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2. EM BUSCA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL odesenvolvimentosustentávelé aquelequeatendeàsnecessida- desdo presentesemcómprometera possibilidadedeasgerações futurasatenderema suasprópriasnecessidades.Ele contémdoisconceitos-chave: Q o conceitode"necessidades",sobretudoasnecessidadesessen- ciais dos pobresdo mundo,quedevemrecebera máximapriori-dade; Cl a noçãodaslimitaçõesqueo estágiodatecnologiaedaorgani- zaçãosocialimpõeaomeioambiente,impedindo-odeatenderàs necessidadespresentese futuras. Portanto,ao se definíremos objetivosdo desenvolvimento econômicoe social,é precisolevar emcontasuasustentabilidade emtodosos países- desenvolvidosouemdesenvolvimento,com economiademercadoou deplanejamentocentral.Haverámuitas interpretações,mastodaselasterãocaracterísticascomunse de- vemderivardeumconsensoquantoaoconceitobásicodedesen- volvimentosustentávele quantoa umasériedeestratégiasneces- sáriasparasuaconsecução. O desenvolvimentosupõeumatransformaçãoprogressivada economiae.da sociedade.Caso umavia de desenvolvimentose sustenteem sentidofísico, teoricamenteela pode ser tentada mesmonumcontextosociale políticorígido.Mas só sepodeter certezada sustentabilidadefísica se as políticasde desenvolvi- mentoconsiderarema possibilidadedemudançasquantoaoaces- so aos recursose quantoà distribuiçãode custose benefícios.. Mesmona noçãomaisestreitadesustentabilidadefísicaestáim- plícita umapreocupaçãocom a eqüidadesocialentregerações, quedeve,evidentemente,serextensivaà eqüidadeemcadagera-ção. 2.1 O CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Satisfazeras necessidadese as aspiraçõeshumanasé o principal objetivodo desenvolvimento.Nos paísesemdesenvolvimento,as necessidadesbásicasde grandenúmerode pessoas- alimento, roupas,habitação,emprego- nãoestãosendoatendidas.Além dessasnecessidadesbásicas,as pessoastambémaspiramlegiti- 46 I' rl ~( ;;.~ 31 ;11 ~ r ~ f.} l:.i ~ ~ mamentea umamelhorqualidadede vida.Num mundoondea pobrezae a injustiçasãoendêmicas,semprepoderãoocorrercri- sesecológicase de outrostipos.Para quehajaum desenvolvi- mentosustentável,é precisoquetodostenhamatendid~sas SU<;lS necessidadesbásic"ase lhes sej·amproporcionadasoportunidades deconcretizarsuasaspiraçõesaumavidamelhor. Padrõesde vida queestejamalémdo mínimobásicosó são sustentáveisseospadrõesgeraisdeconsumotiveremporobjetivo alcançaro desenvolvimentosustentávela longoprazo.Mesmoas- sim,muitosdenósvivemosacimadosmeiosecológicosdo mun- do, comodemonstra,por exemplo,'ousodaenergia.As necessi- dadessão determinadassociale culturalmente,e o desenvolvi- mentosustentávelrequera.promoçãode valoresquemantenham os padrõesdeconsumodentrodo limitedaspossibilidadesecoló- gicasaquetodospodem,demodorazoável,aspirar. A satisfaçãodasnecessidadesessenciaisdependeempartede que se consigao crescimentopotencialpleno,e o desenvolvi- mentosustentávelexigeclaramentequehajacrescimentoeconô- mico emregiõesondetaisnecessidadesnãoestãosendoatendi- das.Ondejá sãoatendidas,eleé compatívelcomo crescimcnto econômico,desdequeessecrescimentOreflitaos princípiosam- plos da sustentabilidadee da não-exploraçãodosoutros.Mas o simplescrescimentonãobasta.Uma grandeatividadeprodutiva podecoexistircoma pobreza.disseminada,e istoconstituiumris- co parao meioambiente.Por issoo desenvolvimentosustentável exigequeassociedadesatendamàsnecessidaoeshumanas,tanto aumentandoo potencialdeproduçãoquanto\assegurandoa todos asmesmasoportunidades. ~" Se os númerosaumentarem,podeaumentarapressãosobreos recursos,e o padrãode vida se elevarámaisdevagarnasáreas ondeexisteprivação.A questãonãoé apenaso tamànhodapo- pulação,mastambéma distribuiçãodosrecursos;portanto,o de- senvolvimentosustentávelsópodeserbuscadosea evoluçãode- mográficaseharmonizarcomo potencialprodutivocambiantedo ecossistema. Há muitasmaneirasde um<;lsociedadese tornarmenoscapaz de atenderno futuroàsnecessidadesbásicasdeseusmembros- a exploraçãoexcessivados recursosé umadelas.Dependendoda orientaçãodo progressotecnológico,algunsproblemasimediatos podemser resolvidos,maspodemsurgiroutrosaindamaiores. Uma tecnologiamal empregadapode marginalizaramPlosseg- mentQSdapopulação. I A monocultura,o desviodecursosd'água,acxtraçãomineral, a emissãode calore de gasesnocivosnaatmosl"era,as florestas comerciaise a manipulaçãogcnétiea- todoscsks sãoexemplos 47 "Devido à falta de comunicação,os gruposde assistênciaao meioambiente,àpopulaçãoe ao desenvolvimentoficaramsepa- radosdurantemuitotempo,o queimpediuquetomássemoscons- ciênciadenossointeressecomume denossaforçaconjunta.Fe- lizmente,essafalha estásendosanada.Sabemosagora queo quenosuneénudtomaisimportantequeo quenosdivide. Reconhecemosquea pobreza,a deterioraçãodo meioam- bientee o crescimentopopulacionalestãoindissoluvelmenteli- gados, e que nenhumdessesproblemasfundamentaispode ser resolvidoisoladamente.Vertceremosoufracassaremosjuntos. Chegara umadefiniçãodedesenvolvimentosustentávelaceita por todoscontinuasendoum desafiopara todosos queestão empenhadosnoprocessodedesenvolvimento." Makingcommoncause V.S.Baseddevelopment,environment,populationNGOs AudiênciapúblicadaCMMAD,Ottawa,26-27demaiode1986 ;0-;'" da intervençãohumananossistemasnaturaisduranteodesenvol- vimento.Até poucotempo,tais intervençõeseramempequena escalae tinhamimpactolimitado.Hoje, seuimpactoé maisdrás- ,tico,suaescalamaior,e por issoelasameaçammaisos sistemas quesustentama vida,tantoemnível'localcomoglobal.Issonão precisariaocorrer.No mínimo,o desenvolvimentosustentávelnão devepôr emrisco os sistemasnaturaisquesustentama vida na Terra:a atmosfera,aságuas,ossolose osseresvivos. O crescimentonão estabeleceum limite precisoa partirdo qualo tamanhodapopulaçãoou o usodos recursospodemlevar a uma catástrofe·ecológica.Os limitesdiferempara o uso de energia,de matérias-primas,de águae de terra.Muitos delesse imporãopor si mesmosmediantea elevaçãodecustose diminui- çãode retornos,e nãomedianteumaperdàsúbitadealgumabase de recursos.O conhecimentoacumuladoe o desenvolvimento tecnológicopodemaumentara capacidadede produçãoda base derecursos.Mas hálimitesextremos,e parahaversustentabilida- de é precisoque,bemantesde esseslimitesserematingidos,o mundogarantaacessoeqüitativoaorecursoameaçadoe reoriente osesforçostecnológicosnosentidodealiviarapressão. Obviamente,o crescimentoe o desenvolvimentoeconômicos produzemmudançasno ecossistemafísico. Nenhumccossistema, sejaondefor, podeficarintacto.Umaflorestapodeserdesmatada emumapartede umabaciafluvial e ampliadaemoutrolugar- e istopodenãosermau,seaexploraçãotiversidoplanejadae se se levarememcontaos níveisde erosãodo solo, os regimeshí- 48 .{~ ," dricos e as perdasgenéticas.Em geral,nãoé precisoesgotaros recursosrenováveis,como florestase peixes,desdeque sejam usadosdentrodos limitesde regeneraçãoe crescimentonatural. Mas a maioriadosrecursosrenováveisé partedeum,ecossistema complexoe interligado,e, umavezlevadosemcontaosefeitosda exploraçãosobretodoo sistema,é precisodefiniraprodutividade máximasustentável. ' N() tocantea recursosnão-renováveis,comomineraise com- bustíveis fósseis, o uso reduza quantidadede que disporãoas futurasgerações.Isto nãoquerdizer queessesrecursosnãode- vam ser usados.Mas os níveis de uso devemlevaremcontaa disponibilidadedo recurso,de tecnologiasqueminimizemseueS- gotamento,e a probabilidadede se obteremsubstitutosparaele. Portanto,a terranão deveserdeterioradaalémde um limitera- zoávelde recuperação.No casodosmineraise doscombustíveis fósseis,éprecisodosaro índicedeesgotamentoe a ênfasenare- ciclageme nouso econômico,paragarantirqueo recursonãose esgoteantes'de haverbons substitutosparaele. O desenvolvi- mentosustentáyelexigequeo índicede destruiçãodosrecursos não-renováveismantenhao máximodeopçõesfuturaspossíveis. O desenvolvimentotendea simplificaros ecossistemase a re- duzir a diversidadedasespéciesquenelesvivem.E asespécies, umavez ~xtintas,não se renovam.Aextinçãodeespéciesvege- tais e animaispodelimitarmUl,toasopçõesdasgeraçõesfuturas; por isso o desenvolvimentosustentávelrequera conservaçãodas espéciesvegetaise.animais.,. Os chamadosbenslivres,comoo are a água,sãotambémre- cursos.As matérias-primase a energiauSfldasnos processosde produçãosó emparteseconvertememprodutosúteis.O restose transformaemrejeitos.ParahaverumdesenvolviÍnentosustentá- vel é preciso minimizaros únpactosadversossobrea qualidade do ar, da águae de outroselementosnaturais,a fim de manter a integridadeglobaldo ecossistema. Em essência,o desenvolvimentosustentávelé umprocessode transformaçãonO qual a exploraçãodos recursos,a direçãodos investimentos,a orientaçãodo desenvolvimentotecnológicoe a mudançainstitucionalseharmonizame reforçamo potencialpre- sentee futuro, a fim deatenderàsnecessidadese aspiraçõeshu- manas. 2.2 EQUIDADE E INfERESSE COMOM Descrevemoso' desenvolvimentoslIstcnUivd elll tt~nn()sgerais. Como persuadiras pessoasOll fazC~-las:ll',ir lHJ inll'n'ssc COllllllll'? 1'\9 "I Af6 ("{'rIopootopeJaeducação,pelodesenvolvimentodasinstitui- <:(k~.<;(1 pc/o lintilleci1l1entolegal.Porémmuitosdosproblemasde dcsfruiçtio(k recursose do desgastedo"meioambienteresultam de dispnridndesno podereconômicoe político. Uma indústria pode trabalharcom níveis inaCeitáveisde poluiçãodo ar e da ngoaporqueaspessoasprejudicadassãopobrese nãotêmcondi- ções de rcclamar.Pode-sedestruirumaflorestapela derrubada excessivaporqueaspessoasquenelavivemounãotêmalternati- vasou sãoemgeralmenosinfluentesqueos negociantesdema-deira. As interaçõesecológicasnãorespeitamas fronteirasda pro-' ptiedadeindividüale dajurisdiçãopolítica.Logo: o Numabaciafluvial,umagricultorcujasterrassesituemnaen- costapode,dependendodo modocomoas use, afetaro escoa- mentonasfazendasmaisabaixo. Q As práticasde irrigação,os praguicidase os fertilizantesutili- zadosnumafazendaafétamaprodutividadedasquelhesãovizi- nhas,sobretudoseforempequenaspropriedades. o A águaquentequeUmausinatérmicadespejanumrio ou num trechodemarafetaapescanaregião.. e A eficiênciade umacaldeirade fábricadeterminao índicede emissãode fuligeme produtosquúnicosnocivos,afetandoassim todososqueviveme trabalhamnasimediações. Os sistemassociaistradicionaisreconhecéramaigunsaspectos déssainterdependênciae aumentaramo controleda comunidade sobreas práticasagrícolase sobreos direitostradicionaisrelati- vosa água,florestase terras.Tal esforçodo '~interessec:omum", contudo,não impediunecessariamenteo crescimentoe a expan- são,emborapossaterlimitadoaaceitaçãoe difusãodeinovaçõestécnicas.. A interdependêncialocal aumentou,quandomuito,devidoà tecnologiaempregadana agriculturae na manvfaturamodernas. Mas, por causado progressotécnico,'do "cerco" dasterrasco- muns,do desgastedos direitoscomunssobreflorestase outros recursos,e da intensificaçãodo comércioe;: da produçãoparao mercado,asresponsabilidadesquantoàsdecisõesestãosendore- tiradasdosgrupose dosindivíduos.Essamudançaaindaestáem processoemmuitospaísesemdesenvolvimento. Não .é quedeumladoexistamvilõese deoutrovítimas.Todos estariamemmelhorcondiçãosecadaumconsiderasllcos efeitos de seusatossobreos demais.Mas nínguémelltádispostoa crer queos outrosagirãodessemodo,e assimtodoscontinuamfi bus- carseusprópriosinteresses.As comunidadesou os governospo- demcompensaressasituaçãomedianteleis,'educaçlill,impostos, subsídiose outrosmétodos.O cumprimentodasleis c Uma lcgis- 50 ~~~·.i• .•... '- "Se os desertosestãose expandindo,asflorestasdesaparecendo e a desnutriçãoawnentando,se as condiçõesde vida dos hqbi- tantesde áreasurbanasestãopiorando,nãoédevidoàfalta de recursos,mdsdo tipodepolíticasadotadaspor nossosdirigen- tes,pelosgruposdeelite.A negaçãodosdireitose dosinteresses daspessoasestánoslevandoa umasituaçãonaqualsó apobre- za terá wn futuroprósperona África;.Nossa esperançaé que estaComissão,a ComissãoMundial, nãonegligenciaráospro~ blemasdos direitoshumanosna África e buscaráenfatizá-los, pois trata-sedepessoaslivres,pessoasquetêmdireitos,quesão cidadãosmadurose responsáveis,capazesdeparticipar do de- senvolvimentoedaproteçãoaomeioambiente." Depoimentodeumparticipante AudiênciapúblicadaCMMAD,Nairóbi,23desetembrode1986 laçãorigorosaemmatériade responsabilidadespodemcontrolar efeitoscolateraisdanosos.E, o queémaisirnRortante,seasco- munidadeslocaisparticiparemdosproce~sosdedecisão,poderão articulare imporseuinteressecomum. A interdependênciaé maisqueum fenômenolocal. O rápido crescimentoda produçãoestendeu-aao planointernacional,com manifestaçõestanto físicas quantoeconômicas.Aumentamos . efeitosglobaise regionaisdapoluição,como,osqueseverificam emmaisde200baciasfluviaisinternacionaiseemgrandentunero demares. " i . A imposiçãodo interessecomumé mlíjtà~vezesprejudicada porqueasáreasdejurisdiçãopolíticanãocoincidemcomasáreas de impacto.As políticasenergétiCasde úrt-ajU,risdiçãocausam precipitaçãoácidaemoutra.As políticaspesqueirasdeumEstado podemafetara pescaemoutro.Não existeumaautoridadesupra- nacionalqueresolvataisquestões,e só é possívelfazervalero interessecomumpormeiodacooperaçãointernacional. Da mesmaforma,a capacidadede umgovernocontrolarsua economianacionalfica reduzidapelascrescentesinteraçõeseco- nômicasinternacionais.Por exemplo,no comércioexteriorde produtosprimários,as questõesligadasà capacidadeprodutivae à escassezde recursossãoconsideradasumapreocupaçãointer- nacional.(Ver capítulo3.) Se o podereconômicoe Ollben\,:fícios do comérciofossemmaisbemdistribuídos,os interesscscomuns seriamamplamentereconhecidos.Mas os g:lllhoscom()com6rcio exteriorestãomaldistribuídos;o moclocomoo m;tk:lI',porexem- plo, é comercializadoafetanãoapcnasUIlI sdor IWcíOllillde pro- 51 ,~. volvimentode outrasnações.(Estecapítulotratadasestratégias nacionais.A reorientaçãonasrelaçõeseconômicasinternacionais éabordadano capítulo3.) Os principaisobjetivosdas políticasambientaise desenvolvi- mentistasque derivamdo conceitodedesenvolvimentosustentá- vel são,entreoutros,os seguintes: Cll retomaro crescimento; • alterara qualidadedo desenvolvimento; • atenderàs necessidadesessenciaisde emprego,alimentação, energia,.águae saneamento; • manterumnível populacionalsustentável; Cll conservare melhorarabasederecursos; • reorientara tecnologiae administraro risco; o incluir o meioambientee aeéonomianoprocessodetomadade decisões. 2.3.1Retomandoo crescimento Comojá assinalamos,o desenvolvimentosustentáveltemdelidar com o problemado grandenúmerodepessoasquevivemnapo- breza"absoluta,ou seja,quenãoconseguemsatisfazersequersuas necessidadesmais básicas.A pobrezareduz a capacidaçledas pessoasparausaros recursosde modosustentável,levando-asa exercermaiorpressãosobreo meioambiente.A maioriadospo- bres absolutosvive nos paísesem desenvolvimento;em muitos deles,essapobrezafoi agravadapelaestagnaçãoeconômicados ~anos 80. Uma condiçãonecessária,masnão suficiente,paraa eliminaçãoda pobrezaabsolutaé o aumentorelativamenterápido das rendasper capitano TerceiroMundo.Portanto,.é essencial inverteras atuaistendênciasde estagnaçãoou declíniodo cresci- mento. As taxasde'crescimentopoderãovariar,masé n~qessárioum nível mínimoparacausaralgumimpactosobrea pobrezaabsolu- ta. Considerandotodosessespaíses,parecêimprovávelatingires- sesobjetivosse o crescimentoda rendapercapitafor inferiora 3%. (Ver box 2.1.) Dadosos atuaisíndicesdecrescimentopopu- lacional, serianecessárioum crescimentoglobaldarendanacio- nal de cerca'de 5% ao anonaseconomiasemdesenvolvimentoda Ásia, de 5,5% na AméricaLatinae de 6% na África e na Ásia ocidental. ' Será possível chegara essascifras?O desempenhoda Ásia meridionale Qrientalnos últimos25 anos,principalmenténo úl- timo qüinqüênio,sugerequea maioria.dos paísespodecJ:;egara um crescimentoanualde 5%, inclusiveqs dois maiores,lndia e China. Na AméricaLatina, foramobtidàstaxasmédiasdecresci- l'~. f' duçãoaçucareira,mastambéma ecónomiaea ecologiadevários paísesemdesenvolvimentoquedependemmuitodesseproduto. Seriamenosdifícil buscaro interessecomumsehouvesse,para todosos problemasligadosao desenvolvimentoe ao meioam- biente,soluçõesquedeixassema todosemmelhorsituação.Isto raramenteocorre,e emgeralháquemganh~e quemperca.Mui- tosproblemasderivamde desigualdadesno acessoaosrecursos. Umaestruturanão-eqüitativadeproprieda.dedaterrapodelevarà exploraçãoexcessivadosrecursosdaspropriedadesmenores,com efeitosdanosostantoparao meioambientequantoparao desen- volvimento.No planointernacional,o controlemonópoIísticodos recursospodelevaros quedelesnãopartilhama explotarexces- sivamenteos recursosmarginais.Outramanifestaçãodo acesso desigualaosrecursosé o fatodeos explotadoresteremumapos- sibilidademaioroumenorparadispordosbens"livres", sejano planoregional,nacionalou internacional.Entreos quesaemper- dendonosconflitosdesenvolvimento/meioambienteestãoos que sofremmaiscomos prejuízosquea poluiçãocausaà saúde,à propriedadee aoecossistema. Quandoumsistemaseaproximadeseuslimitesecológicos,as desigualdadesse acentuam.Assim,quandoumabaciafluvial se deteriora"os agricultorespobressofremmaisporquenãopodem adotaras mesmasmedidasantierosãoque os agricultoresricos adotam.QlÜmdose deterioraa qualidadedo ar nascidades,os pobres,quevivememáreasmaisvulneráveis,têma saúdemais prejudicadaqueos ricos,quegeralmentevivememlugaresmais protegidos.Quandoosrecursosmineraisescasseiam,osretardatá- rios do processode industrializaçãoé queperdemos benefícios dossuprimentosbaratos..Globalmente,as naçõesmaisricasestão em situaçãomelhor,do pontode vistafinanceiroe tecnológico, paralidarcomosefeitosde.umapossívelmudançaclimática: Portanto,nossadificuldadepara'promovero interessecomum no desenvolvimentosustentávelprovémcomfreqüênciado fato de nãoseterbuscadoadequadamenteajustiçaeconômicae sooial dentrodasnaçõeseentreelas.. 2.3 IMPERATIVOS ESTRATÉGICOS É precisoqueo mundocrie logoestratégiasquepennitamàsna- ções substituirseusatuaisprocessosde crescimento,frcqücnte- mentedestrutivos,pelodesenvolvimentosustentlivel.Pnratantoé necessárioque todosos paísesmodifiquemslIaspo/{ticns,tanto emrelaçãoa seuprópriodesenvolvimentoquanto(:111 rdnçfionos impactosquepoderãoexercersobreaspossibiJidadt'sde descn- 52 '\ 53 Box2.1Crescimento,redistribuiçãoepobreza A pobrezaé o nívelderendaabaixodoqualumapessoaou umafamílianãoécapazdeatenderregularmenteàsnecessi- dadesda vida. A percentagemda populaçãoquese situa abaixodessenível dependeda rendanacionalper capitae do modocomoela é distribuída.Com querapidezumpaís emdesenvolvimentoesperaeliminara pobr({zaabsoluta?A respostadiferiráde país parapaís,masé possívelaprender muitoexaminando-seumcasotípico. Consideremosumanaçãona qualmetadedapopulação viva napobrezae a distribuiçãodarendafamiliarsejaa se- guinte:um quintodas fanu1iasdetém50% da rendatotal; outroquintodetém29%, outro14%,outro9%, e o último quinto apenas7%. E exatamenteisso o queaconteceem muitospaísesemdesenvolvimentodebaixarenda. Nessecaso,seadistribuiçãoderendanãosealterar,será precisoquea rendanacionalper capitadobreparaqueo , índicedepobrezacaiade 50para10%.Se houverumadis- tribuiçãoderendaquefavoreçaos pobres,essareduçãopo- de se dar maisdepressa.Consideremosa possibilidadede que25% dll rendaincrementaldaqueleumquintodapopu- laçãoqueé o maisrico sejamigualmentedistribuídosaos demais. Estas hipótesesde redistribuiçãorefletemtrêscritérios. Primeiro,na maioriadas situaçõesas políticasde redistri- mentode 5% nosanos60e 70,mas,taisíndices.caíramnaprimei- ra metadedos anos80, devidosobretudoàcnse da dívida.! A retomadado crescimentona AméricaLatinadependedasolução dessa'crise. Na África, nos anos60 e 70, os Índicesde cresci- mentosituaram-seemtomode4-4,5%,o que,aosatuaisÍndices de c~scimentopopulacional,significariaumcrescimentodaren- da'percapita ligeiramentesuperiora 1%.2N;osanos80, o cres- cimentoquaseparou,e a rendaper capitadeclinouemdoisterços dospaÍses.3Parasechegara umnívelmínimodecrescimentona África, é precisocorrigiros desequilíbriosdecurtoprazoe aca- barcomvelhosentravesaoprocessodecrescimento, O crescimentoprecisaserretomadonospaísesemdesenvolvi- mentoporqueé nelesque estãomaisdiretamenteintcrligncloso crescimentoeconômico,o alívio da pobrezae asconcliçtlCsnm- bientais.Mas essespaísesfazempartedeumaeconomia1I11lllclial interdependente,e suasperspectivasdependemtambémdosníveis e dospadrõesdecrescimentodasnaçõesindustrializadas.A pcm- 54 buiçãosó·podemterefeitohavendoaumentoderenda.Se- gundo,empaísesemdesenvolvimentodebaixarenda,sóos gruposmaisricos dispõemdos excedentesque podemser usados'paraa redistribuição.Terceiro,aspolíticasde redis- tribuiçãonão podemsertraçadasde modotãoprecisoque 'sóbeneficiemos queestãoabaixodo níveldepobreza.As- sim,os queestãoumpoucoacimatambémreceberãoalguns benefícios. \ li) Paraqueo índicedepobrezacaiade50para10%,o'tem- po necessárioserá:, ' li) de 18a24anossea rendapercapitacrescer3% aoano; o de26a36anossecrescer2% aoano; li) de51a70anossecrescerapenas1%. Em todosos casos,o prazomaiscurtosupõea redistri- buiçãode25%darendaincrementaldaquintapartemaisri- ca da população,e o maislongosupõequenãohajaredis- tribuição. Assim,sea rendanacionalper capitacrescerapenas1% ao ano,sóquandoo próximoséculoe~tiverbemadiantadoé queserápossíveleliminara pobrezaabsoluta.Mas se qui- sermostercertezade quejá no início do próximoséculoo mundoestaráa'caminhodo desenvolvimentosustentável, entãoé precisolutarpor umcrescimentomínimode 3% da rendanacionalper capitae adotarpolíticasfirmesderedis- tribuição. pectivade crescimentoa médio"prazodospaísesindustrializados é de 3-4%,o mínimoconsideradonecessáriopelasinstituiçõesfi- nanceirasinternacionaisparaqueessespaísesparticipemda ex- pansãodaeconomiamundial.Tais índicesde,;"crescirhentopodem sersustentáveisdo pontode vistaambientalse asnaçõesindus- trializadascontinuarema orientarseucrescimentoparaatividades queconsumammenosenergiae matérias-primas,e a usardemo- docadavezmaiseficienteestasúltimas. Mas à medidaqueasnaçõesindustrializadasusammenosma- térias~primase menosenergia,setomammercadosmenorespara os produtosprimáriose os mineraisdos paísesem desenvolvi- mento.Seestesconcentraremseusesforçosemeliminarapobreza e satisfazeràsnecessidadeshumanasbásicas,haveráumaumento da demandainternade produtosagrícolase elemanufatD.rados, e tambémde algunsserviços.Portanto,na próprialógicado de- senvolvimentosustentávelestáimplícitoUIllcstfmulointc'rnoao crescimentodoTerceiroMundo. 55 Em inúmerospaísesemdesenvolvimento,porém,os mercados sãomuitopequenos;e todosestespaísesprecisarãodeumgrande crescimentodasexportações,sobretudode itensnão-tradicionais, parafinanciaras importações,cuja demandavirá como cresci- mentorápido,comoveremosnocapítulo3. 2.3.2Mudandoaqualidadedocrescimento' odesenvolvimentosustentávelé maisquecrescimento.Ele exige umamudançano teordo crescimento,a fim de tomá-Iomenos intensivode matérias-primase energia,e maiseqüitativoemseu impacto.Tais mudançasprecisamocorreremtodosospaíses,co- mopartedeumpacotedemedidasparamantera reservadecapi- talecológico,melhorara distribuiçãoderendae reduziro graude vulnerabilidadeàscriseseconômicas. O processode desenvolvimentoeconômicodeve basear-se maisfirmementenarealidadedareservadecapitalqueo mantém, coisa que raramenteocorre,sejanos paísesdesenvolvidos,seja naquelesem desenvolvimento.A rendaderivadade operações florestais,por exemplo,é convencionalmentemedidaemtermos do valordamadeirae deoutrosprodutosextraídos,deduzidosos custosdaextração.Nãoselevamemcontaos custosderegenerar a floresta,a nãoserquerealmente-segastedinheirocomisso.As- sim;'os lucrosadvindosdasoperaçõescommadeiraquasenunca levamplenamenteemcontaasfuturasperdasde rendadecorren- tesda deterioraçãodafloresta.Tambémnocasodaexploraçãode outrosrecursosnaturais- sobretudoos quenãosãocapitalizados emcontasnacionaisoudeempresas,comoar, águae solo- veri- fica-seo mesmotipo de contabilidadeincompleta.Em todosos .países,ricosou pobres,o desenvolvimentoeconômicotemde le- vartambémemcontaa melhoriaou a deterioraçãodareservade recursosnaturaisemsuamensuraçãodocrescimento. A distribuiçãode rendaé um dos aspectosda qualidadedo crescimento,comofoi ditoanteriormente,e o crescimentorápido aliadoà mádistribuiçãode rendapodeserpior do queumcres- cimentomaislentoaliadoa umaredistribuiçãoque favoreçaos pobres.Em muitospaísesem desenvolvimento,por exemplo,a introduçãoda agriculturacomercialemgrandecscab podegerar receitacomrapidez,mastambémpodedesalojarIlluitospequenos agricultorese tomarmaisinjustaadistribuiçãoderemIa.1\ longo prazo,podenão serumaestratégiaviável,pois l~lIlpohrcccmuita gentee aumentaa pressãosobrea basede recursosIllltnraismc- diantea supercomercializaçãoda agriculturae a J11argíIlHlizal,~fío dos agricultoresde subsistência.Dar preferênciaao ndlivo em 56 ;.• :.;'". ''Talvezpelaprimeira.veznahistória,aspessoastên1noçãode suapobrezarelativae tambémvontadedesair delaemelhorar suaqualidadedevida.À medidaqueprogridemmaterialmente,e comemevivemmelhor,o queanteseraumlUxopassa,aservisto comoumanecessidade.O resultadoé que.ademandadeali- mento,matérias-prz,pase energia'auméntae.ihgrauaindamaior quea população.A medidaquea demandaaumenta,exige-se cadaVeZ' maisda áreafinita do mundo,afim dequeproduza aquilodequesenecessita." Dr.LP. Garbuchev AcademiaBúlgaradeCiências AudiênciapúblicadaCMMAD, Moscou,11dedezembrode1986-- pequenaspropriedadespodeproporeionarresultados',maislentos no princípio,masa longoprazopodeseimaisviável. c Se o desenvolvimentoeconômicoaumentaa vulnerabilidadeàs crises,ele é insustentável.Umasecapode obrigar.osagricultores a sacrificaremanimaisqueseriamnecessáriosparamantera pro- dução nos anosseguintes.Uma quedanospreçospodelevaros agricultorese outrosprodutoresa exp'lorarefl)excessivamenteos recursosnaturais,a fim de manterasrendas.Maspode-sereduzir a vulnerabilidadeusandotecnologiasquediminuamos riscosde produção,dandopreferênciaa opçõesinstitucipnaisquereduzam as flutuaçõesdo mercadoe acumulandoreservas,sobretudode alimentose divisas. O desenvolvimentoque;aliar crescimento e menorvulnerabilidadeserámais sustentávelque o quenãoo fizer. Mas nãobastaampliara gamadasvariáveiseconômicasa se- rem consideradas.Parahaversustentabilidade,é precisoumavi- s.~odasnecessidadese do bem-estarhumanoqueincorporavariá- veis não-econômicascomoeducaçãoe saúde,águae arpuros,e a proteçãode belezasnaturais.Tambénié precisoeliminaras limi- taçõesde gruposmenosfavorecidos,muitosdosquaisvivemem áreasecologicamentevulneráveis,comoé o casodemuitosgru- pos tribais que habitamflorestas,dos nômadesdo deserto,de gruposquevivememmontanhasisoladas,e daspopulaçõesindí- genasdasAméricase daAustralásia. Para mudara qualidadedo crescimento6 necessáriopludar nossoenfoquedo,esforçodesenvolvimentista,democIoa levarem contatodosos seusefeitos.Por exemplo,umprojetohidrelétrico não podeser encaradosimplesmentecomoUlll J11ododeproduzir mais eletricidade;seusefeitossobrco lm~j{)HlllhÍL'lIfee sohreo ~'I ,~...~. .meiodevidadacomunidadelocaldevemconstardetodososba- lanços.Assim, abandonaro projetode umahidrelétricaporque prejudicariaumsistemaecológicoraropodeserumamedidaa fa- vor do progressoe nãoumretrocessonodesenvolvimento.4Pode atéserque,emalgunscasos,asconsideraçõesdesustentabilidade levemao abandonode atividadeseconomicamente'atraentesa curtoprazo, O desenvolvimentoeconômicoe o desenvolvimentosocialpo- deme devemapoiar-semutuamente.O dinheiroempregadoem educaçãoe saúdepodeaumentara produtividadedosindivíduos. O desenvolvimentoeconômicopodeaceleraro desenvolvimento social fornecendooportunidadesa gruposmenosfavorecidosou disseminandoaeducaçãocommaisrapidez. 2.3.3Atendendoàsnecessidadeshumanasessenciais A satisfaçãodasnecessidadese aspiraçõeshumanasé umobjeti- vo tãoóbviodaatividadeprodutivaquepodeparecerredundante falar de seupapelcentralno conceitode desenvolvimentosus- tentável.Muitasvezesa pobrezaé tantaqueaspessoasnãocon- seguemsatisfazersuasnecessidadesde sobrevivênciae bem-es- tar, mesmoquandohá bense serviçosdisponíveis.Ao mesmo tempo,as demandasdos que não sãopobrespodemter conse- qüênciasdevultoparao meioambiente. O principaldesafiodo desenvolvimentoé atenderàs necessi- dadese aspiraçõesde umapopulaçãocadavez maiordo mundo emdesenvolvimento.Destas,a principalé o sustento,ou seja,o emprego.Entre 1985e 2000,a forçade trabalhonospaísesem desenvolvimentoaumentaráemcercade900milhõesdepessoas, como que terãode sercriadasnovasoyortunidadesde sustento para60 milhõesde pessoaspor ano.5E precisoqueo ritmoe o padrãodo desenvolvirn'entoeconômicocriemoportunidadesele trabalhosustentáveisnessaescalae numnível de produtividade quepermitaàs fa.rm1iaspobresviveremdentrodospadrõesmíni- mosdeconsumo. É precisohavermaisalimentonãosóparaalimentarumnúme- ,romaiorde pessoas,mastambémparacombatera subnutrição. Paraque'cadapessoa,nomundoemdesenvolvimento,comatanto quantocadapessoano mundoindustrializado,por voltado ano 2000,é precisoquehajaumaumentode 5% emcaloriasc 5,8% emproteínasnaAfrica; de3,4e 4%, respectivamcnte,naAméri- ca Latina;e de 3,5 e 4,5% na Ásia.6Cereaise Hlllidossilo as fontesbásicasdecalorias;asproteínassãoobtidaspríneipalmcntc de produtoscomoleite,carne,peixe,legumesc sementesokllgi- nosas. 58 "No mundoemdesenvolvimento,e principalmenteno Terceiro Mundo, vemosquenossomaiorproblemaé afalta deoportuni- dadesde emprego;a maioriadosdesempregadosdeixal1S áreas rurais e migrapara as cidadese os queficam continuamincor- rendoempráticas- comoa queimade carvãovegetal- quele- vamao desflorestamento.Talvezas organizaçõesquetratamdo meioambientedevessem.intervireprocurarmeiosdeevitaressa destruição." KennedyNjiro AlunodaEscolaPolitécnicadoQuênia AudiênciapúblicadaCMMAD,Nairóbi,23desetembrode1986 Atualmenteprecisamosnos,concentrarnosalimentosbásicos, masasprojeçõesmencionadasmostramtambéma necessidadede se aumentarem muitoo índicede disponibilidadede proteína. Isto é especiaJ.mentedifícil naÁfrica, devidoaorecentedecIínio da produçãoper capitade alimentose às atuaisdificuldadesde crescimento.Na Ásia e naAméricaLatina,parecemaisfácil che- gar aos índicesmaisaltosde consumo'de caloriase proteínas. Mas o aumentodaproduçãodealimentosnãodevebasear-seem políticasde produçãoecologicamentei:o.viáveis,nemcomprome- terasperspectivasdesegurançaalimentara longoprazo. A energiaé outranecessida,dehumanaessencialquenãopode seruniversalmenteatendidaamenosque'sealteremospadrõesde consumo.O problemamaisurgentediz respeitoàs necessidades das farru1iaspobresdo TerceiroMundo, quedependembasica- mentedelei:1ha.Na viradado século,3 milhõesdepessoaspode- rãoestarvivendoemáreasondeamadeiraécortadamaisdepres- sado quepodecrescer,ou ondehá escassezdeleLh,:..7As medi- dascorretivasvisariama reduziro trabalhodeconseguirmadeira muitolongee tambéma preservar'a baseecológica.Na maioria dos paísesem desenvolvimento,as necessidadesmínimasde combustívelvegetalpara cozinhar parecemser di fJrdemde 250kgdo equivalenteemcarvãoper capitapor ano, Isto repre- sentaapenasumafraçãodo consumofamiliarde eneigianospaí- sesindustrializados. As necessidadesinterligadaselehabitação,abastecimentode água,saneamentoe serviçosmédicostambémsãoimportantesno quese refereaomeioambiente.As deficiênciasnessasáréassão muitasvezesmanifestaçõesevidentesde desgasteambienta!.No TerceiroMundo,o fatodenãoseterconseguidoatcnder~lessas necessidadesbásicasé umadasprincipaiscausasde váriasdocn- 51) I" çastransmissíveiscomomalária,infecçõesgastrointestinais,cóle- ra e tifo. O crescimentopopulacionale a migraçãoparaascida- desameaçamagravaressesprobiemas.Os planejadoresprecisam valorizarmaiso espíritodeiniciativadascomunidadese o usode tecnologiasbaratas. 2.3.4Mantendoum nívelpopulacionalsustentávelA sustentabilidadedo desenvolvimentoestádiretamenteligadaà dinâmicado crescimeI?topopulacional.Mas a questãonãoé sim- plesmenteo tamanhoda populaçãodo mundo.Umacriançanas- cidanumpaísondeos níveisdeusodematérias-primase energia sãoelevadosrepresentaumônusmaiorparaos-recursosdaTerra do que umacriançanumpaís maispobre.O mesmoargumento valeinternamenteparacadapaís.É maisfácil buscaro desenvol- vimentosustentávelquandoo tamanhodapopulaçãoseestabiliza numnívelcoerentecoma capacidadeprodutivadoecossistema. Nos paísesindustrializados,o índice global de crescimento populacionalé inferiora 1%; váriospaísesjá chegaramou estão chegandoa umcrescimentopopulacionalzero.A populaçãototal do mundoindustrializadopodeaumentardosatuais1,2bilhãopa- racercade 1,4bilhãoem2025.8 A maiorpartedo aumentoda populaçãoglobalocorrerános paísesem desenvolvimento;neles,a populaçãoqueera de 3,7 bilhõesem 1985podechegarli6,8bilhõesem2025.9O Terceiro Mundonãotema opçãodemigrarparaterras"novas",e o tempo de quedispõeparaseajustarémuitomenorqueõ quetiveramos paísesindustrializados.Assim,ê precisobaixarrapida,menteos índicesde crescimentopopulacional,sobretudoemregiõescomo a África, ondeessesíndicesestãoseelevanqo. O decIíniodastaxasde natalidadenospaísesindustrializados deveu-seem grandeparteao desenvolvimentoeconômicoe so- cial. Os níveiscadavezmaisaltosderenday urbanização,assim como o novo papeldas mulheres,tiveramgrandeimportância. Processossemelhantesestãoocorrendoagoranospaísesemde- senvolvimento.Eles devemser reconhecidose estimulados.As políticaspopulacionaisdevemintegrar-sea oulrosprogramasde desenvolvimentoeconômicoe social - educa<;ãodas J1lulheres, atendimentomédicoe expansãodos meiosde sllstentodos po- bres. Mas o tempoé escasso,e os paísesem <k~sellV(llviIllcnto tambémterãodeadotarmedidasdiretasparareduzirli Il~nllldicla- de, a fim denãoultrapassaremdemodoradicalseupotellcíalpro- dutivocapazde sustentarsuaspopulações.Na verda<k.(l acesso maioraosserviçosde planejamentofamiliaré CIIl si lllt"~;IlIO 1II11<l 60 ! ,~:".'" formade desenvolvimentosocial quedá:aoscasais,e principal;, menteàsmulheres,o direitodeautodeterminação. O crescimentopopulacionalnos países.em desenvolvimento continuarádistribuídode formadesigualentreas áreasurbanase rurais.Segundoprojeçõesda ONU, naprimeiradécadadqpróxi- mo século,o tamanhoabsolutodaspopulaçõesruraisnamaioria dos paísesem desenvolvimentocomeçaráa diminuir.Cercade 90% ,do aumento,no mundoem desenvolvimento,ocorreránas áreasurbapas,cuja p0:lCulaçãodeverápassarde 1,15bilhãopara3,85bilhõesem2025. OO aumentoseráespecialmenteacentuado naÁfrica, e emmenorgraunaÁsia. As cidadesdospaísesemdesenvolvimentoestãocrescendotão depressaqueas autoridadesnãotêmcomolidarcomo problema. Faltamhabitações,água,saneamentoe transportede massa.Uma proporçãocadavez maiorde habitantesdascidadesvive emha- bitaçõesmiseráveise cortiços,expostamuitasvezesà poluiçãodo , ar e da água,bemcornoa riscosnaturaise industriais.A deterio- raçãodeve piorar, pois·o maIorcrescimentourbanose daránas cidadesmaiores.Assim, se o ritmodo'crescimentopopu'Iacional diminuir, quemmais lucrará serãoas cidades,que se tornarão maisfáceisdeadministrar. A própriaurbanizaçãoé partedo processodedesenvolvimen- to. A questãoé controlaro processodemodoa evitarumaséria deterioraçãoda qualidadede vida.Por issoé precisoestimulara criaçãode centrosurbanosmenores,a fim dereduziraspressões sobreasgrandescidades.Parasoluciónara iminen,tecriseurbana, há queestimularos pobresa criaremseusprópriosserviçosurba- nos e construíremsuasprópriascasas,e tambémencararde,modo mais positivo o papeldo setorinformal,concedendo":'lhefundos suficientesparao abastecimentode água,o saneamentoe outros serviços.. ,, 2.3.5 Conservandoe melhorandoa basederecursos Se quisermosatenderàs necessidadesnumabasesustentável,a 'fbasederecursosnaturaisdaTerratemdeserconservadae melho- rada.Serão necessáriasamplasreformasde políticasparafazer faceaosaltqsníveis deconsumOquehojeseverificamnomundo industrializad6, aos aumentosde consumoindispensáveisao atendimentode'padrõesmínimosnospaísesemdesenvolv~mento. e à expectativade crescirpentopopulaeional.Mas a conservação da rl'aturezanãodeveservistaapenascomoumdosobjetiyosdo desenvolvimento.Ela é partede nossaobrigaçãomoralparacom os demaisseresvivose asfuturasgerações. 61 A pressãosobreos recursosaumentaquandoaspessoasficam semalternativas.As políticasdedesenvolvimentodevemdarmais opçõesparaqueas pessoasdisponhamde ummeiodevidasus- tentávelsobretudono casodefarruliascompoucosrecursose de áreasondeexistedesgasteecológico.Numaregiãomontanhosa, por exemplo,pode-sealiar o interesseeconômicoe a ecologia ajudandoos agricultoresa trocaremassafrasdegrãospelascultu- rasarb6reas;paraissoé precisodar-lhesconselhos,equipamento e assistênciamercadol6gica. Osprogramasparaprotegerasrendasdeagricultores,pescado- rese silvicultorescontraasquedasdepreçoacurtoprazopodem diminuirsua necessidadede explorarexcessivamenteos recur-sos. A conservaçãodos recursosagrícolasé tarefaurgenteporque emmuitaspartesdo mundoos cultivosjá seestenderamàsterras marginais,e a pescae a silviculturaforamexploradasexcessiva- mente.Tais recursosdevemser conservadose melhoradospara atenderàs necessidadesde populaçõescadavezmaiores.O uso daterranaagriculturae na silviculturadevebasear-senumaava- liaçãocientíficadacapacidadedaterra,eo esgotamentoanualdo solo arávele dosrecursospesqueirose florestaisnãodeveultra- passaro índicederegeneração. As pressõesquea lavourae a pecuáriaexercemsobrea terra agricultávelpodemserempartealiviadassea produtividadeau- ,mentar.Mas melhorara produtividadedemodoimprevidentee a curtoprazopodeprovocardiversasformasdedesgasteecol6gico, comoa perdadediversidadegenéticadoscultivospermanentes,a salinizaçãoe a alcalizaçãodasterrasirrigadas,apoluiçãoporni- tratodaságuassubterrânease os resíduosdepraguicidasnosali- mentos.Existemopçõesmaisbenignasdopontodevistaecológi- co. Os·futurosaumentosde produtividade,tantonospaísesem desenvolvimentoComonos desenvolvidos,deveriambasear-se numusomaisbemcontroladode águae agroquímicos,e também no uso maisextensivode adubosorgânicose praguicidasnão- químicos.Essasalternativassó podemser estimuladaspor uma políticaagrícolaquesebaseienasrealidadesecol6gicas.(Verca- pítulo5.) No tocanteà pescae a silviculturatropical,dependemosmuito da exploraçãodasreservasnaturaisdisponíveis.É bempossível quea produtividadesustentáveldessasreservassejainsuficiente paraatenderà demanda.Nessecaso,seráprecisoadotarmétodos queproduzammaispeixe,lenhae produtosflorestaissobcondi- çõescontroladas.Podemserestimuladosos substitutosdelenha. Os limitesextremosdo desenvolvimentoglobal talvezsejam determinadospeladisponibilidadede recursoscnerg6ticosc pela 62 " I ~ ''Trabalhocpmseringue~rasna Amazôniae estouaquiparafa- lar daflorestatropical. Vivemos dessafloresta que queremdestnâr. E querémos aproveitarestaoportunidade,quandotantaspessoasestiíoaqui reunidascom o mesmoobjetivode defendernossohabitat,de conservarafloresta, aflorestatropical. Na minhaárea,extra{mosdaflorestacercade14ou 15pro- dutosnativos,alémdasoutrasatividadesqueexercemos.Acho queissodeveriaserpreservado.Pois .l1ãoé só comgado,pasta- gense estradasqueconseguiremosCJ desenvolvimentoda Ama- zônia. Quandoelespensamemderrubarárvores,semprepensamem construirestradas,e asestradas,trazema destruiçãosoba más-. cara doprogresso.Vamoscolocaresseprogressoondeas terras já foram desmatadas,ondefalta mão-de-obra,ondeé preciso achar trabalhopara aspessoas,e ondeéprecisofazer a cidade crescer.Mas deixemosos quequeremvivernafloresta,queque- remmantê-Iatalcomoé. Não trouxenadaescrito.Não trouxenadaque~enhasidopre- paradoemalgumescritório.Isto nãoéfilosofia. E apenasa ver- dade,porqueissoéo quenossavidaé." JaimedaSilvaAraújo AssociaçãoNacionaldosSeringueiros AudiênciapúblicadaCMMAD,SãoPaulo,28-~9deoutubrode1985capacidadeda biosferade absorveros..subprodutosdo uso de energia.IIEsseslimitesenergéticospodemser atingidosmuito maisdepressado queos limitesimpostosporoutrosrecursosma- teriais.Primeiro,há problemasde abastecimento:o esgotamento das reservasde petróleo,o altocustoe o impactoambientalda mineraçãode carvão,e os riscosdatecnologianuclear.Segundo, há problemasde emissão,especialmentea poluiçãoácidae o acúmulode dióxidode carbono,quecausamo aquecimentoda Terra. É p~ssívelresolveralgunsdessesproblemasusando-semaisos recursosenergéticosrenováveis.Mas a exploraçãode fontesre- nováveis,comolenhae energiahidrelétrica,tambémpodetrazer problemasecológicos.Por isso,asustentabilidaderequerumáên- fasemaiornaconservaçãoe nousoeficientedeenergia. I Os paísesindustrializadosprecisamreconhecerque·seucon- ~umodeenergiaestápoluindoabiosferae diminuindoasrel>ervas já escassasdecombustívelfóssil.Foi possfvellilllilarUlllpOlICO o consumodevido a melhoriasrecentesna did['lIcia elltTg6.ticac (d ao estÚDuloa setoresmenosenergia-intensivos.Mas é preciso aceleraro processo,a fimdereduziro consumoper capitae es- timulara buscadefontese tecnologiasnão-poluentes.Nãoé viá- vel, nemdesejável,queo mundoemdesenvolvimentosimples- menteadoteos mesmospadrõesdeconsumodeenergiadospaí- ses industrializados.Umamudançadessespadrõesparamelhor requernovaspolíticasdedesenvolvimentourbano,localizaçãode indústrias,planejamentohabitacionale sistemasde transporte, bemcomoa seleçãodetecnologiasagrícolase industriais. o.s problemasde suprimentode recursosmineraisnão-com- bustíveisaparentementesãomenores.Segundoestudosanteriores a 1980,quesupunhamumademandaexponencialmentecrescente, o problemasó surgiriano decorrerdo próximoséculo.12Desde então,o consumomundialda maioriados metaispermaneceu quaseo mesmo,o quelevaa crerqueos mineraisnão~combustí- veis só se esgotarãonumprazoaindamaislongo.A históriado desenvolvimentotecnológicotambémsugerequea indústriapode se ajustarà escassezse houvermaioreficiênciano uso,nareci- cIageme na substituição.Entre as necessidádesmaisimediatas contam-sea modificaçãodaestruturadocomérciomundialdemi- nérios,paradaraosexportadoresuma'participaçãomaiornovalor adicionadodo usodeminerais,e a melhoriado acessodospaíses em desenvolvimentoàs reservasde mineraisà medidaque sua demandaaumente. A prevençãoe a reduçãodapoluiçãodo ar~daáguacontinua- rão sendoumpontocríticodaconservaçãode recursos.A quali- dadedo ar e daáguaé ameaçadapelousode fertilizantese pra- guicidas,despejosurbanos,queimade combustíveisfósseis,uso dealgun0produtosquímicose váriasoutrasatividadesindustriais. Tudo isso é capazde aumentarsubstancialmentea poluiçãoda biosfera,sobretudonospaísesemdesenvolvimento.Limparo que já foi poluídoé urnasoluçãocara.Assim,todos'ospaísespreci- samprevere evitarprQblemasde poluição,e paratantopodem, por exemplo,buscarpa'drõesdeemissãoque levememcontaos efeitosa longoprazo,estimularastecnologiasquedeixempoucos rejeitose prevero impactode novosprodutos,tecnologiasc re- jeitos. , 2.3.6 Reorientandoa tecnologiae administr,andoo risco Paraalcançaressesobjetivos,seráprecisoreorientara tccllologia - o vínculo-chaveentreos sereshumanose a natureza.Primeiro, a capacidadede inovaçãotecnológicaprecisaserIllUitomnpliada nospaísesemdesenvolvimento,a fim de queelespossamreagir de modomaiseficaz aosdesafiosdo desenvolvimentosustcntú- 64 i .l ver. Segundo,é precisoalterara orientaçãodo desenvolvimento tecnológico,de modoa concedermaioratençãoaos fatoresam- bientais. As tecnologiasdos países industrializadosnem-sempre-são adequadasou fáceisde adaptaràscondiçõessócio-econômicase ambientaisdos paísesemdesenvolvimento.Paraaumentaro pro- blema,a maiorpartedapesquisae do desenvolvimentonomundo dá poucaatençãoàs questõesprementesqueessespaísesenfren- tam,comoa ,agriculturaemterrasáridase o controlededoenças tropicflis,Não se estáfazendotudo.oqueé necessárioparaadap- tar às necessida?esdos paísesem qesenvolvimentoas recentes inovaçõesnos camposde tecnologiademateriais,conservaçãode energia, informaçãotecnológicae biotecnologia.Tais lacunas precisamserpreenchidaspor maiorincentivoà pesquisa,aopla- nejamento,aoâesenvolvimentoe à especializaçãono Terceiro Mundo. Em todosos países,aspreocupaçõescom'os recursosambien- taisdeveriamnortearos processosde invençãodetecnologiasal- ternativas,de aperfeiçoamentodas tradicionais,e de escolhae adaptaçãode tecnologiasimportadas. .A maiorparteda pesquisa tecnológicafeita por organizaçõescorterciaisdedica-sea criare processarinovaçõesque tenhamvalor de mercado.O queé ne- cessário são tecnologiasque produzam"bens sociais", como melhorqualidadedo ar ou produtosmaisduráveis,ou entãoque solucionemproblemasque geralmentenãoentramnos cálculos dasempresas,comoos custosexternosdapoluiçãoou dadestina- çãodosresíduos. Cabe às políticaspúblicasgarantir,mediav-teincentivose de- sincentivos,que as organizaçõescomerciaisse empenhemem considerarmais plenamenteos fatoresambientaisprêsentesnas tecnologiaspor elasdesenvolvidas.(Ver Capítulo8.) As institui- çõesde pesquisamantidascomverbasp1,Íblicastambémprecisam recebertal orientação,e os objetivosdodesenvblvimentosusten- tável e da proteçãoambientaldeveriarriconstardas atribuições dasinstituiçõesqueatuamemáreasecologicamentesensíveis. A criação de tecnologiasmais adequadasao meio ambiente está diretamenteligada a questôcsde administraçflode riscos. Sistetnas,çomoreatoresnucleares,redesdedistribuiçãodeeletri- cidadee outrosserviços,sistemasdecomunicaçãoe detransporte de massatornam-sevulneráveisca~osedesgastemalémde,deter- minadamedida.Por estaremligadosemredes,ficamimunes,ape- quenosproblemas,porémmaisvulneráveisa distúrbiosinespera- dos que ultrapassemdeterminadolimite.Se seanalisaremçuicla- dosamenteas vulnerabilidadesda implc1l1cntaçftodetccnologiase as deficiênciasquejá apresentaram,e seseadotarempaclról~sele ü5 " " "Os povosindígenassãoa basedo que,emminhaopinião,pode ser chamadode o sistemade segurançado meioambiente.So- .mosresponsáveispelo sucessooufracassoempouparnossosre- cursos.Para muitosdenós,contudo,houvenosúltimosséculos umasubstancialperda de controlesobrenossasteTTase águas. Ainda somososprimeirosa tomarconhecimentodasmudanças do meioambiente,masagorasomosos últimosa seremouvidos ou consultados. Somososprimeirosaperceberquandoasflorestasestãosen- do ameaçddas;já quea economiadestepaísfaz delaso quebem entende.E somosos últimosa opinarsobreo futuro de nossas florestas. Somos os primeiros a sentir a poluição de nossas águas,comopodematestarospovosOjibwaydasteTTasemque nasci,no nortedeOntário.E, evidentemente,somososúltimosa seremconsultadossobrecomo,quandoe ondedeveriamser to- madasmedidaspara assegurara hannoniapara a sétimagera- ção.. O 'máximoque aprendemosa esperaré ser compensados, sempremuitotardee commuitopouco.Raramentesomoscha-' madosa contribuircomnossaexperiênciae nossoconsentimento para o desenvolvimentono sentidode evitara necessidadede 'sennoscompensados."-. LouisBruyere PresidentedoConselhoNativodoCanadá AudiênciapúblicadaCMMAD,Ottawa,26-27demaiode1986 atividademanufatureirae planosde contingênciaparaas opera- ções,asconseqüênciasdeumafalhaoudeumacidentepodemser menoscatastróficas. Não temsido aplicadacoerentementeàs tecnologiasou siste- mas a melhoranálisede vulnerabilidadeo,!-de risco. Um dos principaisobjetivosda amplaconcepçãode sistemasseriatornar menosgravesasconseqüênciasdefalhasou sabotagem.Portanto, sãonecessáriasnovastécnicase tecnologias- e tambémnovos mecanismoslegaise institucionais- paraplanejara segurança, preveniracidentes,traçarplanosde contingência,diminui•.osda- nose daro auxílionecessário. Os riscosambientaisresultantesdedecisõestccl10lógicase de- senvolvimentistasrecaemsobreos indivíduosc astircasquetêm. poucaou nenhumainfluênciasobreestasdecisões.Há pois que leváremcontaseusinteresses.São necessáriosmeC;lI1iSlllOSins- titucionaisdeâmbitonacionale internacionalparaavaliaros im- pactospotenciaisde novastecnologias,antesqueelassetornem 66 \ ,( "A meuver, as questõesaqui apresentadassãomuitoamplase vocêspodemter ou não ter respostaspara elas. Mas o fato de ouviremtudoo quefoi aquiexpostopodeao menosdar-{hesuma noçãodosproblemas. Vocêspodemnão ter as respostasnemas soluções,maspo- demsugerirmeiosderesolveressesproblemasfazendosugestões aos governos,à ONU ou'aos 6rgãos internacionaisquantoà melhormaneirade resolvê-los,ou seja,ouvindoaspessoasque estãodiretamenteenvolvidas.Deveriamserouvidostodososque se beneficiame também'todosos quesão.vítimasde qualquer questãoliga4aaodesenvolvimento. Acho quea únicacoisaqueaquiestamosouvindoouesperan- do é talveza seguinte:queemtudoo quedigarespeitoao desen- 1, volvimentosejamouvidase consultadasas pessoasenvolvidas. Se issofor feito, estarádadoao menoso primeiropassopara a soluçãodoproblema." . IsmidHadad Red(ltor-chefedePrisma AudiênciapúblicadaCMMAD,Jacarta,26demarçode1985 amplamentedifundidas;demodoagarantírquesuaprodução,seu usoe seusresíduosnãodesgastemexcessivamente.os'recursosdo meioambiente.Tais disposiçõessãonec~ssária~semprequehaja intervençõesdemontanoSsistemasnaturais,comodesviodecur- sos:de riosouderrubadadeflorestas.Alé,mçiisso,éprecisorefor- çarascompensaçõespelosdanosinvoluntários. 2.3.7Incluindoomeioambienteeaeconomia noprocessodedecisão " O tem:;tcomumaessaestratégia.do desenvolvimentosustentávelé ,.. a necessidadede incluir consideraçõeseconômicase ecológicas no processode tomadadedecisões..Afinal, economiae ecologia estãointegradasnas atividadesdo mundoreal. Para tantoserá precisomudaratitudese objetivose chegara novasdisposições institucionaisemtodososníveis. As preocupaçõeseconômicase as ecológicasnão se,opõem necessariamente.As políticasqueconservama qualidadedaster- rasagricultáveiseprotegemasflorestasmelhoramasperspéctivas a longo prazode desenvolvimentoagrícola.Maior cficiênciano usodematérias-primase energiapodeservira objetivosecol6gi- cos,masta.rÍ1bémpodereduziros custoS.Muilns vezes,porém,a m compatibilidadeentreos objetivosambientaise econômicosfica perdidaquandose buscao ganhoindividualou dealgumgrupo, semdargrandeimportânciaao impactoqueistopodecausaraos outros,acreditando-secegamenteque.a ciênciaencontrarásolu- çõese ignorando-seasconseqüênciasquepoBerãoternumfuturo distanteas decisõestomadashoje.A inflexibilidadedasinstitui- çõesagravaessasituação. Uma séria inflexibilidadeé a tendênciaa lidar isoladamente com cadasetorou indústria,semreconhecer"a importânciados vínculos intersetoriais.A agriculturamodernautiliza grandes quantidadesde energiaproduzidacomercial~entee tambémde produtosindustriais.Ao mesmotempo,o vínculomaistradicional - o fato de a agriculturaserfontede matérias-primasparaa in- dústria- estáse desfazendodevidoao uso,cadavez maisdisse- minadodeprodutossintéticos.A ligaçãoent~energiae indústria tambémestáse alterando,poishá umafortetendênciaa umuso menosintensivode energianaproduçãoindustrialdospaísesin- dustrializados.No Terceiro Mundo, contUdo,a transferência gradualdabaseindustrialparaos setoresprodutoresdemateriais básicosestálevandoa umusomaisintensivodeenergianapro- duçãoindustrial. Essasligaçõesintersetoriaiscriamcontextosdeinterdependên- cia econômicae ecol6gicaqueraramentese refletemno modo comoas políticassãoelaboradas.As organizaçõessetoriaisten- dema buscarobjetivos'setoriaise a considerarseusefeitossobre outrossetorescomoefeitoscolaterais,s6 os levandoemcontase a issoforemobrigadas.Por issoos impactossobreasflorestasra- ramentepreocupamos responsáveispelosrumosdaspolíticaspú- blicasou dasatividadescomerciaisnasáreasde energia,desen- volvimentofndustrial,agronomiae comércioexterior.Muitosdos problemasde meioambientee de desenvolvimentocomquenos .defrontamosoriginam-sedessafragmentaçãosetorialde'respon- sabilidades.Para haverdesenvolvimentosustentável,é preciso quetalfragmentaçãosejasuperada. A sustentabilidaderequerresponsabilidadesmaisamplaspara os impactosdasdecisões.Paratantosão necessáriasmudanças nasestruturaslegaise institucionaisquereforcemo interesseco- mum.Algumasdessasmudançaspartemda idéiaeleque um meio ambienteadequadoà saúdee aobem-estaré essencialparatodos os sereshumanos- inclusiveas futurasgerações.Essaperspec- tiva colocao direitode usaros recursospúblicosc privadosem ,seucontextosocialapropriadoedámargema medidasmaiscspe- ;cíficas.. A lei, por si s6, nãopodeimporo interesseCOll1UII1.Estere- querprincipalmentea conscientizaçãoe o apoioda(,Olllllllidlldc, 68 : i ~i ! ''. "Não.fai muitadifícil juntar a lobby ambientalda Nartee a lobbydesenvalvimentistadaSul.E agara.defato.,a distinção. entreambasjá não.é tão.clara,e elesestão.chegando.a ymcçn- senso.sabreatemadadesenvalvimentasustentável. .Já temosos tijalasparaa canstruçãa.A preacupaçãocama meiaambienteé camuma ambasaspartes.A preacupaçãahu- manitáriaécamuma ambasaspartes.A diferençaestánosmé- tadasempregadose nomaiaraumenorempenhocamquecada umadelasbuscasatisfazerseuinteresseecanômicamediantea prosessadeassistênciáao.desenvalvimenta. E tempo.depreencheressalacuna,parmotivaspalíticasbas- tantepragmáticas:Emprimeiralugar,aspessaasdoNartenão. queremverseusimpastasdesperdiçCuias.Segunda,não.querem veraumentarapabrezae abviamentesepreacupamcama meia ambiente,sejaa,daNarte,andevivem,auadaSul.E amaiaria daspessaasdaSul não.quersaluçõesdecurtaprazo.,quelago. ficamsuperadas. Na verdade,existenocanceitadedesenvalvimentasustentável uma.camunhãapalíticade interessesentrea Nartee a Sulque padeservircamopantadepa'!ida." RichardSanclbrook., InstitutoInternacionalparao MeioAmbienteeo Desenvolvimento AudiênciapúblicadaCMMAD, Oslo;-24-25dejunhode1985 o queimplicamaiorparticipaçãopúblicanasdecisõesqueafetam (' o meioambiente.O melhormodode seconseguir.issoé descen- tralizara administraçãodos recursosde quedependemascomu- nidadeslocais, dando-Ihesvoz ativano tocanteao'Usodessesre- cursos.Tambémé precisoestimularas iniciativasdos cidadãos, dar.maispoderesàs organizaçõespopularese fortalecera demo- cracia10cal.13.;:,·,· Alguns projetosde grandeescala,contudo,demandampartici- paçãonUl'9abasediferente.Pesquisase audiênciaspúblicassobre os impactosçlodesenvolvimentoe do meioambientepodemcon- tribuir emmuitoparachamara atençãoparapontosde vistadi- versos.O livre acessoa informaçõesimportantese a disponibili- dadede fontesalternativasdeknaw-hOlvtécnicopodemconstituir umaboa baseparaa discussãopública.Quandoumprojefopro- postotemgrandeimpactosobreo meioambiente,o casodeNeser obrigatoriamentesubmetidoao escmtíniopúblicoc, sempreque possível, a decisãodeveriaser subITlctidaà aprovaçãoptíblica, talvezpormeiodereferendo. w " ;~~ ,I Tambémé precisahavermudançasnasatitudese nasprocedi- mentasdasempresastantapúblicasquantaprivadas.Alémdissa, a regulamentaçãareferenteaa meiaambientetemde ir além,das castumeirasregulamentaçõesde segurança,leisdezaneamentae de cantroleda paluiçãa;as .objetivasligadasaa meiaambiente devemestarembutidasnatributaçãa,na aprovaçãapréviadein- vestimentase escalhadetecnalagias,nas incentivasaacamércia exteriar,enfim,emtadasas campanentesdaspalÍticasdedesen- valvimenta. É necessáriaharmani~aremnívelinternacianala integraçãade fataresecanômicase eCQlógicasnas sistemaslegale decisória das países.O aumentada cansumade cambustívele matérias- primastarnamaisestreitasas vínculasfísicasentreas ecassiste- masdediferentespaíses.Tambémaumentamasinteraçõesecanô- nucasmediantea camércia,a financiamenta,a investimentae a ~ intercâmbia,intensificandaassima interdependênciaecanônlÍcae ecalógica.Na futuro,talvezmaisqueagara,a desenvalvimenta sustentávelvai exigira unificaçãadaecanamiae daecalagianas relaçõesinternacianais,camaveremasnapróximacapítula. 2.4 CONCLUSÃO Em seusentidamaisampla,a estratégiadadesenvalvimentasus- tentávelvisa a promavera'harmaniaentreassereshumanose entrea humanidadee a natureza.Na cantextoespecíficadascri- sesda desenvolvimentae da meiaambientesurgidasnosanas80 - queàSatuaisinstituiçõespalíticase ecanônlÍcasnacianaise in- tei:r>acianaisaindanãacanseguirame talveznãacansigamsupe- rar-'a buscadadesenvalvimentasustentávelrequer: o umsistemapalíticoqueassegurea efetivaparticipaçãodasci- dadãasnaprocessadecisória; G um sistemaecanônlÍcacapaz de gerarexcedentese know- howtécnicaembasescanfiáveise canstantes; . e um sistemasacialquepassaresalveras tensõescausadaspar umdesenvalvimentanãa-equilibrada; o umsistemadepraduçãaquerespeitea abrigaçãadepreservara baseecalógicadadesenvalvimenta; o umsistematecnalógicaquebusquecanstantementenavassalu- ções; G um sistemainternacianalqueestimulepadrõessllstcntáv(~isele camérciae financiamenta; o umsistemaadministrativaflexívele capazde<lutocorrígir-sc. Estes requisitastêmanteso caráterde .objetivosqlle devem inspirara açãanacionale internacianalparao desellvolvimenta. 70 O impartanteé queesses.objetivassejambuscadascamsinceri- dadee queas eventuaisdesviassejamcarrigidascameficiência. Nofus 1 UNCTAD. Handbookof internationaltradeanddevelopmentstatistics 1985supplement.NewYork,1985. 2Ibid. 3 Departmentof lnternationalEconomicandSocialAffairs(Diesa).Dou- blingdevelopmentfinance;meetinga globalchallenge,viewsandrecom- mendationsof theCommitteefor DevelopmentPlanning.New York, UnitedNations,1986. 4 Umexemplodeumadecisãocomoessadeabandonarumprojetodede- senvolvimentonointeressedaconservaçãoambienta!é a interrupçãodo ProjetoHídricodoValedoSilêncio,naÍndia. ' 5 Baseadoemdadosde:BancoMundial.Relatóriosobreo desenvolvi- , mentomundial1984.RiodeJaneiro,FundaçãoGetulioVargas,1984. '. 6 BaseadoemdadosdoconsumopercapitaextraídosdaFAO (production Yearbook1984.Rome,1985)e emprojeçõesdemográficasdo Diesa (Worldpopulationprospectsestimatesandprojectionsasassesscdin /984. NewYork,UnitedNations,1986.) 7 FAO. Fllel}Vbodsllppliesin thedevelopingcouniriá. Rome,19~3.(Fo- restryPapern.42.) 8Diesa.Worldpopulationprospects...cit. 9lbid. ',. 10Ibid. ' 11Hiifele,W.& Sassin,W.Resourcesand,endowments,anoutlineof fu- tureenergysystems.ln: Hemily,P.W.& Ozdas,M.N.,ed.Scienceand futurechoice.Oxford,ClarendonPress,1979. ' 12Ver,porexemplo:OECD.Interfutures;facingth~future.Paris,1979; CouncilonEnvironmentalQualityandUSDepartmen1iofState.TheGlo- bal2000reporttolhepresident;enteringthetwenfy-frrstccntury,thete- chnicalreportoWashington,D.C.,US GovernmentPÍintingOffice,1980. v.2.. 13Ver:Formunicipalinitiativeandcitizenpower.ln: lnderêha.La cam- paliaverdey losconcejosverdes.Bogotá,Colombia,1985. 71