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1 Análise de Cenários Econômicos Aula 2 Prof. Joaquim Israel Ribas Pereira 2 Conversa Inicial Nesta aula, vamos aprofundar nossos estudos sobre a economia, concentrando-nos na macroeconomia. Espera-se que, ao final, você saiba como é calculado o PIB e quais são os principais agregados que o compõem. Vamos apresentar, também, as identidades macroeconômicas básicas, e como funciona o balanço de pagamentos. Contextualizando Como explicam Dornbusch, Fischer e Startz (2013, p. 3): A macroeconomia está preocupada com o comportamento da economia como um todo — com expansões e recessões, produção total de bens e serviços, crescimento da produção, taxas de inflação e de desemprego, balanço de pagamentos e taxas de câmbio. A macroeconomia lida tanto com o crescimento econômico no longo prazo quanto com as flutuações no curto prazo que constituem o ciclo econômico. A sua vida, a empresa em que você trabalha e seus amigos, são todos afetados pelo ambiente macroeconômico. Certamente, você já debateu em algum lugar sobre as perspectivas da economia para o próximo ano, ou o porquê de o nível de desemprego ter aumentado, ou sobre se o dólar vai cair ou subir até o final do ano etc. Ter ciência do que ocorre ao nosso redor é fundamental para tomarmos decisões mais racionais, e há um teste simples para determinar se você está tomando decisões racionais na sua vida: você está fazendo uma poupança com a sua renda? Quantas vezes você pesquisou preços de diversos produtos para contornar a inflação? Você já procurou opções de investimento? Caso tenha respondido algum “não”, pode ficar preocupado: certamente você ainda precisa evoluir no que diz respeito às suas decisões econômicas. Pesquise Acesse um dos grandes sites de notícias, procure a seção de economia 3 e teste seus conhecimentos. Veja se você consegue ler uma notícia sobre economia brasileira e compreender quais são as consequências que ela implica. Tema 1 – Macroeconomia Prezado aluno, nesta aula apresentaremos a você uma visão geral de um dos principais objetos de estudo dos economistas: a macroeconomia. Os primeiros aspectos que devemos entender a respeito dela são: o que é macroeconomia? Qual o objetivo dessa ciência? Como ela é construída? Uma definição de macroeconomia afirma que ela é constituída de um apanhado de hipóteses que tentam simplificar o mundo complexo e assim torná-lo mais fácil de se entender. Vejamos isso de maneira mais simples: imagine uma réplica plástica do corpo humano, como aquelas usadas nas aulas de Biologia do Ensino Médio. Ela não deixa de ser uma representação rudimentar do corpo humano, mas apesar da falta de realismo, ajuda-nos a aprender como o organismo funciona. A macroeconomia atua da mesma maneira, pois por meio de equações e diagramas — que serão apresentados ao longo da disciplina — torna mais fácil entender como os agentes da economia reagem a flutuações no crescimento econômico, na produção total de bens e serviços, nas taxas de inflação e desemprego etc. Outro ponto essencial é que o estudo da macroeconomia deve ir além dos detalhes ligados ao comportamento dos indivíduos — como famílias ou empresas —, os quais são objeto de estudo da microeconomia. Na macroeconomia, lidamos com o mercado como um todo; por exemplo, como nações interferem umas sobre as outras, ou como o mercado de ativos influencia a inflação. Há dois conceitos importantes, com que provavelmente você já se deparou, mas que é necessário entender quando se trata de macroeconomia. São os conceitos de curto e longo prazos. 4 Devo ser sincero com você, aluno: esses conceitos não são fáceis de entender nem mesmo para um economista. Entender em que ponto, no tempo, a variável deixa de ser de curto prazo e passa a ser de longo prazo é algo relativamente subjetivo, pois não existe uma tabela que nos diga que 254 dias no futuro será um período de longo prazo. Vejamos como Dornbusch, Fischer e Startz (2013) definem curto e longo prazo. Curto prazo – os preços são relativamente fixos, pois alterá-los demanda custos que não são aceitáveis naquele momento. E a produção é variável, até certo ponto; nunca acima da fronteira da possibilidade de produção, seja ela de uma empresa ou de uma nação. É no contexto de curto prazo que encontramos o papel mais importante para a política macroecômica. Longo prazo – a produção depende do capital — máquinas e pessoas — e da tecnologia. Portanto, para aumentar a oferta de produtos no longo prazo, sejam eles da sua empresa ou de uma nação, serão necessários incrementos no capital ou avanços na tecnologia, que claramente não são possíveis num curto espaço de tempo, isto é, não estarão disponíveis no curto prazo. Outro conceito importante, intrinsicamente relacionado com o curto e o longo prazos, é a Curva de Fronteira de Possibilidade de Produção. Podemos considerar essa possibilidade de produção como um produto potencial, que somente será possível alterar no longo prazo, por meio de ajustes no montante de capital empregado ou por modificações na tecnologia. Ficará mais fácil compreender isso por meio de um exemplo: vamos imaginar que você seja um artesão que produz esculturas em madeira. Você produz duas esculturas, trabalhando 5 horas por dia. Como você poderia aumentar sua produção? Teríamos duas respostas possíveis: 5 Trabalhar 10 horas por dia (seu limite físico não permite mais), produzindo, portanto, 4 esculturas. Esse seria seu produto potencial ou possibilidade de produção. Seria o máximo que você conseguiria atingir no curto prazo. Fazer investimentos em novas ferramentas, novos conhecimentos ou diferentes técnicas, permitindo assim que, no longo prazo (dias, meses ou anos), você consiga fazer mais esculturas dispendendo o mesmo tempo. Creio que, a esta altura, você já conseguirá entender se, num debate entre economistas, um deles disser: “ O crescimento de nossa economia está limitado pela falta de investimentos!” ou “Os investimentos só surtirão efeito no longo prazo”. Outro aspecto importante, que Mankiw (2005) apresenta-nos como essencial para entendermos a postura da política econômica, é saber se estamos tratando com uma declaração normativa ou positiva. Veja as duas afirmações a seguir: Economista 1: A queda da produção causa desemprego. Economista 2: O governo deve aumentar os investimentos. Podemos entender que a afirmação do economista 1 é do tipo positiva. Declarações positivas são descritivas em sua essência, elas nos informam sobre como o mercado funciona e, geralmente, qual a relação efeito-causa esperada para dada situação. A afirmação do economista 2, por sua vez, é do tipo normativa, ou seja, ela indica o que deve ser feito ou, pelo menos, como deveria ser feito. Uma declaração positiva está relacionada a evidências, em princípio. Estas precisam do exame de dados concretos para serem confirmadas. Uma forma de confirmar a veracidade de uma afirmação é observar a relação, ao 6 longo do tempo, entre a produção industrial e o nível de emprego na indústria. A afirmativa do economista 2 é do tipo normativa, e está mais relacionada a uma questão política. Talvez os dados mostrem que um aumento nos investimentos via governo não tenha impacto na economia, mas que pela visão política — ética e partidária — daquele economista, isso seja necessário. Ter em mente a distinção entre afirmativas positivas e normativas é sempre necessário.Quando você escutar um economista fazendo declarações normativas, sabia que, muitas vezes, ele não está partindo de uma visão científica, mas sim de uma postura político-partidária. Vamos testar se você entendeu tudo até aqui? Vejamos a manchete abaixo, que saiu num jornal econômico de grande circulação: “BNDES reduz custo de financiamentos para projetos de infraestrutura” (Martins; Rodrigues, 2016). A primeira pergunta que podemos fazer é: o efeito esperado pelo governo é para o curto ou o longo prazo? Certamente é para o longo prazo, pois apesar de a política poder ser implementada em poucos dias, o efeito na produção só será colhido meses ou anos após os investimentos serem finalizados. Qual será o efeito para o produto potencial? Se os investimentos se realizarem, o produto potencial da economia e das industrias aumentará. A declaração do BNDES foi normativa ou positiva? Claramente normativa, uma vez que se trata de uma política implementada pelo Banco e pelo governo. Tema 2 – Principais Agregados Macroeconômicos Seguindo a abordagem de Simonsen e Cysne (1985), existem sete conceitos básicos para auferir o desempenho real de uma economia. São eles: produto, renda, consumo, poupança, investimento, absorção e despesa. Estes conceitos são a base da contabilidade nacional e são nomeados como 7 agregados macroeconômicos, pois consideram os resultados da atividade econômica como um todo. Vamos tratar de esclarecê-los. O produto, como conceito de agregado macroeconômico, afere o valor total da produção da economia em determinado período de tempo. No Brasil, a responsabilidade pela compilação dos dados é feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que emite relatório a cada três meses. O primeiro cuidado que é tomado no cálculo da produção é evitar a dupla contagem, isto é, sempre se contará a produção de produto finais. Vejamos um exemplo: o IBGE compila a produção de veículos, não de motores, aço, borracha que são insumos utilizados na produção do automóvel. Portanto, o IBGE agrupa somente aqueles bens que não foram usados como intermediários para produzir outros. Por questões metodológicas, muitas vezes não é possível auferir o valor do produto final — como ocorre no setor de serviços, por exemplo. Nesse caso, o IBGE utiliza o conceito de valor adicionado. Denomina-se valor adicionado à diferença entre o produto final e os valores dos produtos intermediários. Por consequência, o produto nacional não deixa de ser igual à soma de todos os valores adicionados, em dado período de tempo, em todas as unidades produtivas do País. O cálculo do produto considera somente a produção em determinado período de tempo; então, quando falamos no produto de 2010, estamos considerando a soma de todos os produtos finais produzidos no ano de 2010. Você notará, com base nessa informação, que a compra de bens usados, como imóveis, não aumentará o produto nacional. Para entendermos o agregado macroeconômico renda, precisamos previamente entender o que significa “fatores de produção”. Para produzir bens e serviços, as empresas precisam de recursos e insumos. Estes podem ser matéria-prima, mão de obra, máquinas, ferramentas, tecnologia etc. Esses recursos são denominados fatores de produção. Como sabemos que nada é de graça, todos os fatores são vendidos no 8 mercado. Exemplo de matéria-prima são as commodities, que são negociadas nos mercados internacionais. A mão de obra é remunerada com base nos salários, e as máquinas, com base nos aluguéis. Em síntese, no agregado renda incluem-se os salários (remuneração pela mão de obra ofertada), os juros (remuneração pelo capital de empréstimos) os lucros (remuneração pelo capital físico aplicado) e os aluguéis. Por fim, podemos definir que renda é o somatório das remunerações de todos os fatores de produção (salário + lucros + juros + aluguéis) pagas aos agentes de uma economia durante certo período de tempo. Segundo Simonsen e Cysne (1985), o agregado consumo é o valor total dos serviços e bens adquiridos pelos indivíduos. O consumo é dividido em dois tipos: consumo das famílias e consumo do governo. O consumo das famílias ou consumo pessoal é o montante adquirido voluntariamente pelos indivíduos no mercado. O consumo do governo, por sua vez, são os bens e serviços de uso coletivo postos à disposição das famílias e empresas pelo setor público, como policiamento, educação, justiça etc., sempre de maneira gratuita. Note que construção de rodovias e outros gastos em infraestrutura não são considerados como consumo do governo. Os aumentos no estoque físico de capital (construção de rodovias, hidroelétricas, compra de equipamentos) serão considerados investimentos. Investimento está relacionado diretamente ao conceito de poupança, pois só podemos investir aquela parte da renda que não consumimos, ou seja, que poupamos. O investimento bruto também é conhecido como formação bruta de capital, e destina-se, além da compra de equipamentos e dos gastos em infraestrutura, a repor a retirada de circulação de equipamentos e instalações, por desgaste e obsolescência. Portanto, investimento bruto é igual a investimento líquido mais os gastos em depreciações. Poupança é definida como a renda não consumida. Nesse caso, temos 9 três tipos de poupança: poupança privada; poupança do governo e poupança externa ou do resto do mundo. Como já vimos, a poupança privada é a diferença entre a renda que as famílias angariaram, menos o que elas gastaram com consumo. Quanto à poupança do governo, é tudo que o governo obteve por meio de impostos e outras receitas, menos o que gastou. Note que quanto maior a poupança, maior o investimento. Portanto, podemos ter a situação de um governo que é poupador, mas deficitário no orçamento. Por quê? Isso pode acontecer porque o conceito de poupança depende de quanto o governo deixou de gastar, sem incluir as despesas a título de investimentos. Para entender a poupança externa, você deve prestar bastante atenção, pois a referência é sempre o resto do mundo. Assim, quando a poupança externa é positiva, quer dizer que o resto do mundo obteve uma poupança positiva em relação às transações econômicas com o Brasil. Em outras palavras, se o Brasil gastou mais em importações do que ganhou com as exportações, gerou poupança externa positiva. Se, por outro lado, em algum ano o Brasil conseguiu exportar mais do que importar, gerou assim poupança externa negativa. Citamos exportações e importações e bens e serviços, mas, como falamos em despesas, é necessário esclarecer que estas podem se tratar de salários + aluguel + lucros + juros enviados ao exterior. Uma vez entendidos os conceitos de consumo e investimento, pode-se compreender que o de absorção é definido como a soma do consumo mais o investimento. Trata-se, portanto, do valor dos bens e serviços que a sociedade absorve em certo período, para consumo de seus indivíduos e/ou governo ou para o aumento do estoque de capital. Numa economia fechada, isto é, que não faça negócios com o exterior, a absorção coincide com o produto. Se a economia exporta mais bens ou serviços do que importa, parte da produção total não é absorvida pelo país, e 10 sim pelo exterior. Por fim, o conceito de despesa agrupa a absorção interna mais o saldo das exportações sobre importações de bens e serviços. Portanto, despesa é igual a consumo + investimento + (exportações - importações). Em síntese, esses são os principais conceitos da contabilidade nacional. Espero que você os tenha entendido,pois eles serão fundamentais para compreender os próximos temas. Tema 3 – Identidades Macroeconômicas Básicas Vamos iniciar este tema por uma das identidades fundamentais da contabilidade nacional, e que servirá de base para um vasto conhecimento que ainda será apresentado em nossas aulas. PRODUTO (P) ≡ RENDA (R) ≡ DESPESA O símbolo “≡” indica identidade. Trata-se, portanto, de uma tautologia, isto é, dela deriva uma afirmação que é sempre verdadeira. A identidade Produto ≡ Renda resulta de que a adição de valores, em cada etapa do processo de produção, corresponde exatamente à remuneração dos fatores (salário, juros, lucros, aluguéis). Lembre-se que estamos tratando de uma economia com a participação do governo e interligada com o resto do mundo e, portanto, estamos levando em consideração que a produção pode remunerar salários nacionais, mas também estrangeiros. 11 Figura 1 – O fluxo circular da Renda Fonte: Entendendo como as coisas funcionam, 2016. Podemos entender produto, renda e despesa como um grande fluxo, no qual o produto remunera seus fatores (salários, insumos etc.), que, somados, representam a renda agregada. A renda, por sua vez, só pode ser convertida em despesa, sendo esta dividida em consumo, investimento ou gasto no exterior. A segunda identidade que nos interessa tratar aqui é: Poupança (S) ≡ Investimento (I) Consideremos, num primeiro momento, uma economia sem governo (sem G) e fechada para o comércio internacional, ou seja, sem exportações (X) e importações (M). Nesse caso, a produção de bens finais (P) só teria duas finalidades: ou ela seria consumida pelas famílias (C); ou teria a finalidade de investimento (I). Assim: P ≡ C + I A Renda (R), nesse caso, tem somente duas utilizações: ou é consumida (C) ou vira poupança (S). Logo: R ≡ C + S 12 Como, porém, P ≡ R, teremos: C + I ≡ C + S I ≡ S Esta equação mostra que, numa economia simples, o investimento é idêntico à poupança. Como podemos interpretar essa relação? Em uma economia simples, a única forma de os investidores financiarem suas aplicações é tomar emprestado de indivíduos que poupam (Dornbusch, Fischer e Startz, 2013). Como isso afeta a economia? Você já deve ter lido em algum texto que o baixo nível de poupança no Brasil torna mais difícil aumentar o nível de investimentos. Vamos, então, integrar às equações o governo e o setor externo. As compras de bens e serviços do governo são indicadas por G, as exportações por X e a importações por M. Com esses elementos, chegamos à equação fundamental da Contabilidade Nacional: P ≡ C + I + G + (X-M) Essa é uma das equações mais importantes da economia: em síntese, é a definição do Produto Interno Bruto (PIB). A equação indica que o produto de toda a economia é a totalidade do que foi consumido, mais o que foi investido, somados aos gastos do governo e ao saldo da balança comercial. Peço que, a partir de agora, sempre que você se deparar com alguma notícia sobre o crescimento do PIB, note que esses componentes — consumo, investimento, gastos do governo e balança comercial — estarão presentes. E como fica a poupança com a introdução do setor externo? A poupança interna é, basicamente, a diferença entre a remuneração e o que foi 13 consumido, ou seja, P = R – C. Quanto à poupança externa, você deve lembrar que, no tema anterior, já vimos sua definição: é a diferença entre as importações e as exportações. Portanto: Poupança = Poupança Interna + Poupança Externa Como Investimento é idêntico a Poupança, logo: Investimento ≡ Poupança Interna + Poupança Externa Isso indica que, caso a poupança interna seja menor que os valores dos investimentos, quem irá financiá-los será o setor externo. Existem discussões no âmbito da economia sobre qual o papel do setor externo nos investimentos nacionais, e se isso causa vulnerabilidade na economia. Não nos cabe aqui apresentar essa discussão, mas apenas ressalvar que esses tópicos são extremamente importantes para a economia. Tema 4 – Sistema de Contas Nacionais Como explicam Simonsen e Cysne (1985), a contabilidade nacional ou o sistema de contas nacionais procura representar o desempenho real de uma economia, ou seja, informar da maneira mais precisa os montantes contábeis que circularam naquela economia em dado período. Por se tratar de um sistema de contas, é necessário que este obedeça a pelo menos dois princípios: O do equilíbrio interno de cada conta, em que o total dos débitos deve igualar o total dos créditos; O do equilíbrio externo do sistema, no qual um lançamento devedor deve ter um correspondente igual em crédito em outra conta. Se você já possui conhecimentos contábeis, deve ter percebido que o 14 sistema nacional de contas segue os princípios gerais da contabilidade, baseados no sistema de partidas dobradas. Se você entendeu esses princípios, provavelmente ficou mais claro o motivo da identidade da equação: PRODUTO ≡ RENDA ≡ DESPESA. Consequentemente, verá que é possível calcular o valor do PIB por três caminhos diferentes: pela ótica do produto, pela ótica da renda e pela ótica da despesa. Pela ótica do produto, podemos calcular o PIB como sendo o valor total dos bens e serviços finais — sem bens intermediários — produzidos no país em determinado período. Outra forma de fazer isso seria não considerar os valores dos produtos finais, mas somente os valores adicionados em cada processo de produção. Para entender melhor, imagine o seguinte exemplo: um país que possua uma fazenda de cana-de-açúcar que produza um valor total de 1000 reais. Essa fazenda vende toda a sua cana para uma refinaria, que, por sua vez, produz açúcar no valor total de 2000 reais. A refinaria vende toda a produção do açúcar ao atacadista. Por fim, o atacadista vende todo o açúcar por 3000 reais. Observe a Tabela 1 para compreender a forma de cálculo do PIB: Tabela 1 – Como se calcula o PIB Valor Total Bruto (VTB) Consumo Intermediário (CI) Valor Adicionado (VTB – CI) Fazenda (cana) 1000 1000 Refinaria de açúcar 2000 1000 1000 Atacadista de açúcar 3000 2000 1000 Total 6000 3000 3000 Note que podemos calcular o PIB somente pelo valor do bem final (Açúcar = 3000) ou pelos valores adicionais ao longo da cadeia (1000 + 1000 + 1000 = 3000). 15 Pela ótica da renda, o PIB será calculado pela soma dos salários + aluguéis + juros + lucros. O cálculo pela ótica da despesa remete à fórmula já apresentada: PIBpm = C + I + G + (X-M) Ou seja, o PIB será a soma do consumo + investimentos + gastos do governo + saldo da balança comercial. Você deve ter notado que eu grafei PIBpm, que indica o produto interno bruto a preços de mercado. Este é o conceito mais importante desse produto, que usualmente é conhecido unicamente por PIB. Se, por acaso, retirarmos os impostos indiretos, que são aqueles que o consumidor final paga, como o IPI, e os subsídios oferecidos pelo governo, chegaremos ao PIBcf (Produto Interno Bruto a Custo dos Fatores). Qual a utilidade desse conceito? Calcular o produto de modo a corrigir, em parte, a influência do governo. Imagine por um momento que um governo gastou demasiadamente em subsídios naquele ano. É certo que o PIBpm terá valor inflado ou bem superior ao do PIBcf. Até o momento, você deve ter notado, ainda não falamos do efeito da inflação no cálculo do PIB. De fato, sótratamos do chamado PIB nominal, que sempre é calculado com base nos preços correntes do ano ao qual ele se refere. Desta forma, para calcularmos o PIB nominal de um ano qualquer, basta multiplicarmos as quantidades dos bens produzidos nesse ano pelos seus preços correspondentes, ou seja, PIB nominal = Quantidade x Preços correntes. Mas, então, como é feito o cálculo do PIB real? Como o nosso problema é o efeito da inflação, não devemos levar em consideração as variações de preço. Vamos supor uma economia que produza somente dois bens (P1 e P2). Vejamos a tabela seguinte, que indica os preços e a quantidade produzida de 16 cada bem, para entendermos como é feito o cálculo do PIB real. Tabela 2 – Como se calcula-o PIB REAL e o PIB NOMINAL Preço P1 Quantidade P1 Preço P2 Quantidade P2 PIB NOMINAL PIB REAL 2014 10 100 20 200 5000 - 2015 15 120 22 250 7300 6200 O PIB real de 2015 é calculado tomando-se a quantidade produzida nesse ano, mas multiplicada pelos preços de algum ano-base; neste caso, 2014. Os cálculos foram feitos da seguinte forma: PIB real de 2015 = 10 x 120 + 20 x 250 = 6200 Vemos que a variação da economia, sem os efeitos inflacionários, foi de 24% de crescimento (6200/5000). Se estivéssemos considerando somente o PIB nominal, teríamos 46% de aumento. Apesar de este ser um exemplo bem simples, ele tem por objetivo mostrar que devemos levar em consideração a inflação quando estamos tratando de resultados nominais na economia. Aproveitando os dados apresentados, podemos apresentar outro importante conceito, o deflator implícito do PIB. Se tomarmos o valor de 7300 e dividirmos pelo valor real encontrado, de 6200, obteremos o deflator implícito do PIB para o ano de 2015. Neste caso, ele será de 1,17 (7300/6200) ou, simplesmente, 17%. Portanto, em poucas palavras, o deflator implícito do PIB permite-nos aferir qual foi a inflação ao longo de um período. Neste caso, o nível geral de preços — ou inflação — aumentou, em média, 17%. Trataremos sobre a inflação e os vários índices existentes no mercado em outra aula, mas o que deve ser aprendido neste momento é a qualidade do deflator como medida de inflação, principalmente pela sua amplitude, dado que 17 leva em consideração toda a gama de bens da economia. Em suma, o que esperamos, ao fim desse tema, é que você tenha em mente os elementos que constituem o cálculo do PIB, e entenda que este pode ser calculado sob três óticas diferentes. Além disso, que você também compreenda a diferença entre o produto nominal e o real, o PIB a preços de mercado e a custo de fatores, e como o deflator funciona como medida de inflação da economia como um todo. Tema 5 – Balanço de Pagamentos A instituição responsável pela elaboração e divulgação do Balanço de Pagamentos (BP) é o Banco Central do Brasil (BACEN). Segundo definição do BACEN, o balanço de pagamentos é o registro estatístico de todas as transações, fluxo de bens e valores, entre os residentes de uma economia e o restante do mundo. O balanço segue determinantes estabelecidos pelo Fundo Monetário Internacional. Segundo Paulani e Braga (2000), residentes são aquelas pessoas, físicas ou jurídicas, que tenham este país como seu principal centro de interesse. Por exemplo, se por acaso um espanhol passar alguns meses no Brasil, a trabalho ou turismo, mesmo que ele tenha residido no Brasil nesse período, seu centro de interesse continuou sendo a Espanha. Vamos apresentar uma estrutura simplificada do Balanço de Pagamentos, pois esse é um ponto do qual não temos como escapar: nós precisamos saber montar o balanço de pagamentos. Eu recomendaria, a propósito, que você copiasse o esquema do balanço de pagamentos repetidas vezes numa folha de caderno. 18 Quadro 1 – Formato do Balanço de Pagamentos Balanço de Pagamentos Balança Comercial (BC) Exportações Importações Balança de Serviços (BS) Transportes Viagens Internacionais Seguros Royalties e licenças Outros Balança de Rendas (BR) Remuneração, salários Rendas de investimento (lucros, dividendos, juros) Transferências Unilaterais (TUC) Saldo em conta Corrente/Transações correntes (TC) TC = A + B + C + D Conta Capital e Financeira (CCF) CONTA CAPITAL CONTA FINANCEIRA Investimentos Diretos Investimentos em Carteira Derivativos Outros investimentos Erros e Omissões (EO) Saldo do Balanço de Pagamento (BP) BP = E + F + G Haveres Internacionais ou Variação das Reservas Internacionais VRI = - H Fonte: Brasil, 2016. Vamos apresentar, de forma resumida, a definição de cada item do BP, e, ao final, mostraremos exemplos de lançamentos contábeis. 19 Balança Comercial (BC) – como já vimos anteriormente, neste item são contabilizados os valores de exportações e importações de bens. Não levamos em conta custos de fretes e seguros, pois estes são caracterizados como serviços. Quando as exportações superam as importações, temos um superávit da Balança Comercial; caso contrário, temos um déficit. Balança de Serviços (BS) – nessa conta são levados em consideração as transações com serviços; por exemplo, os gastos de não residentes com turismo dentro do país. Balança de Renda (BR) – você deve lembrar que a renda está relacionada ao pagamento de fatores, como lucros, juros, salários — com exceção dos aluguéis, que foram consideradas na atualização metodológica como serviços. Um exemplo de lançamento nessa conta seria: o envio de lucros de uma filial para sua matriz, ou a contratação, por um residente, de um web designer residente nos Estados Unidos. Transferências Unilaterais (TUC) –nessa conta são registradas as transações internacionais que não envolvem nenhum tipo de contrapartida. Por exemplo: doações para países em guerra, transferência de heranças, pagamento de pensões a nacionais residindo no exterior. Saldo de Transações Correntes (TC) – também conhecido como saldo em conta corrente, essa conta é o somatório dos saldos da balança comercial, da balança de serviços, da balança de rendas e das transferências unilaterais. Quando o Saldo de Transações Correntes registra déficit, isso significa que o resto do mundo gerou aquilo que vimos no Tema 2: poupança externa. Assim, temos que: Sext = - TC 20 Quando você lê nos jornais alguma matéria sobre balança de pagamentos, pode ver que é bastante comum o uso da nomenclatura passivo externo líquido para se referir a poupança externa ou déficit em transações correntes. Na conta capital são levadas em consideração as transferências unilaterais de capital, isto é, transferências de ativos fixos e transferências de fundos financeiros vinculados à aquisição de ativos. Como exemplo poderíamos citar uma pessoa que se muda para os Estados Unidos e leva consigo seus ativos. Temos que levar em conta que se trata de uma transferência unilateral e, portanto, terá lançamento contábil único no balanço de pagamentos. Outro tipo de conta, a financeira, é baseada na aquisição e venda de ativos intangíveis, como pagamentos por patentes e marcas. A conta financeira, antigamente conhecida por conta movimento de capitais autônomos, registra os capitais que entram e saem do país. Os capitais que adentram o país são considerados receitas, enquanto os capitais que saem são considerados despesas. Os capitais são divididos em investimentos diretos, investimentos em carteira, derivativos e outros investimentos. Os investimentos diretos sãoaqueles em que existe a compra ou reinvestimento de capital em entidades fixadas em outro país. Exemplo disso ocorre quando uma empresa brasileira decide comprar parte de uma empresa estrangeira, ou quando decide abrir uma filial em outro país da América Latina. Os investimentos em carteira, por sua vez, referem-se às transações que comumente ocorrem em mercados secundários. Como exemplo, temos a compra de ações de uma empresa estrangeira. Nos outros investimentos são somadas as operações de crédito e empréstimo, operações com o FMI e outros organismos internacionais. Na conta erros e omissões serão somados os ajustes necessários para equilibrar o balanço de pagamentos. Como estamos tratando da contabilidade de um país, é natural que erros aconteçam, impedindo que o saldo do balanço 21 de pagamentos se iguale às variações nas reservas internacionais. O Saldo do Balanço de Pagamentos é a soma de todas as contas vistas até o momento. Quando o saldo no BP fecha de modo positivo, isso implica que houve aumento de meios de pagamento internacionais disponíveis no país; quando o fechamento é negativo, há redução dos meios disponíveis. As variações do BP refletem-se diretamente no câmbio, ou seja, um país que vendeu bens e serviços, recebeu investimentos e transferências de capital, terá o câmbio valorizado em relação à moeda estrangeira. Por fim, o saldo da variação das reservas internacionais sempre será igual, mas com sinal trocado, ao saldo do balanço de pagamentos. Portanto quando o Saldo do BP é negativo, esse déficit deve ser compensado com a entrada de meios de pagamento via reservas internacionais. As reservas internacionais podem ser compostas por moeda estrangeira, ouro, títulos externos e reservas no FMI. Vejamos alguns exemplos de lançamentos para que você possa compreender melhor como funciona o Balanço de Pagamentos. A sistemática, em geral, funciona da seguinte forma: fazemos inicialmente o lançamento na conta do fato gerador, e sua contrapartida, na maioria das vezes, na conta de Haveres internacionais. Exemplo 1 Uma empresa brasileira exporta mercadorias no valor de 100. Portanto, será um lançamento no crédito em exportação = +100. Sua contrapartida será lançada na conta Haveres Internacionais = -100. O débito, no valor de -100, na conta reservas internacionais indica que houve aumento das reservas. Exemplo 2 Importação de insumos para a indústria, pagos à vista, no valor de 50. Lançamento na conta importações: – 50. 22 Sua contrapartida é lançada na conta Haveres Internacionais: +50. Exemplo 3 Gasto de brasileiro com turismo no valor de 5. Lançamento na balança de serviços (viagens): -5 Contrapartida na conta Haveres Internacionais: +5 Exemplo 4 Importação feita a prazo no valor de 100, de modo que é o resto do mundo quem a está financiando. Lançamento como importações, como no caso anterior: -100. Mas, como a importação foi feita a prazo e, portanto, não houve alteração nas reservas internacionais, o lançamento deve ser feito na Conta Financeira, como empréstimo: +100. Exemplo 5 Um país faz donativos de remédios ao Brasil no valor de 25. Lançamento como importações de bens; -25. Contrapartida na conta Transferências Unilaterais: +25. Esperamos que, ao chegar ao fim deste tema, você tenha entendido melhor como funciona um Balanço de Pagamentos e possa compreender a situação da economia quando observar, por exemplo, uma piora nas exportações, como ela irá afetar as transações correntes e o que será necessário para manter o equilíbrio do Balanço de Pagamentos. Trocando Ideias Veja esta notícia de 2008, e discuta quais os possíveis motivos do ex- ministro Guido Mantega para acreditar que um crescimento de 5,4% não condizia com o conceito de PIB potencial — limite a Curva de Fronteira de 23 Possibilidade de Produção. http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,mantega-diz-que-pib-de-5-4- derruba-mito-do-pib-potencial,138892 Na Prática Imagine que você é um consultor e que um cliente estrangeiro o procura querendo investir no Brasil. Ele deseja saber qual foi o comportamento do PIB nos últimos dois anos e também o da inflação. Como o seu cliente possui uma empresa de importação, ele deseja saber também qual foi o comportamento das exportações e importações no Brasil. Produza um relatório apresentando os dados solicitados e, se possível, confeccione gráficos. Protocolo de Resolução da Situação Proposta Leia o caso acima e, com base no conteúdo e nos materiais já apresentados nesta aula, analise as questões propostas abaixo, buscando ampliar seu conhecimento: 1) Procure os dados do PIB no site do IBGE. Procure, via sistema Sidra IBGE, por PIB a preços de mercado, na seção de Contas Nacionais. 2) Os dados de comércio exterior podem ser encontrados na seção de estatísticas de comércio exterior (DEAEX), no site do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Internacional . 3) Tabule os dados por meio do Excel e, se possível, crie gráficos. 4) Apresente os resultados de forma concisa. Resolução do Caso Podemos começar apresentando os resultados da balança comercial, conforme o gráfico a seguir. 24 Figura 2 – Gráfico dos resultados da balança comercial Podemos notar que as importações, durante boa parte do tempo, mantiveram-se abaixo das exportações, portanto gerando saldo positivo na balança comercial. Notamos que, no período pós-2001, esse saldo foi bem significante. Por fim, notamos que no período entre 2014 e 2015 tanto importações como exportações caíram, mas ainda assim as exportações ficaram acima das importações. - 50.000.000.000 100.000.000.000 150.000.000.000 200.000.000.000 250.000.000.000 300.000.000.000 1 9 8 9 1 9 9 0 1 9 9 1 1 9 9 2 1 9 9 3 1 9 9 4 1 9 9 5 1 9 9 6 1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 US$ FOB EXP US$ FOB IMP 25 Figura 2 – Gráfico da taxa de crescimento trimestral do PIB O segundo gráfico indica a taxa de crescimento trimestral do PIB em relação ao mesmo período do ano anterior. Vemos uma retração em 2008 e 2009, mas bons índices de crescimento no período de 2004 a 2008, os quais se repetiram em 2010 e 2011. Porém, há uma forte retração nos períodos de 2014 e 2015, coincidindo com a retração das exportações e importações demonstradas no gráfico anterior. De maneira geral, saber coletar esses dados, compilá-los e, por fim, apresentá-los é um grande avanço. Espero que você tenha chegado a resultados semelhantes. Síntese Ao final dessa aula, creio que você já conseguirá explicar as diferenças entre o curto e o longo prazo na economia, e como isso está intrinsicamente relacionado à Curva de Possibilidade de Produção. Você deve, também, compreender que as identidades PRODUTO ≡ RENDA ≡ DESPESA permitem que o PIB seja calculado por três óticas -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 1 T1 9 9 6 4 T1 9 9 6 3 T1 9 9 7 2 T1 9 9 8 1 T1 9 9 9 4 T1 9 9 9 3 T2 0 0 0 2 T2 0 0 1 1 T2 0 0 2 4 T2 0 0 2 3 T2 0 0 3 2 T2 0 0 4 1 T2 0 0 5 4 T20 0 5 3 T2 0 0 6 2 T2 0 0 7 1 T2 0 0 8 4 T2 0 0 8 3 T2 0 0 9 2 T2 0 1 0 1 T2 0 1 1 4 T2 0 1 1 3 T2 0 1 2 2 T2 0 1 3 1 T2 0 1 4 4 T2 0 1 4 3 T2 0 1 5 26 diferentes, e por que poupança é igual a investimento. Deve lembrar que o deflator implícito do PIB serve como medida ampla de inflação e é calculado com a razão PIB nominal / PIB real, e que os dados usuais do PIB são geralmente apresentados em preços correntes ou preços de mercado. Também deve compreender como, sem os impostos indiretos e os subsídios, chegamos ao Produto Interno Bruto a custo de fatores. Por fim, você deve ter entendido como funciona o Balanço de Pagamentos, e como uma poupança externa (importação líquida) pode levar, ainda que não necessariamente, a uma queda nas reservas internacionais. Referências BRASIL. Banco Central do Brasil. Balanço de pagamentos - 2015. Disponível em: < www4.bcb.gov.br/pec/series/port/metadados/mg152p.htm> Acesso em: 2 set. 2016. DORNBUSCH, R.; FISCHER, S.; STARTZ, R. Macroeconomia. Tradução de João Gama Neto. 11. Ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. ENTENDENDO como as coisas funcionam: o fluxo circular da renda. In: ANÁLISE ECONÔMICA. Disponível em: <http://analiseeconomica.com.br/site/entendendo-como-as-coisas-funcionam-o- fluxo-circular-da-renda/> Acesso em: 3 set. 2016. MANKIW, N. E. Introdução à economia: princípios de micro e macroeconomia. São Paulo: Campus Universitário, 2005. MARTINS, V.; RODRIGUES, L. BNDES reduz custo de financiamentos para projetos de infraestrutura. O Estado de S. Paulo, 7 mar. 2016. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,bndes-reduz-custo-de- 27 financiamentos-para-projetos-de-infraestrutura,10000020046> Acesso em: 02 set. 2016. PAULANI, L. M.; BRAGA, M. B. A nova contabilidade social. São Paulo: Saraiva, 2000. SIMONSEN, M. H.; CYSNE, R. P. Contas nacionais. Rio de Janeiro: Simposium Consultoria e Serviços Técnicos, 1985.
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