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tcc completo Aborto por feto anencéfalo

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
VANESSA TEIXEIRA 
ABORTO POR FETO ANENCEFALO 
São Paulo, 2017
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
VANESSA TEIXEIRA
ABORTO POR FETO ANENCEFALO
Artigo Científico apresentado como requisito parcial de Conclusão de Curso para obtenção do Grau de Bacharel em Direito, sob orientação do Professor Henrique Buhl Richter.
São Paulo, 2017
ABORTO POR FETO ANENCEFALO
Artigo Científico aprovado como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito. 
_____________________________________________
Henrique Buhl Richter
Orientador
São Paulo, Novembro de 2017
Você tem o direito de falar o que pensa, mas não tem o direito de julgar quem não conhece.
- Charlie Brown Jr
Dedico este trabalho a minha avó, minha mãe, minha tia e os meus primos, por todo amor e carinho que sempre recebi, além do apoio incondicional para que eu tivesse condições de desenvolver e concluir este curso.
AGRADECIMENTOS
Nossa caminhada nem sempre é tão simples, às vezes passamos por alguns obstáculos que precisamos superá-los e para isso precisamos de pessoas muito especiais que estejam sempre de braços abertos para nos ajudar, dar seu apoio e carinho. Por isso não poderia deixar de agradecer:
Em primeiro lugar a Deus, o centro e o fundamento de tudo em minha vida, por renovar a cada momento a minha força e disposição e pelo discernimento concedido ao longo dessa jornada.
A minha mãe Tânia Cristina Paixão, que me deram toda a estrutura para que me tornasse a pessoa que sou hoje. Pela confiança e pelo amor que me fortalece todos os dias.
A minha avó Olga dos Santos Paixão, por estar sempre presente na minha vida, me incentivando e me apoiando.
Aos meus primos e a minha tia, por estar sempre presente na minha vida, me incentivando e me apoiando. 
A minha amiga Luana da Silva Costa, por estar sempre me apoiando e sempre esteve ao meu lado. 
O meu orientador Professor Henrique Buhl Richter, por suas valiosas e enriquecedoras contribuições e orientações que me permitiram enfrentar este desafio.
A todos os mestres que não foram apenas professores, nos transmitindo seus conhecimentos e experiências, quando deveriam ser mestres, foram amigos e através desta amizade nos compreenderam e nos incentivaram a seguir nossos horizontes. A todos meu respeito e gratidão diante de tudo que de vocês recebi.
Aos Amigos... Em meios a tantas lutas, incertezas, medo, erros e correções, mas juntos compartilhamos cada momento difíceis ou de descontração, onde o valor da amizade e da cumplicidade se fortaleceu com o mesmo objetivo. E com a certeza de que de tudo ficará a saudade. 
Muito obrigada a todos.
ABORTO POR FETO ANENCEFALO
RESUMO 
O objetivo da presente monografia é analisar, de forma crítica, a questão do aborto de feto anencéfalo. Por um lado, sabe-se que o ordenamento jurídico brasileiro considera o aborto um crime contra a vida, direito fundamental por excelência e, portanto, é necessário que haja profunda apreciação do Poder Judiciário em relação à anencefalia para evitar a violação de direitos e garantias constitucionais. Por outro lado, não se pode desconsiderar o grave sofrimento a que se submetem as mulheres que carregam no ventre um feto que sabem ser incapaz de sobreviver por muito tempo, em flagrante violação à dignidade da pessoa humana, fundamento da República Federativa do Brasil. À espera do julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 54 pelo Supremo Tribunal Federal, que determinará a forma como os juízes e tribunais do país devem decidir em relação à questão controversa, o presente trabalho defende o direito mais importante consagrado pelo ordenamento jurídico brasileiro, por ser a razão de ser de todos os outros: o direito à vida.
PALAVRAS CHAVES: DIREITO À VIDA, PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, ABORTO E ANENCEFALIA.
ABSTRACT 
The objective of this monograph is to critically analyze the question of abortion of the anencephalic fetus. On the one hand, it is known that the Brazilian legal system considers abortion a crime against life, a fundamental right par excellence, and therefore, it is necessary that there is deep appreciation of the Judiciary in relation to anencephaly to avoid violation of rights and guarantees constitutional provisions. On the other hand, one cannot ignore the serious suffering to which women who carry in the womb a fetus that they know to be incapable of surviving for a long time, in flagrant violation to the dignity of the human person, foundation of the Federative Republic of Brazil. Pending the judgment of the Arbitration for Non-Compliance with Fundamental Precept No. 54 by the Federal Supreme Court, which will determine the manner in which the country's judges and courts must decide in relation to the controversial issue, this paper defends the most important right enshrined in the Brazilian legal system, because it is the raison d'être of all others: the right to life. 
KEY WORDS: RIGHT TO LIFE, PRINCIPLE OF HUMAN DIGNITY, ABORTION AND ANENCEPHALIA.
Sumário: 1. Introdução. 2. Conceito do Aborto. 3. Aspectos polêmicos do aborto. 4. Aborto por Feto Anencefálico: Não é crime. 5. Que se entende por anencefalia. 6. Direito e Religião. 7. Referência Bibliográfica. 8. Conclusão.
INTRODUÇÃO
O presente artigo se propõe a discutir a inviolabilidade do direito à vida e possível legalidade do aborto em caso de anencefalia. 
O direito à vida é um direito fundamental que adquiriu ainda mais importância em decorrência da polêmica gerada pelo movimento abortista.
A anencefalia é uma má formação fetal congênita por defeito do fechamento do tubo neural durante a gestação, de modo que o feto não apresenta os hemisféricos cerebrais havendo apenas a calota craniana, conhecida vulgarmente como “ausência de cérebro”. 
A questão do aborto de feto anencéfalo ganhou espaço nos tribunais recentemente, após tornar possível diagnosticar a anomalia durante a gravidez. Com essa possibilidade, surgiu uma grande discussão na sociedade pressionando o Poder Judiciário a posicionar-se diante ao problema.
Ai surgiu a ADPF 54 do STF, foi julgado procedente pelo Relator Ministro Marcos Aurélio sobre esse tipo de aborto de anencéfalo, onde poderá se liberado a fazer o aborto para aquelas mães que geram uma criança que não tenha nenhum tipo de sobrevivência fora do ventre materno. 
O choque entre os direitos fundamentais e princípios jurídicos, concentra-se na controvérsia existente entre o feto ter ou não expectativas de vida, já que o direito à vida trata-se de um direito constitucionalmente previsto, possuindo por tanto status de supremacia, inviolabilidade e irrevogabilidade. Significa dizer que o direito à vida deverá se sobrepor a todos os demais direitos, pois esta foi à vontade do legislador constituinte originário quando da criação da Carta Magna. 
Além da Constituição Federal, a inviolabilidade do direito à vida também se encontra previsto no Pacto de São José da Costa Rica, firmado pelo Brasil, o qual integra a ordem jurídica vigente. O tratado internacional esse firmado pelo Brasil cessou no direito positivo brasileiro, a discussão que separou natalistas e concepcionalistas, pois a vida não começa no nascimento, mas sim no momento exato da fecundação. Com tudo, ao nascituro garantem-se direitos, e não meras expectativas de direito.
Assim, percebe-se que, no ordenamento jurídico brasileiro, não se admite a interrupção de vida, a não serem nos casos previstos na legislação infraconstitucional e penal quais sejam, pena de morte em caso de guerra declarada. (art. 5º, XLVII, “a”) aborto necessário (art.128, I, CP) e aborto decorrente de estupro (art.128, II, CP) conhecido na doutrina como aborto sentimental. Uma vez que o homem não é dono da vida, não é a ele que cabe abreviar a vida de outrem. No entanto, grandes partes das pessoas são a favor ao aborto em casos de anencefalia, por acreditarem que o sofrimento da mãe, ao gerarum feto anormal é maior do que tirar a vida dele, com base nos princípios da liberdade e da autonomia da pessoa humana.
Por interferir o aborto na ordem da natureza, este causa um grande impacto social o que desafia e pressiona os juristas a determinarem até aonde a ciência da vida poderá agir sem que haja ofensa à dignidade da pessoa humana. Com os avanços da medicina e da bioética deverão somente melhorar a qualidade de vida da humanidade e não descuidarem da dignidade e do valor inferior do ser humano, uma vez que além de ter vida, o feto é digno tanto quanto um ser de vida extrauterina. 
Desta forma pergunta-se com relação à interrupção da gestação do feto anencéfalo, estaria ou não sendo ferida a dignidade da pessoa humana, ou seja, do feto anencéfalo?
O que seria mais doloroso para a mãe, abortar ou ver seu filho nascer sem o cérebro e logo depois morrer? E a dignidade do feto anencéfalo estaria sendo ferida, com a interrupção da vida, já que este está condenado à morte, ao nascer? Diante desses fatos o que os juristas, podem fazer para lidar com esse assunto no caso concreto? Como deve o Poder Judiciário se posicionar diante de um caso concreto?
Este artigo visa, portanto, assegurar o direito à vida ao feto portador de anencefalia, sendo este um direito garantido constitucionalmente. 
O tema em questão é muito delicado, pois envolve a vida de um ser indefeso que, mesmo não tendo nenhuma chance de sobreviver, após o parto, tem o direito à vida mesmo que seja por um breve tempo. 
Para alcançar nosso objetivo maior, pretendemos esclarecer: 
a) Apresentar a opinião dos juristas a respeito da legalização do aborto de anencéfalo; 
b) Analisar argumentos doutrinários tanto favoráveis como desfavoráveis ao aborto de feto anencéfalo. 
CONCEITO DE ABORTO 
CAPEZ, Fernando (2004, p. 108), em sua obra, conceitua o referido assunto: 
Considera-se aborto a interrupção da gravidez com a consequente destruição do produto da concepção. Consiste na eliminação da vida intrauterina. Não faz parte do conceito de aborto, a posterior expulsão do feto, pois pode ocorrer que o embrião seja dissolvido e depois reabsorvido pelo organismo materno, em virtude de um processo de autólise; ou então pode suceder que ele sofra processo de mumificação ou maceração, de modo que continue no útero materno. A lei não faz distinção entre o óvulo fecundado (3 primeiras semanas de gestação), embrião (3 primeiros meses), ou feto (a partir de 3 meses), pois em qualquer fase da gravidez estará configurado o delito de aborto, quer dizer desde o início da concepção até o início do parto. [1: CAPEZ, Fernando (2004, p. 108). ]
Quem diverge essa ideia é MIRABETTE, Fabrini (2011, p. 57): 
Aborto e a interrupção da gravidez, com a interrupção do produto da concepção, e a morte do ovo (até 3 semanas de gestação), embrião (de 3 semanas a 3 meses) o feto (após 3 meses), não implicando necessariamente sua expulsão. O produto da concepção pode ser dissolvido, reabsorvido, pelo organismo da mulher, ou até mumificado, ou pode a gestante morrer antes da expulsão não deixará de haver, no caso, o aborto.[2: MIRABETTE, Fabrini (2011, p. 57). ]
A palavra aborto vem do latim abortus, que, por sua vez, deriva do termo aborior. Este conceito é usado para fazer referência ao oposto de orior, isto é, o contrário de nascer. Como tal, o aborto é a interrupção do desenvolvimento do feto durante a gravidez, desde que a gestação ainda não tenha chegado às vinte semanas. Ocorrendo fora desse tempo, a interrupção da gravidez antes do seu termo tem o nome de parto prematuro.
Existem dois tipos de abortos: o espontâneo ou natural, e o induzido ou artificial. O aborto espontâneo ocorre quando um feto se perde por causas naturais. De acordo com as estatísticas, entre 10% a 50% das gravidezes acabam num aborto natural, condicionado pela saúde e pela idade da mãe.
O aborto induzido, por sua vez, é aquele que é provocado com o objetivo de eliminar o feto, seja ou não com assistência médica. Calcula-se que, todos os anos, cerca de 46 milhões de mulheres recorrem a esta prática, em todo o mundo. Desse total, cerca de 20 milhões praticam abortos inseguros, sujeitas a pôr a sua vida em risco.
A maioria das legislações nacionais faz a distinção entre duas classes de abortos induzidos: os terapêuticos e os eletivos.
Os abortos terapêuticos são justificados pelos médicos para salvar a vida da mulher grávida (se a continuação da gravidez ou o parto representar um risco grave para a sua saúde) ou para evitar que a criança nasça com uma doença congênita ou genética grave, que a coloque em risco de morte ou a condene a malformações ou deficiências bastante severas.
Os abortos eletivos costumam ser decididos se a gravidez for fruto de algum delito sexual (uma violação) ou se a mulher não puder ou não desejar guardar a criança por razões econômicas e/ou sociais. Na maioria dos países, está prática é proibida por lei à exceção de alguns casos mais raros (por exemplo, se uma menor de idade tiver sido violada).
ASPECTOS POLÊMICOS SOBRE O ABORTO 
Dentre os vários conceitos elaborados para a definição do termo 'aborto', os que mais interessam ao objetivo da presente redação são os conceitos jurídicos e o médico legal.
Pela compreensão médico-legal, e valendo-nos especificamente de estudos da área da obstetrícia, aborto é entendido como a interrupção da gestação ocorrida dentro de um lapso de tempo predeterminado. O tempo da gestação é de fundamental importância para este conceito, vez que há aborto quando há a interrupção da gravidez feita até 20ª semana, com expulsão parcial ou total dos produtos da concepção. 
Já no meio jurídico não há a consideração do tempo da gestação como elemento fundamental. Doutrinadores consideram, de maneira geral e resumida, que a interrupção de gravidez a qualquer tempo, com a consequente morte de seu produto (o feto), já compreendem os elementos necessários para se configurar o aborto. 
Damásio Evangelista de Jesus conceitua o aborto como sendo:
 “A interrupção da gravidez com a consequente morte do feto (produto da concepção)”. 
De acordo com, Julio Fabrini Mirabete diz: 
Aborto é a interrupção da gravidez com a destruição do produto da concepção. É a morte do ovo (até três semanas de gestação), embrião (de três semanas a três meses) ou feto (após três meses), não implicando necessariamente sua expulsão. O produto da concepção pode ser dissolvido, reabsorvido pelo organismo da mulher ou até mumificado, ou pode a gestante morrer antes da sua expulsão. [3: MIRABETTE, Fabrini (2011, p. 57). ]
ABORTO POR FETO ANENCEFALICO: NÃO É CRIME
Consequências práticas – Da Justiça da Toga Preta para a Justiça da Bata Branca
A partir do voto do Min. Marco Aurélio e dos que o acompanharam podemos extrair o seguinte: 
Tornou sem sentido qualquer pedido de aborto anencefálico perante os juízes. Não há que se falar em autorização judicial. Aborto anencefálico não é crime, de acordo com a decisão do STF. Ninguém pode ser processado por isso. Fato formalmente atípico. Inquérito policial instaurado para apurar esse “aborto” deve ser arquivado (desde presentes todos os requisitos legais). Ação penal em andamento: deve ser trancada imediatamente (se presentes os requisitos da anencefalia). Se alguém está cumprindo execução penal: cessa imediatamente a execução. Não cabe nenhuma medida coercitiva com base nesse fato. A interpretação conforme a Constituição, do STF, equivale a uma “abolitio criminis”, porém, com efeito, mais amplo, porque aqui não cabe sequer indenização civil.[4: GOMES, Luiz Flávio. Aborto anencefálico: não é crime (decide o STF). Jusbrasil: [https://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/121928488/aborto-anencefalico-nao-e-crime-decide-o-stf] acesso em 12/12/2017 às 12h26. ]
Da Justiça da Toga Preta passou-se para a Justiça da Bata Branca: não há mais autorização judicial. Os médicos agora é que decidem fazer ou não fazer o aborto. Presentes seus requisitos (prova da anencefalia e da inviabilidade da vida), podemfazer esse aborto legitimamente. Devem ser extremamente formalistas. Devem se documentar, precisamente porque não necessitam de autorização judicial.[5: GOMES, Luiz Flávio. Aborto anencefálico: não é crime (decide o STF). Jusbrasil: [https://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/121928488/aborto-anencefalico-nao-e-crime-decide-o-stf] acesso em 17/12/2017 às 17h18.]
Os órgãos do feto anencefálico não devem ser objeto de doação, em razão das malformações orgânicas. Tanto que seu crescimento é sempre menor.
Que se entende por anencefalia?
A anencefalia é a identificação de uma má formação fetal do cérebro, ocasionada, em grande parte dos casos, por ausência ou deficiência de ácido fólico durante o início da gestação.
A definição majoritária por estudiosos sobre a anencefalia a diz como uma má formação fetal, mais frequente e mais grave a se constituir em anomalia congênita, caracterizada pela ausência total ou parcial do encéfalo e da calota craniana, proveniente de defeito de fechamento do tubo neural durante a formação embrionária, entre os dias 23 e 28 da gestação.
Há, porém, divergência quanto ao dia que ocorre a má formação congênita, que culmina com a anencefalia. Alguns doutrinadores acenam que seria entre os dias 21º e 26º da gestação; e outros que seria entre o 16º e 26º. A área cerebrovascular é coberta por um saco epitelial. Em 46% dos casos, não existem hemisférios cerebrais, havendo apenas rudimentos nos outros 54%. O cerebelo é ausente em 85% e o tronco cerebral ausente em 75%.
Esta grave má formação congênita pode ser verificada justamente com a ausência parcial ou total da calota craniana, dos tecidos superiores com diversos graus de má formação e a destruição dos rudimentos cerebrais. Infelizmente, o feto portador desta anomalia não será capaz de sobreviver, exceto por no máximo algumas horas após o seu nascimento.[6: ESGALHA, Thati Iateralli Miranda Rodrigues., CAMPOS, Vera Lúcia Toledo Pereira de Gois. Anencefalia. [http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/1478/1411] acesso em: 17/12/2017 às 17h25.]
DIREITO E RELIGIÃO
Não se pode confundir Direito com religião. Direito é Direito. Religião é religião (bem sublinhou o Iluminismo). Ciência é ciência, crença é crença. Razão é razão, tradição é tradição. Delito é delito, pecado é pecado (Beccaria). No Estado democrático pluralista, temos que respeitar todas as religiões e crenças. A tolerância é virtude extraordinária. Pedra angular da boa convivência. Mas a religião não pode contaminar o Direito, no momento das sentenças. As crenças não podem ditar regras derrogadoras da ciência. Do Renascimento até o Iluminismo, de Erasmo a Rousseau, consolidou-se (entre os séculos XVII e XIX) a absoluta separação das instituições do Estado frente às tradições religiosas. O Estado tornou-se laico (ou secular). A Justiça e o Direito, desse modo, também são seculares (laicos). O processo de secularização do direito deve se consumar definitivamente.
Um pouco mais de um terço dos pedidos de aborto anencefálico (de 2001 a 2006) foram negados e a fundamentação foi, em regra, religiosa (O Estado de S. Paulo de 01.09.08, p. A16). Em pleno terceiro milênio, porém, não nos parece correto conceber que um juiz (que é “juiz de direito”) possa ditar sentenças “segundo a dogmática cristã”, “de acordo com suas convicções religiosas” etc. No Estado republicano laico o juiz não pode confundir direito com religião. Mas tem obrigação de respeitar todas elas.
Nenhum juiz ou jurista está autorizado a repristinar o decreto do Imperador Constantino, do século IV, que impôs o cristianismo como religião do Estado. Alma é alma, corpo é corpo. Para a religião cristã a alma deve comandar o corpo; a Igreja deve dominar a alma e o corpo. Impõe-se desfazer essa confusão (e tradição). A separação do Estado frente à Igreja não prega o ateísmo (embora as pessoas tenham o direito de serem ateus ou agnósticos). Cada um é livre para professar sua religião e ter suas crenças (ou não acreditar em absolutamente nada). Só não se pode conceber, em pleno século XXI, qualquer tipo de confusão entre religião e Direito.
Daí a imperiosa conclusão de que o aborto anencefálico, quando se trata de uma verdadeira anencefalia, não conflita com as normas jurídicas dos arts. 124 e ss. Do CP. Não se trata de um fato antinormativo (do ponto de vista material).
De 2001 a 2006 foram protocolados 46 pedidos de aborto anencefálico no Brasil: 54% deferidos, contra 35% indeferidos (alguns casos ficaram prejudicados) (O Estado de S. Paulo de 01.09.08, p. A16). Essa divergência jurisprudencial, por si só, já impõe uma tomada de posição pelo STF, o único capaz de nos trazer, no tema, certa segurança jurídica.
O Brasil, de qualquer modo, está sendo um dos últimos países (dos economicamente relevantes) que irá reconhecer a possibilidade de aborto anencefálico, que é autorizado nos países da América do Norte, Europa e parte da Ásia. Também na Argentina não há impedimento. A proibição perdura nos países muçulmanos, parte da África e da América Latina (diz relatório da OMS: Organização Mundial da Saúde).
O não reconhecimento do aborto anencefálico é um atraso civilizatório incomensurável, que se deve à sobreposição das tradições sobre a ciência, das crenças sobre a dignidade humana. Temos que recuperar as Luzes do século XVIII. A OMS reconhece a anencefalia (verdadeira) como doença incompatível com a vida. Conclusão: o aborto anencefálico não é uma eutanásia pré-natal arbitrária, não ofenda o princípio da dignidade humana (do feto). Ofensa à dignidade (da gestante) existe quando ele não é permitido.
Dignidade da mulher
O ser humano não pode ser utilizado como meio. Ele é um fim em si mesmo (Kant). A mulher não pode ser concebida como meio para a realização de fins outros, sobretudo sobrenaturais. Mas se, por sua crença, ela opta por não fazer o aborto, temos que respeitar. A solidariedade não pode fundamentar o não abortamento. Acima dela está a dignidade da mulher. Na época das audiências públicas uma delas disse: enquanto minhas amigas grávidas comprovam enchoval, eu tive que comprar um caixão para sepultar o feto!
A importância deste princípio está de acordo com o art. 1 da Constituição Federal, com o fundamento de República Federativa, vejamos: 
“Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I – a soberania; II – a cidadania; III – a dignidade da pessoa humana.”. 
O direito à vida dos anencéfalos não pode ser admitido. O anencéfalo é inviável. Não tem direito à vida, em razão da sua morte cerebral. O feto anencéfalo é organicamente vivo, mas juridicamente morto (por causa da morte cerebral).
Feto com anencefalia não tem cérebro: há chance de sobrevida?
Segundo o médico Dr. Pedro Pablo Chacel, representante do Conselho Federal de Medicina, em entrevista feita pela revista jurídica Consulex. 
O que significa um feto com anencefalia? Ele tem chance de sobrevida? Para ele o feto com anencefalia não tem cérebro, portanto ele não tem atividade intelectual, tem o que chama de tronco cerebral que vai controlar as ações de vida vegetativa, caso independente do organismo da mãe.
Mas, ao nascer ele não tem nenhuma capacidade de sobrevivência, a grande maioria morre em poucos minutos, existem casos que ele pode chegar a sete dias, mas, não há condição de sobrevida. É licito constranger a mãe conservar em seu ventre um embrião que se sabe, de antemão, de acordo com a pericia médica, não nascer vivo ou se nascer, terá poucos momentos de vida, pois lhe falta a parte essencial, como no caso narrado acima?
De acordo com o médico Dr. Pedro Chacel, isto é uma coisa de foro íntimo, para algumas mulheres, aquele embrião é na sua concepção uma pessoa. 
“Relata o mesmo, que teve uma paciente que gerou um feto anencéfalo, uma pessoa extremante católica, essa criança nasceu, foi batizada e ela se refere a esta criança como um filhoque morreu de morte natural e não de um bebe anencéfalo. Na verdade, ela não discrimina esta pessoa pelo fato dela não ter cérebro, para outras mulheres não seria bem assim”. [7: COUTINHO, Lívia Maria Torres. ABORTO DE FETO ANENCÉFALO : A INCONSTITUCIONALIDADE DA LEGALIZAÇÃO.[ https://www.conteudojuridico.com.br/pdf/cj032006.pdf] acesso em: 12/12/2017 às 12h30. ]
O que é um aborto? É produto de uma concepção inviável? 
Essa inviabilidade está relacionada ao tempo de gestação, aqui não é um problema temporal, mas da concepção inviável, ou seja, não vai sobreviver. Existe o risco intrínseco da gestação que é muito pequeno e perfeitamente aceitável para uma mulher que vai ter um filho sadio. Mas é aceitável para uma mulher que isso tem um assunto de foro íntimo muito importante, mas tem também um aspecto legal que precisa ser mais bem definido, e quem vai fazer isso é a justiça.
Porque nós só temos o direito a interromper a gestação em duas hipóteses, no caso de estupro ou no caso iminente de risco de morte materna. No caso de criança anencéfala a mãe não corre risco de morrer. Então, só existem duas hipóteses, estupro e risco de morte da mãe. A mulher que está gerando um feto anencéfalo corre os mesmos riscos de uma gravidez de um bebê saudável, por isso a gravidez pode ser levada a diante normalmente.
Mas, mesmo assim muitas mulheres são aconselhadas a optarem pelo aborto a partir do momento em que a gestante apresentar qualquer problema derivado da gestação, e que esse poderá lhe ocasionar a morte, o médico terá a permissão legal para praticar o aborto necessário, pois não se tem opção nesse caso. 
Vale ressaltar que, nesses casos é que o aborto não é o melhor caminho a ser tomada, a interrupção além de causar um grande risco para a gestante, ela traz consequências psíquicas gravíssimas, que muitas vezes são irreversíveis. Sendo assim, a saúde da mulher é mais agredida quando ocorre o aborto do que ao gerar um feto anencéfalo.
ADPF Nº54 
O Ministro Marco Aurélio de Melo, em sede de medida cautelar, nos autos da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, nº54-8 do Distrito Federal, que autorizou o aborto de feto anencéfalo. Essa decisão causou múltiplas opiniões em todas as classes sociais e profissionais, inclusive no âmbito, onde alguns representantes apresentaram indignação, enquanto outros se posicionaram favoravelmente. [8: GOMES, Luiz Flávio. Aborto anencefálico: não é crime (decide o STF). Jusbrasil: [https://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/121928488/aborto-anencefalico-nao-e-crime-decide-o-stf] acesso em 12/12/2017 às 12h31. ]
A contestação do fato de que a liminar, quando autoriza tal aborto, supõe que uma criança normal tem mais direito a vida do que uma portadora de anomalia, por ser esta um peso morto para a sociedade. Nesse sentido, se a medicina possui a missão de curar, aliviar a dor, adiar a morte, confrontar o paciente, permitir uma morte mais digna, salvar vidas humanas, não poderia pertencer ao mundo de extermínio do aborto eugênico.
A liminar é inconstitucional, pois viola o direito à vida incisivamente. Não é “lícito a ninguém, muito menos à sociedade ou Estado, julgar o valor essencial de uma vida humana por suas deficiências.” Nesse sentido o direito à vida é inviolável, ninguém poderá dizer quais as deficiências exigidas para que um embrião não possa continuar a viver. “O capricho de acabar com o sofrimento da mãe, antecipando a morte do feto não pode prevalecer diante da preciosidade da vida humana, que é única.” 
A Resolução n.1.752/2004, do Conselho Federal de Medicina, afirma que o anencéfalo não tem como escapar de uma fatal parada cardiorrespiratória ainda durante as primeiras horas, após o parto. Uma menina paulista anencefálica, com nove meses, nascida em novembro de 2006, recebe, a partir de setembro de 2007, pensão do governo por ser portadora de deficiência. A incidência de anencefalia é de um caso em cada mil bebês. Segundo o neurocirurgião pediátrico Hélio Rubens Machado, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, há casos registrados de crianças nessas condições que vivem até a adolescência.[9: Resolução nº. 1.752/2004, do Conselho Federal de Medicina. ][10: MACHADO, Hélio Rubens. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto. ]
Diante do exposto, a interrupção da gestação de feto anencéfalo não é mais considerada crime e poderá ser praticado, desde que por médico habilitado e meios lícitos, mediante comprovação da anomalia. A autorização Judicial prévia não se faz mais necessário bem como qualquer outra forma de permissão específica do Estado, reconhecida assim o direito subjetivo da gestante de assim agir. Caberá ao médico juntamente com a gestante decidir fazer ou não a interrupção, também classificada como antecipação terapêutica do parto.
Anencefalia como reflexão
O feto é juridicamente uma vida, que está sob proteção do direito. Invoca-se o direito da mulher sobre o seu corpo como argumento para a descriminalização do aborto, entendendo o filho como propriedade da mãe, sem identidade própria e é ela quem decide se deve viver ou morrer.
Não há dúvida quanto ao direito de escolha da mulher de ser ou não ser mãe. Esse direito ela o exerce, com todos os recursos que os avanços da ciência têm proporcionado antes da concepção, quando passa a existir, também, o direito de outro ser, que é o do nascituro, o direito à vida, que se sobrepõe. No processo de desenvolvimento embrionário podem ocorrer, no entanto, má-formação de maior ou de menor gravidade. Uma delas por sinal, a mais severa de todas é a anencefalia.
A anencefalia é uma má formação congênita, responsável pelo desespero de muitas mulheres no mundo todo. Quando é diagnosticado esse problema, as gestantes muitas vezes não sabem se posicionar diante ele, algumas perdem a razão, outras se dedicam à gestação demonstrando um ato de amor. 
É com muita lucidez que Cezar Bittencourt: 
 “Modernamente, não se distingue mais entre vida biológica e a vida autônoma ou extrauterina. É indiferente a capacidade de vida autônoma, sendo suficiente a presença de vida biológica.” 
Sendo assim, como consequência, o abortamento de feto anencéfalo enquadram-se como crime contra vida. Não se entende porque existem essas controvérsias, “o feto possui batimentos cardíacos, circulação sanguínea, e isto, já caracterizou vida biológica.”
O anencéfalo até que deixe de respirar é um ser vivo, e por isso ninguém pode decidir por sua morte, ele tem direito à vida como qualquer outro ser, e consequentemente tem direito a ter uma morte natural.
No mundo, apenas 21 crianças conseguiram vencer os sintomas da doença que leva à morte poucos minutos após o parto. “A menina Manuela Teixeira “morreu depois de completar três anos de nascida, no dia 14 de setembro de 2003” Como se observa, um feto, ainda que “ anencéfalo”, não perde a dignidade nem o direito de nascer.[11: VIANA, ANA CAROLINA NORONHA – Aborto – monografia. Acesso em:b 01/12/2017 às 21h06]
Todas as pessoas morrerão um dia, embora não saibamos nem o dia, e nem a hora, mas a única certeza é que um dia morremos e já que um dia morremos porque privar um ser vive de viver?
Não há crime
Nosso Código Penal, no art. 128, prevê duas hipóteses de aborto permitido: o necessário, quando há risco de vida para a gestante (CP, art. 128, I) e o humanitário ou sentimental (quando a gravidez resulta de estupro – CP, art. 128, II).[12: Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I – Se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II – Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.]
Para o Min. Marco Aurélio o aborto do feto anencefálico não é crime. Mas não é o caso de aplicar tais dispositivos. Simplesmente esse feto não está amparado pelo tipo penal. Está fora do Direito penal. Não se trata de feto com vida.Não existe vida. Logo, não existe o objeto material do delito (ser humano vivo). É caso de atipicidade formal. Os direitos humanos tutelam o indivíduo pessoa, o que existe, o que tem vida. Embrião é embrião, feto é feto e pessoa humana é pessoa humana. O direito penal protege a vida humana. Quando se fala em direitos da pessoa humana, isso significa direitos do indivíduo. No caso do anencéfalo não há indivíduo pessoa. Não há tutela penal nesse caso. A mãe já é pessoa. O feto anencéfalo é uma expectativa de pessoa. Feto natimorto não se equipara ao feto saudável.[13: Voto do Ministro Marcos Aurélio- Jus Brasil - https://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/121928488/aborto-anencefalico-nao-e-crime-decide-o-stf - acesso em 01/12/2017 às 21h04. ]
Se o feto saudável está sujeito à ponderação frente aos direitos da mulher (caso do aborto humanitário), com mais razão pode-se afirmar isso em relação ao feto anencefálico (que é um natimorto cerebral). É inconstitucional a interpretação no sentido de que haveria crime no caso do aborto anencefálico.
CONCLUSÃO
Percebe-se nesta pesquisa que a interrupção da gravidez, mais especificamente quando se tratar de feto portador da anencefalia retornou ao cenário nacional de discussões com a divulgação na mídia de uma Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF nº54/8 DF), ajuizada perante o Supremo Tribunal Federal (STF) pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde, ficando em vigor por quatro meses. Decisão essa considerada inconstitucional, por ferir o art. 5º da Lei Suprema, que considera inviolável o direito à vida, além disso, viola o art. 4º do Pacto São José, tratado internacional sobre direitos fundamentais a que o Brasil aderiu, e que declara que a vida começa na concepção.
No decorrer dessa pesquisa, buscou-se apresentar que existe posicionamento tentando criar uma nova excludente de ilicitude para quando se deparar com uma gravidez de feto anencefálico. A pretensão se trata de legalizar o aborto seletivo que é caracterizado pela interrupção de gestação de feto com má formação congênita que o torna incompatível com a vida extrauterina, mas no decorrer da demanda, pode-se perceber que o suscitado aborto não deixa de ser tipificado como crime.
O feto anencefálico é possuidor do direito à vida, pois todo produto gerado no ventre de uma mulher é um ser humano, não é a viabilidade ou potencialidade de vida que o tornam um feto mais ou menos digno da proteção do Estado e da aquisição de direitos.
Diante do conflito de interesses entre o direito à vida, assegurado ao anencéfalo, e os direitos da gestante, devem prevalecer o primeiro, uma vez que, o direito à vida, previsto no art. 5º da Constituição Federal do Brasil, antecede todos os outros, não podendo ser minimizado por um direito subjetivo da mãe que deseja abortar.
No que tange ao aborto de feto anencéfalo, ou seja, à antecipação do parto perante o Código Penal Brasileiro, o mesmo é inconstitucional, não havendo previsão legal para realizá-lo. Sendo assim, o aborto de feto anencéfalo não deve ser legalizado por ferir o direito à vida, direito este previsto na Constituição Federal do Brasil, em seu art. 5º, sendo considerado pela maioria da doutrina como um bem maior, não podendo dela dispor, por ser irrenunciável e inviolável.
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