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CCJ0050-WL-D-AMMA-07-Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem

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AULA 7 – Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem.
Responsabilidade Civil
AULA 7 – Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem.
RESPONSABILIDADE CIVIL
 DIFERENCIAR a responsabilidade civil pelo fato de
terceiro da responsabilidade civil pelo fato de outrem.
 DEMONSTRAR a responsabilidade direta e a
responsabilidade indireta.
 ANALISAR que a responsabilidade civil pelo fato outrem
no Código Civil de 2002 é objetiva.
 SABER que o patrimônio do incapaz pode ser atingido
de forma subsidiária.
OBJETIVOS
AULA 7 – Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem.
RESPONSABILIDADE CIVIL
1. Responsabilidade civil direta e indireta.
2. Diferença entre a responsabilidade civil pelo fato de
outrem e responsabilidade civil pelo fato de terceiro.
3. Responsabilidade dos pais pelos atos dos filhos menores.
4. Responsabilidade dos tutores e curadores.
5. Responsabilidade do incapaz.
6. Responsabilidade do empregador ou comitente
CONTEÚDO
AULA 7 – Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem.
RESPONSABILIDADE CIVIL
RESPONSABILIDADE CIVIL DIRETA E 
INDIRETA.
Cada cidadão responde por seus atos, no entanto, surgem
situações pontuais em que respondemos por fatos praticados
por terceiros. Esta responsabilidade recebe o nome de
indireta ou por fato de outrem.
Como premissa é necessário que exista algum tipo de vínculo
jurídico com o autor do ato ilícito para que reste qualquer
tipo de dever de guarda, vigilância ou custódia.
A responsabilidade indireta decorre da omissão na medida
que normalmente o dano decorre da falta do dever de
vigilância ou cuidado.
AULA 7 – Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem.
RESPONSABILIDADE CIVIL
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DOS RESPONSÁVEIS
A responsabilidade dos pais, tutores e curadores se
apresenta nos moldes do art.932 do CC como de ordem
objetiva.
RESPONSABILIDADE DOS PAIS PELOS ATOS PRATICADOS POR
SEUS FILHOS MENORES.
O fundamento decorre de um dever jurídico legal existente
entre pais e filhos. Trata-se de um dever de solidariedade
para com a vítima.
Esse dever está intimamente ligado ao poder de controle
exercido pelo pai no momento do evento danoso.
AULA 7 – Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem.
RESPONSABILIDADE CIVIL
EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE DOS PAIS, TUTORES E
CURADORES.
Não subsistirá o dever de responder quando inexistir o poder
de controle sobre o agente.
AULA 7 – Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem.
RESPONSABILIDADE CIVIL
A responsabilidade dos pais torna-se relativa quando a
mesma se apresentar conflituosa com a dignidade da pessoa
humana. Por este viés a lei foi imperiosa quando vaticinou
que a responsabilidade dos pais não se daria até o fim do
patrimônio, mas até aonde não se prive o mesmo do
montante necessário a manutenção de sua dignidade.
RESPONSABILIDADE PATERNA X DIGNIDADE DA 
PESSOA HUMANA
AULA 7 – Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Tutor é o representante legal dos pais que faleceram,
foram declarados ausentes ou foram destituídos do poder
familiar. (art.1728)
Curador é o representante do menor incapaz, em razão de
loucura, surdo-mudez ou prodigalidade. (art.1767)
A responsabilidade é idêntica a dos pais, no entanto
sustentam alguns doutrinadores que o julgador deve agir
de maneira mais severa ante o munus publicum exercido
pelos mesmos.
RESPONSABILIDADE DE TUTORES E 
CURADORES
AULA 7 – Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem.
RESPONSABILIDADE CIVIL
RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR
A responsabilidade do empregador decorre de um dever
ingerência e/ou fiscalização dos atos praticados por
empregados ou comissionados. Trata-se de uma evolução da
culpa in eligendo.
TEORIA DA SUBSTITUIÇÃO
No momento em que o empregador outorga poderes para
alguém representá-lo o empregado torna-se um instrumento
onde o mesmo age como uma longa manus do patrão.
EXCLUSÃO DE RESPONSABILIDADE
Se a lesão ocorrer fora do momento das atribuições laborais
inexistirá o dever de indenizar.
AULA 7 – Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Caso Concreto
Paulo, 16 anos, dirigindo o carro do pai, atropela e fere B
gravemente. A vítima, completamente embriagada,
atravessou a rua inesperadamente, sendo certo que Paulo
dirigia em velocidade normal. Pretende a vítima ser
indenizada por danos materiais e morais, pelo que propõe
ação contra Carlos, pai de Antonio. Procede o pedido? Como
advogado de Carlos o que você alegaria?
AULA 7 – Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Questão Objetiva
O vigilante de um Banco, encerrado o expediente, dirigiu-se
a um botequim levando o revólver que deveria ter deixado
no local de trabalho. Horas depois, já embriagado,
desentendendo-se com um colega, desferiu-lhe um tiro,
causando a sua morte. Tendo em vista a reparação dos
danos causados aos dependentes da vítima, é correto
afirmar:
AULA 7 – Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem.
RESPONSABILIDADE CIVIL
A) o Banco não responde porque o vigilante não estava no
exercício do trabalho;
B) o Banco responde porque o vigilante estava embriagado;
C) o Banco responde porque o fato foi cometido em razão
do trabalho;
D) o Banco não responde porque a conduta do vigilante foi
dolosa;
E) o Banco não responde porque houve culpa de sua parte e
a responsabilidade, no caso, é objetiva.
AULA 7 – Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Informativo nº 0515
Período: 3 de abril de 2013.
Terceira Turma 
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. INTERPOSIÇÃO DE RECURSO PELO FILHO MENOR EM FACE DE SENTENÇA CONDENATÓRIA 
PROFERIDA EM AÇÃO PROPOSTA UNICAMENTE EM FACE DE SEU GENITOR COM FUNDAMENTO NA RESPONSABILIDADE DOS PAIS POR 
ATO ILÍCITO QUE TERIA COMETIDO. 
O filho menor não tem interesse nem legitimidade para recorrer da sentença condenatória proferida em ação proposta
unicamente em face de seu genitor com fundamento na responsabilidade dos pais pelos atos ilícitos cometidos por filhos
menores. O art. 499, § 1º, do CPC assegura ao terceiro prejudicado a possibilidade de interpor recurso de determinada decisão,
desde que ela afete, direta ou indiretamente, uma relação jurídica de que seja titular. Assim, para que seja admissível o
recurso de pessoa estranha à relação jurídico-processual já estabelecida, faz-se necessária a demonstração do prejuízo sofrido
em razão da decisão judicial, ou seja, o terceiro deve demonstrar seu interesse jurídico quanto à interposição do recurso. O
CC, no seu art. 932, trata das hipóteses em que a responsabilidade civil pode ser atribuída a quem não seja o causador do
dano, a exemplo da responsabilidade dos genitores pelos atos cometidos por seus filhos menores (inciso I), que constitui
modalidade de responsabilidade objetiva decorrente do exercício do poder familiar. É certo que, conforme o art. 942,
parágrafo único, do CC, “são solidariamente responsáveis com os autores, os coautores e as pessoas designadas no art. 932”.
Todavia, o referido dispositivo legal deve ser interpretado em conjunto com os arts. 928 e 934 do CC, que tratam,
respectivamente, da responsabilidade subsidiária e mitigada do incapaz e da inexistência de direito de regresso em face do
descendente absoluta ou relativamente incapaz. Destarte, o patrimônio do filho menor somente pode responder pelos
prejuízos causados a outrem se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios
suficientes. Mesmo assim, nos termos do parágrafo único do art. 928, se for o caso de atingimento do patrimônio do menor, a
indenização será equitativa e não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependam. Portanto,
deve-se concluir que o filho menor não é responsável solidário com seus genitores pelos danos causados, mas, sim, subsidiário.
Assim,tratando-se de pessoa estranha à relação jurídico-processual já estabelecida e não havendo demonstração do prejuízo
sofrido em razão da decisão judicial, configura-se, na hipótese, a carência de interesse e legitimidade para a interposição de
recurso. REsp 1.319.626-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 26/2/2013.
AULA 7 – Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Informativo nº 0496
Período: 23 de abril a 4 de maio de 2012.
Terceira Turma 
DANOS MORAIS. ABANDONO AFETIVO. DEVER DE CUIDADO. 
O abandono afetivo decorrente da omissão do genitor no dever de cuidar da prole constitui elemento suficiente para
caracterizar dano moral compensável. Isso porque o non facere que atinge um bem juridicamente tutelado, no caso,
o necessário dever de cuidado (dever de criação, educação e companhia), importa em vulneração da imposição legal,
gerando a possibilidade de pleitear compensação por danos morais por abandono afetivo. Consignou-se que não há
restrições legais à aplicação das regras relativas à responsabilidade civil e ao consequente dever de indenizar no
Direito de Família e que o cuidado como valor jurídico objetivo está incorporado no ordenamento pátrio não com essa
expressão, mas com locuções e termos que manifestam suas diversas concepções, como se vê no art. 227 da CF. O
descumprimento comprovado da imposição legal de cuidar da prole acarreta o reconhecimento da ocorrência de
ilicitude civil sob a forma de omissão. É que, tanto pela concepção quanto pela adoção, os pais assumem obrigações
jurídicas em relação à sua prole que ultrapassam aquelas chamadas necessarium vitae. É consabido que, além do
básico para a sua manutenção (alimento, abrigo e saúde), o ser humano precisa de outros elementos imateriais,
igualmente necessários para a formação adequada (educação, lazer, regras de conduta etc.). O cuidado, vislumbrado
em suas diversas manifestações psicológicas, é um fator indispensável à criação e à formação de um adulto que tenha
integridade física e psicológica, capaz de conviver em sociedade, respeitando seus limites, buscando seus direitos,
exercendo plenamente sua cidadania. A Min. Relatora salientou que, na hipótese, não se discute o amar – que é uma
faculdade – mas sim a imposição biológica e constitucional de cuidar, que é dever jurídico, corolário da liberdade das
pessoas de gerar ou adotar filhos. Ressaltou que os sentimentos de mágoa e tristeza causados pela negligência
paterna e o tratamento como filha de segunda classe, que a recorrida levará ad perpetuam, é perfeitamente
apreensível e exsurgem das omissões do pai (recorrente) no exercício de seu dever de cuidado em relação à filha e
também de suas ações que privilegiaram parte de sua prole em detrimento dela, caracterizando o dano in re ipsa e
traduzindo-se, assim, em causa eficiente à compensação. Com essas e outras considerações, a Turma, ao prosseguir o
julgamento, por maioria, deu parcial provimento ao recurso apenas para reduzir o valor da compensação por danos
morais de R$ 415 mil para R$ 200 mil, corrigido desde a data do julgamento realizado pelo tribunal de origem. REsp
1.159.242-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 24/4/2012.
AULA 7 – Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Informativo nº 0484
Período: 26 de setembro a 7 de outubro de 2011.
Terceira Turma 
RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE. TRÂNSITO. 
Cinge-se a controvérsia em saber se o pai do condutor e proprietário do veículo causador do acidente que vitimou a mãe e
filha dos autores da ação é responsável civilmente pelo pagamento de indenização pelos danos sofridos, se é devida a
reparação por danos materiais e se o valor fixado a título de compensação por danos morais deve ser revisto. Embora o pai do
condutor alegue que seu filho (maior de idade e legalmente habilitado) pegou o carro sem autorização e que isso afastaria a
sua responsabilidade pelo acidente, o tribunal a quo consignou que a culpa dele consiste ou na escolha impertinente da pessoa
a conduzir seu carro, ou na negligência em permitir que terceiros, sem sua autorização, tomassem o veículo para utilizá-lo
(culpa in eligendo ou in vigilando, respectivamente). No entanto, o tribunal a quo não reconheceu a obrigação de reparar os
danos materiais sofridos em decorrência da morte da vítima por causa da ausência de comprovação de que ela contribuía
financeiramente para o sustento da família. Porém, a jurisprudência pátria admite a reparação por danos materiais
independentemente do exercício de atividade remunerada ou de contribuição efetiva do menor com a renda familiar,
utilizando como critério a condição econômica do núcleo familiar. Assim, há o dever do pai do condutor do veículo de reparar
os danos materiais sofridos pelos recorrentes em razão da morte da vítima. E, considerando que, na hipótese, além dos seus
pais, a vítima, já tinha um filho, ao qual também foi reconhecido o direito à reparação por danos materiais, entende-se
razoável reduzir o percentual adotado pela jurisprudência, de 2/3 para 1/3 da remuneração da vítima, para cálculo da
indenização devida aos seus ascendentes, desde a data do acidente, até a idade em que ela completaria 25 anos e, desde
então, reduzir-se-á tal valor pela metade até a idade em que ela completaria 65 anos de idade. E, ao seu filho, o valor será
correspondente a 2/3 da remuneração da vítima desde a data do acidente até que ele complete a idade de 25 anos, devendo
ser esse valor acrescido de correção monetária e juros de mora desde o evento danoso. Quanto à condenação referente aos
danos morais pela morte da vítima, a quantia, de acordo com a jurisprudência deste Superior Tribunal e com as peculiaridades
do caso, é irrisória, a admitir a revisão da quantificação. Com essas e outras considerações, a Turma conheceu em parte o
recurso interposto pelo pai do autor do acidente e, nessa parte, negou-lhe provimento e conheceu em parte o recurso
interposto pelo filho e pelos pais da vítima e, nessa parte, deu-lhe provimento para julgar procedente o pedido de condenação
ao pagamento de reparação por danos materiais e majorar o valor da compensação por danos morais para 300 salários mínimos
a cada um dos recorrentes. REsp 1.044.527-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/9/2011.
AULA 7 – Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Informativo nº 0468
Período: 28 de março a 8 de abril de 2011.
Quarta Turma 
DANOS MORAIS. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. CDC. 
Trata-se de ação indenizatória por danos materiais e morais ajuizada pelos pais em decorrência da morte de filho (seis anos), atacado e
morto por leões durante espetáculo de circo instalado na área contígua a shopping center. O menor fora tirar fotos com cavalos
acompanhado por prepostos do circo quando os leões que aguardavam em jaula precária para participar do espetáculo o puxaram entre
as grades. Para as instâncias ordinárias, a locação do espaço para a instalação do circo firmada pelas empresas locadoras rés, ora
recorrentes (integrantes do mesmo grupo societário do shopping), teve a motivação de atrair o público consumidor e elevar os lucros,
caracterizando uma relação de consumo; daí se reconhecer a legitimidade das empresas locadoras para responderem à ação
solidariamente, visto que consentiram na instalação do circo com total falta de segurança, de recursos humanos e físicos (segundo
apurou o laudo da Secretaria de Defesa Social). Isso porque o contrato de locação foi firmado em papel timbrado com logotipo do
shopping em que as empresas figuravam como locadoras e o circo se obrigava, entre outras coisas, a fornecer 500 convites para os
espetáculos e obedecer às normas do shopping center; os aluguéis e encargos eram pagos na administração do condomínio do shopping,
tudo a indicar que havia ligação administrativa e financeira entre o shopping e as empresas locadoras. Agora, no REsp, discute-se a
extensão da responsabilidadedas empresas locadoras pelo evento danoso e o quantum da indenização fixado pelas instâncias ordinárias
em R$ 1 milhão. Para o Min. Relator, diante das peculiaridades do caso concreto analisadas no tribunal a quo, não cabe falar em
ilegitimidade ad causam das litisconsortes passivas (empresas locadoras recorrentes). Assim, examinou as razões do TJ para condená-las
por equiparação a consumidor nos termos do art. 17 do CDC. Explicou o Min. Relator que o citado artigo estende o conceito de
consumidor àqueles que, mesmo não sendo consumidores diretos, acabam sofrendo as consequências do acidente de consumo, ou seja,
as vítimas do evento (bystanders). Na hipótese, as recorrentes não conseguiram provas de que a locação do circo não representava
serviço que o condomínio do shopping, sócio das empresas recorrentes, pôs à disposição dos frequentadores. Dessa forma, nesse caso, o
ônus da prova caberia ao fornecedor. Asseverou que o novo Código Civil, no art. 927, parágrafo único, admite a responsabilidade sem
culpa pelo exercício de atividade que, por sua natureza, representa risco ao direito de outrem. Observou, ainda, que a responsabilidade
indireta, no caso dos autos, vem do risco da própria atividade (apresentação de animais selvagens), sendo inerente a obrigação de zelar
pela guarda dos frequentadores e consumidores, o que garante à vítima ser indenizada (art. 93 do CC/2002 e Súm. n. 130-STJ). Já o
quantum foi reduzido a R$ 275 mil, com correção monetária a contar desse julgamento e juros contados da data do evento danoso.
Diante do exposto, a Turma, por maioria, deu parcial provimento ao recurso. Precedentes citados: REsp 476.428-SC, DJ 9/5/2005; REsp
181.580-SP, DJ 22/3/2004; REsp 7.134-SP, DJ 8/4/1991, e REsp 437.649-SP, DJ 24/2/2003. REsp 1.100.571-PE, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 7/4/2011.
AULA 7 – Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Informativo nº 0465
Período: 28 de fevereiro a 4 de março de 2011.
Quarta Turma 
ALIMENTOS. RESPONSABILIDADE. 
Trata-se de REsp em que se discute a possibilidade de o recorrente (um dos genitores) demandado em ação
de alimentos poder chamar o outro (no caso, a genitora) a integrar o polo passivo da referida ação. A Turma
proveu o recurso ao entendimento de que a obrigação alimentar é de responsabilidade dos pais e, na
hipótese de a genitora dos autores da ação de alimentos também exercer atividade remunerada, é
juridicamente legítimo que seja chamada a compor o polo passivo do processo para ser avaliada a sua
condição econômico-financeira para assumir, em conjunto com o genitor, a responsabilidade pela
manutenção dos filhos maiores e capazes. Ressaltou-se que, além da transmissibilidade, reciprocidade,
impenhorabilidade e imprescritibilidade, é também importante característica da obrigação alimentar a
divisibilidade. Desse modo, os pais, salvo na hipótese de qualquer deles estar na condição de guardião de
filhos menores, devem responder pelos alimentos, arcando cada qual com parcela compatível às próprias
possibilidades. Dessarte, nada mais razoável, na espécie, que, somente a partir da integração dos pais no
polo passivo da demanda, possa melhor ser aferida a capacidade de assunção do encargo alimentício em
quotas proporcionais aos recursos financeiros de cada um. Assim, reconheceu-se a plausibilidade jurídica do
pleito em questão, porquanto, embora se possa inferir do texto do art. 1.698 do CC/2002, norma de
natureza especial, que o credor de alimentos detém a faculdade de ajuizar ação apenas contra um dos
coobrigados, não há óbice legal a que o demandado exponha, de forma circunstanciada, a arguição de não
ser o único devedor e, por conseguinte, adote a iniciativa de chamamento de outro potencial devedor para
integrar a lide. REsp 964.866-SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 1º/3/2011.
AULA 7 – Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Informativo nº 0464
Período: 21 a 25 de fevereiro de 2011.
Quarta Turma 
ALIMENTOS. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. AVÓS. 
A Turma deu provimento ao recurso especial a fim de deferir o chamamento ao
processo dos avós maternos no feito em que os autores pleiteiam o pagamento de
pensão alimentícia. In casu, o tribunal a quo fixou a responsabilidade principal e
recíproca dos pais, mas determinou que a diferença fosse suportada pelos avós
paternos. Nesse contexto, consignou-se que o art. 1.698 do CC/2002 passou a prever
que, proposta a ação em desfavor de uma das pessoas obrigadas a prestar alimentos,
as demais poderão ser chamadas a integrar a lide. Dessa forma, a obrigação
subsidiária deve ser repartida conjuntamente entre os avós paternos e maternos,
cuja responsabilidade, nesses casos, é complementar e sucessiva. Precedentes
citados: REsp 366.837-RJ, DJ 22/9/2003, e REsp 658.139-RS, DJ 13/3/2006. REsp
958.513-SP, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, julgado em 22/2/2011.
AULA 7 – Responsabilidade Civil Pelo Fato de Outrem.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Material de Apoio:
Vídeos:
Teoria Geral da Responsabilidade Civil ( Pablo Stolze – TV Justiça)
http://www.youtube.com/watch?v=pcRD4sNEIVQ
Indicação de Filmes:
Capitalismo – Uma História de Amor.
http://www.youtube.com/watch?v=BwgmNh3VCrI
Um pouco de arte para relaxar:
Poesia – Perder – Elizabeth Bishop
http://www.youtube.com/watch?v=44qmEyDxaEM
Show – Kennedy Center 2010 – James Taylor & Mavis Staples – Let It Be and Hey Jude
http://www.dailymotion.com/video/xlk3uw_james-taylor-mavis-staples-let-it-be-and-hey-jude-
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