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* FISIOLOGIA RENAL O rim dos mamíferos é um órgão encarregado de um conjunto diversificado de responsabilidades na manutenção da homeostasia corpórea. Ele não apenas filtra o sangue a fim de excretar resíduos metabólicos, como tb. recupera substâncias filtradas necessárias ao organismo (proteínas, água e eletrólitos). Identifica quando água e eletrólitos estão presentes em excesso e responde deixando de reabsorver ou secretando tais substâncias. * Além disso, a produção e liberação de hormônios pelo rim desempenham papel vital no controle da pressão sanguínea e produção de hemácias. P/ atingir esses objetivos, o rim é composto de uma grande variedade de tipos celulares, cada um deles dotado de um conjunto individual de funções. Tais células estão dispostas, p/ formar a unidade funcional do rim, o néfron. Esse é composto de glomérulo, onde o sangue é filtrado e de vários segmentos para a reabsorção. * * O glomérulo filtra o sangue: O glomérulo é uma rede de capilares c/ estrutura destinada a reter, dentro do sistema vascular, componentes celulares e proteínas de alto a médio pesos moleculares enquanto fornece um líquido tubular que, inicialmente possui uma concentração aquosa quase idêntica a do plasma. Líquido tubular inicial é chamado filtrado glomerular e o processo de formação – filtração glomerular. * O ritmo de filtração glomerular (RFG) – parâmetro da função renal mais avaliado na clínica. O RFG é expresso em mililitros de filtrado formado por minuto, por quilograma de peso corpóreo. A estrutura do glomérulo assegura suas propriedades de filtração: O tufo glomerular é composto por uma rede de capilares. Sangue da artéria renal chega à arteríola aferente, que se divide em capilares glomerulares. * Os capilares unem-se p/ formar a arteríola eferente, que conduz o sangue para fora do glomérulo para retornar à circulação por intermédio da veia renal. * Tufo glomerular está envolvido por uma camada de células epiteliais denominada cápsula de Bowman. * Área entre o tufo glomerular e a cápsula de Bowman - conhecida como espaço de Bowman, sendo o local de acúmulo do filtrado glomerular, que é conduzido direto para o primeiro segmento do túbulo proximal. O endotélio capilar é composto por uma simples camada de células, cujas extensões citoplasmáticas são perfuradas por numerosas fenestras. Fenestras endoteliais fornecem canais p/ passagem da água e componentes não celulares do sangue. * O RFG é determinado pela pressão efetiva de filtração, pela permeabilidade da barreira de filtração e pela área disponível para filtração: A parede capilar glomerular cria uma barreira às forças que favorecem e se opõem à filtração sanguínea. Forças que favorecem a filtração ou o movimento de água e solutos através da parede capilar glomerular são a pressão hidrostática do sangue dentro do capilar e a pressão oncótica do líquido dentro do espaço de Bowman. * Normalmente, a PO do filtrado é desprezível, porque as proteínas de peso molecular médio e alto não são filtradas. Portanto, a força principal p/ filtração é a PH capilar glomerular. Em oposição à filtração, está a PO do plasma dentro do capilar glomerular. A pressão efetiva de filtração no capilar glomerular é a diferença entre a PH capilar (favorece a filtração) e a PO do capilar que se opõe a filtração. * A medida que o sangue caminha pelo capilar glomerular, uma grande proporção do componente líquido do plasma é forçada a atravessar a parede capilar, enquanto as proteínas plasmáticas são retidas no lúmen capilar. Portanto, a PO do plasma se eleva ao longo do leito capilar. Ao mesmo tempo, a perda de volume plasmático ao longo do leito capilar provoca uma diminuição na pressão hidrostática no capilar. * O resultado é que a pressão efetiva de filtração tende a diminuir ao longo do leito capilar. A barreira de filtração é seletivamente permeável Além de determinarem a permeabilidade hidráulica da barreira de filtração, as características químicas e estruturais da parede capilar glomerular são responsáveis pela permeabilidade seletiva da barreira de filtração. * Normalmente, todos os componentes celulares e proteínas plasmáticas do tamanho da albumina ou maiores, são retidos na corrente sanguínea, ao passo que água e solutos são filtrados livremente. Geral, substâncias c/ um raio maior que 4 nm ou maiores não são filtradas, ao passo que moléculas menores são filtradas sem restrição. Entretanto, outras características afetam a capacidade dos componentes do sangue cruzarem a barreira de filtração. * * A carga elétrica de uma molécula possui um efeito importante em sua velocidade de filtração. Demonstrou-se que: forma catiônica (positivamente carregada) é mais livremente filtrada que a forma neutra, a qual é mais livremente filtrada do que a forma aniônica (negativamente carregada). A forma da molécula e sua capacidade de ser deformável tb. desempenham um papel em sua capacidade de cruzar a barreira de filtração. * Moléculas longas e flexíveis cruzam a barreira de filtração mais facilmente. As modificações no RFG são moderadas por fatores sistêmicos e intrínsecos: O rim possui a capacidade de manter o RFG em nível relativamente constante. Os efeitos renais sobre a pressão sanguínea sistêmica e o volume são mediados, primeiro, por fatores humorais, sendo o mais importante o sistema renina- angiotensina-aldosterona. * O sistema renina-angiotensina-aldosterona é um mecanismo importante no controle do RFG e do fluxo sanguíneo renal (FSR). A renina é um hormônio produzido por células da parede da arteríola aferente, as células justaglomerulares especializadas. Liberação da renina é estimulada por uma redução na pressão de perfusão renal devida a hipotensão sistêmica. * Renina leva a transformação do angiotensinogênio produzido pelo fígado em angiotensina I. Essa é convertida em angiotensina II. Angiotensina II é um potente vasoconstritor, agindo diretamente para aumentar a pressão sanguínea sistêmica e a pressão de perfusão renal. Além disso, a angiotensina II estimula a liberação do mineralocorticóide aldosterona, que aumenta a reabsorção de sódio e de água pelo ducto coletor, aumentando o volume de sangue e a perfusão renal * * A liberação de renina é suprimida pela angiotensina II plasmática elevada, criando um sistema de retroalimentação negativa que mantém a perfusão renal e o RFG dentro dos limites fisiológicos. Além do controle exercido pelo rim no RFG, vários fatores sistêmicos podem alterá-lo. O volume sanguíneo é regulado por outros hormônios. Ex: vasopressina (ADH) aumenta a reabsorção de água pelo rim. Níveis aumentados de proteína na dieta podem aumentar o RFG. * Reabsorção de solutos; o túbulo renal reabsorve substâncias filtradas É de importância vital que a maior parte do filtrado formado seja reabsorvido pelo restante do néfron do que excretada na urina. Beagle de 10 kg forma 53 l de filtrado glomerular por dia. O filtrado contém a mesma concentração de sais do plasma – na ausência de reabsorção tubular, a perda urinária de sódio, bicarbonato, cloreto, potássio e glicose – daria mais de 500 g. * Na ausência de reabsorção tubular, o cão iria necessitar repor esses elementos durante o dia, ingerindo mais de 450 g de sais, bem como bebendo mais de 50 l de água p/ manter o balanço de líquido e sal. 100% da glicose filtrada é rapidamente reabsorvida pelo túbulo proximal. A urina final é formada no ducto coletor, quando aproximadamente 99% da água e sais foram retidos. * O túbulo proximal é responsável pela reabsorção da maior parte dos solutos filtrados * O nível de reabsorção e secreção de substâncias filtradas varia entre os segmentos do túbulo renal. Em geral, o túbulo proximal é responsável pela reabsorção do filtrado em uma proporção maior do que o restante. Pelo menos 60% das substâncias filtradas (maioria) são reabsorvidas antes que o líquido tubular deixe o túbulo proximal. O movimento dos componentes do líquido tubular para o sangue ocorre através de duas vias: transcelular e paracelular. * Substâncias transportadas pela via transcelular são captadas do líquido tubular e descarregadas no líquido intersticial no lado sanguíneo da célula. O transporte via transcelular é feito por carreadores. A área superficial disponível para o transporte de componentes do líquido tubular p/ dentro da célula é vasta. A superfície apical das células tubulares proximais é coberta com numerosas projeções denominadas microvilosidades, que criam uma estrutura conhecida como borda em escova. * * O 2º modo de transporte no túbulo proximal é a via paracelular, que atravessa a zonula occludens, estrutura permeável que une as células tubulares proximais umas às outras. * As substâncias reabsorvidas através dessa via se deslocam do líquido tubular por difusão passiva p/ o espaço intercelular lateral. O líquido nesse espaço se comunica livremente c/ o líquido intersticial, onde pode ser reabsorvido por capilares peritubulares. O plasma, qdo deixa o glomérulo, tem uma pressão oncótica alta devido a filtração de água e sais e a retenção de proteínas dentro do lúmen capilar. * Essa pressão oncótica plasmática peritubular alta, favorece o movimento do líquido e solutos para a corrente sanguínea. * A reabsorção de solutos é feita por vários mecanismos de transporte, que variam desde a difusão passiva até o transporte ativo. No túbulo proximal, grande parte do transporte de substâncias do líquido tubular p/ o sangue é feita pelo transporte ativo de Na+ por uma bomba de sódio e potássio. Ocorre a troca de três moléculas de Na+ da célula por duas moléculas de K+ do líquido intersticial. * * Transporte de Na+ da célula p/ o líquido intersticial baixa a concentração de Na+ dentro da célula. O transporte assimétrico de cargas elétricas (03 de Na+ por 02 de K+) polariza a célula, de modo que o interior fica negativo c/ relação ao exterior. C/ isso, um gradiente p/ Na+ através da membrana é estabelecido, favorecendo o movimento do Na+ do líquido tubular p/ dentro da célula. * O movimento do Na+ através da membrana apical é facilitado por uma variedade de transportadores específicos localizados na membrana. O movimento de Na+ através da maioria desses transportadores está associado ao movimento de outros solutos na mesma direção do Na+ (co- transporte) ou em direção oposta (contratransporte) As substâncias que são retiradas do líquido tubular proximal p/ dentro das células por esse mecanismo incluem a glicose, aa, fosfato e sulfato. * Transporte ativo dessas substâncias aumenta sua concentração intracelular e permite movimentarem- se através da membrana basolateral p/ o sangue por difusão passiva. * A medida que Na+, glicose, aa e outros solutos são reabsorvidos, a água é levada junto com eles, a concentração de Cl- no líquido tubular aumenta, estabelecendo um gradiente químico elevado p/ Cl- Como a zonula occludens é permeável ao Cl- ocorre transferência passiva do lúmen tubular p/ o líquido intersticial (via paracelular). Além da reabsorção transcelular ativa de Na+, também ocorre reabsorção passiva através da via paracelular no fim do túbulo proximal. * A medida que o Cl- se movimenta passivamente, do lado urinário p/ o sanguíneo, ele carreia o Na+. Outros solutos filtrados, tais como o K+ e o Ca++ estão no líquido tubular em baixas concentrações. Apesar disso – reabsorvidos pelo túbulo proximal. Sua reabsorção parece ocorrer passivamente (?). Túbulo proximal tb. é responsável pela reabsorção de peptídeos e proteínas de baixo peso molecular filtrados. * Grande proporção dos peptídeos é degradada em aa pelas peptidases presentes na borda em escova do túbulo proximal, sendo reabsorvido por co-transporte c/ Na+ através da membrana apical. Reabsorção de proteínas de baixo peso molecular filtradas (glucagon, hormônio da paratireóide, insulina), são levadas do líquido tubular para as células tubulares proximais por endocitose mediada por carreadores ao longo da membrana plasmática apical. * As proteínas reabsorvidas são degradadas pelas enzimas proteolíticas dentro dos lisosomas, e os aa resultantes são transportados para o líquido intersticial, onde retornam ao sangue. * Túbulo proximal secreta íons orgânicos: Outra função importante do túbulo proximal é a remoção de grande variedade de íons do sangue e sua secreção para o líquido tubular. Esse grupo de íons inclui: - Resíduos metabólicos - Drogas - Toxinas * Mecanismo de secreção é composto de transporte ativo dessas substâncias do sangue p/ as células tubulares, seguido por difusão passiva da substância p/ o líquido tubular. * Compostos endógenos incluem os sais biliares, prostaglandinas e adrenalina. Além desses, antibióticos como a penicilina G e o trimetoprim e diuréticos como a clorotiazida e a furosemida e o na analgésico morfina. Secreção tubular de certos antibióticos - importante na determinação de quais antibióticos podem atingir altas concentrações na urina, para maior eficácia no tratamento das infecções urinárias. * O túbulo distal e segmentos do ducto coletor são especializados em reabsorver ou secretar solutos As estruturas das células tubulares mudam no fim do túbulo proximal. Imediatamente após o túbulo proximal, está o ramo fino da alça de Henle, que é composto por um epitélio baixo c/ poucas dobras e mitocôndrias. O transporte ativo de solutos nesse segmento é inexistente. Seu papel é na reabsorção de água. * No ramo ascendente da alça de Henle, o epitélio baixo muda. O ramo ascendente é espesso. * Suas células são dotadas de várias mitocôndrias e dobras na membrana, refletindo a alta capacidade p/ transporte ativo dos solutos. O túbulo distal segue com um epitélio mais alto, passando p/ o sistema de ductos coletores. Os segmentos do túbulo distal reabsorvem sais e diluem o líquido tubular Os segmentos do túbulo distal reabsorvem Na+, K+, Cl-, Ca++ e Mg++. * Embora esses segmentos ñ tenham a capacidade de absorção do túbulo proximal, a medida que o líquido tubular deixa o túbulo distal, mais de 90% dos sais foram reabsorvidos. A reabsorção de Na+, é feita pela bomba de Na+ / K+ similar ao túbulo proximal. O Cl- difunde-se a favor de seu gradiente p/ o líquido intersticial. O K+ move-se seguindo seu gradiente químico através dos canais de difusão. * Os segmentos do túbulo distal são impermeáveis a água. A reabsorção dos sais sem reabsorção de água, resulta em líquido tubular hipotônico. O ducto coletor reabsorve NaCl e pode secretar ou reabsorver K+ O ducto coletor desce através da medula onde o líquido tubular (urina) escoa para a pelve renal. Existem 02 tipos principais de células a intercalada e a principal. * * A célula principal é responsável pela reabsorção de NaCl. O Na+ é transportado pela bomba e o Cl- se difunde passivamente. A célula intercalada parece (??) ter a função de reabsorver K+. O túbulo distal e o ducto coletor respondem a sinais p/ alterar a excreção de sal: Essas estruturas controlam o nível final de excreção eletrólitos e água, de modo a manter a homeostasia * A aldosterona atua nas células para aumentar a reabsorção de Na+, que por sua vez eleva a reabsorção de água. * A vasopressina (ADH) tb. aumenta a reabsorção de Na+ nos segmentos distais. Tem tb. efeito no ducto coletor – aumentando a reabsorção de água. O PTH aumenta a reabsorção de Ca++ A hipocalcemia estimula a liberação de PTH, que tem efeito sobre ossos, intestinos e rins, aumentando o nível plasmático de cálcio. Experimentos mostraram que o PTH leva ao aumento na reabsorção de Ca++. * Os túbulos renais mantêm o equilíbrio hídrico: Uma das funções mais importantes do rim é a manutenção do conteúdo de água do organismo. Animais precisam ser resguardados da dessecação e o rim se destina a reabsorver a maior parte da água do filtrado glomerular. O rim tb. é capaz de responder a uma sobrecarga hídrica excretando urina hipotônica. Em condições normais, um cão de 10 kg produz 53 l de filtrado glomerular / dia. * Ele pode reabsorver mais de 99% da água contida no filtrado, excretando apenas 0,2 a 0,25 l de urina. O túbulo proximal reabsorve mais de 60% da água filtrada: Túbulo proximal é responsável pela reabsorção da maior parte do filtrado. Os solutos são captados nesse segmento por meios ativos e passivos. O Na+ e outros solutos são removidos do líquido tubular por transporte ativo e o Cl- se difunde passivamente pelos espaços intercelulares laterais. * A reabsorção desses solutos dilui o líquido tubular, criando um gradiente que favorece o movimento de água para dentro das células e para os espaços intercelulares. Como a borda em escova do túbulo proximal fornece uma grande área superficial p/ reabsorção e o epitélio é altamente permeável a água, o gradiente resulta em movimento rápido de água do líquido tubular p/ o intersticial. * A elevada PO dos capilares peritubulares favorece o movimento da água reabsorvida, que retorna rapidamente p/ a corrente sanguínea. * Voltando ao cão de 10 kg, durante o dia, entre 32 e 37 l de água são reabsorvidos pelos túb. proximais. O rim pode produzir urina concentrada ou diluída A urina dos animais pode ser tanto concentrada quanto diluída conforme as circunstâncias. Esse sistema é divido em três componentes principais: - Geração de um interstício medular hipertônico (permite a formação de urina concentrada). * Diluição do líquido tubular pelo ramo ascendente e pelo túbulo distal (urina diluída). Permeabilidade da água do ducto coletor em resposta ao ADH – concentração final da urina. O interstício medular hipertônico permite a formação de urina concentrada A urina dos mamíferos geralmente é concentrada. Isso reduz o volume de água que deve ser consumida a cada dia p/ impedir a desidratação. * * Dois fatores são responsáveis pela formação de urina concentrada: Geração de um interstício medular hipertônico. Permeabilidade aumentada da água no ducto coletor na presença de ADH. Os néfrons justamedulares penetram profundamente na medula mais interna: Arranjo anatômico dos túbulos renais na medula é importante p/ o mecanismo de concentrar a urina. * * Os néfrons do rim podem ser subdivididos em duas populações, denominadas de néfrons superficiais e justamedulares, c/ base no local dos glomérulos. Néfrons superficiais possuem alças de Henle curtas que só se estendem até a medula mais externa. Os néfrons justamedulares possuem alças longas, que penetram na medula interna. Os néfrons justamedulares são os responsáveis pela capacidade dos rins de concentrar a urina. * Hipertonicidade medular depende da reabsorção de solutos pelo ramo ascendente medular e pelo ducto coletor O ramo ascendente da alça de Henle reabsorve ativamente NaCl, mas é impermeável à água. Esse segmento contribui com sal livre de água p/ o líquido intersticial e eleva sua osmolaridade. Ductos coletores também reabsorvem ativamente o NaCl. * * O mecanismo de contracorrente aumenta a osmolaridade intersticial medular, c/ pouco gasto de energia Mecanismo de contracorrente é responsável pela ampliação da hipertonicidade medular iniciada pela reabsorção ativa dos solutos. Os ramos finos da alça de Henle se estendem profundamente na medula. Os ramos descendente e ascendente se juntam numa volta em forma de “grampo de cabelo”. * O resultado é que os ramos ascendente e descendente são paralelos e justapostos, com o líquido tubular correndo em direções opostas. O ramo fino descendente se alinha com o ramo ascendente espesso impermeável à água, onde o NaCl é ativamente transportado do líquido tubular, resultando em aumento local da osmolaridade do líquido intersticial. O líquido tubular do ramo fino possui osmolaridade mais baixa que o líquido intersticial que o rodeia. * * Como o ramo fino descendente é altamente permeável à água mas não ao sal, o líquido tubular se equilibra c/ o intersticial pelo movimento de água para o interstício. O ramo ascendente é impermeável a água e permeável ao NaCl, de forma que o equilíbrio ocorre não pelo movimento da água, mas pela passagem do NaCl do túbulo para o interstício. * Vasos retos em virtude da PO plasmática alta, removem água e solutos do interstício medular. As paredes dos vasos retos são permeáveis à água e aos sais. A PO alta do plasma nos vasos retos que penetram na medula favorece o movimento de água para dentro do lúmen capilar. A reabsorção ativa de NaCl no ramo ascendente espesso e no túbulo distal permite a formação de urina diluída. * * O ramo ascendente espesso e o túbulo distal reabsorvem ativamente o Na+, o que causa reabsorção secundária do Cl-. Como esses segmentos são impermeáveis à água a reabsorção ativa de soluto resulta em declínio progressivo na osmolaridade do líquido tubular. Por isso, o ramo ascendente espesso e o túbulo distal são denominados segmentos diluidores. Líq. tubular liberado nos ductos coletores é hipotônico. * O ducto coletor responde ao ADH p/ determinar a osmolaridade final da urina As características de permeabilidade do ducto coletor sob influência do ADH determinam a osmolaridade da urina excretada. Em condições de sobrecarga de água, o ADH está ausente e o ducto coletor é impermeável à água. O líquido tubular liberado pelo túbulo distal permanece hipotônico. * Na ausência de ADH – forma-se uma urina diluída. Sobrecarga de água é eliminada e a osmolaridade é mantida. Sob condições de desidratação, o ADH é liberado da hipófise. Essas condições incluem: Diarréia Hemorragias Insuficiência cardíaca Sobrecarga salina * Tais circunstâncias, o objetivo é restaurar o volume líquido. O ADH aumenta a permeabilidade do ducto coletor a água. Quando ele está presente, a água flui rapidamente do líquido tubular diluído p/ dentro do interstício. Ocorrem alterações estruturais no ducto coletor como tumefação e dilatação celular e dos espaços intercelulares. Consequência – líquido tubular altamente concentrado (urina) é eliminado. * EQUILÍBRIO ÁCIDO – BÁSICO Os tampões, pulmões e rins colaboram p/ manter o equilíbrio ácido-básico O pH sanguíneo normal é de aproximadamente 7,4 sendo necessário, p/ função normal dos processos celulares, valores próximos desse. 3 sistemas são acionados p/ manter a homeostasia ácido-básica: tampões intra e extracelulares, sistema respiratório e rins. * Os dois primeiros são responsáveis pela correção rápida de mudanças no pH, ao passo que os rins são responsáveis pela homeostasia a longo prazo e pela excreção de íons H+. A condição mais comum que deve ser corrigida é a adição de íons H+ aos líquidos corpóreos. * Ele é constantemente produzido no organismo, como subproduto do metabolismo. Diversos tampões intra e extracelulares agem para titular o H+ c/ finalidade de manter o pH sanguíneo dentro de uma faixa normal, alterando a taxa de CO2 e diminuindo a concentração H2CO3 - sangue. Remoção de CO2 do sangue pela respiração desvia essa reação, reduzindo a concentração de H+. * O rim fornece a terceira forma de defesa do equilíbrio ácido-básico. Os rins excretam ácidos Visto que os pulmões alteram o pH sanguíneo mediante a remoção de CO2 e a redução na concentração de H2CO3, os rins são capazes de excretar ácidos pela secreção tubular de H+. Grandes quantidades de H+ podem ser removidas do organismo por secreção tubular. * Essa secreção ocorre primariamente no túbulo proximal e no ducto coletor. O túbulo proximal é o principal responsável pela secreção ácida e o ducto coletor pelo pH final da urina. Excreção ácida pelos túbulos renais é alcançada pela secreção de H+ e pelo tamponamento no líquido tubular Excreção ácida é alcançada no rim pela atividade de enzimas que promovem o transporte de H+ das células epiteliais para o líquido tubular. * Maior parte da secreção de H+ pela membrana plasmática é feita por dois transportadores: Antitransportador Na+ / H+ ATPase H+ O antitransportador Na+ / H+ troca o Na+ luminal por H+ intracelular. Essa troca de Na+/H+ é a via primária de secreção de H+ no túbulo proximal. * A ATPase H+ é uma bomba eletrogênica de próton que transporta apenas o H+ intracelular através da membrana apical, contribuindo com uma carga positiva livre no líquido tubular (processo ativo). * ATPase H+ é responsável pela maioria da secreção de H+ pelas células do ducto coletor. Sistemas de tampão no líquido tubular Presença de sistemas de tampão no líquido tubular é vital p/ a excreção ácida. Os tampões recebem o H+ secretado e reduzem o pH do líquido tubular. Os três tampões mais importantes são: - HCO3 – - Amônia * Fosfato No túbulo proximal o HCO3 – é o tampão mais importante. Após a titulação do HCO3 – , o H2CO3 se dissocia em H2O e CO2. A remoção ocorre por perda respiratória. A amônia (NH3) é gerada nas células tubulares proximais por hidrólise da glutamina (aa). Ela se difunde para o líquido luminal e combina c/ o H+ p/ formar o íon amônio (NH4+). * Como é insolúvel aos lipídios, não pode difundir-se no sentido contrário, sendo captado dentro do líquido tubular. * O túbulo proximal possui alta capacidade de secreção de H+ e reabsorção de HCO3 – O túbulo proximal reabsorve 80 a 90% do HCO3 – filtrado. O HCO3 – combina-se c/ o H+ p/ formar o H2CO3 que é desidratado pela anidrase carbônica para formar o H2O e o CO2. CO2 se difunde p/ a célula e é hidratado formando o H2CO3 o qual se dissocia em H+ e HCO3 –. O HCO3 – é reabsorvido p/ o sangue ao passo que o H+ é transportado p/ o lúmen. * O ducto coletor determina o pH final da urina. A taxa de secreção ácida pelo ducto coletor determina o pH final da urina. Ele tem capacidade de secreção de H+ reduzida, mas pode gerar um gradiente de concentração de H+ elevado. A secreção ácida no sistema de ductos coletores é função de um grupo especializado de células chamadas intercaladas. * O H+ gerado a partir do H2CO3 é secretado para o líquido tubular. HCO3 – é transportado p/ o sangue * As células intercaladas são capazes de alterar a taxa de secreção de H+, alterando o número de bombas de prótons na membrana apical. Elas também secretam H+ ativamente em troca por K+ através de uma ATPase H+ / K+ apical. O ducto coletor é capaz de secretar bicarbonato O ducto coletor secreta HCO3 – em resposta à alcalose. * Existem diferenças funcionais entre as espécies, particularmente entre os carnívoros, os quais em geral excretam urina ácida (5,5 a 7,2) e os ruminantes, que costumam excretar urina neutra ou alcalina (6,4 a 9,0). *
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