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capítulo 11: Escalas e variáveis Objetivos Ao término deste capítulo o leitor deve estar capacitado a entender os diferentes tipos de escalas e os diversos tipos de variáveis. Nota: Este capítulo é complementado pelos apêndices 2 e 3. Sumário: 11.1 -Tipos de escalas 11.1.1-Escala tipo Thurstone 11.1.2-Escala tipo Likert 11.1.3-Escala de freqüência verbal ou de avaliação de frequência 11.1.4-Escala ordinal 11.1.5-Escala de ranking forçado 11.1.6-Escala linear numérica 11.1.7-Escala tipo trade-off 11.2 - Tipos de variáveis 11.3 - Resumo. 11.4 - Veja se sabe responder. 11.1 Tipos de escalas. Uma escala é um instrumento científico de observação e mensuração de fenômenos sociais. Ander-Egg (p.141) afirma que a escala foi idealizada com a finalidade de medir a intensidade das atitudes e opiniões na forma mais objetiva possível. Meireles & Enoki (2002) compilaram que há inúmeros tipos de escalas, inúmeras técnicas que transformam uma série de fatos qualitativos em fatos quantitativos ou variáveis, às quais se pode aplicar processos de mensuração e de análise estatística. Há inúmeros tipos de escalas, inúmeras técnicas que transformam uma série de fatos qualitativos em fatos quantitativos ou variáveis, às quais se pode aplicar processos de mensuração e de análise estatística (ver esquema acima). Em Marconi e Lakatos (1986:88), pode-se encontrar algumas. Ander-Egg (1978:142) indica seis tipos de escalas: dgpbervig Realce dgpbervig Realce dgpbervig Realce dgpbervig Realce dgpbervig Realce (1) de ordenação (de pontos, de classificação direta; de comparações binárias); (2) de intensidade; (3) de distância social (de Bogardus; de Dood; de Crespi); (4) de Thurstone; (5) de Guttman e (6) de Likert. 11.1.1-Escala tipo Thurstone Thurstone (1959), formulou uma lei que tem a capacidade de medir as “diferenças discriminatórias” de um mesmo estímulo no continuum psicológico do indivíduo. O continuum é considerado uma escala psicológica onde os valores atribuídos aos estímulos estão posicionados. Para o autor, o indivíduo atribui valor a um estímulo por meio de processos discriminatórios, que são os processos pelo qual o organismo identifica, distingue ou reage a um estímulo. O autor acredita que, por causa das variações momentâneas no organismo dos indivíduos, um dado estímulo não desperta sempre o mesmo processo discriminatório. Assim, as pessoas podem reagir de maneira diferente a um mesmo estímulo em momentos diferentes, atribuindo valores mais altos ou mais baixos a esses estímulos. Essa abordagem nos leva à lei do julgamento comparativo de Thurstone que incita um indivíduo a julgar os estímulos em pares, identificando qual dos estímulos tem maior valor para ele. Com a aplicação da lei pode- se capturar o valor que o indivíduo atribui a um mesmo estímulo em momentos diferentes (comparado a estímulos diferentes) no seu continuum psicológico. Este valor é apresentado na forma de um ranking da preferência do indivíduo pelos estímulos no continuum psicológico. 11.1.2-Escala tipo Likert A mais notável, pelo uso, é a de Likert, que, em 1932 propôs uma escala de cinco pontos que se tornou paradigma “da mensuração qualitativa” no dizer de Pereira (1999:65). A escala Likert - como qualquer outra escala- fundamenta-se no estabelecimento de premissas de relação entre atributos de um objeto e uma representação simbólica desses atributos. Pereira destaca que o sucesso da escala Likert deve residir no fato de que “ela tem a sensibilidade de recuperar conceitos aristotélicos da manifestação de qualidades: reconhece a oposição entre contrários; reconhece gradiente e reconhece a situação intermediária”. Com efeito, a escala Likert, solicita do dgpbervig Realce dgpbervig Realce respondente que a uma dada afirmação expresse o seu grau de concordância, geralmente do tipo: ótimo; bom regular ruim péssimo. A estas categorias se dá o nome de diferencial semântico (uma se diferencia da outra pelo sentido). Muitos autores fazem uso de um maior número de diferenciais: as escalas Likert (1-7), com sete diferenciais semânticos ou as escalas Likert (0-10) com onze diferenciais, são também muito usadas. Apresentação das proposições O corpo do questionário, propriamente dito, é composto de proposições, com espaço para a opinião do respondente. A figura 11.1 mostra uma típica avaliação por meio de Escalas tipo Likert. Independentemente da forma de apresentação, a escala Likert deve oferecer proposições coerentemente arrumadas, de forma que, por exemplo, sejam valorizadas sempre as alternativas mais à direita. Evitar o uso de proposições negativas. Proposição DT D I C CT Tenho capacidade de identificar prioridades dentre um conjunto de problemas Possuo capacidade de operacionalizar idéias, isto é, de transformar em realidade o que idealizo Tenho capacidade de delegar funções, não centralizando em mim o que outros podem executar Habilidade para identificar oportunidades Capacidade de comunicação, redação e criatividade Capacidade de trabalho em equipe Disposição para correr riscos e responsabilidade; Facilidade de relacionamento interpessoal Domínio de métodos e técnicas de trabalho Capacidade de adaptar-se a normas e procedimentos Capacidade de estabelecer e consolidar relações Capacidade de subordinar-se e obedecer à autoridade Tabulação da resposta= 1 2 3 4 5 Figura 11.1: Exemplo de escala tipo Likert(1-5) Diferencial semântico Diferenciais semânticos são geralmente apresentados variando qualitativamente em grau, desde o mais baixo nível ao mais elevado. Não há um padrão para a descrição do diferencial semântico mas é recomendável ter em conta os valores opostos. Pereira (1986:50) aponta alguns opostos expressivos como mostra o quadro 11.1. As pesquisas de opinião, à semelhança da escala de Likert fazem uso de diferenciais semânticos. Os sujeitos pesquisados são instados a escolher entre diversas opções, marcando aquela que mais se aproxima da sua atitude ou opinião. Diferenciais semânticos são geralmente apresentados variando qualitativamente em grau, desde o mais baixo nível ao mais elevado. Quadro 11.1: Exemplos de pontos opostos em diferenciais semânticos alegre/triste; grande/pequeno; perfeito/imperfeito alto/baixo; grosso/fino; puro/impuro; amigo/inimigo; incerto/certo; quente/frio; bonito/feio; inteligente/burro; ruim/bom; branco/preto; justo/injusto; tudo/nada; caro/barato. largo/estreito; útil/inútil; difícil/fácil; limpo/sujo; vivo/morto duro/mole; livre/preso; forte/fraco escuro/claro; muito/pouco; falso/verdadeiro; natural/artificial; Fonte: Pereira (1986:50) Não há um padrão para a descrição do diferencial semântico, mas os modelos abaixo são muito usados: 1-desaprovo totalmente; 2- desaprovo em parte; 3- neutro; 4-concordo em parte; 5-concordo totalmente 1-totalmente insatisfeito;;2-insatisfeito em parte; 3-neutro; 4-satisfeito em parte; 5-totalmente satisfeito 1-significativamente menos importante; 2-menos importante; 3-igualmente importante; 4-mais importante; 5-significativamente mais importante Observar que na aplicação dos diferenciais semânticos a escala é crescente: 1, 2...5, onde ao valor um corresponde o pior desempenho. Para maiores estudos sobre o grau diferencial semântico, recomenda-se Boyd &Westfall (1978) e Pereira(1986). O diferencial semântico, na maioria das vezes, apresenta um número ímpar de alternativas. Tem, neste caso, a alternativa central. Por vezes o diferencial semântico é apresentado sem a alternativa central. Tal tipo de diferencial é importante quando se quer forçar o respondente a escolher um “lado” da proposição. 11.1.3-Escala de frequência verbal ou de avaliação de frequência O formato de uma escala de frequência verbal(também designada por avaliação de frequência) é muito semelhante ao de uma escala de Likert com duas exceções: a) mais do que a intensidade do grau de concordância com uma afirmação, a escala de frequência verbal apresenta palavras (normalmente cinco) que indicam a frequência com que uma dada variável ocorreu e b) em vez de apresentar afirmações sobre um dado tópico, os itens de uma escala de frequência verbal devem referir-se a ações/comportamentos muito específicos realizados pelos respondentes (Alreck & Settle, 1995, p. 119-120). Quadro 11.2: Exemplo de escala de freqüência verbal Por favor escolha o número da escala que corresponde ao número de vez que realiza/pratica cada uma das atividades/ações abaixo indicadas 1- Sempre 2- Muitas vezes 3- De vez em quando 4- Raramente 5- Nunca a) Usar o Google quando preciso procurar informação para os trabalhos da escola ------------ b) Usar o chat para a realização de trabalhos relacionados com a escola ----------- c) Usar o email para contatar com o professor ----- ------ Para Alreck & Settle (1995) a principal vantagem da escala de frequência verbal é a facilidade de resposta que proporciona ao inquirido. A maior desvantagem deste tipo de escala é o fato de proporcionar ao investigador uma medida grosseira da proporção de frequência de cada ação que se pretende avaliar: por exemplo a categoria central “de vez em quando” pode representar uma frequência que varia entre os 30% e os 70%, ou seja, a interpretação dos dados deve ter em conta estas limitações intrínsecas a questões deste tipo. dgpbervig Realce 11.1.4-Escala ordinal A escala ordinal, é na prática, uma questão de escolha múltipla que partilha algumas semelhanças com a escala com a escala de Likert e com a escala de freqüência verbal. A diferença que individualiza este formato é que as alternativas ou categorias de resposta obedecem a uma ordem estrita de seqüência de apresentação ou seja estão relacionadas umas com as outras o que não acontece nas escalas de Likert ou de freqüência verbal. Assim sendo, a escolha pela primeira opção é menos do que se se optar pela segunda, a segunda menos que a terceira e assim sucessivamente. A escala pode ser revertida por forma a que cada categoria seja mais do que a anterior mas há sempre uma ordem que tem de ser respeitada (Alreck & Settle, 1995, p. 120- 121) Quadro 11.3: Exemplo de escala ordinal De uma maneira geral, quando é que costuma ligar o seu computador pessoal para aceder ao e-mail ao fim de semana (por favor assinale uma só opção) Assim que me levanto _____ Durante a manhã _____ Mesmo antes de almoçar ._____ Logo a seguir ao almoço _____ Durante a tarde _____ Antes do jantar _____ Depois do jantar _____ Não costumo aceder _____ A principal vantagem da escala ordinal é a possibilidade que dá ao investigador de obter uma medida relativa da ocorrência de uma dada variável e deve ser usada quando a pergunta direta é demasiado ampla ou não suficientemente explícita. 11.1.5-Escala de ranking forçado A escala de ranking forçado (forced ranking scale, Alreck & Settle, 1995, p. 121- 124) também designada de atribuição de ordem (Kline, 1986), tem como objetivo obrigar o respondente a ordenar os itens de acordo com um ranking para se obter uma sequencia de preferências numa dada variável. Com esta modalidade o investigador pode obter a posição relativa dos itens uns em relação aos outros ampliando a qualidade informativa dos dados relativamente à escala ordinal simples que apenas nos dgpbervig Realce dgpbervig Realce mostra a preferência por uma só entre as várias opções possíveis. Quadro 11.4: Exemplo de Escala de ranking forçado Fala-se muito de insucesso escolar. De entre as causas possíveis abaixo apresentadas escolha as que considera mais importantes e ordene-as da seguinte forma: 1= mais importante; 2= segunda mais importante, 3= terceira mais importante e assim sucessivamente. ____Programas inadequados ____Excessiva exigência por parte dos pais ____Excessiva exigência por parte dos professores ____Falta de preparação dos professores ____Indisciplina É muito usada em publicidade para conhecer as preferências dos consumidores relativamente a produtos concorrentes, mas pode ser usada em investigação educativa em múltiplas situações de pesquisa. Os inconvenientes associados à utilização desta escala é a dificuldade de resposta que exige por parte do inquirido que precisa primeiro de analisar cada uma das opções para depois as ordenar num gradiente personalizado. Não deve ser usada quando os inquiridos são muito jovens 11.1.6-Escala linear numérica Sempre que os itens de um questionário avaliam uma única dimensão de uma variável que se distribui ao longo de um gradiente de intervalos iguais e lineares, a escala numérica com extremos etiquetados é o formato que deve ser privilegiado pelo investigador por forma a facilitar a análise e interpretação dos resultados (Alreck & Settle, 1995, p. 127- 128). A simplicidade, clareza, economia e produtividade estão entre as maiores vantagens das escalas lineares numéricas. O formato é simples e fácil de preencher pelos respondentes que não tem dificuldade em perceber o que lhes é pedido. dgpbervig Realce Quadro 11.5: Exemplo de escala linear numérica Que importância atribuiu a cada um dos temas de discussão pública abaixo discriminados? Se acha que o tópico é muito importante escolha um número do extremo direito da escala e coloque-o no local assinalado à frente do respectivo item. Se pelo contrário considera que o tópico não tem para si muita importância escolha um número do extremo esquerdo da escala e assinale-o no lugar respectivo. Por último, se considera que o tópico tem uma importância relativa escolha um dos números da zona central da escala de acordo com o grau de significância que lhe atribui. Sem importância Extremamente Importante 1 2 3 4 5 Proteção das espécies animais em vias de extinção…………………………… .________ Melhoria da qualidade do ar que respiramos……………………………………… .________ Descoberta de novas fontes de energia fóssil (petróleo) ………………………… ________ Investimento público em energias renováveis ……………………………………... ________ As mesmas perguntas e as mesmas instruções podem ser usadas para muitos itens ao mesmo tempo. Em termos estatísticos o tratamento é simples e o fato da escala ser numérica e de intervalos iguais permite que os dados sejam tratados como se de uma variável intervalar se tratasse. Em termos de limitações, a principal tem a ver com o fato de não se aplicar a muitas situações concretas em particular as que requerem a comparação direta com um dado especifico ou uma avaliação de aspectos relativos a uma dimensão especifica. É fundamental nestas escalas que os extremos sejam etiquetados com “Extremamente” para que a dimensão seja bem definida e que os termos usados sejam opostos bipolares. Também não se devem etiquetar os valores intermédios com palavras, apenas devem surgir os números com intervalos iguais entre eles (c. f. Alreck & Settle, 1995). 11.1.7-Escala tipo trade-off O questionário Trade-off força o respondente ou pesquisado a fazer escolhas e, desta forma possibilita saber, em condições dgpbervig Realce conflituosas, o que o respondente valoriza. A planilha trade-off requer que o respondente distribua 10 pontos entre duas opções. Desta forma é possível obter a preferência de um conjunto de respondentes. Observar que a análise do questionário Trade-off, é feita por meio da Matriz de Priorização. Dada a suaimportância, ver maiores informações sobre a escala tipo Likert no Apêndice 3. 11.3 - Tipos de variáveis As variáveis podem ser classificadas segundo Pereira (1999:44), em quantitativas (discretas ou contínuas) e qualitativas (categóricas nominais ou categóricas ordinais). Esta mesma classificação pode ser estendida aos indicadores. Os indicadores quantitativos discretos expressam números inteiros, sem frações, como em contagens. Indicadores de: número de filhos, idade do funcionário, quantidade de clientes atendidos no dia, são exemplo de indicadores quantitativos discretos. Os quantitativos contínuos referem-se a variáveis que podem assumir valores fracionários, como por exemplo: peso de uma peça e tempo de duração de uma chamada telefônica. Os indicadores qualitativos categóricos nominais expressam categorias as quais não possuem relação umas com as outras. Indicadores de nacionalidade (portuguesa, brasileira, chilena etc.) ou de profissão (engenheiro, mecânico, pintor etc.), são exemplos de indicadores qualitativos categóricos. Os indicadores qualitativos ordinais fazem menção a categorias que possuem relação (de ordem) com outras categorias. Por exemplo: nível escolar (é possível colocar em determinada ordem, como a crescente: analfabeto, primário, secundário etc.), ou nível hierárquico (operador, supervisor, gerente, gerente-geral etc). Indicadores qualitativos podem medir variáveis do tipo: comodidade, gentileza, atenciosidade, efetividade, lealdade, maleabilidade etc., mas nunca de forma direta. Níveis de mensuração Há fundamentalmente dois grandes grupos de medidas: qualitativas e quantitativas (ver figura 11.2). As qualitativas podem ser nominais (quando apenas associadas a nomes), ou ordinais (quando indicam direta ou indiretamente certa ordem de prevalência); as quantitativas podem ser discretas ou contínuas. dgpbervig Realce dgpbervig Realce dgpbervig Realce dgpbervig Realce dgpbervig Realce dgpbervig Realce dgpbervig Realce Quantitativa Discreta Contínua Números inteiros, sem frações, como em contagens. Exemplos: número de filhos; quantidade de alunos numa sala; números de peças produzidas por uma máquina numa hora, etc Números que podem assumir valores fracionários. Por exemplo: peso, tempo médio de chamadas telefônicas em minutos, etc Qualitativa Categórica Nominal Categórica Ordinal Categorias, sendo que cada categoria é independente, não tendo relação com outras. Exemplos: nacionalidade (portuguesa, brasileira, argentina...); profissão (administrador, engenheiro, pintor...) Categorias que possuem uma relação com outras categorias. Exemplos: nível escolar (primário, secundário, universitário); nível hierárquico (operador; supervisor, gerente, diretor); classe social (A,B, C...) Fonte: Julio Pereira. Análise de dados Qualitativos. São Paulo: Edusp, 1999 p.44 Quantitativa Discreta Contínua Números inteiros, sem frações, como em contagens. Exemplos: número de filhos; quantidade de alunos numa sala; números de peças produzidas por uma máquina numa hora, etc Números que podem assumir valores fracionários. Por exemplo: peso, tempo médio de chamadas telefônicas em minutos, etc Qualitativa Categórica Nominal Categórica Ordinal Categorias, sendo que cada categoria é independente, não tendo relação com outras. Exemplos: nacionalidade (portuguesa, brasileira, argentina...); profissão (administrador, engenheiro, pintor...) Categorias que possuem uma relação com outras categorias. Exemplos: nível escolar (primário, secundário, universitário); nível hierárquico (operador; supervisor, gerente, diretor); classe social (A,B, C...) Fonte: Julio Pereira. Análise de dados Qualitativos. São Paulo: Edusp, 1999 p.44 Figura 11.2 - Tipologia de variáveis. Mensuração é a atribuição de um valor a um descritor de um objeto. Seja o objeto “aluno” que pode ser descrito por alguns descritores: Idade Altura Sexo Série acadêmica Desempenho acadêmico Por exemplo: dgpbervig Realce dgpbervig Realce dgpbervig Realce dgpbervig Realce dgpbervig Realce Idade= 27 Altura= 1,67 Sexo=F Série acadêmica= Terceira Desempenho acadêmico= B NÍVEL DE MENSURAÇÃO (a): Escala Nominal Observar que a mensuração nominal refere-se apenas a características nominativas descritoras do objeto. É o mais baixo nível de mensuração. São apenas atribuídos nomes aos descritores do objeto. As mensurações nominativas permitem apenas a relação de equivalência (=) que é reflexiva, simétrica e transitiva: Reflexiva: x=x Simétrica: se x=y, então y=x Transitiva: se x=y e y=z, então x=z Exemplos: Diagnóstico psiquiátrico: Esquizofrênico Paranóico Maníaco-depressivo Psiconeurótico Sexo: Masculino Feminino Nacionalidade Argentina Brasileira Chilena Cor: Branca Preta Azul Estado: Sim Não NÍVEL DE MENSURAÇÃO (b): Escala Ordinal (ou por postos) Neste nível é possível estabelecer certo tipo de relação (estabelecer uma ordem de preferência indicada pelo símbolo >) Exemplos: Desempenho acadêmico: Conceito A Conceito B Conceito C Preferência em escala Concordo totalmente Concordo Indiferente Discordo Discordo totalmente Status sócio- econômico: Classe Alta Classe Média Classe Baixa Graduação militar: Sargento Cabo Soldado As mensurações ordinais permitem a relação de equivalência (=) e a relação de comparação (>). Esta última é irreflexiva, assimétrica e transitiva, isto é: Irreflexiva: não é verdade que para qualquer x se tenha x>x; Assimétrica: se x>y, então y x; Transitiva: se x=y e y=z, então x=z. NÍVEIS DE MENSURAÇÃO (c): Escala Intervalar É possível estabelecer certo tipo de relação (estabelecer uma ordem de preferência indicada pelo símbolo >) e, além disso se conhece as distâncias entre dois números quaisquer da escala. Neste tipo de mensuração não só se conhece a ordem como se estabelece que há intervalos iguais na escala. Exemplos: Testes de aptidão (quantidade de respostas corretas) Ano Ano ou década de evento (o ano zero é arbitrário) Temperatura em ºC ou ºF (a unidade e o ponto zero são arbitrários) Uma característica deste tipo de mensuração é que não permite afirmar que o dobro de um valor represente efetivamente duas vezes mais tal valor. Por exemplo, não se pode afirmar que quem acertou 10 questões em um teste de aptidão saiba exatamente duas vezes mais que quem tenha acertado apenas 5 questões; não se pode afirmar que quem nasceu na década de 80 tenha alguma propriedade em dobro de quem nasceu na década de 40; um corpo à temperatura de 60ºC não tem o dobro do calor de um corpo a 30ºC. Esta é a primeira escala verdadeiramente quantitativa e sobre variáveis intervalares é possível aplicar todos os estatísticos paramétricos comuns. Com efeito, médias, desvios- padrão, etc são aplicáveis a dados em uma escala intervalar, bem como as provas paramétricas comuns (Testes t e F). Os estatísticos apropriados para variáveis nominais e ordinais podem ser vistos na Figura 11.4 NÍVEL DE MENSURAÇÃO (c): Escala de razão As mensurações em escalas de razão, possuem todas as propriedades de uma escala intervalar e um verdadeiro ponto zero como origem. Todas as quatro relações mostradas na figura 11.3 são operacionalmente passíveis de ser obtidas. Escala Nominal Ordinal de intervalo de razão propriedade 1. Classificação 2. Ordenação 3. Distância 4. Zero não-arbitrado também conhecidas por escalares (scale) também conhecidas por categóricas complexidade Figura 11.3: Propriedades dos tipos de variáveis Equivalência Comparação (>) Razão entre dois intervalos Razão conhecida de dois valores quaisquer da escalaA estas mensurações aplicam-se todos os estatísticos paramétricos comuns apontados para a escala intervalar além da média geométrica e o coeficiente de variação como mostra a Figura 11.5. Provas estatísticas não-paramétricas Moda Freqüência Coeficiente de contingência Mediana Percentis rs de Spearman (tau) de Kendall W de Kendall (1)Equivalência (1) Equivalência (2) Maior do que Nominal Ordinal Provas estatísticas adequadas Exemplos de estatísticos apropriados Relações definidoras Escala Provas estatísticas não-paramétricas Moda Freqüência Coeficiente de contingência Mediana Percentis rs de Spearman (tau) de Kendall W de Kendall (1)Equivalência (1) Equivalência (2) Maior do que Nominal Ordinal Provas estatísticas adequadas Exemplos de estatísticos apropriados Relações definidoras Escala Figura 11.4: Estatísticos apropriados para variáveis nominais e ordinais.Fonte: Siegel (1975) Provas estatísticas paramétricas e não-paramétricas Média Desvio-padrão Correlação de Pearson Correlação múltipla Média Desvio-padrão Correlação de Pearson Correlação múltipla Média geométrica Coeficiente de variação (1)Equivalência (2)Maior do que (3)Razão conhecida entre 2 intervalos quaisquer (1)Equivalência (2)Maior do que (3)Razão conhecida entre 2 intervalos quaisquer (4)Razão conhecida de 2 valores quaisquer Intervalar Razão Provas estatísticas adequadas Exemplos de estatísticos apropriados Relações definidoras Escala Provas estatísticas paramétricas e não-paramétricas Média Desvio-padrão Correlação de Pearson Correlação múltipla Média Desvio-padrão Correlação de Pearson Correlação múltipla Média geométrica Coeficiente de variação (1)Equivalência (2)Maior do que (3)Razão conhecida entre 2 intervalos quaisquer (1)Equivalência (2)Maior do que (3)Razão conhecida entre 2 intervalos quaisquer (4)Razão conhecida de 2 valores quaisquer Intervalar Razão Provas estatísticas adequadas Exemplos de estatísticos apropriados Relações definidoras Escala Figura 11.5: Estatísticos apropriados para variáveis intervalares e de razão. Fonte: Siegel (1975) Escala Nominal Ordinal de intervalo de razão Religião: •Protestante •Espírita •Católica •Budista Sexo; Profissão; Setor econômico; Região geográfica Cargo hierárquico Nível econômico Classe social Escalas de Opinião e Atitude (tipo Likert): •Discorda totalmente •Discorda •Indiferente •Concorda •Concorda totalmente Desempenho Acadêmico: •A •B •C Testes de aptidão Ano de evento: •1949 •1995 Década de evento: •Anos 60 •Anos 70 •Anos 80 Altura cm Peso Kg Faturamento ($) Market-share Ativo ($) Salário ($) Figura 11.6: Exemplos de variáveis James Davis (1976:24) oferece a tabela exibida na figura 11.6. Davis chama atenção para o fato de que as propriedades da escala são cumulativas, isto é: as escalas mais complexas possuem todas as propriedades das menos sofisticadas e mais alguma coisa. Exemplo: Considere o objeto <Funcionário da empresa X> que pode ser descrito por um conjunto de atributos, entre eles a idade. Podemos dizer que a idade é uma variável: a)de razão b)intervalar c)ordinal d)nominal e)todas as alternativas anteriores estão certas f)nenhuma das alternativas Que resposta deu? A verdade é que a alternativa e) está correta pois é possível expressar a idade como sendo uma variável de razão, ou intervalar, ordinal ou nominal. Vejamos como: a)de razão: Funcionário tem 54,67 anos (ou 54 anos completos) b)intervalar: Funcionário nasceu em 1949 c)ordinal: Funcionário está na 5 ª década d)nominal: Funcionário é adulto maduro 11.3 – Resumo Uma escala é um instrumento científico de observação e mensuração de fenômenos sociais. Ander-Egg (p.141) afirma que a escala foi idealizada com a finalidade de medir a intensidade das atitudes e opiniões na forma mais objetiva possível. Ander- Egg (1978:142) indica seis tipos de escalas: (1) de ordenação (de pontos, de classificação direta; de comparações binárias); (2) de intensidade; (3) de distância social (de Bogardus; de Dood; de Crespi); (4) de Thurstone; (5) de Guttman e (6) de Likert. Esta última é a mais utilizada em ciências sociais. A escala tipo Likert faz uso de proposições e de uma escala onde cada coluna tem um sentido diferente: por isso se chama de diferencial semântico (diferença de sentido). 11.4 - Veja se sabe responder Se você pretende ter mestria no assunto, veja se sabe responder adequadamente às seguintes questões: 1-De exemplo, dentro de uma organização, de variáveis nominativas; 2-De exemplo, dentro de uma organização, de variáveis ordinais; 3-De exemplo, dentro de uma organização, de variáveis de razão; 4-Elabore uma escala tipo Likert(5) com 4 proposições para ser aplicada pelo departamento de Recursos Humanos para avaliar a satisfação dos funcionários. dgpbervig Realce capítulo 12: Importância relativa dos indicadores Objetivos Ao término deste capítulo o leitor deve estar capacitado a: a)- classificar um indicador segundo uma dada tipologia; e b)- entender a importância relativa dos indicadores. Sumário: 12.1 – Importância relativa dos indicadores Tipos de indicadores Quanto à utilização Importância funcional dos indicadores Indicadores principais Indicadores de apoio Indicadores sociais 12.2 - Indicadores referentes à gestão das informações 12.3 - Sistemas de Indicadores 12.4 - Resumo. 12.5 - Veja se sabe responder 12.1- Importância relativa dos indicadores O sistema de indicadores numa organização é um conjunto de articulado de quantificadores de parâmetros referentes às partes interessadas da organização, importantes ou potencialmente importantes para o sistema de informações usado para compreender, avaliar e administrar a organização. Os indicadores existentes numa organização não só devem capacitar que os gerentes e os operadores compreendam e avaliem a empresa, como devem possibilitar a gestão da mesma. E o que é administrar uma organização? Herbert Simon (1965) afirma que "decidir é sinônimo de administrar". Para este consagrado autor (prêmio Nobel de Economia), a organização está concentrada nas decisões necessárias à consecução dos objetivos. Simon considera as seguintes fases do processo de tomada de decisão: coleta de informações ou análise das oportunidades para identificar as situações que exigem decisão e descobrir as oportunidades em que ela deve ser tomada;
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