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Slide Aula 7 Educação Profissional

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EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: TEORIA E 
PRÁTICA
Aula 6- A POLÍTICA EDUCACIONAL 
NEOLIBERAL DOS ANOS 90
OBJETIVOS E CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
• Esta aula aborda a política de educação
profissional implementada nos anos 90,
centrada na construção de uma nova
institucionalidade para a educação profissional,
no contexto neoliberal. Os temas abordados
são: As propostas de educação profissional
implementadas pelo Ministério do Trabalho e
pelo MEC. A educação profissional e a nova LDB
(Lei 9394/96). A Reforma do Ensino Técnico,
estabelecida pelo Decreto 2208/97. As
novidades trazidas pela Reforma. A lógica que a
regeu. As críticas à Reforma.
O CONTEXTO QUE MARCA A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO 
PROFISSIONAL DOS ANOS 90
• Face à chamada 3a revolução científico-tecnológica, em meio à
globalização dos mercados, à adoção de uma política industrial
voltada para a ampliação da capacidade de inovação, assim como
em decorrência do processo de reestruturação/modernização das
firmas, escolas técnicas, empresas e instituições de formação
profissional se vêem obrigadas a rever suas políticas e práticas
educacionais.
• O que se acredita é que agora a qualificação para o trabalho está
fundamentada numa educação básica sólida, não repousando mais
na aquisição de modos de fazer. Rejeita-se uma formação
fragmentária, estreita e especializada, voltada para a preparação
para uma ocupação ou posto de trabalho. Surge o debate em torno
de novos modelos de formação profissional, inspirados na
polivalência e no desenvolvimento de competências individuais que
permitam aos trabalhadores adaptar-se à produção flexível.
A NOVA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
• Tendo como pano de fundo as mudanças que vêm
ocorrendo na estrutura produtiva e no mercado de
trabalho, e em função das novas necessidades da atual
etapa do processo de acumulação capitalista, é gestada
uma nova política de educação profissional no país, que
traz um novo modo de conceber a educação profissional.
• A partir de 1995, o MEC e o Ministério do Trabalho
passaram a desenvolver essa nova política. Acordada
pelos dois Ministérios, essa política não se apresentava
de forma articulada. As propostas implementadas,
apesar de partilharem da mesma intenção - formar um
novo tipo de trabalhador adaptado às exigências da
globalização e das transformações tecnológicas-,
possuíam uma origem distinta, estavam pautadas em
concepções e interesses diferenciados, além de
contarem com diferentes fontes de financiamento.
(KUENZER, 1997).
A NOVA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
• A educação profissional passa a ser um
importante alvo do governo de Fernando
Henrique Cardoso. Em sua campanha para a
reeleição, o presidente afirma que “acabou
com a inflação e agora precisa de mais quatro
anos para acabar com o desemprego”,
apontando como uma das soluções o
investimento na educação, na formação e
qualificação profissional dos trabalhadores.
Coloca a responsabilidade da educação, no caso
específico da formação profissional, como a
solução de um dos problemas sociais mais
graves do final do século XX, o desemprego
estrutural.
A PROPOSTA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO
• A proposta que o MTb colocou em ação concebe a
educação profissional como um processo integrado e
complementar à educação básica, que tem a
empregabilidade do trabalhador como objetivo e o
mercado como foco.
• Concebida nos marcos do neolibralismo, esta proposta foi
implementada por meio da Secretaria de Formação e
Desenvolvimento Profissional (SEFOR), com recursos do
Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O Plano da
SEFOR, parte do pressuposto de que o processo de
reestruturação produtiva significa superação do
paradigma taylorista/fordista pelo da automação
flexível, com suas decorrências na qualificação e
educação da força de trabalho.
A PROPOSTA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO
• O Ministério do Trabalho desenvolve uma política
focalizada, dirigida prioritariamente aos trabalhadores
adultos desescolarizados, desempregados ou excluídos
do mercado de trabalho e estava articulada a uma
política de geração de trabalho e renda.
• Uma política descentralizada, executada por
diferentes atores sociais: sindicatos, universidades,
ONGs, entre outros.
• Para qualificar os trabalhadores foram oferecidos
cursos de curta duração que contemplavam, além das
habilidades específicas de uma dada
ocupação/profissão, as habilidades básicas
(informática, escrita, leitura, cálculo) e as habilidades
de gestão, que abarcavam noções de cidadania, de
direitos do trabalhador e gestão do próprio negócio.
A PROPOSTA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO
• As avaliações do programa revelaram que os
cursos de qualificação oferecidos eram de curta
duração e voltavam-se, em geral, diretamente
para o mercado de trabalho, demonstrando a
pouca preocupação com o aumento da
escolaridade e com a ampliação da cidadania. A
maior parte dos cursos de qualificação
desenvolvidos era voltada para os serviços
pessoais e domésticos considerados mais
“adequados” aos jovens e adultos de baixa
renda e escolaridade, conferindo um caráter
assistencialista e compensatório, o que
contribuía para a manutenção das
desigualdades sociais.
A PROPOSTA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO
• A ênfase dada nos cursos a uma formação
atrelada à lógica do mercado, sem a
perspectiva de ampliação da escolaridade
básica e de reflexão sobre o mundo do trabalho
e sobre a sociedade capitalista, revela uma
visão produtivista de educação, em detrimento
de uma perspectiva civil-democrática. Nesse
sentido, os cursos se distanciam da
possibilidade de propiciar uma formação
técnica e política dos trabalhadores, capaz de
viabilizar uma efetiva participação na esfera
pública por parte dessas populações,
tradicionalmente excluídas do conhecimento e
do exercício da cidadania.
A PROPOSTA DO MEC
• O Governo Federal, no âmbito do Ministério da
Educação, enfrenta a questão da formação dos
trabalhadores em dois campos:
• o primeiro, via intervenção no processo de
discussão e elaboração da Lei de Diretrizes e
Bases que tramitou desde 1988 e foi aprovada
em dezembro de 1996, a Lei nº 9.394;
• o segundo, através da Reforma do Ensino
Técnico, iniciada com o PL 1603/96, que se
transformou posteriormente no Decreto nº
2.208/97.
A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NA LDB
• Os dois principais artigos relativos à educação
profissional, mais tarde revistos no governo Lula são:
• Artigo 39 - A educação profissional, integrada às
diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à
tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de
aptidões para a vida produtiva.
• Parágrafo único - O aluno matriculado ou egresso do
ensino fundamental, médio e superior, bem como o
trabalhador em geral, jovem ou adulto, contará com a
possibilidade de acesso à educação profissional.
• Artigo 40 - A educação profissional será desenvolvida em
articulação com o ensino regular ou por diferentes
estratégias de educação continuada, em instituições
especializadas ou no ambiente de trabalho.
A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NA LDB
• O capítulo da LDB que tratava da educação profissional
é bastante polêmico. Para Saviani (1997), “... esse
capítulo parece mais uma carta de intenções do que um
documento legal, já que não define instâncias,
competências e responsabilidades”. Não fica
estabelecida se a responsabilidade pela educação
profissional será da União, dos Estados, dos municípios
ou da iniciativa privada, nem a cargo de qual ministério
ficaria a formação profissional.
• O autor afirma que essa indefinição não aconteceu ao
acaso e, portanto, acredita que o interesse do Governo
era que ficasse assim mesmo, inconclusivo. Não haviainteresse por definições mais precisas, pois o MEC já
tinha um projeto de lei, o PL 1603/96 que tratava do
ensino profissional e técnico.
O PROJETO 1603/96
• O projeto de lei PL 1603/96 estava sendo discutido nas
escolas técnicas, que tentavam dar à proposta um
caráter mais emancipatório, inscrito no horizonte das
práticas já desenvolvidas nas escolas técnicas. As escolas
técnicas federais eram uma experiência bem sucedida
de organização do nível médio, contendo os gérmens de
uma concepção que articulava formação geral de base
científica com o trabalho produtivo. Acreditava-se que
essa experiência poderia ser o embrião de um novo
modelo de ensino médio unificado e suscetível de ser
generalizado para todo o país”. (SAVIANI, 1997)
• Com muita rapidez, após a aprovação da LDB, o governo
retirou o PL1603/96 e, de forma autoritária, divulgou
outro texto, o Decreto nº 2.208/96 de 17 de abril de
1997, que tratou de modo fragmentado as questões
deixadas em aberto na LDB.
A LÓGICA QUE PRESIDIU A REFORMA DO ENSINO 
TÉCNICO ( DECRETO 2.208/97)
• Bem diferente da proposta do Ministério do Trabalho foi
a proposta de educação profissional realizada pelo
MEC. Em primeiro lugar essa proposta desconsiderava
as discussões sobre as funções desempenhadas pelo
ensino técnico federal na educação dos jovens que a
SEMTEC vinha realizando, desde 1992. Desconsiderava
também os projetos que já vinham sendo realizados
pelo Ministério do Trabalho desde 1995.
• A proposta do MEC, a Reforma do Ensino Técnico, foi
elaborada a partir dos resultados das avaliações
realizadas pelos consultores do Banco Mundial e foi
determinada pela necessidade de realizar os ajustes
capazes de viabilizar o cumprimento das condições de
financiamento exigidas por este organismo
internacional.
A REFORMA E A AVALIAÇÃO DO BANCO MUNDIAL
• A avaliação do Banco Mundial enfatizava o aumento da demanda
(ocorrido não só em função da melhoria dos índices de ingresso e
permanência no 1o grau, como também em virtude do excelente
nível acadêmico das escolas técnicas) e criticava o custo elevado
das escolas técnicas, relativamente à dimensão propedêutica que
elas acaram assumindo. Para o Banco, as escolas técnicas federais
eram caras e não estavam atendendo os trabalhadores, mas as
camadas médias. Estas estariam procurando as escolas técnicas
como um trampolim para a universidade, garantindo a essas
escolas uma dimensão mais propedêutica do que
profissionalizante.
• É possível considerar verdadeira esta afirmação sobre a realidade
das escolas técnicas, mas tal fato não pode ser atribuído como
justificativa da Reforma, condicionada por outros determinantes
mais amplos, mais diretamente relacionados à orientação
neoliberal e privatizante dada a toda a política educacional
implementada no país.
COMPREENDENDO MELHOR OS INTERESSES QUE 
FUNDAMENTAM A REFORMA
• A proposta do MEC tem sido tem sido analisada por
autores como Gaudêncio (1997), Kuenzer (1997), Militão
(1998), Moraes (1998) e outros como uma expressão da
conduta neoliberal que marcou a atuação do Estado
brasileiro na última década dos anos 90.
• Como visto, o Estado brasileiro nos anos 90 direcionou
sua ação no sentido da racionalização dos recursos e
reduziu sua participação no financiamento das políticas
sociais, implementando um conjunto de reformas
estruturais financiadas e pautadas nas diretrizes do
Banco Mundial, em conformidade com o Fundo
Monetário Internacional (FMI) e o Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID). O Estado adotou uma nova
racionalidade administrativa e econômica, procurou
maximizar a relação custo-benefício e diminuir os gastos
sociais da educação, mediante a valorização da rede
privada e a implementação de mecanismos de mercado
para melhoria do sistema público de ensino.
O QUE ESTABELECE O DECRETO 2208/97
• O ensino profissional passa a ser estruturado em três
níveis: o nível básico, destinado à qualificação e
requalificação genérica dos trabalhadores,
independentemente da escolarização prévia; o nível
técnico, destinado a oferecer habilitação profissional a
alunos matriculados ou egressos do nível médio; e o
nível tecnológico, oferecido por cursos de nível
superior, como modalidade intermediária entre o nível
médio e a graduação.
• Fica estabelecido pelo Decreto: uma desvinculação
entre educação geral e profissional, a certificação de
competência, a organização preferencial do ensino
técnico em módulos do currículo e a ampliação do
atendimento da rede tecnológica federal e estadual
para além dos níveis médio e pós-médio.
CRÍTICAS À REFORMA
• Instituindo a segmentação do nível médio com
diferentes níveis de qualificação, a Reforma foi
acusada de buscar conter a demanda pelo ensino
superior, repetindo a tentativa utilizada na década de
70, de desviar para o mercado de trabalho parte dos
candidatos a esse nível de ensino.
• Assim, a Reforma pode ser melhor entendida como uma
decisão de não investimento nos níveis superiores de
ensino, tradicionalmente mais caros e destinados às
elites. Com a conjuntura de redução do emprego
formal, não há interesse em democratizar o acesso a
esses níveis de ensino, mas de conter a demanda,
deixando que os poucos incluídos e que por eles podem
pagar, tenham acesso a boas oportunidades
educacionais na rede privada de ensino superior. O
Estado se afastou da responsabilidade com estes níveis
de ensino, que pouco a pouco seriam assumidos pela
iniciativa privada.
CRÍTICAS À REFORMA
• A reforma trouxe o descomprometimento do MEC com
as escolas técnicas federais. Essas escolas, em função de
sua especificidade, isto é, por conterem elementos onde
estão presentes formação geral de base científica com
trabalho produtivo, traziam a possibilidade de edificação
de um modelo de ensino médio unificado, articulado e
passível de generalização. Um modelo de educação pelo
trabalho, com contornos mais compatíveis com o ensino
politécnico reivindicado pelos educadores progressistas.
(SAVIANI, 1997). Além disso, essas escolas já vinham na
década de 90 buscando superar um paradigma de
formação taylorista-fordista, por meio de um paradigma
de educação tecnológica, mais compatível com as
demandas do mundo do trabalho. (KUENZER, 1998). A
reforma abortou essas experiências e possibilidades.
CRÍTICAS À REFORMA
• A “vertente MEC” da política de educação profissional
tem sido criticada também e principalmente porque
propicia uma desescolarização do ensino técnico, que
passa a ser separado formalmente do ensino médio,
eliminando-se do currículo a formação geral e
afastando do horizonte a possibilidade de construção
de uma educação unitária, integral e integrada no nível
médio de ensino.
• Essa separação do ensino médio faz com que a
educação profissional fique orientada para o
mercado. Critica-se assim a Reforma por transpor para
a rede pública a experiência das instituições de
formação profissional (SENAI e SENAC).
• O Decreto, dessa forma, indica a presença de uma
política econômica em prol do ajustamento à
globalização e ao capital internacional, não
comprometida com uma educação voltada para os
interesses da classe trabalhadora.
AS CONTRADIÇÕES DA REFORMA
• É possível afirmar que, se por um lado, a proposta do MEC, do
ponto de vista dos efeitos econômicos e políticos que produz,
encontra-se absolutamente articulada aos pressupostos adotados
pelo Banco Mundial e em sintonia com o modelo de Estado mínimo
previsto pela cartilha neoliberal, por outro lado, isto é, na
perspectiva de sua adequação às necessidades do processo de
reestruturação produtiva, ela se revela inteiramente anacrônica.
• De fato, são perseguidas, em conformidade com as diretrizes do
Banco Mundial, a eficiência econômico-financeira, a redução de
custose a preparação profissional para os menos dotados, como
forma de responder às ideológicas exigências de equidade e
desenvolvimento. Entretanto, ao defender a adoção de cursos
curtos, aligeirados, a proposta se coloca em antagonismo às
reivindicações do próprio setor produtivo moderno, que postula
uma educação profissional fundada numa educação básica sólida e
superadora das antigas dicotomias entre conhecimento acadêmico
e tecnológico de cunho taylorista.
A REFORMA - EQUIVALÊNCIA DE ESTUDOS E DUALIDADE 
ESTRUTURAL
• A reforma do ensino médio levada a cabo pelo Decreto 2.208/97
repõe no sistema de educação brasileiro a quebra de equivalência
entre os ensinos gerais e profissionalizantes, consagrando o ensino
médio como a única via de acesso ao ensino superior.
• Nesse sentido, retorna-se à reforma Capanema de 1942, negando-
se os avanços conseguidos em 1961 e 1971, pelas duas leis que
“reconheciam o saber sobre o trabalho como socialmente válido,
buscando a construção de modelos pedagógicos que superassem a
antinomia entre tecnologia e humanidades”. (KUENZER, 1998).
• Ao adotar ainda a separação das vertentes técnica e acadêmica do
ensino médio, a Reforma acaba também por reafirmar a dualidade
estrutural do ensino, uma vez que são criadas duas redes, uma
voltada para o ensino de conteúdos articulados à teoria e outra
direcionada à apropriação de conhecimentos de ordem
tecnológica, exigidos e ofertados segundo a lógica do mercado e
de acordo com os postulados da teoria do capital humano.
A DUALIDADE ESTRUTURAL PERMANECE
• Ao consagrar a separação entre a educação geral e da
formação profissional, a reforma atribui a dois sistemas
distintos a função de ministrar essas duas modalidades,
oficializando a existência de duas trajetórias escolares
distintas que determinam a ocupação de diferentes
lugares na hierarquia do trabalho, repondo a dualidade
estrutural do ensino no país. Ao sistema escolar
compete a reprodução do saber geral nos níveis
fundamental e médio, sendo complementado pela
formação em nível superior. A formação profissional de
nível básico, médio e tecnológico fica a cargo de outro
sistema, que corre em paralelo, com espaços, fontes de
financiamento, modelos pedagógicos e finalidades
diferenciadas.
AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS DOS ANOS 90
• As políticas dos aos 90 reafirmam o caráter seletivo e a
tendência à manutenção do dualismo estrutural que
tem caracterizado a estrutura do ensino brasileiro
• O padrão de proteção universal previsto na constituição
e na LDB fica colocado em questão pelas novas políticas
neoliberais implementadas no campo educacional.
Essas políticas garantem a gratuidade e a
universalidade do ensino fundamental, mas deixam os
ensinos médio e superior entregues às leis do mercado
e à iniciativa privada, além de consagrar a existência
de duas redes paralelas: a de ensino profissional e a de
ensino médio propedêutico, (única via ao ensino
superior). Nessa perspectiva, a nova política acirra as
características excludentes do sistema de ensino,
assegurando o acesso ao conhecimento, à ciência e à
tecnologia apenas aos que podem pagar por eles e
comprometendo o direito universal da cidadania.

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