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sábado, 2 de julho de 2016 O pensamento jurídico de Beccaria Resumo texto Delitos e penas - Beccaria foi um filósofo italiano nascido em 1738. Teve uma intensa formação intelectual em escolas jesuítas de Paris, onde leu filósofos como Montesquieu e Helvetius; portanto, teve clara influência iluminista. Entre 1764 e 1765, disserta sobre a legislação francesa vigente sob a luz do Iluminismo: contra a tradição jurídica,evoca a razão e o sentimento por justiça. Beccaria é considerado por muitos como o principal expoente do Iluminismo no âmbito do direito. XIV- Da moderação das penas A função dos castigos, segundo Beccaria, é de impedir o culpado de tornar-se futuramente prejudicial à sociedade, e afastar a sociedade do caminho do crime, ou seja, a função da pena é utilitarista. “Quanto mais terríveis forem os castigos, tanto mais cheio de audácia será o culpado em evitá-los. Praticará novos crimes, para subtrair-se à pena que mereceu pelo primeiro. ” Historicamente, verifica-se que onde as penas foram mais cruéis, foram os lugares onde cometeu-se maior número de crimes hediondos. Nota-se que para surtir efeito, o mal causado pela pena deve superar o bem retirado pelo crime. Porém, a crueldade das penas tem dois resultados: é difícil estabelecer proporção entre delito e pena, pois sempre haverá superação do limite humano; os tormentos mais terríveis podem provocar impunidade. O autor expõe que o rigor das penas deve estar de acordo com o atual estado do país. XV- Da pena de morte Segundo o autor, esta pena não é baseada em direito algum, é, apenas, uma guerra considerada necessária contra um cidadão da sociedade; fora isto, ela nunca pôs fim ao cometimento de delitos. Este castigo tem menos efeito do que uma pena de longa duração; uma pena perpétua pode afastar o crime de qualquer cidadão. O que a pena de morte proporciona é um arrependimento fácil de última hora, a perpetuidade da pena daria uma comparação dos males praticados. Para finalizar, é dito que nenhum homem tem direito legítimo sobre a vida de outro. XVI- Do banimento e confiscação É discutido se deve ser feita confiscação de bens devido ao banimento, a perda de bens é pena maior que o exílio. Se a lei determinar que todos os laços entre o condenado e a sociedade estão quebrados, pode haver confiscação. Porém, isto pode fazer de um inocente um criminoso. �1 sábado, 2 de julho de 2016 XVII – Da infâmia Não é uma pena que decorre das leis, mas do povo; deve ser rara para não abalar o poder da opinião pública, e sua própria força. Também, não deve recair sobre muitas pessoas. XVIII – Da publicidade e da presteza das penas “Quanto mais rápida for a aplicação da pena e mais de perto acompanhar o crime, tanto mais justa e útil será.” Trata-se da prisão preventiva, encarceramento tempo suficiente para a instrução do processo. Tratando do processo, o autor indica o contraste entre a demora do magistrado e a pressa do acusado. “Uma pena muito retardada torna menos estreita a união dessas duas ideias: crime e punição.” XIX – Dos asilos Para o autor, há pouca diferença entre impunidade e asilo, que é abrigo contra a ação das leis. Porém, ele entende que um crime deve ser castigado somente no país em que foi cometido. �2
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