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RESUMO DIREITO PROCESSUAL III - Prof. Daisson

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PROF. DAISSON FLACH 2017/2 HELENA FABRICIO 
DIREITO PROCESSUAL III 
 
Pontos importantes: 
• E-mail do professor: FLDAISSO@PLUGIN.COM.BR; 
• P1: 27/10 P2: 22/12 - NÃO CUMULATIVAS; 
• Não arredonda nota; 
• As provas costumam ser 60% objetivas (em assertivas, I II e III corretas ou 
incorretas; V ou F) e 40% dissertativas; 
• Provas com consulta ao NCPC, não comentado; 
• Bibliografia indicada: Curso do Mitidiero, volumes II e III. 
 
AULA 1 
Noção Geral da Disciplina 
 A execução, como um todo, será o foco da disciplina. Trataremos, então, da 
tutela material dos direitos. Essa tutela é uma atividade, um fazer, e por isso, chama-se 
execução. É ela que altera a realidade das partes, sendo a matéria que liga o processo 
ao direito material. 
 
Direito Fundamental à Tutela Adequada, Efetiva e Tempestiva dos 
Direitos 
 
 
 
 
 
 
 
Art 5º, XXXV, CF
Direito fundamental 
à tutela adequada e 
efetiva
Acesso
Adequação
Efetividade
Art 5º, LXXVIII, CF
Direito fundamental 
à tutela sem 
dilações indevidas
Tempestividade
PROF. DAISSON FLACH 2017/2 HELENA FABRICIO 
Sabemos que a Constituição Federal funciona como expressão normativa de um 
conjunto de noções éticas, que guia as atividades estatais. O processo civil não foge 
dessa regra, devendo observar a Constituição. Conseguimos, então, pontuar alguns 
assuntos que afetam a atividade executiva. 
A força normativa da Constituição afeta todas as atividades, sendo as três 
atividades básicas a legislativa, a jurisdicional e a administrativa. Existem direitos 
fundamentais processuais que afetam a atividade legislativa de pelo menos duas 
formas: negativa e positiva. 
A forma negativa é o comando de abstenção de certa conduta, ou seja, o 
legislador não pode produzir normas inconstitucionais – e, caso o faça, isso será obstado 
pelo controle de constitucionalidade. Já a função positiva faz com que o legislador atua, 
dando densidade aos direitos fundamentais em nível infraconstitucional, impondo ao 
legislador o dever de fazer, realizar os comandos constitucionais. 
É por isso que, após a CF/88 o direito processual brasileiro foi longamente 
revisado. Um conjunto de valores foram, então, incorporados ao processo civil brasileiro 
no âmbito legislativo. 
Tudo isso pode ser dito também sobre a atividade jurisdicional: a Constituição 
deve ser respeitada (função negativa), mas também realizada (função positiva). A 
realização constitucional depende, então, de um processo apto a dar tutela aos direitos, 
cumprindo com sua finalidade – que nada mais é do que instrumentalizar o direito 
material. 
A Constituição Federal, então, projeta-se sobre o processo civil, ditando suas 
bases. Isso porque o processo é essencial à realização dos valores constitucionais. 
Combinando os incisos XXXV e LXXVIII do art. 5º, concluímos que a tutela 
adequada, efetiva e tempestiva é um direito fundamental. Vale ressaltar que por 
tempestiva entende-se sem dilações indevidas. 
O acesso à justiça é um tema abordado a muito tempo, sendo Cappelletti o 
primeiro grande nome a tratar do assunto. Ele abordava a democratização do direito. O 
acesso não tem tanta relação com a execução, mas foi a base para muitos institutos que 
conhecemos hoje: a ação coletiva, os direitos transindividuais, a gratuidade da justiça e 
ideias de composição extraestatais (mediação e arbitragem). 
Não é o suficiente, porém, somente franquear o acesso a jurisdição. Depois de 
ter acesso a justiça, ela deve ter um processo adequado e efetivo. 
O problema da adequação vincula-se ao nível de diálogo entre o sistema 
processual e o direito material. A área processual, inicialmente, era apenas um apêndice 
do direito material. Aos poucos, porém, criou-se a noção de que o processo não poderia 
estar sujeito a toda a variabilidade do direito material, exigindo um sistema próprio, com 
conceitos específicos. 
PROF. DAISSON FLACH 2017/2 HELENA FABRICIO 
A base para essa sistematização que ocorreu, distinguindo o direito material do 
processual, foi o Direito Romano e o “cognitio extraordinarium”. O modelo adotado foi 
o da “obligatio”, vinculado ao direito obrigacional. Buscou-se, então, a uniformização a 
partir de um ponto de convergência, sendo que esse ponto é baseado na reparação pela 
prática do ato ilícito. 
Essa reparação virá em forma de indenização, sendo obtida mediante o 
equivalente pecuniário (dinheiro). Assim, pode-se reduzir a tutela ao padrão 
obrigacional, com um devedor e um credor, devendo ocorrer a transferência 
patrimonial do primeiro para o segundo. 
Permite-se, assim, a sistematização de um único tipo de processo, pois a forma 
de tutelar um direito, de reagir a uma violação, será sempre a mesma, vinculada à 
pecúnia. Toda atividade executiva é, então, cumprida no plano patrimonial. Tudo isso, 
porém, criou um sistema individualista e patrimonialista dentro do direito. 
AULA 2 
Direito Fundamental à Tutela Adequada, Efetiva e Tempestiva dos 
Direitos (continuação) 
Conforme vimos na aula passada, o Código anterior era marcado por uma 
perspectiva patrimonialista e individualista, influenciado pela escola sistemática, 
buscando desvincular o direito material do processual. O processo civil brasileiro acabou 
baseando-se nessa doutrina, que utilizava o processo romano pós-clássico, vinculado a 
um projeto de controle político. Pensava-se na “obligatio”, processos patrimoniais. 
Aos poucos, porém, iniciou-se a crítica ao sistema de 73. A CF/88 foi um marco, 
pois começou a perceber-se um conjunto significativo de direitos transindividuais e/ou 
massificados. Surgem, então, novos direitos. O nosso direito processual, porém, estaria 
inapto para tutelar adequadamente todos esses novos direitos. 
Isso faz com que passemos a repensa a relação entre direito material e 
processual. O processo instrumentaliza o direito material, e por isso assume um 
conjunto de tarefas que deve realizar. 
Se a Constituição é a espinha dorsal do direito, disciplinando o processo, 
devemos reconhecer que ela não se realiza sem um sistema processual funcional. Há, 
então, uma via de mão dupla. Percebe-se, assim, a necessidade de reestabelecer o 
diálogo entre o direito processual e material. Não queremos um processo neutro ao 
direito material, pois isso se mostrou ineficiente. Busca-se, então, um sistema mais 
reativo e adaptável. Surge, assim, a ideia de tutela específica dos direitos 
A ideia de tutela específica dos direitos é aquela que diz que cada direito deve 
ser tutelado com atenção à sua especificidade. É preciso verificar, no plano material, o 
que é necessário para tutelar aquele direito tendo em vista a sua natureza. Cada direito, 
então, exige formas de proteção diversas. 
PROF. DAISSON FLACH 2017/2 HELENA FABRICIO 
O próprio CDC, por exemplo, posterior a Constituição de 88, introduziu novos 
instrumentos processuais a fim de tutelar direitos transindividuais específicos. O art. 841 
do CDC, por exemplo, fala da tutela específica, exemplificando medidas. Ele mostra, 
assim, uma mudança total de perspectiva, vendo que a ordem processual deve reagir 
adaptando-se ao direito material. 
A partir disso, expressões abertas, indeterminadas, passaram a ser utilizadas 
para permitir que o direito se vinculasse melhor a cada caso. Por exemplo, a medida 
necessária pode ser aquela que gere um resultado equivalente ao adimplemento. Essa 
técnica legislativa permite que o intérprete atribua sentido às disposições conforme o 
caso concreto. Assim é possível conceder uma tutela efetiva e adequada. 
Há, além disso, uma ampliação do arsenal técnico de que dispõe o juiz. Ele não 
fica mais restrito à tutela patrimonial, sendo usado, normalmente,um rol 
exemplificativo. Cada tutela, então, está vinculada às características do direito material. 
É exemplo o caso em que o rapaz difamou uma menina em suas redes sociais, 
espalhando que havia mantido relações com ela, e o juiz o obrigou a postar no facebook 
que tudo era mentira. 
Outro aspecto que foi alterado é que a tutela era retrospectiva, buscando 
“consertar” o passado. Atualmente, há a tutela retrospectiva e a prospectiva – para o 
futuro, vinculado à lesão e ameaça, preventiva. A violação do direito deixa, então, de 
ser uma exigência. Marinoni chama de tutela inibitória – nela é irrelevante o dano. Ela é 
voltada a impedir a prática, continuação ou reiteração de um ilícito. 
 
 
 
 
 
 
1 Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela 
específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do 
adimplemento. 
§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor ou se impossível 
a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente. 
§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287, do Código de Processo Civil). 
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é 
lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu. 
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do 
autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito. 
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas 
necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de 
atividade nociva, além de requisição de força policial. 
 
Tutela 
Prospectiva
Prática Continuação Reiteração
Ilícito
PROF. DAISSON FLACH 2017/2 HELENA FABRICIO 
Essa noção passa, aos poucos, a ser uma opção do CPC. Há, então, uma 
modificação substancial sobre o modo de alcançar a tutela dos direitos no novo CPC. 
Foram várias reformas, a exemplo do art. 4612. 
Há outra importante alteração estrutural já no CPC/73. Originalmente, 
conhecimento e execução se davam em processos distintos. A sentença dava fim ao 
processo, e a execução era realizada em outro. Quando pensamos em tutela, porém, 
nem sempre a sentença poderá dar fim ao processo. Isso porque nem toda sentença é 
autossatisfatória. Com o art. 475-J do antigo CPC, inserido em uma reforma, houve uma 
diluição da fronteira entre conhecimento e execução, removendo sua autonomia para, 
gradualmente, reconfigurar o nosso sistema, tornando-o sincrético: 
Antigamente o processo de conhecimento e execução eram totalmente 
separados. Agora tudo vira um só processo: é possível realizar mais de uma função, 
sendo que cada uma delas é uma fase. A fase cognitiva é o momento de decisão, e a 
executiva é a realização. A tutela, aqui, é a realização material do direito. 
O CPC, então, vai sofrendo várias alterações que modificam sua estrutura. Dessa 
forma, há uma reaproximação do processo com o direito material, permitindo uma 
flexibilização da aplicação do direito. 
A constituição exige, além da tutela adequada, a tutela efetiva. Ela se relaciona 
muito a tudo que já foi dito em aula, mas refere-se, de modo central, à eficiência ou 
aptidão do sistema para obter a tutela dos direitos. Isso vincula-se a técnica processual 
e aos meios executivos. 
Efetividade é ter compromisso com a realização material. O modelo brasileiro 
busca se desenvolver tecnicamente para tornar-se mais eficiente. Por exemplo, o art. 
1393 atribui poderes bastante “elásticos” ao juiz, para garantir a efetividade de suas 
decisões. 
 
2 Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela 
específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático 
equivalente ao do adimplemento. 
3 Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: 
I - assegurar às partes igualdade de tratamento; 
II - velar pela duração razoável do processo; 
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente 
protelatórias; 
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar 
o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária; 
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores 
judiciais; 
Tutela
Fase de 
Execução
Fase de 
Cognição
Pedido
PROF. DAISSON FLACH 2017/2 HELENA FABRICIO 
AULA 3 
Na aula passada o assunto foi atividade executiva, sob os olhos da tutela 
adequada, tempestiva e efetiva, em um comparativo do novo e velho CPC. Passamos, 
conforme visto, de uma tutela do equivalente pecuniário para uma tutela específica do 
direito. Essa mudança de perspectiva começa a afetar o direito processual, havendo 
inclusiva uma alteração na técnica legislativa – que se torna mais “aberta”, adaptável. 
Outra mudança se deu na própria atividade executiva, em seu aspecto 
procedimental. A separação rígida entre processo de conhecimento e de execução foi 
sendo diluída, formando um processo sincrético – mesclando duas diferentes funções. 
Essas são ideias gerais que serão usadas muitas vezes ao longo do semestre. 
 
Como chegamos ao CPC 2015? 
Vamos analisar, na aula de hoje, as características que marcam o novo CPC, uma 
a uma. 
1) Primado da “tutela especifica dos direitos”: os direitos devem ser tutelados 
conforme suas características. É possível ainda a tutela pecuniária, mas ela tornou-
se residual. 
 
2) Ampliação da técnica executiva, possibilitando a eleição ou mesmo a configuração 
da técnica executiva diante das necessidades de tutela do direito material: o juiz 
pode, agora, em diálogo com as partes, eleger a parte mais adequada a tutela do 
direito material. É possível inclusive que o juiz configure nova técnica que considere 
apta. Essa ideia de configuração é muitas vezes tratada pela doutrina como 
“atipicidade dos meios executivos4”. 
 
3) Consolidação de um modelo sincrético de processo, no qual diferentes funções 
processuais podem ser realizadas no mesmo processo, sem necessidade de 
 
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades 
do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito; 
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segurança interna dos 
fóruns e tribunais; 
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, 
hipótese em que não incidirá a pena de confesso; 
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais; 
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria 
Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 
1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da ação 
coletiva respectiva. 
Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente podeser determinada antes de encerrado o 
prazo regular. 
 
4 Atipicidade dos meios executivos significa, em essência, dizer que não ha uma disciplina legal rígida e 
exaustiva da técnica executiva. O legislador, inclusive, utilizou clausulas abertas para regrar essa 
disciplina. Ex: art 139, iv, CPC – executar de modo efetivo é um poder-dever do juiz. 
PROF. DAISSON FLACH 2017/2 HELENA FABRICIO 
multiplicação de demandas: capacidade de realizar a atividade cognitiva e executiva 
em um mesmo processo. 
 
Existem quatro hipóteses em que é necessário propor uma demanda executiva, que 
depois de proposta seguirá as mesmas regras do cumprimento de sentença. O CPC 
determina quais são os títulos executivos judiciais passíveis de cumprimento em seu art. 
515, nos incisos VI, VII e VIII. 
 
São esses títulos excepcionais a sentença arbitral, sentença estrangeira homologada 
e sentença penal condenatória. Há, ainda, a decisão interlocutória estrangeira (inciso 
IX). Nesses quatro exemplos não há como prosseguir no mesmo processo para o 
cumprimento. 
• Ex: condenatória penal – juízo criminal é incompetente para a execução cível, já 
que muitas vezes o dano deve ser ressarcido. Ha, então, necessidade de uma 
demanda cível. 
• Ex 2: arbitral – heterocomposição não estatal, privada. O arbitro, mesmo que 
possa decidir, não tem poder estatal para impor o cumprimento de sua decisão. 
• Ex 3: sentença/decisão interlocutória estrangeira – trata-se de jurisdição 
exercida fora do Brasil, mas que deve ser cumprida aqui. Ha, então, 
internalização da decisão estrangeira, de forma que o prosseguimento e 
execução se darão com uma nova demanda. 
*em todos esses casos instaura-se um processo executivo. 
 
4) Título extrajudicial: demanda executiva na forma do livro II da parte especial – 
quando eu tenho um título extrajudicial, produzido na forma da lei, mas por 
atividade não jurisdicional estatal (Ex: cheques, notas promissórias, letras de 
câmbio, título de credito industrial, etc.), devo fazer uma demanda executiva na 
forma do livro II da parte especial. 
 
No CPC 2015, podemos fazer a seguinte divisão: em caso de título judicial, temos 
cumprimento de sentença, regrado pelo livro I, parte especial. Em caso de título 
extrajudicial, temos uma demanda executiva, regrada pelo livro II da parte especial. 
Vale dizer ainda dizer que determinadas regras estipuladas no livro I da parte 
especial são aplicáveis ao livro II e vice-versa. Esse vínculo sistemático é claro. O art. 513, 
por exemplo, trata do cumprimento de sentença, determinando que, no que couber, 
pode ser observado o disposto no livro II. Já no livro II o art. 771 possui determinação 
semelhante, falando da aplicação subsidiaria do livro I. Ha, então, comunicabilidade 
entre esses dois “setores”. 
AULA 4 (vitor) 
Tutela dos Direitos (Plano Material) 
Como já vimos, a melhor execução é aquela que dá ao autor exatamente aquilo 
a que ele tem direito. Devemos, então, reanalisar brevemente as tutelas. 
PROF. DAISSON FLACH 2017/2 HELENA FABRICIO 
O ilícito é tudo aquilo contrário ao direito – mas não necessariamente contrário 
à lei. Existe, para isso, as tutelas preventivas (inibitórias) e repressivas (posteriores ao 
ilícito). Já o dano é o prejuízo juridicamente significativo, e a tutela é a específica, que 
busca o resultado prático equivalente, normalmente ressarcindo valores. 
Antes da tutela de direitos, temos as tutelas jurisdicionais (processuais). São elas: 
a declaratória, constitutiva, condenatória, mandamental e executiva. 
Existem, ainda, outras técnicas. Dentre elas encontram-se as coercitivas e sub-
rogatórias. As coercitivas atuam sobre a vontade, enquanto as sub-rogatórias 
substituem a vontade. 
Princípios 
1) ATIPICIDADE DOS MEIOS EXECUTIVOS: Preocupa-se em proteger o jurisdicionado de 
invasões injustas. Atípico é aquilo que não está previsto. O juiz tem mais liberdade, 
ampla abertura, podendo inclusive cumular técnicas. Não existe mais uma técnica 
específica para cada tutela. 
 
2) RESULTADO: Na atividade cognitiva, há isonomia. No plano da atividade executiva, 
porém, tudo corre no interesse do credor. A execução se dirige à satisfação do 
direito. É por isso, inclusive, que o credor pode desistir da execução (art. 775). 
 
 
3) RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL: Todos os bens respondem pelo devedor. Há 
uma ruptura com a ideia de pecuniarização. São exceções os bens impenhoráveis, 
listados no art. 883. 
 
4) INTERESSE DO CREDOR: Juiz não pode fazer tudo pelo interesse do credor, mas como 
regra é ele que coordena a execução. Os limites dependerão do caso concreto. 
 
 
5) MENOR ONEROSIDADE: Parte da ideia de que eu tenho meios idôneos à promoção 
do resultado (art. 805). Devo optar sempre pelo que for menos gravoso dentre os 
possíveis. Se esse se mostrar infrutífero, vamos “subindo” a onerosidade aos poucos. 
A onerosidade pode ser em relação ao réu, à sociedade, etc. Ressalta-se que só 
entram aqui os meios idôneos. O devedor tem o direito de não cumprir com a 
ordem, e, por isso, se for necessário, em último caso, utiliza-se da força 
 
6) TRANSPARÊNCIA PATRIMONIAL: Dever do executado, sob pena, de indicar bens. Não 
há direito à privacidade que permita esconder bens. 
7) CONTRADITÓRIO: No novo CPC o contraditório na execução é feito de modo mais 
escasso. Isso porque aqui o guia é o resultado, ou seja, busca satisfazer o direito. O 
contraditório aqui dificilmente é prévio, normalmente é diferido ou eventual. 
 
8) COLABORAÇÃO: Conforme o art. 774. 
PROF. DAISSON FLACH 2017/2 HELENA FABRICIO 
 
9) RESPONSABILIDADE DO EXEQUENTE: Art. 776. Aqui cabe diferenciar execução 
provisória de definitiva. A rigor, ela é sempre definitiva: não é que a execução seja 
provisória, mas o título pode ser provisório ou definitivo. 
• O título é um documento que certifica um ato jurídico normativo que atribui a 
alguém um dever de prestar líquido certo e exigível. O efeito é que autoriza a 
instauração de atividade executiva. Quando forma-se o título, o executado está 
em desvantagem. (arts. 515 e 783). O título deve ser exigível (não estar sujeito a 
condição ou termo), certo (ausência de dúvida quanto à existência da obrigação) 
e líquido (extensão e determinação do objeto da prestação, o que é devido e em 
que quantidade). Pode haver uma fase de liquidação, que exige fidelidade ao 
título (incluindo juros e correção monetária). São três as modalidades de 
liquidação: cálculos (509 + 524), arbitramento (perito fixa o valor, mas só utiliza-
se em casos além do conhecimento comem) e o procedimento comum (509, II, 
vinculado a fato novo por pedido genérico Existem, ainda, outras técnicas. 
Dentre elas encontram-se as coercitivas e sub-rogatórias. As coercitivas atuam 
sobre a vontade, enquanto as sub-rogatórias substituem a vontade. 
 
AULA 5 
Título Executivo 
Um dos princípios gerais da atividade executiva, uma das condições essenciais, 
é a existência de título executivo. “não há execução sem título executivo”. O título 
executivo é como um “ingresso” para a atividade executiva, autorizando o início dessa 
atividade estatal. Isso vale tanto para títulos judiciais quanto para extrajudiciais. 
 O título executivo é a representação documental típica de um crédito ou de um 
direito a prestação, cuja forca é reconhecida pelo legislador. Não existe título 
executivo atípico: só é título aquilo que o direito expressamente reconhece como tal. 
Por exemplo, em caso de um contrato oral, precisarei primeiro confirmar a existência 
desse contrato em juízo, para só posteriormente obter um título judicial que me 
permita cobrar valores ou prestações. 
 Esses títulos podem ser judiciais ou extrajudiciais. Um título judicial,com rol no 
art. 515, é aquele produzido por meio de atividade jurisdicional ou equiparada a ela. 
Aqui entra, inclusive, a arbitragem – só cabendo a jurisdição estatal verificar sua 
validade e constitucionalidade. O que faz a sentença arbitral apta a produzir um título 
judicial é o fato de que, assim como na jurisdição estatal, a fase cognitiva já foi 
encerrada. Esses títulos judiciais são executados na forma do livro I da parte especial 
do CPC. 
 Já os títulos extrajudiciais são produzidos de diversas maneiras. Um contrato, 
por exemplo, pode gerar um título extrajudicial através da autonomia privada. 
Também podemos ter títulos extrajudiciais oriundos de termos de ajustamento de 
PROF. DAISSON FLACH 2017/2 HELENA FABRICIO 
conduta junto ao MP, por exemplo. Também podem surgir de atividades 
sancionadoras do Estado, como certidões de dividas tributarias ou multas. Tem 
origem, então, de atividades não equiparadas a jurisdicional. A execução dos títulos 
extrajudiciais se dá na forma no livro II da parte especial do CPC. 
 Para serem passíveis de execução, esses títulos devem ser exemplificativo de 
obrigação (ou direito a prestação) que tenha certeza, liquidez e exigibilidade. O título, 
então, deve veicular esses atributos. 
• Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e 
exigível. 
• Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a obrigação certa, líquida e exigível 
consubstanciada em título executivo. 
• Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo não 
retira a liquidez da obrigação constante do título. 
• Art. 803. É nula a execução se: 
• I - o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida e exigível; 
• II - o executado não for regularmente citado; 
• III - for instaurada antes de se verificar a condição ou de ocorrer o termo. 
• Parágrafo único. A nulidade de que cuida este artigo será pronunciada pelo juiz, de ofício ou a 
requerimento da parte, independentemente de embargos à execução. 
A aferição dos caracteres especiais da obrigação se dá, normalmente, através 
da análise do título executivo. 
 A aferição da certeza é uma aferição prima face: pode ser que até que a obrigação não 
subsista mais, mas ainda assim o título pode conferir direito a execução. 
Já sobre a liquidez, deve estar definido o que e quanto deve ser prestado. Deve 
se definir, então, o “an debeatur” e o “quantum debeatur”. Por vezes podemos ter 
situações em que só está definido o que, mas não quanto é devido – isso porque 
muitas vezes não é possível estipular o valor de um dano, por exemplo. Nesses casos, a 
sentença precisa estabelecer genericamente5, e então será realizada uma fase de 
liquidação (atividade liquidatória – art. 509 a 512) antes da execução. 
 Só posso demandar executivamente quando a obrigação não esteja submetida 
a condição ou termo (ou quando já tenha se implementado a condição ou ocorrido o 
termo). Se antes do transito em julgado, porém, for julgada a inconstitucionalidade de 
elemento basal da execução, será inexigível a obrigação. Esse é o elemento de 
exigibilidade da obrigação. Por exemplo, se eu tenho um título que reconhece a 
existência de uma obrigação de um engenheiro realizar a montagem de um 
equipamento, mas para isso deve haver a notificação de que os materiais necessários 
chegaram – e não posso exigir essa montagem sem antes haver a chegada e 
notificação. Outro problema reside em obrigações bilaterais, sinalagmáticas, em que 
ambas as partes tem obrigações. Nesses casos, só poderei cobrar a prestação do outro 
quando tiver realizado a minha. 
 
5 Normalmente fala na sentença que o “valor a ser estabelecido em fase de liquidação”. Pode definir, 
inclusive, que a inliquidez parcial, quando faltar fixar o índice, por exemplo. 
PROF. DAISSON FLACH 2017/2 HELENA FABRICIO 
 Satisfeitas as condições para que se realize a execução, devemos considerar 
que só cabe atividade executiva em caso de descumprimento ou inadimplemento. Isso 
baseia-se na ideia de interesse e necessidade. 
Rol dos títulos executivos judiciais – art. 515 
• Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos 
neste Título: 
• I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, 
de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; 
• II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; 
• III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; 
• IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos 
sucessores a título singular ou universal; 
• V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados 
por decisão judicial; 
• VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; 
• VII - a sentença arbitral; 
• VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; 
• IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior 
Tribunal de Justiça; 
• X - (VETADO). 
• § 1o Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou 
para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias. 
• § 2o A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica 
que não tenha sido deduzida em juízo. 
1 - ? 
2 e 3 – transação é a chancela jurisdicional de uma manifestação de autonomia 
privada. A manifestação estabelece normas de conduta entre as partes, vinculando as. 
A simples manifestação pode produzir título extrajudicial, mas para título judicial é 
indispensável a homologação. A homologação, então, não constitui a obrigação, mas 
sim a transforma em título executivo. Já uma transação judicial é aquela que ocorre no 
âmbito jurisdicional, a exemplo da conciliação em juízo. A extrajudicial é feita fora do 
ambiente do processo. 
AULA 6 (aula Valternei) 
Modelo/Rito do Cumprimento de Sentença do CPC/15 
 O cumprimento, agora, nada mais é do que uma fase do processo como um 
todo. Já havia sido adotado no antigo CPC, em 2005, com uma lei que alterou essa 
“separação”. 
 Na verdade, não é cumprimento de sentença, pois não diz respeito só a isso. 
Podem ser cumpridas outras decisões que decisão sobre direitos passíveis de 
execução. 
 O novo CPC adota 2 grandes regimes dependendo da natureza da obrigação 
contida no título. Isso porque, nas obrigações de fazer, não fazer e dar, busca-se a 
tutela específica: nesses casos a própria sentença já é executiva (autoexecutáveis), 
dizendo o que o devedor deve fazer e impondo uma técnica coercitiva (como uma 
multa). 
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Já na obrigação de pagar, a técnica é diversa: o CPC prevê um rito próprio, com 
uma série de atos concatenados a fim de garantir o pagamento. Essa sentença permite 
que o credor compareça ao juízo e faça requerimento para que se cumpra. A fase de 
cumprimento pressupõe iniciativa: se não cumprir em 15 dias pode pedir, por 
exemplo, a penhora do bem. 
• O cumprimento pode ser definitivo ou provisório. O provisório é aquele que se 
pede quando ainda há recursos pendentes para aquela decisão, havendo 
responsabilidade objetiva (se os recursos forem providos e a decisão alterada, 
todos os danos serão indenizados por aquele que pediu o cumprimento 
provisório). O juiz pode até determinar que o credor apresente garantia. 
 
*prazos em dias úteis 
 
O credor faz um pedido de cumprimento, que écomo uma petição inicial dessa 
nova fase. Nesse requerimento deve estar o valor do crédito e uma memória de 
cálculo (como o montante chegou a esse valor, descrevendo juros, correção, etc). 
Quando o credor requer o cumprimento pode expedir ofício para averbar (força o 
devedor a não protelar a execução). 
Sobre a multa que corre após os primeiros 15 dias para cumprimento, discute-
se se é punitiva ou coercitiva. Está no art. 523. 
Pode pedir a citação de terceiros para fornecer informações. 
Quando o credor requer o cumprimento, ele já pode dizer quais bens gostaria 
que fosse penhorados. O credor não está sujeito a ter que esperar o devedor 
determinar os bens que oferecerá. 
O devedor pode, porém, apresentar impugnação a qualquer momento a partir 
do requerimento do cumprimento. O art. 525 do CPC elenca as questões que podem 
ser apresentadas pelo devedor na sua impugnação. Ele está limitado a algumas 
• Sentença 
• Requeriment
o
Intimação 
Inicial
•Prazo para pagar
•Já pode ser feita 
impugnação
15 dias
•Prazo para 
Impugnação
•Credor pode pedir 
bens em garantia 
(atos de 
constrição, como 
penhora)
•Passa a incidir 
multa e honorários
+ 15 dias
•Busca do Efetivo 
Cumprimento
Fim dos 
prazos
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matérias, pois já houve um processo prévio. A impugnação é a qualquer momento – a 
perda do prazo de 15 dias só tira a possibilidade de obter suspensão da execução. 
• Art. 520, IV 
 
AULA 7 
 A condenação ao pagamento não se dá “ope iudicis”, precisando de um pedido, 
por parte do credor, para que se instaure o cumprimento de sentença. Intimado e não 
pago, incide a multa de 10% (art. 523) após o transcurso da decisão que impõe o 
pagamento. Depois disso, expede-se mandado de penhora e avaliação. 
Impugnação ao Cumprimento de Sentença 
É disciplina que, embora alocado para seara de defesa contra a execução, aloca-se 
para toda área de pagamento, fazer, não fazer e entregar coisa. Nesse sentido, temos 
o art. 536, parágrafo 4º, que positiva tal ideia. 
A impugnação, por si só, não tem condão de impedir o processo executivo. Ela não 
é, também, a única forma de defesa do executado, apesar de ser a principal. Ao lado 
da “via principal”, temos (para título judicial) a exceção de pré-executividade e a as 
ações impugnativas (declaratória, rescisória, anulatória e, excepcionalmente, o 
mandado de segurança. 
A conexão com a impugnação é contextual, por isso não as estudaremos nesse 
momento. Internos ao processo, ou seja, dentro do processo de execução, temos a 
impugnação e a exceção de pré-executividade (ou objeções). 
• Exceção de pré-executividade 
Não tem previsão legislativa, sendo uma construção doutrinária e interpretativa, 
muito embora o novo CPC, para o prof., tente excluí-la. 
Na origem do CPC/73, a defesa do executado sempre se dava por ação. Para o 
manejo da ação de embargos à execução, era imprescindível se submeter a atos de 
constrição patrimonial, como a penhora. Questionou-se, porém, se era justo submeter 
o executado que queira ajuizar uma ação a onerar seu patrimônio. 
No CPC/15 não é mais necessário o manejo de ação para o exercício do direito de 
defesa. Substituímos a ação de embargos pela impugnação ao cumprimento na 
sentença. Também não é pressuposto a penhora de bens para o manejo de 
impugnação. No art. 525, o legislador expressamente afasta a necessidade de 
segurança do juízo. 
Se passarem os 30 dias (15 para cumprir, mais 15 para impugnar) e não houver 
cumprimento ou impugnação ocorre a preclusão temporal do direito de apresentar 
impugnação. Porém, matéria de ordem pública não preclui e poderá ser apresentado 
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por petição simples nos autos. Isso será a exceção de pré-executividade. É 
apresentação de matéria definitiva que não por impugnação. 
A impugnação não é via para rediscussão daquilo que foi julgado. Deve se entender 
isso para que possamos compreender o alcance objetivo desta técnica processual. 
 *cumprimento provisório = sentenças vocacionadas à definitividade, porém 
objeto de recurso; sentenças provisórias por natureza (antecipação de tutela). 
A impugnação não faz óbice contra a pretensão recursal/rescisória. Também não 
deve ser objeto de rediscussão. É, portanto, instrumento para discussão de matéria 
meramente processual ou de impugnação (art. 525, parágrafo primeiro). 
O rol do art. 525 não é taxativo, mas é majoritariamente processual. 
• Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo 
de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, 
apresente, nos próprios autos, sua impugnação. 
• § 1o Na impugnação, o executado poderá alegar: 
• I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; 
• II - ilegitimidade de parte; 
- o cumprimento não poderá ser feito em face do fiador, do coobrigado ou corresponsável que não tiver 
participado do processo. Essa hipótese é caso típico de ilegitimidade das partes. 
• III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; 
- sentença não publicada. 
• IV - penhora incorreta ou avaliação errônea; 
- discute-se a penhora na impugnação ou em petição simples (se a penhora for posterior à impugnação). 
• V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; 
- cumulação: devem ser observadas as regras de rito que devem se submeter a execução e competência 
para julgar e processar; 
• VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; 
• VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, 
transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença. 
- aqui não entram fatos não examinados e atos de ciência impossível, mesmo que anterior à sentença. 
 
 Sobre aspectos subjetivos, temos a ilegitimidade, mas, ao lado disso, temos também o 
problema do litisconsórcio no polo ativo e passivo. Tendo em mente que os atos de um não 
ferem os direitos de outros, vem o parágrafo 9º: “§ 9o A concessão de efeito suspensivo à 
impugnação deduzida por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não 
impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante.” 
 Isso significa que a impugnação de um só aproveita ao outro se os fundamentos forem 
comuns. Deve-se averiguar se há ou não comunicação sobre os fundamentos. 
 
OBSERVAÇÃO 
• ART. 525, § 12. Para efeito do disposto no inciso IIIdo § 1o deste artigo, considera-se também 
inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo 
considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou 
interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível 
com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. 
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Para o professor, um grande erro paira sobre o afastamento de aplicação de lei 
ou ato normativo tido pelo STF como incompatível com a CF, em controle de 
constitucionalidade concentrado ou difuso. O problema é a eficácia temporal e as 
decisões já transitadas em julgado, que já estão sendo objeto de cumprimento. 
Em regra, os efeitos da inconstitucionalidade retroagem, tornando até mesmo 
a sentença inexigível. 
Teori Zaaski entendia que, se no momento do decreto de inconstitucionalidade 
não estava vigente a regra de inexigibilidade não é possível tornar inexigível. 
Todavia, se for após 2002, será inexigível. E se for trânsito em julgado? Teori diz 
que não importa. Marinoni diz que “não importar” ferea segurança jurídica, pois o 
trânsito em julgado estabiliza – e a inconstitucionalidade não tem efeito rescisório. 
STJ determinou que a coisa julgada não é passível de alteração! Só se aplica a regra 
da inexigibilidade se o trânsito em julgado for depois de 2002. 
Os parágrafos posteriores do art. 525 foram acrescidos aos poucos. O 13º foi 
muito ruim, mas o 14º representa bem o que o STF determinou. 
• § 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no 
tempo, em atenção à segurança jurídica. 
• § 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em 
julgado da decisão exequenda. 
• § 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, 
caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo 
Supremo Tribunal Federal. 
 
Já o 15º fala de hipóteses de ação rescisória (que não é disciplinada na parte de 
ação rescisória). O maior problema é o prazo, que seria decadencial (de 2 anos), 
mas assim torna-se um prazo sem limite, praticamente. 
Efeito Suspensivo 
 A regra geral é que a impugnação não suspense a execução. A exceção é o art. 
525, parágrafo 6º. 
“§ 6o A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de 
expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, 
caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se 
o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de 
difícil ou incerta reparação.” 
 A segurança de juízo não está sujeita à suspensão da execução. A execução não 
garantida é aquela que ocorre em caso de não haver patrimônio: uma garantia parcial, 
porém, poderá ensejar o direito de suspensão, se presentes demais requisitos e a boa-
fé. 
PROF. DAISSON FLACH 2017/2 HELENA FABRICIO 
 Cabe ressaltar que a possibilidade do executado ter seu dinheiro de volta é 
mínima. Dinheiro é indispensável para despesas de família, alimentos e manutenção 
da PJ. 
 Ainda que concedido o efeito suspensivo, pode o exequente pedir o 
prosseguimento da atividade executiva, caso ocorra caução. “§ 10. Ainda que atribuído 
efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente requerer o prosseguimento da execução, 
oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz.”

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