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1 FISIOTERAPIA UROGINECOLÓGICA E OBSTÉTRICA Prof. Leandro Araujo PARTE A - UROGINECOLOGIA I - ANATOMIA DO APARELHO GENITO-URINÁRIO FEMININO I.a - PELVE FEMININA Arcabouço ósseo formado pelo sacro, cóccix e os 2 ossos do quadril Proteção as estruturas no seu interior Contenção das vísceras pélvicas Permissão da passagem dos tratos urinário, genital e digestório A pelve pode ser encontrada nos seguintes tipos: Ginecóide – redonda Andróide – forma de coração Antropóide – ovalada Plantipelóide – achatada Existe uma divisão que se dá a nível da linha arqueada e então encontramos a parte superior da pelve – PELVE FALSA (cavidade abdominopélvica) e a parte inferior – PELVE VERDADEIRA (cavidade pélvica) Na pelve encontra-se o aparelho de suspensão formado por ligamentos e o aparelho de sustentação pelos músculos do assoalho pélvico, urogenital e fascia endopélvica. Aparelho de suspensão Ligamentos pubovesicouterinos – anterior Ligamentos cardinais – bordas laterais Ligamentos uterossacros - posterior OBS: Existem outros ligamentos que são articulares da pelve ou responsáveis pela anteversão do útero Ligamentos redondos (anteversão) Ligamentos iliolombares, sacroiliacos, sacrotuberal e sacroespinhal (articulares da pelve) Aparelho de sustentação Conjunto de estruturas que dão suporte as vísceras abdominais e pélvicas resistindo às pressões exercidas pelo aumento da pressão abdominal. Encontra-se sujeito ao estiramento por gravidez e parto, esforços, diminuição na produção de estrogênio o que pode levar a prolapsos genitais e incontinências 2 Diafragma Pélvico o Levantadores do ânus (90%) o Puborretal, pubococcígeo e iliococcígeo Isquiococcígeos Existem também outros músculos profundos: obturador interno, piriforme, esfíncter estriado urogenital, lisos uretrais. O diafragma pélvico mantém o tônus basal constante, fecha o hiato genital, quando contrai leva o reto para frente, comprime a vagina e aproxima-se da uretra auxiliando na continência urinária. Diafragma Urogenital o Transverso superficial e profundo o Bulbocavernoso o Isquiocavernoso o Esfincter anal o Esfincter uretral externo Aparelho de contenção o Fascia Endopelvica 3 MÚSCULO INERV. AÇÃO CONJUNTA Levantador do ânus Sacral S3 / S4 Sustentam as viceras, resistem o aumento da pressão intraabdominal Isquiococcígeo Sacral S3 / S4 Reforça o AP Esfincter ext. do ânus Pudendo S2 a S4 Continência fecal Transversos Pudendo S2 a S4 Proteção do músculo levantador do ânus Esfincter ext. da uretra Pudendo S2 a S4 Continência urinária Isquicavernoso Pudendo S2 a S4 Fixa o ramo do clitóris ao isquio, púbis e diafragma urogenital Bulboesponjoso Pudendo S2 a S4 Fixa o bulbo do vestíbulo no diafragma urogenital I.b - PERÍNEO Região anatômica de forma losangular, delimitado superiormente pelo diafragma pélvico e inferiormente pelo estrato lamelar de Scarpa (camada mais profunda do tecido subcutâneo), composta pelo: Períneo Anterior – trígono urogenital bulbocavernoso e bulboesponjoso (vagina) Isquiocavernoso (clitóris) Transverso superficial do períneo (fixa o corpo perineal no centro) Períneo Posterior – trígono anal Esfincter externo do ânus Núcleo Fibroso Central ou Corpo Perineal I.c - ÓRGÃOS INTERNOS Vagina – Canal fibromuscular que se estende do vestíbulo perineal até o colo do útero. Mede entre 8 e 10 cm. Útero – Forma de pêra invertida constituída por fibras musculares lisas situada entre a bexiga e o reto. Formado pelo fundo uterino, corpo uterino, istmo e colo uterino. Tubas – Têm de 10 a 12 cm e transportam os óvulos dos ovários para a cavidade do útero 4 Ovários – Localizado dentro da pelve verdadeira. Responsáveis pela produção dos gametas femininos, secretam estrogênio e progesterona sobre a influência da hipófise anterior. I. d - GENITÁLIA FEMININA EXTERNA Monte púbico ou de vênus – recobre a sínfise púbica Grandes lábios – pregas proeminentes de pele contendo um coxim adiposo. São irrigados pela artéria labial anterior e inervados pelos ramos do pudendo – nervos labiais posteriores. Pequenos lábios – pregas pequenas e finas de tecido unidas ao clitóris. 5 Clitóris e Prepúcio – Homologo ao pênis, órgão erétil, pequeno e cilíndrico composto de corpo e glande. Vestíbulo – evidenciado pela abertura dos pequenos lábios. Em seu interior encontra-se o hímen, orifício vaginal e meato uretral. II – ANATOMIA DO TRATO URINÁRIO TU SUPERIOR Rins – órgãos pares, retroperineais, localizados na parede posterior do abdomem entre a 12ª vértebra torácica e 3 ª vértebra lombar. O rim direito é mais baixo pela presença do fígado. Ureteres – Víscera tubular de aproximadamente 30cm, apresentando porção pélvica e abdominal, conduz urina dos rins a bexiga por peristaltismo. TU INFERIOR Bexiga – órgão muscular liso, oco, com capacidade média de 350/450ml. Tem função de reservatório e de promoção de contração (detrusor) para esvaziamento. Uretra – Tubo muscular que comunica a bexiga urinária com o vestíbulo vaginal. Seu comprimento é de 3/5cm A uretra se fecha passivamente pela camada submucosa que é circundada por músculo liso sob a influencia hormonal e ativamente pelo esfíncter estriado circular na região de terço médio OBS : RETO – continuação do colo sigmóide, é parte final do aparelho digestório 6 III - AVALIAÇÃO UROGENITAL CINÉTICO-FUNCIONAL III.a - IDENTIFICAÇÃO Nome, Sexo, Idade e DN, Estado civil, Profissão, Escolaridade, Raça, Endereço, Telefone, Email, Diagnóstico médico, Médico responsável, Contato médico III. b - ANAMNESE QP, objetivos com o TTº, HDA, HPP (Hiper e hipotireoidismo, dç cardiorrespiratória, constipação intestinal, hemorróida, ITU, doença renal, obesidade, Cancer, DM, Alergia, Mama e DST), HF, HS História Obstétrica Gesta/Para/Aborto Parto tipo, idmat, idges, peso e altura Episiotomia Fórceps Problemas emocionais, físicos e traumáticas Complicações obstétricas varizes, aderência, quelóide, fissuras História Ginecológica Menarca DUM Ciclo Menstrual Complicações Ginecológicas - dor pélvica, cisto, corrimento, sangramento, endometriose, distopias, cistite e dismenorréia 7 Método Anticoncepcional Climatério História Sexual Frequência sexual Número de parceiros Problemas sexuais - Desejo sexual hipoativo, Anorgasmia, Ausência de lubrificação, Dispareunia, Vaginismo Auto conhecimento Genital História de Perda Urinária Início da perda Processo desencadeante Evolução da perda Micção - Normal, Ardência, Dor, Hematúria, Esvaziamento incompleto, Jato fraco, Hesitação, Esforço para urinar, Sensação de esvaziamento incompleto e Gotejamento pós-miccional IUE - G0 (pequenos esforços), G1 (médios esforços), G3 (grandes esforços) Tipos de perda - Contínua, intermitente, estress Quantidade - Gotas, jatos ou ... Uso de PAD OBS: Sintomas Urinários (ICS – Soc.Int.de Continência.) Frequência (Policiúria) Volume (Poliúria) Urgência Urge-incontinência Incontinência urinária de esforço Noctúria Enurese Noturna Disúria (dificuldade de urinar) IU Contínua Sensação Vesical (anormal, aumentada, reduzida e ausente) Incontinência fecal Atividade física Cirurgias anteriores Uso de medicamentos Ingesta Líquida 8 III.c - EXAME FÍSICO AVALIAÇÃO POSTURAL INSPEÇÃO ESTÁTICA o Morfologia Vulva (cor, lubrificação, pregas, cicatriz) o Meato uretralo Abertura vulvovaginal (constritor da vulva e bulboesponjoso) 0 – totalmente fechada + - discreta ++ - Moderada até 0,5 cm +++ - acentuada a partir de 0,5 cm o Distância anovulvar (NFC – normal de 3 a 3,5 cm) < 2,0 cm – diminuição da força muscular e tendência a prolapsos DISTÂNCIA VULVOVAGINAL E ANOVULVAR 9 INSPEÇÃO DINÂMICA Tosse Valsalva Contração de períneo PALPAÇÃO NFC (Contração isolada Perineal) Cicatriz Reflexo Clitóridoanal, Bulbocavernoso e Cutaneoanal Contração de Adutores, Glúteos, Abdome Sincinesias 10 TOQUE VAGINAL Toque unidigital (resistência do intróito e AP) Toque Bidigital o Paredes laterais e posterior o Sensibilidade o Tonicidade – fibras lentas e menos fadigáveis (contração sem resistência) o Palpação na borda do canal vaginal (M. Bulboesponjoso) o Palpação em tesoura (M. Pubococcígeo) o Palpação em gancho (M. Puborretal) o Contratilidade – AFA (avaliação funcional do AP) 0 (ausente) 1 (Débil) Não vê, só sente 2 (Presente) Vê pouco 3 (Boa < 5 seg) 4 (Forte > 5 seg) STOP TEST PIPI o 0 – não interrompe o jato o 1 – interrompe, mas não mantém o 2 – mantém a interrupção por curto período o 3 – mantém, com tônus muscular fraco o 4 – mantém, com bom tônus muscular o 5 – mantém, com tônus muscular forte 11 PAD TEST – Teste do absorvente em 1 hora O teste ambulatorial é mais reprodutível, porém tem menor sensibilidade. Em 1983, a Sociedade Internacional de Continência recomendou o teste de 1 hora da seguinte forma: coloca-se o protetor e a paciente ingere 500 ml de líquido sem sódio em 15 minutos. Nos primeiros 30 minutos, a paciente anda, sobe e desce um lance de escada. Depois, levanta da posição sentada por 10 vezes, tosse vigorosamente por 10 vezes, corre no mesmo lugar por 1 minuto, agacha-se por 5 vezes e lava a mão em água corrente por 1 minuto. Ao final de 1 hora, o protetor é retirado e pesado. Aumento de peso maior que 1 grama é considerado como incontinência urinária. o 2 a 10 g – IUE leve o 10 a 50 g – IUE moderada o Mais de 50 g – IUE severa DIÁRIO MICCIONAL Horário, tipo e quantidade de liquidos, volume ingerido, perdas urinárias, número de PADS QUESTIONÁRIOS King’s Health Questionnaire(Questionário de qualidade de vida) Inventário de satisfação sexual ESTUDO URODINÂMICO o Fluxometria – medida de fluxo urinária o Cistometria – pressão vesical o Estudo fluxo-pressão ELETROMIOGRAFIA NO CASO DE INCONTINÊNCIA FECAL Índice de incontinência Fecal Incontinence Severity Index Fecal incontinence Quality Of Life Diário de Funcionamento Intestinal IV – DOENÇAS GINECOLÓGICAS MAIS COMUNS IV . 1 - Vaginites Entre os problemas do trato genital feminino, as inflamações vaginais são os mais comuns. Mesmo sem oferecerem maiores riscos à saúde da mulher, as inflamações vaginais (colpites) e inflamação do colo uterino (cervicites), podem evoluir para doenças mais graves, como infecção de útero ou de trompas. 12 Vaginose bacteriana É causada por um desarranjo da flora vaginal. Apresenta um corrimento de coloração variada, em geral perolado, com aspecto homogêneo e mau odor. O tratamento é feito com uma única dose de antibiótico, às vezes associado a um creme vaginal específico para aliviar rapidamente o sintoma. As complicações que esse distúrbio pode trazer, embora sejam raras, acontecem quando as bactérias sobem pela cavidade do útero, levando a infecção às trompas. É a chamada doença inflamatória pélvica aguda, quando há cervicite concomitante. Candidíase É provocada pelos fungos Candida albicans, Candida tropicalis ou outras espécies. Os principais sintomas são ardência, vermelhidão, coceira e inflamação da vulva. O corrimento decorrente é branco e parece um pouco com leite talhado. Não traz risco de infecção ao colo do útero, mas costuma apresentar surtos freqüentes e nesse caso é importante realizar um tratamento mais rigoroso. Alguns fatores podem influenciar na candidíase de repetição, como distúrbio imunológico, uso de determinados remédios, como corticóides e antibióticos, doenças como a diabetes, e a própria gravidez. Tricomoníase É ocasionada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, caracteriza-se por um corrimento abundante esverdeado ou amarelado, de odor fétido, às vezes acompanhado por ardência local. O tratamento é feito com o uso de remédios orais e creme vaginal. Complicações decorrentes dessa inflamação não são freqüentes, mas podem ocorrer. IV.2 - Inflamações do colo do útero Clamídia Causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, nem sempre seu diagnóstico é fácil, porque não apresenta sintomas específicos. Às vezes, provoca vermelhidão no colo e secreção turva ou amarelada. Em alguns casos, a mulher sente uma queimação na uretra. Para o tratamento, indicam- se antibióticos que devem ser tomados pelo casal. É a grande causa de doença inflamatória pélvica por ascensão do germe. Gonorréia É doença sexualmente transmissível, causada pela bactéria gonococo. Provoca corrimento amarelado e uma sensação de ardor, podendo aparecer também secreção uretral. O tratamento é feito com antibióticos. 13 HSV (vírus do herpes simples) É uma doença sexualmente transmissível, causada pelo vírus do herpes simples (HSV), que provoca lesões na pele e nas mucosas dos órgãos genitais. O período de incubação varia de dez a quinze dias após a relação sexual com o portador do vírus, que pode ser transmitido mesmo na ausência das lesões cutâneas ou quando elas já estão cicatrizadas. Ela é caracterizada por pequenas vesículas que se distribuem em forma de buquê nos genitais. As lesões do herpes genital costumam regredir espontaneamente, mesmo sem tratamento, nos indivíduos imunocompetentes. Os sintomas são ardor, prurido, formigamento e gânglios inflamados podem anteceder a erupção cutânea. As manchas vermelhas que aparecem alguns dias mais tarde evoluem para vesículas agrupadas em forma de buquê. Depois, essas pequenas bolhas cheias de líquido se rompem, criam casca, cicatrizam, mas o vírus migra pela raiz nervosa até alojar-se num gânglio neural, onde permanece quiescente até a recidiva seguinte. O tratamento é feito à base de aciclovir, um medicamento que necessita da ação do vírus para destruí-lo ou impedir que mantenha sua cadeia de replicação. HPV O vírus do papiloma humano pode afetar a vagina, a vulva e colo uterino, nome genérico de um grupo de vírus que engloba mais de cem tipos diferentes, pode provocar a formação de verrugas na pele, e nas regiões oral (lábios, boca, cordas vocais, etc.), anal, genital e da uretra. As lesões genitais podem ser de alto risco, porque são precursoras de tumores malignos, especialmente do câncer do colo do útero, e de baixo risco (não relacionadas ao aparecimento de câncer). A transmissão se dá predominantemente por via sexual. Nos órgãos genitais masculinos, as lesões sejam mais facilmente reconhecíveis. A infecção causada pelo HPV pode ser assintomática ou provocar o aparecimento de verrugas com aspecto parecido ao de uma pequena couve-flor na pele e nas mucosas. O vírus pode ser eliminado espontaneamente, sem que a pessoa sequer saiba que estava infectada. Uma vez feito o diagnóstico, porém, o tratamento pode ser clínico (com medicamentos) ou cirúrgico: cauterização química, eletrocauterização, crioterapia, laser ou cirurgia convencional em casos de câncer instalado IV.3 - Doenças do Ciclo Menstrual Os padrões normais do ciclo menstrual quanto à quantidade, duração e freqüência são: • Quantidade: perda sanguínea em torno de 40 ml (25 a 70 ml).• Duração do fluxo: 2 a 7 dias • Freqüência dos fluxos: entre 21 a 35 dias. Sangramento uterino anormal Sangramento uterino anormal é aquele que apresenta uma alteração em um ou mais desses três parâmetros, ou seja, um sangramento excessivo em duração, freqüência ou quantidade. Com relação a este último parâmetro, não existe uma maneira prática e objetiva capaz de medir a quantidade de sangue eliminado, porém, se o sangue menstrual forma coágulos, provavelmente a perda é maior que o normal e quanto mais coágulos maior a perda. 14 Os padrões anormais de sangramento são: • Polimenorréia: freqüência igual ou menor a 21 dias. • Oligomenorréia: freqüência igual ou maior que 35 dias • Hipomenorréia: fluxo escasso • Menorragia/hipermenorréia: volume superior a 80 ml ou sangramento superior a 7 dias com intervalos regulares • Metrorragia: sangramento com intervalos irregulares, mas freqüentes, com volume e duração variáveis. • Menometrorragia: sangramento prolongado ocorrendo a intervalos irregulares. • Sangramento intermenstrual: sangramento entre ciclos regulares. Dentre as diversas causas orgânicas de sangramento uterino disfuncional podemos citar: • Hipo ou hipertireoidismo • Alterações de coagulação • Doenças dos rins e fígado • Problemas gestacionais: aborto, gravidez ectópica, placenta baixa. • Miomas. • Pólipos. • Hiperplasia endometrial. • Doença inflamatória pélvica. • Tumores ovarianos produtores de hormônios • Neoplasias uterinas • Lesões na vagina e do colo do útero. • Uso de DIU. • Uso de hormônios orais ou injetáveis. • Uso de outros medicamentos, como por exemplo, anticoagulantes e tranqüilizantes. Dismenorréia (cólica menstrual, incômodo, menstruação dolorosa) Menstruação dolorosa, cólica menstrual ou dismenorréia é a dor pélvica (baixo ventre) que ocorre antes ou durante o período menstrual, de modo cíclico. Menstruação dolorosa que impede as atividades normais ou necessita de medicação específica. A dismenorréia pode ser primária ou secundária, de acordo com a presença ou não de alterações estruturais do aparelho reprodutivo feminino. A dismenorréia primária é a menstruação dolorosa na ausência de lesões nos órgãos pélvicos. Geralmente, acompanha os ciclos menstruais normais e ocorre logo após as primeiras menstruações, cessando ou diminuindo de intensidade em torno dos 20 e poucos anos ou com a gravidez. É devida ao aumento da produção de prostaglandinas, que promovem contrações uterinas dolorosas. A dismenorréia secundária está associada a alterações do sistema reprodutivo, como endometriose, miomas uterinos, infecção pélvica, anormalidades congênitas da anatomia do útero ou da vagina, uso de DIU (dispositivo intra-uterino) como método anticoncepcional, entre outras. Comumente ocorre após dois anos da menarca (primeira menstruação). 15 O diagnóstico é clínico baseado, principalmente, na história e no exame físico e ginecológico, necessitando, algumas vezes, de exames complementares que excluam outras causas de dor, tais como dosagens hormonais, ecografia transvaginal e laparoscopia. O tratamento da dismenorréia primária inclui o uso de medicações da classe dos antiinflamatórios: os AINE (antiinflamatórios não esteróides) tomados um pouco antes e durante toda a menstruação que bloqueiam a produção das prostaglandinas. Também são usados anticoncepcionais, em uso contínuo ou cíclico, pois o ciclo anovulatório é geralmente menos doloroso. É recomendada uma dieta com menos gordura animal, laticínios e ovos, insistindo na ingestão de vegetais, sementes cruas e nozes. O exercício físico moderado e regular e medidas gerais, como bolsa de água quente, banho morno e massagens relaxantes auxiliam no alívio da dor. O tratamento da dismenorréia secundária é avaliado conforme cada caso Amenorréia A amenorréia pode ser primária ou secundária. Amenorréia primária é a ausência de menstruação em uma menina de 14 anos que não apresenta ainda desenvolvimento de caracteres sexuais secundários (mamas, pêlos, estirão do crescimento), ou a ausência de menstruação em menina de 16 anos que já apresenta caracteres sexuais secundários. As causas de amenorréia primária podem ser: fisiológica, familiar (quando outras meninas da família tiveram menarca mais tarde) relacionada ao peso (pacientes com peso muito abaixo ou muito acima do normal) mal formações do trato genital (hímen imperfurado, septos vaginais, agenesia uterina disgenesia gonadal (alterações genéticas associadas a amenorréia primária) tumores do sistema nervoso central Amenorréia secundária é a ausência de menstruação por um período maior do que 3 meses em mulher que anteriormente já apresentou ciclos menstruais. Diversas podem ser as causas para o desenvolvimento de uma amenorréia secundária: Gravidez uso de medicações falência ovariana (precoce: quando antes dos 40 anos) doenças clínicas associadas alterações importantes do peso (anorexia nervosa, obesidade) tumores do sistema nervoso central 16 síndrome dos ovários policísticos fatores relacionados ao útero (histerectomia, sinéquias uterinas) Endometriose Endometriose é uma doença caracterizada pela presença de tecido endometrial (tecido que reveste o útero internamente) fora da cavidade uterina. A causa exata é desconhecida. Uma teoria sugere que durante a menstruação as células do endométrio passariam através das trompas de Falópio para a cavidade peritoneal abdominal, onde se implantariam. Os locais mais comuns de implantação são os ovários, trompas de Falópio, superfície externa do útero e septo reto-vaginal (área entre a vagina e o reto). Outras teorias sugerem alterações do sistema imunológico e mesmo uma herança genética. A cada menstruação este tecido endometriótico sangra causando dor pélvica, dor durante a relação sexual, queixas urinárias, intestinais e infertilidade. Os sintomas mais comuns incluem: dismenorréia severa (dor pélvica cíclica que ocorre antes e durante a menstruação) dispareunia (dor durante ou logo após o ato sexual) dor pélvica crônica Infertilidade sintomas urinários com micções dolorosas dor na região lombar baixa (costas) desconforto abdominal O diagnóstico geralmente inclui uma laparoscopia que é um procedimento cirúrgico ambulatorial onde uma câmara é inserida na cavidade abdominal através do umbigo, permitindo identificar as lesões e determinar a extensão da doença. A retirada de um pequeno fragmento de tecido suspeito (biópsia) para a realização de um exame anatomopatológico dará o diagnóstico de certeza. O tratamento vai depender da idade da paciente, da extensão da doença, da severidade dos sintomas, da duração da infertilidade e dos planos reprodutivos do casal. Síndrome dos ovários polocísticos, anovulação por retrocontrole impróprio, síndrome de Stein Leventhal. É uma das causas mais comuns de irregularidade menstrual e de amenorréia secundária. Essa síndrome foi descrita pela primeira vez em 1935, por Stein e Leventhal, com as clássicas características de ovários policísticos: obesidade, amenorréia, infertilidade e hirsutismo. Estima-se que 5 a 10% das mulheres em idade reprodutiva apresentem esse distúrbio. 17 A síndrome dos ovários policisticos não tem uma etiologia conhecida, mas sabe-se que ocorre uma disfunção hipotalamica(pituitária)e resistência a insulina. A hiperinsulinemia estimularia a produção excessiva de androgênios pelos ovários. A anovulacao crônica mantem o estímulo do endométrio pelo estrogênio sem oposição, aumentando a incidência de hiperplasia endometrial e carcinoma de endométrio nessas mulheres. Metade destas mulheres são hirsutas e muitas são obesas. Elas podem apresentar perfil lipidico alterado, predisposição ao DM tipo II ea doença cardiovascular. Síndrome da tensão pré-menstrual Também conhecida por TPM, é um conjunto de sintomas físicos e comportamentais que ocorrem na segunda metade do ciclo menstrual podendo ser tão severos que interfiram significativamente na vida da mulher. A TPM é uma desordem neuropsicoendócrina com sintomas que afetam a mulher na esfera biológica, psicológica e social. Acredita-se que função fisiológica do ovário seja o gatilho que dispara os sintomas da síndrome alterando a atividade da serotonina (neurotransmissor) em nível de sistema nervoso central. O tratamento depende da severidade dos sintomas e incluem modificações alimentares, comportamentais e tratamentos medicamentosos. Os sintomas mais comuns incluem: Irritabilidade (nervosismo), Ansiedade (alteração do humor com sentimentos de hostilidade e raiva), Depressão (com sensação de desvalia, distúrbio do sono, dificuldade de concentração) Cefaléia (dor de cabeça), Mastalgia (dor ou aumento da sensibilidade das mamas), Retenção de líquidos (inchaço ou dor nas pernas), Cansaço, Desejos por alguns alimentos como chocolates, doces e comidas salgadas. V – DOR PÉLVICA CRÔNICA Dor pélvica crônica é definida como dor pélvica não menstrual ou não cíclica, com duração de pelo menos seis meses, suficientemente intensa para interferir em atividades habituais e que necessita de tratamento clínico ou cirúrgico. A etiologia não é clara e, usualmente, resulta de uma complexa interação entre os sistemas gastrintestinal, urinário, ginecológico, músculo-esquelético, neurológico, psicológico e endócrino, influenciado ainda por fatores socioculturais. A incidência maior é por volta dos 35 anos em mulheres de cor branca, separadas, viúvas ou divorciadas Recentemente, uma revisão sistemática concluiu que abuso de drogas ou álcool, abortos, fluxo menstrual aumentado, doença inflamatória pélvica, patologia pélvica, cesárias e co-morbidades psicológicas estão associados à doença. Embora o número de condições que se manifestam como dor pélvica crônica seja muito grande, é possível agrupá-las em categorias: gastrintestinais, urológicas, ginecológicas e músculo-esqueléticas 18 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO A - TERMOTERAPIA o Calor – analgesico, descongestionante, sedativo e antiespasmódico o Crioterapia – analgesia, anti-inflamatório e antiespasmódico B - ELETROTERAPIA 19 TENS C - MASSAGEM D - MOBILIZAÇÃO PASSIVA E - POMPAGE F- EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS G - REEDUCAÇÃO POSTURAL H – OSTEOPATIA –(Liberação do ligamento sacrotuberoso) I - TERAPIAS ALTERNATIVAS o Acupuntura / Auriculoterapia o Reflexologia VI - INCONTINÊNCIA URINÁRIA A incontinência urinária pode ocorrer e ocorre em qualquer idade, mas as suas causas tendem a ser diferentes entre as faixas etárias. A incidência global da incontinência urinária aumenta progressivamente com a idade.Aproximadamente um em cada três indivíduos idosos apresenta algum problema com o controle da bexiga. As mulheres apresentam o dobro de probabilidade que os homens de serem afetadas. O processo completo de retenção e liberação da urina (micção) é complexo e a capacidade de controlar a micção pode ser comprometida em diferentes etapas do processo devido a várias anormalidades. O resultado dessas anormalidades é a incontinência urinária (perda de controle).Os tipos de incontinência urinária são classificados de acordo com o modo e o momento do início da incontinência: incontinência recente e repentina e incontinência de início gradual e persistente. A incontinência urinária de início súbito freqüentemente indica um problema de bexiga. A cistite (infecção da bexiga) é a causa mais comum. Outras causas incluem os efeitos colaterais de medicamentos, os distúrbios que afetam a mobilidade ou causam confusão mental, o consumo excessivo de bebidas que contêm cafeína ou de álcool e as condições que irritam a bexiga ou a uretra (p.ex., vaginite atrófica, constipação grave). A incontinência urinária persistente (crônica) pode ser decorrente de alterações cerebrais, alterações vesicais ou uretrais ou problemas dos nervos que inervam a bexiga. Essas alterações são particularmente comuns em idosos e mulheres na pós- menopausa. A incontinência urinária também é classificada de acordo com a sintomatologia. Ela pode ser de urgência, de esforço, de transbordamento ou total. 20 Tipo Descrição Algumas Causas Possíveis Incontinência de urgência n.hipogastrico simpático Incapacidade de postergar a micção por mais que alguns minutos após sentir a necessidade de urinar • Infecção do trato urinário • Bexiga hiperativa • Obstrução dofluxo urinário • Cálculos e tumores na bexiga • Medicamentos, especialmente os diuréticos Incontinência por esforço n. pudendo Escape de urina, habitualmente em pequenos jatos, causado pelo aumento da pressão abdominal, o qual ocorre quando o indivíduo tosse, ri, faz força, espirra ou levanta um objeto pesado • Fraqueza do esfíncter urinário (o músculo que controla o fluxo urinário da bexiga) • Nas mulheres, diminuição da resistência ao fluxo urinário através da uretra; comumente causada pela deficiência de estrogênio • Alterações anatômicas causadas por múltiplos partos ou por uma cirurgia pélvica • Nos homens, remoção da próstata ou uma lesão da parte superior da uretra ou do colo da bexiga Incontinência por transbordamento n. pélvico parassimpático Acúmulo de urina na bexiga que se torna muito grande para que o esfíncter urinário consiga reter e, conseqüentemente, a urina escapa intermitentemente, freqüentemente sem sensação da bexiga • Obstrução do fluxo urinário, usualmente causada pelo aumento benigno ou pelo câncer de próstata nos homens e pela estenose uretral (defeito congênito) nas crianças • Musculatura da bexiga enfraquecida • Disfunção nervosa • Medicamentos Incontinência total Escape contínuo, pois o esfíncter urinário não fecha • Defeito congênito • Lesão do colo da bexiga (p.ex., durante uma cirurgia) Incontinência psicogênica Perda de controle por razões psicológicas • Distúrbios emocionais (p.ex., depressão) Incontinência mista Combinação dos problemas acima (p.ex., muitas mulheres apresentam incontinência mista, isto é, por esforço e de urgência) • Combinação das causas acima Normalmente, a causa pode ser descoberta e um plano terapêutico pode ser elaborado após a realização de uma anamnese (história clínica) e de um exame físico. Deve ser realizado um exame de urina para se verificar a presença de infecção. A quantidade de urina que permanece na bexiga após a micção (urina residual) é freqüentemente mensurada com o a auxílio da ultra-sonografia ou da sondagem vesical (colocação de um pequeno tubo, denominado sonda ou cateter, no interior da 21 bexiga). Um grande volume de urina residual indica uma obstrução ou algum problema dos nervos ou da musculatura da bexiga. Algumas vezes, pode ser necessária a realização da avaliação urodinâmica Esses exames mensuram a pressão da bexiga em repouso e quando ela enche, sendo particularmente úteis nos casos de incontinência crônica. É realizada a passagem de uma sonda vesical e, enquanto a bexiga é enchida com água através da sonda, é realizada a mensuração da pressão no seu interior. Normalmente, a pressão aumenta lentamente. Em alguns indivíduos, a pressão aumenta em espasmos súbitos ou aumenta muito rapidamente antes da bexiga estar completamente cheia. O registro das alterações da pressão ajuda o médico a determinar o mecanismo da incontinência e o melhor tratamento. Um outro exame mensura a velocidade do fluxo urinário. Este exame pode ajudar a determinar se o fluxo urinárioencontra-se obstruído e se os músculos da bexiga conseguem contrair com uma força suficiente para expulsar a urina. A incontinência por esforço é diagnosticada através da história clínica do problema, do exame vaginal nas mulheres e da observação da perda de urina durante a tosse ou durante a realização de um esforço. O exame ginecológico também ajuda a determinar se o revestimento uretral ou vaginal sofreu um adelgaçamento devido à falta de estrogênio. TRATAMENTO CLÍNICO E FISIOTERAPÊUTICO Recuperar o controle vesical através de técnicas de modificação comportamental , urinar em intervalos regulares (a cada 2 a 3 horas) para manter a bexiga relativamente vazia. Evitar irritantes da bexiga (p.ex., bebidas que contêm cafeína) e a ingestão de uma quantidade de líquido (6 a 8 copos de 240 ml por dia) para evitar que a urina se torne concentrada (o que pode irritar a bexiga) podem ser medidas úteis. O uso de medicações que afetam a função da bexiga de modo adverso pode ser interrompido. Os episódios de incontinência de urgência freqüentemente podem ser evitados através da micção em intervalos regulares, antes do surgimento da urgência miccional. As técnicas de treinamento vesical, os quais incluem os exercícios da musculatura pélvica e o biofeedback, podem ser muito úteis. Alguns medicamentos que relaxam a bexiga (p.ex., propantelina, imipramina, hiosciamina, oxibutinina e diciclomina) também podem ser úteis. Em muitas mulheres com incontinência por esforço, o problema pode ser aliviado com a aplicação de um creme vaginal de estrogênio ou o uso oral de comprimidos de estrogênio. Outros medicamentos que ajudam a contrair o esfíncter (p.ex., fenilpro-panolamina, pseudo-efedrina) devem ser concomitantemente com o estrogênio. Para as mulheres com fraqueza da musculatura pélvica, os exercícios (de Kegel) que reforçam essa musculatura podem ser úteis. O auto-aprendizado dessas 22 técnicas de contração muscular não é fácil e, por essa razão, são freqüentemente utilizados mecanismos de biofeedback para ajudar no treinamento. . Quando a causa é a contração fraca da musculatura da bexiga, os medicamentos que aumentam a contração vesical (p.ex., betanecol) podem ser úteis. A aplicação de uma leve pressão através da compressão da região abdominal inferior com as mãos, logo acima da bexiga, também pode ser útil, especialmente para os indivíduos que conseguem esvaziar a bexiga, mas apresentam dificuldade para esvaziá-la completamente. Em alguns casos, é necessária a sondagem (cateterização) vesical pra drenar a bexiga e prevenir complicações (p.ex., infecções recorrentes e lesão renal). A sonda pode ser mantida de modo permantente ou pode ser inserida e removida de acordo com a necessidade. A incontinência urinária total pode ser tratada através de diversos procedimentos cirúrgicos. Por exemplo, um esfíncter urinário que não fecha adequadamente pode ser substituído por um esfíncter artificial. Fase da informação e explicação Fase da educação do controle muscular Normalizar a tensão vaginal Refazer o comando perineal voluntário Regular as dissinergias Fase do reforço ativo voluntário Técnica do controle digital Biofeedback de pressão e de eletromiografia Exercícios de Kegel Grade diária de CIP Técnicas de Pompoar Uso do cone vaginal (20/32/45/56/70) - pode usar cone extra pendurado Fase da eletroestimulação IUE – F 50 a 65 Hz Hiperatividade do detrusor – F 2 a 10Hz Fase dos exercícios com o terapeuta Alongamento de MAP Técnica do Stretch-reflex Solicitação do reflexo pudendo interno (estímulo nociceptivo perianal simultâneo) Exercício sem resistência Exercício contra resistência 23 o Dedos em tesoura – pubococcigeo o Dedos ancorados - puborretal Fibras tônicas tipo I Trabalho/Repouso - 1/1 (contrai e mantém) Fibras fásicas tipo IIA – 1/2 Fibras fásicas tipo IIB – 1/3 Fase da reeducação postural Terapia comportamental VII - RETENÇÃO URINÁRIA É normal urinar no mínimo quatro vezes por dia e, ao urinar, que a bexiga seja quase totalmente esvaziada. É caracterizada retenção urinária quando há uma diminuição na frequência urinária (ou seja, quando urina-se menos de quatro vezes ao dia), e/ou quando após a micção restam ainda na bexiga mais de 50 ml de urina (o que chamamos resíduo miccional aumentado). São diversas as causas da retenção urinária. É comum, por exemplo, que aconteça retenção após quaisquer cirurgias que utilizem anestesia raquimedular, em alguns tipos de prolapsos, especialmente os que comprimem bexiga ou uretra, o resíduo miccional pode estar aumentado em virtude da dificuldade de fazer a urina passar pelo local da compressão e ser eliminada. Evitar de urinar simplesmente por vergonha ou por estar fora de casa é a causa mais comum de retenção urinária entre as mulheres. Mas a causa mais comum de retenção urinária entre as mulheres está ligada a fatores puramente psicossociais. Ou seja: o problema é comportamental. Por exemplo, urinar em pé para evitar sentar num vaso sanitário que não o de casa, não permite o total relaxamento da musculatura do assoalho pélvico (MAP) e dos abdominais necessária à micção normal. O resultado é que resta na bexiga uma quantidade de urina maior do que a normal, aumentando o resíduo miccional. Outro erro comum é o de evitar urinar fora de casa. Segurar a urina por tempo demais, faz com que o desejo miccional (aquela vontade de urinar que é sentida sempre que a bexiga está cheia) seja inibido. O resultado é que a bexiga vai, com o tempo, perdendo esta sensibilidade e a frequência normal de micções diárias vai diminuindo. Sentar no vaso e deixar a calcinha na altura dos joelhos, ou mesmo lá embaixo nos tornozelos, não permite que as pernas sejam abertas suficientemente. Para que a urina saia com facilidade não basta estar apenas confortavelmente sentada: as pernas precisam estar afastadas (no mínimo dois palmos uma da outra) e os cotovelos apoiados nos joelhos, em posição de descanso. Para tanto, é necessário que se tire a calcinha, pelo menos de um dos tornozelos. O resultado de todos esses comportamentos miccionais inadequados é a diminuição da sensibilidade da bexiga (que faz com que não se perceba mais corretamente a hora de urinar, ou seja, quando a bexiga está cheia e deve ser esvaziada) e o aumento do tônus de respouso da MAP (ou seja, o "endurecimento" da MAP que precisa fazer mais força do que o normal para manter a uretra fechada sob maior pressão da bexiga cheia). Estes dois problemas vão diminuir mais ainda a frequência urinária e aumentar o resíduo miccional, ocasionando uma retenção urinária maior ainda. 24 Como a retenção é normalmente causada por comportamento inadequado, a primeira etapa é tratar a parte psíquica do problema, ou seja, fazer a chamada reeducação miccional. Estar atenta para perceber e reconhecer o desejo miccional (vontade de urinar) e respeitar este momento é fundamental. Conhecer a técnica correta de se sentar para urinar, de maneira relaxada e despreocupada, também requer treino e é uma prática que deve ser exercitada continuamente. Em seguida devem ser identificados os componentes físicos do problema. Um médico ginecologista ou fisioterapeuta especialista podem solicitar exames que mostrem com precisão se o resíduo miccional está aumentado, se a complacência (elasticidade) da bexiga está diminuída, se as contrações da bexiga durante o ato de urinar estão corretas e se o tônus da MAP está normal. VIII - DISTÚRBIO ANORRETAL Uma boa continência anorretal é caracterizada pela capacidade de perceber, armazenar, e evacuar, eficientemente e sem dificuldade, o conteúdo retal em local e momento convenientes. Sensibilidade / percepção de enchimento A porçãofinal do reto que armazena as fezes momentos antes da evacuação é chamada ampola retal. Essa região possui uma grande sensibilidade e, quando a ampola está cheia, essa informação sobe ao cérebro nos dando consciência do fato. Continência / retenção / armazenamento A partir deste momento é necessário que as fezes possam ser retidas tempo suficiente para que se possa escolher local e momento mais apropriados para a evacuação. Essa continência ou retenção é mantida por um complexo sistema de músculos especializados em fechar o reto (MAP) e a amplola retal (esfíncteres anais interno e externo). Os problemas relacionados a continência anorretal podem ser relacionados a dificuldade de perceber, reter ou de evacuar as fezes. Distúrbios na percepção Alguns tipos de lesões (traumas medulares ou lesões durante o parto) podem afetar a sensibilidade dos mecanismos de percepção do enchimento da ampola retal. Há então a dificuldade de perceber quando a ampola está ou não cheia: a pessoa pode não perceber a necessidade de evacuar, ou ter a sensação de evacuação incompleta (que ainda restam fezes na ampola mesmo depois de acabar de evacuar). Distúrbios na continência Quando as estruturas musculares responsáveis pela continência (esfíncteres e MAP) estão lesionadas, pode haver dificuldade em conter fezes ou flatos. Pode acontecer desde a perda de um muco escuro (soiling), a dificuldade de reter flatos ou fezes líquidas ou até, em casos mais graves, a impossibilidade de reter fezes sólidas. 25 Distúrbios na evacuação O principal problema da evacuação é a chamada constipação, caracteriza pela dificuldade em evacuar ou pelo baixo número de evacuações semanais - é considerado normal evacuar no mínimo três vezes por semana. Está relacionada principalmente aos hábitos alimentares, hídricos e na baixa coordenação motora da MAP. O sucesso no tratamento dos problemas relacionados a continência anorretal vai depender da precisão no diagnóstico, ou seja, no conhecimento da causa exata do problema. A primeira etapa é descobrir se a falha está na percepção das fezes, no armazenamento delas ou na sua evacuação. Para problemas na percepção, o tratamento com fisioterapia costuma apresentar resposta bastante satisfatória e rápida. Estímulos da ampola retal podem ser feitos com balonetes, terapia manual, eletroterapia, e outras técnicas, de acordo com cada caso. Já para os problemas no armazenamento (ou incontinência) o tratamento varia muito de acordo com cada caso. Quando o problema é causado pela ruptura de um esfíncter, por exemplo, a correção necessária pode ser cirúrgica. Depois da cirurgia ou para os casos de incontinência onde não há lesão muscular direta, ou onde esta lesão é mais moderada, a fisioterapia também apresenta resultados bastante satisfatórios, podendo regredir a incontinência em até 100%. O fortalecimento muscular é, normalmente, o tratamento mais indicado para este tipo de incontinência: pode ser feito através de técnica manual, cones vaginais ou biofeedback. TRATAMENTO CLÍNICO E FISIOTERAPÊUTICO A- Controle de patologias associadas B- Descontinuar medicações C- Adequação dietética D- Esvaziamento retal E- Drogas constipantes F- Fisioterapia Biofeedback Eletroestimulação Reeducação de assoalho pélvico G- Tratamento cirúrgico Reparo esfincteriano Reparo anal Neoesfincter 26 IX - CONSTIPAÇÃO Em condições normais o intestino funciona sempre num mesmo horário, como por exemplo após uma das refeições principais (café da manhã ou almoço), quando os movimentos intestinais são ativados pelo reflexo do estômago ao receber os alimentos. Mas, embora o ideal seja evacuar ao menos uma vez por dia, é considerado normal evacuar até 3 vezes por semana, no mínimo. Menos do que isso já caracteriza a constipação ou prisão de ventre. Mas não é apenas o não evacuar que caracteriza a constipação. Casos de dificuldade ao evacuar, como por exemplo o chamado intestino preguiçoso, também são enquadrados no conceito de constipação. O mal funcionamento intestinal pode ser caracterizado por fezes muito duras, muito pequenas, difíceis de serem evacuadas, ou pela sensação de esvaziamento incompleto (que ainda restaram fezes que não puderam ser evacuadas). É caracterizada a constipação nos casos onde, durante a evacuação, normalmente acontece um ou mais dos seguintes: Esforço demasiado para evacuar; Fezes muito duras ou em pedaços pequenos; Sensação de evacuação incompleta; Sensação de obstrução retal; Necessidade de comprimir o abdome; Ajudar a evacuação com os dedos. Causas da constipação Evitar evacuar em banheiros públicos Uma das principais funções dos intestinos é a absorção de água e eletrólitos (sais minerais). Isso significa que, ao transitar por eles, a água que existe no bolo alimentar vai sendo absorvida durante o trajeto, ressecando-o progressivamente e transformando-o em fezes. Além do mais, inibir o desejo evacuatório acaba diminuindo a sensibilidade da ampola retal (a porção final do reto que serve de depósito final para as fezes que serão evacuadas). Com a sensibilidade da ampola retal diminuída fica mais difícil perceber a sensação de ampola cheia, ou seja, de que está na hora de evacuar. Sem perceber, as fezes ficam lá por mais tempo, paradas, ressecando, e tornando cada vez mais difícil o ato evacuatório. Dieta inadequada Para evitar o ressecamento fecal é fundamental que a dieta rica em fibras seja também muito rica em água e em gorduras de boa qualidade. Fibra sem gordura nem água não consegue transitar de maneira apropriada. Também é muito importante que o desejo de evacuar seja respeitado: reprimir esse desejo desregula o funcionamento intestinal normal e provoca ressecamento das fezes, e consequente dificuldade no trânsito intestinal e na evacuação. 27 Hemorróidas, fissuras e outros problemas que causam dor local Qualquer coisa que cause dor na região anal, como fissuras anais e hemorróidas, acabam fazendo com que a mulher tente evacuar o mínimo de vezes possível. Incoordenação da MAP Para evacuar eficazmente é necessário que a MAP seja devidamente relaxada e que os abdominais sejam contraídos moderadamente. No assoalho pélvico são dois os grupamentos musculares que fecham o reto: os esfíncteres anais, mais externos, e a MAP (principalmente o músculo puborretal) mais interna. É relativamente comum encontrar mulheres cuja causa da constipação seja incoordenação muscular, ou seja, mulheres que para evacuar relaxam os esfíncteres anais, mas deixam a MAP (especialmente um músculo chamado puborretal) contraída, dificultando ou até impossibilitando a evacuação. Distensão e perda da sensibilidade da ampola retal Evitar a evacuação por longos períodos vai diminuindo progressivamente a sensibilidade da ampola. Quando isso acontece torna-se difícil perceber que a ampola está cheia, e as fezes acabam ficando mais tempo paradas, ressecando e dificultando a evacuação. Outro comportamento inadequado que acaba lesionando a ampola retal é forçar para evacuar (trancando a respiração), ou contrair violentamente os abdominais no momento da evacuação ou mesmo comprimir o abdôme com as mãos. Estas manobras acabam distendendo a ampola, tornando- a mais lácida ou frouxa. O resultado é que, quando há necessidade de evacuar, a ampola está frouxa demais para permitir que a pressão interna necessária possa se propagar de maneira eficiente para expulsar as fezes. Para os casos de incoordenação do puborretal ou dos esfíncteres, a terapia manual e o biofeedback fornecem resultados excelentes. Casos de baixa sensibilidade da ampola retal também podem ser regredidos através de ressensibilização com eletroterapia e/ou balão de ressensibilização,dependendo de cada caso. Dificuldade no trânsito intestinal pode ser estimulada instantaneamente com massagem específica pelo trajeto intestinal. X – PROLAPSO GENITAL FEMININO Prolapso Genital Feminino (PGF) é uma espécie de herniação dos orgãos pélvicos (bexiga, útero, reto, intestinos) através da vagina, causado por um defeito de sustentação destes órgãos. A causa principal do aparecimento dos PGFs é o enfraquecimento das estruturas musculares e dos ligamentos de sustentação destes órgãos dentro da cavidade pélvica. Este enfraquecimento pode ter diversas origens como: Número de partos (ou uso de fórceps); Menopausa e efeitos hormonais (hipoestrogenismo, pré-menstrual pelo efeito relaxante da progesterona) 28 Obesidade Cirurgias prévias Hereditariedade Senilidade Tabagismo Constipação intestinal crônica Trabalho físico Alterações neurológicas Alterações esqueléticas (hipercifose, retificação da lordose e aumento do diâmetro da pelve) Os principais tipos de PGF são: · Cistocele: chamado popularmente de “Bexiga caída” é caracterizado por uma fragilidade da parede vaginal anterior que sustenta a bexiga, ocasionando a descida deste órgão. · Retocele: caracterizado por uma fragilidade da parede vaginal posterior ocasionando uma protrusão do reto (parte final do intestino) para dentro da vagina. · Histerocele: é a queda do fundo vaginal junto com o útero, ocasionado pelo enfraquecimento do sistema de sustentação do útero e fundo vaginal dentro da cavidade pélvica. É importante salientar que a presença de mais de um tipo de PGF é comum. A classificação segundo POP – Q (1996) é dividida em 3 estágios: Estágio 1 – do colo do útero até 1cm acima do anel himenal Estágio 2 - de 1 cm acima do anel himenal até 1 cm abaixo do mesmo Estágio 3 – de 1 cm abaixo do anel himenal até 2 cm fora da vagina Estágio 4 – inversão uterina Os sintomas encontrados nos PGFs estão relacionados com o tipo e a gravidade do prolapso presente. Os principais sintomas relatados por mulheres acometidas são: Urinários (BH, IUE e Disfunções miccionais) Sexuais (Diminuição da sensação vaginal, dificuldade de penetração, lassidão vaginal e dor no coito) Locais (Peso, dor vaginal e irritação) Intestinais (Constipação, evacuação incompleta, manobras manuais e urgência fecal) TRATAMENTO PROFILÁTICO, CLÍNICO E FISIOTERAPÊUTICO A- PROFILAXIA (evitar obesidade, não fumar, dieta rica em fibras e líquidos, evitar sedentarismo e assistência prénatal) B- FISIOTERAPIA Biofeedback Eletroestimulação Reeducação de assoalho pélvico C- CIRURGICO (desde a fixação com sling até a histerectomia total) 29 XI – TRASTORNOS SEXUAIS No ser humano, as sensações sexuais despertadas, seja por fantasias, por masturbação ou pelo ato sexual em si, ocorrem numa sucessão de fases que estão interligadas entre si, que são chamadas de as Fases da resposta sexual humana. São elas: Desejo: Consiste numa fase em que fantasias, pensamentos eróticos, ou visualização da pessoa desejada despertam vontade de ter atividade sexual. Excitação: Fase de preparação para o ato sexual, desencadeada pelo desejo. Junto com sensações de prazer, surgem alterações corporais que são representadas basicamente no homem pela ereção (endurecimento do pênis) e na mulher pela lubrificação vaginal (sensação de estar intimamente molhada). Orgasmo: É o clímax de prazer sexual, sensação de prazer máximo, que ocorre após uma fase de crescente excitação. No homem, junto com o prazer, ocorre a sensação de não conseguir mais segurar a ejaculação, e então ela ocorre; e na mulher, ocorrem contrações da musculatura genital. Resolução: Consiste na sensação de relaxamento muscular e bem-estar geral que ocorre após o orgasmo que, para os homens em geral, associa-se ao seu período refratário (intervalo mínimo entre a obtenção de ereções). Na mulher, este período refratário não existe: ela pode, logo após o ato sexual ter novamente desejo, excitação e novo orgasmo, não necessitando esperar um tempo para que isso ocorra novamente. Para entender a resposta sexual feminina é importante diferenciar as fases dessa resposta. Estas fases são o estímulo, a ereção e engurgitamento, a lubrificação, a fase de platô, o orgasmo e a ejaculação feminina. Cada uma delas corresponde a um evento que pode acontecer isoladamente, ou em conjunto com as outras. Por exemplo, pode acontecer ereção sem estímulo, orgasmo sem ejaculação (tanto para a mulher quanto para o homem), ejaculação sem orgasmo, etc. Estímulo sexual É o começo de toda resposta sexual. Pode ser psíquico (apenas por pensamento, visual ou auditivo) ou físico (toque). Hoje sabe-se que a parte psíquica do estímulo sexual, especialmente para a mulher, é ponto fundamental para a completa realização sexual. Durante muito tempo a sociedade impôs inibições morais que, até hoje, são responsáveis por problemas sexuais, especialmente em mulheres - sobre as quais as imposições sempre foram mais rígidas. A repressão sexual de uma mulher pode fazer com que ela crie um bloqueio ou inibição para os estímulos sexuais e torne-se pouco sensível para o sexo ("frigidez") ou, pelo contrário, se torne sexuada demais. Conhecer o corpo e estar de bem com ele é fundamental para que o caminho para a recepção dos estímulos sexuais esteja aberto. O estímulo é a porta de entrada para toda a resposta sexual: é a partir da boa recepção e percepção dos estímulos que uma relação satisfatória começa. 30 É importante desligar do mundo ao redor e se concentrar no próprio corpo, nas suas próprias vontades, tentar perceber as respostas físicas que vão surgindo, por exemplo, quais carícias provocam quais sensações são melhores recebidas. Engurgitamento e Ereção Feminina Até a quinta semana de gestação não há diferenças morfológicas entre bebês do sexo masculino ou femino. É partir daí que acontece a diferenciação sexual, quando são formados os órgãos genitais masculinos e femininos, a partir dos mesmos tecidos. É por este motivo a sensibilidade do clitóris é praticamente igual a pênis. De fato, esses dois órgãos são bastante similares, diferenciando apenas em tamanho. Isto significa que ele é eretível durante a excitação. Durante os momentos de excitação as artérias são dilatadas, assim como acontece com o pênis, e o clitóris aumenta de tamanho e volume em virtude desse aumento no volume sanguíneo local. Esse engurgitamento, ou "inchaço", aumenta muito sua sensibilidade. A região delimitada pelos grandes lábios, conhecida como vestíbulo, também aumenta de volume em virtude deste aumento no fluxo sanguíneo. A sensibilidade também é aumentada, além de haver um estreitando os tecidos da região que vai ficar ao redor do pênis durante o ato sexual. As regiões mais importantes a sofrerem esse ingurgitamento são os pequenos lábios, a entrada da vagina e os arredores do clitóris. Lubrificação vaginal Na parte inferior da entrada da vagina existem duas pequenas glândulas chamadas glândulas de Bartholin, em homenagem ao cientista que as descobriu. Sua função é produzir aquele muco transparente e inodoro que umidifica toda a região genital durante a excitação sexual. Em conjunto com as secreções produzidas pelas paredes vaginais , este muco vai permitir que a sensação durante o ato sexual seja de massagem, branda e sem atrito, ao contrário da sensação irritativa de uma vagina ressecada. A quantidade de muco produzido varia para cada mulher. Nos casos onde essa produção não é observada, ou a quantidade é insuficiente, pode haver um fundo psicológico (quando a mulher não está aberta suficientemente para a recepção dos estímulos sexuais), ou físico (por algum problema nas próprias glândulas, ou falta de hormônios). Consultar o médicoginecologista e um psicólogo pode solucionar o problema. Fase de Platô Finalmente, se todas as condições propícias foram alcançadas, desde a recepção apropriada e proveitosa dos estímulos sexuais (visuais, táteis, psicológicos), se esses estímulos foram suficientes para provocarem a ereção do clitóris, o engurgitamenteo dos pequenos lábios e do restante do vestíbulo, se houve lubrificação suficiente para que o atrito com o pênis fosse reduzido à sensação de uma massagem prazerosa, então é muito provável que a mulher chegue numa fase da resposta sexual conhecida como fase de platô - que prepara terreno para o orgasmo. 31 A palavra platô significa plataforma. Na resposta sexual, representa aquela fase do ato sexual no qual a excitação está quase máxima. Esta fase, do "meio da relação", dura normalmente de 2 até mais de 15 minutos, sendo para muitas mulheres a parte mais prazerosa da relação. O engurgitamento de toda a região genital está no máximo, a sensibilidade completa. Uma das características é a hiperemia da região das bochechas, pescoço e do peito, e alterações na respiração. A sensação é de que o orgasmo está próximo - embora este possa acontecer ou não. Orgasmo Quando o estímulo na fase de platô continua é possível que aconteça o orgasmo. Orgasmo são contrações rítmicas e reflexas que podem durar de segundos a minutos. Pode acontecer nas mais diversas intensidades: quanto mais intensos forem os estímulos, mais intenso é o orgasmo. A sensação na mulher é de que toda a região genital (que envolve não só a vagina, mas a parte interior da cavidade pélvica, útero, toda a MAP e por vezes até os músculos abdominais e da parte interna das coxas) está contraindo automaticamente e com força. Como orgasmo em sí são as contrações, fica mas fácil entender como ele pode acontecer sem ejaculação até mesmo no homem. Quando a excitação é muito pequena, o orgasmo pode ser muito fraco. A sensação pode nem mesmo ser percebida, embora algum sêmem possa ser expelido. Por outro lado, também pode acontecer o orgasmo sem ejaculação: também de maneira fraca, o orgasmo fraco não bombeia o suficiente para que o sêmem seja expelido. DISFUNÇÕES OU TRANSTORNOS SEXUAIS Disfunções do Desejo Sexual Inibição do Desejo Sexual ou Desejo Sexual Hipoativo - Quando há diminuição ou ausência total de fantasias e de desejo de ter atividade sexual. Aversão Sexual - Evitação ativa de ter sexo com parceiros, com sentimentos de repulsa, ansiedade e medo. Disfunções da Excitação Sexual Disfunção da Excitação Sexual na Mulher - É a incapacidade persistente ou recorrente (repetida) de adquirir ou manter a lubrificação vaginal e turgescência até o fim do ato sexual. A mulher tem pouca ou nenhuma sensação de excitação. Antigamente, esse problema era denominado de Frigidez. Disfunção Erétil Disfunções do Orgasmo Disfunções do Orgasmo na Mulher - Quando a mulher sente-se incapaz de atingir orgasmo. Pode haver um atraso ou ausência recorrente ou persistente do orgasmo, mesmo após estímulo sexual adequado. Primária, secundária, absoluta e situacional Disfunções do Orgasmo no Homem ou Ejaculação Retardada Ejaculação Precoce ou Prematura 32 Disfunções de Dor Sexual Vaginismo - É a contração involuntária dos músculos próximos à vagina que impedem a penetração pelo pênis, dedo, ou espéculo ginecológico ou mesmo um tampão. A mulher não consegue controlar o movimento de contração, apesar de até desejar o ato sexual. Dispareunia - É a dor genital associada ao ato sexual. Para ser denominada dispareunia não deve ser causada por fatores orgânicos, como infecções ou nódulos, por exemplo. Outras Disfunções Psicossexuais, condições clínicas e induzidas por medicamentos TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO A – Percepção do corpo e consciência corporal Orientação da anatomia pélvica Percepção genital B - Alívio da dor TENS Calor – compressa / imersão com camomila Massagem perineal C - Controle tônico D - Potencialização sensório motora Reforço da musculatura perineal Eletroestimulação – receptores genitais Biofeedback Técnicas de Pompoar e Neopompoarismo E – Reeducação postural F – Orientação sexual Exercícios sexuais (beijo, beijo e carícia, beijo e caricia nos genitais, beijo e caricia sem roupa, sexo oral...) Técnicas de relaxamento Orientação quanto a posição sexual 33 XII - ABORDAGEM TERAPÊUTICA IDENTIFICAÇÃO DA MUSCULATURA DO ASSOALHO PÉLVICO Podemos dizer que existem três ações da MAP que podem ser facilmente percebidas pela mulher : controle da uretra para o fluxo urinário, controle de esfíncter anal e constrição da vagina. É importante lembrar que toda a MAP se comporta como apenas um grande músculo, contraído sempre de maneira total. Portanto as ações citadas são todas simultâneas, sendo impossível dissociar uma da outra. Coordenação motora - MAP forte, mas de contração ineficaz Força – Contração eficaz, mas sem força – trabalho de curta duração, grande intensidade e bom descanso Resistência – Boa contração, boa força, mas sem sustentação – trabalho longo, com pouca carga e descanso mínimo Total - incremento do desempenho sexual de uma mulher saudável Os exercícios devem ser constantes, haja vista que qualquer musculatura do corpo ao permanecer parada, enfraquece com muita rapidez. É fundamental que seja estabelecida uma rotina de manutenção da força conseguida após o treinamento incial. EXERCÍCIOS DE KEGEL Por volta de 1945, o médico ginecologista norte americano Arnold Kegel (pronuncia-se Kêguel) reparou que suas pacientes que sofriam de incontinência urinária após a gestação apresentavam quase sempre um visível enfraquecimento da MAP. A partir desta correlação ele imaginou que o fortalecimento da MAP deveria corrigir a incontinência urinária, e o guiou a desenvolver uma série de exercícios para a reabilitação desta musculatura, conhecidos hoje como Exercícios de Kegel em sua homenagem. De um modo geral, os Exercícios de Kegel consistem em contrair a musculatura do assoalho pélvico Classicamente, cada contração da MAP deve ser o mais vigorosa possível e durar 2 segundos. O intervalo de descanso entre cada contração deve ser de 2 a 3 segundos. Geralmente são feitas 10 contrações, 2 ou 3 vezes ao dia. É importante criar o hábito diário e manter um horário fixo, para favorecer a regularidade do exercício. Toda mulher a partir dos 18 anos de idade deve exercitar constantemente sua MAP mesmo que apenas com os Exercícios de Kegel, para que possam ser prevenidos prolapsos genitais ou incontinências urinárias, bem como gestação e parto mais tranquilos e seguros Nem todos os casos de disfunção do assoalho pélvico são inerentes à fraqueza da MAP. Em alguns casos a falha é dos ligamentos e/ou fáscias (elásticos anatômicos que sustentam os órgãos) ou da musculatura lisa (que compõe parte da uretra e vagina, por exemplo). Nestes casos o treinamento da MAP podem resultar em muito pouco ou nenhum resultado prático. 34 USO DA GRADE DE CIP O uso da CIP – Contração Isolada de Períneo é realizada pelo próprio paciente, três vezes ao dias, que de forma progressiva evolui, junto ao atendimento fisioterapêutico, em três fases (mista, ativa e resistida). FASE MISTA – associado a eletroestimulação FASE ATIVA – associado biofeedback FASE RESISTIDA – associado cone vaginal EXERCÍCIOS DE REEDUCAÇÃO Treino proprioceptivo Despertar Elevador Fechamento Reforço anterior Reforço posterior Grande reforço posterior Alinhamento Borboleta Exercícios com bola Reforço simétrico posterior Reforço simétrico anterior Alinhamento pélvico EXERCÍCIOSCOM CONES VAGINAIS Cones vaginais são pequenas cápsulas de formato anatômico, constituídas de materiais resistentes e pesados que, ao serem inseridos no canal vaginal, proporcionam o estímulo necessário para que a mulher contraia corretamente a musculatura do assoalho pélvico, evitando que os abdominais sejam contraídos durante os exercícios. Um kit é composto normalmente por cinco ou seis cones, com pesos que variam entre 20g a 100g. A indicação depende de cada objetivo, mas de um modo geral, não é necessário chegar até o cone de 100g a não ser quando a finalidade seja a melhoria no desempenho sexual. Utilizados de maneira correta, os cones permitem um fortalecimento crescente da MAP, além de melhorarem a propriocepção local (sensibilidade vaginal e percepção da contração e relaxamento da MAP). Melhorar força e propriocepção são úteis tanto para melhorar a sustetação dos órgãos pélvicos quanto na preparação para o parto. Outro resultado notável do incremento de força e propriocepção é a melhoria no desempenho sexual da mulher. 35 O teste para prescrição correta do cone vaginal é simples: a mulher precisa inserir o cone no canal vaginal, se posicionar em pé e sentir ele descendo de um modo que ele só fique dentro da vagina se a MAP estiver contraída. O cone ideal é aquele que só não cai quando a mulher está contraindo a MAP, e que pode ser segurando na vagina por 3 a 10 segundos sem cair. Para a inserção do cone, a mulher pode estar deitada com as pernas afastadas, ou em pé, com um dos pés apoiados sobre uma cadeira. O cone deve ser inserido com a parte mais larga para cima (em direção ao colo uterino). O dedo médio pode servir de guia, empurrando o dispositivo para cima. A parte cônica inferior (mais estreita, onde prende-se o fio de remoção) é a zona onde os músculos do assoalho pélvico (MAP) irão agir durante o exercício, impulsionando o cone para cima. O cone deve ser posicionado profundamente, lá pela metade da vagina, de modo que fique acima da linha da MAP. Se ele não estiver suficientemente fundo, a MAP o empurrará para baixo ao invés de para cima, tornando o exercício ineficaz. O treinamento pode ser progredido fazendo com que a mulher use o cone enquanto realiza outras atividades, como caminhar, subir e descer escadas, tossir, agachar, etc, conforme definido no plano terapêutico. Exercício Principal - TREINO INTENSIVO PARA GANHO DE FORÇA Após escolher o cone certo e inserí-lo corretamente no canal vaginal, a mulher deve posicionar-se em pé e contrair a MAP com toda a força para reter o cone durante 15 segundos (reposicionando-o se ele cair) e então relaxar. Descansar por 15 segundos e contrair novamente por mais 15 segundos. Cada 5 destas contrações correspondem a uma série. Entre cada série devem haver 2 minutos de descanso. A série pode ser repetida de acordo com o plano de tratamento, mas normalmente 3 ou 4 séries bastam. Exercícios Complementares - ADAPTAÇÃO PARA AS ATIVIDADE DIÁRIAS Durante o dia-a-dia a MAP é recrutada durante diversas atividades, como espirrar, rir, correr, pular, etc. Na MAP sadia essa contração acontece automaticamente, mas pode falhar naquelas pouco treinadas ou com algum tipo de lesão ou enfraquecimento. Para treinar deixar a MAP preparada para as atividades de vida diária é possível incrementar o treino com cones vaginais através de exercícios complementares, que simulam estas exigências. Por exemplo: Nível 1 - Apoiar um pé sobre um banco ou cadeira enquanto contrái a MAP retendo o cone; Nível 2 - Pular algumas vezes no mesmo lugar, contraindo a MAP para reter o cone; Nível 3 - Descer escadas contraindo a MAP para reter o cone; Nível 4 - Subir escadas contraindo a MAP para reter o cone; Nível 5 - Agachar e subir novamente, contraindo a MAP e sem deixar o cone cair. 36 EXERCÍCIOS COM BEN WA Em toda a região da Índia os exercícios para a musculatura do assoalho pélvico (MAP) são há milênios transmitidos de mãe para filha, como uma foma de fazer a mulher mais feliz consigo mesma, além de melhor esposa e mãe. Isso porque esses exercícios, praticados de maneira regular, melhoram a gestação, o parto e ainda potencializam extraordinariamente o desempenho sexual. Foi lá que surgiu o ben wa, um dispositivo interessante no auxílio da identificação da MAP, bem como no treino de força e coodenação motora desta musculatura. Este pequeno aparelho é formado por duas ou mais esferas (normalmtente com cerca de 5 cm de diâmetro), ligadas uma-a-outra por um cordão flexível. Elas devem ser inseridas e expulsas da vagina a partir de movimentos que trabalham a MAP e os abdominais. Utilizados de maneira correta, o ben wa permite algum fortalecimento da MAP, além de melhorarem a propriocepção local (sensibilidade vaginal e percepção da contração e relaxamento da MAP). Mas sua ação principal é a melhoria na coordenação motora da MAP. Melhorar força e propriocepção são úteis tanto para melhorar a sustetação dos órgãos pélvicos quanto na preparação para o parto. Mas melhorar a coordenação motora e a força da MAP normalmente significa uma melhoria interessante no desempenho sexual da mulher. O treinamente com o ben wa é realizado em duas etapas distintas: introdução e expulsão. A primeira etapa exige fundamentalmente a contração da MAP e relaxamento dos abdominais. Já a última etapa exige uma contração dosada dos abdominais e relaxamento da MAP. MASSAGEM PERINEAL É um tipo específico e delicado de massagem realizada na região genital feminina ou, mais especificamente, na região do períneo. No geral a manobra trabalha toda a pele e adjacências da entrada do canal vaginal, mas tem enfoque na porção muscular (MAP), localizada há cerca de 2 centímetros para dentro da vagina e envolvendo o canal quase como um nó. A função principal da massagem perineal é permitir um relaxamento progressivo da MAP, especificamente na entrada do canal vaginal, além dos tecidos locais adjacentes (pele, camada subcutênea, pequenos músculos circunvaginais superficiais, etc). A massagem perineal promove um relaxamento e alongamento progressivo da MAP e dos tecidos da entrada vaginal, útil para os casos onde é necessária a facilitação na abertura do canal vaginal, como nos casos de vaginismo ou na preparação para o parto. A partir de lentos e delicados movimentos circulares, num primeiro momento ao redor da entrada do canal vaginal, a massagem tenta relaxar e alongar progressivamente os tecidos cutâneos e subcutâneos (pele, gordura, anexos e pequenos músculos superficiais). Posteriormente os movimentos são concentrados na entrada da vagina há cerca de 1 centímetro para dentro, antes da linha da MAP (região muscular há cerca de 2 centímetros para dentro da vagina). O objetivo ainda é de alongar e relaxar o local. 37 Num terceiro momento o foco é a MAP, localizada há cerca de 2 a 3 centímetros para dentro do canal vaginal. Por se tratar de uma região de musculatura mais forte normalmente é necessário um pouco mais de pressão, respeitando-se a delicadeza da região. Aqui o objetivo principal é a mobilização e o alongamento da MAP. Após ter conseguido o relaxamento suficiente da região superficial os dedos (ou um dedo, dependendo do caso e dos objetivos do tratamento) devem ser lentamente introduzidos na entrada do canal vaginal. Os movimentos circulares devem ser substituídos por semi-círculos (deslizamentos em forma de "U"). Por fim podem ser realizados suaves "movimentos de serra" (deslizando os dedos em vai-e-vem, entrando e saindo da vagina, juntamente com o movimento de deslizar os dedos em forma de "U"). BIOFEEDBACK A maior dificuldade do treino da MAP é fazer com que a mulher perceba o exercício que está fazendo: se está contraindo a musculatura certa, se está contraindo com força suficiente. O jeitomais moderno e eficiente de se ensinar essa contração é o biofeedback. Este tipo de treinamento é realizado com instrumentos que monitoram a contração muscular: através de sondas anatômicas, anais ou vaginais, a contração da MAP é mostrada numa tela de computador. Utilizando sinais sonoros (bipes) ou visuais (gráficos), permitem que a mulher perceba o grau da força realizada durante cada contração, seja em sua magnitude ou duração. Outra forma interessante de biofeedback que retorna informação sobre a contração da MAP são os cones vaginais, que garantem que a esta contração seja eficaz, permitindo o fortalecimento progressivo. A maioria dos aparelhos eletrônicos de biofeedback contam com uma sonda, normalmente inflável, que deve ser introduzida no canal vaginal. No momento em que a MAP contrai ao redor desta sonda, a pressão é capturada por uma placa eletrônica e processada por computador. O resultado é um gráfico que mostra exatamente a força, o tempo e o tipo da contração (crescente, decrescente ou constante). Sinais sonoros também podem ser emitidos quando, por exemplo, a força de contração atingir os níveis desejados durante o treinamento. Na prática a mulher vai contrair a MAP e acompanhar no monitor o desenrrolar do gráfico: contornar montanhas (o que significa contrair a MAP de forma crescente para a subida e descrescente para a descida); subir rampas (contrair crescentemente a MAP). Este tipo de treinamento da MAP permite um maior controle sobre a força e o tipo da contração muscular, bem como a sua duração. Além, permite um treino eficiente do relaxamento muscular, já que é comum que algumas mulheres saibam contrair mas não relaxar a MAP conscientemente. A importância do relaxamento consciente está em momentos como por exemplo o parto, onde contrações durante o período expulsivo (quando o bebê está saindo) podem gerar lesões graves. É importante ressaltar que o treino com o biofeedback não fortalece diretamente a musculatura. Como para qualquer outra musculatura do corpo, para que haja fortalecimento eficaz o treino deve ser 38 realizado com carga (peso), ou seja, através de treinamento manual (com as mãos do terapeuta resistindo à contração) ou com cones vaginais. A função do biofeedback e da eletroterapia são de ensinar a contração para as mulheres incapazes de contrair a MAP satisfatoriamente, e não de fortalecer. ELETROTERAPIA Todo músculo responde com contração a um estímulo elétrico. Partindo desse fato, o uso de correntes elétricas de baixa intensidade no treinamento muscular vem sendo utilizado há mais de 50 anos. Primeiro efeito elétrico: contração da MAP A corrente elétrica proveniente do eletrodo vaginal ou anal atinge o nervo pudendo, responsável pela inervação dos MAP. A resposta à este estímulo é uma contração reflexa (inconsciente) da musculatura. Esta contração reflexa não causa diretamente o fortalecimento dos MAP, mas fornece um estímulo proprioceptivo (informação ao sistema nervoso; sensibilidade de movimento) muito importante para aquela mulher que não sabe como contrair sua MAP. Para que haja o fortalecimento da musculatura, são indispensavelmente necessários os exercícios com carga para a MAP. Segundo efeito elétrico: inibição da hiperatividade da bexiga Outro efeito que a estimulação elétrica dos MAP causa é a redução da hiperatividade da bexiga. Certos casos de incontinência urinária são causados por um comportamento nervoso anormal do músculo detrusor que forma a bexiga em sí. Contrações involuntárias (sem a vontade da mulher) do detrusor fazem com que a bexiga seja esvaziada fora de hora. O que faz o detrusor contrair-se de maneira desordenada são estímulos nervosos atípicos (não normais), que fogem do controle voluntário. O resultado é a chamada incontinência urinária de urgência, onde a freqüência diária do urinar é anormalmente alta. Estudos vêm descrevendo que a eletroterapia tem funcionado bem no combate a este tipo específico de incontinência. T (ms) F (Hz) Sust (s) Rep Tempo VIF DOR PERINEAL – TENS 40 100 50 N DOR PERINEAL – TENS 40 200 50 S DOR PERINEAL – TENS 100 100 30 N INIB DETRUSOR - TENS 250 4 10 S INIB DETRUSOR - TENS 250 4 10 N DESP PERINEO - FES 250 10 20 S DESP PERINEO - FES 250 10 20 N 39 REF PERINEAL - FES 250 30 4 1X 10 S REF PERINEAL – FES 200 50 2 2X 10 N CIRCULAÇÃO - FES 100 20 8 1X 10 S EXERCÍCIOS PARA MELHORIA DO DESEMPENHO SEXUAL Reformulamos a antiga teoria do pompoarismo dentro dos conceitos científicos modernos de anatomia e de cinesiologia. Adotamos o termo neopompoarismo para esta reformulação, que descreve, quantifica e qualifica cada um dos movimentos abdominais separadamente; dá especial atenção aos movimentos de quadril envolvidos e descreve em separado os diferentes tipos de contrações que a MAP deve realizar (especialmente quanto a velocidade, resistência e força). Os cinco movimentos básicos Um detalhe importante do neopompoarismo é que ele consiste de movimentos de pequena amplitude, ou seja, de movimentos discretos, pequenos, nada amplos, assim como os movimentos sexuais normais. As manobras neopompoares são formadas pela combinação de 5 movimentos básicos que devem estar bem treinados isoladamente antes de se iniciar a prática das manobras. São eles: Movimento 1: Contração Isolada da MAP Consiste na contração isolada da MAP, enquanto a musculatura abdominal e dos quadrís ficam relaxadas. Movimento 2: Contração dos Abdominais (tipo forçar) com relaxamento da MAP Ao contrário da anterior, aqui os abdominais devem ser contraídos (sem deixar a barriga inflar, como se faz para evacuar: a barriga não deve se mexer) enquanto a MAP e a musculatura dos quadrís permanecem relaxadas. Movimento 3: Contração dos Abdominais (tipo encolher) com Contração da MAP Esta contração abdominal é bem diferente da anterior. Aqui, ao invés de apenas manter os abdominais contraídos, agora a barriga deve encolher como se faz para tentar fechar o ziper de uma caixa bem apertada. Aqui nota-se a barriga encolhendo para dentro. Simultaneamente, deve-se contrair a MAP. 40 Movimento 4: Inclinações Anterior e Posterior dos Quadrís Inclinar o quadril anteriormente significa arrebitar o bumbum matendo as coxas paradas. Pode ser treinada sentada em uma cadeira, onde há a certeza de as coxas estarem paradas, apoiadas no acento. Já a inclinação posterior significa encolher o bumbum, empurrando a sínfise púbica para cima e para frente, também mantendo-se as coxas paradas. Movimento 5: Inclinação Lateral dos Quadrís Consiste em levantar primeiro um lado do quadril e depois o outro. Pode ser treinado em pé: em posição ereta e com os joelhos bem esticados, deve-se tirar a sola de um pé do chão sem dobrar os joelhos ou a coxa . É a contração da porção lateral dos abdominais que vai elevar todo um lado do quadril , puxando assim toda a perna para cima. PARTE B - OBSTETRÍCIA XIII – GRAVIDEZ ADAPTAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A GRAVIDEZ A placenta sofrerá aumento devido a concentração de sódio. O aumento do útero origina uma pressão sobre a bexiga, causando o aumento da frequência urinária A mudança de posição do útero associada à rotação para direita origina a compressão do ureter, levando a infecção urinária. Ocorrem contrações irregulares no final da gravidez, geralmente, sem dor. A vagina e vulva ficam hipertrofiadas e hiperpigmentada pelo aumento da vascularização e do espessamento epitelial. Hiperpigmentação da parede abdominal (a linha alba); aréolas; vulva e axila; melasma ou cloasma gravídico (face). Gasto energético adicional: 300 kcal/dia Ganho de peso, em media, de aproximadamente
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