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SLIDE APRESENTAÇÃO

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VOCÊ É A FAVOR OU CONTRA
A REDUÇÃO DA MAIORIDADE 
PENAL?
DADOS SOBRE ATO INFRACIONAL 	
 Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostram que a quantidade de jovens cumprindo medidas socioeducativas mais que dobrou no país em um ano (2015-2016). Em novembro do ano passado havia 96 mil menores nessa condição – em 2016, esse número saltou para 192 mil.
O tráfico de drogas é o crime mais cometido por adolescentes no Brasil.  Só neste ano, foram quase 60 mil ocorrências registradas pelas Varas de Infância e Juventude.
Esses adolescentes respondem hoje por 249,9 mil atos infracionais, já que uma mesma pessoa pode responder por mais de um delito. Só por roubo qualificado, que encabeça a segunda posição no ranking de crimes mais cometidos por adolescentes entre 12 e 17 anos de idade, são 51,4 mil ocorrências.
O relatório do CNJ ainda aponta que há 245,1 mil medidas socioeducativas aplicadas – um número superior ao de adolescentes, pois o mesmo jovem pode cumprir mais de uma medida ao mesmo tempo.
Desse total, 36,2% se referem à liberdade assistida (que consiste em uma intervenção educativa através de orientação e acompanhamento do adolescente) e 35,7% à prestação de serviços à comunidade.
O cadastro mostra que há 249.959 guias ativas atualmente – um número maior do que o de adolescentes que cumprem medida socioeducativa, já que um mesmo adolescente pode responder por mais de uma guia emitida pelo juiz. As medidas socioeducativas, previstas no artigo 112 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), são aplicadas pelos juízes das varas de Infância e Juventude aos menores de 12 a 18 anos, e têm caráter predominantemente educativo e não punitivo.
Cadastro – O Cadastro Nacional de Adolescentes em Conflito com a Lei (CNACL) foi instituído com o objetivo de permitir aos magistrados brasileiros o acompanhamento efetivo dos adolescentes que cometeram atos infracionais. Desde 2014, o preenchimento do CNACL passou a ser obrigatório para a extração das guias de internação provisória de adolescentes, execução de medidas socioeducativas, guias unificadoras e de internação-sanção, por exigência da Resolução CNJ n. 165. O cadastro é alimentado pelas próprias Varas de Infância e Juventude e por isso podem conter desatualizações temporárias.
Aperfeiçoamento do sistema – A Corregedoria Nacional de Justiça publicou em outubro portaria que institui grupo de trabalho na área da infância e da juventude, para levantar reclamações e demandas relativas à utilização dos cadastros da área da infância e juventude, como o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), o Cadastro Nacional de Crianças Acolhidas (CNCA) e o Cadastro Nacional de Adolescentes em Conflito com a Lei (CNACL). Caberá também a esse grupo organizar workshops em todas as regiões do país, propor melhorias nos sistemas de informações, colher informações sobre boas práticas na área da infância e juventude e sugerir estudos para o aperfeiçoamento da legislação sobre a matéria.
O grupo, presidido pela juíza auxiliar da Corregedoria Nacional Sandra Aparecida Torres, é composto por oito magistrados de vários estados e de diferentes áreas de atuação.
Luiza Fariello
Agência CNJ de Notícias
ATO INFRACIONAL EM ALAGOAS.
Meu tio só usava [maconha], fazia assalto creio que era para o consumo. Começou mesmo aos 15 anos. Chegou um tempo que começou a criar aquele tipo de rixa [entre gangues] e aí foi se agravando. Eu vi a massa encefálica sair da cabeça do meu tio e os assassinos passarem ao meu lado”.
O depoimento acima é de Maxwell Mello, de 31 anos, que viu diversos adolescentes enfrentarem o mesmo drama que o tio dele por causa das drogas.
Em Alagoas, 227 menores de idade foram apreendidos no primeiro trimestre deste ano. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), 114 deles foram pegos com entorpecentes, o que representa metade do total.
Na sequência, estão 50 infratores flagrados pela polícia com armas e, 42 apreendidos por roubo a pedestres.
Mello é líder comunitário do bairro do Prado, em Maceió, e tenta ajudar moradores a superarem o vício. Ele já teve um irmão apreendido por tráfico quando era adolescente. E além do tio assassinado, outros 10 amigos de infância foram mortos por algum motivo ligado às drogas ilícitas.
O secretário da SSP, coronel Lima Júnior, reconhece que faltam políticas públicas para lidar com esse tipo de situação, mas também classifica como “branda” a punição aos menores infratores.
“O que aumenta essa incidência do menor ingressar no crime é a legislação ser muito branda. Nós precisamos que a legislação seja alcançada pelo estado, independente da sua idade. O que eu acredito é que se o menor, independentemente da idade, cometer um delito e pagar pelo crime que cometeu, ele vai sentir que lesou o estado e está pagando”, diz o secretário.
Além do tráfico de drogas, os assaltos a ônibus também são outra preocupação da SSP. Segundo a secretaria, a maior parte desse tipo de ocorrência é praticada por menores de idade.
“Colocar ele [menor infrator] condenado eu não concordo. Ele tem que passar oito anos internado estudando, por exemplo, sair com o 2º grau. Aqueles que têm um perfil de extrema violência, ter um regime diferenciado. Mas a gente tem que fortalecer outras políticas públicas e dar a chance de o menor conhecer também o outro mundo, do estudo, do lazer, esporte e cultura”, afirma Lima Junior.
Perfil do infrator
A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas (OAB-AL) explica que o perfil do adolescente infrator mostra que ele é, na maioria dos casos, pobre, negro e de baixa escolaridade.
Segundo o presidente da Comissão, Ricardo Morais, isso acontece pela falta de oportunidade que o jovem enfrenta no país, como também pelo preconceito.
“Há um estereótipo da pessoa que é tida como suspeita. Em termos de idade, cor da pele, raça, nível social e escolar, normalmente são pessoas de periferia, mais humildes. A distribuição de renda é terrível, onde não dá oportunidade no mercado de trabalho e muitas vezes o tráfico acaba sendo o meio que essas pessoas encontram de ter uma renda”, explica Morais.
“O tráfico é o grande vilão porque outros delitos estão ligados a ele, o roubo, a dependência química, homicídios. Então, é uma cadeia que nasce dessa situação da droga”, ressalta.
Prevenção
O Estado diz que trabalha de forma preventiva para evitar que os jovens entrem no mundo do tráfico. Segundo a Secretaria de Prevenção Social à Violência (Seprev), os trabalhos são feitos em palestras nas escolas, além de visitas a estabelecimentos comerciais que vendem álcool, porta de entrada para outras drogas.
“Todos os estudos comprovam que 80% dos dependentes químicos iniciaram, quando criança ou adolescente, no uso do álcool. Por isso que nós temos esse trabalho preventivo no controle do álcool, já para evitar que ele se torne um dependente químico”, afirma a secretária Esvalda Bitencourt.
O líder comunitário Mello, que perdeu para a criminalidade diversas pessoas ligadas a ele, concorda com a secretária. Para ele, álcool e cigarro levam às drogas ilícitas. No entanto, ele afirma que o governo ainda precisa fazer mais para ajudar a evitar esse tipo de situação.
“Toda droga lícita é uma chave para o mundo das drogas. Vivemos em uma sociedade que, ao invés de estender a mão para as pessoas que necessitam de ajuda, fecham os olhos. Se tivesse uma política pública, muitos jovens não teriam entrado no mundo das drogas porque estariam ocupando a mente com coisas produtivas”, avalia Mello.
Por que argumentam a favor?
Porque adolescentes de 16 e 17 anos já têm discernimento o suficiente para responder por seus atos. Esse argumento pode aparecer de formas diferentes. Algumas apontam, por exemplo, que jovens de 16 anos já podem votar, então por que não poderiam responder criminalmente, como qualquer adulto? Ele se pauta na crença de que adolescentes já possuem a mesma responsabilidade pelos seus próprios atos que os adultos.
Porque a maior parte da população é a
favor. O Datafolha divulgou recentemente pesquisa em que 87% dos entrevistados afirmaram ser a favor da redução da maioridade penal. Apesar de que a visão da maioria não é necessariamente a visão correta, é sempre importante considerar a opinião popular em temas que afetam o cotidiano.
Com a consciência de que não podem ser presos, adolescentes sentem maior liberdade para cometer crimes. Pode ter sido o caso do garoto que matou um jovem na véspera de seu aniversário de 18 anos. Prender jovens de 16 e 17 anos evitaria muitos crimes.
Muitos países desenvolvidos adotam maioridade penal abaixo de 18 anos. Nos Estados Unidos, a maioria dos estados submetem jovens a processos criminais como adultos a partir dos 12 anos de idade. Outros exemplos: na Nova Zelândia, a maioridade começa aos 17 anos; na Escócia aos 16; na Suíça, aos 15. Veja aqui uma tabela comparativa da maioridade penal ao redor do mundo.
As medidas do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) são insuficientes. O ECA prevê punição máxima de três anos de internação para todos os menores infratores, mesmo aqueles que tenham cometido crimes hediondos. A falta de uma punição mais severa para esses casos causa indignação em parte da população.
Menores infratores chegam aos 18 anos sem ser considerados reincidentes. Como não podem ser condenados como os adultos, os menores infratores ficam com a ficha limpa quando atingem a maioridade, o que é visto como uma falha do sistema.
A redução da maioridade penal diminuiria o aliciamento de menores para o tráfico de drogas. Hoje em dia, como são inimputáveis, os menores são atraídos para o mundo do tráfico para fazer serviços e cometer delitos a partir do comando de criminosos. Sem a maioridade penal, o aliciamento de menores perde o sentido.
Por que argumentam contra?
Porque é mais eficiente educar do que punir. Educação de qualidade é uma ferramenta muito mais eficiente para resolver o problema da criminalidade entre os jovens do que o investimento em mais prisões para esses mesmos jovens. O problema de criminalidade entre menores só irá ser resolvido de forma efetiva quando o problema da educação for superado.
Porque o sistema prisional brasileiro não contribui para a reinserção dos jovens na sociedade. O índice de reincidência nas prisões brasileiras é relativamente alto. Não há estrutura para recuperar os presidiários. Por isso, é provável que os jovens saiam de lá mais perigosos do que quando entraram. [Nota: este parágrafo afirmava anteriormente que a reincidência no Brasil é de 70%, dado que se revelou impreciso. ]
Prender menores agravaria ainda mais a crise do sistema prisional. Com mais de 600 mil presos ocupando algo como 350 mil vagas, a superlotação dos presídios aumentaria ainda mais com a inclusão de condenados entre 16 e 18 anos.
Porque crianças e adolescentes estão em um patamar de desenvolvimento psicológico diferente dos adultos. Diversas entidades de Psicologia posicionaram-se contra a redução, por entender que a adolescência é uma fase de transição e maturação do indivíduo e que, por isso, indivíduos nessa fase da vida devem ser protegidos por meio de políticas de promoção de saúde, educação e lazer.
A redução da maioridade penal afetaria principalmente jovens em condições sociais vulneráveis. A tendência é que jovens negros, pobres e moradores das periferias das grandes cidades brasileiras sejam afetados pela redução. Esse já é o perfil predominante dos presos no Brasil.
Tendência mundial é de maioridade penal aos 18 anos. Apesar de que muitos países adotam idades menores para que jovens respondam criminalmente, estes são minoria: estudo da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados revela que, de um total 57 países analisados, 61% deles estabelecem a maioridade penal aos 18 anos.
A Constituição preferiu proteger os menores de 18 anos da prisão – e isso não poderia ser mudado. O artigo 228 da Constituição diz que os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis, ou seja, não podem ser condenados a prisão como os adultos. Existe um debate se esse dispositivo seria ou não cláusula pétrea – trecho da Constituição que não pode ser mexido.
FACULDADE REGIONAL BRASILEIRA –UNIRB ARAPIRACA
CURSO: ENGENHARIA CIVIL 1º PERÍODO
DISCIPLINA: SEMINÁRIO DE PESQUISA INTERDISCIPLINAR
EQUIPE :
DANIEL ALEXANDRE DA SILVA
WILLAMES PINHEIRO DE LIMA 
ALAN GABRIEL DE OLIVEIRA LOPES
FONTES:
http://www.politize.com.br/reducao-da-maioridade-penal-argumentos/
http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/84034-trafico-de-drogas-e-o-crime-mais-cometido-pelos-menores-infratores
https://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/trafico-de-drogas-e-o-ato-infracional-mais-cometido-por-adolescentes-em-alagoas.ghtml
Acessados em 21/09/2017.

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