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Guia Experimental de fotometria revisão 2011

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Centro de Engenharia Elétrica e Informática 
Unidade Acadêmica de Engenharia Elétrica 
Grupo de Sistemas Elétricos 
Laboratório de Alta Tensão 
 
 
 
 
 
 
 
 
LABORATÓRIO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 
 
Guia experimental de Fotometria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autoria: 
Edson Guedes da Costa 
Vicente Delgado Moreira 
 
Revisão de agosto de 2008: 
Tarso Vilela Ferreira 
 
Revisão de fevereiro de 2011: 
George Rossany Soares de Lira 
 2
1. Objetivos 
 
 Pretende-se com o experimento entender os princípios gerais da iluminação. Além 
disso, deseja-se traçar curvas de isolux, construir curva fotométrica de um projetor 
e fazer um projeto de iluminação a partir de uma curva fotométrica. 
 
 
2. Princípios Gerais 
 
 O grupo de radiações compreendidas entre os comprimentos de onda de 380 e 760 
nm é especialmente para o estudo da iluminação. Estas radiações são capazes de 
estimular a retina do olho humano produzindo a sensação luminosa. O espectro visível 
está limitado em um dos extremos pelas radiações infravermelhas (de maior comprimento 
de onda), e no outro extremo pelas radiações ultravioletas (de menor comprimento de 
onda). Os diferentes comprimentos de onda das radiações estão ligados à impressão de 
cor, conforme mostrado na Fig. 1. 
 
 
Figura 1. Espectro eletromagnético. 
 
 
3. Grandezas e Unidades Utilizadas em Iluminação 
 
 As definições aqui apresentadas estão de acordo com a ABNT (Associação 
Brasileira de Normas Técnicas). 
 
 
3.1. Intensidade Luminosa 
 
 A intensidade luminosa é o limite da relação entre o fluxo luminoso em um 
ângulo sólido em torno de uma direção dada, e o valor desse ângulo sólido, quando o 
ângulo sólido tende para zero. A unidade de intensidade luminosa é a candela (cd). A 
Fig. 2 mostra uma fonte puntiforme iluminando um ângulo sólido. 
 
 Figura 2. Fonte luminosa puntiforme iluminando um ângulo sólido. 
 3
 
 Pode-se entender mais claramente a definição de intensidade luminosa como sendo 
a potência da radiação luminosa numa dada direção. A intensidade luminosa pode ser 
calculada por: 
dw
dI  , em que d é o fluxo luminoso e dw é o ângulo sólido. 
 
 
3.2. Curva Fotométrica (ou Curva de Distribuição Luminosa) 
 
 Segundo a ABNT, uma curva fotométrica representa a variação da intensidade 
luminosa de uma fonte segundo um plano passando pelo centro, em função da direção. 
Uma representação espacial torna-se difícil de ser visualizada, assim, adotam-se 
projeções das superfícies fotométricas sobre um plano. Trata-se de um diagrama polar 
no qual se considera a lâmpada ou luminária reduzida a um ponto no centro do diagrama 
e se representa a intensidade luminosa nas várias direções por vetores. A curva 
obtida ligando-se as extremidades desses vetores é a curva de distribuição luminosa. 
Costuma-se na representação polar, referir os valores de intensidade luminosa 
constantes a um fluxo de 1000 lumens. Exemplos de curvas fotométricas podem ser 
vistos na Fig. 3. 
 
(a) (b) 
Figura 3. (a) Curvas Fotométricas Horizontais e Verticais; (b) Curva Fotométrica 
Vertical de uma Lâmpada de Vapor de Mercúrio de Cor Corrigida de 250W (Moreira, 
2001). 
 
 Outra maneira de representar por curvas uma superfície de igual intensidade 
luminosa é utilizando o Diagrama de Isocandelas, definidos como a linha traçada num 
plano e referida a um sistema de coordenadas que permita representar direções no 
espaço em torno de um ponto luminso ligando pontos do espaço em que as intensidades 
luminosas são iguais (ABNT). 
 
 
3.3. Fluxo Luminoso 
 
 O fluxo luminoso é a grandeza característica de um fluxo energético, exprimindo 
sua aptidão de produzir uma sensação luminosa no ser humano através do estímulo da 
retina ocular. A unidade de fluxo luminoso é o lúmen [lm]. O fluxo luminoso é 
definido como o fluxo emitido por uma fonte luminosa puntiforme de intensidade 
invariável e igual a uma candela, de mesmo valor em todas as direções, no interior de 
um ângulo sólido igual a um esterradiano1. Na prática, não existe fonte puntiforme, 
porém, quando o diâmetro da fonte for menor que 20% da distância que a separa do 
ponto onde se considera seu efeito, a fonte pode ser considerada puntiforme. As 
lâmpadas conforme seu tipo e potência apresentam fluxos luminosos diversos: 
 
◘ Lâmpada incandescente de 100 W: 1000 lm; 
 
1 Definições complementares em http://pt.wikipedia.org/wiki/Esferorradiano 
 4
◘ Lâmpada fluorescente de 40 W: 1700 a 3250 lm; 
◘ Lâmpada vapor de mercúrio 250 W: 12.700 lm; 
◘ Lâmpada multi-vapor metálico de 250 W: 17.000 lm. 
 
 
3.4. Eficiência Luminosa 
 
 A eficiência luminosa de uma fonte é a relação entre o fluxo luminoso total 
emitido pela fonte e a potência por ela consumida. A unidade de eficiência luminosa é 
o lúmen por Watt [lm/W]. Exemplos: 
 
◘ Lâmpada incandescente de 100 W: 10 lm/W; 
◘ Lâmpada fluorescente de 40 W: 42,5 lm/W a 81,5 lm/W; 
◘ Lâmpada vapor de mercúrio de 250 W: 50 lm/W. 
 
 
3.5. Iluminamento (ou Iluminância) 
 
 Define-se por iluminamento a razão entre o fluxo luminoso incidente por unidade 
de área iluminada, ou seja, é a densidade de fluxo luminoso na superfície sobre a 
qual este incide. A unidade é o Lux [lux], definido como o iluminamento de uma 
superfície de 1 m2 recebendo de uma fonte puntiforme a 1 m de distância, na direção 
normal, um fluxo luminoso de 1 lúmen, uniformemente distribuído. A Fig. 4 mostra o 
fluxo luminoso de 1 lúmem irradiado num ângulo sólido de 1 esterorradiano. 
 
 Figura 4. Fluxo de 1 lm Irradiado num Ângulo Sólido de 1 sr (Moreira, 2001). 
 
Exemplos de valores típicos de iluminamento: 
 
◘ Dia ensolarado de verão em local aberto 100.000 lux; 
◘ Dia encoberto de verão 20.000 lux; 
◘ Dia escuro de inverno 3.000 lux; 
◘ Boa iluminação de rua 20 a 40 lux; 
◘ Noite de lua cheia  0,25 lux; 
◘ Luz de estrelas 0,01 lux. 
 
 
3.6. Diagrama de Isolux 
 
 Uma curva de isolux é uma linha traçada em um plano, referida a um sistema de 
coordenadas apropriadas, ligando pontos de uma mesma superfície que têm iluminamento 
igual. Um diagrama de isolux é um conjunto de curvas de isolux. A Fig. 5 exibe um 
diagrama de isolux. 
 
 5
 Figura 5. Diagrama Isolux de uma Luminária para Iluminação Pública (Moreira, 1976). 
 
 
3.7. Índice de Reprodução de Cor (IRC) 
 
 O IRC é o valor percentual médio relativo à sensação de reprodução de cor, 
baseado em uma série de cores padrões. Para indicar de forma consistente as 
propriedades de reprodução de cor de uma fonte de luz, idealizou-se um índice de 
reprodução de cores padrões sob diferentes iluminantes. Um IRC em torno de 60 pode 
ser considerado razoável, 80 é bom e 90 é excelente (Luz, 2008). A exigência do grau 
de IRC depende da aplicação: uma via pública está adequadamente iluminada com um IRC 
de 60, utilizando lâmpadas de vapor cuja luz apresenta-se amarelada. Todavia, uma 
loja de roupas deve ter IRC acima de 80, uma vez que as cores dos produtos devem ser 
reproduzidas de maneira fidedigna. 
 
 
3.8. Temperatura de Cor 
 
 Segundo a Lei de Planck, um objeto muda de coloração em função de sua 
temperatura. Uma peça de ferro não polido tem cor escura na temperatura ambiente, mas 
será vermelha a 800 K, amarelada em 3.000 K, branca azulada em 5.000 K. Sua cor será 
cada vez mais clara até atingir seu ponto de fusão. Pode-se então, estabelecer uma 
correlação entre a temperatura de uma fonte luminosa e sua cor, cuja energia do 
espectro varia segundo a temperatura de seu ponto de fusão.Uma lâmpada incandescente 
opera com temperaturas entre 2.700 K e 3.100 K, dependendo do tipo de lâmpada a ser 
escolhido. 
 A escolha de um determinado tipo de lâmpada deve basear-se na temperatura da 
cor e no IRC. É consensual que cores quentes vão até 3.000K, as cores neutras 
situam-se entre 3.000 K e 4.000 K, e as cores frias acima deste último valor. Cores 
quentes são empregadas quando se deseja uma atmosfera íntima, sociável, pessoal e 
exclusiva (residências, bares, restaurantes); as cores frias são usadas quando a 
atmosfera deva ser formal, precisa, limpa (escritórios, recintos de fábricas, salas 
de cirurgia). Seguindo esta mesma linha de raciocínio, conclui-se que uma iluminação 
usando cores quentes realça os vermelhos e seus derivados; ao passo que as cores 
frias, os azuis e seus derivados próximos. As cores neutras ficam entre as duas e 
são, em geral, empregadas em ambientes comerciais. 
 
 
4. Leis do Iluminamento Produzido por uma Fonte Puntiforme 
 
 Deseja-se calcular o iluminamento causado por uma fonte pontual num elemento de 
área dS , cuja localização relativa à fonte é dada pela Fig. 6. 
 6
 
Figura 6. Fonte puntiforme iluminando uma área elementar no plano P (Moreira, 1976). 
 
O ângulo sólido subentendido por dS , de vértice em L , será: 
 
 2
cos
d
dSdw  . (1) 
 
Sabe-se também que intensidade luminosa é dada por 
 
 
dw
dI  , ou ainda, dwId  . (2) 
 
Substituindo (1) em (2), temos: 
 
 2
cos
d
dSId   . (3) 
 
O iluminamento, por sua vez, é matematicamente definido por: 
 
 
dS
dE  . (4) 
 
Finalmente, substituindo (3) em (4): 
 
 
 2
cos
d
IE  (5) 
 
 O resultado obtido resume as três leis do iluminamento proporcionado por uma 
fonte puntiforme em um ponto de uma superfície: 
 
a. o iluminamento varia na razão direta da intensidade luminosa na direção do 
ponto considerado; 
b. o iluminamento varia na razão inversa do quadrado da distância da fonte ao 
ponto iluminado e 
c. o iluminamento varia proporcionalmente ao co-seno do ângulo formado pela normal 
à superfície no ponto considerado e pela direção do raio luminoso que incide 
sobre o mesmo. 
 
 
 7
5. Noções de Fotometria 
 
 A fotometria consiste de uma série de métodos e processos de medida das 
grandezas luminosas. Os fotômetros são equipamentos utilizados nas medições de 
iluminação e seus primeiros modelos eram aparelhos comparadores, que avaliavam uma 
grandeza óptica mediante a utilização de um padrão. Os fotômetros atuais são 
fotoelétricos, a exemplo do luxímetro. 
 O elemento principal de um fotômetro atual é a célula fotoelétrica, dispositivo 
capaz de transformar as variações de fluxo luminoso em variações de grandezas 
elétricas. Os princípios básicos de funcionamento são três: fotoemissão, efeito 
fotovoltaico e fotocondução. 
 A fotoemissão consiste na remoção, a frio, de elétrons da superfície de um 
sólido. A remoção é causada pela incidência de energia luminosa ou outro tipo de 
energia eletromagnética. A célula fotoemissiva consta de um cátodo frio e de um 
ânodo. O cátodo é recoberto de material fotoemissivo, que pela incidência de luz, 
emite elétrons. Os elétrons são atraídos pelo ânodo, quando ele estiver polarizado 
por uma fonte CC. A circulação de corrente pode ser monitorada para dar informação 
sobre a intensidade luminosa incidente. 
 Quando um de dois eletrodos imersos em um eletrólito é iluminado, uma diferença 
de potencial aparece entre os eletrodos. As células fotovoltaicas transformam 
diretamente a energia radiante incidente em energia elétrica, não necessitando de 
baterias ou de fontes de polarização. 
 A fotocondução consiste na alteração da resistividade elétrica de um sólido 
pela incidência da luz. Os dispositivos fotocondutores empregam semicondutores, que 
podem ser fotoresistivos ou de fotojunção. O LDR (light dependent resistor) ou 
resistor dependente da luz é um dispositivo fotoresistivo que pode ser utilizado na 
construção de fotômetros. Os fotodiodos são exemplos de dispositivos de fotojunção. 
 
(a) (b) 
Figura 7. (a) Célula Fotoemissiva; 
(b) Célula Fotovoltaica: (1) Contato Elétrico Frontal; 
(2) Material Fotosensível; (3) Placa-base (Moreira, 2001). 
 
Existem alguns cuidados que devem ser tomados quando se utilizam fotômetros. A 
corrente gerada por uma fotocélula varia com a temperatura. Por isso, os luxímetros 
deverão ser utilizados nas temperaturas para as quais foram aferidos. Além disso, os 
luxímetros de boa qualidade deverão ser dotados de filtros para adequar a sua 
sensibilidade espectral. Finalmente, os luxímetros deverão ter uma correção para os 
diversos ângulos de incidência da luz. 
 
 
5.1. Medição de Iluminamentos 
 
 Quando se deseja conhecer os níveis de iluminamento de um ambiente, utilizam-se 
fotômetros calibrados em lux (luxímetros) para realizar as medições. O medidor deverá 
deslocar-se no plano de trabalho. O luxímetro deverá ser do tipo cor e co-seno 
corrigidos, que leva em consideração a sensibilidade espectral e o ângulo de 
incidência do feixe luminoso. A Fig. 8(a) mostra curvas de resposta espectral usadas 
para correção de cor em luxímetros. A Fig. 8(b) mostra um artifício para a correção 
do co-seno em uma célula fotoelétrica. 
 
 
 8
 
(a) 
 
(b) 
Figura 8. (a) Curva de Resposta Espectral de um Fotoresistor Típico: 
(1) Fotoresistor; (2) Curva Internacional de Luminosidade Espectral Relativa 
(b) Princípio Básico da Correção do Co-seno em uma Célula Fotoelétrica: 
(a) Incidência Normal; (b) Incidência Oblíqua (Moreira, 2001). 
 
 A norma brasileira prescreve os níveis de iluminamento indicados na Tabela 1, 
para alguns ambientes. 
 Para uma perfeita medição de iluminamentos deve ser utilizada um equipamento 
chamado banco óptico. A Fig. 9 mostra um banco óptico. 
 
Tabela 1 - Níveis de Iluminamento 
para alguns ambientes. 
Área Atividade Iluminação (lux)
Indústria 
Trabalho pesado 
Máquinas operatrizes 
Trabalho de precisão 
Trabalho fino 
250-500 
250-500 
500-1000 
1000-2000 
Comercial 
Escritórios 
Datilografia 
Computadores 
Desenho 
500-1000 
500-1000 
500-1000 
1000-2000 
Escolas 
Salas de aula 
Laboratórios 
Bibliotecas 
250-500 
250-500 
250-500 
 
 
Fig. 9. Banco Óptico (Moreira, 2001). 
 
 
 
5.2. Medição de Iluminamento de Interiores 
 
 Um dos métodos para medição de iluminamento de interiores consiste na divisão 
da superfície em pequenas áreas elementares, nas quais se medem os iluminamentos. Em 
seguida, pode-se calcular o iluminamento médio ou traçar as curvas de isolux do 
recinto. 
 Um dos processos mais simples e utilizável em áreas regulares e que conduz a 
resultados com erros inferiores a 10% é o recomendado pela ABNT NBR 5382, de 1985 e 
Illuminating Engineering Society. O processo é descrito a seguir: 
 
Primeiro caso. Área com luminárias individuais dispostas simetricamente em duas ou 
mais fileiras, como pode ser visto na Fig. 10. 
 O luxímetro deve ser colocado nos pontos indicados na Fig. 10 e selecionados 
conforme as instruções abaixo: 
 
 9
a. Em oito pontos “r”, escolhidos em áreas elementares aproximadamente no centro 
da sala e tendo em vista a posição das luminárias; as luminárias são 
representadas por círculos brancos e os pontos de medição por círculos pequenos 
e pretos; 
b. Em quatro pontos “q”, sendo dois em cada uma das áreas elementares 
aproximadamente centrais dos lados da sala; 
c. Em quatro pontos “t” , sendo dois em cada uma das áreas elementares 
aproximadamente centrais dos outros dois lados da sala; 
d. Em dois pontos “p”, centros das duas áreas elementares situadas em cantos 
opostos da sala. 
 
 Figura 10. Posições de medições de nível de iluminamento – Primeiro caso. 
 
O iluminamento médio para o primeiro caso deverá ser calculado pela equação: 
 
 
MN
PMTNQMNRL 
 )1()1()1()1( (6) 
 
em que R é a média dos iluminamentos (lux) medidos nos pontos “r” (oito medições); N, 
o número de luminárias por fila; M, o número de filas de luminárias;Q, a média dos 
iluminamentos dos quatros pontos “q”; T, a média dos iluminamentos dos quatros pontos 
“t”; e P, a média dos iluminamentos dos dois pontos “p”. 
 
Segundo caso. Área com uma única fila de luminárias individuais dispostas 
simetricamente em duas ou mais fileiras, como pode ser visto na Fig. 11. O luxímetro 
deverá ser colocado nas seguintes posições: 
 
a. Em oito pontos “q” sendo dois em cada uma das quatro áreas elementares 
quaisquer, tomadas duas da cada lado da fila; 
b. Em dois pontos “p”, centro das duas áreas elementares situadas em opostos da 
sala. 
 
 
Fig. 11 – Posições de medições de nível de iluminamento – Segundo caso. 
 
O iluminamento médio será dado por: 
 
 
N
PNQL  )1( (7) 
 
em que, N, é o número de luminárias; Q é a média dos iluminamentos dos oito pontos 
“q”; e P, a média dos iluminamentos dos oito pontos “p”. 
 10
 
Terceiro caso. Área com luminária única, como pode ser visto na Fig. 12(a). O 
luxímetro deverá ser colocado nos quatro pontos “p”. O iluminamento médio será a 
média das quatro leituras. 
 
Quarto caso. Área com duas ou mais filas contínuas de luminárias, como pode ser visto 
na Fig. 12(b). O luxímetro deverá ser colocado: 
 
a. Em quatro pontos “r” quaisquer, situados aproximadamente no centro da sala; 
b. Em dois pontos “q”, situados um em cada centro das partes laterais da sala; 
c. Em quatro pontos “t”, sendo dois em cada uma das áreas elementares 
aproximadamente centrais dos outros dois lados da sala; 
d. Em dois pontos “p”, centro das duas áreas elementares situadas em cantos 
opostos da sala. 
 
O iluminamento médio para o quarto caso deverá ser calculado pela fórmula: 
 
 
)1(
)1()1(


NM
PMTNQMNRL (8) 
 
em que, R é a média dos iluminamentos medidos nos quatro pontos “r”; N, o número de 
luminárias por fila; M, o número de filas; Q, a média dos iluminamentos medidos nos 
dois pontos “q”; T, a média dos iluminamentos medidos nos dois pontos “t”; e P, a 
média dos iluminamentos medidos nos pontos “p”. 
 
 (a) 
(b) 
Figura 12. (a) Posições de medições de nível de iluminamento – Terceiro caso; 
(b) Posições de medições de nível de iluminamento – Quarto caso. 
 
Quinto caso. Área regular com uma fila contínua de luminárias, como pode ser visto na 
Fig. 13. A sala deve ser dividida em quatro partes iguais e o luxímetro deverá ser 
colocado nas seguintes posições: 
 
a. Em seis pontos “q” (três de cada lado) opostos dois a dois e situados na linha 
imaginária da divisão feita anteriormente; 
b. Em dois pontos “p”, centro de duas áreas situadas em cantos opostos da sala. 
 
 
 Fig. 13 – Posições de medições de nível de iluminamento – Quinto caso. 
 11
 
O iluminamento médio para o quinto caso deverá ser calculado pela equação: 
 
 
)1( 

N
PNQL (9) 
 
em que, N é o número de luminárias por fila; Q, a média dos iluminamentos medidos nos 
seis pontos “q”; e P, a média dos iluminamentos medidos dos dois pontos “p”. 
 
 
5.3. Método Ponto a Ponto para Cálculo de Iluminamento 
 
 O método ponto a ponto para cálculo de iluminamento por projetores consiste em 
obter o iluminamento em um ponto, a partir do iluminamento de cada projetor 
individualmente. Utiliza-se para tal a Lei de Lambert 
 
 2
cos
d
IE  , (10) 
 
de acordo com a Fig. 14: 
 
 
Figura 14. Iluminação de uma Superfície Vertical por um Projetor. MN = Normal ao 
Plano; P = Projetor de Facho Luminoso Simétrico em Relação ao Eixo; I = Intensidade 
luminosa Irradiada pelo Projetor em Direção ao Ponto M; D = Distância Horizontal 
entre o Projetor e o Plano Vertical que Contém M; H = Altura do Ponto M em Relação ao 
Projetor; L = Distância Horizontal entre P e a Normal ao Ponto M (Moreira, 1976). 
 
 Nas condições supracitadas, a Lei de Lambert torna-se: 
 
 
)(
cos
222 LDH
IE 
  , (11) 
 
ou ainda: 
 2/3222 )( LDH
DIE 
 . (12) 
 
 O algoritmo para cálculo de iluminamentos utilizando o método ponto a ponto se 
desenvolve da seguinte maneira: 
 
a. Considera-se um ponto para qualquer; 
b. Calcula-se o ângulo entre a direção do feixe principal do projetor (foco) e o 
ponto considerado; 
c. Da curva fotométrica do projetor, obtém-se a intensidade luminosa do feixe com 
o ângulo determinado anteriormente. Esta intensidade luminosa é referente à 
 12
inclinação do feixe com relação ao eixo principal do projetor; 
d. Calculam-se as distâncias nas direções H, D e L com relação à posição do 
projetor; 
e. Determina-se o iluminamento no ponto considerado devido ao projetor 
aplicando-se a Lei de Lambert e 
f. Aplicam-se os procedimentos anteriores para os demais refletores em todos os 
pontos onde se deseja calcular o iluminamento. 
 
 
 
6. Roteiro Experimental 
 
6.1. Medição do Nível de Iluminamento de um Ambiente Interior 
 
O procedimento básico para a medição de iluminamento é: 
 
a. Verifique se o luxímetro está requerendo troca de bateria através do indicador 
no display; 
b. Divida a sala estudada em áreas quadradas de no máximo 0,50 m e meça de forma 
adequada o iluminamento indicado pelo professor ou monitor; 
c. Aplique as recomendações da ABNT estudadas na Seção 5.2 e meça de forma 
adequada o iluminamento indicado pelo professor ou monitor, se for necessário; 
d. Use um croqui da sala e anote nele os valores dos iluminamentos obedecendo às 
recomendações da ABNT; 
e. Faça as suas observações sobre as condições do recinto indicado para medição. 
 
 
6.2. Medição de Intensidade Luminosa de um Projetor 
 
O procedimento sugerido para a medição de iluminamento do projetor é: 
 
a. Coloque o arranjo projetor-lâmpada posicionado sobre um plano horizontal; 
b. Trace um semicírculo na frente da iluminação com raio de 1,5 m; 
c. Proceda a medição do iluminamento com o auxílio do luxímetro, sobre o 
semicírculo traçado, à altura do eixo longitudinal do arranjo projetor-lâmpada; 
d. Meça os iluminamentos em pontos espaçados de 10°, a partir do ângulo de 5°. 
Observe a Fig. 15 para melhor compreensão; 
e. Gire o projetor de 90° em relação ao seu eixo longitudinal; 
f. Repita as medições de iluminamento seguindo o procedimento sugerido 
anteriormente. Anote os dados da lâmpada. 
 
 
Figura 15. Medição de Iluminamento de um Arranjo Projetor-Lâmpada 
sobre um Semicírculo no Plano Horizontal do Eixo do Arranjo. 
 
 
 
 13
7. Relatório 
 
7.1. Acerca das medições realizadas na Seção 6.1, pede-se: 
 
a. Calcular o iluminamento seguindo as recomendações da ABNT 
b. Verificar se o valor encontrado condiz com as recomendações da norma. 
c. Faça a média com todos os pontos medidos e compare o valor obtido com o 
resultado atingido utilizando-se a norma. 
d. Utilize software já disponível2 ou escreva uma rotina para o cálculo e desenho 
das curvas isolux. 
e. Fazendo uso da ferramenta empregada no item “d”, simule uma configuração de 
luminárias que atenda às exigências da norma da ABNT. Sinta-se livre para 
modificar lâmpadas, luminárias, ou ambas. Como resultado, exponha as curvas 
isolux da simulação. 
f. Indique na Bibliografia as normas e o software utilizado, ou anexe a rotina 
utilizada para o cálculo e desenho. 
 
 
7.2. Acerca das medições realizadas na Seção 6.2, pede-se: 
 
a. Trace as curvas fotométricas do projetor utilizado no experimento, referidas a 
1000 lm para a lâmpada utilizada. (Valor da questão 1,0 ponto). 
 
 
7.3. Calcule o iluminamento produzido em dois pontos da fachada vertical lisa 
representada na Fig. 16, quando iluminada por três projetores de iguais, cuja curva 
fotométrica foi calculada no item 7.2. Os pontos para o cálculo deverão corresponder 
a duas letras diferentes dentre as que constam no seu nome, que não deverão guardar 
simetria de iluminamento. O métodoutilizado deverá ser o ponto por ponto. Os 
projetores são dotados de lâmpadas de 15 klm, e estão montados ao nível do solo, 
apontados para os pontos T1, T2 e T3. 
 
Figura 16. Diagrama esquemático para o item 7.3. 
 
7.4. Nesta questão, propõe-se que o aluno realize o projeto de iluminação utilizando 
o software DIALux®. 
 Escolha um tema de ambientação: comercial, industrial ou residencial3. Neste 
contexto, construa um ambiente no DIALux®, incluindo nele as pessoas, móveis, 
texturas e demais elementos que podem ter impacto no resultado do iluminamento. 
Justifique o uso das luminárias e lâmpadas (potência, rendimento, IRC, etc.), bem 
 
2 Visite [ http://www.dial.de/ ] para baixar o software gratuito DIALux® e seu manual. 
3 Exemplos: sala de estar, quarto, sala de aula, restaurante, ateliê, quadra desportiva, praça, avenida, 
monumento, sala de cirurgia, etc. 
 14
como sua disposição. Certifique-se de que seu projeto satisfaz as exigências da 
norma. Caso tenha dúvidas que não estejam esclarecidas no manual do software, 
consulte o professor ou o monitor da disciplina. O ambiente pode ser fictício. 
 A complexidade do ambiente, a completeza do relatório elaborado (excetuando-se, 
claro, os relatórios automaticamente emitidos pelo DIALux®) e a segurança do aluno no 
momento da defesa terão impacto majoritário na avaliação da questão. 
(Valor da questão 3,0 pontos. O melhor projeto dentre os apresentados terá nota 
máxima, e os demais serão avaliados tendo-o como referência). 
 
7.5. Que tipos de lâmpadas você escolheria para os ambientes abaixo? Justifique sua 
resposta. 
 
a. Escritório; 
b. Sala de TV; 
c. Cubículo de conexões de uma central telefônica; 
d. Loteamento residencial (iluminação pública); 
e. Quadra de esportes. 
 
 
Bibliografia 
 
Arruda, Paulo Ribeiro de - Iluminação e instalações elétricas (Domiciliares e 
Industriais). Livraria Luso - Espanhola e Brasileira, 196X. 
 
Marco, Adolfo Di - Luz, Fotometria y Luminotecnia. Editorial Hispano Americana S. A., 
1951. 
 
Moreira, Vinícius de Araújo - Iluminação e Fotometria teoria e aplicação. Editora 
Edgard Blücher Ltda., 1976. 
 
Moreira, Vinícius de Araújo - Iluminação Elétrica. Editora Edgard Blücher Ltda., 
2001. 
 
NBR 5382 – Verificação de Iluminância de Interiores – Procedimento, Abril/1985. 
 
DIALux, Manual do Usuário. 2008. [ www.dial.de ]. 
 
Luz, Jeanine Marchiori – Curso de Luminotécnica. UNICAMP, 2008. 
 
 
 
 15
 
Figura A.1. Diagrama Esquemático de 
lâmpada incandescente convencional 
(Moreira, 2001).
 
Figura A.2. Lâmpada halógena.
Anexo A – Tipos de Lâmpadas 
 
A.1. Lâmpadas Incandescentes 
 
 As lâmpadas incandescentes possuem bulbo de vidro, 
em cujo interior existe um filamento de tungstênio 
espiralado, que é levado a incandescência por efeito 
Joule. Sua oxidação é evitada pela presença de gás inerte 
ou vácuo dentro do tubo. O alto fluxo luminoso das novas 
lâmpadas incandescente é obtido com filamentos de dupla 
espiralagem feitos de tungstênio puríssimo, exigência da 
norma NBR IEC 64 (1997). 
 O bulbo pode ser incolor ou leitoso, este último 
usado para reduzir a luminância ou ofuscamento. A cor da 
luz é branco-avermelhada. Na reprodução de cores 
sobressaem as cores amarela e vermelha, ficando 
amortecidas as tonalidades verde e azul. 
 O vidro empregado na fabricação dos bulbos é 
normalmente o vidro cal, macio, de baixa temperatura de 
amolecimento. Em lâmpadas ao ar livre, são empregados 
vidros duros ou vidros-borossilicatos, que resistem ao 
choque térmico. Em lâmpadas especiais tubulares, onde o 
filamento é colocado axialmente, muito próximo ao bulbo 
são utilizados tubos de quartzo, que resistem a elevadas 
temperaturas sem ocorrer o seu amolecimento, como nas 
lâmpadas halógenas. As principais finalidades dos bulbos das lâmpadas são: 
◘ Separar o meio interno, onde opera o filamento do meio externo; 
◘ Diminuir a luminância da fonte de luz; 
◘ Modificar a composição espectral do fluxo luminoso produzido; 
◘ Alterar a distribuição fotométrica do fluxo luminoso produzido; 
◘ Finalidade decorativa. 
 Para diminuir a luminância da fonte de luz, com o que se diminui a probabilidade de 
ofuscamentos os bulbos podem ser fosqueados internamente ou pintados. O fosqueamento interno 
corresponde ao tratamento do vidro com ácido fluorídrico, ficando a parte externa do bulbo 
lisa para evitar-se a aderência de poeira. Esse fosqueamento interno absorve de 1 a 2% do 
fluxo luminoso produzido pelo filamento. A pintura branca é executada com óxido de titânio 
diminuindo também a eficiência da lâmpada. 
 As bases têm por finalidade fixar mecanicamente a lâmpada em seu suporte e completar a 
ligação elétrica ao circuito de iluminação. A maior parte das lâmpadas usa a base de rosca 
tipo Edison. Elas são designadas pela letra “E” seguida de um número que indica 
aproximadamente seu diâmetro externo em milímetros. As bases tipo baioneta são indicadas 
quando se deseja uma fixação que resista a vibrações intensas (lâmpadas para trens e 
automóveis, etc.) ou nos tipos “focalizados”, onde a fonte de luz tenha uma posição precisa 
num circuito óptico (projetores de cinema, slides, etc.). Em casos particulares, são 
utilizadas bases de desenho especial. As bases tipo baioneta são designadas pela letra “B” 
seguida de seu diâmetro em milímetros. 
 Existem ainda as bases tipo pino as quais são designadas pela letra “T”, e são as bases 
utilizadas pelas lâmpadas fluorescentes tubulares, e os número escritos após a letra, 
significam o diâmetro em milímetros. 
 Quando uma lâmpada incandescente é submetida a uma sobretensão, a temperatura de seu 
filamento, sua eficiência, potência absorvida, fluxo luminoso e corrente crescem, ao passo que 
sua vida se reduz drasticamente. 
 
 
A.2. Lâmpadas Halógenas 
 
 Lâmpadas Halógenas são lâmpadas incandescentes nas quais 
se adicionam internamente ao bulbo, elementos halógenos como o 
iodo ou bromo. Realiza-se no interior do bulbo o chamado “ciclo 
do iodo” ou “ciclo do bromo”. O tungstênio evaporado combina-se 
(em temperaturas abaixo de 1400°C) com o halogênio adicionado ao 
gás presente no bulbo. O composto formado circula dentro do 
bulbo, devido às correntes de convecção presentes, até se 
aproximar novamente do filamento e reiniciar o ciclo (evaporação 
e circulação). A reação cíclica que reconduz o tungstênio 
evaporado para o filamento permite a operação em temperaturas 
mais elevadas (aproximadamente 3200K a 3400K), obtendo-se maior 
eficiência luminosa, fluxo luminoso de maior temperatura de cor, 
ausência de depreciação do fluxo luminoso por enegrecimento do 
bulbo e dimensões reduzidas. 
 16
 
Figura A.3. Lâmpada de descargas fluorescente. (a) 
Bulbo; (b) Revestimento fluorescente; (c) Vapor onde 
ocorrerão as descargas; (d) Filamentos; (e) Terminais 
externos. (Moreira, 2001) 
 
Figura A.4. Starter 
para lâmpadas 
fluorescentes. C, 
capacitor; D, capa 
de proteção; M, 
eletrodo fixo; N, 
lâmina bimetálica 
recurvada; P, 
terminais; T, bulbo 
de vidro. (Moreira, 
2001) 
 
 Para que o ciclo do iodo ocorra, a temperatura do bulbo deve estar acima de 250°C, 
obrigando a utilização de bulbos de quartzo, o que encarece a produção e exige que a lâmpada 
funcione nas posições para a qual foi projetada. Recomenda-se os seguintes cuidados em sua 
instalação: 
◘ Não tocar o bulbo de quartzo com as mãos para evitar engordurálo; 
◘ Caso necessário, limpar as manchas com álcool; 
◘ Nas lâmpadas de maior potência, protegê-las individualmente por fusíveis pois, devido a 
suas reduzidas dimensões, no fim de sua vida, poderão ocorrer arcos elétricos internos; 
◘ Verificar a correta ventilação das bases e soquetes, pois temperaturas elevadas poderão 
danificá-los e romper a selagem da entrada dos lides; 
◘ Sóinstalar a lâmpada na posição para a qual foi projetada. 
 São lâmpadas de grande potência, mais duráveis, de melhor rendimento luminoso, menores 
dimensões e que reproduzem mais fielmente as cores, todavia, são mais caras. São utilizadas 
para iluminação de praças de esporte, pátios de armazenamento de mercadorias iluminação 
externa em geral, teatros, estúdios de TV museus, monumentos, projetores, fotocopiadoras, etc. 
 A lâmpada dicróica é uma lâmpada halógena com bulbo de quartzo, no centro de um 
refletor com espelho multifacetado numa base bipino. Possui facho de luz bem delimitado, 
homogêneo, de abertura controlada e mais frio, pelo fato de transmitir aproximadamente 65% da 
radiação infravermelha para a parte superior da lâmpada. As lâmpadas halógenas com refletor 
dicróico possuem uma luz mais branca, mais brilhante e intensa , são ótimas para fins 
decorativos, transmitem menos calor ao ambiente e possuem um facho de luz homogêneo bem 
definido. 
 
 
A.3. Lâmpadas de Descarga 
 
 Nas lâmpadas de descargas o fluxo luminoso é gerado diretamente ou indiretamente pela 
passagem da corrente elétrica através de um gás, mistura de gases ou vapores. As lâmpadas de 
descarga podem ser construídas baseadas em diversos princípios. Os mais representativos 
princípios serão abordados nas seções a seguir. 
 
 
A.3.1. Lâmpadas de descargas fluorescentes 
 
 Lâmpadas de descargas 
fluorescentes utilizam a descarga 
elétrica através de um gás para produzir 
energia luminosa. As lâmpadas 
fluorescentes tubulares consistem de um 
bulbo cilíndrico de vidro, tendo em suas 
extremidades eletrodos metálicos de 
tungstênio recobertos de óxidos que 
aumentam seu poder emissor, por onde 
circula a corrente elétrica. Em seu 
interior existe vapor de mercúrio ou 
argônio a baixa pressão e as paredes 
internas do tubo são pintadas com materiais fluorescentes conhecidos por cristais de fósforo. 
 Para as lâmpadas fluorescentes chamadas da “partida lenta”, são necessários dois 
equipamentos auxiliares: o dispositivo de partida (starter) e o reator. O starter é um 
dispositivo constituído de um pequeno tubo de vidro dentro do qual são colocados dois 
eletrodos imersos em gás inerte, responsável pela 
formação inicial do arco que permitirá estabelecer 
um contato direto entre os referidos eletrodos e 
destina-se a provocar um impulso de tensão a fim 
de deflagrar a ignição da lâmpada. 
 Existem dois tipos de reatores, o 
eletromagnético que consiste essencialmente de uma 
bobina com núcleo de ferro, ligada em série com a 
alimentação da lâmpada, o qual tem por finalidade 
provocar um aumento da tensão durante a ignição e 
uma redução na intensidade da corrente durante o 
funcionamento da lâmpada; e o reator eletrônico, 
que tem a mesma função do reator eletromagnético, 
consiste basicamente de um circuito de retificação 
e um inversor oscilante, de 16 a 50 kHz. Segundo 
os fabricantes, os reatores eletrônicos oferecem 
inúmeras vantagens em relação aos 
eletromagnéticos, a saber: menor ruído audível; menor aquecimento; menores níveis de 
interferência eletromagnética, menor consumo de energia elétrica e redução da cintilação. 
 17
Figura A.5. Circuito básico de funcionamento 
de uma lâmpada fluorescente. 
Figura A.6. Tipos de lâmpadas fluorescentes. 
(a) Fluorescente compacta integrada; (b) Fluorescentes compactas não integradas; 
(c) Fluorescente circular; (d) Fluorescentes tubulares. 
 Ao se fechar o interruptor (X), ocorre no 
starter (S) uma descarga, e o elemento bimetálico 
aquecido fecha o circuito. A corrente se estabelece 
através do starter, do reator (R) e dos eletrodos 
da lâmpada (F). Depois que a lâmina bimetálica 
recurvada toca o eletrodo fixo, os contatos do 
starter fecham-se e a descarga cessa, o que provoca 
rápido esfriamento do elemento bimetálico. 
Resfriado o contato bimetálico volta à sua posição 
original e, desta forma, abrem-se os contatos, 
cessando a corrente pelo starter. Todavia, o reator (indutor) tende a manter a corrente 
através do circuito, e expõe o gás interno à lâmpada a uma tensão suficientemente elevada para 
romper a sua rigidez dielétrica. Os elétrons, deslocando-se de um filamento a outro, esbarram 
em seu trajeto com átomos do vapor (de mercúrio ou argônio) que provocam liberação de energia 
luminosa não visível (ultravioleta e freqüências superiores). 
 As radiações em contato com a pintura fluorescente do tubo produzem radiação luminosa 
visível. A tensão final no starter é insuficiente para gerar uma nova descarga, o que faz com 
que o mesmo fique fora de serviço enquanto a lâmpada estiver acesa. 
 Como os reatores eletromagnéticos são bobinas (indutâncias), absorvem potência reativa 
da rede e podem apresentar baixo fator de potência (FP). Para melhorar o FP, o starter é 
provido de um capacitor ligado em paralelo com o elemento bimetálico. Ainda, para melhorar o 
FP e reduzir o efeito estroboscópico pode-se executar uma ligação em paralelo de duas lâmpadas 
fluorescentes, utilizando um reator duplo. Neste caso uma das lâmpadas é ligada normalmente 
com o reator e a outra em série com um reator e um capacitor de compensação constituindo um 
reator capacitivo. 
 Existem dois tipos de reatores eletromagnéticos: os comuns ou convencionais necessitam 
de starter para prover a ignição, podendo ser simples ou duplos; os reatores de partida rápida 
(eletrônicos) não necessitam de starter, podendo ser simples ou duplos. O uso de reatores 
eletrônicos permite que seja feito o ajuste de intensidade luminosa das lâmpadas 
fluorescentes. 
 Existe atualmente uma imensa gama de tipos de lâmpadas fluorescentes, desde tubulares, 
até compactas ou de formato circular, podendo o projetista optar conforme suas necessidades e 
preferências. Resumidamente pode-se citar os seguintes tipos de lâmpadas fluorescentes: 
 
a. Lâmpadas fluorescentes compactas integradas: foram desenvolvidas visando obter grande 
economia de energia através de sua instalação em lugar das incandescentes comuns. São lâmpadas 
mais eficientes, pois economizam até 80% de energia em relação às lâmpadas incandescentes, 
vida longa (> 10.000 h), ótimo índice de reprodução de cores (>80) e adaptável a base comum 
(E-27), com potências que variam de 9 a 23W. São disponíveis em várias temperaturas de cor e 
formatos de bulbo. Como são dispositivos não-lineares, podem ser origem de injeção de 
harmônicos na rede elétrica, quando utilizadas em grandes quantidades. 
 
b. Lâmpadas fluorescentes compactas não integradas: são lâmpadas de dois pinos constituídas 
por um grupo de pequenos tubos revestidos de pó fluorescente, interligados de modo a formar 
uma lâmpada com dimensões muito compactas, e reator eletromagnético acoplável. O revestimento 
das lâmpadas é feito com fósforos tricomáticos, e apresentam um IRC de 82. São lâmpadas ideais 
para serem utilizadas em luminárias de mesa, arandelas, luminárias de pedestais ou embutidas. 
 
c. Sistema fluorescente circular: composto de uma lâmpada fluorescente circular e um adaptador 
para soquetes comuns, também podendo substituir diretamente as lâmpadas incandescentes em suas 
diversas aplicações. 
 
d. Lâmpadas fluorescentes tubulares: são as tradicionais lâmpadas fluorescentes de 
comprimentos diversos que variam entre aproximadamente 40 cm, 60 cm, 120 cm e 240 cm, cuja 
potência varia de 15 W a 110 W, tonalidades de cor distintas e em dois diâmetros (26 mm e 
33,5 mm) para operação em partida rápida, convencional ou eletrônica. As lâmpadas 
fluorescentes da Série 80 apresentam IRC igual a 85, possibilitando muito boa reprodução de 
cores sendo muito utilizadas em iluminação de grandes áreas como escritórios, bancos, lojas, 
escolas, hospitais, hotéis, supermercados, etc. 
 
 18
Figura A.8. 
Lâmpada de vapor 
de sódio. 1, 
apoio superior do 
tubo de descarga; 
2 e 8, lide do 
eletrodo 
superior; 3, 
bulbo exterior;4, tubo de 
descarga de óxido 
de alumínío 
sinterizado; 5, 
camada de 
correção de cor; 
6, junta de 
dilatação; 7, 
lide do eletrodo 
inferior: 9, 
rosca Edison. 
A.3.2. Lâmpadas de luz mista 
 
 As Lâmpadas de luz mista 
constituem-se de um tubo de arco de 
vapor de mercúrio em série com um 
filamento incandescente de 
tungstênio que, além de produzir 
fluxo luminoso, funciona como 
elemento de estabilização da 
lâmpada. Reúne características da 
lâmpada incandescente, fluorescente 
e vapor de mercúrio, pois a luz do 
filamento emite luz incandescente, 
luz do tubo de descarga a vapor de 
mercúrio emite intensa luz azulada e 
a radiação invisível, em contato com 
a camada fluorescente do tubo, 
transforma-se em luz avermelhada. 
 As lâmpadas de luz mista 
dispensam o reator uma vez que o 
filamento além de produzir luz, limita a corrente de funcionamento, podendo ser ligadas 
diretamente à rede (eliminando o custo do reator e tendo FP unitário). O IRC dessas lâmpadas é 
60, e a eficiência luminosa é em torno de 25 lm/W (baixa, se comparada com a lâmpada a vapor 
de mercúrio). Além disso, existem restrições quanto a posição de funcionamento. Sua potência 
varia entre 160W a 500W. 
 
 
A.3.3. Lâmpadas de vapor de mercúrio 
 
 Lâmpadas de vapor de mercúrio 
são constituídas de um tubo de 
descarga feito de quartzo, para 
suportar elevadas temperaturas, tendo 
em cada extremidade um eletrodo 
principal, de tungstênio recoberto com 
material emissor de elétrons. 
 Quando uma tensão é aplicada à 
lâmpada, cria-se um campo elétrico 
entre o eletrodo auxiliar e o 
principal. Forma-se um arco elétrico 
entre eles provocando o aquecimento 
dos óxidos emissores, a ionização do 
gás e a formação de vapor de mercúrio. 
Depois que o meio interno tornou-se 
ionizado, a impedância equivalente do 
meio torna-se reduzida e, como a impedância do circuito de partida é elevada (devido a um 
resistor de partida), a parcela majoritária da corrente circula pelo vapor de mercúrio e 
eletrodos principais. Com o aquecimento do meio interno, a pressão dos vapores cresce, 
incrementando o fluxo luminoso. O período de partida leva alguns segundos, e a lâmpada só 
entra em regime aproximadamente 6 minutos após ligada a chave. Se a lâmpada é apagada, o 
mercúrio não pode ser re-ionizado até que a temperatura do arco seja diminuída 
suficientemente, isto leva de 3 a 10 minutos, dependendo das condições externas e da potência 
da lâmpada. 
 O IRC é de 45, a eficiência luminosa varia entre 45 a 55 lm/W, e a vida útil tem valor 
aproximado de 18.000 horas. São 
prediletas em vias públicas, fábricas, 
parques, praças, estacionamentos, etc. 
 
 
A.3.4. Lâmpadas de vapor de sódio 
 
 As lâmpadas de vapor de sódio 
produzem uma luz monocromática amarela, 
sem ofuscamento, e são apresentadas como 
a melhor solução para iluminação em 
locais onde existe névoa ou bruma. 
Lâmpadas a vapor de sódio a alta pressão 
têm um tubo de descarga de óxido de 
alumínio sinterizado, encapsulado por um 
bulbo oval de vidro. O tubo de descarga é 
preenchido por uma amálgama de sódio-
mercúrio, além de uma mistura gasosa de 
neônio e argônio, utilizada para a 
Figura A.7. Lâmpada de luz mista. 1, 
bulbo; 2, filamento de tungstênio; 3, 
tubo de arco de vapor de mercúrio; 4, 
lide para conexão elétrica do 
eletrodo superior; 5, eletrodos 
principal e de partida; 6, camada de 
correção de cor; 7, lide para conexão 
elétrica do eletrodo inferior; 8, 
rosca Edison. (Moreira, 2001) 
Figura A.8. Lâmpada de vapor de 
mercúrio. 1, Dispositivo de fixação do 
bulbo interno; 2, bulbo; 3, camada de 
fósforo; 4, lide para conexão elétrica 
do eletrodo superior; 5, bulbo de 
descarga; 6, eletrodo auxiliar de 
partida; 7, eletrodo principal; 8, 
resistor de partida; 9, rosca Edison. 
 19
Figura A.9. Exemplos de 
lâmpadas de luz negra. 
partida. 
 As lâmpadas de sódio são produzidas para substituir as lâmpadas vapor de mercúrio 
diretamente nas potências equivalentes, devendo-se observar que as luminárias não devem causar 
um excessivo aumento da tensão de arco. O IRC das lâmpadas a vapor de sódio é 23, a 
temperatura de cor é em torno de 2.000K e a vida varia em torno de 16.000 horas, necessitando 
de reator e ignitor de boa qualidade para operação e ignição confiável, não devendo ser 
utilizadas com circuitos capacitivos. São usadas em estradas, pontes, viadutos, túneis, 
aeroportos, etc. 
 
 
A.3.4. Lâmpadas de multi-vapor metálico 
 
 As lâmpadas de multi-vapor metálico são lâmpadas de vapor de mercúrio nas quais se 
introduzem outros elementos (iodetos, brometos) em seu tubo de descarga, de forma que o arco 
elétrico se realize numa atmosfera de vários vapores misturados. Obtêm-se assim maiores 
eficiências luminosas, até 90 lm/W e melhor composição espectral. São especialmente 
recomendadas quando se quer ótima qualidade na reprodução de cores como em lojas, shoppings, 
estádios, pistas de corrida, principalmente quando se pretende televisionamento em cores. O 
IRC varia entre 65 e 85, conforme tipo e potência, bem como a temperatura de cor, que varia 
entre 3000K a 4900K. 
 Todas as lâmpadas a vapor metálico requerem um reator e um ignitor, os quais 
influenciam sua performance, ademais a tensão não deve flutuar mais que 0.5% da tensão do 
reator. 
 
 
A.3.5. Lâmpadas de luz negra 
 
Lâmpadas de luz negra podem ser baseadas em diversos tipos de lâmpadas, diferindo destas 
somente no vidro utilizado na confecção da ampola externa. Nesse caso utiliza-se o bulbo 
externo de vidro com óxido de níquel (vidro de Wood), que sendo transparente ao ultra-violeta 
próximo absorve em grande parte o fluxo luminoso produzido. São usadas em exames de gemas e 
minerais, apurações de fabricações, setores de correio, iluminação de casas noturnas, 
levantamento de impressões digitais, na indústria alimentícia para verificar adulterações, 
etc.

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