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Ciclos Biogeoquímicos

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MEIO AMBIENTE
Prof. Delfim S. Neves
Ciclos Biogeoquímicos 
Introdução 
	
	Os ciclos bioquímicos são processos naturais que por diversos meios reciclam vários elementos em diferentes formas químicas do meio ambiente para os organismos, e depois, fazem o processo contrario, ou seja, trazem esses elementos dos organismos para o meio ambiente. Dessa forma, a água, o carbono, o oxigênio, o nitrogênio, o fósforo e outros, percorrem estes ciclos, unindo todos os componentes vivos e não-vivos do planeta. 
Como o planeta é um sistema dinâmico, e em constante evolução, o movimento e estocagem de seus materiais afetam todos os processos físicos, químicos e biológicos. As substancias são continuamente transformadas durante a síntese e a decomposição da matéria orgânica, sem escapar da biosfera, sendo, portanto recicláveis.
Um ciclo biogeoquímico pode ser entendido como sendo o movimento ou o ciclo de um determinado elemento ou elementos químicos através da atmosfera, hidrosfera e biosfera da Terra.
Os ciclos estão intimamente relacionados com processos geológicos, hidrológicos e biológicos. Os caminhos percorridos ciclicamente entre o meio abiótico e o biótico pela água e por elementos químicos, como C, S, O, P e N, constituem os chamados – ciclos biogeoquímicos. 
A compreensão desses ciclos torna-se cada vez mais importantes, como, por exemplo, para avaliar o impacto ambiental que um material potencialmente perigoso, possa vir causar no meio ambiente e aos seres vivos que dependem diretamente ou indiretamente desse meio para garantir a sua sobrevivência.
Como já sabido, a matéria pode ser constantemente reaproveitada na natureza, isto é, quando uma planta ou animal morre, as bactérias e fungos que estão presentes nos solos dão inicio ao processo de decomposição desses seres, e nesse processo de decomposição são trazidos de volta ao solo os minerais, água e outros elementos, como K, N, P. Uma vez que estão disponíveis novamente no solo, ar ou ambiente de maneira geral, o processo todo se reinicia pela reincorporação desses elementos a síntese de nova matéria orgânica.
Os ciclos biogeoquímicos estão intimamente relacionados aos processos geológicos, de tal forma que é praticamente impossível tentar entender um ciclo biogeoquímico sem antes saber o que se passou com o planeta, as transformações que ele sofreu, visto que a Terra é um sistema em equilíbrio dinâmico. 
Ciclo da Água
	O ciclo global da água responde pela maior movimentação de uma substancia química na superfície terrestre. A água em estado liquido é por excelência um dos elementos mais importantes na manutenção e na caracterização da biosfera. Apesar de a água ser a substância mais abundante sobre a superfície do planeta (71%), o déficit hídrico é o maior fator limitante da produtividade primária global.
	
Aproximadamente a metade de toda massa vegetal global passa por extensos períodos de estiagens. Até ecossistemas extremamente úmidos como as florestas tropicais (por ex. Amazônia), podem sofrer déficits hídricos moderados. Se nos sistemas naturais o déficit hídrico é limitante, em áreas de plantio é fator primordial, reduzindo a produtividade e as áreas de plantio.
	
Os grandes reservatórios de água, na superfície terrestre, são os oceanos. Estima-se que 1.350.000.000 de km3 de água esteja retida nesses reservatórios, isto é, 97% do total da água do planeta. O segundo maior reservatório são as geleiras contendo 33.000.000 Km3. Nos continentes, o maior reservatório é constituído por águas subterrâneas com 15.500.000 Km3. Estima-se que os solos retenham cerca de 122.000 Km3 de água, mas apenas uma porção de 58.000 Km3 estaria disponível para as raízes das plantas e apenas 13.000 Km3 para a sedentação humana e para atividades econômicas humanas oriundos do escoamento superficial.
	
A atmosfera contem pouca água (13.000 Km3), mas apesar disso, desempenha papel muito importante pela magnitude do fluxo de trocas entre oceanos e continentes, de cerca de 490.000 Km3/ ano.
	
Nos continentes o balanço entre as perdas de água por precipitação e os ganhos por evaporação geralmente é desproporcional, pois 40.000 Km3 das chuvas que caem anualmente nos continentes são provenientes da evaporação oceânica. Esse desequilíbrio no balanço da evaporação/precipitação continental também vai determinar a disponibilidade de água para as atividades econômicas, uma vez que, parte da precipitação excedente volta para os oceanos devido ao escoamento superficial, sendo em parte disponível para captação e geração de energia.
É na regulação desse fluxo solo/atmosfera que reside a importância da vegetação, pois ela regula, em grande parte, as perdas de água do continente para atmosfera via transpiração e redistribui a precipitação continental. É através de atividades antrópicas que levem a modificações da cobertura vegetal que podem ser geradas interferências ativas no ciclo global da água. Portanto, alterações em grandes áreas florestadas (desmatamento) podem produzir profundas alterações nas condições climáticas regionais, principalmente alterando o regime natural de precipitações.
Outras atividades também interferem nesse ciclo como por meio da impermeabilização via pavimentação do solo em áreas urbanas. Isso acelera a evaporação superficial e reduz a recarga dos corpos de água subterrâneos, além de aumentar a lixiviação. Um dos impactos são as enchentes nos cursos de água que cortam centros urbanos, causando enormes danos a sociedade como: danos físicos, danos econômicos e outros transtornos sociais. 
	Nas áreas urbana e rural, além das enchentes, surgem os riscos de deslizamentos ou escorregamento de encostas, além da degradação do solo por erosão hídrica.
PRINCIPAIS INTERVENÇÕES DO HOMEM no CICLO HIDROLÓGICO
 
Desmatamento.
Pavimentação = taxa de impermeabilização.
Utilização de defensivos agrícolas.
Despejos de esgotos e efluentes industriais.
Eutrofização.
Diminuição do teor de oxigênio dissolvido nos rios.
Lançamento de substâncias tóxicas perigosas.
Poluição atmosférica.
Resíduos sólidos perigosos contaminando as águas.
Represamento das águas.
Ciclo do Oxigênio
O ciclo do oxigênio é complexo, uma vez que esse elemento é utilizado e liberado pelos seres vivos em diferentes formas de combinação química. O principal reservatório de oxigênio para os seres vivos é a atmosfera, onde esse elemento se encontra na forma de gás oxigênio (O2) e de gás carbônico (CO2). 
O O2 é utilizado na respiração aeróbica das plantas e animais. Nesse processo, átomos de oxigênio combinam-se com átomos de hidrogênio, formando moléculas de água. A água formada na respiração, chamada água metabólica é, em parte, eliminada para o ambiente através da transpiração, da excreção e das fezes, em parte utilizada em processos metabólicos. Dessa forma, seus átomos de oxigênio acabam incorporados à matéria orgânica e podem voltar à atmosfera pela respiração e pela decomposição do organismo, que produzem água e gás carbônico. 
O CO2 atmosférico é utilizado no processo de fotossíntese. O carbono e o oxigênio presentes no gás carbônico passam a fazer parte da matéria orgânica do vegetal, e tanto a respiração como a decomposição dessa matéria orgânica restituirão o oxigênio à atmosfera, na forma de água e gás carbônico. A água utilizada pelas plantas na fotossíntese é quebrada (fotólise da água) e seus átomos de oxigênio são liberados para a atmosfera na forma de O2. As três principais fontes não-vivas de átomos de oxigênio para os seres vivos são, portanto, gás oxigênio (O2), gás carbônico (CO2) e água (H2O). Esses três tipos de molécula estão constantemente trocando átomos de oxigênio entre si, durante os processos metabólicos da biosfera. 
Ciclo do Carbono
O carbono é absorvido pelas plantas, consideradas os produtores da cadeia trófica. Uma vez incorporado às moléculas orgânicas dos produtores via fotossíntese, o carbono poderá seguir três caminhos: 1 - será liberado novamente para a atmosfera na forma de CO2,como resultado da oxidação no processo da respiração celular; 2 - será transferido na forma de moléculas orgânicas nas cadeias alimentares; 3 - será transferido para os decompositores que liberarão o carbono novamente para a atmosfera durante a decomposição das moléculas orgânicas. Em resumo, os animais através da respiração liberam para a atmosfera parte do carbono assimilado, na forma de CO2. Parte do carbono contido nos herbívoros será transferida para os níveis tróficos, e outra parte caberá aos decompositores e, assim, sucessivamente, até que todo o carbono fixado pela fotossíntese retorne novamente à atmosfera na forma de CO2. 
O fundo dos oceanos também contem grandes depósitos de carbono, sendo que a principal rota de transferência do CO2 para o fundo dos oceanos se dá pela sedimentação de carbonato de cálcio insolúvel, CaCO3 , na forma de organismos formadores de exoesqueletos, como as conchas dos moluscos. Sua decomposição ao longo de milhões de anos leva à formação de depósitos ricos em hidrocarbonetos como o petróleo e o carvão.
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Ciclo do carbono
Aspectos ambientais relevantes:
“A ação antrópica e os impactos da mudança climática”
Mudanças climáticas são processos naturais, dentro de escalas de tempo de milhares de anos de eras geológicas. Entretanto, a velocidade e intensidade com que estão ocorrendo mudanças no sistema climático da Terra a partir da Revolução Industrial é que tem sido objeto de preocupação, principalmente nas duas últimas décadas. Em 1991, o Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC) publicou o primeiro relatório sobre o aumento do aquecimento global, devido à intensificação do efeito estufa. Este relatório passou a ser considerado como a referência principal sobre a mudança climática global. 
O efeito estufa é um fenômeno físico que acontece naturalmente. A atmosfera é composta principalmente de oxigênio (21%) e nitrogênio (78%). Os principais gases de efeito estufa (GEE) são o vapor de água, o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N20), além de algumas famílias de compostos químicos como os CFCs.
Os GEE, que se concentram naturalmente na atmosfera, representam menos de 1/1000 da atmosfera total. Destaca-se que sem esses gases que atuam como um “cobertor natural” ao redor do planeta, a radiação infravermelha solar absorvida pelo planeta se dissiparia para o espaço e a superfície terrestre seria em média 20ºC mais fria do que é hoje.
Como em muitos períodos da historia do planeta, este ciclo não se encontra em equilíbrio. Como resultado da queima de combustíveis fósseis (petróleo e carvão) e das mudanças do uso do solo, existe atualmente um incremento antropogênico de carbono para atmosfera da ordem de 5,5 PgC/ano. Desse montante, apenas 3,5 PgC ficam na atmosfera e passam a contribuir efetivamente para o efeito estufa, sendo o restante dissolvido no oceano e seqüestrado pela atividade fotossintética dos vegetais, onde ficará retido (fixado) como biomassa viva ou como matéria orgânica do solo.
Obs. “ 1 Petagrama C = PgC = 1 bilhão de toneladas de elemento carbono” 
 
O dióxido de carbono CO2 circula entre cinco principais estoques de carbono: a atmosfera (750 PgC), os oceanos (38.000 PgC), os depósitos de combustíveis fósseis (4.000 PgC), a biomassa vegetal (560 PgC) e nos solos e rochas (40.000 PgC).
A absorção de CO2 da atmosfera se dá, em parte, pelo espaço de tempo existente entre o crescimento acelerado dos vegetais e a morte e decomposição deles. O crescimento acelerado se deve muito ao efeito “fertilizador” desse gás em elevada concentração na atmosfera, além da concentração de N2 no solo. Essa capacidade de absorção de CO2, em tese, tende a declinar à medida que as florestas amadurecem. O efeito fertilizador satura e a decomposição se equipara ao crescimento. Segundo o relatório do IPCC - 2001, ao longo do século XIX, a biosfera terrestre foi uma fonte de emissão líquida de CO2, já ao final do século XX ela foi se tornando um sorvedouro (absorvedor) de CO2. 
Os Impactos do Aquecimento Global – O relatório do IPCC de 2001 confirmou que a temperatura média global de superfície, ao longo do século XX, aumentou 0,6ºC, e a nível global indicou que os anos 90 foram os mais quentes, sendo 1998 o ano mais quente. 
Entre os efeitos adversos do aquecimento global destacam-se: a diminuição da disponibilidade de água em zonas semi-áridas, em especial em regiões subtropicais; a redução de produtividade agrícola nos trópicos e subtrópicos; o aumento do risco de inundações e a migração de milhões de pessoas devido ao aumento do nível do mar, especialmente em pequenos estados insulares e áreas costeiras; o aumento da incidência da mortalidade por estresse gerado pelo calor (heat stress), em especial nas regiões tropicais e subtropicais, e do número de pessoas expostas a doenças transmissíveis por vetores, que provocam a malária e o dengue, e pela água, como o cólera. Por outro lado, preveem-se algumas consequências benéficas para algumas regiões de média e alta latitude, como o aumento de produtividade agrícola e diminuição da mortalidade no inverno, se o aumento for de alguns graus na temperatura média. Enfim, o aquecimento global irá ter maior impacto sobre as regiões mais pobres do planeta. 
Entre os efeitos adversos do aquecimento global, segundo o IPCC destacam-se: 
a diminuição da disponibilidade de água em zonas semi-áridas, em especial em regiões subtropicais; 
a redução de produtividade agrícola nos trópicos e subtrópicos; 
o aumento do risco de inundações e a migração de milhões de pessoas (refugiados do clima); 
o aumento da incidência da mortalidade em especial nas regiões tropicais e subtropicais, e do número de pessoas expostas a doenças infecto contagiosas transmissíveis por vetores (p. ex. insetos). 
O carbono em outras moléculas 
Existe uma grande variedade de compostos de carbono envolvidos no seu ciclo global, dos quais os principais compostos presentes na atmosfera alem do dióxido de carbono (CO2) são: metano (CH4), hidrocarbonetos não metânicos (HCNM) e monóxido de carbono (CO).
O metano apresenta concentrações na atmosférica bastante baixas (traços) se comparado a outros componentes atmosféricos como o CO2 e o vapor de água, contudo, nos últimos 150 anos, aumentou em mais do dobro suas concentrações (600 mL/m3 para 1800 mL/m3). 
O metano é também um GEE com potencial de emissão calórica cerca de 21 vezes superior ao do potencial do CO2. 
As fontes de emissão de metano para a atmosfera envolvem áreas alagadas e com deficiência em oxigênio, tais como pântanos, lagos, cultivos alagados, etc. Alem dessas fontes, outros são: a decomposição de matéria orgânica via mecanismos químicos redutores como acontecem na digestão dos ruminantes (bovinos, caprinos, etc); a decomposição do lixo; queima de biomassa; mineração de carvão; processamento do petróleo e extração de gás natural.
Os HCNM (~92%) vêm de fontes naturais, como emissões por plantas, oceanos e atividade microbiana. Os 8% restantes provém de atividades antrópicas, tais como, nas industrias, nas emissões veiculares, produção de energia . 
Ciclo do enxofre
O enxofre está contido em inúmeros compostos encontrados na natureza, por isso, ele é um elemento essencial a vida no planeta, sendo alguns de seus compostos de grande importância biológica. Por exemplo, as plantas assimilam várias espécies de compostos contendo enxofre, enquanto que ao mesmo tempo, várias formas de enxofre são emitidas como produto final de seus metabolismos. O enxofre representa cerca de 0,5% da massa seca de plantas e microrganismos e 1,3% do tecido animal. 
O ciclo global do enxofre compreende um conjunto de transformações entre espécies de enxofre presentes na litosfera, hidrosfera, biosfera e atmosfera.
Alguns compostos contendo enxofre, como o H2S (sulfeto de hidrogênio) são produzidos por atividade bacteriana anaeróbica. Uma parte desse composto reagindocom íons metálicos é fixada na litosfera, na forma de sedimentos e minérios 
(Exs. FeS2 = Pirita; CaSO4.2H2O = Gipso) 
Na presença do oxigênio, bactérias aeróbicas também produzem sulfeto de hidrogenio pela decomposição de matéria orgânica. 
O H2S é um gás de odor desagradável. É o principal produto da atividade bacteriana. O enxofre também é em parte, lançado na atmosfera por processos industriais sendo na maior parte das vezes, na forma de compostos voláteis como: DMS (CH3SCH3 = dimetilsulfeto), COS (sulfeto de carbonila), CS2 (dissulfeto de carbono).
 O SO2 (dióxido de enxofre) também se apresenta como um dos mais comuns poluentes na atmosfera. É derivado da queima de combustíveis fósseis e de atividades industriais (refino de petróleo, metalurgia e cimento). Outras fontes desse gás para a atmosfera também incluem as emissões vulcânicas, oceânicas, solos e vegetação e queimadas. 
Abaixo relacionamos os gases de enxofre mais importantes encontrados na atmosfera: 
Os compostos redutores, tais como DMS, H2S são oxidados à SO2 e SO42- pelo NO3- e OH na troposfera. Muitos destes compostos, principalmente SO2, são absorvidos pela água presente na atmosfera (nuvens, neblinas, nevoeiros). Eles também podem sofrer a deposição úmida, que para os óxidos de enxofre provocará o fenômeno da chuva ácida.
 
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 Ciclo do enxofre. (LORA, 2002)
Aspectos gerais do Ciclo do Enxofre
O grande reservatório de enxofre é o solo e os sedimentos.
É um ciclo que tem participação efetiva dos microorganismos.
Recuperação de compostos de enxofre a partir da ação microbiana sobre o sedimentos profundos. 
Participa de processos geoquímicos, meteorológicos e biológicos.
Interdependência do ar, da água e do solo na regulação do ciclo global.
A principal forma disponível é o sulfato (SO4), este será reduzido e fixado pelos produtores e incorporado a matéria orgânica dos consumidores.
É um ciclo menos limitante do que o do nitrogênio e o do fósforo.
O enxofre se estiver presente em condições de anaerobiose e na presença de ferro, ele pode precipitar formando - sulfetos férricos e ferrosos. Esses compostos, por sua vez, permitem que o Fe converta-se de insolúvel em solúvel e assim ser utilizável por determinados seres vivos. Esse exemplo, mostra a interação que pode existir entre diferentes ciclos biogeoquímicos em um Ecossistema.
Ciclo do fósforo
O fósforo constitui um importante componente da substância viva, além de estar ligado ao metabolismo respiratório e fotossintético. Daí seu uso como adubo.
Na natureza é um elemento encontrado em grande abundância, porém seu aproveitamento em relação às necessidades dos seres vivos é pequena. Nos continentes os grandes reservatórios de fósforo são as rochas fosfatadas. 
Devido ao intemperismo esses reservatórios vão fornecendo, pouco a pouco, esse elemento para os ecossistemas terrestres e aquáticos, onde serão absorvidos pelas plantas para a síntese de compostos orgânicos. O fósforo, já incorporado à biomassa dos vegetais, passará em seguida para os animais, via cadeias alimentares. 
O retorno do fósforo ao ambiente ocorrerá através da decomposição da matéria orgânica por bactérias decompositoras específicas (fosfolizantes). 
Devemos considerar que uma parcela considerável do P não retornará aos ecossistemas terrestres. A erosão do solo pelas águas e/ou pelos ventos desagrega as rochas fosfatadas que liberam fósforo mineral que é levado (lixiviação) para os rios e destes para os oceanos. A maior parte é sedimentado no fundo oceânico e não será aproveitada. Uma pequena parcela será aproveitada pelos seres marinhos fitoplanctonicos. 
Algumas espécies de aves marinhas (Ex. cormorões) restituem ao solo (depósitos de guano = fezes) o fósforo, possibilitando o retorno desse elemento aos vegetais (adubo natural) que depois o passarão aos animais pela cadeia alimentar. Portanto, o organismo animal entra no ciclo ao se alimentar do vegetal. Após sua morte ou por suas excreções (fezes, urina) durante sua vida, os compostos contendo fósforo retornam ao solo onde são decompostos por bactérias e fungos, fechando assim seu ciclo.
Excesso de fósforo (principalmente oriundo de fertilizantes agrícolas) que venha alcançar um ambiente líquido, pode causar impacto no equilíbrio ecológico do corpo d água. Esse efeito se dá pela eutrofização da água que induz ao crescimento populacional descontrolado de bactérias e algas no corpo liquido e as conseqüências ambientais advindas disso. 
Ciclo do Nitrogênio
Muitos compostos contendo nitrogênio são encontrados na natureza, pois este elemento químico possui grande capacidade de fazer ligações químicas. É o mais abundante elemento químico na atmosfera terrestre, contribuindo com aproximadamente 78% de sua composição. A molécula de N2 é extremamente estável e quase não desempenha papel químico importante, exceto na termosfera (altitude maior que 90 kms) onde pode ser fotolizada ou ionizada. Os constituintes minoritários, tais como óxido nitroso (N2O), óxido nítrico (NO), dióxido de nitrogênio (NO2), ácido nítrico (HNO2) e amônia (NH3) são quimicamente reativos e têm importantes papéis nos problemas ambientais contemporâneos, incluindo a formação e precipitação ácida (chuva ácida), poluição atmosférica (smog fotoquímico), aerossóis atmosféricos e a diminuição da camada de ozônio. Os óxidos de nitrogênio, NO e NO2, são rapidamente interconversíveis e existem em equilíbrio dinâmico. 
O nitrogênio é essencial à vida, sendo necessário, por exemplo, na constituição das proteínas, DNA e RNA. A atmosfera é o principal reservatório de N2, sob forma gasosa, no entanto, as plantas e animais não podem utilizá-lo diretamente. Os animais necessitam do N2 incorporado em compostos orgânicos (aminoácidos e proteínas), enquanto que plantas e algas necessitam do N2 sob a forma de íons nitrato (NO3-) ou íons amônio (NH4+). 
O ciclo do nitrogênio é um dos mais importantes e complexos dos ciclos globais. Este ciclo descreve um processo dinâmico de intercâmbio de nitrogênio entre a atmosfera, a matéria orgânica e compostos inorgânicos. Qualquer processo que resulte na transformação do N2 da atmosfera em outros compostos de nitrogênio é denominado de fixação de nitrogênio ou disponibilização do nitrogênio para a Biosfera. 
Um grande número de bactérias pode converter o nitrogênio gasoso à amônia (NH3) ou íons amônio (NH4+), por meio de redução catalisada por enzimas, em processo conhecido como fixação biológica ou biofixação do nitrogênio, que representa 90% de toda a fixação de origem natural. 
Para o ecossistema terrestre, na ausência de fertilizantes, a fixação biológica de N2 pela bactéria do gênero Rhizobium é a fonte mais importante de nitrogênio para os organismos vivos. Essa bactéria vive em nódulos nas raízes de plantas leguminosas e representa um exemplo interessante de simbiose: a leguminosa fornece local e alimento (açúcar) para a bactéria e esta produz nitrogênio em forma assimilável para a planta.
No solo, bactérias livres dos gêneros Azotobacter (aeróbica) e Clostridium (anaeróbia) também transformam N2 em amônia (NH3) para biofixação. 
Em ecossistemas aquáticos o ciclo do nitrogênio é similar, sendo as cianobactérias dos gêneros (Anabaena e Nostoc) as mais importantes na fixação de N2. Outra fonte de fixação do N2 é realizada por Fungos especializados que vivem mutualisticamente em raízes de certas plantas não-leguminosas. 
Atividades antrópicas, como por exemplo, a produção de amônia ou ácido nítrico, também contribui para a fixação de nitrogênio em processo denominado de fixação industrial do N2 (produção de fertilizantes). 
Adicionalmente, o nitrogênio gasoso pode ser convertido em amônia e espécies oxidadas por meio de reação química provocada por descargas elétricas (relâmpagos), em um processo chamado de fixação atmosférica do N2 (produção em escala desprezível). 
A disponibilidade do nitrogênio também pode ser pela via deoxidação de nitritos (NO2-) ou nitratos (NO3-) num processo chamado de nitrificação, o qual é executado por certas bactérias nitrificadoras (gêneros Nitrosomonas, Nitrobacter).
O processo e pode ser resumido nas reações (a) e (b) apresentadas abaixo:
(a) 2 NH4- + 3 O2 → 2 NO2- + 2 H2O + 4 H+ (produção de nitrito = nitrosação)
(b) 2 NO2- + O2 → NO3- (produção de nitrato = nitração) 
Espécies de bactérias, plantas, algas e fungos convertem os compostos inorgânicos de nitrogênio a espécies orgânicas, tornando o nitrogênio disponível na cadeia trófica. Nos animais, no processo da respiração celular, os compostos orgânicos são transformados, e parte, retorna ao solo como excreção (urina e fezes) e podem novamente ser absorvidos pelas plantas. 
Bactérias (desnitrificadoras) são capazes de converter os compostos orgânicos nitrogenados por meio de uma série de reações químicas, em nitrogênio molecular (N2). A redução de nitrato (NO3-) a espécies de nitrogênio sob forma de gás (N2, N2O, NO), ocorre por processos químicos e biológicos e denomina-se desnitrificação. Como resultado deste processo, o N2 atmosférico é devolvido a atmosfera e faz dela a principal reserva de nitrogênio do planeta.

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