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Resenha: Fisiologia de peixes aplicada à piscicultura
Article  in  Revista Meio Ambiente e Sustentabilidade · August 2021
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BIOSSEGURANÇA, QUALIDADE SANITÁRIA E NUTRICIONAL DO PESCADO View project
Jerônimo Vieira Dantas Filho
Universidade Federal de Rondônia
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 R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 354-357, jul-ago. 2021. 
 
“FISIOLOGIA DE PEIXES APLICADA À PISCICULTURA” 
 
Jerônimo Vieira Dantas Filho¹ 
Robson Fernandes Pereira² 
 
BALDISSEROTTO, Bernardo. Fisiologia de peixes aplicada à Piscicultura. 3. Ed. Santa 
Maria: Editora da UFSM, 2018. 352 p. 
 
Bernardo Baldisserotto possui graduação em Oceanologia pela Fundação 
Universidade Federal do Rio Grande (1983), mestrado (1987) e doutorado (1991) em 
Fisiologia Geral pela Universidade de São Paulo (USP), pós-doutorado na MacMaster 
University, Canadá. É professor associado do Departamento de Fisiologia e 
Farmacologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). É também pesquisador 
1ª do CNPq na área de piscicultura e é docente dos Programas de Pós-Graduação em 
Zootecnia e Farmacologia da UFSM. Até 2018 havia publicado cerca de 140 trabalhos 
sobre fisiologia de peixes, em revistas nacionais e internacionais, bem como outros 
três livros na mesma área. 
Cabe destacar que, essa obra não é um livro de piscicultura, mas explica vários 
aspectos do funcionamento de órgão e sistemas do corpo dos peixes e sua relação 
com o meio ambiente e com sistemas de cultivo, tornando-o ferramenta crucial para 
quem estuda piscicultura. 
1 Pós-Doutorando (Bolsista PROCAD/Amazônia) no Programa de Pós-Graduação em Ciências 
Ambientais, Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Rolim de Moura, RO. E-mail: 
jeronimovdantas@gmail.com 
1 Servidor do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Ji-
Paraná, RO. E-mail: Bed_1@hotmail.com 
mailto:jeronimovdantas@gmail.com
mailto:Bed_1@hotmail.com
 
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 R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 354-357, jul-ago. 2021. 
É importante enfatizar que esta terceira edição apresenta uma completa revisão 
do tema com as últimas descobertas relacionadas à variedade de hábitos alimentares, 
métodos reprodutivos, crescimento, ciclos de vida e respostas fisiológicas às 
alterações ambientais dos peixes utilizados em piscicultura. 
 
O presente livro aborda alguns aspectos da fisiologia de peixes teleósteos e alguns 
itens relacionados à piscicultura, apresentando 9 capítulos. Na obra não são 
apresentados métodos de cultivo ou como criar diferentes espécies, mas sim fornece 
subsídios para que seja possível a compreensão de porque o peixe reage de uma 
determinada maneira a uma alteração ambiental ou a um determinado método de 
criação. 
Foram incluídos dados e/ou exemplos relacionados a espécies nativas do Brasil, cujos 
estudos de fisiologia e cultivo vêm aumentando significativamente nos últimos anos. O 
progresso de pesquisas em fisiologia aplicada a ecossistemas aquáticos e piscicultura, 
obriga que seja realizada uma atualização contínua do texto para incorporação de 
novidades em artigos de pesquisa. 
Baldisserotto (2018) inicia no capítulo 1 uma abordagem sobre a relação entre a 
fisiologia de peixes e a piscicultura. E, discute que um dos pontos chave na piscicultura 
é o planejamento ou definição de rações para a espécie que está sendo cultivada. Uma 
ração formulada para uma espécie herbívora dificilmente expressará bons resultados 
de desempenho em uma espécie carnívora. O erro na escolha ou no preparo da ração 
provocará em maior gasto na alimentação dos peixes, reduzindo as possibilidades de 
lucro. 
Em consequência, para a produção de uma ração adequada é preciso conhecer as 
variações na estrutura e na fisiologia do sistema digestório dos peixes que possam 
alterar a digestão e a absorção de nutrientes. Esses pontos são abordados no capítulo 
2, o qual também dá enfoque às diferenças estruturais e de absorção de nutrientes 
existentes entre espécies com hábitos alimentares diferenciados. 
 
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 R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 354-357, jul-ago. 2021. 
Nos próximos capítulos encontram-se uma descrição das características físico-
químicas (capítulo 3 - oxigênio e gás carbônico, capítulo 4 – temperatura, capítulo 5 – 
íons, capítulo 6 – resíduos nitrogenados) dos diferentes ambientes aquáticos, 
importantes para piscicultura. Nesses capítulos foram abordados também, a estrutura 
e o funcionamento de diversos sistemas fisiológicos e as adaptações ou alteração 
desses sistemas em respostas a esses diferentes ambientes. 
Além do mais, foram realizadas considerações em relação a sobrevivência dos peixes 
frente a essas alterações ambientais, explicando a partirde resultado de pesquisas de 
fisiologia, por que algumas espécies poderiam resistir ou adaptar-se melhor a 
determinados ambientes que outras. 
Continuando, o capítulo 7 aborda a endocrinologia dos peixes, incluindo o controle 
hormonal relacionado ao estresse, o qual pode alterar a produção. Em piscicultura, foi 
dada uma considerável ênfase à reprodução, pois uma espécie só pode ser 
considerada viável para a piscicultura quando todo o sistema de produção for 
sustentável e ao mesmo tempo o ciclo biológico pode ser obtido em cativeiro. Em 
quando não se domina esses dois fatores, é complicado obter um bom aproveitamento 
em termos de cultivo. Concernente a reprodução, para se dominar a tecnologia da 
reprodução, é necessário conhecer a fisiologia da reprodução, sobretudo no que se 
refere ao controle hormonal, porque em muitas espécies, a reprodução em cativeiro 
só é obtida com a manipulação hormonal ou de fatores ambientais. Esses aspectos 
são abordados no capítulo 8. 
Enfim, para se obter uma grande produção na piscicultura, é preciso conhecer o maior 
e mais rápido crescimento possível com menores custos. No entanto, para isso, é 
preciso fornecer aos peixes um ambiente favorável ao seu desenvolvimento, tanto do 
ponto de vista biótico como abiótico. Esses aspectos são discutidos no capítulo 9. 
Para entender o conteúdo desse livro, é essencial a compreensão dos itens abordados 
nos capítulos 3, 4, 5 e 6, de onde, é fundamental se obter o máximo possível de 
informações sobre o efeito dos fatores ambientais no crescimento, contidas no último 
capítulo do livro aqui sumarizado. 
 
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 R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 354-357, jul-ago. 2021. 
Portanto, os peixes utilizados em piscicultura apresentam uma ampla variedade de 
hábitos alimentares, métodos reprodutivos, crescimento, ciclos de vida e respostas à 
diferentes condições ambientais, pois nessa conformidade qualquer cultivo deve 
considerar essas particularidades para uma otimização do sistema produtivo (GIODA 
et al., 2017). 
No livro de Baldisserotto (2018), é possível entender como os peixes absorvem os 
nutrientes, como regulam a concentração iônica em águas com diferentes 
concentrações de íons. Assim como, o hormônio usado para indução à desova e 
espermiação. Compreender como determinar a quantidade de alimento a ser 
fornecida aos peixes para otimização do rendimento (PORTO et al., 2020). Assim 
sendo, a qualidade da água do ecossistema aquático influencia na reprodução e 
crescimento dos peixes. Fatos que são confirmados por Zhao et al. (2018). 
REFERÊNCIAS 
BALDISSEROTTO, Bernardo. Fisiologia de peixes aplicada à Piscicultura. 3. Ed. Santa 
Maria: Editora da UFSM, 2018. 352 p. 
GIODA, C. R.; PRETTO, A.; FREITAS, C. S.; LEITEMPERGER, J.; LORO, V. L.; LAZZARI, 
R.; LISSNER, L. A.; BALDISSEROTTO, B.; SALBEGO, J. Different feeding habits 
influence the activity of digestive enzymes in freshwater fish. Ciência Rural, v.47, n.3, 
e20160113, 2017. 
PORTO, M. O.; OLIVEIRA, J. D.; CAVALI, J.; DANTAS FILHO, J. V.; SOARES, N. T. D.; 
GASPAROTTO, P. H. G.; FERREIRA, E. Frequência alimentar para tambaquis 
Colossoma macropomum (CUVIER, 1818) cultivados em um Centro de Pesquisa 
Amazônico. Revista de Administração e Negócios da Amazônia, v.12, n.1, p.108-121, 
2020. 
ZHAO, C.; YANG, S.; LIU, J.; LIU, C.; HAO, F.; WANG, Z.; ZHANG, H.; SONG, J.; 
MIROVIC, S. M.; LIM, R. P. Linking fish tolerance to water quality criteria for the 
assessment of environmental flows: A practical method for streamflow regulation and 
pollution control. Water Research, v.141, p.96–108, 2018. 
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