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AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL NEXO CAUSAL Responsabilidade Civil AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVOS IDENTIFICAR o nexo de causalidade diante do caso concreto. SABER que a teoria da causalidade adequada é consagrada tanto pela doutrina quanto pela jurisprudência. IDENTIFICAR as concausas – preexistentes, concomitantes e supervenientes. ANALISAR as excludentes de nexo causal. APLICAR as excludentes de nexo causal para afastar o dever de indenizar. DISTINGUIR caso fortuito e força maior, bem como fortuito interno e fortuito externo AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL 1. Conceito de nexo causal 2. Teorias 2.1. Teoria da equivalência da causa - "conditio sine qua non" - Direito Penal. 2.2. Teoria da causalidade adequada - Direito Civil. 3. Causalidade na omissão 4. Concausas 4.1. Causa preexistente 4.2. Causa superveniente 4.3 Causa concomitante 5. Exclusão do nexo causal 5.1. Fato exclusivo da vítima 5.2. Fato de terceiro 5.3. Caso fortuito e força maior 5.4. Fortuito interno e fortuito externo CO N TE Ú D O AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL CONCEITO DE NEXO CAUSAL Conceito: É o elemento de ligação entre a conduta culposa e o dano. AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL Culpabilidade Nexo Imputatio iuris Imputatio facti Condições subjetivas Condições objetivas Obs. A conduta pode ser ilícita e não evidenciar o dano. Obs. Não basta que a conduta seja ilícita e o dano se apresente. Será fundamental que a ação ou a omissão guarde relação direta com o dano para se atingir o nexo. AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL Trata-se de um conceito jurídico normativo pelo qual podemos aferir a responsabilidade do(s) agente(s) pelo ato praticado. Jurídico – Trata-se de uma consequência natural da voluntária conduta do agente. Ex. Se mergulhar molha. Obs. Não se trata de o touro é belo... Normativo – aplicação teleológica. Trata-se da soma do elemento naturalístico com a análise teleológica da norma. AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL TEORIAS Teorias (artigo Gustavo Tepedino) http://academico.direito-rio.fgv.br/wiki/Aula_6._Nexo_causal. 2.1 - Teoria da equivalência dos antecedentes É aquela que leva em consideração todos os fatos desencadeados antes do evento lesivo. Stuart Mill (idéia) Von Buri (criador da teoria) 2.2 – Teoria da causalidade adequada. É aquela que extrai a conduta direta e imediata responsável pelo dano. Von Kries (criador da teoria) AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL 3 – Causalidade na omissão: É aquela postura que surge em razão de uma conduta negativa do agente, ou seja, em razão do não impedimento é que a causa se operou. Sendo assim, existe uma participação direta do omitente que decorre de sua omissão. 4 – Concausa Trata-se de uma causa que quando somada a causa principal, contribui para o resultado. Espécies: Preexistente, superveniente e concomitante. Julgados: STJ. http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=CONCAUSA+PREEXIS TENTE&idtopico=T10000002 AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL COPARTICIPAÇÃO Trata-se da figura do concurso de agentes ou também conhecido como coparticipação. Neste caso, existe uma vinculação direta assumida por mais de uma pessoa em relação a um dano proporcionado a outrem. Ex. Acidente em que amigos beberam e ajustaram prosseguir viagem. CAUSALIDADE ALTERNATIVA Decorre de situações específicas em que torna-se complexa a verificação da participação direta do agente. Ex. Multidões. Caso. Condomínio. AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL CAUSAS EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL Força Maior Caso Fortuito Culpa Exclusiva da Vítima ou de terceiro AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL Caso Fortuito Interno Externo ESPÉCIES DE FORTUITO AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL STJ. Recurso especial repetitivo. Consumidor. Recurso especial representativo de controvérsia. Responsabilidade civil. Dano moral. Banco. Instituições bancárias. Abertura e conta corrente. Danos causados por fraudes e delitos praticados por terceiros. Responsabilidade objetiva. Fortuito interno. Risco do empreendimento. Verba fixada em R$ 15.000,00. Precedentes do STJ. Súmula 28/STF. CPC, art. 543-C. CDC, arts. 6º, VIII, 14, 17 e 39, III. CCB/2002, arts. 186 e 927, parágrafo único. CF/88, art. 5º, V e X. AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL «1. Para efeitos do art. 543-C do CPC: As instituições bancárias respondem objetivamente pelos danos causados por fraudes ou delitos praticados por terceiros - como, por exemplo, abertura de conta-corrente ou recebimento de empréstimos mediante fraude ou utilização de documentos falsos -, porquanto tal responsabilidade decorre do risco do empreendimento, caracterizando-se como fortuito interno. 2. Recurso especial provido.»... Íntegra da Decisão: http://www.legjur.com/jurisprudencia/busca?q=fortuito- interno&op=exa AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL TJRJ. Responsabilidade civil. Dano moral e dano material. Consumidor. Internet. Ação movida por usuário de serviço de comércio eletrônico em face de empresa inserida na área conhecida como e.commerce. Mercado livre. Fortuito interno. CDC, art. 14, § 1º. CF/88, art. 5º, V e X. CCB/2002, arts. 186 e 927. AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL «Fraudador que invade o cadastro eletrônico do demandante e se utiliza dos seus dados para efetuar vendas falsas a terceiros que, após o pagamento, não recebem os produtos e ingressam com ações judiciais contra o usuário cadastrado no sistema. Sentença de procedência parcial, com a fixação do dano moral em r$ 6.000,00 (seis mil reais) e dano emergente no valor de r$ 5.092,64 (cinco mil noventa e dois reais e sessenta e quatro centavos). Controvérsia analisada a luz das regras do CDC. Íntegra da Decisão: http://www.legjur.com/jurisprudencia/busca?q=fortuito- interno&op=exa AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL TJRJ. Responsabilidade civil. Dano moral. Furto de automóvel dentro de estacionamento fornecido pela lanchonete. Dano material comprovado. Fortuito interno. Correção monetária. Verba fixada em R$ 3.000,00. Súmula 43/STJ. CF/88, art. 5º, V e X. CCB/2002, arts. 186 e 927. AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL «Ação indenizatória de danos material e moral. Furto de veículo ocorrido dentro do estacionamento fornecido pela empresa ré. Relação de consumo, que se submete às normas da Lei 8.078, de 1990. Responsabilidade civil objetiva. Inconteste a relação jurídica entre as partes e a falha na prestação do serviço, devendo a ré ressarcir ao autor pelos danos causados. Correta a sentença ao condenar a ré ao pagamento do valor equivalente ao bem. Fortuito interno. Incidência da Súmula 94 Íntegra da Decisão: http://www.legjur.com/jurisprudencia/busca?q=fortuito- interno&op=exa AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL TJRJ. Responsabilidade civil. Consumidor. Transporte aéreo de passageiros. Acidente aéreo envolvendo aeronave da ré e Jato Legacy. Responsabilidade objetiva. Teoria do risco do empreendimento. Fortuitointerno. Considerações do Des. André Andrade sobre o tema. CDC, arts. 14 e 17. CCB/2002, art. 186. AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL «... A responsabilidade da apelada é objetiva, haja vista a relação de consumo que a ré apelada manteve com a vítima direta. Os autores, como vítimas indiretas, são equiparados aos consumidores, por força do disposto no art. 17 do CDC. O evento danoso decorreu de típico fato do serviço, fundado no art. 14 do CDC. Desnecessário, portanto, o exame da culpa da empresa ré apelada pelo trágico evento que levou à morte de várias pessoas, dentre as quais o irmão dos autores. Íntegra da Decisão: http://www.legjur.com/jurisprudencia/busca?q=fortuito- interno&op=exa AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL TJRJ. Responsabilidade civil do Estado. Dano moral e material. Administrativo. Consumidor. Autarquia Estadual de Administração Desportiva (SUDERJ). Disparo a esmo de arma de fogo por torcedor no interior de estádio de futebol (Maracanã) administrado pela ré. Atingimento do consumidor por projétil na face. Risco de vida. Falha do mecanismo de segurança e prevenção da autarquia ré. Fortuito interno (Súmula 94/TJRJ). Nexo causal demonstrado. Verba fixada em R$ 35.000,00. CDC, arts. 14, «caput» §§ 1º e 3º e 22. CPC, arts. 333, II e 335. CF/88, arts. 5º, V e X e 37, § 6º. CCB/2002, arts. 43 e 186. AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL «Ausência absoluta de prova quanto às excludentes de responsabilidade (Arts. 14, § 3º,CDC c/c 333, II, CPC). Fato do serviço configurado (CDC, art. 14, «caput» e § 1º). Dano material comprovado. Dano moral, in re ipsa, configurado. Situação que, ao retratar falha administrativa grave quanto a segurança no interior do estádio, associada ao evidente risco de vida a que submetido o consumidor, bem como pela já conhecida ineficiência da administração estadual em coibir violência. Íntegra da Decisão: http://www.legjur.com/jurisprudencia/busca?q=fortuito- interno&op=exa AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL Caso Concreto Augusto, comerciante de bois, vende a Gustavo, lavrador, um boi doente, que, por sua vez, contagia os outros bois do comprador, que morrem. Privado desses elementos de trabalho, o lavrador vê-se impedido de cultivar suas terras. Passa a carecer de rendimentos que as terras poderiam produzir, deixa de pagar seus credores e vê seus bens penhorados, os quais são vendidos por preço abaixo de seu valor. Arruinado, o lavrador suicida-se. Seus filhos e viúva ingressam com ação de indenização em face do comerciante. Pergunta-se: quais são os danos ressarcíveis e quem terá de repará-los? Resposta fundamentada. AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL Diante das excludentes de nexo causal não é correto afirmar: I – Havendo uma excludente de nexo causal o dever de indenizar será afastado mesmo nos casos de risco integral. II – O fortuito interno afasta o dever de indenizar. III – O dever de indenizar é afastado tanto nos casos de responsabilidade civil subjetiva quanto objetiva, diante de alguma excludente de nexo causal. A) Somente I e II estão incorretas. B) Somente I e III estão incorretas. C) Somente II e III estão incorretas. D) Todas estão incorretas AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL SÚMULA n. 479 As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias. Rel. Min. Luis Felipe Salomão, em 27/6/2012. AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL Informativo n. 0520 Período: 12 de junho de 2013. Corte Especial DIREITO CIVIL. LEGITIMIDADE DO CESSIONÁRIO PARA DISCUTIR EM JUÍZO QUESTÕES ENVOLVENDO MÚTUO HABITACIONAL COM COBERTURA DO FCVS CELEBRADO ATÉ 25/10/1996. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. 8/2008-STJ). Tratando-se de contrato de mútuo habitacional garantido pelo Fundo de Compensação de Variações Salariais, celebrado até 25/10/1996 e transferido sem a intervenção da instituição financeira, o cessionário possui legitimidade para discutir e demandar em juízo questões pertinentes às obrigações assumidas e aos direitos adquiridos. Isso porque, nos termos da legislação pertinente, é possível a regularização do referido contrato de cessão de direitos — conhecido como “contrato de gaveta” —, o que implica afirmar que, nesses casos, o cessionário é equiparado ao mutuário, possuindo, portanto, legitimidade para discutir e demandar em juízo questões pertinentes às obrigações assumidas e aos direitos adquiridos. Com efeito, o art. 20, caput, da Lei 10.150/2000 estabelece que as “transferências no âmbito do SFH, à exceção daquelas que envolvam contratos enquadrados nos planos de reajustamento definidos pela Lei 8.692, de 28 de julho de 1993, que tenham sido celebradas entre o mutuário e o adquirente até 25 de outubro de 1996, sem a interveniência da instituição financiadora, poderão ser regularizadas” nos termos daquela lei. Nesse contexto, os arts. 22 da Lei 10.150/2000 e 2º da Lei 8.004/1990 (com redação dada pela Lei 10.150/2000) determinam que, diante da existência de cláusula de cobertura de eventual saldo devedor residual pelo FCVS, a transferência se dá mediante a substituição do devedor, mantidas para o novo mutuário as mesmas condições e obrigações do contrato original. Cumpre destacar, ademais, que essa possibilidade de equiparação do cessionário à condição de mutuário se deve ao fato de que, no caso de contratos com cobertura do FCVS, o risco imposto à instituição financeira é apenas relacionado ao pagamento das prestações pelo cessionário, porquanto o saldo devedor residual será garantido pelo Fundo. Precedentes citados: REsp 986.873-RS, Segunda Turma, DJ 21/11/2007, e REsp 627.424- PR, Primeira Turma, DJ 28/5/2007. REsp 1.150.429-CE, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 25/4/2013. AULA 3 – RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL - NEXO CAUSAL RESPONSABILIDADE CIVIL Material de Apoio: Vídeos: Responsabilidade Civil na Internet ( TV Justiça – Curso Completo – Renato Porto.) http://www.youtube.com/watch?v=_sgYXs3XZyE&list=PLE937370426801FC4 Indicação de Filmes: Sicko – SOS Saúde – Completo. http://www.youtube.com/watch?v=VoBleMNAwUg Um pouco de música para relaxar: Jazz – Boz Scaggs http://www.youtube.com/watch?v=Ib502a5RP5c
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