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O PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM DIANTE DA MORTE Quando se pensa na morte como aspecto biológico e racional é relativamente fácil fazer seu diagnóstico como um acontecimento que completa o ciclo nascer, crescer, envelhecer e morrer da vida, auxiliando na continuidade da espécie. Mas, quando ela ocorre, envolve contextos emocionais, por representar o rompimento de um vínculo com alguém que se goste ou não, que não mais estará e fará parte do cotidiano dos vivos. PROFISSIONAIS DE SAÚDE X MORTE Profissionais de saúde são os que mais lutam contra a morte Diante de uma sociedade que nega a morte, a missão de enfrentá-la foi delegada aqueles que ao vender sua força de trabalho, assumem o mandato social de cuidar dos vivos e dos mortos de modo exclusivo e silencioso PROFISSIONAIS DE SAÚDE X MORTE O avanço da tecnologia contribuiu para que profissionais de saúde se apropriem cada vez mais da vida e neguem a morte Profissionais de saúde admitem de má vontade os casos em que não podem realizar milagres “Nem a morte consegue escapar da invasão da técnica, já que não se permite mais que o paciente morra sossegado” (SHAKTI, 1994. p. 83) PROFISSIONAIS DE SAÚDE X MORTE A sensação de fracasso diante da morte não é atribuída apenas ao insucesso dos cuidados empreendidos Derrota diante da morte e da missão implícita das profissões de saúde: salvar o indivíduo, diminuir sua dor e sofrimento, manter-lhe a vida. PROFISSIONAIS DE SAÚDE X MORTE O despreparo acadêmico, a dificuldade de discutir sobre o assunto e a não aceitação da morte como parte da vida, são fatores que contribuem para esta tal dificuldade. PROFISSIONAIS DE SAÚDE X MORTE O aprendizado para enfrentar a morte é solitário e vem da necessidade individual do profissional que no cotidiano de trabalho convive com a morte O profissional não se habitua, pois lidar com a morte é doloroso, por isso acaba por juntar ao sofrimento, a mecanização das ações O assistir ao morrer dos pacientes terminais conduz os profissionais de saúde à reflexão em relação à finitude humana: não somos eternos PROFISSIONAIS DE SAÚDE X MORTE O profissional de enfermagem é o único que assiste o ser humano em todas as suas fases de vida Quando a morte se faz presente, pode causar um estado de tristeza, perda, frustração e estresse já que ver o corpo inerte de uma pessoa para o qual se prestou cuidados, se dedicou tempo, energia, carinho, amor, se trocou palavras e até mesmo se riu lado a lado é algo que causa estranheza. PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM X MORTE COMPORTAMENTO EQUIPE DE SAÚDE DISTANCIAMENTO CRÍTICO X PROFISSIONALISMO AFETIVO DISTANCIAMENTO CRÍTICO Indiferença diante da dor do paciente. Relaciona-se com a doença não se importando com o sofrimento emocional do paciente e de seus familiares; Inerente à prática do profissional de saúde, onde há a necessidade do distanciamento dos problemas trazidos pelos pacientes, para que não ocorra mistura entre as questões pessoais e profissionais; DISTANCIAMENTO CRÍTICO Não somos como máquinas tratando de doenças que “eventualmente” ocorrem com as pessoas. Agimos como se não fôssemos pessoas tratando de outras pessoas. Assumimos uma postura técnica que simplesmente nos transforma em algo inumanos sem a menor emoção com o que quer que seja. PROFISSIONALISMO AFETIVO O profissional trata o doente com respeito pela sua dor e sofrimento. Adota uma postura que, embora pareada por certo distanciamento, traz um grande respeito pelo paciente e sua dor; É uma atitude que pode ser considerada como procedimento idealizado de atendimento, pois o paciente sentir-se-á acolhido em sua dor e o profissional da saúde não se envolverá emocionalmente. Desta forma não existe o desdém diante do sofrimento do outro. HUMANIZAÇÃO “Humanizar não é uma técnica, uma arte e muito menos um artifício; é um processo vivencial que permeia toda a atividade do local e das pessoas que ali trabalham, dando ao paciente o tratamento que merece como pessoa humana, dentro das circunstâncias peculiares em que cada um se encontra no momento de sua internação.” (AMIB, 2004) HUMANIZAÇÃO Humanizar a morte e resgatá-la como processo natural e único para cada pessoa e para cada familiar no qual o paciente está inserido requer atenção ao fato de as doenças , em sua dimensão científica, não fazerem esquecer o doente como o centro de tudo. Ingrid Esslinger/2004 A morte não afeta os profissionais de enfermagem do mesmo modo. A maneira como reagem varia, em geral, de acordo com a idade de quem está morrendo, a gravidade da doença e o grau de envolvimento com o paciente. PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM X MORTE Acompanhar o processo de morte e morrer provoca sentimentos negativos como: frustração, desapontamento, derrota, tristeza, pesar, cobrança quanto aos cuidados prestados, pena e dó. O profissional de enfermagem vivencia momentos de luto com a morte, principalmente, se já havia criado um vínculo afetivo com o paciente (LIMA, 2005). PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM X MORTE Os profissionais de saúde sentem uma responsabilidade enorme em manter a vida dos pacientes, e lidam com a morte como algo resultante de um acidente diante do propósito da sua profissão e com isso acabam por considerar como até mesmo um fracasso por parte da própria equipe Este argumento causa-lhes sentimentos de tristeza, angústias e até mesmo de derrota, (CÂNDIDO, 2009) PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM X MORTE Diante da vulnerabilidade imposta pela situação de morte, o equilíbrio emocional e uma boa interação na equipe contribui para que o atendimento para o paciente e para a família se torne adequado e de boa qualidade e para que se possa ter uma reestrutura diante da fase crítica do paciente. PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM X MORTE A elaboração e o esclarecimento das preocupações do profissional de enfermagem frente ao desconhecido contribui para que este seja capaz de manter uma relação interpessoal de ajuda, a qual é a essência do ato de cuidar, tanto com o paciente que necessita ser ajudado nesta fase de sua vida, quanto para com seus familiares. PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM X MORTE Os profissionais de enfermagem que se confrontam com a morte nos seus contextos de trabalho, necessitam adquirir conhecimentos e desenvolver capacidades e competências de forma a encarar e gerir a morte do outro que nos é semelhante. PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM X MORTE Os profissionais de enfermagem necessitam de suporte emocional/psicológico e educacional para lidarem com a morte de forma mais harmoniosa e assistirem às reais necessidades principalmente nos que diz respeito das crianças e adolescentes que estão em iminência de morte, pois isso sensibiliza mais os profissionais de enfermagem. PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM X MORTE Ajudar o doente e a família num momento em que experimentam grande sofrimento constituiu um dos maiores desafios que a prática quotidiana coloca aos profissionais de enfermagem. É preciso entender que a morte nem sempre é significado de fracasso ou insucesso e sim algo que faz parte de um ciclo natural da vida. PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM X MORTE Art. 19 - Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade do ser humano, em todo seu ciclo vital, inclusive nas situações de morte e pós-morte. Art. 29- Promover a eutanásia ou participar em prática destinada a antecipar a morte do cliente. Art. 120 - § 3º - São consideradas infrações gravíssimas as que provoquem morte [...] ABORDAGEM DA MORTE NO CÓDIGO DE ÉTICA DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM Obrigada
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