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Aula XII História do Direito no BRASIL - Prof. Carlos Rubens

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BRASIL COLÔNIA
“INTERCOETERA” E TORDESILHAS
BULA INTERCOETERA DE 1493
Expedida pelo Papa Alexandre VI
Assegurava ao rei de Espanha direitos sobre a América e outras terras 
ainda não descobertas, a partir de uma linha de cem léguas a oeste de Cabo Verde. 
Tratado de Tordesilhas de 1494
Celebrado entre Espanha e Portugal, por mediação do mesmo Papa (Alexandre VI).
As terras que se incluíssem até o limite de 370 léguas pertenceriam a Portugal, e as incluídas daí para frente, à Espanha.
PRESTÍGIO DA IGREJA
O Brasil, antes de anunciado o seu descobrimento, de direito, já estava incorporado a Portugal. 
As decisões pontifícias, através de bulas, eram então respeitadas em toda a Europa. 
PRESTÍGIO DA IGREJA
Francisco I, de França, teria indagado: 
“Em que cláusula do seu testamento Adão havia legado o mundo a Portugal e Espanha”. 
Feitorias
PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES JURÍDICAS
LEGISLAÇÃO ECLESIÁSTICA E CIVIL
I - Na legislação eclesiástica: 
a) Bula de 1506, do Papa Júlio II, confirmando os direitos de Portugal sobre as terras do Brasil, em virtude do Tratado de Tordesilhas; 
b) Bula de 1514, do Papa Leão X, e Bula de 1551, do Papa Júlio III, ratificando a de 1506. 
LEGISLAÇÃO ECLESIÁSTICA E CIVIL
II - Na legislação civil: 
a) contrato de arrendamento das terras descobertas, de 1502 entre o governo português e um consórcio liderado por Fernando de Noronha. 
Objeto: 
1º) por 3 anos, os arrendatários obrigavam-se a enviar anualmente ao Brasil 6 navios; 
2º) fazer o reconhecimento de trezentas léguas de terra; 
3º) fundar e manter uma fortaleza; 
LEGISLAÇÃO ECLESIÁSTICA E CIVIL
II - Na legislação civil: 
b) dois alvarás de 1516, de D. Manuel, ordenando ao feitor e oficiais da Casa da Índia:
fornecimento de "machados e enxadas e toda mais ferramenta às pessoas que fossem povoar o Brasil”; 
indicação de "um homem prático e capaz de ir ao Brasil dar princípio a um engenho de açúcar; e se lhe desse sua ajuda de custo, e também todo o cobre e ferro e mais coisas necessárias"; 
LEGISLAÇÃO ECLESIÁSTICA E CIVIL
II - Na legislação civil: 
c) três cartas-régias de 1530, de D. João Ill, investindo Martim Afonso de Souza de poderes amplos e excepcionais para organizar e regular a administração colonial no Brasil. 
LEGISLAÇÃO ECLESIÁSTICA E CIVIL
II - Na legislação civil: 
Essas cartas, que continham normas de caráter administrativo, político, judicial e militar, realmente davam ao grande capitão-mor autoridade absoluta para ditar, aplicar e executar as leis. 
Capitanias Hereditárias
1532 a 1549 
 CARTAS DE DOAÇÃO E DE FORAL 
Capitanias Hereditárias
1532 a 1549 
Fundado o núcleo colonial de São Vicente em 1532, com Martim Afonso de Souza, foram lançadas as bases do primeiro regime de governo instituído no Brasil.
CARTAS DE DOAÇÃO E DE FORAL 
cartas de doação: estabeleciam apenas a legitimidade da posse e os direitos e privilégios dos donatários; 
cartas de foral: eram contratos enfitêuticos, em virtude dos quais se 
constituíam perpétuos tributários da coroa, e dos capitães-mores, os solarengos que recebessem terras de Sesmarias.
CARTAS DE DOAÇÃO E DE FORAL 
Poderes do donatário:
Criar vilas;
Expedir forais;
Superintender todos os atos da jurisdição civil e criminal; 
Criar e prover o cargo de ouvidor;
Criar e prover o cargo de juízes do cível e do crime; 
bem como dos demais funcionários da justiça.
Governos Gerais 
 REGIMENTO DE 1548 
Governos Gerais
Somente as capitanias de Pernambuco e São Vicente prosperaram.
Governos Gerais
Regimento de D. João III, de 1548:
Em 1549 é implantado o sistema de governos gerais; 
Primeiro “diploma constitucional”; 
Tomé de Souza era nomeado Governador-Geral do Brasil
Governos Gerais
Regimento de D. João III, de 1548:
Logo abaixo do Governador-Geral, estavam: 
O Provedor-Mor da Fazenda 
O Ouvidor-Geral da Justiça 
e o Capitão-Mor das Costas. 
1º Governador-Geral 
Tomé de Sousa 1549-1553, 
Sede: Salvador-Bahia
2º Governador-Geral
Duarte da Costa 1553 a 1558.
3º Governador-Geral 
Mem de Sá 1558 a1572
Governos-Gerais
Após a morte de Mem de Sá, divisão entre dois governadores durante os anos de 1572 e 1578. 
D. Luís de Brito, ficou com o norte, com Salvador como sede do governo.
D. Antônio de Salema, ficou com o sul que teve sede no Rio de Janeiro.
 Após, a colônia foi reunificada em Salvador, tendo apenas um governador : Lourenço da Veiga
Governos-Gerais
Em 1759, o Marquês de Pombal, então Secretário de Estado do rei Dom José I, extinguiu o sistema de Capitanias, que foram expropriadas pelo governo de Lisboa.
DIREITO ESPECIAL 
Direito complementar às ORDENAÇÕES MANUELINAS:
a) os regimentos, como complemento do Livro I das Ordenações ou como leis orgânicas, disciplinavam os diversos cargos da administração pública (Regimento de 1548 criando o sistema de governos gerais); 
b) as cartas-régias continham resoluções do rei destinadas às autoridades públicas (Carta-Régia de 1808 dispondo sobre a abertura dos portos brasileiros ao livre comércio com o exterior); 
c) as cartas de lei eram normas de caráter geral (Carta de Lei de 1815 elevando o Brasil à categoria de reino); 
d) os alvarás eram normas de caráter específico, de vigência temporária (Alvará de 1808 criando o Banco do Brasil). 
UNIÃO IBÉRICA 1580-1640
E AS
ORDENAÇÕES FILIPINAS
União Ibérica 1580-1640
Em 1578, durante a batalha contra os mouros marroquinos em Alcácer-Quibir, o rei português dom Sebastião desapareceu. 
Não deixou descendente. 
União Ibérica 1580-1640
Nos 2 anos seguintes, o Cardeal Dom Henrique, seu tio-avô, assumiu o Estado português, mas logo morreu sem também deixar herdeiros.
União Ibérica 1580-1640
Filipe II, rei da Espanha e neto do falecido rei português D. Manuel I, se candidatou a assumir a vaga deixada na nação vizinha. 
União Ibérica 1580-1640
Ordenações Filipinas (1603): 
Não revogaram as Ordenações Manuelinas; 
Representaram mais um trabalho de compilacão que de inovação;
Prolongou-se em Portugal até 1867 e no Brasil até 1916.
União Ibérica 1580-1640
Em 1640, D. João IV (dinastia Bragança), promove a Restauração do poder.
Apesar disso, as Ordenações Filipinas se prolongaram em Portugal até 1867 e no Brasil até 1916.
Invasão holandesa, de 1630 a 1655
Os holandeses fixaram-se no 
Nordeste brasileiro (Pernambuco, Itamaracá, Paraíba e Rio Grande do Norte); 
Após a expulsão a lei que voltou a reger foram as Ordenações de Portugal.
BRASIL-REINO
LIBERTAÇÃO ECONÔMICA 
Carta-Régia de 1808 
Carta-Régia de 1808 
 LIBERTAÇÃO ECONÔMICA 
Em 1807 a corte portuguesa, premida pelo avanço das tropas de Napoleão em território da Metrópole, foge para o Brasil. 
Carta-Régia de 1808 
 LIBERTAÇÃO ECONÔMICA 
As principais conseqüências da Carta-Régia de 1808 : 
a) revogação das leis que proibiam qualquer espécie de atividade industrial no 	Brasil; 	
b) isenção tributária sobre matéria-prima importada para a indústria; 
c) liberdade completa de exportação; 
d) fundação do Banco do Brasil. 
Carta-Régia de 1808 
 LIBERTAÇÃO ECONÔMICA 
As principais conseqüências da Carta-Régia de 1808 : 
Atendeu mais aos interesses da Inglaterra.
Carta-Régia de 1808 
 LIBERTAÇÃO ECONÔMICA 
Interferência na esfera judiciária:
Um desses tratados dispunha sobre a competência de juízes especiais para questões nas quais fossem partes súditos ingleses domiciliados no Brasil. 
Criou-se o cargo de Juiz Conservador da Nação Britânica.
 REINO UNIDO 
Carta de Lei de 1815
Carta de Lei de 1815
REINO UNIDO 
Elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve.
Carta de Lei de 1815
ORIENTAÇÃO JURÍDICA
Ordenações do Reino:
Ordenações Afonsinas (1446);
Ordenações Manuelinas (1521);
Ordenações Filipinas (1603).
Carta de Lei de 1815
ORIENTAÇÃO JURÍDICA
1808-1822: 
Preponderância, dos institutos de direito público interno e externo: medidas políticas, administrativas, financeiras e diplomáticas. 
Brasil independente
Portugal (1820): movimento
liberal obriga D.João VI voltar a Portugal, sob pena de perder o trono.
Monarquia Constitucional
21 de abril de 1821, D. João VI volta a Portugal e jura a constituição.
Deixa seu filho no Brasil, D. Pedro I.
Projeto de constituição
Império
Projeto de constituição
1822 – Independência
1823 – Assembléia Constituinte
Redador Antônio Carlos Andrada
Projeto de constituição
Projeto de 1823 (272 artigos): 
a) monarquia constitucional e representativa; 
b) liberdades e garantias constitucionais, compreendendo liberdade de pensamento e locomoção, liberdade individual e religiosa, liberdade de imprensa, inviolabilidade da propriedade; 
c) divisão dos poderes em Executivo (exercido pelo Imperador com o auxílio de um Ministério e um Conselho Privado), Legislativo (exercido em conjunto pelo Imperador e pela Assembléia Geral, esta formada da Câmara dos Deputados e do Senado), Judiciário (exercido por "juízes letrados" e jurados, estes com interferência em matéria criminal).  
CONSTITUIÇÃO DE 1824
Dissolução da assembléia constituinte;
Outorga da constituição por D. Pedro I
CONSTITUIÇÃO DE 1824
Criação do Poder Moderador, exercido pelo Imperador; 
Criação do Conselho de Estado, sendo seus membros nomeados pelo Impe- 
rador; 
Faculdade do Imperador de dissolver o Congresso; 
Concessão de maior soma de poderes ao Imperador e ao Senado, em detrimento da Câmara dos Deputados. 
CONSTITUIÇÃO DE 1824
Divisão dos poderes em quatro : 
1º) Poder Moderador: exercido pelo Imperador;
2º) Poder Executivo: exercido pelo Imperador; 
3º) Poder Legislativo: Câmara dos Deputados (eletiva e temporária) e do Senado (de nomeação do Imperador e vitalício); 
4º) Poder Judiciário: formado de jurados, juízes singulares e tribunais.
CONSTITUIÇÃO DE 1824
No âmbito das províncias: 
Executivo: ficaria sob a chefia de um Presidente nomeado pelo Imperador. 
Legislativo: um Conselho Geral eleito, elabora projetos de lei e encaminha à Assembléia Geral para apreciação. 
Abdicação de D. Pedro I e o período Regencial 
1826 – Falece D. João VI
7 de abril de 1831 – D. Pedro I abdica em favor de seu filho com apenas 5 anos de idade.
Abdicação de D. Pedro I e o período Regencial 
A constituição de 1824 dizia que, durante a menoridade do sucessor, o Império deveria ser governado por um Regente que fosse um parente mais próximo do Imperador. 
Abdicação de D. Pedro I e o período Regencial 1831-1840
No entanto, naquela época não havia ninguém que se encaixasse nestes requisitos. 
Para tanto a Constituição previa a formação de uma Regência trina provisória, em caráter interino, para que o executivo não ficasse acéfalo.
Em seguida, convocada a Assembléia Geral, é eleita a Regência Trina Perma- 
nente.
CONSTITUIÇÃO 1824: DA REGÊNCIA NA MINORIDADE, OU IMPEDIMENTO DO IMPERADOR
Art. 121. O imperador é menor até a idade de 18 anos completos.
Art. 122. Durante a sua minoridade, o império será governado por uma regência, a qual pertencerá ao parente mais chegado do imperador, segundo a ordem da sucessão, e que seja maior de 25 anos.
Art. 123. Se o imperador não tiver parente algum que reúna estas qualidades, será o império governado por uma regência permanente, nomeada pela assembléia-geral, composta de três membros, dos quais o mais velho em idade será o presidente.
Art. 124. Enquanto esta regência se não eleger, governará o império uma regência provisional composta dos ministros de estado do império e da justiça, e dos dois conselheiros de estado mais antigos em exercício, presidida pela imperatriz viúva, e na sua falta, pelo mais antigo conselheiro de estado.
ATO ADICIONAL
1832 - reforma da Constituição.Lei de 1834, Ato Adicional: 
Substituição da Regência Trina pela Regência Una; 
Supressão da vitaliciedade dos membros do Senado; 
Supressão do Conselho de Estado; 
Transformação dos Conselhos Gerais das Províncias em Assembléias Legislativas e competência destas para legislar. 
CODIFICAÇÃO DAS LEIS ORDINÁRIAS
Constituição de 1824, art. 179, n° 18 : 
"Organizar-se-á quanto antes um Código Civil e Criminal, fundado nas bases sólidas da justiça e eqüidade". 
Código Civil, somente em 1916.
Código Criminal, em 1830.
CÓDIGO CRIMINAL
Código Criminal, em 1830:
Cuidava apenas das penas.
Não havia um código de processo penal. 
CÓDIGO CRIMINAL
LEI DE 16 DE DEZEMBRO DE 1830.
LEI DE 16 DE DEZEMBRO DE 1830.
Manda executar o Codigo Criminal. 
D. Pedro por Graça de Deus, e Unanime Acclamação dos Povos, Imperador Constitucional, e Defensor Perpetuo do Brazil: Fazemos saber a todos os Nossos subditos, que a Assembléa Geral Decretou, e Nós Queremos a Lei seguinte. 
CÓDIGO CRIMINAL
LEI DE 16 DE DEZEMBRO DE 1830.
CODIGO CRIMINAL DO IMPERIO DO BRAZIL 
PARTE PRIMEIRA 
Dos Crimes, e das Penas 
TITULO I 
Dos Crimes 
CAPITULO I 
DOS CRIMES, E DOS CRIMINOSOS 
CÓDIGO CRIMINAL
LEI DE 16 DE DEZEMBRO DE 1830.
Art. 1º Não haverá crime, ou delicto (palavras synonimas neste Codigo) sem uma Lei anterior, que o qualifique. 
CÓDIGO CRIMINAL
LEI DE 16 DE DEZEMBRO DE 1830.
Curiosidades – DA PENA DE MORTE
Art. 38. A pena de morte será dada na forca. 
CÓDIGO CRIMINAL
LEI DE 16 DE DEZEMBRO DE 1830.
Curiosidades – DA PENA DE MORTE
Art. 39. Esta pena, depois que se tiver tornado irrevogavel a sentença, será executada no dia seguinte ao da intimação, a qual nunca se fará na vespera de domingo, dia santo, ou de festa nacional. 
CÓDIGO CRIMINAL
LEI DE 16 DE DEZEMBRO DE 1830.
Curiosidades – DA PENA DE MORTE
Art. 42. Os corpos dos enforcados serão entregues a seus parentes, ou amigos, se os pedirem aos Juizes, que presidirem á execução; mas não poderão enterra-los com pompa, sob pena de prisão por um mez á um anno. 
CÓDIGO CRIMINAL
LEI DE 16 DE DEZEMBRO DE 1830.
Curiosidades – DA PENA DE MORTE
Art. 43. Na mulher prenhe não se executará a pena de morte, nem mesmo ella será julgada, em caso de a merecer, senão quarenta dias depois do parto. 
CÓDIGO CRIMINAL
LEI DE 16 DE DEZEMBRO DE 1830.
DISPOSIÇÕES GERAES 
Art. 65. As penas impostas aos réos não prescreverão em tempo algum. 
CÓDIGO CRIMINAL
LEI DE 16 DE DEZEMBRO DE 1830.
O código não previa o crime culposo. 
Somente em 1871, com Lei n° 2.033, o crime culposo passou a ser regulamentado. 
Codigo do Processo Criminal
LEI DE 29 DE NOVEMBRO DE 1832.
Supressão do sistema inquisitório do Livro V das Ordenações Filipinas.
Inspiração nos modelos Inglês e Francês.
Sistema processual inglês: acusatório
Sistema processual francês: inquisitório 
Brasil: sistema misto ou eclético
Codigo do Processo Criminal
LEI DE 29 DE NOVEMBRO DE 1832.
Forma acusatória:oralidade e de publicidade;
Forma inquisitória: sigilo e escritura.
Codigo do Processo Criminal
LEI DE 29 DE NOVEMBRO DE 1832.
a) Sistema Inquisitivo
Concentração dos poderes de acusar, de defender e de julgar em uma só pessoa. 
 Sigilo do processo; 
Ausência de contraditório: o acusado não é sujeito de direitos e sim objeto de investigação, objeto de prova e da tortura; 
A confissão é a rainha das provas. 
Codigo do Processo Criminal
LEI DE 29 DE NOVEMBRO DE 1832.
b) O Sistema Acusatório
Separação dos órgãos de acusação, de defesa e de julgamento; 
O investigado é sujeito de direitos imperando a liberdade de defesa, a igualdade na posição das partes e a vigência do contraditório.
Codigo do Processo Criminal
LEI DE 29 DE NOVEMBRO DE 1832.
c) Sistema Processual Misto
fusão dos sistemas Inquisitório e Acusatório
Duas fases: 
1ª) inquisitiva, presidida por um juiz; 
2ª) acusatória, onde respeita-se o devido processo legal.
Reforma de 1841 
(Lei n° 261, de 3 de dezembro)
Dá à Polícia atribuições judiciárias, quanto à formação da culpa.
Reforma de 1841 
(Lei n° 261, de 3 de dezembro)
Art. 2º Os Chefes de Policia serão escolhidos d'entre os Desembargadores, e Juizes de Direito: os Delegados e Subdelegados d'entre quaesquer Juizes e Cidadãos: serão todos amoviveis, e obrigados a acceitar.
CÓDIGO COMERCIAL
Ciclo das grandes codificações: três fases.
1ª) fase 1822-1850
Lei da Boa Razão 1772: orientava:
"invocar-se como subsídio nas questões 
marcantes as normas legais 'das nações cristãs, iluminadas e polidas, que com elas 
estavam resplandecendo na boa, depurada e sã jurisprudência”.	
CÓDIGO COMERCIAL
Ciclo das grandes codificações: três fases.
2ª) fase 1850-1890
Código Comercial do Império: primeira grande obra do gênero aparecida no continente americano.
Parte I - Do comércio em geral; 
Parte II - Do comércio marítimo; 
Parte III - Das quebras; 
Título único - Da Administração da justiça nos negócios e causas comerciais. 
CÓDIGO COMERCIAL
Ciclo das grandes codificações: três fases.
3ª) fase 1890-2002
Reformas do Código Comercial
Em 2002, revogação parcial do Código Comercial e incorporação do direito societário e contratual no Novo Código Civil.
REGULAMENTOS 737 E 738
Regulamentos processuais:
Regulamento nº 737: disciplinou o processo, a execução e os recursos;
Regulamento nº 738: dispôs sobre os Tribunais de Comércio e o processo das falências.
 DA CONSTITUIÇÃO 
DE 1891 À DE 1988 
República
CONSTITUIÇÃO DE 1891
A idéia de Federação (Rui Barbosa):
Cada Estado passou a ter competência para legislar sobre o processo e a organização judiciária.
Em 1942, foi restabelecida a unidade do processo na área penal e em 1939, do processo civil.
CONSTITUIÇÃO DE 1891
1. Instituiu a forma federativa de estado e a forma republicana de governo (art. 1º)
2. Entusiasmado pela teoria da separação entre os poderes de Montesquieu, houve a repartição em três funções: Poder Legislativo, Executivo e Judiciário, independentes e harmônicos (art. 15).
3. O sufrágio, embora tendente a ser universal, ainda encontrava restrições censitárias, pois impedia o voto àqueles que eram considerados mendigos e aos analfabetos. (art. 70).
4. Previu-se expressamente o Habeas Corpus, onde se estabelecia que “dar-se-á o habeas corpus, sempre que o indivíduo sofrer ou se achar em iminente perigo de sofrer violência ou coação por ilegalidade ou abuso de poder” (art. 72, § 22).
5. Separação entre a Igreja e o Estado, não sendo mais assegurada à Religião Católica o status de religião oficial, deste modo, foi estabelecido o direito de culto externo a todas as religiões. (art. 11, § 2º).
Constituição de 1934
Revolução de 30 e o Governo Provisório;
Constituição de 1934:
democracia de cunho social;
princípios voltados para os problemas de educação, cultura, sufrágio feminino, trabalho e previdência. 
Constituição de 1934
Instituiu o voto secreto;
Estabeleceu o voto obrigatório para maiores de 18 anos;
Propiciou o voto feminino que já havia sido instituído em 1932 pelo Código Eleitoral do mesmo ano;
Previu a criação da Justiça do Trabalho;
Previu a criação da Justiça Eleitoral;
Nacionalizou as riquezas do subsolo e quedas d'água no país.
Constituição de 1934
Obs.:
Código Eleitoral Provisório de 1932 permitia o voto feminino com a imposição de que só as casadas com o aval do marido ou as viúvas e solteiras com renda própria teriam permissão para exercer o direito de votar e serem votadas.
Já na Constituição de 1934:
Art 109 - O alistamento e o voto são obrigatórios para os homens e para as mulheres, quando estas exerçam função pública remunerada, sob as sanções e salvas as exceções que a lei determinar. 
Apenas em 1946 o voto feminino passou a ser obrigatório também para as mulheres.
 
Constituição de 1934
Proíbe o trabalho infantil, determina jornada de trabalho de oito horas, repouso semanal obrigatório, férias remuneradas, indenização para trabalhadores demitidos sem justa causa, assistência médica e dentária, assistência remunerada a trabalhadoras grávidas;
Proíbe a diferença de salário para um mesmo trabalho, por motivo de idade, sexo, nacionalidade ou estado civil;
Prevê uma lei especial para regulamentar o trabalho agrícola e as relações no campo (que não chegou a ser feita) e reduz o prazo de aplicação de usucapião a um terço dos originais 30 anos.
Constituição de 1934
O voto aos mendigos e analfabetos continua proibido.
Constituição de 1937
Constituição outorgada;
"Carta Polaca”, inspirada na Carta polonesa do ditador Józef Pilsudski em 1935.
Obs.: A expressão foi criada por Assis Chateaubriand em artigo publicado no Diário de Pernambuco onde taxou a Carta de 1937 como “uma cópia servil do estatuto polonês, imposto à Polônia pelo ditador Pilsudsky”. 
Constituição de 1937
Concentrou os poderes executivo e legislativo nas mãos do Presidente da República;
Estabeleceu eleições indiretas para presidente, que teria mandato de seis anos;
Acabou com o liberalismo;
Admitiu a pena de morte;
Retirou do trabalhador o direito de greve;
Permitiu ao governo expurgar funcionários que se opusessem ao regime;
Previu a realização de um plebiscito para referendá-la, o que nunca ocorreu;
Proibição de voto aos mendigos e analfabetos.
Constituição de 1946
A igualdade de todos perante a lei;
A liberdade de manifestação de pensamento, sem censura, a não ser em espetáculos e diversões públicas;
A inviolabilidade do sigilo de correspondência;
A liberdade de consciência, de crença e de exercício de cultos religiosos;
A liberdade de associação para fins lícitos;
A inviolabilidade da casa como asilo do indivíduo;
A prisão só em flagrante delito ou por ordem escrita de autoridade competente e a garantia ampla de defesa do acusado;
Extinção da pena de morte;
Continuava a proibir o voto dos analfabetos;
O voto feminino deixa de ser facultativo e torna-se obrigatório.
Constituição de 1967
Concentra no Poder Executivo a maior parte do poder de decisão;
Estabelece eleições indiretas para presidente;
Tendência à centralização, embora pregue o federalismo;
Estabelece a pena de morte para crimes de segurança nacional, com o AI nº 14 de 1969;
Restringe ao trabalhador o direito de greve;
Ampliação da justiça Militar;
Abre espaço para a decretação posterior de leis de censura e banimento;
Os analfabetos permaneciam sem direito a voto.
EMENDA CONSTITUCIONAL N.1 DE 1969
Teórica e tecnicamente, não se tratou de emenda, mas de nova constituição. 
A emenda só serviu como mecanismo de outorga.
Verdadeiramente se promulgou texto integralmente reformado, a começar pela denominação que se lhe deu: Constituição da República Federativa do Brasil, enquanto a de 1967 se chamava apenas Constituição do Brasil. 
EMENDA CONSTITUCIONAL N.1 DE 1969
As três principais alterações promovidas pela citada emenda constitucional foram:
1. Estabelecimento de eleições indiretas para o cargo de Governador de Estado;
2. Ampliação do mandato presidencial para cinco anos;
3. Extinção das imunidades parlamentares.
Constituição de 1988
1. Após um período ditatorial, o Constituinte de 1988 tratou de assegurar princípios e objetivos fundamentais que tem a finalidade de possibilitar o integral desenvolvimento do ser - humano, tendo como base o principio da dignidade da pessoa humana. (CF, art. 1º a 4º)
2. Criação do Superior Tribunal de Justiça em substituição ao Tribunal Federal de Recursos
3. Criou o mandado de injunção (CF, art. 5º, LXXI); mandado de segurança coletivo (CF, art. 5º, LXX); habeas data (CF, art. 5º, LXXII)
4. Estabeleceu a faculdade do exercício do direito de voto ao analfabeto.

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