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Prática Simulada IV - Semana 02

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE ___ DO ESTADO ___
 ANTÔNIA MOREIRA SOARES, casada, médica, portadora da carteira de identidade..., inscrita no CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliada em..., vem por sua advogada, com endereço profissional na..., bairro..., cidade..., Estado..., que indica para os fins do artigo 77, inciso V do CPC, com fundamento no artigo 305 e seguintes do CPC, propor:
AÇÃO DE DIVÓRCIO COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR
pelo rito comum, em face de PEDRO SOARES, casado, dentista, portador da carteira de identidade..., inscrito no CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado em..., pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos: 
I. DOS FATOS
 A autora é casada com o réu há 30 (trinta) anos e, na constância do casamento, tiveram dois filhos, ambos maiores e capazes, bem como constituíram um vasto patrimônio. Ocorre que a autora descobruiu que seu marido, ora réu, possui relacionamento extraconjugal, motivo pelo qual resolveu se divorciar.
 Entretanto, o réu, para se eximir em partilhar os bens adquiridos na constância do casamento, possui intenção de doar seus dois automóveis, marca Toyota, modelo SW4 e Corolla, para sua irmã, bem como vem efetuando sussecivos saques em uma das contas conjuntas do casal, fato comprovado pela autora junto ao banco ao qual as partes possuem conta, conforme documento de fls...
II. DA NÃO OPÇÃO DO AUTOR PELA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
 A autora vem, por meio desta, informar seu desinteresse na realização da audiência de conciliação, conforme disposto no artigo 334 do CPC, tendo em vista a impossibilidade de conciliação entre as partes.
III. DA TUTELA DE URGÊNCIA 
 O fato de as partes terem adquirido os dois veículos automotores durante a vigência do casamento, conforme documento de fls..., torna notório o direito da Autora perante tais bens, devendo os mesmos se comunicarem entre as partes, caracterizando, assim, o fumus boni iuris.
Ocorre que o réu pretende dilapidar tal patrimônio do casal para que este não venha a ser partilhado com a Autora ao final da dissolução do matrimônio, além de efetuar sucessivos saques em uma de suas contas conjuntas, restando caracterizado assim, diante de tal conduta, o periculum in mora, tendo em vista que ao final da presente demanda há grande possibilidade de já não mais haver patrimônio a ser partilhado entre as partes.
Logo, de acordo com o artigo 300 do Código de Processo Civil, quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, elementos estes presentes nesta lide, deve a tutela de urgência ser concedida. 
 Assim, com base no artigo 301 do Código de Processo Civil, a autora requer que a tutela de urgência seja efetivada mediante o sequestro de bens, que é a apreensão cautelar de bens do devedor, ora Réu, do qual pende litígio, com a finalidade de garantir futura execução por quantia certa.
 
IV. DOS FUNDAMENTOS
 
 O regime da comunhão parcial de bens, regime adotado pelas partes a seu matrimônio, é caracterizado pela comunicação dos bens que sobrevierem ao casal na constância do casamento. Assim, é notório observar que os dois automóveis que o Réu pretende doar para que estes não venham a entrar na partilha, conforme documentos acostado às fls..., foram adquiridos durante a constância do casamento.
Assim, devem os mesmos constarem na partilha para que possam ser devidamente dividos entre as partes, uma vez que a Autora também possui direito sobre os mesmos, conforme artigo 1.658, CC.
Diante da conduta do Réu, de manter relacionamento extraconjugal, resta claro observar que o mesmo violou um dos deveres impostos pelo Código Civil aos cônjuges, qual seja, fidelidade recíproca, conforme artigo 1.566, I. Ademais, o Réu também efetuou saques reiterados em uma das contas do casal, sem a anuência da Autora, ou seja, quebrando totalmente a confiança que deve existir entre marido e mulher para que o casamento seja saudável e duradouro, violando, assim, mais um dos deveres impostos pelo Código Civil aos cônjuges, qual seja, respeito e consideração mútuos, de acordo com o artigo 1.566, V. 
 Desta forma, diante do conhecimento da Autora sobre os fatos supracitados, resta caracterizada a impossibilidade da comunhão de vida entre as partes, em razão do adultério e da conduta desonrosa, ambos praticados pelo Réu, de acordo com o artigo 1.573, I e VI, CC, confirmando, assim, tamanha necessidade do divórcio entre as partes da demanda.
Deste modo, conforme artigo 5° da Lei 6.515/77, a Autora, por sua advogada, propôs a presente ação com vistas a obter seu divórcio, tendo em vista que a vida em comum do casal tornou-se isuportável, em razão das graves violações dos deveres do casal cometidas pelo Réu, requerendo, portanto, a dissolução da sociedade conjugal, conforme artigo 2° do mesmo Diploma Legal. 
 Assim entende o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, que, ao julgar o feito de n° 328140 SC 2006.032814-0, em 23 de fevereiro de 2010, entendeu ser procedente o pedido de divórcio mediante a comprovação da insuportabilidade da vida em comum, razão da coduta desonrosa praticada por um dos cônjuges. 
 Bem como também é o entendimento do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Distrito Federal, que, ao julgar o recurso de apelação n° 1181708320058070001 DF 0118170-83.2005.807.0001, entendeu ser procedente o pedido de dissolução da sociedade conjugal mediante a comprovação de relacionamento extraconjugal praticado pelo cônjuge homem.
 Desta forma, não restou alternativa a Autora, senão a propositura da presente demanda.
 
 
V. DOS PEDIDOS 
Pelo exposto requer: 
a) que não seja realizada a audiência de conciliação do art. 334, CPC, tendo em vista a impossibilidade de conciliação entre as partes;
b) que seja concedida liminar inaudita altera parte com o consequente sequestro dos bens do casal; 
c) que seja julgado procedente o pedido para decretar o divórcio das partes com a consequente partilha dos bens; 
d) que seja o Réu condenado ao pagamento das custas judiciais e honorários advocatícios, em 20% sob o valor da condenação. 
VI. DAS PROVAS 
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, conforme disposto no artigo 369 do CPC.
VI. DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se à causa o valor de R$... 
Nestes termos, 
Pede deferimento.
Local, Data.
Advogado... OAB/UF nº...

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