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Apostila meio ambiente

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Curso de Capacitação em Meio Ambiente 
Apresentação
Prezados cursistas:
A Educação Ambiental movimenta as massas, promovem debates, encontros e divulga ideias e ideais. Nestes últimos anos para que o mundo se torne um lugar melhor. Ações voltadas ao meio ambiente tornam-se necessárias para conscientização da população que, juntando forças e contribuindo só ou em conjunto, possam fazer a diferença. 
O mundo todo está mais preocupado com a atual situação do meio ambiente, uma série de fatores são responsáveis por isso, como por exemplo: a qualidade do ar que respiramos, o temor a desastres naturais, ou até mesmo a preservação para as futuras gerações. Cada um tem seu motivo para se preocupar com o meio ambiente, mas o mais o importante é que junto com as preocupações, existam ações para a melhoria da qualidade ambiental, envolvendo questões socioeconômicas, culturais e da relação com a sociedade e a natureza.
Aquecimento global, queimadas, derretimento de geleiras, calor excessivo, frio excessivo e muitos outros fatores naturais têm provocado em milhares de pessoas uma consciência ambiental, onde elas enxergam a necessidade de se preservar o meio ambiente, para evitar e acabar com catástrofes resultantes das ações dos próprios humanos. 
Assim, nos reuniremos durante este Curso para refletirmos acerca desta problemática, pensando o panorama local e o geral, na perspectiva de direcionarmos ações, mudanças de hábitos e atitudes visando a melhoria da qualidade ambiental da região.
					Bom curso!!!
				Prefeitura Municipal de Betânia do Piauí
				FUNASA
				Executiva – Consultoria e Projetos
A Construção da Cidadania e o Meio Ambiente
Cidadania é um termo que designa a pessoa atribuída dos direitos e deveres de cidadão, ou seja, de um indivíduo que vive e coabita na cidade, em comunidade e com as normas criadas pela sociedade e também em nível de negócios e decisões políticas. Tendo se originado na Grécia, o termo atualmente perfaz outras definições decorrentes de sua modernização.
 Na sociedade atual, a cidadania engloba inicialmente as questões relativas à nacionalidade, que significa ser subordinado às leis e direitos ligados a um determinado país, normalmente o de sua origem ou nascimento. 
Com a atualização, o termo cidadania vem se caracterizando por mais direitos e deveres constantes no fato de uma pessoa ser considerada cidadã, pois a ética da sociedade se modifica conforme ocorre à evolução.
Nesse sentido vemos surgir também à necessidade premente de incluir o respeito ao meio ambiente como uma das exigências consideradas como necessárias para um ser humano correto que cumpre com seus deveres de cidadão respeitável.
Até porque a cidadania diz respeito à luta pelos direitos humanos e conforme a Constituição Federal Brasileira, o meio ambiente ecologicamente equilibrado é direito de todo brasileiro. 
A cidadania está em constante construção como conquista da humanidade e as garantias individuais e coletivas abrangem também a possibilidade do bem-estar comum em um meio ambiente equilibrado com as necessidades prioritárias de todo ser vivo.
Conforme o jargão popular nos lembra com a frase: - “O seu direito acaba onde começa o meu”, entendemos que a cidadania abrange o cuidado e a preservação do meio ambiente para que todos possam usufruir de um equilíbrio equitativo, com direitos e deveres igualitários a toda população. 
Porque se o meu vizinho suja o quintal dele com lixo acumulado, as baratas e os ratos vão também vir me incomodar com doenças e outros inconvenientes, portanto a limpeza do ambiente é um ato de cidadania que compete a todos, conferindo tranquilidade quando este direito é respeitado com responsabilidade. 
A vida com cidadania pressupõe um respeito para com o meio ambiente em que se vive, porque na vida em sociedade devemos compreender que dividimos o ambiente habitável com outros seres humanos e também outros seres vivos que participam dos processos ambientais e colaboram para a perfeita sintonia com este equilíbrio ambiental.
A vida em sociedade requer algumas regras de boa conduta e respeito mútuo para que vivamos em harmonia, e a natureza equilibrada é uma das necessidades reais do ser humano, assim a cidadania é também a preocupação com o meio ambiente em que vivemos.
O bem comum é o objetivo da existência dos direitos e deveres do cidadão, consciente de que a coletividade pede a parcela de contribuição de cada indivíduo integrante neste complexo organismo que é a sociedade. E a cidadania inclui por isso o dever de proteger o planeta para um meio ambiente equilibrado para nós próprios e para aqueles que nos cercam.
Reconhecendo que a cidadania são também as ações simples do dia a dia, como o fato de não jogar lixo nos lugares impróprios e não poluir as fontes de água do planeta, em razão desses recursos serem considerados propriedades da humanidade, desse modo, a importância da ética relacionada à vida em sociedade e nas ações que refletem soluções ou problemas para as pessoas que nos cercam.
 A cidadania hoje é vista como uma forma de preocupação com os outros indivíduos da sociedade, por meio de ações conscientes para que as minhas ações não sejam motivos de problemas para o meu semelhante.
Importa então que a natureza seja preservada para uma perfeita comunhão dos seres vivos com os recursos do planeta, sejam eles quais forem.
Esta consciência da realidade que nos cerca vem sendo desenvolvida a partir da constatação de que todos necessitam pautar suas ações, observando a repercussão que uma simples tomada de atitude impensada pode causar em outros seres vivos do planeta.
Vimos então que o sentido de cidadania varia no tempo e no espaço, mas o que todos percebem é que a prática da cidadania vem se alterando ao longo dos anos, incluindo definições mais coerentes para o termo. E dentro destas assertivas atuais no sentido de cidadania, temos a noção de proteção e integração do indivíduo com o meio ambiente em que se encontra na conscientização de que as atitudes individuais podem afetar a uma grande parcela da população que integra uma mesma sociedade. 
A relação de cidadania existente na sociedade moderna engloba os problemas causados por uma parcela que deve relacionar os riscos eminentes das ações impensadas, com consequências muitas vezes imprevisíveis para o todo social e ambiental. 
O direito ambiental é hoje um direito humano fundamental e a questão ambiental é de tal forma importante que permanece inserida na observância da necessidade inclusa na qualidade de vida do ser humano. 
No contexto globalizado que hoje vivenciamos um simples tênis que usamos pode ter sido falsificado em um determinado país, sendo que várias partes de seus componentes vieram dos mais variados lugares, e podem vir a ser consumidos por outrem que provavelmente não tem noção das imensas implicações decorrentes destas intrínsecas relações.
Pode-se dizer que na qualidade atual, o homem poderia se chamado de homo-sapiens-planetarius, já que está inserida em uma sociedade contemporânea onde toda estrutura econômica está voltada para o lucro desenfreado de um progresso ilimitado e irresponsável, descompromissado com a qualidade de vida da população.
Segundo (Medina, 1998, p. 19), Vê-se a predominância de valores econômicos sobre os éticos e humanistas, uma ideia do homem como centro, proprietário e dominador de tudo que existe no planeta.
1.1 O Processo de Gestão Ambiental e a Educação
A questão ambiental é um tema de muita ênfase e relevância na atualidade e diz respeito à relação existente entre a sociedade e o meio-natural, formando assim o meio ambiente, fruto desta relação.
O ser humano sempre dependeu do meio ambiente para sua sobrevivência e as alterações existentes nele, decorrentes desta situação, é muito antiga, sempre existiu, em diferentes épocas e lugares. Portanto, como o ser humano é parte integrante da natureza e ao mesmo tempo ser social, tem o poder de atuar permanentemente sobre seu meio natural,modificando-o.
“Ao se relacionar com a natureza e com outros homens, o ser humano produz cultura, valores, ser, pensar, perceber, interagir e com outros seres humanos, que constituem o patrimônio cultural construído pela humanidade ao longo de sua história.” (IBAMA, 1995, p. 15):
Mas a concepção desta relação não é suficiente para direcionar esta análise para compreender este relacionamento em toda sua complexidade é necessário entender que esses processos socioambientais se estabelecem no seio das sociedades isto significa, que a chave do entendimento da problemática ambiental está no mundo da cultura, ou seja, sua esfera da totalidade da vida social. É neste contexto que vê a necessidade da gestão ambiental; e deste processo como mediação de conflitos entre seres sociais que agem sobre o meio físico natural e constituindo, alterando-o muitas vezes e sua distribuição na questão custos e benefícios decorrentes da ação destes agentes:
“Neste sentido, o Estado, tem função mediadora destes conflitos, estabelecendo regras e normas, e influenciar direta ou indiretamente na transformação (de modo positivo ou negativo) da qualidade do meio ambiente.” (IBAMA, 1995, p.14)
Há que se considerar, ainda, que o modo de perceber determinado problema ambiental, ou mesmo que a aceitação de sua existência, não é meramente uma função cognitiva. A percepção dos diferentes sujeitos é mediada por interesses econômicos, políticos, posição ideológica e ocorre num determinado contexto social, político, espacial e temporal.
Muitas vezes, a tomada de decisões ambientais pode afetar, de forma benéfica ou nociva, diferentes esferas da sociedade, e quem ficará com os benefícios advindos da ação antropológica sobre o meio, seja ele físico, natural e construído. Neste sentido, para que os seres sociais tenham condições efetivas de intervirem processos ambientais, é necessário que a prática educativa entenda que a sociedade não é o lugar da pacificidade, e sim o lugar de conflitos e confrontos que ocorrem em suas diferentes esferas (da política, valores, relações sociais, ambientais, entre outros), no entanto, a prática da educação ambiental deve ter como pressuposto respeito ao contexto existe e cultura de cada lugar.
1.1.1 Gestão Participativa e Meio Ambiente
A temática ambiental e social fundamenta-se na realidade inseparável do homem com meio natural, pois ambos interagem e inter relacionam-se entre si. A degradação ambiental parte de uma relação deturpada e descomprometida, onde o homem parte da premissa de usar o meio ambiente para seu conforto e bem-estar, sem estar preparado adequadamente para interagir com o meio sem alterá-lo, degradá-lo, ou extremista, destruí-lo, que produz esgotamento dos recursos naturais e exploração do homem pelo homem (GRACIANI, 2003, p. 18).
Partindo da realidade socioambiental vê-se a necessidade de tratar a gestão participativa, onde as comunidades participam ativamente com ações compartilhadas com o poder público, bem como o entendimento de seus direitos fundamentais como cidadão, no sentido de propiciar uma melhor qualidade de vida num todo.
O homem tem que agir localmente e pensar globalmente para garantir uma sustentabilidade socioambiental mais justa e igualitária, isto se referem a todos os atores sociais envolvidos na temática ambiental.
 São necessárias as discussões e reflexões sobre desenvolvimento sócio ambiental do planeta e do nosso contexto em que se está inserido, pois partindo de problemas do cotidiano ou de desastres ambientais podemos assumir o papel de atores sociais, parte desta história e capazes de modificar e melhorar seu meio, participando de forma ativa e comprometida, onde os seres sociais possam dar sentido as suas ações.
1.1.2 Ações e Estratégias Para a Educação no Processo de Gestão Ambiental 
 
É de fundamental importância na implantação de um programa de educação ambiental analisar o conhecimento popular ambiental concomitante com o contexto, refletindo de maneira profunda a problemática socioambiental do município, do país e do mundo, levando-nos a uma consciência ampla, planetária, globalizada.
Levantar, juntos aos atores sociais envolvidos neste processo quais suas necessidades e quais seus ideais, seus sonhos, surgem discussões e sugestões para a melhoria dos problemas encontrados fomentando, como diz Freire (2000, p. 20), “a análise do caos e posterior projeção da utopia”.
Remetem a construção do comprometimento com os sonhos a serem realizados de forma humanitária, articulando a problemática socioambiental e o posicionamento político frente aos conflitos da realidade.
Mais uma vez, vê-se a necessidade de ser/sentir-se parte integrante de sua
história, sua trajetória, suas ações e atuações junto à sociedade e ao ambiente natural em que está vivenciando e sua relação/intervenção do homem pelo homem. Repensar esta relação de forma mais justa, humanitária e igualitária faz-se necessário através de mobilizações, interações, reflexão e ação sobre seu meio e sua realidade, levando em consideração a justiça social e organização sócio-política e econômica mais coerente.
Nasce nas cooperativas e associações de moradores de bairro, comunitárias e populares, na busca de uma economia solidária, na tentativa da humanização e responsabilização social perante nossa estrutura atual.
1.2 Responsabilidade Socioambiental
Está ligada a ações que respeitam o meio ambiente e a políticas que tenham como um dos principais objetivos a sustentabilidade. Todos são responsáveis pela preservação ambiental: governos, empresas e cada cidadão.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) desenvolve políticas públicas que visam promover a produção e o consumo sustentáveis. Produção sustentável é a incorporação, ao longo de todo ciclo de vida de bens e serviços, das melhores alternativas possíveis para minimizar custos ambientais e sociais. Já o consumo sustentável pode ser definido, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), como o uso de bens e serviços que atendam às necessidades básicas, proporcionando uma melhor qualidade de vida, enquanto minimizam o uso de recursos naturais e materiais tóxicos, a geração de resíduos e a emissão de poluentes durante todo ciclo de vida do produto ou do serviço, de modo que não se coloque em risco as necessidades das futuras gerações.
O Plano de Ação para a Produção e Consumo Sustentáveis é uma ação do MMA que tem o objetivo de fomentar políticas, programas e ações que promovam a produção e o consumo sustentáveis no país.  Enfoca em seis áreas principais: Educação para o Consumo Sustentável; Varejo e Consumo Sustentável; Aumento da reciclagem; Compras Públicas Sustentáveis; Construções Sustentáveis e Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P). Esse último programa incentiva a incorporação de atitudes sustentáveis na rotina dos órgãos públicos do país.
Para que as políticas públicas sejam cada vez mais próximas aos cidadãos, o MMA coordena as conferências do meio ambiente, cuja proposta é ouvir governo nacional e local, iniciativa privada, organizações não governamentais e cada brasileiro sobre a gestão ambiental no país.
Educação Ambiental
A educação ambiental pode ser entendida com toda ação educativa que contribui para a formação de cidadãos conscientes da preservação do meio ambiente e apto a tomar decisões coletivas sobre questões ambientais necessárias para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável. Dessa forma, sua aplicação não se restringe ao universo escolar, mas deve permear este para facilitar o entendimento dessas questões e suas aplicações no dia a dia.Figura 1.Fonte: Ministério do Meio Ambiente (2017)
São processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Esse conceito consta na lei 9.795, de 1999, que define a Política Nacional de EducaçãoAmbiental. Segundo a política, a educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal.
Neste sentido, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) trabalha com diretrizes e políticas públicas que promovem a educação ambiental no país. Desde a formação continuada de educadores e da sociedade em geral, seja por meio de cursos presenciais ou à distância, passando pelo incentivo da sustentabilidade na agricultura familiar, pela organização de mostras de vídeos socioambientais, pela promoção de espaços educadores, por cooperações internacionais e pela produção de material socioambiental orientador.
A educação ambiental nasceu com o objetivo de gerar uma consciência ecológica em cada ser humano, preocupada com o ensejar a oportunidade de um conhecimento que permitisse mudar o comportamento volvido à proteção da natureza. 
"Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade." Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº 9795/1999, Art 1º.
A Educação Ambiental constitui um importante instrumento de mobilização da comunidade para mudança de hábitos e comportamentos, especialmente em projetos relacionados à coleta seletiva. Entre seus objetivos, princípios e finalidades expressos na Conferência de Tbilisi, de acordo com Dias (1994) e Guimarães (1995), estão:
Ser um processo contínuo e permanente, iniciando em nível pré-escolar e estendendo-se por todas as etapas da educação formal e informal, adotando a perspectiva interdisciplinar e utilizando as especificidades de cada matéria de modo a analisar os problemas ambientais através de uma ótica global e equilibrada
Examinar as principais questões relativas ao ambiente tanto do ponto de vista local como nacional, regional e internacional, para que os envolvidos tomem conhecimento das condições ambientais de outras regiões;
Inter-relacionar os processos de sensibilização, aquisição de conhecimentos, habilidades para resolver problemas e especificações dos valores relativos ao ambiente em todas as idades, enfatizando, sobretudo a sensibilidade dos indivíduos em relação ao meio ambiente de sua própria comunidade;
Levar em conta a totalidade do ambiente, ou seja, considerar os aspectos naturais e construídos pelo homem, tecnológicos e sociais, econômicos, políticos, histórico-culturais, estéticos.
2.1. Educação ambiental e a comunidade
 O objetivo da Educação Ambiental é principalmente fazer com que a população compreenda os problemas causados ao ambiente (devido à ação do homem) e incentivar esta população a buscar práticas para a solução destes problemas.
Porém, uma crítica é feita com relação aos métodos utilizados para conscientizar as pessoas: o caráter muito informativo da educação ambiental, que não estimula a comunidade a participar ativamente na defesa do meio-ambiente. De fato, este caráter não contribui para a formação de uma nova mentalidade, capaz de propor soluções para os problemas em questão.
Além disso, a Educação Ambiental está muito restrita à área das ciências naturais, ficando praticamente ausente nas áreas econômica, política, social e cultural. Isso é um erro, já que os problemas ambientais têm suas causas e consequências relacionadas a todas estas áreas e deveriam, assim, ser solucionados como um todo. Portanto, a Educação Ambiental deveria ser um processo mais ativo, dinâmico, que impulsionasse o indivíduo a proteger e melhorar o meio-ambiente e o convencesse da importância disso. Isto seria um passo ao desenvolvimento sustentável (que não visa apenas o desenvolvimento econômico, mas considera fatores como o meio-ambiente importantes).
Figura 2- Fonte: Google Imagens(2017).
A proposta de educação ambiental
De acordo com QUINTAS (2011) a construção de uma proposta de educação ambiental emancipatória e comprometida com o exercício da cidadania passa pela exigência de explicitação de pressupostos que devem fundamentar sua prática, entre os quais se considera:
O meio ambiente ecologicamente equilibrado é:
• direito de todos;
• bem de uso comum;
• essencial à sadia qualidade de vida
 Preservar e defender o meio ambiente ecologicamente equilibrado para presentes e futuras gerações é dever:
• do Poder Público;
• da coletividade;
Preservar e defender o meio ambiente ecologicamente equilibrado antes de ser um dever é um compromisso ético com as presentes e futuras gerações;
No caso do Brasil, o compromisso ético de preservar e defender o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações implica:
 •construir um estilo de desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente seguro num contexto de dependência econômica e exclusão social;
	• praticar a gestão ambiental democrática, fundada no princípio de que todas as espécies têm direito a viver no planeta, num contexto de privilégios para poucos e obrigações para muitos;
A gestão ambiental é um processo de mediação de interesses e conflitos entre atores sociais que agem sobre os meios físico-natural e construído. Esse processo de mediação define e redefine, continuamente, o modo como os diferentes atores sociais, por meio de suas práticas, alteram a qualidade do meio ambiente e também como se distribuem os custos e os benefícios decorrentes da ação desses agentes;
A gestão ambiental não é neutra. O Estado, ao assumir determinada postura diante de um problema ambiental, está de fato definindo quem ficará, na sociedade e no país, com os custos e quem ficará com os benefícios advindos da ação antrópica sobre o meio, seja ele físico-natural ou construído;
O Estado, ao praticar a gestão ambiental, distribui custos e benefícios de modo assimétrico na sociedade;
A sociedade não é o lugar da harmonia, mas, sobretudo, de conflitos e de confrontos que ocorrem em suas diferentes esferas (da política, da economia, das relações sociais, dos valores, etc.);
A apesar de sermos todos seres humanos, quando se trata de decidir ou influenciar sobre a transformação do meio ambiente, “há na sociedade uns que podem mais do que outros”.
O modo de perceber determinado problema ambiental, ou mesmo a aceitação de sua existência, não é meramente uma questão cognitiva, mas é mediado por interesses econômicos e políticos, pela posição ideológica e ocorre em determinado contexto social, político, espacial e temporal;
A educação no processo de gestão ambiental deve proporcionar condições para produção e aquisição de conhecimentos e habilidades e para o desenvolvimento de atitudes visando à participação individual e coletiva:
• na gestão do uso dos recursos ambientais;
• na concepção e aplicação das decisões que afetam a qualidade dos meios físico-natural e sociocultural;
O processo educativo dever ser estruturado no sentido de:
• Superar a visão fragmentada da realidade por meio da construção e da reconstrução do conhecimento sobre ela, num processo de ação e reflexão, de modo dialógico com os sujeitos envolvidos;
• Respeitar a pluralidade e a diversidade cultural, fortalecer a ação coletiva e organizada, articular aportes de diferentes saberes e fazeres e proporcionar a compreensão da problemática ambiental em toda a sua complexidade;
• Possibilitar a ação em conjunto com a sociedade civil organizada e sobretudo com os movimentos sociais, numa visão da educação ambiental como processo instituíste de novas relações dos seres humanos entre si e deles com a natureza”;
• Proporcionar condições para o diálogo com as áreas disciplinares e com os diferentes atores sociais envolvidos com a gestão ambiental;
Os sujeitos da ação educativa são prioritariamente segmentos sociais afetados e onerados, diretamente, pelo ato de gestão ambiental e dispõemde menos condições para intervir no processo decisório.
O compromisso e a competência do educador são requisitos indispensáveis para se passar do discurso à ação.
 “Para muitos a situação é um paradoxo. Hoje temos mais informações do que nunca sobre questões ambientais. Cada vez mais pessoas e organizações estão interessadas em ver a recuperação do meio ambiente. Governos estabelecem agências para ajudar a solucionar os problemas. A mais avançada tecnologia está disponível para se lidar com os desafios. Mesmo assim, as coisas não parecem melhorar” (REVISTA DESPERTAI!, 2003).
Execução de projeto de educação ambiental
O objetivo principal do Projeto de Educação Ambiental é o desenvolvimento de ações educativas, a serem formuladas através de um processo participativo, visando capacitar/habilitar setores sociais, com ênfase nos afetados diretamente pelo problema ou empreendimento, para uma atuação efetiva na melhoria da qualidade ambiental e de vida na região.
 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS
São igualmente objetivos do Programa de Educação Ambiental:
- Contribuir para a prevenção, resolução ou a minimização dos impactos ambientais e sociais decorrentes do problema ou empreendimento.
- Capacitar professores da rede pública e técnicos de instituições como agentes multiplicadores de educação ambiental.
- Integrar e compatibilizar as diversas ações do projeto que envolva educação ambiental.
-Sensibilizar e conscientizar os trabalhadores do empreendimento sobre os procedimentos ambientalmente adequados relacionados às obras, à saúde e segurança do trabalho e ao relacionamento com as comunidades vizinhas.
 ELABORAÇÃO DE PROGRAMAÇÃO 
Para a elaboração da programação adota-se a concepção de que a educação ambiental, no âmbito das atividades de gestão ambiental, deve ser entendida como um processo que tem como objetivo proporcionar condições para a produção e aquisição de conhecimentos e habilidades, bem como o desenvolvimento e assimilação de atitudes, hábitos e valores, viabilizando a participação da comunidade na gestão do uso dos recursos naturais e na tomada de decisões que afetam a qualidade dos meios natural e antrópico.
Neste sentido, o programa educativo deve centrar seu foco em torno das situações concretas vividas pelos diferentes setores sociais, reconhecendo a pluralidade e diversidade culturais e ter um caráter interdisciplinar.
O material educativo a ser elaborado deverá considerar as características dos diferentes públicos alvo, utilizando linguagem e instrumentos adequados.
No caso de um empreendimento, o Programa de Educação Ambiental deve ter como principais fontes de informação o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do empreendimento, e os estudos realizados para a elaboração dos Programas Ambientais na fase de Projeto Básico Ambiental, aprofundando, onde se fez necessário, o diagnóstico ambiental da área.
São identificados como público alvo do Programa de Educação Ambiental os segmentos relacionados a seguir:
- Organizações Não-Governamentais atuantes na Área de Influência.
- População diretamente afetada, em especial:
a) Residente no entorno das obras;
b) Famílias a serem reassentadas e beneficiárias do Subprograma de Auxílio na reconstrução de moradias das famílias de baixa renda;
c)Técnicos, professores da rede pública e particular de ensino e da área de meio ambiente;
d) Comunidades Indígenas (se for o caso);
e) Trabalhadores das obras.
 EDUCAÇÃO PARA FORMAÇÃO 
 	Envolvendo as ações educativas, desenvolvidas com o objetivo de educar para a formação de uma consciência ambiental e mudar comportamentos, atitudes e procedimentos na relação entre os diferentes públicos, o meio natural e o empreendimento.
No caso de empreendimento, compreende também as atividades de treinamento e educação ambiental para o público interno, principalmente trabalhadores das obras, para os beneficiários do Programa de Reassentamento e do Subprograma de Auxílio na Reconstrução de Moradias, população residente no entorno das obras, organizações da sociedade civil e professores da rede pública.
Figura 3. Fonte: Google imagens. (2017)
 Programa Nacional de Educação Ambiental- O ProNEA
O Programa Nacional de Educação Ambiental é coordenado pelo órgão gestor da Política Nacional de Educação Ambiental. Suas ações destinam-se a assegurar, no âmbito educativo, a integração equilibrada das múltiplas dimensões da sustentabilidade - ambiental, social, ética, cultural, econômica, espacial e política - ao desenvolvimento do País, resultando em melhor qualidade de vida para toda a população brasileira, por intermédio do envolvimento e participação social na proteção e conservação ambiental e da manutenção dessas condições ao longo prazo. Nesse sentido, assume também as quatro diretrizes do Ministério do Meio Ambiente: 
Transversalidade
Fortalecimento do Sisnama – Sistema Nacional de Meio Ambiente
Sustentabilidade
Participação e controle social
 
O ProNEA representa um constante exercício de Transversalidade, criando espaços de interlocução bilateral e múltipla para internalizar a educação ambiental no conjunto do governo, contribuindo assim para a agenda transversal, que busca o diálogo entre as políticas setoriais ambientais, educativas, econômicas, sociais e de infra-estrutura, de modo a participar das decisões de investimentos desses setores e a monitorar e avaliar, sob a ótica educacional e da sustentabilidade, o impacto de tais políticas. Tal exercício deve ser expandido para outros níveis de governo e para a sociedade como um todo.
Com a regulamentação da Política Nacional de Educação Ambiental, o ProNEA compartilha a missão de Fortalecimento do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), por intermédio do qual a PNEA deve ser executada, em sinergia com as demais políticas federais, estaduais e municipais de governo. Dentro das estruturas institucionais do MMA e do MEC, o ProNEA compartilha da descentralização de suas diretrizes para a implementação da PNEA, no sentido de consolidar a sua ação no Sisnama.
Considerando-se a Educação Ambiental como um dos elementos fundamentais da gestão ambiental, o ProNEA desempenha um importante papel na orientação de agentes públicos e privados para a reflexão e construção de alternativas que almejem a Sustentabilidade. Assim propicia-se a oportunidade de se ressaltar o bom exemplo das práticas e experiências exitosas.
A Participação e o Controle Social também são diretrizes que permeiam as estratégias e ações do ProNEA, por intermédio da geração e disponibilização de informações que permitam a participação social na discussão, formulação, implementação, fiscalização e avaliação das políticas ambientais voltadas à construção de valores culturais comprometidos com a qualidade ambiental e a justiça social; e de apoio à sociedade na busca de um modelo socioeconômico sustentável.
Educação e Saúde Ambiental
O ambiente influencia a saúde de variadas maneiras: através da exposição a fatores de risco físicos, químicos e biológicos, e através de alterações relacionadas com o comportamento dos indivíduos em resposta aos mesmos fatores. As atividades humanas estão a afetar o clima, com implicações graves para a saúde pública. Neste sentido, a construção de uma política de saúde integrada constitui um dos grandes desafios das sociedades contemporâneas.
Muitas pessoas não percebem, mas o homem é parte integrante da natureza e, nesta condição, precisa do meio ambiente saudável para ter uma vida salubre.
É certo que qualquer dano causado ao meio ambiente provoca prejuízos à saúde pública e vice-versa. "A existência de um é a própria condição da existência do outro". (GRANZIERA e DALLARI, p. 607), razão pela qual o ser humano deve realizar suas atividades respeitando e protegendo a natureza.Figura 4- Fonte: Ministério do meio Ambiente.(2017)
Existe uma estreita e complexa relação entre saúde e mudanças ambientais. Reduzir o impacto das mudanças climáticas é salvar vidas e preservar meios de subsistência, bem como protegero ambiente natural.
O jornal "A Folha de S. Paulo" noticiou em outubro de 2004, que as enormes quantidades de substâncias químicas encontradas no ar, na água, nos alimentos e nos produtos utilizados rotineiramente estão diretamente relacionadas com uma maior incidência de câncer, de distúrbios neurocomportamentais, de depressão e de perda de memória. Tal reportagem também divulgou dados do Instituto Nacional do Câncer dos EUA, apontando que dois terços dos casos de câncer daquele país tem causas ambientais.
 	Segundo os médicos ambientais, o impacto do ambiente urbano na saúde é maior e mais imediato.
"Estamos expostos a substâncias químicas em quantidades como nunca antes -no ar, na água, nos alimentos, nos produtos utilizados rotineiramente. Os resultados mais diretos são uma maior incidência de câncer, distúrbios neurocomportamentais, depressão e perda de memória", exemplifica Lia Giraldo, pediatra do Laboratório de Saúde Ambiental e Trabalho do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, em Recife (PE).
 Em agosto de 2003, o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos divulgou dados que mostraram que dois terços dos casos de câncer no país têm como causa fatores ambientais.
Problemas como esse fazem parte dos novos desafios da saúde ambiental, ciência que propõe um viés ecológico para a medicina. Até então restrita às questões de saneamento como objeto de estudo, ela vem mudando seu foco para o impacto na saúde da população e, para isso, já considera fatores como mudanças climáticas, ocupação do espaço e poluição. Dentro desse conceito, o estilo de vida, as condições sócio-econômicas e os ambientes urbano e doméstico também são levados em conta.
Quem trabalha sob condições adversas, por exemplo, está mais suscetível aos fatores de risco. É o caso do "marronzinho" -como são chamados os agentes de trânsito de São Paulo- Isaías Viana, 41. O resultado das horas diárias de exposição à fumaça é percebido por ele mesmo na ardência que sente nos olhos e na cor da roupa, que fica mais escura no final de cada dia. "Mas eu até já me acostumei com a poluição", afirma Viana, que é agente há 13 anos.
Em uma pesquisa feita com 50 controladores de tráfego, não fumantes e sem doenças prévias . Viana entre eles-, da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET), o pneumologista do Instituto do Coração Ubiratan de Paula Santos constatou que todos apresentavam elevação da pressão arterial e variação da frequência cardíaca nos dias de maior poluição atmosférica. A longo prazo, segundo o estudo, os agentes estão sujeitos a infarto do miocárdio e derrame cerebral. Deles, 33% apresentaram condições típicas de fumantes redução da capacidade pulmonar e inflamação frequente dos brônquios.
Quem imagina que esses efeitos atingem apenas aqueles que passam horas à beira de avenidas movimentadas está enganado. Outra pesquisa, feita em 2002 com corredores habituais do parque do Ibirapuera, utilizou dados da estação local de medição dos poluentes no ar da Cetesb para mostrar que pessoas ativas e com a saúde em dia também sofrem dos mesmos sintomas detectados na pesquisa com os agentes da CET -diminuição da capacidade pulmonar, alteração da frequência cardíaca e elevação da pressão sanguínea.
Por três anos, o empresário Adriano Corrêa, 37, correu diariamente no parque do Ibirapuera. A presença do verde e a distância do tráfego transmitiam segurança para a prática de exercícios. 
A tranquilidade só foi quebrada após descobrir que, a longo prazo, ele também pode desenvolver doenças respiratórias e cardiovasculares simplesmente pelas condições do ar no local. Fiquei desapontado por não haver nenhuma orientação dentro do parque. Até então, nunca tinha ouvido falar dos efeitos do ozônio. Muitos frequentadores aproveitam o almoço para ir ao Ibirapuera, horário em que a concentração desse poluente é maior", diz Corrêa, que passou a utilizar mais a esteira em casa e a alternar os roteiros da corrida. “Não há dor, mal-estar ou qualquer outro sintoma imediato. Os efeitos da poluição não são percebidos, mas se acumulam no organismo. No futuro, podem ocasionar doenças que as pessoas não associarão ao ambiente ou anular os benefícios adquiridos com o exercício físico", explica o pesquisador da Faculdade de Saúde Pública da USP Ibsen Wilde Dalla Júnior.
Da mesma forma, a maioria dos que buscam o parque Trianon como um refúgio do trânsito caótico não têm ideia de que o "pulmão da Paulista", como é apelidado o parque da avenida mais famosa de São Paulo, está localizado em uma das regiões de maior emissão de radiação eletromagnética do país. Lá, também não é possível escapar da poluição sonora.
Depois de detectar um excesso de ruído em todos os pontos avaliados na cidade de São Paulo, em 2002, a fonoaudióloga Carolina Moura analisa agora a percepção da população sobre os impactos da poluição sonora. Dados preliminares mostram que ela é vista como algo ao qual é possível se adaptar, e como um preço a se pagar pela vida na cidade. "Mas pessoas expostas constantemente a um nível elevado de ruídos podem perder a audição progressivamente, além de sofrer sintomas como insônia, irritabilidade, estresse, alterações endócrinas e fadiga", diz Moura.
Mesmo profissionais da saúde negligenciam os efeitos do barulho em excesso. Em sua tese de mestrado, a otorrinolaringologista Raquel Paganini avaliou o nível de ruídos produzido em uma unidade de terapia intensiva do hospital São Paulo. O barulho dos equipamentos, somado à conversação da equipe médica e dos familiares do paciente, produz o mesmo nível sonoro de um escritório (65 decibéis) -um índice bem acima do recomendado pelas normas para um ambiente hospitalar (35 a 45 decibéis).
A falta de silêncio pode dificultar a recuperação dos pacientes. "Os ruídos podem aumentar a sensibilidade à dor e alterar os batimentos cardíacos do paciente. Esse problema também é enfrentado em outros hospitais", afirma Paganini. "A relação com o ambiente traz impactos positivos e negativos para a saúde. Saber o peso de cada um e como agem no organismo a longo prazo é a chave que precisamos desvendar", diz Nélson Gouveia, epidemiologista ambiental da Faculdade de Medicina da USP.
 No Brasil, a saúde ambiental ainda está dentro dos muros das instituições de pesquisa, diferentemente de alguns países europeus e dos Estados Unidos, onde a figura do médico ambiental é realidade. "A maioria dos profissionais não têm o conhecimento necessário para avaliar o contexto ambiental na saúde. Uma das nossas funções é ajudar na formação desse corpo clínico", explica Tom Goehl, editor-chefe da Environment Health Perspectives, publicação oficial do National Institute of Environmental Health Sciences (Instituto Nacional de Ciências de Saúde Ambiental). Além de formar especialistas, o instituto norte-americano realiza pesquisas que ajudam o departamento de saúde do país a elaborar políticas públicas de saúde ambiental."Na prática, esse profissional é um híbrido entre um epidemiologista e um toxicologista, capacitado para avaliar os mecanismos pelos quais os fatores ambientais promovem danos à saúde humana", explica o pneumologista Paulo Saldiva, pesquisador do Departamento de Saúde Ambiental da Universidade Harvard (EUA) e chefe do Laboratório de Diagnósticos da Faculdade de Saúde Pública da USP.
O referido artigo ainda menciona uma pesquisa feita com cinquenta controladores de trânsito da cidade de S. Paulo (conhecidos como "marronzinhos"), não fumantes e sem doenças prévias. A conclusão foi que todos apresentavam elevação da pressão arterial e variação da frequência cardíaca nos dias de maior poluição atmosférica. Além disso, 33% deles possuíam condições típicas de fumantes, como redução da capacidade pulmonar e inflamação frequente dos brônquios. ( Folha de São Paulo)
Portanto, diariamente é possível presenciar várias situações que nos revelam como a degradação ambiental causa problemas na saúde e nas condições de vida do homem.
Por sua vez, o sistema jurídico brasileiro contempla a relação entremeio ambiente e saúde, conforme se exemplifica a seguir.
O artigo 225, da Constituição Federal do Brasil, estipula que: "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações". Nota-se que o dispositivo em foco é categórico ao afirmar que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é essencial à sadia qualidade de vida, ou seja, à própria saúde(GRANZIERA e DALLARI, p. 607).
O artigo 200 da Lei Maior fixa algumas atribuições do Sistema Único de Saúde (SUS), dentre os quais se menciona a fiscalização de alimentos, bebidas e água para o consumo humano (inciso VI) e a colaboração na proteção do meio ambiente (inciso VIII).
A Lei Federal nº 6.938/81, conhecida como Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental favorável à vida e, portanto, à saúde, visando assegurar condições ao desenvolvimento sócio-econômico e à proteção da dignidade humana (artigo 2º).
Além disso, esta lei define poluição como a degradação da qualidade ambiental resultante das atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população (artigo 3º, inciso III, alínea "a").
Por fim, cumpre mencionar a Lei nº 8.080/90, que regula em todo país as ações e serviços de saúde. Essa lei, além de consignar o meio ambiente como um dos vários fatores condicionantes para a saúde (artigo 3º), prevê uma série de ações integradas relacionadas à saúde, meio ambiente e saneamento básico.
Não se pretende cansar o leitor citando todas leis pertinentes ao tema ora estudado, bastando afirmar que são várias as normas legais que mostram a dissociabilidade das questões ambientais e de saúde humana.
3.1 Problemas de Saúde causados pelo lixo
Um dos principais problemas encontrados nas cidades, especialmente nas grandes é o lixo sólido, resultado de uma sociedade que a cada dia consome mais.
 
Esse processo decorre da acumulação dos dejetos que nem sempre possui um lugar e um tratamento adequado. Isso tende a aumentar, uma vez que a população aumenta e gera elevação no consumo, e consumo significa lixo.
 
Para ter uma noção mais ampla do problema tomemos a cidade de São Paulo como exemplo, em média cada pessoa produz diariamente entre 800 g a 1 kg de lixo diariamente, ou de 4 a 6 litros de dejetos, por dia são gerados 15.000 toneladas de lixo, isso corresponde a 3.750 caminhões carregados diariamente. Em um ano esses caminhões enfileirados cobririam o trajeto entre a cidade de São Paulo e Nova Iorque, ida e volta.
A questão do lixo está diretamente ligada ao modelo de desenvolvimento que vivemos, vinculada ao incentivo do consumo, pois muitas vezes adquirimos coisas que não são necessárias, e tudo que consumimos produzem impactos. Há aproximadamente 40 anos a quantidade de lixo gerada era muito inferior à atual, hoje a população aumentou, a globalização se encontra em um estágio avançado, além disso, as inovações tecnológicas no seguimento dos meios de comunicação (rádio, televisão, internet, celular etc.) facilitaram a dispersão de mercadorias em nível mundial.
Antes do processo da Primeira Revolução Industrial o lixo produzido nas residências era composto basicamente de matéria orgânica, dessa forma era fácil eliminá-los, bastava enterrar, além disso, as cidades eram menores e o número da população restrita.
Mais tarde com o crescimento em escala mundial da industrialização, acelerado aumento da população e dos centros urbanos, que ocorreu principalmente na segunda metade do século XX, desencadeou um aumento significativo na quantidade de lixo e variedades em suas composições. Atualmente quando compramos algo no supermercado o lixo não é apenas gerado pelo produto em si, pois existe a etapa de produção (cultivo, extração de minérios, transporte, energia) e depois para o consumidor final tem a sacola e o cupom fiscal.
Nas cidades que contam com serviços de coleta do lixo esse é armazenado em dois tipos de “depósitos”: os lixões nos quais os dejetos ficam expostos a céu aberto e os aterros sanitários onde o lixo é enterrado e compactado. 
Os lugares que abrigam os depósitos de lixo geralmente estão localizados em áreas afastadas das partes centrais do município. 
É comum em bairros não assistidos pelo serviço de coleta de lixo que o depósito dos lixos seja em locais impróprios, como encostas, rios e córregos. 
A população desses bairros negligencia os sérios danos que tais ações podem causar à biodiversidade e ao homem, diante disso destaca-se: dispersão de insetos e pequenos animais (moscas, baratas, ratos), hospedeiros de doenças como dengue, leptospirose e a peste bubônica.
O lixo acumulado produz um líquido denominado de chorume, esse possui coloração escura com cheiro desagradável, a substância gerada atinge as águas subterrâneas (aqüífero, lençol freático), além disso, existe a contaminação dos solos e das pessoas que mantêm contato com os detritos, deslizamentos de encostas, assoreamento de mananciais, enchentes e estrago na paisagem.
 Figura 5- Fonte: Google imagens.
Os lixões retratam além dos problemas ambientais os sociais, a parcela da sociedade excluída que busca nesses locais materiais para vender (papéis, plásticos, latas entre outros), às vezes as pessoas buscam também alimentos, ou melhor, restos para o seu consumo, muitas vezes estragados e contaminados, demonstrando o ápice da degradação humana. 
 Figura 6- Fonte: Google imagens(2017)
	O lixo e as doenças
	Vetores
	Formas de Transmissão
	Enfermidades
	Rato e Pulga
	Mordida, urina, fezes e picada.
	Lepstospirose
Peste Bubônica
Tifo Murifo.
	Mosca
	Asas, patas, corpo, fezes e saliva.
	Febre Tifóide
Cólera
Amebíase
Giardíase
Ascarídíase
	Mosquito
	Picada
	Malária
Febre Amarela
Dengue
Leishamaniose
	Barata
	Asas, patas, corpo e fezes
	Febre Tifóide
Cólera
Giardíase
	Gado e porco
	Ingestão de carne contaminada
	Teníase e Cisticercose
	Gato e cachorro
	Urina e fezes
	toxoplasmose
Fonte: manual de saneamento FUNASA/MT 1999.
1.      Leptospirose
A leptospirose é uma doença infecciosa transmitida ao homem, principalmente, durante as enchentes. A doença é causada por uma bactéria chamada Leptospira, presente na urina de ratos e outros animais (bois, porcos e cães também podem adoecer e transmitir a leptospirose ao homem).
2.      Peste Bubônica
A peste bubônica, também chamada de peste negra, é uma doença grave e muitas vezes fatal causada pela bactéria da peste, Yersínia pestis, que é transmitida por animais roedores aos seres humanos. A maioria dos indivíduos não tratados morre nas 48 horas que sucedem o início dos sintomas.
3.  Tifo Murino
 Este é o nome de doenças infectocontagiosas causadas por insetos que possuem parasitas em seus interiores. Existem alguns diferentes tipos de tifo e são comuns de ocorrerem em zonas com saneamento básico precário.
4.   Febre Tifóide
A febre tifóide é uma doença bacteriana aguda de distribuição mundial. É causada pela Sal-monella entérica sorotipo Typhi. Está associada a baixos níveis socioeconômicos, relacionando-se, principalmente, com precárias condições de saneamento e de higiene pessoal e ambiental.
5.  Cólera
A colera é uma diarreia aguda causada por uma bactéria denominada vibrião colérico (Vibrio cholerae), que se multiplica rapidamente na luz intestinal. Embora esta bactéria não seja invasiva tem a propriedade de produzir uma toxina que atua sobre o intestino provocando aumento descontrolado da secreção de cloro, sódio e água para a luz intestinal. Isto acarretando diarreia de tal intensidade que se torna frequentemente mortal.
6.   Amebíase
A amebíase é uma infecção por parasita ou protozoário que acomete o homem podendo ficar restrita ao intestino, tendo como principal sintoma a diarréia,ou não causando febre e sintomas diferentes dependendo do órgão “invadido”. Mais freqüentemente o órgão preferencial a ser comprometido é o fígado. O agente causal é a Entamoeba hystolitica. Este parasita infecta aproximadamente 1% da população mundial, principalmente a população pobre de países em desenvolvimento.
7.  Giardíase
A Giardia lamblia, também chamada de Giardia intestinalis ou Giardia duodenale, é um protozoário que parasita os intestinos dos seres humanos, causando diarreia e dor abdominal. Sua transmissão se dá pelo contato com fezes de pessoas contaminadas.
8.   Ascaridíase
A ascaridíase é uma verminose causada por um parasita chamado Ascaris lumbricoides. É a verminose intestinal humana mais disseminada no mundo. A contaminação acontece ocorre quando há ingestão dos ovos infectados do parasita, que podem ser encontrados no solo, água ou alimentos contaminados por fezes humanas. O único reservatório é o homem. Se os ovos encontram um meio favorável, podem contaminar durante vários ano.
9.   Malária
A malária é uma doença prevalente nos países de clima tropical e subtropical. Também conhecida como sezão, paludismo, maleita, febre terçã e febre quartã, o vetor da doença é o anofelino (Anopheles), um mosquito parecido com o pernilongo que pica as pessoas, principalmente ao entardecer e à noite. Geralmente é a fêmea que ataca porque precisa de sangue para garantir o amadurecimento e a postura dos ovos. Depois de picar um indivíduo infectado, o parasita desenvolve parte de seu ciclo no mosquito e, quando alcança as glândulas salivares do inseto, está pronto para ser transmitido para outra pessoa.
10.  Febre Amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, de curta duração (no máximo 10 dias), gravidade variável, causada pelo vírus da febre amarela, que ocorre na América do Sul e na África. É transmitida pela picada dos mosquitos transmissores infectados. A transmissão de pessoa para pessoa não existe.
11.  Dengue
A dengue é uma doença infecciosa causada por um arbovírus (existem quatro tipos diferentes de vírus do dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4), que ocorre principalmente em áreas tropicais e subtropicais do mundo, inclusive no Brasil. As epidemias geralmente ocorrem no verão, durante ou imediatamente após períodos chuvosos. A dengue pode ser transmitida por duas espécies de mosquitos (Aëdes aegypti e Aëdes albopictus), que picam durante o dia e a noite, ao contrário do mosquito comum, que pica durante a noite. Os transmissores de dengue, principalmente oAëdes aegypti, proliferam-se dentro ou nas proximidades de habitações (casas, apartamentos, hotéis), em recipientes onde se acumula água limpa (vasos de plantas, pneus velhos, cisternas etc.)”.
12.  Leishmaniose
A Leishmaniose é uma doença transmitida por protozoários do gênero Leishmania. No Brasil existem atualmente seis espécies de protozoários responsáveis por causar doença humana os humanos contraem a leishmaniose por meio da picada do mosquito-palha hospedeiro do parasitaL. donovani. O mosquito-palha habita ambientes úmidos, escuros, como o solo e troncos de árvores. Geralmente, picam durante a noite. Depois que um indivíduo é picado, o período de incubação da doença pode durar de dez dias a dois anos, mas é comum que se manifeste entre dois a quatro meses.
13.  Teníase
A teníase é uma doença infecciosa causada pela presença do verme Tênia Solium ou Tênia Saginata, no intestino delgado do ser humano. A Tênia entra no organismo quando se consome a carne de boi ou de porco ou verduras contaminados com a larva. Em alguns casos, pode ser a causa do atraso no desenvolvimento nas crianças e baixa produtividade nos adultos.
14.  Cisticercose
A cisticercose é uma doença provocada pelas larvas (cisticerco) da tênia, um tipo de parasito conhecido vulgarmente como solitária. O cisticerco recebe um nome de acordo com a carne que ele infecta: Cysticercus bovis (se estiver presente na carne do boi) e Cysticerius celulosae (se estiver na carne do porco). Através da ingestão de alimentos contaminados por fezes humanas que contenham ovos da Tênia. Verduras e legumes mal lavados podem transmitir a doença. Uma pessoa contaminada pela tênia, pode se reinfestar ao ir ao banheiro e não lavar bem as mãos, levando-os à boca em seguida ou preparando alimentos. Esta doença é bastante freqüente em locais sem saneamento básico e com higiene precária.
15.  Toxoplasmose
A toxoplasmose é uma doença infecciosa, congênita ou adquirida, causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii, encontrado nas fezes dos gatos e outros felinos. Homens e outros animais também podem hospedar o parasita. Pode ser adquirida pela ingestão de alimentos contaminados — em especial carnes cruas ou mal passadas, principalmente de porco e de carneiro, e vegetais que abriguem os cistos do Toxoplasma, por terem tido contato com as fezes de animais hospedeiros ou material contaminado por elas mesmas. A toxoplasmose pode ser transmitida congenitamente, ou seja, da mãe para o feto, mas não se transmite de uma pessoa para outra.
Políticas de resíduos sólidos
A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é bastante atual e contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos.
Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado).
Institui a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo e pós-consumo.
Cria metas importantes que irão contribuir para a eliminação dos lixões e institui instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, microregional, intermunicipal e metropolitano e municipal; além de impor que os particulares elaborem seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
Também coloca o Brasil em patamar de igualdade aos principais países desenvolvidos no que concerne ao marco legal e inova com a inclusão de catadoras e catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, tanto na Logística Reversa quando na Coleta Seletiva.
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4.1 Resíduos Sólidos Urbanos
 Os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU's), (NBR.10.004 da ABNT) vulgarmente denominados por lixo urbano, são resultantes da atividade doméstica e comercial das povoações. A sua composição varia de população para população, dependendo da situação socioeconômica e das condições e hábitos de vida de cada um. Esses resíduos podem ser classificados das seguintes maneiras:
- Matéria orgânica: Restos de comida, da sua preparação e limpeza;
- Papel e papelão: Jornais, revistas, caixas e embalagens;
- Plásticos: Garrafas, garrafões, frascos, embalagens, boiões, etc;
- Vidro: Garrafas, frascos, copos, etc;
- Metais: Latas;
- Outros: Roupas, óleos de cozinha e óleos de motor, resíduos informáticos etc.
Estima-se que cada pessoa produza, em média, 1,3 kg de resíduo sólido por dia. Desta forma, uma pequena cidade de apenas 10.000 habitantes produziria cerca de 10 toneladas de lixo diariamente.
Qual o conceito de reciclagem?	
A reciclagem é termo genericamente utilizado para designar o reaproveitamento de materiais beneficiados como matéria-prima para um novo produto. Muitos materiais podem ser reciclados e os exemplos mais comuns são o papel, o vidro, o metal e o plástico. As maiores vantagens da reciclagem são a minimização da utilização de fontes naturais, muitas vezes não renováveis; e a minimização da quantidade de resíduos que necessita de tratamentofinal, como aterramento, ou incineração.
Figura 7.Fonte: Google imagens(2017)
O conceito de reciclagem serve apenas para os materiais que podem voltar ao estado original e ser transformado novamente em um produto igual em todas as suas características. O conceito de reciclagem é diferente do de reutilização.
Em que consiste a reutilização ou reaproveitamento?
O reaproveitamento ou reutilização consiste em transformar um determinado material já beneficiado em outro. Um exemplo claro da diferença entre os dois conceitos, é o reaproveitamento do papel. O papel chamado de reciclado não é nada parecido com aquele que foi beneficiado pela primeira vez. Este novo papel tem cor diferente, textura diferente e gramatura diferente. Isto acontece devido a não possibilidade de retornar o material utilizado ao seu estado original e sim transformá-lo em uma massa que ao final do processo resulta em um novo material de características diferentes.
 
 Figura 8. Fonte: Google imagens. (2017)
O que é resíduo tóxico?
Resíduo tóxico é o material descartado, geralmente na forma química, que pode causar morte ou danos aos seres vivos. Normalmente são resíduos vindos da indústria ou comércio, porém também podem advir das residências, da agricultura, da atividade militar, dos hospitais, das fontes radioativas, bem como de lavanderias e tinturarias. Como muitos outros problemas de poluição, os resíduos tóxicos começam a ser um problema significativo durante a revolução industrial.
Figura 9. Fonte: Google imagens. (2017)
O termo Resíduo Tóxico é escrito também como "Lixo Tóxico" ou material de descarte que pode causar riscos a saúde ou ao meio ambiente a longo prazo com as toxinas que são liberadas no ar, água ou terra.
Resíduos tóxicos podem poluir o meio ambiente e contaminar as águas profundas. A exposição a substâncias tóxicas regularmente provavelmente causará sérios danos a saúde. Resíduos de pesticida nos vegetais, mercúrio nos peixes e vários outros produtos químicos podem iniciar câncer, defeitos de nascença, mutações genéticas e até morte.
O que é Resíduo industrial?
Resíduo industrial, vulgarmente chamado de lixo industrial, é o resíduo proveniente de processos industriais. É muito variado o processo de produção industrial o que gera grande variedade de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Diferentes são as indústrias e também os processos por elas utilizados e assim os dejetos resultantes. Alguns podem ser reutilizados ou reaproveitados. Muito do refugo das indústrias alimentícias são utilizados como ração animal. Por outro lado, o das que geram material químico são bem menos aproveitados por apresentarem maior grau de toxicidade, elevado custo para reaproveitamento (reciclagem), exigindo, às vezes, o uso de tecnologia avançada para tal. A liberação de resíduos ou produtos “não-necessários” da indústria para o ambiente, pode causar a poluição do ar, da água e do solo.
No Brasil a indústria reduziu consideravelmente a poluição do ar, porém o descarte indevido e ilegal em locais clandestinos tem provocado uma considerável poluição do solo e contaminação das águas de superfícies, bem como das subterrâneas, os lençóis freáticos. Um exemplo disso é o "Lixão do Mantovani" na região de Campinas, local que há anos recebeu resíduos das industrias e, principalmente, os Classe I - Perigosos, conforme especifica a NBr 10.004 da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. Este tipo de poluição industrial é um dos grandes problemas atuais e as soluções técnicas adequadas dependem de cada caso e é estudada por engenheiros da área química, ambiental ou sanitária.
O que é lixo eletrônico?
É o nome dado aos resíduos resultantes da rápida obsolescência de equipamentos eletrônicos (o que inclui televisores, telemóveis, computadores, geladeiras e outros dispositivos).
 
Figura 10.Fonte: Google imagens. (2017)
Tais resíduos, descartados em lixões, constituem-se num sério risco para o meio ambiente, pois possuem em sua composição metais pesados altamente tóxicos, tais como mercúrio, cádmio, berílio e chumbo. Em contato com o solo, estes produtos contaminam o lençol freático; se queimados, poluem o ar. Além disso, causam doenças graves em catadores que sobrevivem da venda de materiais coletados nos lixões.
O que é Entulho?
É o resíduo de uma construção. Normalmente é composto por restos de tijolos, concreto, madeira, vidro, etc. restantes de uma demolição ou do desperdício na obra.
O resíduo da construção civil é significativo no volume de resíduo das cidades. É essencial uma gestão de resíduos (plano de gerenciamento de resíduos) durante a construção, onde os materiais são separados e encaminhados para reciclagem. Esta iniciativa reduz a produção de entulho a ser depositado em aterros.
 
Figura 11.Fonte: Google imagens(2017)
Quando disposto em local inadequado, o entulho pode causar diversos problemas ambientais e de saúde pública, portanto o entulho deve ser depositado em local cadastrado pelo Município ou em aterros de reciclagem de apropriados, conforme a Resolução Nº 307, de 5 de julho de 2002, em vigor desde 2005. O entulho é considerado de responsabilidade daquele que o produziu. A disposição inadequada é considerada crime ambiental.
O que é aterro sanitário?
Aterro sanitário é forma de disposição final que utiliza critérios de engenharia e normas operacionais específicas, proporcionando o confinamento “seguro” dos resíduos e evitando danos ou riscos à saúde pública e minimizando os impactos ambientais. Nele são dispostos resíduos domésticos, comerciais, de serviços de saúde, da indústria, de construção, ou dejetos sólidos retirados do esgoto.
Figura 12.Fonte: Google imagens(2017)
A base do aterro sanitário deve ser constituída por um sistema de drenagem de efluentes líquidos percolados (chorume) acima de uma camada impermeável de polietileno de alta densidade – PEAD, sobre uma camada de solo compactado para evitar o vazamento de material líquido para o solo, evitando assim a contaminação de lençóis freáticos. O chorume deve ser tratado e/ou recirculado (reinserido ao aterro) causando assim uma menor poluição ao meio ambiente. Seu interior deve possuir um sistema de drenagem de gases que possibilite a coleta do biogás, que é constituído por metano, gás carbônico(CO2) e água (vapor), entre outros, e é formado pela decomposição dos resíduos. Este efluente deve ser queimado ou beneficiado. Estes gases podem ser queimados na atmosfera ou aproveitados para geração de energia.
No caso de países em desenvolvimento, como o Brasil, a utilização do biogás pode ter como recompensa financeira a compensação por créditos de carbono ou CERs do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, conforme previsto no Protocolo de Quioto como já é feito por diversos aterro sanitários no Brasil: aterro de Nova Iguaçu, aterros Bandeirantes e São João em São Paulo, Embralixo-Arauna em Bragança Paulista, entre outros. Sua cobertura é constituída por um sistema de drenagem de águas pluviais, que não permita a infiltração de águas de chuva para o interior do aterro.
Com a compactação de lixo no aterro é possível a produção de gás, podendo assim diminuir a exploração de combustíveis fósseis. Este processo de produção já é utilizado em Portugal na zona de Leiria, (Projeto Resíduos + Petróleo).
Um aterro sanitário deve também possuir um sistema de monitoramento ambiental (topográfico e hidrogeológico) e pátio de estocagem de materiais. Para aterros que recebem resíduos de populações acima de 30 mil habitantes é desejável também muro ou cerca limítrofe, sistema de controle de entrada de resíduos (ex. balança rodoviária), guarita de entrada, prédio administrativo, oficina e borracharia.
Quando atinge o limite de capacidade de armazenagem, o aterro pode ser alvo de um processo de monitorização específico, e se reunidas as condições, pode albergar um espaço verde ou mesmo um parque de lazer, eliminando assim o efeito estético negativo.
Existem critérios de distância mínima de um aterrosanitário e um curso de água, uma região populosa e assim por diante. No Brasil, recomenda-se distância mínima de um aterro sanitário para um curso de água deve ser de 400m.
O que é Compostagem?
É o conjunto de técnicas aplicadas para controlar a decomposição de materiais orgânicos, com a finalidade de obter, no menor tempo possível, um material estável, rico em húmus e nutrientes minerais; com atributos físicos, químicos e biológicos superiores (sob o aspecto agronômico) àqueles encontrados na(s) matéria(s) prima(s).
Figura 13.Fonte: Google imagens(2017)
É desenvolvido em duas etapas distintas: uma de degradação ativa e outra de maturação. Os principais fatores que governam o processo de compostagem são:
a) Microrganismos: A conversão da matéria orgânica bruta ao estado de matéria humificada é um processo microbiológico operado por bactérias, fungos e actinomicetes. Durante a compostagem há uma sucessão de predominâncias entre as espécies envolvidas.
b) Umidade: A presença de água é fundamental para o bom desenvolvimento do processo. Entretanto, a escassez ou o excesso de água pode retardar a compostagem.
c) Aeração: A compostagem conduzida em ambiente aeróbio, além de mais rápida, não produz odores putrefatos nem proliferação de moscas.
d) Temperatura: O metabolismo exotérmico dos microrganismos, durante a fermentação aeróbia, produz um rápido aquecimento da massa. Cada grupo é especializado e desenvolve-se numa faixa de temperatura ótima. Promover condições para o estabelecimento da temperatura ótima para os microrganismos é fundamental.
e) Relação Carbono / Nitrogênio (C/N): Os microrganismos absorvem os elementos carbono e nitrogênio numa proporção ideal. O carbono é a fonte de energia para que o nitrogênio seja assimilado na estrutura.
f) Preparo prévio da matéria-prima: A granulometria é muito importante uma vez que interfere diretamente na aeração da massa original. Partículas maiores promovem melhor aeração, mas o tamanho excessivo apresenta menor exposição à decomposição e o processo será mais demorado.
g) Dimensões e formas das pilhas: Quanto ao comprimento, este pode variar em função da quantidade de materiais, do tamanho do pátio e do método de aeração. Já a altura da pilha depende da largura da base. Pilhas muito altas submetem as camadas inferiores aos efeitos da compactação. Pilhas baixas perdem calor mais facilmente ou nem se aquecem o suficiente para destruir os patogênicos. O ideal é que as pilhas apresentem seção triangular, com inclinação em torno de 40 a 60 graus, com largura entre 2,5 e 3,5 metros e altura entre 1,5 e 1,8 metros.
O que é chorume?
É um líquido produzido pela decomposição de substâncias orgânicas contidas nos resíduos sólidos; é um líquido poluente, de cor escura e odor nauseante, originado de processos biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos. Esses processos, somados com a ação da água das chuvas (percolado) carregam de lixiviar compostos orgânicos presentes nos aterros sanitários para o meio ambiente.
Esse líquido pode atingir os lençóis freáticos, de águas subterrâneas, poluindo esse recurso natural. A elevada carga orgânica presente no chorume faz com que ele seja extremamente poluente e danoso às regiões por ele atingidas.
4.2 RESÍDUOS de SERVIÇOS de SAÚDE e MEIO AMBIENTE
De acordo com a RDC ANVISA no 306/04 e a Resolução CONAMA Nº 358/2005, são definidos como geradores de RSS todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para a saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento, serviços de medicina legal, drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde, centro de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro, unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura, serviços de tatuagem, dentre outros similares.
Figura 14. Fonte: Google imagens (2017)
Os Resíduos Sólidos de Saúde são classificados em função de suas características e consequentes riscos que podem acarretar ao meio ambiente e à saúde.
De acordo com a RDC ANVISA no 306/04 e Resolução CONAMA no 358/05, os RSS são classificados em cinco grupos: A, B, C, D e E.
Grupo A - engloba os componentes com possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. Exemplos: placas e lâminas de laboratório, carcaças, peças anatômicas (membros), tecidos, bolsas transfusionais contendo sangue, dentre outras.
Grupo B - contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Ex: medicamentos apreendidos, reagentes de laboratório, resíduos contendo metais pesados, dentre outros.
Grupo C - quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia
Nuclear - CNEN, como, por exemplo, serviços de medicina nuclear e radioterapia etc.
Grupo D - não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
Ex: sobras de alimentos e do preparo de alimentos, resíduos das áreas administrativas etc.
Grupo E - materiais perfuro-cortantes ou escarificantes, tais como lâminas de barbear, agulhas, ampolas de vidro, pontas diamantadas, lâminas de bisturi,
 lancetas, espátulas e outros similares.
Sistema de Limpeza Urbana no Brasil
O sistema de limpeza urbana dos municípios é composto pelos serviços de coleta, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos urbanos. Incluem os serviços de varrição e capina das ruas, desobstrução de bueiros, poda de árvores, lavagem de ruas após feiras livres e demais atividades necessárias à manutenção da cidade, sob o aspecto de limpeza e organização.
Os serviços de limpeza urbana requerem, além de estrutura técnico organizacional adequada, elevados investimentos financeiros. De modo geral, os municípios brasileiros, em razão de limitações financeiras e falta de pessoal qualificado e capacitado, têm enfrentado grandes dificuldades na organização e operação desses serviços.
De modo geral, a dificuldade enfrentada pelo Poder Público vem sendo resolvida de maneira paliativa, com exceção de alguns municípios que já se encontram estruturados técnica e operacionalmente. Faltam planejamento de médio e longo prazo, aperfeiçoamento de instrumentos institucionais legais e estratégias para mudar o atual quadro. Prevalecem as soluções imediatistas e ações pontuais, quase sempre fundamentadas na transferência da disposição final dos resíduos para as porções periféricas dos municípios, não obedecendo a normas e legislações específicas, com predomínio de depósitos de resíduos a céu aberto que contribuem para a deterioração ambiental e da saúde.
A coleta de resíduos sólidos no país é ineficiente e irregular, sendo que parte do volume gerado permanece junto às habitações, principalmente as de baixa renda, em terrenos baldios, cavidades erosivas, encostas de morros, logradouros públicos e nas drenagens.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB 2000, do IBGE, do total de domicílios urbanos (que representam 78,1% do total de moradias brasileiras) o serviço de coleta é realizado em 80% e, portanto, 20% dos domicílios não contam com este serviço.Com relação às regiões brasileiras, o Sul e Sudeste mostram maior cobertura de atendimento de seus domicílios, com 87,7% e 86,6%, respectivamente. A região Norte apresenta cobertura de 54,4% e Nordeste, apenas 44,6%.
Os serviços de varrição, capina e limpeza dos logradouros também são deficientesna maioria das cidades brasileiras. Com relação à disposição final de resíduos sólidos no solo, ressalta-se que a nomenclatura usualmente utilizada para as diversas formas de disposição muitas vezes não corresponde às suas verdadeiras classificações. É muito comum a municipalidade se referir aos seus locais de disposição de resíduos como aterros sanitários, sendo que, na maioria das vezes, esta designação não condiz com a realidade (Nascimento, 2001).
No Brasil, as formas de disposição final são usualmente designadas como lixão ou vazadouro a céu aberto, aterros controlados e aterros sanitários.
Lixão ou vazadouro a céu aberto é a denominação atribuída à disposição de resíduos de forma descontrolada sobre o substrato rochoso ou solo. O termo vazadouro é regional.
Não há critérios técnicos para a escolha e operação dessas áreas. Os resíduos são depositados diretamente sobre o solo, podendo ocasionar contaminação do solo, das águas subterrâneas e superficiais através do líquido percolado e dos próprios resíduos. Esta forma de disposição favorece a ocorrência de moscas, ratos e baratas, que são vetores de inúmeras doenças, além da atração de abutres (urubus, carcarás etc.).
A ausência de controle e a falta de fechamento permite o livre acesso, sendo comum a presença de animais (porcos, galinhas, cabras, vacas, cavalos etc.), crianças e adultos que utilizam restos de alimentos para consumo. A falta de controle favorece o lançamento de resíduos de serviços de saúde e indústrias nestas áreas.
Geralmente há coleta espontânea de materiais recicláveis (embalagens em geral) para comercialização. De acordo com a PNSB 2000, existem no país cerca de 23.340 catadores em lixões, dos quais 23% têm menos de 14 anos de idade. Somente na região Nordeste concentram-se 49% das crianças, 60% do total em municípios com menos de 25 mil habitantes.
O que é muito comum ouvir é que quando a coleta de lixo não é realizada por alguns dias e os lixos ficam acumulando na frente das residências, dai todos criticam a falta de eficiência da prefeitura da cidade, mas a problemas maiores que um acumulo de lixo, é a coleta inadequada, a falta de seleção, que pode partir da própria residência, pois mesmo os depósitos de lixo sendo localizados em regiões afastadas do município, os problemas gerados a partir das negligencias cometidas afetam toda a região em que se encontra tais depósitos, mais afetados serão caso esses depósitos se encontrarem próximos a encostas, rios ou até mesmo dos córregos que cortam as cidades.
A única certeza que se pode ter em relação ao manuseio inadequado, da falta de seleção e principalmente da forma em que o lixo será eliminado, é que a biodiversidade já degradada atualmente ficará cada vez menor, além de que toda a população será prejudicada pelas doenças geradas pelo lixo, pela poluição atmosférica, da água e do solo, os quais são fatores indispensáveis e insubstituíveis para a vida humana e todo o ser vivo
5.1. O que é coleta seletiva
Coleta seletiva é o termo utilizado para o recolhimento dos materiais que são passíveis de serem reciclados, previamente separados na fonte geradora. Dentre estes materiais recicláveis podemos citar os diversos tipos de papéis, plásticos, metais e vidros.
A coleta destes pode ser Indiferenciada ou Seletiva. É Indiferenciada quando não ocorre nenhum tipo de seleção na sua coleta e acabam rotulados como lixo comum. E é Seletiva quando os resíduos são recolhidos já com os seus componentes separados de acordo com o tipo de resíduo e destino para o qual são enviados. Após a coleta, o lixo comumente pode ser encaminhado para três lugares: um aterro sanitário, uma unidade de incineração ou uma unidade de Valorização e Tratamento de Resíduos.
Figura 15-Fonte: Google imagens.(2017)
A separação na fonte evita a contaminação dos materiais reaproveitáveis, aumentando o valor agregado destes e diminuindo os custos de reciclagem.
Para iniciar um processo de coleta seletiva é preciso avaliar, quantitativamente e qualitativamente, o perfil dos resíduos sólidos gerados em determinado município ou localidade, a fim de estruturar melhor o processo de coleta.
5.2 Quais são as principais formas de coleta seletiva?
Porta a Porta – Veículos coletores percorrem as residências em dias e horários específicos que não coincidam com a coleta normal de lixo. Os moradores colocam os recicláveis nas calçadas, acondicionados em contêineres distintos;
 
Figura 16. Fonte: Google imagens. (2017)
 - PEV (Postos de Entrega Voluntária) - Utiliza contêineres ou pequenos depósitos, colocados em pontos físicos no município, onde o cidadão, espontaneamente, deposita os recicláveis;
- Postos de Troca – Troca do material a ser reciclado por algum bem.
- PICs - Outra modalidade de coleta é a PICs, Programa Interno de Coleta Seletiva, que é realizado em instituições públicas e privadas, em parceria com associações de catadores. Em Natal, capital do Rio Grande do Norte, o PICs é realizado em diversas empresas, fruto do trabalho da Companhia de Serviços Urbanos de Natal (URBANA), que realiza trabalhos de educação ambiental com crianças e adolescentes.
Figura 17.Fonte: Google imagens.(2017)
Recursos hídricos em regiões semiáridas
 Características do semiárido 
O Semiárido brasileiro é o maior do mundo em extensão territorial e densidade demográfica. Compreende aproximadamente 80% do território do Nordeste brasileiro e abrange parte dos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, mais o Norte de Minas Gerais e Espírito Santo e Leste do Maranhão. A insuficiência de chuvas, as temperaturas elevadas e as altas taxas de evaporação influenciam fortemente as demais condições naturais e sociais desse meio. Essas características influem diretamente nos recursos hídricos, nos solos, na paisagem e na vegetação, predominantemente constituída pelo bioma caatinga, e a multiplicidade de espécies que compõem essa biodiversidade. De acordo com Falkenmark & Chapman (1993, p.71), uma região semiárida tem coeficiente de aridez entre 0,20 e 0,50. O coeficiente de aridez consiste na razão entre a precipitação média anual e a evaporação potencial anual.
6.2 Sistemas de abastecimento e irrigação de baixo custo
6.2.1 Cisternas rurais para captção da água da chuva através do telhado.(16mil litros)
São reservatórios cilíndricos, construídos próximo á casa do(a) agricultor (a), que armazenam a água da chuva que cai no telhado e é captado por uma estrutura construído com calhas de zingo e canos de PVC. Esse tipo de cisterna pode ser construído com placas de cimento, anéis de concreto, tela e cimento, alambrado e outros materiais. Para dar mais resistências à estrutura, uma parte do reservatório fica enterrada. A água desse tipo de cisternas é utilizada para beber e cozinhar. Porém, para que água seja apropriada para o consumo humano, é importante manter a tampa fechada e a parte interna, os canos e as calhas sempre limpos.
Figura 18. Fonte: Google imagens. (2017)
Utilidades 
 Captar e guardar água da chuva para beber e cozinhar durante cerca de oito meses para uma família de cinco pessoas. As cisternas rurais otimizam o tempo antes gastos na busca pela água. Além disso, a boa qualidade da água proporciona mais saúde para quem consome.
	
Cisterna de 52 mil litros adaptada para a roça
São reservatórios de água construídos com placas de cimento que ficam enterrados, tendo apenas a cobertura acima do terreno. Para captar a água, é preciso fazer canaletas de alvenaria no chão que conduzirão a água da chuva para dentro da cisterna. Além disso, constrói-se um tanque, antes da cisterna, para a retenção da sujeira.
Figura 19. Fonte: Google imagens. (2017)
Utilidades
Serve para armazenar a água chuva, que será utilizada em sistemas de produção, principalmente no entorno da casa, como: quintais produtivos, cultivo de hortaliças e fruteiras, plantas medicinais e criação de pequeno animais.
Cistena de 52 mil litros com calçadão
É uma

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