Caso Filomena

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Para todo problema complexo, existe uma solução simples, clara – e errada. (MENCKEN)
1º. AVALIAÇÃO SEMINARIO INTEGRADOR
Tema Central: A Ética e o cuidado no contexto social
Filomena mora em uma cidade com 50 mil habitantes. Nesse município existem dez Equipes de Saúde da Família (ESF), cobrindo 80 % da população, e um hospital municipal, com pronto socorro, clínicas médicas e pediátrica e aproximadamente 50 leitos.
O bairro onde Filomena reside conta com uma unidade de Saúde da Família. A unidade funciona das 07 às 18:00 horas, de segunda à sexta e ela faz parte das famílias acompanhadas pelo Programa. 
Na comunidade não existe rede de esgotos, mas a água é fornecida pela companhia de abastecimento, embora muitas vezes se sofra com a sua falta. Crianças e animais – inclusive alguns porcos e cavalos – convivem com lixos pelas ruas e valas à céu aberto. 
O núcleo familiar de Filomena é composto por ela e cinco filhos, seu marido morreu há 06 meses decorrente de uma cirrose hepática por ter sido alcoólatra desde os 12 anos até os 50 idade com que morreu. A renda da família provém da ajuda de custo do programa de Governo “Bolsa Família que deposita na conta de Filomena R$465,00 mensais, além disso a senhora faz também alguns serviços como diarista de serviços domésticos, nunca tinha trabalhado antes de o marido morrer, sente que está velha e cansada para o serviço, mas não tem outra profissão. Dadinho como é conhecido José seu segundo filho tem 11 anos e sente-se na obrigação de ajudar a renda famíliar e para isso vende doces no sinal o que rende mais ou menos R$250,00 mensais. O caçula é o Maicon que por ficar muito tempo somente sobre os cuidados de Maria sua irmã de 8 anos e andar muito descalço e e sem roupas está amarelado, cabelos quebradiços e barriga grande. Gervásia a filha mais velha tem 14 anos e está grávida de 3 meses de um namorado, ela não queria ter engravidado tão cedo, porém está feliz pois tem planos de ir morar com o namorado, ainda não sabe como vai fazer para contar para a sua mãe pois a mãe sempre foi muito rude e tem medo de apanhar.
Gervásia foi ao posto de saúde e conversou com a Enfermeira para começar o pré-natal, porém a Enfermeira falou que só tem vagas para início do pré-natal daqui dois meses, já que ela vai tirar férias esse mês e não tem quem a substitua. Dulcinete a Agente de Saúde do bairro ouviu a história e acabou contando sem querer para Filomena, mãe de Gervásia, sem saber que se tratava ainda de um assunto sigiloso. O que causou certo constrangimento no núcleo famíliar. Apesar de chateada Filomena também estava preocupada com a saúde de sua filha e queria que a menina iniciasse logo o pré-natal já que tinha medo que a mesma não conseguisse “parir”.
O presidente da associação de moradores do bairro onde Filomena mora, Ivan, seu vizinho, é conselheiro municipal de saúde e toma conhecimento do caso. Indignado resolve levar a discussão para a reunião do Conselho Municipal de Saúde.
Iniciada a reunião do Conselho, Ivan solicita a entrada, como ponto de pauta do caso da Dona Filomena.
- Prezados senhores e companheiros de conselho, esta semana tomei conhecimento de um caso grave que denuncia a qualidade da atenção à saúde no nosso município. E relatou todo o caso, após algumas conversas com o Secretário de Saúde conseguiram colocar outra enfermeira para substituir no período de férias.
Porém esse é um caso isolado, além da família da Filomena, existem várias outras com suas peculiaridades dependendo da assistência multiprofissional e intersetorial do setor público.