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2ª prova - Caderno de Responsabilidade Civil

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Responsabilidade Civil		Thais Ferreira Ramos
Fernanda Matielo	UniCEUB – 8º SEM
2ª prova – 21/11 (mista)
3ª prova – 28/11 (cumulativa)
RESPONSABILIDADE OBJETIVA POR FATO DE TERCEIRO: o inciso I e II deve ser lido em conjunto com o art. 928 (subsidiariedade).
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
No sistema de responsabilidade subjetiva a regra tradicional é que somente aquele que deu causa ao prejuízo é obrigado a reparar o dano (responsabilidade direta). A responsabilidade por fato de terceiro só era admitida com base no dever que algumas pessoas tinham de escolher bem ou zelar pelo comportamento de outros, inexperientes ou a ela subordinados por alguma razão, e desde que provado que elas concorreram para o dano por culpa ou negligência de sua parte. 
Em face do fortalecimento do sistema de segurança e garantia à vítima o Novo Código Civil adotou a Responsabilidade Objetiva nos casos previstos no art. 932, ou seja, no caso de responsabilidade por fato de terceiro. Assim, provado o nexo de causalidade com o ato de terceiro (menor, pupilo, empregado...) surge para aquele que o tem sob autoridade o dever de indenizar. Não se valora mais o comportamento do responsável. 
A responsabilidade indireta ou por fato de outrem é a exceção adotada pela lei, que encontra justificativa na necessidade de responsabilizar determinado sujeito que não praticou o ato ilícito porém foi eleito pelo legislador para reparar o dano em face do vínculo jurídico que o une ao autor do ato ilícito.
Na responsabilidade por fato de outrem há em tese concurso de duas responsabilidades – a do causador direito e a do responsável. A do responsável é objetiva. A do causador direita é subjetiva. Ambos respondem solidariamente perante a vítima (art. 942, parágrafo único).
Para ensejar o dever de indenizar é necessário demonstrar o ilícito na conduta do autor do dano. Se o causador direto do dano agir em condições em que não lhe possa ser imputada culpa alguma não há que se falar em dever de indenizar do responsável indireto. 
Tartuce: “Para que os pais respondam objetivamente é preciso provar a culpas dos filhos; para que os tutores ou curadores respondam é preciso provar a culpa dos tutelados ou curatelados, para que os empregadores respondam é preciso comprovar a culpa dos empregados; e assim sucessivamente.”
RESPONSABILIDADE DOS PAIS PELOS FILHOS MENORES: a responsabilidade dos pais está fundada no dever de guarda, independentemente da idade e discernimento do menor. Os pais somente serão responsáveis pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia. Trata-se de questão que decorre do exercício do poder familiar, que impõe, dentre outros, o dever de vigilância. Segundo o STJ, a autoridade parental não se esgota na guarda, sendo irrelevante a proximidade física no momento em que os menores venham a causar danos.
Segundo Cavalieri, Tepedino, Tartuce, Simão, e Gonçalves, a responsabilidade recai apenas ao responsável que possui a guarda do filho. Já Gisela Horonaka e Maria Benerince Dias entende que o responsável que não tem a guarda também é responsável pela educação do filho e responde.
Por fim, para Stolze, apenas o pai que exerce, de fato, autoridade sobre o menor, fruto da convivência com ele, poderia ser responsabilizado pelo dano causado pelo filho. 
Segundo a corrente clássica, “no caso dos pais estarem separados, um deles ausente ou interdito, a responsabilidade será daquele (pai ou mãe) que tem o filho sob sua posse e guarda, que exerce sobre ele o poder de direção.”
Se sob a guarda exclusiva de um dos cônjuges se encontra o menor por força de separação, divórcio ou regulamentação de guarda, responderá apenas o pai ou a mãe que tem o filho em sua companhia. A regra, porém, não é inexorável e admite o detido exame do caso concreto: o menor pode ter cometido o ato ilícito, por exemplo, quando na companhia do genitor, em dia regulamentado de visita. (Venosa)
Não haverá responsabilidade dos pais quando a guarda do filho é deferida a terceiro. Os pais não respondem por atos praticados em razão de trabalho do menor, a responsabilidade será do empregador. Para a corrente mais moderna a adoção da expressão “autoridade e companhia” amplia a abrangência da responsabilização, antes atribuída apenas ao que detinha a guarda, responsabilizando os genitores, independentemente da guarda.
Tal responsabilidade pode ser afastada pelo genitor que não detém a guarda ou não está na companhia provando-se a existência de uma razão jurídica justificadora. 
Segundo o STJ, a jurisprudência desta Corte Superior caminha no sentido de que é possível, ao genitor, ainda que separado e sem o exercício da guarda, eximir-se da responsabilidade civil de ilícito praticado por filhos menores, se comprovado que não concorreu com culpa na ocorrência do dano.
A separação por si só não afasta a responsabilidade dos pais pelos atos dos filhos menores, mas cabe a possibilidade de regresso quando houver culpa exclusiva de um dos genitores.
Enunciado 450 - Considerando que a responsabilidade dos pais pelos atos danosos praticados pelos filhos menores é objetiva, e não por culpa presumida, ambos os genitores, no exercício do poder familiar, são, em regra, solidariamente responsáveis por tais atos, ainda que estejam separados, ressalvado o direito de regresso em caso de culpa exclusiva de um dos genitores.
Com o regime de guarda compartilhada, regra, ambos os pais respondem independentemente de estarem na companhia do pai ou da mãe.
STJ: A mera separação dos pais não isenta o cônjuge, com o qual os filhos não residem, da responsabilidade em relação ao atos praticados pelos menores, pois permanece o dever de criação e orientação, especialmente se o poder familiar é exercido conjuntamente (REsp 1074937/MA).
DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL POR FATO DE OUTREM - PAIS PELOS ATOS PRATICADOS PELOS FILHOS MENORES. ATO ILÍCITO COMETIDO POR MENOR. RESPONSABILIDADE CIVIL MITIGADA E SUBSIDIÁRIA DO INCAPAZ PELOS SEUS ATOS (CC, ART. 928). LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO. INOCORRÊNCIA. 1. A responsabilidade civil do incapaz pela reparação dos danos é subsidiária e mitigada (CC, art. 928). 2. É subsidiária porque apenas ocorrerá quando os seus genitores não tiverem meios para ressarcir a vítima; é condicional e mitigada porque não poderá ultrapassar o limite humanitário do patrimônio mínimo do infante (CC, art. 928, par. único e En. 39/CJF); e deve ser equitativa, tendo em vista que a indenização deverá ser equânime, sem a privação do mínimo necessário para a sobrevivência digna do incapaz (CC, art. 928, par. único e En. 449/CJF). 3. Não há litisconsórcio passivo necessário, pois não há obrigação - nem legal, nem por força da relação jurídica (unitária) - da vítima lesada em litigar contra o responsável e o incapaz. É possível, no entanto, que o autor, por sua opção e liberalidade, tendo em conta que os direitos ou obrigações derivem do mesmo fundamento de fato ou de direito (CPC,73, art. 46, II) intente ação contra ambos - pai e filho -, formando-se um litisconsórciofacultativo e simples. 4. O art. 932, I do CC ao se referir a autoridade e companhia dos pais em relação aos filhos, quis explicitar o poder familiar (a autoridade parental não se esgota na guarda), compreendendo um plexo de deveres como, proteção, cuidado, educação, informação, afeto, dentre outros, independentemente da vigilância investigativa e diária, sendo irrelevante a proximidade física no momento em que os menores venham a causar danos. 5. Recurso especial não provido. (REsp 1436401/MG, 4ª TURMA, julgado em 02/02/2017, DJe 16/03/2017)
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE DOS PAIS E DA AVÓ EM FACE DE ATO ILÍCITO PRATICADO POR MENOR. SEPARAÇÃO DOS PAIS. PODER FAMILIAR EXERCIDO POR AMBOS OS PAIS. DEVER DE VIGILÂNCIA DA AVÓ. REEXAME DE FATOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL COMPROVADO. (...) 3. Quanto à alegada ilegitimidade passiva da mãe e da avó, verifica-se, de plano, que não existe qualquer norma que exclua expressamente a responsabilização das mesmas, motivo pelo qual, por si só, não há falar em violação aos arts. 932, I, e 933 do CC. 4. A mera separação dos pais não isenta o cônjuge, com o qual os filhos não residem, da responsabilidade em relação ao atos praticados pelos menores, pois permanece o dever de criação e orientação, especialmente se o poder familiar é exercido conjuntamente. Ademais, não pode ser acolhida a tese dos recorrentes quanto a exclusão da responsabilidade da mãe, ao argumento de que houve separação e, portanto, exercício unilateral do poder familiar pelo pai, pois tal implica o revolvimento do conjunto fático probatório, o que é defeso em sede de recurso especial. Incidência da súmula 7/STJ. 5. Em relação à avó, com quem o menor residia na época dos fatos, subsiste a obrigação de vigilância, caracterizada a delegação de guarda, ainda que de forma temporária. A insurgência quanto a exclusão da responsabilidade da avó, a quem, segundo os recorrentes, não poderia se imputar um dever de vigilância sobre o adolescente, também exigiria reapreciação do material fático-probatório dos autos. Incidência da súmula 7/STJ. (...) (REsp 1074937/MA, julgado em 01/10/2009, DJe 19/10/2009)
RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PAIS PELOS ATOS ILÍCITOS DE FILHO MENOR - PRESUNÇÃO DE CULPA - LEGITIMIDADE PASSIVA, EM SOLIDARIEDADE, DO GENITOR QUE NÃO DETÉM A GUARDA - POSSIBILIDADE - NÃO OCORRÊNCIA IN CASU - RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO. I - Como princípio inerente ao pátrio poder ou poder familiar e ao poder-dever, ambos os genitores, inclusive aquele que não detém a guarda, são responsáveis pelos atos ilícitos praticados pelos filhos menores, salvo se comprovarem que não concorreram com culpa para a ocorrência do dano. II - A responsabilidade dos pais, portanto, se assenta na presunção juris tantum de culpa e de culpa in vigilando, o que, como já mencionado, não impede de ser elidida se ficar demonstrado que os genitores não agiram de forma negligente no dever de guarda e educação. Esse é o entendimento que melhor harmoniza o contido nos arts. 1.518, § único e 1.521, inciso I do Código Civil de 1916, correspondentes aos arts. 942, § único e 932, inciso I, do novo Código Civil, respectivamente, em relação ao que estabelecem os arts. 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente, e 27 da Lei n.6.515/77, este recepcionado no art. 1.579, do novo Código Civil, a respeito dos direitos e deveres dos pais em relação aos filhos. III - No presente caso, sem adentrar-se no exame das provas, pela simples leitura da decisão recorrida, tem-se claramente que a genitora assumiu o risco da ocorrência de uma tragédia, ao comprar, três ou quatro dias antes do fato, o revólver que o filho utilizou para o crime, arma essa adquirida de modo irregular e guardada sem qualquer cautela (fls. 625/626). IV - Essa realidade, narrada no voto vencido do v. acórdão recorrido, é situação excepcional que isenta o genitor, que não detém a guarda e não habita no mesmo domicílio, de responder solidariamente pelo ato ilícito cometido pelo menor, ou seja, deve ser considerado parte ilegítima. V - Recurso especial desprovido. (REsp 777.327/RS, julgado em 17/11/2009, DJe 01/12/2009)
Acidente de trânsito. Responsabilidade do proprietário do veículo e dos pais do motorista. Precedentes da Corte. 1. Prevalece a responsabilidade do motorista, na linha da jurisprudência da Corte, quando de acordo com a prova dos autos não foi afastada a presunção de culpa do proprietário que empresta o seu veículo ao terceiro causador do acidente. 2. A responsabilidade do pai foi afastada porque não detinha a guarda nem estava o filho em sua companhia, mas não a da mãe, porque não enfrentado o argumento da falta de condições econômicas apresentado no especial para afastar seu dever de indenizar, prevalecendo, portanto, precedentes da Corte amparados no art. 1.521, I, do Código Civil de 1916. 3. Recurso especial não conhecido. (REsp 540.459/RS, julgado em 18/12/2003, DJ 22/03/2004, p. 299)
RESPONSABILIDADE DOS TUTORES E CURADORES: é a responsabilidade pelo ato dos pupilos e curatelados. Segundo Tepedino “não se considera incluído no inciso II o caso do pródigo, já que sua interdição somente o priva dos atos de disposição de patrimônio. Sua responsabilidade por ato ilícito é direta e pessoal.” Se o patrimônio do tutor ou curador foi insuficiente para reparar o dano, o patrimônio do incapaz responderá.
· Limite humanitário: A impossibilidade de privação do necessário à pessoa, prevista no artigo 928, traduz um dever de indenização equitativa, prezando o princípio constitucional de proteção à dignidade da pessoa humana. O limite humanitário do dever de indenizar determina que a passagem ao patrimônio do incapaz se dará não quando esgotados todos os recursos do responsável, mas quando reduzidos estes ao montante necessário à manutenção de sua dignidade.
RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR OU COMITENTE: comitente é a pessoa que incumbe alguém, mediante o pagamento de uma comissão, de executar certos atos em seu nome e sob sua direção e responsabilidade. Já o empregado é aquele que se encontra subordinado ao empregador.
Para caracterizar a responsabilidade do empregador ou comitente é necessário a existência de vínculo de subordinação e relação funcional entre esses e seus empregados ou prepostos. São dois vínculos diferentes, sendo que o do comitente não necessita haver prova formal do vínculo de subordinação, assim, se torna uma responsabilidade muito aberta, devendo haver cuidado na apuração. Cabe direito de regresso dos responsáveis pelos autores do ato ilícito. 
A responsabilidade do empregador é objetiva, mas a do empregado não, devendo o empregador provar efetivamente a culpa do empregado para ter direito ao regresso. Nem sempre a prova de culpa feita pela vítima é suficiente para provar a culpa do empregado, pois há possibilidade de o empregado ter agido de certa maneira por ordem do empregador. A adoção da responsabilidade objetiva acabou prejudicando a Súmula 341 do STF que fazia referência à “culpa presumida” dos empregadores e comitentes pelos atos de seus funcionários.
Pode entrar contra os dois indivíduos ou somente com relação a um deles, haja vista que a responsabilidade é solidária, de modo que pode entrar com a ação integral contra somente a um deles, cabendo a este entrar com ação de regresso contra o outro indivíduo.
Segundo Roberto Gonçalves, para caracterizar a responsabilidade do empregador por ato do preposto é necessário: 
1. Qualidade de empregado, serviçal ou preposto do causador do dano;
2. Prova de que o dano foi praticado pelo empregado/preposto de forma culposa (REsp 1072577/PR); 
3. Que o ato lesivo tenha sido praticado no exercício da função que lhe competia ou em razão dela.
Em regra, o ato ilícito praticado fora do horário de trabalho e desvinculado do exercício laboral não enseja a responsabilidade do empregador. No entanto, o STJ já admitiu que a responsabilidade pode alcançar situações em que a prática do ilícito pelo empregado ocorre fora do local de serviço ou da jornada de trabalho.(REsp 623.040/MG). Há discussão e polêmica na responsabilidade do empregador em face de acidente de veículo ocorrido com abuso do empregado (fora do horário do trabalho ou desvinculado das funções, mas com uso do veículo da empresa), pois há jurisprudência que entende que há a responsabilidade, e outras entendem que não. A corrente majoritária é reconhecer a responsabilidade objetiva para que a empresa responda.
Cabe à defesa do empregador demonstrar que o causador do dano não é seu empregado ou preposto, ou que o dano não foi causado no exercício do trabalho que lhe competia ou em razão dele, haja vista que, se utilizada a Teoria da Aparência, a responsabilidade da empresa se dá pelos atos daquele que ostenta a aparência de empregado ou preposto (REsp 1365339 / SP).
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DECISÃO MANTIDA. ACIDENTE. EMPREGADO. CULPA. COMPROVAÇÃO. REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO. EMPREGADOR. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. SÚMULA 83 DO STJ. NÃO PROVIMENTO. 1. O Tribunal de origem, com base nos fatos e provas dos autos, entendeu pela ocorrência de dano à parte ora agravada, por culpa do motorista da empresa agravante. O acolhimento das razões de recurso, na forma pretendida, demandaria o reexame de matéria fática. Incidência do verbete 7 da Súmula desta Corte. 2. Reconhecida a culpa do empregado pelo acidente, a responsabilidade do empregador é objetiva. Incidente, portanto, o enunciado 83 da Súmula do STJ. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no AgRg no AREsp 13.766/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/2012, DJe 20/11/2012)
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS. ACIDENTE DE TRÂNSITO. MORTE DAS VÍTIMAS. CULPA DO EMPREGADO CONFIGURADA NA ESFERA PENAL. PRESUNÇÃO DA RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR. AUSÊNCIA DE PROVAS DESCONSTITUTIVAS DA PRESUNÇÃO. CULPA E NEXOS CAUSAIS CONFIGURADOS. ART. 1.521 DO CÓDIGO CIVIL/1916 . SÚMULA 341/STF. 1. A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de reconhecer que o empregador responde objetivamente pelos atos ilícitos praticados pelos seus prepostos. O Tribunal a quo, ao concluir pela responsabilidade civil da empresa-recorrente, fundamentou-se nos elementos fáticos-probatórios analisados nas instâncias ordinárias, considerando que, ante a condenação criminal, transitada em julgado, imputada ao preposto da recorrente, tem-se como presumida a culpa do empregador na esfera cível, a teor do art. 1521 do Código Civil/1916, e da Súmula nº 341 do STF. ("É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo do empregado ou preposto"). Precedentes. 2. As instâncias ordinárias, com lastro nos aspectos específicos do caso, concluíram que a recorrente não trouxe aos autos quaisquer provas que pudessem desconfigurar a presunção criada com o trânsito em julgado do processo criminal, não demonstrando, assim, a sua não-culpa. 3. Recurso não conhecido. (REsp 528.569/RN, Rel. Ministro JORGE SCARTEZZINI, QUARTA TURMA, julgado em 20/09/2005, DJ 17/10/2005, p. 298).
RESPONSABILIDADE CIVIL. ATO DO PREPOSTO. CULPA RECONHECIDA. RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR. (ART. 1.521, INCISO III, CC/16; ART. 932, INCISO III, CC/2002). ATO PRATICADO FORA DO HORÁRIO DE SERVIÇO E CONTRA AS ORDENS DO PATRÃO. IRRELEVÂNCIA. AÇÃO QUE SE RELACIONA FUNCIONALMENTE COM O TRABALHO DESEMPENHADO. MORTE DO ESPOSO E PAI DOS AUTORES. CULPA CONCORRENTE. INDENIZAÇÕES POR DANOS MATERIAIS E MORAIS DEVIDAS. 1. A responsabilidade do empregador depende da apreciação quanto à responsabilidade antecedente do preposto no dano causado - que é subjetiva - e a responsabilidade consequente do preponente, que independe de culpa, observada a exigência de o preposto estar no exercício do trabalho ou o fato ter ocorrido em razão dele. 2. Tanto em casos regidos pelo Código Civil de 1916 quanto nos regidos pelo Código Civil de 2002, responde o empregador pelo ato ilícito do preposto se este, embora não estando efetivamente no exercício do labor que lhe foi confiado ou mesmo fora do horário de trabalho, vale-se das circunstâncias propiciadas pelo trabalho para agir, se de tais circunstâncias resultou facilitação ou auxílio, ainda que de forma incidental, local ou cronológica, à ação do empregado. 3. No caso, o preposto teve acesso à máquina retro-escavadeira - que foi má utilizada para transportar a vítima em sua "concha" - em razão da função de caseiro que desempenhava no sítio de propriedade dos empregadores, no qual a mencionada máquina estava depositada, ficando por isso evidenciado o liame funcional entre o ilícito e o trabalho prestado. 4. Ademais, a jurisprudência sólida da Casa entende ser civilmente responsável o proprietário de veículo automotor por danos gerados por quem lhe tomou de forma consentida. Precedentes. 5. Pela aplicação da teoria da guarda da coisa, a condição de guardião é imputada a quem tem o comando intelectual da coisa, não obstante não ostentar o comando material ou mesmo na hipótese de a coisa estar sob a detenção de outrem, como o que ocorre frequentemente nas relações ente preposto e preponente. 6. Em razão da concorrência de culpas, fixa-se a indenização por danos morais no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), bem como pensionamento mensal em 1/3 do salário mínimo vigente à época de cada pagamento, sendo devido desde o evento danoso até a data em que a vítima completaria 65 (sessenta e cinco) anos de idade. 7. Recurso especial conhecido e provido. (REsp 1072577/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 12/04/2012, DJe 26/04/2012).
RESPONSABILIDADE DOS QUE PARTICIPAM NO PRODUTO DO CRIME: aqueles que houverem participado, ainda que gratuitamente, no produto do crime, são solidariamente responsáveis à reparação civil até a quantia aproveitada. Para Gonçalves não é caso de responsabilidade mas de repetição do indébito, visto que aquele que não participou diretamente do crime mas aproveitou seu produto deverá devolvê-lo, até a respectiva quantia.
DONOS DE HOTEIS, HOSPEDARIAS OU ALBERGUES: trata da responsabilidade dos donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos, que, nesse caso, é contratual e objetiva.
Em razão da relação de consumo, o hóspede lesado só terá que comprovar o contrato de hospedagem e o dano dele resultante para ser indenizado (Gonçalves). O dever de cuidado com as bagagens se deve ao depósito necessário, e a responsabilidade poderá ser excluída se o hoteleiro provar que o prejuízo não poderia ter sido evitado por força maior ou culpa exclusiva da vítima. 
Não há responsabilidade no caso de hospedagem gratuita por fatos decorrentes do comportamento de outros hóspedes, mas se mantém no caso de responsabilidade por ato do empregado. Responsabilidade dos estabelecimentos de ensino. 
RESPONSABILIDADE INDIRETA: a responsabilidade direta é a regra e significa que o agente causador do dano responde diretamente pelo seu ato. Já a responsabilidade indireta (art. 932) ou por fato de terceiro é aquela cuja obrigação de indenizar desborda do autor direto do dano e alcança terceiro que não concorreu diretamente para realização do prejuízo. Trata-se de uma exceção, em que os casos estão dispostos na lei. Por exemplo, a responsabilidade dos pais pelos atos do filho ou do empregador pelos atos do empregado.
A responsabilidade indireta é caracterizada pela transferência a terceira pessoa da responsabilidade pelo ato praticado pelo agente causador do dano. Argumenta-se que o fundamento da responsabilidade pelo fato de terceiro decorre da violação do dever de guarda, vigilância ou custodia, todavia não será necessária a análise da conduta do agente responsável para caracterizar o dever de indenizar. 
Entende-se que há um vínculo jurídico entre o responsável e o autor do ato ilícito que enseja a responsabilidade objetiva do responsável pelos atos praticados pelos terceiros referidos na norma.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA: o artigo 933 estabelecea responsabilidade objetiva das pessoas indicadas no art. 932, pois, ainda que não haja culpa de sua parte, respondendo pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. 
Não se trata de responsabilidade objetiva fundada no risco, mas sim em razão da violação do dever objetivo de guarda e vigilância, conforme previsão legal específica. Isto é, não se discute mais de há descumprimento do dever de cuidado ou vigilância, na forma de culpa em vigilando ou eligendo, caracterizadoras da culpa presumida.
Na responsabilidade indireta existem duas esferas de análise:
· A primeira é objetiva, entre o responsável legal e a vítima;
· A segunda é subjetiva, uma vez que se refere ao autor do ato ilícito e a vítima, bem como do autor e do responsável em regresso. Nesse caso, a responsabilidade é solidária entre o autor do dano e o responsável legal pela reparação da vítima.
Embora desnecessária a análise de culpa do responsável perante a vítima, esta análise é indispensável na fixação do dever do agente causador do dano (via regressiva).
A responsabilidade dos genitores, tutores e curadores é solidária já que a do incapaz é subsidiária. Segundo o REsp 1319626/MG, “o filho menor não é responsável solidário com seu genitor, pelos danos causados, mas subsidiário”. Segundo o art. 942, são solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932. No caso dos incapazes não haverá responsabilidade solidária, mas subsidiária. Não tendo o responsável a quantia suficiente para reparação do dano, o incapaz será responsabilizado. O incapaz responde subsidiariamente pelos danos que causar, independentemente de que seja menor – absoluta ou relativamente – ou deficiente mental – total ou parcialmente.
DIREITO DE REGRESSO COMO CONSEQUÊNCIA DA RESPONSABILIDADE INDIRETA: nos casos de responsabilidade por fato de outrem, aquele que paga a indenização (o responsável indireto) tem o direito regressivo (ação in rem verso) contra o causador do dano. Isto é, cumprida a obrigação pelo responsável e não pelo causador direto do dano, existe o direito do pagador exigir do causador direto o valor que gastou.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
Exceção: não cabe regresso se o causador do dano for descendente de quem pagou, não importa se absoluta ou relativamente incapaz (solidariedade familiar). Não cabe regresso no caso de responsabilidade indireta dos pais.
V Jornada de Direito Civil - Enunciado 453 - Na via regressiva, a indenização atribuída a cada agente será fixada proporcionalmente à sua contribuição para o evento danoso.
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. RESPONSABILIDADE DOS PAIS PELOS DANOS CAUSADOS POR FILHOS MENORES. LEGITIMIDADE PARA RECORRER DO FILHO. AUSÊNCIA. 1. Discussão acerca da legitimidade do filho menor para recorrer de sentença proferida em ação proposta unicamente em face de seu genitor, com fundamento na responsabilidade dos pais pelos atos ilícitos cometidos pelos filhos menores. 2. Inviável o reconhecimento de violação ao art. 535 do CPC quando não verificada no acórdão recorrido omissão, contradição ou obscuridade apontadas pelo recorrente. 3. A ausência de decisão sobre os dispositivos legais supostamente violados, não obstante a interposição de embargos de declaração, impede o conhecimento do recurso especial. Incidência da Súmula 211/STJ. 4. Em regra, é a parte sucumbente quem tem legitimidade para recorrer. O art. 499, §1º, do CPC, contudo, assegura ao terceiro prejudicado a possibilidade de interpor recurso de determinada decisão, desde que ela afete, direta ou indiretamente, uma relação jurídica de que seja titular. 5. A norma do art. 942 do Código Civil deve ser interpretada em conjunto com aquela dos arts. 928 e 934, que tratam, respectivamente, (i) da responsabilidade subsidiária e mitigada do incapaz e (ii) da inexistência de direito de regresso em face do descendente absoluta ou relativamente incapaz. 6. Na hipótese, conclui-se pela carência de interesse e legitimidade recursal do recorrente porque a ação foi proposta unicamente em face do seu genitor, não tendo sido demonstrado o nexo de interdependência entre seu interesse de intervir e a relação jurídica originalmente submetida à apreciação judicial. 7. Negado provimento ao recurso especial. (REsp 1319626/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/02/2013, DJe 05/03/2013)
RESPONSABILIDADE POR FATO DE COISA (art. 937) OU DE ANIMAL (art. 936): é a responsabilidade decorrente de danos causados por objetos inanimados e seres irracionais, fundada na teoria da guarda (poder sobre a coisa ou animal).
A responsabilidade é do guardião da coisa ou animal, sendo que o guardião pode ser o dono ou o detentor, que detém poder de comando sobre o animal. Na visão de Stolze, guardião não é apenas o proprietário (guardião presuntivo), mas, até mesmo, o possuidor ou o mero detentor do bem, desde que, no momento do fato, detivesse o seu poder de comando ou direção intelectual.
A princípio, a responsabilidade era fundada na presunção de culpa. Atualmente foi alcançada pela teoria do risco, no sentido de que o guardião da coisa, que usufrui os cômodos da coisa também deve suportar os ônus.
O Código de 1916 adotava a análise de culpa para responsabilização por fato do animal, ao referir que o dono ou detentor poderia se eximir da responsabilidade se provasse que o guardava e vigiava com cuidado preciso, que o animal foi provocado por outro, que houve imprudência do ofendido ou que o fato resultou de caso fortuito ou força maior. 
No novo Código Civil, em seu art. 936, abandonou a culpa e adotou o critério da responsabilidade objetiva.
· Responsabilidade objetiva do guardião – Teoria da guarda – poder de comando sobre o animal (pode ser o dono ou possuidor). 
· Isenção do dono em caso de posse do animal por terceiro (ex. adestrador, pet...) 
O guardião só se exime se provar rompimento do nexo causal, não importando a investigação de culpa, salvo para configurar a culpa exclusiva da vítima.
Responsabilidade civil por acidente envolvendo animal na estrada: o STJ no RESP 438.831/RS estabeleceu a regra de que poderá haver responsabilidade civil subjetiva do Estado por omissão em fiscalizar e sinalizar rodovia federal (se estende a rodovia estadual). A responsabilidade do Estado por omissão é subjetiva. Em se tratando de rodovia gerenciada por concessionário de serviço público, a responsabilidade passa a ser objetiva com base no Código de Defesa do Consumidor (RESP 647710/RJ).
DANOS MORAIS. ANIMAL DOMÉSTICO. MORDIDA. DANO MORAL .CARACTERIZAÇÃO. I - É objetiva a responsabilidade pela reparação por danos causados por animais domésticos. II -O valor fixado a título de indenização por dano moral deve pautar-se pelos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, atendendo à dúplice função de reparação do prejuízo e punição do ofensor, visando o caráter pedagógico da medida, sem, contudo, ensejar enriquecimento sem causa. III - O porte do animal e a extensão das lesões devem ser considerados ao determinar o montante da reparação. IV - apelação provida. (Acórdão n.487573, 20090710269624APC, Relator: CESAR LABOISSIERE LOYOLA, Revisor: JAIR SOARES, 6ª Turma Cível, Data de Julgamento: 02/03/2011, Publicado no DJE: 17/03/2011. Pág.: 314)
INDENIZAÇÃO. DANO MATERIAL. ART. 936 DO CC. CAUSA DO ACIDENTE DE TRÂNSITO. ANIMAL NA PISTA. PROVA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. I - O dono ou detentor é responsável pelos danos causados por semovente, art. 936 do CC, cabendo à vítima provar a existência do dano, e que este foi causado por determinado animal. II - O autor comprovou o dano no veículo, mas não que o acidente de trânsito foi causado pela presença de um animal na pista, sendo improcedente a pretensão indenizatória por danos materiais, uma vez que não se desincumbiu do ônus que lhe cabia, art. 333, inc. I, do CPC. III - Nostermos do art. 20, § 4º, do CPC, os honorários serão fixados mediante apreciação equitativa do Juiz, observadas as alíneas "a", "b" e "c" do § 3º do art. 20 do mesmo diploma legal. Mantido o valor dos honorários advocatícios. IV - Apelações desprovidas. (Acórdão n.774510, 20110710274294APC, Relator: VERA ANDRIGHI, 6ª Turma Cível, Data de Julgamento: 26/03/2014, Publicado no DJE: 08/04/2014. Pág.: 233)
REPARAÇÃO DE DANOS ESTÉTICOS E MORAIS. ATAQUE DE ANIMAL. RESPONSABILIDADE DO DONO OU DENTENTOR. GRATUIDADE DE JUSTIÇA. IMPUGNAÇÃO. 1 - Configurado o ato ilícito, ataque de animal, a conduta negligente da proprietária que permitiu a fuga do animal, e o nexo de causalidade entre as lesões sofridas pela vítima e a conduta negligente, há dever de reparação civil pelos danos materiais, morais e estéticos. 2 - É lícita a cumulação das indenizações por dano estético e dano moral (STJ, súmula 387). Para que ocorra o dano estético bastante a degradação física sofrida pela vítima decorrente do ato ilícito, ainda que as lesões não sejam expostas a terceiros. 3 - O valor de indenização por dano moral deve ser fixado prudente e moderadamente, levando em conta critérios de proporcionalidade e razoabilidade e atendendo às condições do ofensor, do ofendido e do bem jurídico lesado. 4 -Salvo se dos autos resultar o contrário, para que a parte goze dos benefícios da assistência judiciária, basta a declaração de insuficiência de recursos (L. 1.060/50, art. 4º e § 1º). Apelação provida. 5 - Apelação do autor provida. Apelação da ré provida em parte. (Acórdão n.500372, 20070710366772APC, 6ª Turma Cível, Data de Julgamento: 27/04/2011, Publicado no DJE: 05/05/2011. Pág.: 318)
RESPONSABILIDADE PELA RUÍNA DE EDIFÍCIO OU CONSTRUÇÃO:
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
A responsabilidade do dono/proprietário do edifício ou construção é objetiva (art. 937 do CC). A ruína pode ser total ou parcial (pode ser o desprendimento de revestimentos de parede, queda de vidros e telhas, soltura de placas de concreto ou a ruína absoluta, quando o imóvel vem a baixo).
A interpretação dada é de que ainda que exista manutenção recorrente, a responsabilidade é objetiva. Ou seja, a demonstração de cuidado e diligência não exime de responsabilidade pela ruína (queda de partes do edifício ou da própria construção, cujo fato já presume a ruína). Somente há a exoneração da responsabilidade com o rompimento do nexo causal.
É pacífica a jurisprudência do STJ no sentido da responsabilização pelo proprietário da obra solidariamente ao empreiteiro quanto aos danos decorrentes da construção.
RESPONSABILIDADE PELAS COISAS CAÍDAS DE EDIFÍCIO:
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
Trata-se da responsabilidade do habitante pelas coisas caídas ou lançadas de habitações e que atinjam pessoas ou coisas. Actio de effusis et dejectis é a ação que a vítima ajuíza contra o responsável do imóvel pelo dano causado pelas coisas caídas ou lançadas de edifícios que atinjam pessoas ou bens. Na actio de effusis et dejectis, a responsabilidade é objetiva. Assim, provado o fato e o dano do mesmo resultante, a obrigação indenizatória surge como normal consequência. A exclusão da responsabilidade só ocorrerá com o rompimento do nexo causal. Há possibilidade do condomínio responder no caso de impossibilidade na identificação da unidade de onde partiu o objeto.
JUIZADOS ESPECIAIS. CIVIL. DESPRENDIMENTO DE JANELA (BLINDEX) DO APARTAMENTO DA RÉ/RECORRENTE DURANTE TEMPORAL. QUEDA NO ESTACIONAMENTO DO EDIFÍCIO. DANOS AO VEÍCULO DO AUTOR. O PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL É RESPONSÁVEL PELOS DANOS DECORRENTES DA RUÍNA DESTE. CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR NÃO CARACTERIZADO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. 1. Busca a ré/recorrente a desconstituição do julgado que a condenou ao pagamento da quantia de R$ 7.304,43 (sete mil trezentos e quatro reais e quarenta e três centavos) ao autor, pelo fato de uma das janelas de seu apartamento, locado à época, ter se desprendido e caído sobre o veículo do recorrido, o qual estava no estacionamento do condomínio. 2. O caso em análise amolda-se, claramente, ao art. 937 do Código Civil (CC/2002); pois, diante da dinâmica, a qual resta incontroversa, apenas 01 (uma) janela se desprendeu do edifício durante o aduzido temporal, decalcando-se a responsabilidade da proprietária do imóvel/ré pelo evento danoso em virtude da ruína, mesmo que parcial, de sua unidade, prejudicando a alegação de caso fortuito ou de força maior. 3. Diante da constatação da ruína, ainda que parcial, da unidade da ré, é elidida a incidência do art. 938 do CC/2002, que prevê a responsabilidade do "habitante/locatário" pelo dano proveniente das coisas que caírem ou forem lançadas em lugar indevido (um vaso de flores, por exemplo); "in casu", o objeto fazia parte do imóvel, atraindo a responsabilidade do proprietário. 4. Com efeito, não merece reparo sentença que condena a parte ré a reparar o dano experimentado pelo autor proveniente de objeto lançado de imóvel de propriedade da demandada em virtude de sua ruína parcial. 5. […] (Acórdão n.609586, 20110112217465ACJ, Relator: FLÁVIO FERNANDO ALMEIDA DA FONSECA, 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do DF, Data de Julgamento: 07/08/2012, Publicado no DJE: 13/08/2012. Pág.: 247)
ENUNCIADOS:
I Jornada de Direito Civil - Enunciado 45 No caso do art. 935, não mais se poderá questionar a existência do fato ou quem seja o seu autor se essas questões se acharem categoricamente decididas no juízo criminal.
V Jornada de Direito Civil - Enunciado 453 Na via regressiva, a indenização atribuída a cada agente será fixada proporcionalmente à sua contribuição para o evento danoso.
VI Jornada de Direito Civil - Enunciado 556 A responsabilidade civil do dono do prédio ou construção por sua ruína, tratada pelo art. 937 do CC, é objetiva.
VI Jornada de Direito Civil - Enunciado 557 Nos termos do art. 938 do CC, se a coisa cair ou for lançada de condomínio edilício, não sendo possível identificar de qual unidade, responderá o condomínio, assegurado o direito de regresso.
V Jornada de Direito Civil - Enunciado 459 A conduta da vítima pode ser fator atenuante do nexo de causalidade na responsabilidade civil objetiva.
V Jornada de Direito Civil - Enunciado 452 A responsabilidade civil do dono ou detentor de animal é objetiva, admitindo-se a excludente do fato exclusivo de terceiro.
V Jornada de Direito Civil - Enunciado 443 O caso fortuito e a força maior somente serão considerados como excludentes da responsabilidade civil quando o fato gerador do dano não for conexo à atividade desenvolvida.
V Jornada de Direito Civil - Enunciado 447 As agremiações esportivas são objetivamente responsáveis por danos causados a terceiros pelas torcidas organizadas, agindo nessa qualidade, quando, de qualquer modo, as financiem ou custeiem, direta ou indiretamente, total ou parcialmente.
CASOS ESPECÍFICOS:
Responsabilidade pelo acidente causado por veículo locado: segundo a súmula 492 do STF a empresa locadora de veículo, com base na teoria do risco, responde solidariamente com o locatário pelo dano causado.
Súmula 492 do STF: A empresa locadora de veículos responde, civil e solidariamente com o locatário, pelos danos por este causados a terceiro, no uso do carro locado. 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. DANOS CAUSADOS A TERCEIRO PELO USO DE VEÍCULO LOCADO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA LOCADORA. SÚMULA 492 DO STF. (...) 2. O acórdão recorrido acompanha o entendimento desta Corte quando entende ser solidária a responsabilidade da locadora pelos danos causados a terceiro pelo uso de veículo locado. Incidência da Súmula 492 do STF. Precedentes. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no Ag 1405666/SC, Rel. MinistroRAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 17/10/2013, DJe 05/12/2013)
Responsabilidade civil pelo acidente causado por veículo conduzido por terceiro: responsabilidade solidária do proprietário com o condutor. 
O STJ (REsp 57792/DF) tem entendido que o proprietário é solidariamente responsável com o condutor pelo acidente causado, à luz da teoria do risco. Quem empresta coisa a alguém cria um risco e passa a ser solidariamente responsável pelo risco por ele criado.
Na ação de indenização por danos materiais decorrentes de acidente de trânsito, é legitimada ativamente a pessoa que suportou o prejuízo com a reparação do dano (proprietário ou condutor). A responsabilização do proprietário do veículo pressupõe seu mau uso, traduzido no agir culposo do terceiro condutor, causador do acidente.
AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DOIS RECURSOS OPOSTOS CONTRA A MESMA DECISÃO. PRECLUSÃO. UNIRRECORRIBILIDADE. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. ATROPELAMENTO AUTOMOBILÍSTICO FATAL. CONDUTOR CONDENADO NA ESFERA CRIMINAL. RESPONSABILIDADE DO PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO. PRETENSÃO DE REAPRECIAÇÃO DAS PROVAS CARREADAS AOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. […]. 3. O Tribunal de origem, utilizando-se dos elementos da ação criminal ajuizada contra o condutor do veículo, concluiu pela sua responsabilidade do atropelamento fatal, decorrente da sua imprudência em desenvolver velocidade incompatível com a quantidade de pedestres e baixa iluminação no local. Dessa sorte, revela-se desnecessária a análise de culpa do proprietário, porquanto "a responsabilização do proprietário do veículo pressupõe seu mau uso, traduzido no agir culposo do terceiro condutor, causador do acidente" (REsp 608.869/RJ, Rel. Ministro Fernando Gonçalves, Quarta Turma, julgado em 09/12/2008, DJe de 09/02/2009). […]. (AgRg no AREsp 182.399/MS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 10/09/2013, DJe 17/09/2013)
TEORIA DO RISCO
Risco:
· Integral
· Art. 246 do CC
· Dano ambiental
· Dano nuclear
· Administrativo
· Responsabilidade objetiva do Estado. No entanto, a responsabilidade do Estado para com o seu agente é subjetiva, devendo provar a culpa.
· Empresarial
· Art. 14 do CDC (responsabilidade objetiva – regra geral)
· Art. 12, §3º
· Não colocou no mercado
· Não existe defeito
· Culpa exclusiva do consumidor ou de 3º
Responsabilidade:
· Subjetiva
· Conduta danosa
· Culpa
· Dolo
· Culpa
· Negligência
· Imprudência
· Imperícia
· Nexo de causalidade
· Dano
· Objetiva (independe de culpa)
· Conduta danosa
· Nexo de causalidade
· Dano
Defeito: é aquilo que causa dano além do vício inicial. É o que explode, por exemplo.
· Produto – é tudo que é possível de entregar; é palpável. Nesse caso, há responsabilidade solidária do comerciante, se não identificar o fornecedor real e/ou não conservar adequadamente.
Art. 12, § 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar (teoria do risco ou da atividade empresarial):
I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste (defeito ≠ vício);
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
· Serviço
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
· Profissionais liberais – responsabilidade subjetiva. Art. 14, § 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
Vício: é um defeito que não se estende além dele próprio.
· Produto
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis (90d) ou não duráveis (30d) respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de 30 dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
O prazo para sanar o vício pode ser convencionado de outra maneira, sendo o prazo mínimo de 7 dias e o prazo máximo de 180 dias. Cabe ao fornecedor provar esse acordo de prazo.
· Serviço
· Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade.
Decadência: prazo para reclamar, entregar o produto para conserto.
· Vícios
· 30 dias = produtos ou serviços não duráveis
· 90 dias = produtos ou serviços duráveis + garantia contratual
Obstam a decadência a reclamação do consumidor ao fornecedor, e a instauração de inquérito civil.
Prescrição:
· Defeitos – 5 anos (do conhecimento do dano) para ação indenizatória.
Sujeitos: segundo o art. 2° do CDC, consumidor é toda pessoa física ou jurídica, que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final (teoria finalista). Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Já o art. 3° diz que o fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. Produto, por sua vez, é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
QUESTÕES DE CONCURSO NO SLIDE
RESPONSABILIDADE POR ABUSO DE DIREITO:
Cobrança antes do vencimento: o devedor não pode ser obrigado a pagar dívida antes do vencimento, salvo nos casos previstos no art. 333, como falência do devedor (PJ) ou de concurso de credores (PF); se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor; e, se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro.
Se o contrato não estabelecer o vencimento, o credor pode cobrar a obrigação de imediato. Segundo o art. 331, salvo disposiçãolegal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente. 
No caso do mútuo de dinheiro, não tendo sido estipulado o vencimento, o prazo legal para pagamento é de 30 dias (art. 592, II do CC). As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor (art. 332).
A cobrança antes do vencimento constitui ato ilícito e obriga o credor a esperar o tempo que faltava até o vencimento, além de descontar os juros e pagar as custas em dobro. 
Segundo Tepedino, “não é objetiva a responsabilidade do credor pela cobrança ante tempus.” Trata-se de responsabilidade subjetiva, com presunção de culpa, permitindo ao credor provar que houve motivo para se equivocar ou antecipar a cobrança da prestação. A jurisprudência exige a demonstração de má-fé do credor na cobrança antecipada. 
Demandar por dívida já paga: a sanção prevista no artigo 940 do Código Civil vigente - pagamento em dobro por cobrança de dívida já paga - somente pode ser aplicada quando comprovada a má-fé do credor. Precedentes do STJ.
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição.
O artigo 940 do Código Civil estabelece penalidade contra aquele que demanda dívida já paga, por deliberada má-fé, a qual não se confunde com a indenização por danos morais, pois não está limitada à previsão do aludido artigo. Para a imposição da penalidade prevista acima, exige-se a efetiva propositura de uma "demanda", ou seja, de uma ação judicial, para a cobrança do valor já pago, além da má-fé do suposto credor.
CDC – A cobrança extrajudicial pode dar ensejo à pena prevista no art. 42 do CDC quando se tratar de relação de consumo. Nesse caso, em razão da hipossuficiência do credor, a responsabilidade é objetiva e dispensa a prova do dolo ou má-fé. (REsp1200417 / MT)
Art. 42 – Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
STJ – Devolução em dobro de indébito (artigo 42, parágrafo único, do CDC). Pressupostos necessários e cumulativos: 
(i) Cobrança extrajudicial indevida de dívida decorrente de contrato de consumo;
(ii) Efetivo pagamento do indébito pelo consumidor; e 
(iii) Engano injustificável por parte do fornecedor ou prestador.
RECURSO ESPECIAL - DEMANDA INDENIZATÓRIA - RECUSA INDEVIDA À COBERTURA DE PLANO DE SAÚDE - BENEFICIÁRIA QUE, PREMIDA POR RISCO DE MORTE, EFETUA DESEMBOLSO PARA AQUISIÇÃO DE STENT - CIRCUNSTÂNCIA CONFIGURADORA DE COBRANÇA INDIRETA, AUTORIZANDO, EM PRINCÍPIO, A APLICAÇÃO DA PENALIDADE PREVISTA NO ARTIGO 42, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CDC, EM DESFAVOR DO FORNECEDOR - AUSÊNCIA, TODAVIA, DE MÁ-FÉ NA CONDUTA DA OPERADORA - NULIDADE DE CLÁUSULA CONTRATUAL DECRETADA EM JUÍZO - IMPOSSIBILIDADE DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO EM DOBRO - RECURSO DESPROVIDO. 1. Devolução em dobro de indébito (artigo 42, parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor). Pressupostos necessários e cumulativos: (i) cobrança extrajudicial indevida de dívida decorrente de contrato de consumo; (ii) efetivo pagamento do indébito pelo consumidor; e (iii) engano injustificável por parte do fornecedor ou prestador. 1.1. A conduta da operadora de plano de saúde que nega indevidamente fornecimento de stent, para aplicação em intervenção cirúrgica cardíaca, forçando o consumidor a adquiri-lo perante terceiros, configura cobrança extrajudicial indireta, ocasionando locupletamento do fornecedor e, por isso, possibilita, em tese, a aplicação da penalidade prevista no artigo 42, parágrafo único, do CDC. 1.2. Todavia, resta ausente, no caso, a má-fé do prestador do serviço, pois a negativa apresentada ao consumidor, ainda que abusiva, encontrava-se prevista em cláusula contratual, presumidamente aceita pelas partes quando da celebração do negócio jurídico. Não configurada a má-fé na cobrança extrajudicial, direta ou indireta, inviabiliza-se a cominação da penalidade atinente à repetição do indébito em dobro. Precedentes. (REsp 1177371/RJ, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 20/11/2012, DJe 30/11/2012)
Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o autor desistir da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido.
Requer demonstração de prova da má-fé do credor na propositura de ação de cobrança judicial da dívida antes do seu vencimento ou já quitada. A cobrança maliciosa da dívida não se confunde com litigância de má-fé. Se houver desistência da ação antes de contestada a lide, independentemente da autorização do réu (art. 267, § 4º CPC), fica impossibilitada a aplicação da multa (art. 941)
CIVIL - INDENIZAÇÃO - DANOS MATERIAIS - AÇÃO DE BUSCA E APREENSÂO DE VEÍCULO - PRESTAÇÕES QUITADAS - INDENIZAÇÃO EQUIVALENTE AO DOBRO DO VALOR COBRADO - PEDIDO DE DESISTÊNCIA DA AÇÃO ANTES DA CONTESTAÇÃO - APLICAÇÃO DO ART. 941 DO CÓDIGO CIVIL - INDENIZAÇÃO INDEVIDA. 1. Nos termos do art. 940 do Código Civil, "aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição." 2. Se houve pedido desistência da ação antes da citação, incide o disposto no art. 941 do Código Civil que estabelece: "as penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o autor desistir da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido." 3. Apelação conhecida e provida. (Acórdão n.331988, 20070110900050ACJ, Relator: FÁTIMA RAFAEL, 1ª Turma Recursal dos JECC/DF, julgado em: 21/10/2008, publicado em: 24/11/2008. Pág.: 200)
CONSUMIDOR. CARTÃO DE CRÉDITO. PAGAMENTO REALIZADO. COBRANÇA INDEVIDA. DEVOLUÇÃO SIMPLES. INAPLICABILIDADE DO ART. 940 DO CÓDIGO CIVIL. […] 2. A aplicação da punição prevista no art. 940 do Código Civil exige que a cobrança da dívida já paga seja feita no bojo de uma demanda judicial. Essa ilação se torna mais evidente diante dos termos categóricos do art. 941 do mesmo diploma legal que isenta de responsabilidade o autor da demanda se "desistir da ação antes de contestada a lide." 3. Se na hipótese a cobrança se fez por via extrajudicial não há fundamento legal para a imputação da responsabilidade de pagamento em dobro do valor cobrado. 4. O prazo de 15 dias para pagamento espontâneo previsto no art. 475-J do CPC não se inicia automaticamente com o trânsito em julgado da sentença, mostrando-se necessária e suficiente a intimação da parte por meio de seu advogado. 5. A multa é meio de coação não aplicável às obrigações de pagar quantia certa. 6. Recurso conhecido. Provido parcialmente para excluir o pagamento em dobro do valor cobrado. Mantendo a sentença na parte em que declarou a inexistência do débito. (Acórdão n.808270, 20130910284502ACJ, 3ª Turma Recursal dos JE/DF, Julgado 29/07/2014, Publicado 01/08/2014)
DIREITO DO CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL. MULTA CIVIL. ART. 940 DO CC. APLICAÇÃO. COBRANÇA DE DÍVIDA NÃO VENCIDA E PARCIALMENTE PAGA. AJUIZAMENTO INDEVIDO DE AÇÃO MONITÓRIA. APELO PROVIDO. 1. O conceito de abuso de direito, apoiado na teoria objetiva, observa as condutas que ferem o fim social esculpido na lei, sem que para tanto se necessite verificar a má-fé ou boa-fé do ofensor. Para que haja a sua configuração, basta a simples atuação que extrapola os limites legais. 2. Aquele que busca o adimplemento de dívida paga ou exige mais do que devido, abusa do seu direito de demanda e deve arcar com a penalidade esculpida no art. 940 do CódigoCivil. 3. A multa civil se origina da ideia da prática do abuso do direito, prescindindo, portanto, da verificação da boa-fé ou má-fé do demandante. 3. Recurso provido. (Acórdão n.716024, 20110112142342APC, , 3ª Turma Cível, Data de Julgamento: 18/09/2013, Publicado no DJE: 02/10/2013. Pág.: 136)
RESPONSABILIDADE DECORRENTE DO ABUSO DE DIREITO: ilícito de direito = abuso de direito.
Planiol – nega a teoria em face de sua impropriedade conceitual (contradictio in adiectio). Defende que se há abuso não há direito. Aquele que, ao exercer seu direito, excede os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, ou ainda, pela boa-fé ou pelos bons costumes, comete abuso de direito e fica obrigado a indenizar o prejuízo causado, independentemente da comprovação de culpa. 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
O abuso de direito é um ilícito objetivo. A culpa não integra a base do abuso de direito (afasta o animus nocendi). O elemento utilizado no art. 187 do CC foi um elemento objetivo ou finalístico para a configuração do abuso de direito (desvirtuamento da sua finalidade).
O abuso de direito ocorre quando o agente, atuando dentro das prerrogativas que o ordenamento jurídico lhe concede, deixa de considerar a finalidade social do direito subjetivo e, ao utiliza-lo desconsideradamente, causa dano a outrem.
A jurisprudência considera como abuso de direito o ato que constitui exercício egoístico, anormal do direito, sem motivos legítimos, com excessos intencionais ou involuntários, nocivos a outrem, contrários aos destinos econômicos ou sociais do direito em geral e por isso reprovado pela consciência pública. (Tepedino)
Deve-se reprimir o exercício do direito quando se inspira na intenção de causar o mal a outrem. (Teoria do animus nocendi – Caio Mario). 
O Código Civil adotou a teoria de que não importa para caracterização do uso ilícito do direito a deliberação do malfazer (a intenção), pois abusa do seu direito aquele que leva o seu exercício ao extremo de convertê-lo em prejuízo à outrem sem vantagem para si mesmo. (Caio Mário)
Para Cavalieri "exercício regular de direito é o direito exercido regularmente, normalmente, razoavelmente, de acordo com seu fim econômico, social, a boa-fé e os bons costumes". O indivíduo, no exercício de seu direito, deve conter-se no âmbito da razoabilidade. Se o excede, embora o esteja exercendo, causa um mal desnecessário e injusto e equipara o seu comportamento ao ilícito e fica obrigado a reparar. A teoria do abuso do direito busca reprimir que o indivíduo conduza a utilização de seu direito até o ponto de transformá-lo em causa de prejuízo alheio. (Caio Mário)
O doutrinador Paulo Nader estabelece alguns requisitos para caracterização do abuso de direito:
1) Titularidade do Direito: o agente responsável civilmente há de estar investido da titularidade de um direito subjetivo, ao exercitá-lo, por si ou por intermédio dos seus subordinados.
2) Exercício Irregular do Direito: o titular do direito que vai além do necessário no exercício do que a lei lhe confere abusa do direito. 
3) Rompimento dos limites impostos: o agente extrapola os limites ditados pelos fins econômicos ou sociais.
4) Violação do direito alheio: o exercício abusivo pelo titular do direito deve violar direito alheio para que o prejudicado possa se valer das medidas judiciais.
5)  Nexo de Causalidade:  é imprescindível que a lesão ao direito alheio seja decorrente do exercício abusivo do direito do titular (conduta do agente).
O elemento subjetivo da conduta (culpa), muito embora elemento constitutivo do ato ilícito subjetivo não integra o conceito de abuso de direito que se caracteriza como ilícito objetivo.
3. A comunicação de delito e de sua autoria configura exercício regular de DIREITO, se não incidir em excesso ou ABUSO. Não tendo a notícia sido baseada em indícios concretos, mas em mera ilação, constitui ato ilícito e abre a porta para a RESPONSABILIDADE civil, nos termos do que dispõem os artigos 186 e 187 do Código Civil. 4. Demonstrada a culpa da Apelada, bem como o prejuízo causado, por sua conduta, à honra do Autor, resta configurado o dano moral, ensejando a INDENIZAÇÃO a esse título perquirida na exordial.
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO BANCÁRIO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DÉBITO AUTOMÁTICO EM CONTA INATIVA SEM ANUÊNCIA DA CORRENTISTA. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM CADASTRO DE RESTRIÇÃO AO CRÉDITO. ABUSO DE DIREITO. DANOS MORAIS. CONFIGURADOS. QUANTUM INDENIZATÓRIO. MANUTENÇÃO. 1. A instituição bancária deve tomar as precauções necessárias ao promover lançamentos de débitos automáticos nas contas de seus correntistas, sob pena de se responsabilizar objetivamente pelo fato do serviço, a teor do art. 14 do Código de Defesa do Consumidor. 2.Evidenciada a realização de descontos indevidos na conta corrente da parte autora, bem como a inscrição de seu nome em cadastro de restrição ao crédito, tem-se por configurados danos de ordem moral passíveis de indenização. 3.Para a fixação do quantum indenizatório a título de danos morais, deve o magistrado levar em consideração as condições pessoais das partes, a extensão do dano experimentado, bem como o grau de culpa do réu para a ocorrência do evento, não se justificando a redução do valor arbitrado quando observados os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. (Acórdão n.807306, 20120111577604APC, 3ª Turma Cível, Data de Julgamento: 23/07/2014, Publicado no DJE: 30/07/2014. Pág.: 124)
RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL: a responsabilidade civil profissional trata da obrigação de reparar os danos decorrentes do exercício do ofício do trabalhador. Por atividade profissional, tem-se um conjunto de atos praticados por um sujeito em virtude do exercício de seu ofício, seja ele autônomo ou subordinado. 
· Atividade profissional – ofício
· Atividade econômica – empresarial
Algumas profissões, no entanto, em razão do risco e importância que representam à sociedade estão sujeitas à disciplina especial. Ademais, o preenchimento de requisitos legais (diplomação, inscrição em órgão profissional, habilitação técnica específica...) para o exercício de certas atividades não exime o profissional de responder pelos danos que possa causar em razão da sua atuação.
Natureza Jurídica: a responsabilidade profissional decorre em regra de uma relação jurídica contratual, em que há uma preexistência de relação obrigacional. Em alguns casos, o profissional responderá também pelo descumprimento legal ou regulamentar de sua respectiva atividade (responsabilidade extracontratual).
Há a controvérsia doutrinária sobre a natureza da obrigação assumida pelo profissional, ou seja, se é obrigação de meio ou obrigação de resultado.
· A obrigação de meio é aquela em que o devedor se obriga a exercer sua atividade com prudência e diligência normais na prestação de certo serviço para atingir um resultado (melhor resultado), mas sem comprometer-se a obtê-lo. Ex. obrigação do advogado, médicos em geral. 
· Culpa provada: na obrigação de meio, a vítima tem que provar a falha na prestação do serviço (falta de diligência na atuação, inobservância da melhor técnica ou atuação desonesta e desleal). 
· A obrigação de resultado é aquela em que o credor tem o direito de exigir do devedor a produção de um resultado, sem o qual terá o inadimplemento da relação obrigacional. Responde pelo insucesso do seu ato. Ex. transportador, engenheiro...
· Culpa presumida: cabe ao devedor provar a inexistência de sua culpa. Na obrigação de resultado incumbe ao profissional a prova de que não agiu com a imprudência, negligência ou imperícia. Deverá demonstrar fato imponderável e inevitável, capaz de romper o nexo e afastar seu dever de indenizar, não bastando a simples demonstração de ausência de culpa. Não é sinônimo de responsab. objetiva.
Em ambos os casos, no entanto, tem-se a responsabilidade civil subjetivado profissional, ou seja, é necessária a verificação da culpa em sentido amplo para a configuração do dever de indenizar. A prova da culpa é relevante, embora haja a presunção de culpa (elemento anímico) com a inversão do ônus nas obrigações de resultado.
RESPONSABILIDADE MÉDICA: tem natureza contratual. Excepcionalmente há responsabilidade extracontratual, como no caso do médico praticar um ilícito penal ou não observar as normas regulamentares da profissão, como o Termo de Consentimento Informado (ou livre e esclarecido) absolutamente completo em questão de informação (o que geralmente não acontece).
A responsabilidade dos profissionais liberais, inclusive médicos, é subjetiva (Art. 14, §4º do CDC – responsabilidade subjetiva dos profissionais liberais, e art. 951 CC/02). A obrigação do médico também pode ser de meio ou de resultado.
Vejamos, na obrigação de meio, o profissional não assume o resultado, se obriga a empregar a melhor técnica de tratamento, porém não significa o dever de curar o paciente. Se ocorre um dano ao paciente, quem tem que fazer a prova da culpa é o paciente, pois nas obrigações de meio estar-se-á frente a chamada culpa provada.
Na obrigação de resultado, o profissional se obriga não só a empreender sua atividade com diligência mas sim de atingir o resultado esperado. Há uma presunção de culpa daquele profissional que não alcança o resultado. Ex. cirurgia estética. Excepcionalmente, as atividades que denotam uma obrigação de meio podem se converter em obrigação de resultado a depender da forma como se deu a pactuação com o consumidor dos serviços médicos.
· Prestação de Serviço Direta e Pessoal – resp. contratual subjetiva – obrigação de meio – culpa provada (erro grosseiro).
· Matéria técnica (exige prova pericial).
· Comprovação do erro profissional (confrontar o comportamento do médico com os cuidados possíveis e cabíveis ao caso).
· Prestação de Serviço Hospitalar – resp. contratual objetiva – obrigação de meio, sem discussão de culpa (CDC).
V Jornada de Direito Civil - Enunciado 460 – A responsabilidade subjetiva do profissional da área da saúde, nos termos do art. 951 do Código Civil e do art. 14, § 4º, do Código de Defesa do Consumidor, não afasta a sua responsabilidade objetiva pelo fato da coisa da qual tem a guarda, em caso de uso de aparelhos ou instrumentos que, por eventual disfunção, venham a causar danos a pacientes, sem prejuízo do direito regressivo do profissional em relação ao fornecedor do aparelho e sem prejuízo da ação direta do paciente, na condição de consumidor, contra tal fornecedor.
CIVIL E CONSUMIDOR. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, MATERIAIS E ESTÉTICOS. ALEGAÇÃO DE ERRO MÉDICO. OBRIGAÇÃO DE RESULTADO. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO PROFISSIONAL DE SAÚDE. CULPA NÃO CARACTERIZADA. 1. (...) 2. A responsabilidade dos profissionais liberais é subjetiva e deve ser apurada mediante a comprovação efetiva da culpa, conforme parágrafo quarto do artigo 14, do Código de Defesa do Consumidor. 3. De acordo com o entendimento majoritário, tanto na doutrina quanto na jurisprudência, a obrigação do médico especificamente na cirurgia plástica estética é de resultado e não de meio, de forma que, ocorrendo a piora na aparência do paciente, haverá presunção de culpa do profissional que a realizou. 4. Pelo acervo probatório produzido nos autos, não há como se imputar a culpa ao médico. Se a perícia assenta, com convicção, que as complicações sofridas pela requerente não decorreram da intervenção, não há como responsabilizar o médico, pois tal solução pressupõe o estabelecimento do nexo causal entre causa e efeito da alegada falta. 5. Apelação não provida. Sentença mantida. (Acórdão n.778762, 20090110448295APC, Relator: FLAVIO ROSTIROLA, Revisor: TEÓFILO CAETANO, 1ª Turma Cível, Data de Julgamento: 09/04/2014, Publicado no DJE: 23/04/2014. Pág.: 66)
ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. OBRIGAÇÃO DE MEIO, E NÃO DE RESULTADO. ERRO MÉDICO. REEXAME DE PROVAS. SUMULA 07/STJ. 1. O Superior Tribunal de Justiça entende que a relação entre médico e paciente é de meio, e não de fim (exceto nas cirurgias plásticas embelezadoras), o que torna imprescindível para a responsabilização do profissional a demonstração de ele ter agido com culpa e existir o nexo de causalidade entre a sua conduta e o dano causado – responsabilidade subjetiva, portanto. (...) (AgRg no Ag 1269116/RJ, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/04/2010, DJe 14/04/2010)
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. NULIDADE DOS ACÓRDÃOS PROFERIDOS EM SEDE DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO CONFIGURADA. CIRURGIA PLÁSTICA ESTÉTICA. OBRIGAÇÃO DE RESULTADO. DANO COMPROVADO. PRESUNÇÃO DE CULPA DO MÉDICO NÃO AFASTADA.PRECEDENTES. 1. Não há falar em nulidade de acórdão exarado em sede de embargos de declaração que, nos estreitos limites em que proposta a controvérsia, assevera inexistente omissão do aresto embargado, acerca da especificação da modalidade culposa imputada ao demandado, porquanto assentado na tese de que presumida a culpa do cirurgião plástico em decorrência do insucesso de cirurgia plástica meramente estética. 2. A obrigação assumida pelo médico, normalmente, é obrigação de meios, posto que objeto do contrato estabelecido com o paciente não é a cura assegurada, mas sim o compromisso do profissional no sentido de uma prestação de cuidados precisos e em consonância com a ciência médica na busca pela cura. 3. Apesar de abalizada doutrina em sentido contrário, este Superior Tribunal de Justiça tem entendido que a situação é distinta, todavia, quando o médico se compromete com o paciente a alcançar um determinado resultado, o que ocorre no caso da cirurgia plástica meramente estética. Nesta hipótese, segundo o entendimento nesta Corte Superior, o que se tem é uma obrigação de resultados e não de meios. 4. No caso das obrigações de meio, à vítima incumbe, mais do que demonstrar o dano, provar que este decorreu de culpa por parte do médico. Já nas obrigações de resultado, como a que serviu de origem à controvérsia, basta que a vítima demonstre, como fez, o dano (que o médico não alcançou o resultado prometido e contratado) para que a culpa se presuma, havendo, destarte, a inversão do ônus da prova. 5. Não se priva, assim, o médico da possibilidade de demonstrar, pelos meios de prova admissíveis, que o evento danoso tenha decorrido, por exemplo, de motivo de força maior, caso fortuito ou mesmo de culpa exclusiva da "vítima" (paciente). 6. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 236.708/MG, Rel. Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS, 4ª TURMA, julgado em 10/02/2009, DJe 18/05/2009)
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO. NEGLIGÊNCIA. INDENIZAÇÃO. RECURSO ESPECIAL. 1. A doutrina tem afirmado que a responsabilidade médica empresarial, no caso de hospitais, é objetiva, indicando o parágrafo primeiro do artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor como a norma sustentadora de tal entendimento. Contudo, a responsabilidade do hospital somente tem espaço quando o dano decorrer de falha de serviços cuja atribuição é afeta única e exclusivamente ao hospital. Nas hipóteses de dano decorrente de falha técnica restrita ao profissional médico, mormente quando este não tem nenhum vínculo com o hospital – seja de emprego ou de mera preposição –, não cabe atribuir ao nosocômio a obrigação de indenizar. 2. Na hipótese de prestação de serviços médicos, o ajuste contratual – vínculo estabelecido entre médico e paciente – refere-se ao emprego da melhor técnica e diligência entre as possibilidades de que dispõe o profissional, no seu meio de atuação, para auxiliar o paciente. Portanto, não pode o médico assumir compromisso com um resultado específico, fato que leva ao entendimento de que, se ocorrer dano ao paciente, deve-se averiguar se houve culpa do profissional – teoria da responsabilidade subjetiva. No entanto, se, na ocorrência de dano impõe-se ao hospital que responda objetivamente pelos erros cometidos pelo médico, estar-se-á aceitando que o contratofirmado seja de resultado, pois se o médico não garante o resultado, o hospital garantirá. Isso leva ao seguinte absurdo: na hipótese de intervenção cirúrgica, ou o paciente sai curado ou será indenizado – daí um contrato de resultado firmado às avessas da legislação. 3. O cadastro que os hospitais normalmente mantêm de médicos que utilizam suas instalações para a realização de cirurgias não é suficiente para caracterizar relação de subordinação entre médico e hospital. Na verdade, tal procedimento representa um mínimo de organização empresarial. 4. Recurso especial do Hospital e Maternidade São Lourenço Ltda. provido. (REsp 908.359/SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, 2ª SEÇÃO, julgado em 27/08/2008, DJe 17/12/2008)
Atuação Médica: todo procedimento médico tem um potencial de trazer para o paciente uma complicação, por mais leve que seja. Há muitos procedimentos que causam sequelas ao paciente, mas que precisam ser realizados em razão de não haver outro tratamento possível para aquele mal. Por isso é interessante entender as diferenças dos erros:
· Erro Profissional: falha humana decorrente do exercício do ofício – profissão. A conduta médica pode estar correta, mas a técnica empregada não. Não responsabilizará o médico se não demonstrada a culpa na sua conduta ou se o erro for escusável tendo em vista as circunstâncias do caso. 
· Erro Médico: é a falha profissional imputada ao médico por imprudência, negligência ou imperícia (por culpa), sujeitando-o às sanções civis, penais e administrativas. 
· Erro De Diagnóstico: deve ser grosseiro para gerar dever de indenizar, como um diagnóstico precipitado e impreciso.
· Iatrogenia (iatros: médico; genia: origem): danos causados em razão de consequências previsíveis ou não da atuação médica – não gera dever de indenizar. 
Intercorrências:  fatos imprevisíveis decorrentes do tratamento, como reação adversa do organismo da pessoa, pouca resistência imunológica, etc. Em regra, não gera dever de indenizar.
Equipe Médica – atualmente, entende-se que, em regra, cada um responde individualmente pela sua especialidade. Se há chefe cirurgião, os atos dos demais são considerados atos de prepostos e o chefe responde.
Responsabilidade civil dos Planos de Saúde: se o médico for cadastrado pelo plano de saúde, haverá responsabilidade solidária entre o médico e o plano de saúde, pois aquele será equiparado a preposto da pessoa jurídica. Quando há escolha do médico pelo próprio paciente que é reembolsado pelo plano de saúde das despesas efetuadas, não haverá responsabilidade do plano, pois não possui qualquer ingerência na escolha do profissional.
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE. ERRO MÉDICO.1.- A operadora de plano da saúde responde por falhas nos serviços prestados por profissional médico credenciado. Precedentes desta Corte 2.- Agravo Regimental improvido.(AgRg no AREsp 194.955/RJ, 3ª TURMA, julgado em 26/02/2013, DJe 20/03/2013)
A Súmula 10 da ANS impõe que as operadoras de planos de saúde arquem com as despesas médicas oriundas de compli-cações de procedimentos não cobertos, em virtude do princípio da preservação da vida, órgão ou função do paciente.
DIREITO DA SEGURADORA: segundo o Enunciado 552 da VI Jornada de Direito Civil, constituem danos reflexos reparáveis as despesas suportadas pela operadora de plano de saúde decorrentes de complicações de procedimentos por ela não cobertos.
Ocorre que as operadoras de planos de saúde devem arcar com as despesas médicas oriundas de complicações de procedimentos não cobertos, em virtude do princípio da preservação da vida, órgão ou função do paciente. Quando a complicação for decorrente de vícios nos materiais utilizados no procedimento, por erro médico ou por condições inadequadas das clínicas e dos hospitais, tais como infecção hospitalar ou falta de equipamentos, há direito da operadora de ser ressarcida pelo causador do dano em caso de culpa.
A Lei n. 9.656/1998 determina que a assistência prestada pelas operadoras de planos de assistência à saúde compreende todas as ações necessárias à prevenção da doença e a recuperação, manutenção e reabilitação da saúde, observados os termos da referida lei e do contrato firmado entre as partes. 
Não se pretende imputar responsabilidade aos médicos e estabelecimentos de tratamento de saúde por complicações oriundas de casos fortuitos (por exemplo, deficiência imunológica oriunda do próprio paciente ou da doença que o acomete). O que se busca é atribuir a devida responsabilidade em caso de não observância dos deveres de diligência e cuidado que envolvem a área da saúde.
DEVER DE INFORMAR: esse dever é obrigação da atividade médica, devendo ser claro sobre todas as consequências da conduta a ser adotada pelo profissional e pelo paciente. O Enunciado 533 da VI Jornada declara que o paciente plenamente capaz poderá deliberar sobre todos os aspectos concernentes a tratamento médico que possa lhe causar risco de vida, seja imediato ou mediato, salvo as situações de emergência ou no curso de procedimentos médicos cirúrgicos que não possam ser interrompidos.
Termo de Consentimento Informado – é o documento no qual o médico informa os riscos e recebe autorização para o procedimento. O Documento de recomendações médicas não substitui o Termo de Consentimento Informado.
A intervenção cirúrgica ou invasiva deve ser precedida de autorização do paciente. O consentimento do paciente será dispensável em caso de emergência. 
V Jornada - Enunciado 402 - O art. 14, parágrafo único, do Código Civil, fundado no consentimento informado, não dispensa o consentimento dos adolescentes para a doação de medula óssea prevista no art. 9º, § 6º, da Lei n. 9.434/1997 por aplicação analógica dos arts. 28, § 2º (alterado pela Lei n. 12.010/2009), e 45, § 2º, do ECA.
V Jornada - Enunciado 403 - O Direito à inviolabilidade de consciência e de crença, previsto no art. 5º, VI, da Constituição Federal, aplica-se também à pessoa que se nega a tratamento médico, inclusive transfusão de sangue, com ou sem risco de morte, em razão do tratamento ou da falta dele, desde que observados os seguintes critérios: a) capacidade civil plena, excluído o suprimento pelo representante ou assistente; b) manifestação de vontade livre, consciente e informada; e c) oposição que diga respeito exclusivamente à própria pessoa do declarante.
CONSUMIDOR. CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS INFRINGENTES CÍVEIS. AÇÃO REPARATÓRIA DE DANOS. CIRURGIA PLÁSTICA ESTÉTICA PARA EMBELEZAMENTO DO NARIZ (RINOPLASTIA). OBRIGAÇÃO DE RESULTADO. ACENTUAÇÃO DE DEFEITO FÍSICO EXISTENTE. ASSINATURA DE FORMULÁRIO PADRÃO. AUSÊNCIA DE CONSENTIMENTO INFORMADO. CULPA PRESUMIDA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO MÉDICO E DA CLÍNICA. DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO. DANO ESTÉTICO. REMANESCÊNCIA DE DEFORMIDADE NO NARIZ. CARACTERIZAÇÃO. DEVER DE INDENIZAR. VALOR. PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. ADSTRIÇÃO À NORMATIVA DA EFETIVA EXTENSÃO DO DANO. RECURSO DESPROVIDO. 1. Prevalece o entendimento, tanto na doutrina como na jurisprudência, de que a obrigação do médico na cirurgia plástica estética é de resultado e não de meio. Isso porque esse tipo de intervenção surge para trazer ao paciente/cliente um conforto/reconforto estético. Não é ele portador de moléstia, mas sim de uma imperfeição que objetiva ver corrigida/amenizada. 2. Na cirurgia plástica estética, assume relevância a existência de um documento denominado "consentimento informado", pelo qual o paciente/cliente é esclarecido detalhadamente sobre o procedimento, eventuais efeitos colaterais, medidas de resguardo que deve tomar antes da realização da intervenção cirúrgica e durante a sua recuperação, dentre outros dados. 2.1. Cabe ao cirurgião empregar a terapêutica com rigorosa segurança e, no plano da informação (CDC, art. 6º, III; CC, art. 15), prevenir o paciente de todos os riscos previsíveis, ainda que não se realizem senão excepcionalmente, informando-lhe, sem exceções, as situações que surgirão com o ato interventivo, inclusive as pré e pós-operatórias.

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