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Matemática Atuarial III– Período 2014/01 1 Professora: Tayana Rigueira MODELO DE RISCO INDIVIDUAL Em um modelo de precificação é importante conhecer a distribuição do valor total dos sinistros de uma carteira em um determinado período. Aqui será desenvolvido o modelo de risco individual anual para determinar o valor total dos sinistros de uma carteira de 1 ano. Nesse modelo serão utilizadas distribuições do valor do sinistro e da ocorrência do sinistro individualmente. As hipóteses desse modelo são: a) probabilidade de ocorrência de sinistros em 1 ano de cada apólice ���� é conhecida; b) distribuição da variável aleatória “valor do sinistro de cada apólice” ���� é conhecida; c) probabilidade de ocorrência de mais de 1 sinistro por apólice é desprezível; d) número de apólices ��� é conhecido, e não são consideradas novas entradas ou saídas; e) riscos assumidos de cada apólice são independentes. Seja �� � � � �� �⋯� � , onde � � �� � ⋯ � � e �� � �� ∗ ��, sendo: �� – variável aleatória “valor total das indenizações na carteira em 1 ano” ou “valor do sinistro agregado da carteira em 1 ano”; �� – variável aleatória associada ao sinistro da apólice � em 1 ano; �� – variável aleatória “valor do sinistro da apólice � dado que o sinistro ocorreu em 1 ano”; �� – variável aleatória “ocorrência de sinistro da apólice � em 1 ano”, com ��~��������� ���� �� � � 1, ��� ��!"!���#"#� ��0, ��� ��!"!���#"#� � � 1 % �� �� é melhor definida por ��|�� � 1, ou seja, �� só faz sentido uma vez que o sinistro ocorreu. 1- Cálculo da Função de Distribuição de '( )*+�,� � -��� . ,� � /-��� . ,, �� � 0� 123 � -��� . ,|�� � 0� ∗ -��� � 0� � -��� . ,|�� � 1� ∗ -��� � 1� � ��,� ∗ � � )4+�,� ∗ �� Matemática Atuarial III– Período 2014/01 2 Professora: Tayana Rigueira ��,� � 51, , ≥ 00, , < 0 2- Distribuição de 8(9: Existem duas possibilidades de obter tal distribuição: 2.1- Convolução a partir da Distribuição de �� );+<=�,� � -��� . ,� � )*>⨂)*@⨂. . . )*< Este é um processo recursivo, onde primeiro se calcula a distribuição de � , e a partir da distribuição de � se calcula a distribuição de � � �� e, assim sucessivamente, até se calcular a distribuição de �� � � � �� �⋯+ � . 2.2- Função Geratriz de Momentos B;+<=�C� = D E�F∗;+<=G = DH�F∗�*>I*@I⋯I*<�J = DK�F∗*>L ∗ DK�F∗*@L ∗ … ∗ DK�F∗*<L = B*>�C� ∗ B*@�C� ∗ … ∗ B*<�C� Logo, se B*+�C� é conhecido, obtém-se B;+<=�C�. 3- Cálculo de N�8(9:� e OPQ�8(9:� Supondo que o valor do sinistro em cada apólice independe da sua ocorrência e a variável aleatória “ocorrência de sinistro em cada apólice” são independentes e identicamente distribuídas, tem-se que: DK�� L = /DK��L �2 =/DK��L ∗ DK��L �2 =/�� ∗ DK��L �2 R"�K�� L =/R"�K��L �2 =/DKR"����|���L �2 +/R"�KD���|���L �2 onde: DKR"����|���L = R"�K��|�� = 0L ∗ -K�� = 0L + R"�K��|�� = 1L ∗ -K�� = 1L = R"����� ∗ �� R"�KD���|���L = R"�KD��� ∗ ��|���L =∗ R"�K�� ∗ D���|���L = D����� ∗ R"�K��L = D����� ∗ �� ∗ � Logo, R"�K�� L = R"����� ∗ �� + D����� ∗ �� ∗ � Exemplo 1: Seja um seguro que cobre morte por qualquer causa com indenização fixa de $10.000 e invalidez total e permanente com indenização fixa de $5.000. As probabilidades Matemática Atuarial III– Período 2014/01 3 Professora: Tayana Rigueira anuais de sinistros de cada apólice são de 0,001 e 0,0002. Determine as distribuições de �� , �� e ��. 4- Aproximação Normal Esse modelo é aplicado quando não se conhece a distribuição de �� , ou quando sua obtenção é muito trabalhosa. Além disso, não basta atender somente as condições do Teorema Central do Limite, pois os ��′W devem ser independentes e identicamente distribuídos e o número de sinistros tem que ser grande e não somente o número de apólices, �. Sob essas condições, �� ~X�DK�� L, R"�K�� L�. A partir disso, é possível calcular o prêmio e o carregamento de segurança, como a seguir: -� �� 6 -� � Y ∴ -� �� . -� � 1 % Y - [ �� % DK�� L\K�� L . - % DK�� L \K�� L ] � 1 % Y - [^ . - % DK�� L\K�� L ] � 1 % Y Ou seja, - % DK�� L \K�� L � _ `a ∴ - � DK�� L � _ `a ∗ \K�� L Para calcular o carregamento de segurança basta levar em consideração que - � DK�� L ∗ �1 � b�. Sendo assim, DK�� L ∗ �1 � b� � DK�� L � _ `a ∗ \K�� L ∴ b � _ `a ∗ \K� � L DK�� L Sendo assim, quanto menor a probabilidade do sinistro agregado superar o prêmio puro total da carteira, maior terá que ser o carregamento de segurança. Desta forma, quanto maior o desvio padrão do sinistro agregado em relação à média do sinistro, maior será o carregamento de segurança. Exemplo 2: Uma carteira de seguro de vida possui 3 faixas de importâncias seguradas, quais sejam: $10.000, $30.000 e $50.000. O número de apólices em cada faixa é de 200.000, 300.000 e 100.000, respectivamente. Em cada uma das faixas a probabilidade de morte em 1 ano é de 0,01; 0,005 e 0,02 respectivamente. Calcular o carregamento de segurança e o prêmio puro total de modo que a probabilidade do sinistro agregado superar o prêmio puro total anual não exceda 5%, utilizando a aproximação normal.
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