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Sustentabilidade e Desenvolvimento - EAD (2)

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SUSTENTABILIDADE E
DESENVOLVIMENTO
PROF.A MA. SÔNIA MARIA CRIVELLI MATARUCO
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Gestão Educacional: 
Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Gabriela de Castro Pereira
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim 
Mariana Tait Romancini 
Produção Audiovisual:
Heber Acuña Berger 
Leonardo Mateus Gusmão Lopes
Márcio Alexandre Júnior Lara
Gestão da Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
Fotos: 
Shutterstock
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
1 - IMPORTÂNCIA DAS INTER-RELAÇÕES ECOLÓGICAS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ......... 5
2 - DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL DEVIDO DESMATAMENTO .............................................................. 8
3 - INDUSTRIALIZAÇÃO E AS CONSEQUÊNCIAS PARA O MEIO AMBIENTE ..................................................... 11
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................................. 18
RELAÇÕES DO HOMEM COM O MEIO AMBIENTE E A 
IMPORTÂNCIAS DAS INTER-RELAÇÕES ECOLÓGICAS 
PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
PROF.A MA. SÔNIA MARIA CRIVELLI MATARUCO
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO
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INTRODUÇÃO
No � nal do século XX foi possível presenciar o crescimento da consciência da sociedade 
em relação à degradação do meio ambiente decorrente do processo de desenvolvimento. Em 
decorrência desta degradação, torna-se necessário buscar uma relação harmoniosa da sociedade 
com a natureza, procurando extrair os recursos naturais de maneira racional, utilizando técnicas 
de manejo adequadas, no sentido de preservar e promover reposição destes recursos de forma 
que possa suprir à atual e a futura geração.
A construção deste novo cenário sustentável requer conhecimento para melhor entender 
as inter-relações entre os organismos existentes e ser aplicado pelos seres humanos na relação 
homem-natureza. Quando a sociedade analisa os problemas ambientais existentes, e busca 
conhecer a forma como os organismos se relacionam entre si, estará dando um grande passo que 
conduzirá ao desenvolvimento sustentável.
No intuito de levá-los a melhor compreender a relação homem-natureza, neste capítulo 
abordaremos conceitos de ecologia, ecossistemas, inter-relações ecológicas, meio ambiente, 
mostrando que equilíbrio ambiental depende da forma com que os seres bióticos (fatores 
da natureza que tem vida) e abióticos (fatores da natureza que não tem vida) se relacionam. 
Abordaremos questões relacionadas ao desmatamento e como a revolução industrial e o início da 
industrialização no Brasil foram o marco principal para os processos de degradação ambiental.
Os organismos da Terra não vivem isolados, interagem uns com os outros e com o meio 
ambiente, e compreender essa interação é extremamente importante para toda a sociedade que 
tenham como objetivo desenvolver-se de forma sustentável. 
Ao observar as alterações no meio ambiente provocada pelos seres humanos é possível 
perceber que na maioria das vezes estas alterações não são estabelecidas de maneira harmônica, 
de forma que ofereça benefícios tanto para a humanidade como para o meio ambiente. Entretanto 
importante ressaltar que essas alterações provocam na maioria das vezes uma relação de perda 
para ambas as partes.
Assim, a partir deste capítulo possamos cuidar do meio ambiente, utilizando mecanismos 
que permitam proteção ambiental assegurando a qualidade de vida das pessoas e principalmente 
a conservação dos recursos hídricos do solo e da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento 
sustentável e a melhoria das condições de vida da sociedade, entendendo que é da natureza que 
retiramos nossos alimentos e garantimos nossa sobrevivência. 
Objetivos do capítulo: Entender os processos ecológicos responsáveis pelo bom 
funcionamento dos ambientes naturais e alterados por ações antrópicas, conhecendo os conceitos 
vitais necessários para se trabalhar visando o desenvolvimento sustentável. 
Após Leitura do Capítulo: Compreender que o equilíbrio do ecossistema depende das 
ações diárias realizadas pelo homem. A partir do conhecimento de como as espécies se relacionam 
e suas necessidades, é possível analisar claramente a forma como as atividades antrópicas 
in� uenciam o meio ambiente. Essas análises permitem fazer previsões a respeito do futuro de 
determinadas espécies e as consequências das mudanças nos padrões de uma comunidade. 
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1 - IMPORTÂNCIA DAS INTER-RELAÇÕES ECOLÓGICAS 
PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A espécie humana construiu, desde sua origem, uma relação ímpar com a natureza para 
suprir suas necessidades. Essa convivência necessita ser harmoniosa e organizada. Antunes 
(2002) a� rma que a história tem demonstrado que o homem consegue, durante um período, 
viver isolado, mas não durante toda a sua existência, pois o homem é, por sua natureza, animal 
social e político, vivendo em multidão, ainda mais que todos os outros animais, o que se evidencia 
pela natural necessidade. Portanto, é na sociedade que o homem encontra condições favoráveis 
para o seu desenvolvimento.
 Conhecer e compreender as inter-relações existentes entre os inúmeros seres vivos 
existentes na terra é fundamental para a sobrevivência e desenvolvimento da espécie humana. As 
relações ecológicas se particularizam pela forma de interação que os seres vivos mantêm entre 
si sendo categorizadas de acordo com os benefícios e/ou prejuízos que trazem aos organismos.
Os organismos estabelecem relações mútuas entre si e com o ambiente físico, baseado nas 
interações que ocorrem no mundo natural. 
O entendimento dos diferentes fenômenos que englobam essas relações e 
interações entre seres vivos (incluindo o homem) e os componentes abióticos é 
amplamente discutido à luz de teorias ecológicas. O ambiente é alterado, físico 
e quimicamente, pela maneira como os indivíduos realizam suas atividades. 
Também as interações entre organismos, têm in� uência na vida de outros seres, 
da mesma espécie e de espécies diferentes. (BEGON, 2007, p. 223).
Na natureza os seres vivos mantêm entre si vários tipos de interações ecológicas que 
podem ser consideradas como sendo harmônicas ou positivase desarmônicas ou negativas. As 
interações harmônicas ou positivas são aquelas onde não há prejuízo para as espécies participantes 
e vantagem para pelo menos uma delas. As interações desarmônicas ou negativas são aquelas 
onde pelo menos uma das espécies participantes é prejudicada, podendo existir benefício para 
uma delas.
Com a exploração de determinado conjunto de recursos, cada espécie de� ne o seu nicho 
ecológico, também entendido como o papel desempenhado por esta espécie no ecossistema. Se 
não existissem competidores, predadores e parasitas em seu ambiente, uma espécie seria capaz 
de viver sob maior amplitude de condições ambientais (seu nicho fundamental) do que faria na 
presença de outras espécies que a afetam negativamente (seu nicho realizado). Por outro lado, a 
presença de espécies bené� cas pode aumentar a gama de condições em que uma espécie consegue 
sobreviver.
Dentro de cada um dos tipos de interações mencionados acima, ainda podemos classi� cá-
las em interações intra-especí� cas e interespecí� cas, conforme ocorre entre indivíduos da mesma 
espécie ou entre espécies diferentes respectivamente, conforme o Quadro 1 que mostra os 
principais tipos de interações ecológicas possíveis de ocorrer entre organismos de duas espécies.
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Quadro 1 - Principais tipos de interações ecológicas entre os seres vivos.
Fonte: Biomania (2018) 
Essas relações ecológicas são muito importantes, pois garantem a sobrevivência dos 
diferentes seres vivos e ajudam no combate da densidade populacional, de modo que favorecem 
o equilíbrio ecológico.
Para Tansley (1935), ecossistema é o conjunto formado pelo meio ambiente, pelos seres 
que aí vivem e pela dependência recíproca. É a unidade fundamental da ecologia. São exemplos 
de ecossistemas: uma � oresta, uma lagoa, uma campina, um aquário, etc.
Quando não se consegue repor os recursos, ou quando sua reposição é menor que 
o consumo se considera que este recurso é limitado. A abundância ou escassez in� uencia 
a distribuição das espécies e no desenvolvimento de uma sociedade. Por exemplo, uma 
pequena quantidade de água doce em um determinado ambiente poderá limitar o interesse de 
investimentos na área. Essa relação de escassez e/ou abundância nos leva a re� etir sobre como 
se dá o equilíbrio ecológico que consiste na relação entre os organismos vivos entre si com o 
ecossistema, assegurando a sobrevivência das espécies, bem como a preservação dos recursos 
naturais. 
O sinal (+) indica vantagem para a espécie, o sinal (-) indica prejuízo para a espé-
cie, e o sinal (0) indica que a espécie não é benefi ciada nem prejudicada.
Leia o artigo para conhecer mais sobre o tema
Acesse: 
https://biomania.com.br/artigo/interacoes-ecologicas
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A sociedade que apresentar um ecossistema perturbado e não buscar um equilíbrio 
ecológico receberá cedo ou tarde resposta pelos seus atos, pois e importante ressaltar que a espécie 
humana não é só a que mais contribui para esse desequilíbrio, mas também, é a mais atingida 
pelas as alterações ambientais. 
Vale lembrar que o ecossistema com sua capacidade de resiliência tende a reverter 
naturalmente um quadro de desequilíbrio, no entanto, nem sempre isso é possível, ou o tempo 
necessário para que o equilíbrio ecológico seja estabelecido novamente é muito grande, o que 
pode causar outras alterações ainda mais graves, pois para se garantir equilíbrio ambiental, basta 
proteger o ecossistema. Os ecossistemas são sistemas equilibrados e cada espécie viva tem o seu 
papel no funcionamento do ecossistema que pertence.
Ecologia é um ramo da Biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o 
meio ambiente onde vivem, bem como a infl uência que cada um exerce sobre o 
outro.
A palavra “Ökologie” deriva da junção dos termos gregos “oikos”, que signifi ca 
“casa” e “logos”, que signifi ca “estudo”. Foi criada pelo cientista alemão Ernst Ha-
eckel para designar a ciência que estuda a relação entre seres vivos e meio am-
biente. 
As interações ecológicas podem ocorrer entre seres da mesma espécie (intraes-
pecífi cas) ou espécies diferentes (interespecífi cas). 
Relações intraespecífi cas harmônicas: sociedade (organização de indivíduos da 
mesma espécie) e colônia (agrupamento de indivíduos da mesma espécie com 
graus de dependência entre si);
Relações intraespecífi cas desarmônicas: canibalismo e competições intra e inte-
respecífi cas (seleção natural). São relações entre espécies iguais, porém há um 
prejuízo para pelo menos um dos lados.
Relações interespecífi cas harmônicas: mutualismo (ou simbiose), protocoopera-
ção, inquilinismo (ou epibiose) e comensalismo;
Relações interespecífi cas desarmônicas: amensalismo (ou antibiose), herbivoris-
mo, predatismo, parasitismo e esclavagismo intra e interespecífi co.
Fonte: https://revistambiental.wordpress.com/2009 - acesso 10 out.2017.
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Relações ecológicas: Os tipos de relacionamento entre os seres vivos 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/relacoes-ecologicas-os-tipos-de-
-relacionamento-entre-os-seres-vivos.htm?cmpid=copiaecola
Se o ser humano observasse como ocorrem as inter-relações na natureza, muitos 
problemas ambientais poderiam ser evitados.
2 - DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL DEVIDO 
DESMATAMENTO
 Se voltarmos na história vamos perceber que o homem sempre estabeleceu uma relação 
de dominação com a natureza, e com o passar dos tempos, cada geração viveu em realidades 
sociais e culturais diferentes. No entanto, a descrição dos relatos de um passado distante pode 
favorecer o enriquecimento dos argumentos nas discussões e re� exões sobre a relação sociedade-
natureza no tempo e no espaço buscando impedir a devastação de toda forma de vida no planeta.
Por volta de 1966, no governo criou uma política de incentivos � scais em nome do 
desenvolvimento econômico. Na época os agricultores para terem direito de receber o incentivo 
� nanceiro para plantar e adquirir equipamentos necessitavam assumir compromisso de desmatar. 
O governo entendia que para desenvolver havia necessidade de desmatamento para expansão de 
atividades produtivas e maior obtenção de solo para a agropecuária, uso das árvores na indústria 
madeireira e a especulação imobiliária. 
Após anos de incentivos à produção e à ocupação de terras, os sinais de destruição 
� cam mais claros. Em 1978, a área desmatada chega a 14 milhões de hectares. Esse processo de 
desmatamento trouxe prejuízos ambientais e socioeconômicos muito signi� cativos como:
• A ocorrência de desequilíbrios climáticos com diminuição das chuvas devido à alteração 
das áreas de mata e do clima, causando grandes períodos de estiagem,e redução da umidade 
relativa do ar, pois com a remoção das folhagens há uma queda da regulação da temperatura 
ambiental, deixando-a mais alta e instável;
• Perda de biodiversidade da fauna e � ora nativas e com isso, o equilíbrio ecológico pode 
tornar-se ameaçado;
• Degradação de mananciais ao remover a proteção das nascentes e prejudicar a 
impermeabilização do solo em torno da água;
• O esgotamento dos solos com a intensi� cação de processos de erosão e deserti� cação.
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Além dos problemas anteriormente citados, para a sociedade o desmatamento ainda traz 
diversos prejuízos como o enfraquecimento do ecoturismo, diminuição das possibilidades de 
pesquisas para a área de fármaco, perda qualidade da água, aumento da resistência a doenças e 
pragas na agricultura que provém muitas vezes do cruzamento entre espécies nativas próximas.
Segundo Castro (2005), a exploração de madeiras no Brasil foi responsável pelodesaparecimento de espécies de árvores e animais que perderam seu habitat. Para Margulis 
(2003), a pecuária constitui a principal atividade responsável pela maior parte do desmatamento. 
Nesse sentido, Castro (2007) complementa que uma das principais soluções a serem 
adotadas para a preservação do meio ambiente seria a implantação de políticas que visem o 
desenvolvimento sustentável, através do fortalecimento do comércio de carbono.
Segundo dados do relatório de organizações como Greenpeace (2017) o desma-
tamento intensifi ca o efeito estufa, e sobre esse tema o Brasil tem como meta:
• Reduzir de 37% das emissões de gases de efeito estufa até 2025, usando como 
referência à taxa de emissões domésticas de 2005 – na época, considerada da or-
dem de 2,133 bilhões de toneladas de CO2. Segundo o SEEG (Sistema de Estima-
tivas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa), em 2016 esse número 
foi de 2,27 bilhões. 
• Refl orestamento de 12 milhões de hectares de fl orestas até 2030;
• Zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030;
• Antes disso, reduzir o desmatamento ao teto de 3,9 mil km² na região até 2020 
– entre agosto de 2016 e julho de 2017, foi registrado o desmatamento de 6.624 
km² da fl oresta.
Gráfi co 01: Desmatamento da Amazônia Legal (1988- 2017)
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Segundo dados do relatório de organizações como Greenpeace (2017) O desma-
tamento da fl oresta amazônica no Brasil é contínuo, mas o tamanho das áreas 
afetadas vive uma rotina de altos e baixos nas últimas duas décadas. A prática na 
região já teve crescimento de 29% (entre 2012 e 2013), bem como reduções de até 
42% (entre 2008 e 2009).
Em termos absolutos, os piores anos para a região foram 1995 (29 mil km²) e 
2004 (27,7 mil km²). O nível mais baixo desse histórico foi alcançado em 2012 (4,5 
mil km²). Entre 2004 e 2012, a redução foi de 83,5%, resultado de uma sequência 
quase ininterrupta de quedas anuais – com exceção da variação positiva de 11% 
em 2008.
Fonte: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/11/16/Qual-o-caminho-pa-
ra-o-Brasil-zerar-o-desmatamento-na-Amaz%C3%B4nia (Com adaptações)
O desmatamento na Amazônia Legal chegou a 244 km² em outubro de 2014, au-
mento de 467% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram des-
matados 43 km². Em outubro, 72% do território da Amazônia Legal foi monitorado, 
por causa da cobertura de nuvens. Em outubro do ano anterior, o monitoramento 
abrangia 69% do território. No boletim anterior do Imazon, relativo ao período de 
agosto a setembro de 2014 - os dois primeiros meses do calendário ofi cial de 
medição do desmatamento -, foi registrada uma perda fl orestal acumulada de 838 
km², com aumento de 191% em relação ao mesmo período de 2013, quando fo-
ram desmatados 288 km². Segundo o boletim, no mês passado, Rondônia foi no-
vamente o Estado mais afetado, concentrando 27% do desmatamento. O restante 
se distribuiu entre Mato Grosso (23%), seguido por Pará (22%) e Amazonas (13%), 
com menor ocorrência em Roraima (9%), Acre (5%) e Amapá (1%).
Fonte: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/11/16/Qual-o-caminho-pa-
ra-o-Brasil-zerar-o-desmatamento-na-Amaz%C3%B4nia (Com adaptações)
Diante das informações, qual o caminho para o Brasil zerar o desmatamento na 
Amazônia?
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3 - INDUSTRIALIZAÇÃO E AS CONSEQUÊNCIAS PARA O 
MEIO AMBIENTE
No Brasil, somente no � nal do século XIX e começo do século XX que grandes fazendeiros 
de São Paulo que enriqueceram com o café, começaram a investir no setor industrial de forma 
signi� cativa, havendo desta forma grande investimento no desenvolvimento industrial nas 
grandes cidades da região Sudeste. 
Além do capital interno investido pelos cafeicultores, houve a abertura da economia com 
incentivos � scais para o capital internacional e muitas nações européias investiram seu capital 
na produção agrícola, na urbanização e no extrativismo de riquezas naturais no Brasil. Diversas 
multinacionais principalmente montadoras de veículos, construíram grandes fábricas em cidades 
como São Paulo, São Bernardo do Campo, Guarulhos, Santo André, Diadema, Belo Horizonte e 
Rio de Janeiro. 
Segundo SILVA (2013, p.166) no século XX, o processo de industrialização 
e a mecanização da agricultura muitos trabalhadores rurais migraram para 
as cidades atraídos em busca de trabalho nas fábricas e melhores salários, 
e o resultado disso foi o êxodo rural do Nordeste para o Sudeste do país. Os 
migrantes nordestinos fugitivos da seca do Nordeste e do desemprego foram em 
busca de trabalho e melhores condições de vida nas grandes cidades do Sudeste. 
Com a industrialização, as cidades consolidaram ainda mais seu poder, concentraram um 
número ainda maior de habitantes. Fortaleceram o papel na condução da vida social das nações.
Esse fato acabou por gerar certo conforto para os empresários que tinham a sua disposição 
grande massa de trabalhadores ou mão-de-obra que poderiam trabalhar por um preço irrisório, 
intensi� cando a exploração humana por parte dos detentores emergentes dos novos meios de 
produção. 
Vale ressaltar que juntamente com a Revolução Industrial ocorreu também uma Revolução 
Agrícola. A utilização de novos métodos agrícolas, rotação de safras, sementes selecionadas e 
o surgimento de novos equipamentos agrícolas, produziram um extraordinário aumento na 
produção de alimentos.
Grandes proprietários rurais passaram a investir na tecnologia de produção agrícola, 
fato que levou a agricultura ter como fonte principal do progresso técnico a mecanização e o 
desenvolvimento de produtos químicos e biológicos, optando pela monocultura, ou seja, uma 
área de cultivo muito grande com uma mesma espécie.
Outro fato relacionado à migração interna ou ao êxodo rural ocorreu com a construção 
de Brasília, no � nal da década de 1950. Muitos migrantes do Norte e Nordeste do país foram 
em busca de empregos na região central do país, principalmente na construção civil. As cidades 
satélites de Brasília cresceram desordenadamente, causando vários problemas sociais, que 
persistem até os dias de hoje. 
Com o advento da revolução industrial tornou-se possível adaptar à máquina a ferramenta 
antes empunhada pelo homem. A máquina pode, agora, executar trabalhos anteriormente 
executados de forma manual. A habilidade manual deixa de ser necessária; o trabalhador hábil, 
especializado, criativo, nos padrões anteriores, deixa de ter importância. A atividade do operário 
passa a ser a de vigiar e acompanhar as operações executadas pela máquina. 
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Este processo estendeu-se com força durante as décadas de 70 e 80, entretanto como as 
cidades não ofereciam infra-estrutura adequada aos migrantes, passam a residir em habitações 
sem boas condições como favelas e cortiços. 
Como os empregos não eram su� cientes para todos, e como agravante a grande maioria 
dos imigrantes não possuíam quali� cação necessária para o trabalho especi� cado, muitos deles 
partiam para o mercado de trabalho informal, e outros acabavam incorporando à grande massa 
dos mendigos.
Outro problema causado pela Revolução Industrial e consequentemente pelo do 
êxodo rural foi o agrupamento de pessoas na mesma área (urbana), aumentando a violência, 
principalmente nos bairros de periferia. Como são bairros carentes sem hospitais e escolas, as 
populações destes locais acabaram sofrendo com o atendimento destes serviços. Escolas com 
excesso de alunos por sala de aula e hospitais superlotados foram e são as conseqüências deste 
fato.
Os municípios rurais também acabam sendo afetados pelo êxodo rural. Com a diminuição 
da população local, diminui a arrecadação de impostos, a produção agrícola decresce e muitos 
municípios acabam entrandoem crise. Há casos de municípios que deixam de existir quando 
todos os habitantes deixam a região.
De acordo com dados da ONU, em 2050, 60% da população mundial residirá nas cidades, 
realidade muito diferente da década de 50, quando para cada 2 moradores da zona rural, existia 
aproximadamente 1 morador das cidades, conforme demonstra o grá� co abaixo.
Figura 1 - Êxodo rural no mundo. Fonte: ONU (2010).
Desta forma a disponibilidade de pessoas nas áreas rurais vem diminuindo constantemente 
nos últimos anos chegando a taxas de urbanização de até 94% em alguns estados da região sul e 
sudeste do Brasil, de acordo com dados do IBGE. Ou seja, de cada 100 habitantes, apenas 6 ainda 
vivem em áreas rurais nestas regiões. Além disso, à distância entre o campo e as cidades vem se 
encurtando e o acesso às tecnologias tem se tornado a cada dia mais evidente. 
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Entretanto, os efeitos da Revolução Industriais no Brasil foram positivos em muitos 
aspectos, pois ocorreu um enorme aumento da produtividade, em função da utilização dos 
equipamentos mecânicos, da energia a vapor e, posteriormente, da eletricidade, que passaram a 
substituir a força animal. 
O processo de urbanização in� uiu positivamente em alguns indicadores 
nacionais, no decorrer do século XX. Os principais exemplos foram a queda da 
mortalidade infantil (que passou da taxa de 150 mortes para cada mil nascidos 
vivos em 1940 para 29,6 em 2000), o aumento da expectativa de vida (40,7 
anos de vida média em 1940 para 70,5 em 2000), a queda da taxa de fertilidade 
(6,16 � lhos por mulher em idade fértil em 1940 para 2,38 em 2000) e o nível de 
escolaridade (55,9% de analfabetos em 1940 para 13,6% em 2000). Foi notável 
também a ampliação do saneamento e a ampliação da coleta de lixo domiciliar, 
mas apesar da melhora referida alguns desses indicadores ainda deixam muito a 
desejar. (MARICATO, 2005, p. 01)
Segundo Hobsbawm (1986), a Revolução Industrial foi provedora de conforto e 
transformações sociais para aquelas classes onde ocorreram as menores alterações na sua forma de 
vida. Paralelamente, elas receberam os maiores benefícios materiais decorrentes desse processo. 
Esta classe social, tampouco percebeu que estava perturbando a classe operária com este novo 
modo de produção. Que a classe média e os que aspiravam esta condição social � caram satisfeitos 
com as transformações ocorridas. Para aqueles que eram pobres, a Revolução Industrial destruiu 
hábitos de vida sem que fosse oferecida uma nova condição social. Foi à própria desagregação 
social. Era o nascimento de uma sociedade industrial, onde a maioria tinha como única fonte de 
renda, o salário. 
Diferentemente, a sociedade pré-industrial detinha suas terras e o� cinas artesanais, que 
de algum modo, suplementava a renda obtida no trabalho fabril.
Relacionado à questão ambiental um dos aspectos negativos é que a revolução industrial 
trouxe aumento da poluição do ar e dos rios, pois muitas industriais passaram a jogar produtos 
químicos e lixo em rios e córregos. Uso de mão-de-obra infantil (na primeira etapa da 
industrialização).
A industrialização trouxe um mundo de consumo, que convive com a miséria social, com 
o desprezo e a falta das condições mínimas, muitas vezes, de sobrevivência.
O Brasil possui uma grande quantidade de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. 
Assim, por representar um país subdesenvolvido emergente, a pobreza no Brasil apresenta 
elevados patamares.
Na observação de José Bengoa (1996):
pobreza é um conceito difícil de de� nir, mas que todo mundo entende quando 
se o menciona. Talvez porque cada qual, cada indivíduo sabe perfeitamente o 
que seria para ele e sua família uma situação de pobreza. Para um poderia ser 
não comer; para outro, vestir-se pobremente, para um terceiro, baixar seu nível 
de vida habitual. São muito imprecisas, portanto, as de� nições habituais sobre 
a pobreza. Fala-se que a ‘pobreza absoluta’ seria aquela em que a pessoa não 
pode alimentar-se com o mínimo su� ciente para sua manutenção � siológica. 
A antropologia demonstrou a relatividade destes mínimos � siológicos, pois 
que estão sempre determinados culturalmente. Por isso, quando falamos de 
‘pobreza’ poucas vezes nos referimos aos níveis absolutos. Trata-se, pois, de um 
conceito essencialmente relativo. A pobreza é, em geral, o olhar dos não-pobres 
sobre os pobres. É um olhar estereotipado, cheio de temores, ansiedades, visões 
etnocêntricas e, mais ainda, com uma proposta implícita de homogeneização 
cultural e integração ao consumo. 
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Esta conceituação é mais clara na literatura que vê a pobreza como ‘carência’, 
isto é, como ausência total ou parcial de bens, serviços, acesso à cultura e à 
educação, en� m, à falta de integração à sociedade. Não é por acaso que em 
todas as investigações realizadas, as pessoas que tecnicamente poderiam ser 
denominadas ‘pobres’ não se reconhecem como tais. Ao se lhes perguntar se 
são pobres, a� rmam que não o são, e que os pobres são outras pessoas mais 
próximas da ‘pobreza absoluta’. Ninguém quer ser estigmatizado com a de� nição 
de carência. O pobre que reconhece sua pobreza e a aceita, renuncia à sua 
superação e faz da mendicância seu ofício e da lástima seu discurso.
Para Falcão e Costa (2014, p. 51) no livro Brasil sem miséria, a pobreza é entendida atende 
por diversos nomes:
insu� ciência de renda; acesso precário à água, energia elétrica, saúde e moradia; 
baixa escolaridade; insegurança alimentar e nutricional; formas precárias de 
inserção no mundo do trabalho, entre outros. As diversas características que 
traduzem as distintas manifestações da pobreza têm expressão no território e 
assim se pode a� rmar que a miséria tem nome, endereço, cor e sexo e, embora 
a renda também seja um indicador de pobreza, trata-se de um mecanismo 
insu� ciente para medir o bem-estar. A pobreza se manifesta, sobretudo, em 
privação do bem-estar. Com isto, a� rmamos que a pobreza é um fenômeno 
multidimensional e, portanto, requer também indicadores não monetários para 
seu dimensionamento.
No ano de 2011, foi anunciada a linha de extrema pobreza o� cial do Plano Brasil sem 
miséria: renda familiar per capita de R$ 70 reais – posteriormente atualizada, em 2014, para 
R$ 77 reais per capita. A linha de extrema pobreza foi estabelecida com base em parâmetros 
internacionais, como a linha do Banco Mundial de US$ 1,25 por dia.
Segundo dados o� ciais do Ministério de Desenvolvimento de Combate à fome, existiam 
no Brasil até o ano de 2012 cerca de 16,27 milhões de pessoas em condição de “extrema pobreza”, 
ou seja, com uma renda familiar mensal abaixo dos R$70,00 por pessoa. O grá� co abaixo mostra 
a evolução da desigualdade de renda no Brasil desde 1976. A medida adotada é o Coe� ciente de 
GINI, tido como padrão internacional para mensurar a desigualdade de renda. 
Desenvolvido pelo matemático italiano Corrado Gini, o Coefi ciente de Gini é um 
parâmetro internacional usado para medir a desigualdade de distribuição de renda 
entre os países.
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Figura 2 - Evolução da desigualdade de renda no Brasil desde 1976. Fonte: IPEA (Instituto de Pesquisa e 
Estatística Aplicada) (2012).
Um coe� ciente de 0.5 signi� ca que, naquele país, a distância média entre a renda de duas 
pessoas de um país é igual a 50% da renda média da população. O índice varia de 0 a 1 e re� ete 
maior igualdade quanto mais próximo de zero.
Quanto menor o Coe� ciente de GINI, menor é a desigualdade de renda dentro de um 
país. Para que as pessoas melhorem de vida, e o abismo entre ricos e pobres diminua, a renda das 
famílias mais pobres precisa crescer. Mas nada disso é possível se um país não desenvolvercomo 
um todo. 
Devido a algumas políticas de combate à desigualdade social promovida nos últimos 
anos, a desigualdade social no Brasil vem caindo, chegando em 2012 a níveis de 1960. Em 2015, 
o coe� ciente de desigualdade no Brasil atingiu 0,514. (Pnad, 2015).
Vale lembrar que ultrapassar esse valor não signifi ca abandonar a pobreza por 
completo, mas vencer somente a pobreza extrema.
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Figura 3- Desigualdade de renda no mundo. Fonte: Banco Mundial (2014).
De acordo com o artigo 3º da Constituição Federal para a erradicação da pobreza e das 
desigualdades, objetivo fundamental da República constitucionalizado é necessário modi� car-se 
os padrões de relações culturais e econômicas que as provocam e que aprofundam a exclusão, 
inclusive as sustentadas pela atividade estatal na implementação de políticas públicas, na 
formulação de leis e no julgamento das demandas levadas aos tribunais, como: 
I - Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - Garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - Promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação.
Complementando, a Declaração e o Programa de Ação de Viena traz expressamente que 
“a existência de situações generalizadas de extrema pobreza inibe o pleno e efetivo exercício dos 
direitos humanos” (I - 14). A� rma, também, que:
a pobreza extrema e a exclusão social constituem uma violação da dignidade 
humana e que devem ser tomadas medidas urgentes para o conhecimento maior 
do problema da pobreza extrema e de suas causas, particularmente aquelas 
relacionadas ao problema do desenvolvimento, visando a promover os direitos 
das camadas mais pobres, pôr � m à extrema pobreza e à exclusão social e 
promover uma melhor distribuição dos frutos do progresso social. É essencial 
que os Estados estimulem a participação das camadas mais pobres nas decisões 
adotadas em relação às suas comunidades, à promoção dos direitos humanos e 
aos esforços para combater a pobreza extrema.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de 30% das mortes que acontecem 
todos os dias estão relacionadas às causas da pobreza extrema, como fome, diarreia, pneumonia 
e tuberculose. Morre-se por doenças que poderiam ser prevenidas e curadas com custo muito 
baixo. 
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Famílias que estão na linha da pobreza extrema convivem com um enorme sofrimento 
diário. E podem estar em uma situação duplamente difícil ao verem suas crianças doentes e 
capturadas em um ciclo vicioso: miséria, internação, reinternação e até morte.
Como ressalta o Informe de Desenvolvimento Humano 2000 do PNUD
a erradicação da pobreza constitui uma tarefa importante dos direitos humanos 
no século XXI. Um nível decente de vida, nutrição su� ciente, atenção à saúde, 
educação, trabalho e proteção contra as calamidades não são simplesmente 
metas do desenvolvimento, são também direitos humanos.
A miséria trás ainda consequências como a violência, as drogas e a criminalidade, baixo 
desempenho nas escolas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) de� ne violência como o uso de força física 
ou poder, por ameaça ou na prática, contra si próprio, outra pessoa ou contra um grupo 
ou comunidade, que resulte ou possa resultar em sofrimento, morte, dano psicológico, 
desenvolvimento prejudicado ou privação. Essa de� nição agrega a intencionalidade à prática do 
ato violento propriamente dito, desconsiderando o efeito produzido.
No tocante as drogas, seu uso causa problemas irreparáveis a saúde das pessoas, e para sua 
produção muitas vezes causa desmatamento e perda de biodiversidade. Além disso, é comum que 
o cultivo dessas plantas devido queimadas das plantações, que ocorrem antes da polícia chegar 
às regiões de plantio. 
A poluição também pode ser gerada durante o processo de secagem das folhas de tabaco, 
feito em estufas que requerem a queima de madeira, nem sempre proveniente de re� orestamento. 
O problema do descarte inadequado engloba praticamente todas as drogas de origem química, 
com ênfase nas bitucas de cigarro. 
Desta forma não difícil de compreender a relação existente entre a ação do homem e 
o aumento do número de doenças. O impacto negativo do homem no ambiente tem relação 
direta com a saúde, uma vez que necessitamos dos componentes do meio ambiente para a nossa 
sobrevivência. É impossível sobreviver sem acesso à água e ao ar, por exemplo. Se esses elementos 
estão comprometidos, nossa saúde também � cará.
A intensa urbanização brasileira vivenciada durante as décadas medianas e fi nais 
do século XX provocou transformações culturais e ambientais no país? 
Comumente se diz que poluição atmosférica, trânsito caótico, moradias insufi -
cientes, saneamento básico precário, violência urbana, entre outros elementos 
que comprometem a qualidade de vida, constituem os chamados problemas ur-
banos. Essas precariedades seriam mesmo inerentes à vida na cidade? 
Embora o combate à miséria seja antes de tudo um dever do Estado, ele não é ta-
refa isolada de um governo, mas um compromisso que foi efetivamente abraçado 
por toda a nossa sociedade. Atender às questões sociais e combater a pobreza, 
com um claro compromisso centrado no desenvolvimento, não é uma concessão. 
Trata-se sim de, em uma democracia, respeitar os direitos fundamentais de seus 
membros. Você acredita que temos feito muito para combater a miséria e a pobre-
za no Brasil e quais ações poderiam ser criadas ou reformuladas para contribuir 
com a meta de superar a extrema pobreza?
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Desmatamento da Amazonia
Vídeo exibido na Record News falando sobre o desmatamento na Amazônia e em 
como a região Sudeste colabora com isso. 
https://www.youtube.com/watch?v=3URjPigFK70
Os aspectos da mobilidade social decorrente da Revolução Industrial ainda são 
questionados por diversos estudiosos do tema. Ela deixou a população em melho-
res ou piores condições? E essa melhoria ou piora foi até que ponto? As pessoas 
afetadas pela Revolução Industrial passaram a ter maior poder aquisitivo, que lhes 
proporcionaram maiores condições para comprar bens que lhes trouxesse confor-
to?
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com as intensas preocupações com a grande aceleração da degradação da natureza, 
medidas urgentes devem ser tomadas por todos a benefício do homem e da própria natureza a 
� m de minimizar os impactes negativos que tem levado os recursos naturais a escassez em nome 
da melhoria da qualidade de vida.
Estamos cada vez mais questionando o atual modelo de desenvolvimento, por isso 
entendemos a necessidade de termos um olhar para o passado compreender a natureza e aplicar 
este conhecimento a benefício do homem e da própria natureza.
A construção de uma sociedade sustentável deve assentar-se numa clara 
estratégia mundial, que pode, resumidamente, ser exposta através dos seguintes 
princípios: Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos, - Melhorar a 
qualidade da vida humana, - Conservar a vitalidade e a diversidade do planeta 
Terra, - Minimizar o esgotamento de recursos não renováveis, - Permanecer 
nos limites da capacidade de suporte do planeta Terra, - Modi� car atitudes e 
práticas pessoais, - Permitir que as comunidades cuidem de seu próprio meio 
ambiente, Gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimento e 
conservação,- Constituir uma aliança global. (DREW, 2014).
Espera-se que com este capítulo os alunos percebam o ambiente em que vivem, e que 
além de fatos e conceitos, possam também aprender procedimentos e atitudes que resultem em 
uma melhor qualidade de vida para ele próprio e sua comunidade, e percebamque as interações 
ecológicas estão ligadas ao nosso dia-a-dia e que necessitamos estar em constante interação com 
o ambiente em que vivemos.
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“A natureza criou o tapete sem � m que recobre a superfície da terra. Dentro da pelagem 
desse tapete vivem todos os animais, respeitosamente. Nenhum o estraga, nenhum o rói, exceto 
o homem”. (Monteiro Lobato).
Destaques do Capítulo:
• Interação homem meio ambiente para entender as inter-relações existentes entre os 
organismos da natureza, em busca de equilíbrio ambiental.
• Início do processo de degradação ambiental no Brasil com objetivo de desenvolver;
• Revolução Industrial no Brasil e as consequências para o ambiente;
• Êxodo rural e o desequilíbrio ambiental causado pela urbanização.
Documentário Mata Atlântica - Paulo Rufi no - Produção Casa de Cinema RBMA 
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica 
https://www.youtube.com/watch?v=k5jQbhZIh20
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02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 21
1 - CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ...................................................................................... 22
2 - AS DIMENSÕES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ............................................................................ 24
3 - OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ..................................................................................... 28
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................................. 37
DESENVOLVIMENTO E 
SUSTENTABILIDADE 
PROF.A MA. SÔNIA MARIA CRIVELLI MATARUCO
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO
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INTRODUÇÃO
Após conhecermos as relações existentes entre os seres vivos na natureza, e 
compreendermos o início do processo depredatório do meio ambiente no Brasil, chegamos o 
momento de entender que o planeta Terra começa a pedir socorro, e não podemos mais ter as 
mesmas atitudes que tínhamos no passado.
Historicamente, o conceito de desenvolvimento apresenta duas vertentes. A primeira está 
relacionada à evolução da sistemática de produção e a ideia de acumulação com o intuito de 
elevar a produtividade da força de trabalho e a segunda diz respeito ao grau de satisfação das 
necessidades humanas (FURTADO 1984).
Desta forma, novos conceitos sobre desenvolvimento surgem, porém, pela primeira vez 
é possível ouvir conceitos de desenvolvimento que incorpore a necessidade e importância de ser 
sustentável, pensando além da questão econômica, mas também pensar o social e ambiental, 
devendo ainda compor esses três elos da sustentabilidade a questão política e cultural de uma 
sociedade.
Políticas públicas começam a ser traçadas de forma contrária ao estabelecido 
anteriormente, onde para desenvolver era preciso degradar. Neste momento, agricultores e 
empresários para produzir e garantir � nanciamento do governo são obrigados a se preocupar 
com o meio ambiente e precisam recuperar o processo que eles mesmos degradaram por meio 
do desmatamento.
A política aqui é re� orestar e utilizar os recursos naturais de forma que possam satisfazer 
as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de 
satisfazerem as suas próprias necessidades.
Satisfazer a necessidades da geração atual e futura sem exaurir os recursos naturais não 
é tarefa fácil, porém imprescindível para a própria manutenção da espécie humana no planeta 
Terra. 
Para desenvolver-se de forma sustentável uma sociedade necessita exercer atividades com 
planejamento e o reconhecimento de que os recursos naturais são � nitos. Desenvolvimento não 
deve ser confundido apenas com crescimento econômico, pois este, em princípio, depende do 
consumo crescente de energia e recursos naturais. O desenvolvimento nestas bases é insustentável, 
pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende.
Desta forma espera-se que o aluno compreenda que desenvolvimento signi� ca produzir, 
propondo em suas atividades projetos, soluções e tecnologias sustentáveis, capazes de reduzir 
ou eliminar os impactos ambientais causados pelo homem na exploração dos recursos naturais, 
procurando harmonia entre os objetivos de desenvolvimento econômico, social e a conservação 
ambiental.
Objetivos do capítulo: Compreender a diferença entre crescimento e desenvolvimento, e 
a necessidade de antes de qualquer ação para o desenvolvimento buscar a sustentabilidade.
Após Leitura Do Capítulo: Que este capítulo possa contribuir de forma signi� cante 
para que os alunos compreendam o conceito de desenvolvimento assim como a transição para 
sustentabilidade, entendendo o que as dimensões e os objetivos do desenvolvimento sustentável 
proporcionam para uma sociedade. Desenvolver de forma sustentável é quando proporcionamos 
melhoria de qualidade da vida do homem e de todos os seres vivos na Terra e ao mesmo tempo 
respeitando a capacidade de produção dos ecossistemas nos quais vivemos.
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1 - CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O ser humano desde a sua existência busca transformar os recursos naturais a seu favor, 
pois desenvolver, transformar, progredir faz parte da sua natureza. Entretanto ao longo da história 
o próprio conceito de desenvolvimento tem sofrido diversas alterações. 
Quando falávamos em crescimento econômico, entendíamos que estávamos 
desenvolvendo, e nem se quer imaginávamos que uma simples palavra como desenvolvimento 
pudesse signi� car tanto para uma nação como para o meio ambiente.
Dizer que uma nação cresceu signi� ca que ela realmente está progredindo, avançando, 
mas não necessariamente signi� ca que ela está desenvolvendo, pois, desenvolvimento engloba 
crescer além do aspecto geográ� co, econômico, mas também social, dando condições dignas para 
que a população possa ter moradia, alimento, saúde, lazer, educação, etc. Importante ressaltar 
que o aspecto ambiental nem era comentado, neste conceito de desenvolvimento implantado.
Entre os indicadores de mensuração do crescimento econômico, está o Produto Interno 
Bruto (PIB), que pode ser de� nido como “o valor de mercado de todos os bens e serviços � nais 
produzidos em um país em um dado período de tempo” (SALES, 2013, p. 62) nos setores de 
agropecuária, serviços e indústria. Dessa forma, quando comparado o PIB de um ano e este é 
superior ao anterior, houve crescimento do país, o oposto, recessão. (PASSOS, 2012). Já o conceito 
de Desenvolvimento Econômico está relacionado à melhoria do bem-estar da população.
Furtado (1983, p. 90) distingue os conceitos de crescimento e desenvolvimento da 
seguinte forma:
Assim, o conceito de desenvolvimento compreende a ideia de crescimento, 
superando-a. Com efeito: ele se refere ao crescimento de um conjunto de estrutura 
complexa. Essa complexidade estrutural não é uma questão de nível tecnológico. 
Na verdade, ela traduz a diversidade das formas sociais e econômicas engendrada 
pela divisão do trabalho social. Porque deve satisfazer às múltiplas necessidades 
de uma coletividade é que o conjunto econômico nacional apresenta sua grande 
complexidade de estrutura. Esta sofre a ação permanente de uma multiplicidade 
de fatores sociais e institucionais que escapam à análise econômica corrente 
[...] O conceito de crescimento deve ser reservado para exprimir a expansão 
da produção real no quadro de um subconjunto econômico. Esse crescimento 
não implica, necessariamente, modi� cações nas funções de produção, isto é, na 
forma em que secombinam os fatores no setor produtivo em questão.
Com a de� nição dada pelo autor constata-se que o crescimento econômico nem sempre 
garante o desenvolvimento, ou seja, mesmo que haja crescimento na geração de riqueza se esta 
não for distribuída de forma justa, não necessariamente trará melhorias na qualidade de vida da 
população em geral.
Para Sachs (2004, p. 13):
(...) os objetivos do desenvolvimento vão bem além da mera multiplicação 
da riqueza material. O crescimento é uma condição necessária, mas de forma 
alguma su� ciente (muito menos é um objetivo em si mesmo), para se alcançar à 
meta de uma vida melhor, mais feliz e mais completa para todos.
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Para Sachs (2004, p. 13) o termo desenvolvimento sustentável abrange oito dimensões 
da sustentabilidade, pois somente se considera desenvolvimento sustentável quando há o 
atendimento de todas as dimensões: ambiental, econômica, social, cultural, espacial, psicológica, 
política nacional e internacional.
Brasileiro (2006, p. 88) aponta que:
embora tenha ocorrido uma evolução sobre o conceito nas últimas décadas, 
a atual busca pelo desenvolvimento continua primando pelo crescimento 
econômico, em primeiro plano, continuando a negligenciar a distribuição 
desigual das riquezas; o agravamento da pobreza e exclusão social; a precarização 
das relações de trabalho; e o esgotamento dos recursos naturais.
Já o termo “desenvolvimento sustentável” surgiu a partir de estudos da Organização das 
Nações Unidas sobre as mudanças climáticas. Nasceu com a intenção de dar uma resposta para a 
humanidade diante da crise social e ambiental pela qual o mundo passava. 
O Conceito de desenvolvimento sustentável, conforme o Relatório de Brundtland de 
1991, pressupõe um modelo de desenvolvimento que “atenda às necessidades da atual geração, 
sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades”. 
Desenvolvimento sustentável traz melhoria na qualidade de vida de todos os habitantes do 
mundo sem aumentar o uso de recursos naturais além da capacidade da Terra.
A construção do conceito de desenvolvimento sustentável continuou durante a Cúpula 
Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, da ONU, realizada em Joanesburgo, África do 
Sul, em 2002.
Relatório Brundtland é o documento intitulado Nosso Futuro Comum (Our Com-
mon Future), publicado em 1987.
Uma das indagações realizadas pelo historiador social Keith Thomas em seu des-
tacado livro editado pela primeira vez em 1983 se refere a “[...] como teria progre-
dido a civilização sem a limpeza das fl ores, o cultivo do solo e a conservação da 
paisagem agreste em terra colonizada pelo homem”? 
Fonte: E:\EAD MARINGA\INTERNET\20988-78447-1-PB (2)
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2 - AS DIMENSÕES DO DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL
A Declaração de Joanesburgo estabelece que o desenvolvimento sustentável se baseia em 
três pilares: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental, conforme 
demonstrado abaixo na Figura 1.
Figura 1 - Desenho esquemático relacionando parâmetros para se alcançar o desenvolvimento sustentável. 
Fonte: Revista Visões (2008).
Segundo dados publicados em 2004 pela Revista Economia e Desenvolvimento, n° 16 
(Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, Joanesburgo, 2002), o desenvolvimento 
sustentável pode requerer ações distintas em cada região do mundo, os esforços para construir 
um modo de vida verdadeiramente sustentável requerem a integração entre:
• Crescimento e Equidade Econômica – Lançar os olhos para todas as nações de forma 
que possam estar integradas promovendo um crescimento responsável. Saber usar os recursos do 
planeta de forma e� ciente, visando um mercado competitivo que busque a internacionalização de 
custos ambientais. Assim, a sustentabilidade seria alcançada pela racionalização econômica local, 
nacional e planetária. Para se implementar a sustentabilidade necessário seria a racionalização 
econômica local e nacional (RATTNER, 1999);
• Conservação de Recursos Naturais e do Meio Ambiente – Buscar reduzir o consumo 
de recursos, e diminuir a poluição e conservar os habitats naturais;
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• Desenvolvimento Social – buscar a igualdade de condições, de acesso a bens, da boa 
qualidade dos serviços necessários para uma vida digna, onde as pessoas possam ter emprego, 
alimento, educação, energia, serviço de saúde, água e saneamento, respeito aos seus direitos 
trabalhistas e as suas diversidades culturais.
Complementando Ignacy Sachs, citando (MONTIBELLER-FILHO, 2004) entende 
que para atingirmos a sustentabilidade do eco desenvolvimento precisamos contemplar cinco 
dimensões:
a) Sustentabilidade social: o processo deve se dar de maneira que reduza substancialmente 
as diferenças sociais;
b) Sustentabilidade econômica: de� ne-se por uma “alocação e gestão mais e� cientes dos 
recursos e por um � uxo regular do investimento público e privado”. A e� ciência econômica deve 
ser medida, sobretudo em termos de critérios macrossociais;
c) Sustentabilidade ecológica: compreende o uso dos potenciais inerentes aos variados 
ecossistemas compatíveis com sua mínima deterioração;
d) Sustentabilidade espacial/geográ� ca: pressupõe evitar a excessiva concentração 
geográ� ca de populações, de atividades e do poder. Busca uma relação mais equilibrada cidade/
campo;
e) Sustentabilidade cultural: signi� ca traduzir o “conceito normativo de eco 
desenvolvimento em uma pluralidade de soluções particulares, que respeitem as especi� cidades 
de cada ecossistema, de cada cultura e de cada local”.
Entretanto, SEM (2000, p. 18) concorda com todas as dimensões anteriormente citadas 
e complementa que é necessário incorporar entre elas o � m da pobreza, da tirania, da carência 
de oportunidades econômicas e o � m da negligência dos serviços públicos, da intolerância ou 
interferência excessiva de Estados repressivos.
E segundo o Relatório da Comissão Brundtland, uma série de medidas deve ser tomada 
pelos países para promover o desenvolvimento sustentável. Entre elas:
• Limitação do crescimento populacional;
• Garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) a longo prazo;
• Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas;
• Diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com uso de 
fontes energéticas renováveis;
• Aumento da produção industrial nos países não-industrializados com base em 
tecnologias ecologicamente adaptadas;
• Controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades menores;
• Atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, moradia).
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Já em âmbito internacional, as metas propostas pelo Relatório da Comissão Brundtland 
estabelecem:
• Adoção da estratégia de desenvolvimento sustentável pelas organizações de 
desenvolvimento (órgãos e instituições internacionais de � nanciamento);
• Proteção dos ecossistemas supranacionais como a Antarctica, oceanos, etc., pela 
comunidade internacional;
• Banimento das guerras;
• Implantação de um programa de desenvolvimento sustentável pela Organização das 
Nações Unidas (ONU).
Algumas outras medidas para a implantação de um programa minimamente adequado 
de desenvolvimento sustentável são:
• Uso de novos materiais na construção;
• Reestruturação da distribuição de zonas residenciais e industriais;
• Aproveitamento e consumo de fontes alternativas de energia, como a solar, a eólica e a 
geotérmica;
• Reciclagem de materiais reaproveitáveis;
• Consumo racional de água e de alimentos;
• Redução do uso de produtos químicos prejudiciais à saúde na produção de alimentos.
O desenvolvimentosustentável tem conduzido a constantes desafi os e questiona-
mentos, pois conceitos antes considerados antagônicos, como lucro, preservação 
do meio ambiente e bem-estar social devem ser agora harmonizados e
Tratados de forma indissociável. 
A falta de entendimento deste conceito como um todo, tem levado, no entanto a 
interpretações e posturas errôneas Sachs (2004, p. 25), citando Joan Robinson e 
diz que: a difi culdade em operacionalizar o conceito de desenvolvimento torna-se 
evidente, e expõe o desenvolvimento como “um elefante: difícil de defi nir, porém 
fácil de reconhecer”. Em sua opinião é difícil ser sustentável, porque temos tanta 
difi culdade em implantá-la?
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Contexto histórico
O termo “sustentável” provém do latim sustentare (sustentar; defender; favorecer, 
apoiar; conservar, cuidar). 
Ao longo das últimas décadas, vários têm sido os acontecimentos que marcam a 
evolução do conceito de desenvolvimento sustentável, de acordo com os progres-
sos tecnológicos, assim como do aumento da conscientização das populações 
para o mesmo. 
Em 1968 foi criado o Clube de Roma, reuniu pessoas em cargos de relativa impor-
tância em seus respectivos países e visa promover um crescimento econômico 
estável e sustentável da humanidade. O Clube de Roma publicou o relatório Os 
limites do crescimento, devido ao crescimento econômico durante o século XXI, 
no intuito de prever uma redução drástica da população devido à poluição, a perda 
de terras aráveis e da escassez de recursos energéticos. 
Em 1986, a Conferência de Ottawa (Carta de Ottawa, 1986) estabelece cinco requi-
sitos para se alcançar o desenvolvimento sustentável:
 - Integração da conservação e do desenvolvimento;
 - Satisfação das necessidades básicas humanas;
 - Alcance de equidade e justiça social;
 - Provisão da autodeterminação social e da diversidade cultural;
 - Manutenção da integração ecológica
Em 1972, na Conferência sobre o Ambiente Humano das Nações Unidas (Esto-
colmo). Ocorre pela primeira vez a nível mundial a preocupação com as questões 
ambientais globais. E em 1979 temos relato desta preocupação no livro Princípio 
responsabilidade.
Em 1980, A União Internacional para a Conservação da Natureza publicou um rela-
tório intitulado “A Estratégia Global para a conservação”, onde surge pela primeira 
vez o conceito de “desenvolvimento sustentável”. Embora somente em 1987 atra-
vés do Relatório Brundtland, Our Common Future foi formalizado o conceito de 
desenvolvimento sustentável.
A Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e Desenvolvimento em 1992, 
nasce a Agenda 21, e são aprovadas: a Convenção sobre Alterações Climáticas, 
Convenção sobre Diversidade Biológica (Declaração do Rio), bem como a Decla-
ração de Princípios sobre Florestas.
Em 1997 aconteceu a terceira Conferência das Nações Unidas sobre as Altera-
ções Climáticas, em Quioto, onde se estabelece o Protocolo de Quioto. E em 2000 
aprovou a Declaração do Milênio e ocorreu a terceira Conferência Europeia sobre 
Cidades Sustentáveis.
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Em 2012 tivemos a Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável 
(Rio + 10), em Joanesburgo, onde reafi rmou o desenvolvimento sustentável como 
o elemento central para combater a pobreza assim como a proteção do ambiente.
Fonte: O que é Desenvolvimento Sustentável. Dicionário Ambiental. Eco, Rio de 
Janeiro, ago. 2014. 
Disponível em: <http://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28588-o-que-e-de-
senvolvimento-sustentavel/>. 
Acesso em: 23 nov.2017.
3 - OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Para a Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD, 1991) os 
objetivos que derivam do conceito de desenvolvimento sustentável estão relacionados com o 
processo de crescimento da cidade e objetiva a conservação do uso racional dos recursos naturais 
incorporados às atividades produtivas. Entre esses objetivos estão:
• Crescimento renovável;
• Mudança de qualidade do crescimento;
• Satisfação das necessidades essenciais por emprego, água, energia, alimento e saneamento 
básico;
• Garantia de um nível sustentável da população;
• Conservação e proteção da base de recursos;
• Reorientação da tecnologia e do gerenciamento de risco;
De acordo com o Guia sobre Desenvolvimento Sustentável, no ano de 2016, entrou em 
vigor a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) intitulada “Transformar o nosso 
mundo: Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável”. 
No coração da agenda 2030 estão cinco Eixos de atuação para o Desenvolvimento 
Sustentável, (5Ps da sustentabilidade), sendo: pessoas, prosperidade, paz, parcerias e planeta, 
conforme demonstrado na Figura 2:
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Figura 2 - Os cinco P’s da Agenda 2030. Fonte: Agenda 2030 (2017).
Para Alves (2015), a concepção dos cinco P’s é bastante eloquente, visto que estabelece 
cinco prioridades equidistantes, colocadas dentro de um círculo dentro do qual está um pentágono 
que representa o “desenvolvimento sustentável”. No topo do desenho estão colocadas as Pessoas 
(erradicação da pobreza), no nível intermediário estão o Planeta (recursos naturais e clima) e 
a Prosperidade (bem-estar humano) e, na base do círculo, estão a Paz (sociedades pací� cas, 
justas e inclusivas) e as Parcerias (governança global sólida). Os cincos componentes por sua vez 
sustentam o acordo com o estabelecido nos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS).
Os temas de� nidos como ODS são muitos, mas basicamente têm um ponto em comum: 
tornar o desenvolvimento humano mais seguro e garantir condições de vida adequadas sob o 
ponto de vista social, ambiental e econômico, conforme demonstrado na � gura abaixo.
ACESSE O SITE E CONHEÇA MAIS SOBRE O TEMA:
http://www.agenda2030.com.br/
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Figura 3 - Os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS). Fonte: Agenda 2030 (2017).
Encontrar as interdependências entre os dezessete objetivos nos ajuda a encontrar as 
raízes dos problemas e criar soluções sustentáveis de longo prazo (Agenda 2030). O objetivo 
de uma agenda é sempre, em primeiro lugar, organizar os temas e facilitar o entendimento das 
pessoas para, em seguida, mobilizar, engajar e convocar à ação. O desejo da Organização das 
Nações Unidas - ONU com estabelecimento dessa agenda é levar todos os países a aspirar o 
desenvolvimento, mas não a qualquer custo, em prejuízo de pessoas e do planeta.
Para a ONU, 
é fundamental que a agenda seja “sustentável”, isto é, equilibre novas respostas 
e soluções econômicas, ambientais e sociais, algo que apenas será possível se 
cada indivíduo, e cada uma das instituições (governos, empresas, organizações 
da sociedade civil) mudem atitudes e comportamentos na direção de um jeito 
melhor de viver no planeta no século 21.
De acordo com a agenda 2030 (ONU), os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável 
(ODS) são:
1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares;
2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover 
a agricultura sustentável;
3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades;
4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades 
de aprendizagem ao longo da vida para todos;
5. Alcançar à igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas;
6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e o saneamento para todos;
7. Assegurar a todos o acesso con� ável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia;
8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno 
e produtivo e trabalhodecente para todos;
9. Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável 
e fomentar a inovação;
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10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles;
11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e 
sustentáveis;
12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis;
13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e os seus impactos;
14. Conservar e usar sustentavelmente os oceanos, os mares e os recursos marinhos para 
o desenvolvimento sustentável;
15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de 
forma sustentável as � orestas, combater a deserti� cação, deter e reverter a degradação da terra e 
deter a perda de biodiversidade;
16. Promover sociedades pací� cas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, 
proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições e� cazes, responsáveis e 
inclusivas em todos os níveis;
17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o 
desenvolvimento sustentável.
De acordo com a agenda 2030 (ONU) os objetivos signi� cam:
Erradicação da pobreza: “Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos 
os lugares”: Para a ONU, este constitui o maior desa� o entre todos para o atendimento do 
desenvolvimento sustentável. A ONU demonstra muita preocupação com o assunto e entende 
que um dos caminhos para solucionar este sério problema é o estabelecimento parcerias que 
viabilizem a mobilização de recursos para a criação de programas e políticas que erradiquem 
a pobreza em todos os sentidos. Esses programas devem oferecer as populações vulneráveis 
condições mínimas de sobrevivência e seja possível reduzir à metade a proporção de pessoas que 
vivem em situação de pobreza. Estabelecer parcerias e programas, não signi� ca fornecer cestas 
básicas, pois não resolverá a situação. É preciso oferecer condições para que o cidadão tenha 
possibilidade de se auto sustentar por meio de um trabalho e uma remuneração digna.
Fome zero e agricultura sustentável: “Acabar com a fome, alcançar a segurança 
alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”: Segundo a ONU, 
existem mais de 500 milhões de pessoas em situação de desnutrição no planeta. A meta do 
segundo objetivo do desenvolvimento sustentável é que, até 2030, os países desenvolvam 
programas e políticas que possam dobrar a produtividade dos pequenos agricultores, incluindo 
mulheres e povos indígenas, de modo a aumentar a renda de suas famílias. Esperamos que sejam 
realmente estabelecidos programas para este � m, que mostre a importância de produzir de forma 
sustentável, respeitando o meio ambiente, ou seja, produzir mais alimento na mesma área e não 
provocar ainda mais desmatamentos. De todo alimento produzido no mundo, mais de um terço 
é desperdiçado custando aproximadamente US$750 bilhões à economia global anualmente. 
Entretanto, as perdas não se limitam apenas a esfera econômica, mas também de outros insumos 
que foram necessários para a produção, como a água, energia e trabalho, emitindo ainda gases 
estufa ao longo do processo. (FAO – Statistical Pocketbook, 2015: world food and agriculture – 
Rome, 2015).
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A Declaração de Roma (1996) cita outras possíveis causas para a de� ciência no sistema 
de distribuição e a consequente insegurança alimentar. Dentre elas estão con� itos, terrorismo, 
corrupção, mudanças climáticas, degradação do meio ambiente e a pobreza, citada anteriormente 
como sendo a principal raiz do problema de acessibilidade a alimentos no mundo. A declaração 
a� rma ainda que nenhum ser humano em estado de fome terá preocupação com o meio ambiente.
Saúde e bem-estar: “Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, 
em todas as idades”: As metas da Agenda 2030 pretendem atingir números desde a redução da 
mortalidade neonatal, da obesidade e a erradicação de doenças como o HIV, a tuberculose e a 
malária, até a conscientização e redução quanto ao uso de álcool e drogas e o esclarecimento cada 
vez maior em torno da saúde mental e da importância do bem-estar psicológico e físico. Sendo 
assim, não basta apenas estar sem nenhuma doença, é necessário estar bem consigo mesmo e 
com o corpo, sem sentir dores ou até mesmo tristeza.
Educação de qualidade: “Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e 
promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”: Este objetivo trata 
de todos os níveis educacionais, desde a primeira infância até a vida adulta. A meta é garantir 
que a educação seja viável para todas e todos, sem discriminação de gênero, o que é importante 
pelo fato de que as meninas são as mais prejudicadas em seu desenvolvimento educacional já que, 
em comparação aos meninos, a educação delas costuma � car em segundo plano, por exemplo, 
quando muitas são obrigadas a abandonar os estudos em função de casamentos e gestações 
precoces. 
Relacionado a este fato Philippi Jr et al (2002, p. 42) fala da importância da educação para 
o desenvolvimento sustentável:
Falta evidentemente mais educação: educação do empresário, para que não 
despeje o resíduo industrial nos rios; educação dos investidores imobiliários, 
para que respeitem as leis de zoneamento e orientem os projetos de modo a 
preservar a qualidade de vida do povo; educação dos comerciantes, para que não 
se estabeleçam onde a lei não permite e comprovem a conivência de autoridades 
públicas para a continuação de suas práticas ilegais, educação do político, para 
que não venda leis e decisões administrativas, para que não estimule nem 
acoberte ilegalidades, para que não faça barganhas contra os interesses do povo; 
educação do povo, para que tome consciência de que cada situação danosa para 
o meio ambiente é uma agressão aos seus direitos comunitários e agressão aos 
direitos de cada um.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde pode ser defi nida como 
“um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência 
de doença ou enfermidades”.
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Igualdade de gênero: “Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e 
meninas”: Objetiva erradicação de todas as formas de violência contra meninas e mulheres, uma 
das metas da Agenda 2030 é viabilizar que meninas e mulheres recebam os mesmos incentivos e 
oportunidades educacionais, pro� ssionais e de participação política que meninos e homens, bem 
como o igual acesso a serviços de saúde e segurança. 
Água potável e saneamento: “Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água 
e saneamento para todos”: Saneamento básico como o próprio nome já diz, é muito básico para 
que todas as pessoas não tenham acesso. A Agenda 2030 prevê como meta uma gestão mais 
responsável dos recursos hídricos, incluindo a implementação de saneamento básico em todas 
as regiões vulneráveis e a proteção dos ecossistemas relacionados à água, como rios e � orestas. 
O grá� co abaixo traz as principais metas para saneamento básico no Brasil, que é fornecer água 
tratada a 99 % da população, esgoto sanitário a 93% e diminuir as perdas de água tratada para 
31%.
Figura 4 - Principais metas para saneamento básico no Brasil. Fonte: Pano Nacional de Saneamento Bá-
sico – Plansab (2013).
Energia acessível e limpa: “Assegurar o acesso con� ável, sustentável, moderno e a 
preço acessível à energia, para todos”: Mais do que oferecer acesso à energia a todas as pessoas, 
é garantir que a energia fornecida também seja limpa e barata, para que não haja prejuízos ao 
meio ambiente durante a sua produção e também e di� culdades de acesso pelas pessoas de baixarenda e em situação de vulnerabilidade. No Setor Elétrico Brasileiro, o ano de 2016 foi marcado 
pela entrada de fonte solar fotovoltaica (FV) no Balanço Energético Nacional (EPE, BEN 2016). 
O Brasil possui um quadro de dependência energética da geração das hidrelétricas e essa é 
uma questão que traz inúmeras complicações para o sistema de energia brasileiro. De acordo 
com o último Balanço Energético Nacional, realizado pelo Ministério de Minas e Energia, em 
2016, a geração hidráulica corresponde a 64% da Matriz Elétrica Brasileira, e ainda segundo o 
documento, pelo terceiro ano consecutivo, houve redução da oferta de energia hidráulica, devido 
às condições hidrológicas desfavoráveis como mostra a � gura abaixo.
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Figura 5 - Matriz Elétrica Brasileira. Fonte: EPE, 2016, apresentação Relatório BEM (2016).
Trabalho decente e crescimento econômico: “Promover o crescimento econômico 
sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para 
todos”: Para garantir emprego principalmente para os jovens sem formação, a agenda estimula 
o empreendedorismo, criatividade e inovação, e incentivar a formalização e o crescimento das 
micro, pequenas e médias empresas, inclusive por meio do acesso a serviços � nanceiros. 
Indústria, novação e infraestrutura: “Promover o crescimento econômico sustentado, 
inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos”:
Buscar incentivar os países para promover as pesquisas cientí� cas, dar condições para as 
pessoas ter acesso à internet e assim tenham conhecimento de todas às novidades tecnológicas de 
produção, e os países menos desenvolvidos possam crescer na sua capacidade produtiva de forma 
que garanta sustentabilidade. 
Redução das desigualdades: “Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles”: 
Reduzir desigualdades é mais do que promover uma melhor distribuição de renda dentro das 
nações ou de romper com os privilégios comerciais de nações ricas em relação às mais pobres, 
mas também estreitar os laços entre as pessoas que ocupam os territórios do planeta, sejam elas 
nativas ou imigrantes. A xenofobia é um problema grave, causador de diversas violências, e que 
faz com que várias pessoas se vejam marginalizadas e com menos oportunidades somente por 
serem de um território ou etnia diferente.
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Cidades e comunidades sustentáveis: “Reduzir a desigualdade dentro dos países 
e entre eles”: É visível a urbanidade do mundo, e essa situação ocasiona diversos problemas 
ambientais como: doenças, impermeabilização do solo, acumulo de lixo, poluição atmosférica, 
dos recursos hídricos, etc. 
Consumo e produção responsáveis: “Assegurar padrões de produção e de consumo 
sustentáveis”: Com o consumismo e exaustão dos recursos naturais, teremos não apenas falta de 
água, mas também com a falta de outros recursos, como alimentos, minerais, energia, etc. Nesse 
caso a agenda estimula a redução da geração de resíduos e reutilização e reciclagem. 
Figura 6 - Consumo efetivo de água: Fonte: World Resources Institute, Projeto Aqueduct (2014).
Ação contra mudança global do clima: “Tomar medidas urgentes para combater a 
mudança do clima e seus impactos”: Apesar da diminuição do aumento do buraco na camada 
de ozônio, ainda estamos cada vez mais aumentando o desmatamento a poluição do ar, que são 
fatores que in� uenciam diretamente no aquecimento do planeta. As metas da Agenda 2030 é 
aumentar os investimentos dos países no desenvolvimento de tecnologias que permitam reduzir 
o desgaste do planeta. 
Vida na água: “Conservar e usar sustentavelmente os oceanos, os mares e os recursos 
marinhos para o desenvolvimento sustentável”: De acordo com a ONU, há 13 mil pedaços de 
plástico em cada quilômetro quadrado do oceano. Uma das metas da agenda para este objetivo é 
aumentar a conscientização quanto à poluição dos oceanos. E prevê para 2030 o � m de todas as 
práticas ilegais de pescaria que prejudicam o ecossistema marinho.
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Vida terrestre: Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas 
terrestres, gerir de forma sustentável as � orestas, combater a deserti� cação, deter e reverter 
a degradação da terra, e deter a perda de biodiversidade. Com o aumento dos desastres 
ambientais diversas regiões do planeta, como vazamentos de substâncias químicas, rompimento 
de barragens, incêndios, a Agenda 2030 tem como meta aumentar a mobilização para reverter as 
consequências dessas degradações e também para prevenir novos desastres. 
Paz, justiça e instituições e� cazes: Promover sociedades pací� cas e inclusivas para 
o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir 
instituições e� cazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis. A Agenda prevê que os 
países combatam a corrupção, a impunidade, as práticas abusivas e discriminatórias, a tortura, 
bem como todas as formas de restrição das liberdades individuais. 
Parcerias e meios de implementação: Fortalecer os meios de implementação e 
revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável: Para que todos esses objetivos 
se tornem realidade, é importante que haja relações de parceria e cooperação entre as nações. Por 
isso, uma das metas da Agenda 2030 é que os países em melhores condições � nanceiras ajudem 
os “países em desenvolvimento a alcançar a sustentabilidade da dívida de longo prazo, por meio 
de políticas coordenadas destinadas a promover o � nanciamento, a redução e a reestruturação da 
dívida, conforme apropriado, e tratar da dívida externa dos países pobres altamente endividados 
para reduzir o super endividamento. 
O buraco na camada de ozônio foi descoberto na década de 1950, e alcançou um 
tamanho recorde em outubro de 2015. Alguns cientistas afi rmam que o episódio 
aconteceu devido à erupção do vulcão chileno Calbuco.
O vulcão atrasou ligeiramente a recuperação do ozônio, que é sensível ao cloro, à 
temperatura e à luz do sol. “Injeções vulcânicas de partículas causam uma des-
truição maior que o normal no ozônio.
A diminuição da concentração de O3 (Ozônio) na atmosfera tem provocado di-
versos impactos para o meio ambiente do mundo inteiro sobre os seres huma-
nos Causando envelhecimento precoce, mutação genética, problemas no sistema 
imunológico e câncer de pele; nas plantas, compromete o processo de fotossín-
tese, impactando o sistema nutritivo das plantas e o seu crescimento; redução de 
espécies, pois a superexposição de raios UV pode prejudicar o desenvolvimento 
de diversas espécies marítimas, como peixes, camarões, caranguejos e fi toplânc-
tons (base da cadeia alimentar marítima). Além disso, o contato com essa radia-
ção pode causar diversas mutações genéticas, alterando totalmente o DNA dos 
seres vivos e contribuição para o aquecimento global, onde com a diminuição da 
camada de Ozônio e o aumento da quantidade de raios UV podem contribuir para 
a aceleração do aquecimento global.
Fonte: https://www.ecodebate.com.br/objetivos-de-desenvolvimento-sustenta-
vel-ods 
Acesso 02 nov.2017.
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Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): 
http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_desenvsust/ODSportugues12fev2016.
pdf
Por que o problema da fome existe? Não existe produção de alimentos sufi ciente 
no mundo para suprir as necessidades dos 7 bilhões de indivíduos nesse planeta? 
Até 2030 podemos acabar com a pobreza, de forma que possamos transformar 
vidas e encontrar formas de proteger o planeta?
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sustentabilidade envolve diversas escolhas de uma sociedade como mudanças de

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