de boa-fé, estabelecendo inúmeras presunções a ela concernentes (164 do Código Civil)
Os próprios princípios gerais do direito, de possível aplicabilidade em todos os ramos do direito na falta de norma jurídica específica (artigo 4 da LINDB), têm origem ética. 
CONCLUSÃO: o direito se alimenta da moral, tem seu surgimento a partir da moral, e convive com a moral continuamente, enviando-lhe novos conceitos e normas, e recebendo novos conceitos e normas. A moral é, e deve sempre ser, o fim do direito. Com isso pode-se chegar à conclusão de que direito sem moral, ou direito contrário às aspirações morais de um comunidade, é puro arbítrio, e não direito.
Entrelaçamento entre direito e moral: a reparação civil por danos morais
A reparação civil por danos morais visa a produzir, em poucas palavras, a moralização da sociedade, pois, institui a necessidade de prevenção, pelo temor do desgaste patrimonial excessivo de todo tipo de atentado à personalidade humana em seus atributos físicos, psíquicos e morais.
Por sua vez, o problema da prova do dano íntimo, o que suscitaria a necessidade de adentrar-se à moralidade da pessoa.
O instituto da reparação civil por dano moral visa à prevenção da ofensa à personalidade humana, em seus diversos atributos ( direito moral do autor)
coíbe esse tipo de atentado;
conscientização social; 
As soluções éticas estão antes e acima das soluções jurídicas
A solução ética pressupõe que a decisão se origine das próprias partes envolvidas, o que alcança com consenso e sensatez, dispensando-se a autoridade, o custo, o prejuízo da demora. A solução ética é aquela que se extrai de forma pacifica entre as partes, pela real disposição de, por meios informais, alcançar a plenitude do meio-termo necessário para dar fim a uma pendência interpessoal. 
PRINCÍPIOS ÉTICOS CONSTANTES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
1)ética da dignidade humana
2)ética da igualdade
3)não-invasividade à personalidade jurídica
4)ética da preservação dos direitos humanos
5)ética das relações do trabalho, fundada na valorização do homem
6)liberdade intelectual
7)tolerância religiosa
8)ética administrativista.
9)Ética ambiental
10Familiar. Artigo 226.
 
Ética e profissão jurídica
Ao conjunto de regras e princípios que regem as atividades profissionais do direito chama-se deontologia forense.
Deontologia é a teoria dos deveres. Deontologia profissional  é o complexo de princípios e regras que disciplinam particulares comportamentos de uma determinada profissão.
O princípio fundamental da deontologia forense
Agir segundo ciência e consciência.
Ciência: conhecimento técnico adequado, exigível a todo o profissional.
Consciência: contínuo aperfeiçoamento
Os princípios gerais da deontologia forense
Princípio da conduta ilibada. O aspecto moral impregna qualquer das carreiras jurídicas. A conduta ilibada é o comportamento sem mácula, aquele sobre o qual nada se possa moralmente levantar. O advogado deve observar o seu Código de Ética, de onde se extrai a necessidade de uma conduta límpida. Em relação ao juiz, a Lei Orgânica da Magistratura Nacional reclama conduta irrepreensível na vida pública e na vida particular.
Princípio da dignidade e do decoro profissional. Dignidade constitui um valor inerente à pessoa humana, que deve ser protegido e respeitado. A projeção deve  ser protegido e respeitado. A dignidade no desempenho da profissão por parte de um de seus membros afeta, tanto em suas manifestações positivas como nas negativas, o decoro dos demais.  Reclama-se dignidade e decoro também na vida privada.
Princípio da incompatibilidade. Exige, em regra, dedicação exclusiva de seu titular.
Princípio da correção profissional. A atuação forense não pode se desvincular de certo ritual, inspirado na origem da realização do justo. O profissional correto é aquele que atua com transparência no relacionamento com todos os protagonistas da cena jurídica ou da prestação jurisdicional.
Princípio do coleguismo. A identidade de origem não poderia deixar de gerar verdadeira comunidade: realizar justiça. Compartilhar conhecimento, tratamento respeitoso.
Princípio da diligência. Impõe ao profissional do direito o dever de completar a sua formação, inserindo-se num processo de educação continuada.
Princípio do desinteresse. Relegar a ambição pessoal ou a aspiração legítima, para buscar o interesse da justiça. Esse é um princípio inspirador dos chamados a integrar as carreiras públicas – Magistratura, Ministério Público, Procuradorias, Defensorias.
O princípio do desinteresse inspira um dos critérios informadores da profissão do advogado. O dever do advogado é tentar sempre a conciliação, antes de propor a lide, previamente ao início da instrução e a qualquer tempo, sem se preocupar com eventual redução de seus honorários que disso decorra.
O princípio da confiança. Caráter fiduciário na relação advogado/cliente. O advogado tem ainda o dever da fidelidade em relação ao cliente.
Princípio da Independência Profissional. Se concebe a ausência de quaisquer vínculos interferentes na ação do profissional do direito, capazes de condicionar ou orientar sua atuação de forma diversa ao interesse da justiça. Todo intento de violação da independência da profissão compromete mesmo sua função social. A independência é atributo consagrado ao juiz, ao promotor, ao advogado e aos demais operadores. A independência não há de ser tal que fuja ao controle ético.
Bibliografia Básica:
BARBIERI, José Carlos; CAJAZEIRA, Jorge Emanuel Reis. Responsabilidade social empresarial. São Paulo: Saraiva, 2008.
Bittar, Eduardo C. Curso de Ética Jurídica. 6 ediçãoSão Paulo: Saraiva, 2009
MAIA, Paulo Leandro. Introdução à ética e responsabilidade social. São Paulo: Leud, 2007.
NALINI, José Renato. Ética Geral e Profissional, 6 edição. São Paulo: Editora dos Tribunais,2008
SERPEK, Paulo. Responsabilidade social e competência interpessoal. São Paulo: IBPEX, 2007.
Bibliografia Complementar: 
ASHLEY, P. A. Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2005.
MELO NETO, Francisco Paulo de; FROES, Cesar. Responsabilidade social & cidadania empresarial. São Paulo: Qualitymark, 2001.
TRASFERETTI, José Antonio. Ética e responsabilidade social. São Paulo: Alínea, 2006.
MÓDULO 04
Responsabilidade Social do Tipo Discricionário (ou Filantrópico).
Responsabilidade Social Corporativa.
Responsabilidade Social do Tipo Discricionário (ou Filantrópico)
No cenário mundial contemporâneo percebe-se o processar de inúmeras transformações de ordem econômica, política, social e cultural que, por sua vez, se adaptam aos novos modelos de relações entre instituições e mercados, organizações e sociedade. No âmbito das atuais tendências de relacionamento, verifica-se a aproximação dos interesses das organizações e os da sociedade resultar em esforços múltiplos para o cumprimento de objetivos compartilhados [1].
Sendo assim os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram início nos Estados Unidos, na década de 50, e na Europa, nos anos 60[1]. As primeiras manifestações sobre este tema surgiram, no início do século, em trabalhos de Charles Eliot (1906), Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916). No entanto, tais manifestações não receberam apoio, pois foram consideradas de cunho socialista. Foi somente em 1953, nos Estados Unidos, com o livro Social Responsabilities of the Businessman, de Howard Bowen, que o tema recebeu atenção e ganhou espaço. Na década de 70, surgiram associações de profissionais interessados em estudar o tema: American Accouting Association e American Institute of Certified Public Accountants. É a partir daí quea responsabilidade social deixa de ser uma simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo. A responsabilidade social revela-se então um fator decisivo para o desenvolvimento e crescimento das empresas.
Segundo o Livro Verde da Comissão Europeia (2001), a responsabilidade social é um conceito segundo o qual, as empresas decidem, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo. Com base nesse pressuposto, a gestão das empresas não pode, e/ou não deve, ser norteada apenas para o cumprimento de interesses dos proprietários das mesmas, mas também pelos de outros detentores de interesses como, por exemplo, os trabalhadores, as comunidades locais, os clientes, os fornecedores, as autoridades públicas, os concorrentes e a sociedade em geral. 
Afirma Carlos Cabral-Cardoso (2002) que o conceito de responsabilidade social deve ser entendido a dois níveis. O nível interno relaciona-se com os trabalhadores e, mais genericamente, a todas as partes interessadas afetadas pela empresa e que, por seu turno, podem influenciar no alcance de seus resultados. O nível externo tem em conta as consequências das ações de uma organização sobre os seus componentes externos, nomeadamente, o ambiente, os seus parceiros de negócio e meio envolvente. 
Fatores que originaram o conceito a RSE São diversos os fatores que deram origem à necessidade de se observar uma responsabilidade acrescida das organizações. Num contexto da globalização e de mutação industrial em larga escala, emergiram novas preocupações e expectativas dos cidadãos, dos consumidores, das autoridades públicas e dos investidores. 
Os indivíduos e as instituições, como consumidores e/ou como investidores, adotam, progressivamente critérios sociais nas suas decisões (ex: os consumidores recorrem aos rótulos sociais e ecológicos para tomarem decisões de compra de produtos). Os danos causados ao ambiente pelas atividades econômicas, (ex: marés negras, fugas radioativas) tem gerado preocupações crescentes entre os cidadãos e diversas entidades coletivas, pressionando as empresas para a observância de requisitos ambientais e exigindo a entidades reguladoras, legislativas e governamentais a produção de quadros legais apropriados e a vigilância da sua aplicação. 
Os meios de comunicação social e as modernas tecnologias da informação e da comunicação têm sujeitado a atividade empresarial e econômica a uma maior transparência. Daqui tem resultado um conhecimento mais rápido e mais profundo das ações empresariais – tanto as socialmente irresponsáveis (nefastas) como as que representam bons exemplos (e que, por isso, são passíveis de imitação) – com consequências notáveis na reputação e na imagem das empresas.
Face ao atual contexto económico débil, muitas empresas começaram a implementar e a desenvolver a sua responsabilidade social, oferecendo os seus produtos ou serviços a classes mais carenciadas. Potenciam o seu aumento de notoriedade empresarial ao contribuírem na ajuda social, conceito muito em voga e por outro lado, desta forma publicitam gratuitamente.
Responsabilidade Social diz respeito ao cumprimento dos deveres e obrigações dos indivíduos e empresas para com a sociedade em geral.
Existem várias outras definições para o termo responsabilidade. Podemos citar, entre elas, as seguintes:
Alguns sociólogos entendem como sendo responsabilidade social a forma de retribuir a alguém, por algo alcançado ou permitido, modificando hábitos e costumes ou perfil do sujeito ou local que recebe o impacto.
Podemos citar um exemplo: A implantação de uma fábrica em uma determinada localidade, cujo espaço era utilizado pelos moradores como pasto para seus animais, ocasionando perda desse acesso, exigindo a criação de novas forma de alcançar o que estava posto e estabelecendo um novo cenário para o local.
Como compensar aos nativos e a natureza por essa "invasão"? Aplica-se no caso atos contínuos que possam de uma forma adequada compatibilizar a perda dos antigos moradores com meios compensatórios de forma a evitar o máximo mudanças bruscas.
Observe-se que há outras interpretações.
Um outro exemplo:
Uma empresa que patrocina um time de futebol ou vôlei que supostamente tem condições de se manter sozinho é responsabilidade social?
Sim, desde que a relevância do fato de determinada empresa efetuar tal patrocínio tenha relevância social e seja de amplo aspecto de aplicação. Tornando mais fácil ao acesso da educação, esporte, cultura, entre outros a comunidade local envolvida.
Responsabilidade discricionária ou filantrópica: é voluntária e direcionada pelo desejo da empresa em contribuir no âmbito social de uma forma que não seja imposta pela economia, lei ou pela ética. As doações, sejam elas financeiras ou não, fazem parte desse tipo de responsabilidade. (http://monografias.brasilescola.com/administracao-financas/responsabilidade-social-como-fator-decisao-compra.htm)
Responsabilidade Social Corporativa: Existe também a responsabilidade social corporativa, que é o conjunto de ações que beneficiam a sociedade e as corporações que são tomadas pelas empresas, levando em consideração a economia, educação, meio-ambiente, saúde, transporte, moradia, atividades locais e governo. Geralmente, as organizações criam programas sociais, o que acaba gerando benefícios mútuos entre a empresa e a comunidade, melhorando a qualidade de vida dos funcionários, e da própria população. (http://www.significados.com.br/responsabilidade-social/)
A responsabilidade social da empresa nasce quando ela reconhece que os recursos naturais e humanos consumidos por ela em seu processo produtivo não pertencem a ela, a despeito de tê-los “comprado”, mas sim à sociedade, ou melhor, à humanidade. 
Partindo desta premissa, ao usufruir destes recursos em benefício próprio, como fonte geradora de lucro, a empresa contrai uma dívida para com a sociedade, que deve ser reparada em termos de uma reposição ambiental e uma contribuição para a solução dos problemas sociais que a afligem. Nisto reside o novo compromisso ético.
O exercício da cidadania empresarial pressupõe a atuação eficiente da empresa em duas dimensões: a gestão da responsabilidade social interna e externa, que veremos a seguir. (http://www.cbtu.gov.br/sociocultural/responsab/veja/corporativa.htm)
É o conjunto amplo de ações que beneficiam a sociedade e as corporações que são tomadas pelas empresas, levando em consideração a economia, educação, meio ambiente, saúde, transporte, moradia, atividade locais e governo, essas ações otimizam ou criam programas sociais, trazendo benefício mútuo entre a empresa e a comunidade, melhorando a qualidade de vida dos funcionários, quanto da sua atuação da empresa e da própria população.
Responsabilidade Social Empresarial é a forma de gestão ética e transparente que tem a organização com suas partes interessadas, de modo a minimizar seus impactos negativos no meio ambiente e na comunidade. Ser ético e transparente quer dizer conhecer e considerar suas partes interessadas objetivando um canal de diálogo.
Uma organização voltada para o desenvolvimento sustentável ela planeia nos seus negócios um horizonte multidimensional, que engloba e assegura os direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais, na medida em que todos fazem parte de um sistema de obtenção de uma economia solidária.
Bibliografia Básica:
[1] Texto elaborado com base nas considerações contidas em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Responsabilidade_social.
BARBIERI, José Carlos; CAJAZEIRA, Jorge Emanuel Reis. Responsabilidade social empresarial. São Paulo: Saraiva, 2008.
Bittar, Eduardo C. Curso de Ética Jurídica. 6 ediçãoSão Paulo: Saraiva, 2009
MAIA, Paulo Leandro. Introdução à ética e responsabilidade social. São Paulo: Leud, 2007.
NALINI, José Renato. Ética Geral e Profissional, 6 edição. São Paulo: Editora dos Tribunais,2008
SERPEK, Paulo. Responsabilidade social e competência interpessoal. São Paulo: IBPEX, 2007.
Bibliografia Complementar: 
ASHLEY, P. A.Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2005.
MELO NETO, Francisco Paulo de; FROES, Cesar. Responsabilidade social & cidadania empresarial. São Paulo: Qualitymark, 2001.
TRASFERETTI, José Antonio. Ética e responsabilidade social. São Paulo: Alínea, 2006.
MÓDULO 05: Temas do Módulo
3.1. Responsabilidade Social Interna.
3.2. Responsabilidade Social Externa
3.1 – Responsabilidade Social Interna
Introdução
A empresa tem como objetivo fazer acontecer o negócio da empresa, e se o ambiente de trabalho é satisfatório, é comum que os resultados sejam melhores. Criar um bom ambiente de trabalho dentro da empresa é uma responsabilidade da empresa, a responsabilidade social interna.
Debastiani e Bitarello (2005) afirmam que uma empresa socialmente responsável caracteriza-se como tal não somente sendo ética e dando condições de trabalho, mas também criando condições internas de satisfação e realização profissional dos colaboradores.
A Responsabilidade Social Interna consiste em proporcionar um bom ambiente de trabalho, motivando os colaboradores para a produtividade e contribuindo para o bem  estar da coletividade. São muitas as maneiras de se desenvolver um bom clima na empresa, exemplos disso são os programas de benefícios sociais, vale alimentação e  transporte, assistência médica e social, qualificação, participação nos lucros. Há também os programas de voluntariado, onde os funcionários participam e se sentem  valorizados por contribuir e ensinar outras pessoas, que talvez não tiveram o mesmo acesso à cultura, estudo, lazer. 
Onde disponibiliza-se aos funcionários, terceirizados ou  não, boas condições para o trabalho aconteça de maneira prazerosa e produtiva, há retorno para o acionista e para todos da organização. O ambiente muda, a empresa  muda, os funcionários mudam. Cria-se um clima onde todos se ajudam, a empresa ajuda o funcionário com investimentos no seu quadro de pessoal e os funcionários  retribuem esses investimentos com qualidade na produção, satisfação no trabalho, pontualidade, assiduidade, cumprimento de regras, entre outros.
Ainda conforme Debastiani e Bitarello (2005), após o período de industrialização, influenciado pelo capitalismo, a sociedade começa a perceber os prejuízos causados ao meio e ao ser humano enquanto trabalhador explorado pelas empresas. Essa consciência que surge na sociedade faz com que as empresas também mudem. Estamos em uma era onde há retorno positivo para a empresa se ela reconhecer seu colaborador como parte integrante de seu sucesso, é uma vantagem competitiva.
O trabalhador passa a se sentir satisfeito se é reconhecido por seu trabalho, e não trabalha meramente por obrigação, como em épocas anteriores, onde o lucro imperava acima de tudo e de todos.
Autores como Dejours (1996) afirmam que as organizações, muitas vezes, são lugares que propiciam sofrimento, tédio, desconforto, desespero, entre outros. Tais sentimentos levam o grupo de colaboradores a perderem o interesse pelo trabalho, causando desmotivação.
Já, conforme Vergara (2005), as pessoas se sentem motivados no trabalho por algo em especial, uns por aspectos econômico-financeiros e o que isso possibilita em termos de aquisição de bens e serviços, outros por aspectos de qualidade de vida no trabalho, bem-estar, reconhecimento, amizades, participação em decisões. Se existem aspectos que trazem benefícios, há a motivação no trabalho e a agregação de valor aos negócios da empresa e, consequentemente, aos acionistas.
O grupo de funcionários de uma empresa sente-se motivado quando a empresa atua socialmente. As ações de responsabilidade social e os trabalhos voltados para o desenvolvimento da comunidade de maneira sustentável, são importantes para a imagem da empresa e, consequentemente, para os funcionários, sentem-se parte integrante desse processo que auxilia outras pessoas que têm maiores necessidades sociais, além de os colaboradores preferirem trabalhar em uma empresa ligada a um projeto social do que em outra que não se orienta nesse sentido; a imagem da empresa melhora, também, para os clientes, fornecedores, parceiros e outros. Muda, também, para os concorrentes; fazer o bem, acaba sendo um fator competitivo.
3.1.2 - Relação com o Público Interno
 
A forma como a empresa considera seus funcionários é um dos aspectos mais importantes na RS. 
Como uma empresa se propõe a desenvolver Gestão Socialmente Responsável, criando ações na comunidade, se não trata eticamente seus colaboradores? 
Diversidade cidadania
Princípio básico de cidadania que visa assegurar a cada um condições de pleno desenvolvimento de seus talentos e potencialidades, considerando a busca por oportunidades iguais e respeito à dignidade de todas as pessoas. A prática da diversidade representa a efetivação do direito à diferença, criando condições e ambientes em que as pessoas possam agir em conformidade com seus valores individuais. [1]
Para entendermos a relação da empresa com seus colaboradores, estaremos analisando três aspectos:
Como a empresa desenvolve o diálogo e a participação dos colaboradores?
Qual é a postura da empresa em relação ao indivíduo?
Qual é a política da empresa em relação aos Recursos Humanos? 
Estamos criando outras relações de trabalho. Desde sempre o trabalho foi considerado um sacrifício, nada além de garantia do sustento. No novo modelo de gestão, em que o profissional de conhecimento é peça-chave, a lógica do trabalho como um fardo já não funciona mais. Ao contrário, um trabalhador estimulado deixa de ver seu ofício como uma privação e passa a encará-lo como um jogo, uma diversão. Conseqüentemente, produz mais. ...
É importante enfatizar esse ponto para esclarecer a base ética na qual acreditamos: o respeito, o amor ao próximo, a legitimidade do outro e a relação pautada na confiança e não no medo. Tudo isso para ter uma vida com um sentido maior. Creio que todos têm esse desejo e se há alguém que não tem, o problema não é dele, é nosso. [2] 
 
Todas as questões deste tema, a relação da empresa com seu público interno você estará vendo nas disciplinas do curso como, gestão de pessoas, RH e liderança. O que devemos observar aqui é como devem ser as práticas da empresa na relação ética com seus colaboradores 
Os Indicadores Ethos de Responsabilidade Social subdivide o tema Relação com o Público Interno em.
DIÁLOGO E PARTICIPAÇÃO
• Relações com Sindicatos
• Gestão Participativa
RESPEITO AO INDIVÍDUO
• Compromisso com o Futuro das Crianças
• Valorização da Diversidade
TRABALHO DECENTE
• Política de Remuneração, Benefícios e Carreira
• Cuidados com Saúde, Segurança e Condições de Trabalho
• Compromisso com o Desenvolvimento Profissional e a Empregabilidade
• Comportamento Frente a Demissões
• Preparação para Aposentadoria 
DIÁLOGO E PARTICIPAÇÃO
Relações com Sindicatos 
Quanto à participação de empregados em sindicatos e ao relacionamento com seus representantes, a empresa:
ESTÁGIO 1 - Não exerce pressão sobre os empregados envolvidos em atividades sindicais.
ESTÁGIO 2 - Não exerce pressão e oferece liberdade para a atuação dos sindicatos no local de trabalho.
ESTÁGIO 3 - Além de permitir a atuação dos sindicatos no local de trabalho, fornece informações sobre as condições de trabalho, e os dirigentes da empresa se reúnem periodicamente com os sindicatos para ouvir sugestões e negociar reivindicações.
ESTÁGIO 4 - Além disso, possui canal de comunicação consolidado com os sindicatos, informando-os e fornecendo-lhes dados financeiros e relativos a objetivos estratégicos (quando estes afetarem os trabalhadores) para subsidiar as discussões.
Qual é a prática da empresa em relação à atuação dos sindicatos e de seus representantes?
Gestão Participativa 
A gestão participativa é um processo moderno de gestão, existem várias teorias sobre como conseguir a participação dos funcionários na gestão da empresa.
Quanto ao envolvimento dos empregados na gestão, a empresa:
ESTÁGIO 1 - Disponibiliza informações sobre a empresa e treina os empregadospara que possam compreendê-las e analisá-las.
ESTÁGIO 2 - Além disso, disponibiliza informações econômico financeiras aos empregados.
ESTÁGIO 3 - Além do exposto nos dois estágios anteriores, tem um processo estruturado de discussão e análise das informações econômico-financeiras com seus empregados.
ESTÁGIO 4 - Prevê a participação de representantes dos empregados em comitês de gestão ou nas decisões estratégicas e fornece o treinamento necessário para que participem da formulação desses processos.
No XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção, ENEGEP 2002 ABEPRO 1, foi apresentado o trabalho, GESTÃO PARTICIPATIVA: UMA ALTERNATIVA VIÁVEL PARA O SÉCULO XXI, no capitulo 2 apresenta uma visão geral dos conceitos. [3]
A Gestão Participativa corresponde a um conjunto de princípios e processos que defendem e permitem o envolvimento regular e significativo dos trabalhadores na definição de metas e objetivos, na resolução de problemas, no processo de tomada de decisão, no acesso à informação e no controle da execução
Para a administração participativa ser eficiente, o processo decisorial deve ser totalmente delegado e descentralizado, as informações totalmente compartilhadas, sendo que a comunicação deve observar os princípios de clareza, coerência e adequação e os sistemas de recompensas materiais e salariais devem ser freqüentes, com punições raras e definidas pelo grupo.
O gestor é o impulsor fundamental do processo participativo, portanto espera-se que ele tenha atitude interativa perante as questões estratégicas da organização, saiba tomar decisões estabelecendo prioridades, esteja voltado para o processo de inovação, além de saber delegar.
Precisa-se ressaltar que para conseguir uma gestão participativa eficiente o importante é ter sempre presente os pontos básicos – aprender a aprender, para inovar, criar visão compartilhada, planejar a transição, a análise organizacional, a colaboração ambiental e potencialização de si e de outros, para que a gestão seja uma soma de esforços individuais e grupais em busca do aperfeiçoamento permanente da organização e de seus recursos humanos. (DRUMOND, 1991)
RESPEITO AO INDIVÍDUO
Este é outro aspecto importante na relação ética com seus colaboradores, que ao mesmo tempo são indivíduos. Como a empresa pratica esta relação?
Compromisso com o Futuro das Crianças
No tratamento da questão dos direitos da criança e do adolescente, a empresa:
ESTÁGIO 1 - Além de respeitar a legislação nacional que proíbe o trabalho antes dos 16 anos (exceto na condição de aprendiz, entre os 14 e 16 anos), discute  internamente a importância da educação e as consequências do trabalho infantil.
ESTÁGIO 2 - Além de respeitar a legislação que proíbe o trabalho infantil e discutir a questão internamente, possui projetos que contribuem para o desenvolvimento dos filhos dos empregados, estimulando suas competências técnicas e psicossociais (cidadania, esportes, artes).
ESTÁGIO 3 - Além do descrito anteriormente, estende esses projetos para as crianças da comunidade. A empresa possui políticas explícitas de não-contratação de mão-de-obra infantil em seus contratos com terceiros?
ESTÁGIO 4 - Coordena seus projetos com outros realizados na comunidade e atua junto ao poder público em benefício da criança e do adolescente
De que maneira a empresa enxerga a criança, em qual estágio ela está. 
Valorização da Diversidade
Reconhecendo a obrigação ética das empresas de combater todas as formas de discriminação e de valorizar as oportunidades oferecidas pela riqueza étnica e cultural de nossa sociedade, a empresa
ESTÁGIO 1 - Declara-se contra comportamentos discriminatórios no ambiente interno e na relação com seus clientes, mas não possui processos formais de promoção da diversidade.
ESTÁGIO 2 - Promove a diversidade por meio de normas escritas que proíbem práticas discriminatórias, regulando os processos de admissão e promoção e orientando sobre o encaminhamento da denúncia.
ESTÁGIO 3 - Além de possuir normas escritas, oferece treinamento específico sobre o tema e utiliza indicadores para identificar áreas problemáticas e estabelecer estratégias de recrutamento e promoção.
ESTÁGIO 4 - Além de possuir normas antidiscriminatórias, ressaltá-las nos processos de admissão e promoção, oferecer treinamento sobre o tema e monitorar seus quadros, também desenvolve atividades de valorização de grupos pouco representados na empresa.
Como a empresa trabalha com a diversidade
Para entender mais sobre a adoção de práticas de valorização da diversidade no local de trabalho como política de gestão, o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social desenvolveu o manual Como as Empresas Podem (e Devem) Valorizar a Diversidade.
A publicação mostra formas de como enfrentar o preconceito no ambiente de trabalho e no âmbito das relações empresariais e aborda temas como a igualdade de oportunidades, a ética e a diversidade como fator de competitividade, a discriminação racial, étnica, a subordinação das mulheres, além de aspectos como as oportunidades de trabalho e o espaço existencial nas empresas. [4]
TRABALHO DECENTE
A empresa possui políticas explícitas de não-discriminação (de raça, gênero, idade, religião e orientação sexual) na política salarial, na admissão, na promoção, no treinamento e na demissão de empregados, políticas de capacitação profissional que visam melhorar a qualificação de grupos usualmente discriminados como negros (pretos e pardos), mulheres ou pessoas com idade superior a 45 anos? Monitora seus quadros buscando eqüidade na participação de homens e mulheres em cargos gerenciais? Paga salários e oferece benefícios idênticos a homens e mulheres que exerçam a mesma função em qualquer nível hierárquico? Paga salários e oferece benefícios idênticos a negros (pretos e pardos) e brancos que exerçam a mesma função em qualquer nível hierárquico? Mantém programa especial para a contratação de pessoas com deficiência20? Apoia projetos na comunidade que visem melhorar a oferta de profissionais qualificados provenientes de grupos usualmente discriminados no mercado de trabalho?
Política de Remuneração, Benefícios e Carreira
Em sua política de remuneração, benefícios e carreira, a empresa:
Qual  é a política da empresa em relação à remuneração e carreira?
ESTÁGIO 1 - Busca superar os pisos salariais firmados com os sindicatos.
ESTÁGIO 2 - Trata os empregados como um recurso, estimulando-os por meio da remuneração e do investimento em seu desenvolvimento profissional, segundo política estruturada de carreira, e levando em conta as habilidades necessárias para seu desempenho atual.
ESTÁGIO 3 - Valoriza competências potenciais, estimulando os empregados por meio da remuneração e do investimento em seu desenvolvimento profissional e levando em conta sua capacidade futura de crescimento e desenvolvimento de novas habilidades.
ESTÁGIO 4 - Trata os empregados como sócios e, além de valorizar competências potenciais por meio da remuneração e do desenvolvimento profissional, estabelece mecanismos para que seus representantes participem da formulação de políticas de remuneração e benefícios, desenvolvimento profissional e mobilidade interna
A empresa oferece aos empregados:
Auxílio para educação dos filhos?
Financiamento para casa própria?
Creche no local de trabalho ou por rede conveniada?
Plano de saúde familiar?
Os mesmos benefícios de seus empregados registrados aos colaboradores apenas comissionados?
 
Qual é a política da empresa em relação à saúde?
Cuidados com Saúde, Segurança e Condições de Trabalho
Visando assegurar boas condições de trabalho, saúde e segurança, a empresa:
ESTÁGIO 1 - Vai além das obrigações legais e têm planos e metas para alcançar os padrões de excelência em saúde, segurança e condições de trabalho em seu setor.
ESTÁGIO 2 - Possui planos e metas para ultrapassar os padrões de excelência em saúde, segurança e condições de trabalho em seu setor.
ESTÁGIO 3 - Além de ter como meta ultrapassar os padrões de excelência em saúde, segurançae condições de trabalho em seu setor, desenvolve campanhas regulares de conscientização e pesquisa o nível de satisfação dos empregados em relação ao tema, evidenciando áreas críticas.
ESTÁGIO 4 - Além de desenvolver campanhas e realizar pesquisas, as metas e indicadores de desempenho relacionados a condições de trabalho, saúde e segurança são definidos com a participação dos empregados, incluídos no planejamento estratégico e divulgados amplamente. 
A empresa:
oferece programa de prevenção e tratamento para dependência de drogas e de álcool?
oferece programa específico para a saúde da mulher26?
programa específico para portadores de HIV?
promove exercícios físicos no horário de trabalho?
promove programa de combate ao estresse para os empregados, especialmente para os que desempenham funções mais estressantes (como atendentes de call center, caixas etc.)?
desenvolve política de equilíbrio trabalho-família?
possui política de compensação de horas extras para todos os empregados, inclusive gerentes e executivos? 
Qual é a política da empresa em relação ao desenvolvimento profissional?
Compromisso com o Desenvolvimento Profissional e a Empregabilidade
Para desenvolver seus recursos humanos, a empresa
ESTÁGIO 1 - Promove atividades de treinamento pontuais, focadas no desempenho de tarefas específicas. 
ESTÁGIO 2 - Mantém atividades sistemáticas de desenvolvimento e capacitação, visando o aperfeiçoamento contínuo de todo o seu pessoal, considerando a aplicabilidade em sua função atual.
ESTÁGIO 3 - Além de promover capacitação contínua, oferece bolsas de estudo ou similares para a aquisição de conhecimentos com impacto positivo na empregabilidade de seus empregados, independentemente da aplicabilidade em sua função atual.
ESTÁGIO 4 - Em todos os níveis hierárquicos, promove capacitação contínua e oferece bolsas de estudo ou similares para a aquisição de conhecimentos, com impacto positivo na empregabilidade de seus empregados, independentemente da aplicabilidade em sua função atual.
A empresa:
Mantém programa de erradicação do analfabetismo (absoluto e/ou funcional), educação básica ou ensino supletivo entre seus empregados, com metas e recursos definidos28?
•    Possui programa de mapeamento para identificação de competências potenciais a serem desenvolvidas?
•     Contempla em suas políticas de desenvolvimento programas que promovam a coerência entre os valores e princípios éticos da organização com os valores e princípios individuais de seus empregados?
•    Considerando seu papel social em relação aos estagiários, oferece a eles boas condições de trabalho, aprendizado e desenvolvimento profissional e pessoal em suas respectivas áreas de estudo e com o devido acompanhamento? 
Comportamento Frente a Demissões 
Qual é a política da empresa em relação às demissões?
Diante da necessidade de redução de pessoal, a empresa: 
ESTÁGIO 1 - Procura evitar demissões, analisando e discutindo alternativas de contenção e redução de despesas com os empregados.
ESTÁGIO 2 - Além de discutir alternativas com os empregados, permite acesso às informações que balizaram as decisões tomadas.
ESTÁGIO 3 - Além de discutir alternativas internamente e criar incentivos para demissão voluntária, estabelece indicadores socioeconômicos (idade, estado civil, número de dependentes) para orientar a definição de prioridades. 
ESTÁGIO 4 - Além de discutir alternativas, permitir acesso às informações e estabelecer critérios socioeconômicos para a definição de prioridades, oferece serviços de recolocação e/ou financia a recapacitação e manutenção de benefícios aos trabalhadores demitidos, em todos os níveis hierárquicos.
A empresa:
• Teve reclamações trabalhistas relacionadas a demissões nos últimos três anos?
• Oferece programa de demissão voluntária incentivada?
• Acompanha e avalia periodicamente a rotatividade de empregados e tem política para minimização e melhoria desse indicador?
• Busca estabelecer diálogo estruturado com instâncias do governo local, especialistas, ONGs e sindicatos para conhecer, entender, prever e reduzir o impacto de um possível fechamento de unidades de negócios ou plantas, ou da eventual necessidade de corte de pessoal?
• Busca parcerias com organizações especializadas para desenvolver programas de capacitação e estímulo ao empreendedorismo29?
Preparação para Aposentadoria
Qual é a política da empresa em relação à aposentadoria?
Visando preparar seus empregados para a aposentadoria, a empresa.
 
ESTÁGIO 1 - Oferece informações básicas quanto à obtenção da aposentadoria.
ESTÁGIO 2 - Orienta e oferece assessoramento regular quanto a modificações na legislação, alternativas e procedimentos administrativos necessários para a obtenção da aposentadoria.
ESTÁGIO 3 - Desenvolve atividades sistemáticas de orientação (coletiva e individual), aconselhamento e preparação para a aposentadoria, discutindo seus aspectos psicológicos e de planejamento financeiro. 
ESTÁGIO 4 - Além de possuir programa sistemático de preparação interna, oferece oportunidades de aproveitamento da capacidade de trabalho dos aposentados.
A empresa:
• Oferece programa de previdência complementar a todos os seus empregados?
• Envolve familiares dos empregados no processo de preparação para a aposentadoria?
• Participa da elaboração de políticas públicas com foco em idosos?
• Participa ou apoia programas e campanhas públicas ou privadas de valorização dos idosos?
Com estas informações podemos observar os vários estágios que uma empresa poderá implementar as práticas de Responsabilidade Social. 
 
3.2 -  Responsabilidade Social Externa
Introdução
Quanto à Responsabilidade Social Externa, Melo Neto e Froes (1999) afirmam que o foco está na comunidade, através de ações sociais voltadas, principalmente, para as áreas de educação, saúde, assistência social e ecologia. Visa um maior retorno social, de imagem, publicitário e para os acionistas.
Ainda conforme o autor, atualmente, o empresariado deve buscar continuamente melhorar sua relação com a comunidade, visando alcançar sempre maior justiça social. Isso é necessário para a empresa manter-se competitiva nesse mercado tão acirrado. 
O desenvolvimento sustentável da comunidade depende do interesse de todos e não poderia ser diferente para a empresa, que usa dos recursos naturais do meio em que se insere, que interfere de uma maneira ou de outra na vida das pessoas dessa comunidade, nada mais justo, então, que contribuir para que essas pessoas que estão ao seu redor, se desenvolvam também, é necessário prover meios para que essas pessoas mais carentes de recursos e oportunidades cresçam sustentavelmente em meio a esse mercado tão capitalista e individualista. 
A Responsabilidade Social Externa é composta de desenvolvimento de projetos e programas sociais, parcerias com o governo, ONGs e a sociedade civil, aplicação de recursos em programas de preservação ambiental, capacitação para o trabalho através de programas de voluntariado, entre outros. Os trabalhos nesse sentido dão oportunidades às pessoas da comunidade que, por um motivo ou outro, não tiveram acesso à educação, lazer, cultura, preparação para o trabalho, e isso é bom para todos, a população evolui socialmente, participa de programas de inclusão digital, por exemplo, fator de tanta importância hoje em dia, onde os requisitos mínimos para engajar-se em uma empresa é ter conhecimento de informática, digitação, entre outros. (MELO NETO e FROES, 1999).
Chiavenato (2004) diz que a função social das organizações está em colaborar responsavelmente com o desenvolvimento das pessoas, pois não adianta a empresa representar uma ilha em meio a um oceano de pobreza. Entre uma empresa que adota uma postura de integração social e contribuição para a sociedade e outra voltada para si própria e ignorando o resto, a tendência do consumidor é ficar com a primeira. Consumidores preferem marcas e produtos relacionadas com algum tipo de ação social, desde que tenham preço e qualidade competitivos.
”O consumidor

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