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5 Nocoes de Direito Administrativo

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NOÇÕES DE DIREITO 
ADMINISTRATIVO
Didatismo e Conhecimento 1
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Bruno Tulim e Silva
Advogado – Graduado em Direito pelo Centro Universitário Eurípedes de Marília/SP, UNIVEM; com Curso de Atualização 
em Direito pelo Complexo Jurídico Damásio de Jesus; Pós-Graduando em Direito Administrativo pela Universidade Anhanguera.
1. ATO ADMINISTRATIVO: 
CONCEITO, REQUISITOS, ATRIBUTOS, 
CLASSIFICAÇÃO, ESPÉCIES E 
INVALIDAÇÃO. 1.1. ANULAÇÃO E 
REVOGAÇÃO. 1.2. PRESCRIÇÃO. 
CONCEITO: 
Atos administrativos são espécies do gênero “ato jurídico”, ou seja, são manifestações humanas, voluntárias, unilaterais e desti-
nadas diretamente à produção de efeitos no mundo jurídico.
De acordo com os ensinamentos do jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, ato administrativo pode ser conceituado como: 
“declaração do Estado (ou de quem lhe faça às vezes – como, por exemplo, um concessionário de serviço público), no exercício 
de prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, e 
sujeitas a controle de legitimidade por órgão jurisdicional”.
Segundo o conceito formulado por Hely Lopes Meirelles, temos que: “ato administrativo é toda manifestação unilateral de 
vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, 
extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”.
Para Maria Sylvia Di Pietro, ato administrativo pode ser definido como: “a declaração do Estado ou de quem o represente, pro-
duz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Judiciário”.
Dessa forma, temos que é por meio do ato administrativo que a função administrativa se concretiza, sendo toda a exteriorização 
da vontade do Estado, executada pelos agentes públicos, objetivando alcançar o interesse coletivo.
Portanto, ato administrativo é a manifestação ou declaração da Administração Pública, editada pelo Poder Público, através de 
seus agentes, no exercício concreto da função administrativa que exerce, ou de quem lhe faça às vezes, sob as regras de direito públi-
co, com a finalidade de preservar e alcançar os interesses da coletividade, passível de controle Jurisdicional.
ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS:
Entende-se por atributos as qualidades ou características dos atos administrativos, uma vez que requisitos dos atos administrati-
vos constituem condições de observância obrigatória para a sua validade, os atributos podem ser entendidos como as características 
dos atos administrativos.
Os atributos dos atos administrativos citados pelos principais autores são: presunção de legitimidade; imperatividade; autoexe-
cutoriedade e tipicidade.
Presunção de Legitimidade: A presunção de legitimidade, ou legalidade, é a única característica presente em todos os atos admi-
nistrativos.
Assim, uma vez praticado o ato administrativo, ele se presume legítimo e, em princípio, apto para produzir os efeitos que lhe são 
inerentes, cabendo então ao administrado a prova de eventual vício do ato, caso pretenda ver afastada a sua aplicação, dessa maneira 
verificamos que o Estado, diante da presunção de legitimidade, não precisa comprovar a regularidade dos seus atos.
Dessa maneira, mesmo quando eivado de vícios, o ato administrativo, até sua futura revogação ou anulação, tem eficácia plena 
desde o momento de sua edição, produzindo regularmente seus efeitos, podendo inclusive ser executado compulsoriamente.
Imperatividade: Pelo atributo da imperatividade do ato administrativo, temos a possibilidade de a administração pública, de 
maneira unilateral, criar obrigações para os administrados, ou então impor-lhes restrições.
Importante esclarecer que nem todos os atos administrativos são revestidos de imperatividade, mas, da mesma forma que ocorre 
relativamente à presunção de legitimidade, os atos acobertados pela imperatividade podem, em princípio, ser imediatamente impos-
tos aos particulares a partir de sua edição.
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Autoexecutoriedade: O ato administrativo possui força executória imediatamente a partir de sua edição, isso ocorre porque as 
decisões administrativas trazem em si a força necessária para a sua auto execução. 
A autoexecutoriedade dos atos administrativos fundamenta-se na natureza pública da atividade administrativa, cujo principal 
objetivo é o atendimento ao interesse público.
Assim, a faculdade de revestimento do ato administrativo pela característica da autoexecução de seus atos se manifesta princi-
palmente pela supremacia do interesse coletivo sobre o particular.
Os atos autoexecutórios são aqueles que podem ser materialmente implementados pela administração, de maneira direta, 
inclusive mediante o uso de força, caso seja necessário, sem que a Administração Pública precise de uma autorização judicial prévia.
Tipicidade: Para a Profª. Maria Sylvia Di Pietro, a tipicidade é: “o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a 
figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados”.
Visando a segurança jurídica aos administrados, o atributo da tipicidade garante que o ato administrativo deve corresponder a 
figuras previamente estabelecidas pelo ordenamento jurídico vigente. 
REQUISITOS E ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO: 
A doutrina administrativa é pacifica em apontar cinco requisitos básicos, ou elementos dos atos administrativos: competência, 
finalidade, forma, motivo e objeto. 
Além dos requisitos elaborados pela doutrina administrativa, aplicam-se aos atos administrativos os requisitos gerais de todos os 
atos jurídicos perfeitos, como agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não proibida em lei.
Trata-se de requisitos fundamentais para a validade do ato administrativo, pois o ato que for editado ou praticado em desacordo 
com o que o ordenamento jurídico estabeleça para cada requisito, será, via de regra, um ato nulo.
Competência: O requisito da Competência pode ser definido como o poder legal conferido ao agente público para o desempenho 
regular e específico das atribuições de seu cargo. 
A competência é a condição primeira de validade do ato administrativo, onde deve haver uma análise sobre a incidência ou não 
da capacidade específica e legalmente definida para a prática do ato.
Importante observar que a noção de competência do agente, na esfera do Direito Administrativo, alcança, além do agente, tam-
bém o órgão do Estado que ele representa.
Dessa forma, conclui-se que competência é prerrogativa do Estado, exercitada por seus agentes, respeitada a hierarquia e distri-
buição constitucional de atribuições.
A competência é um elemento, ou requisito, sempre vinculado, ou seja, não há possibilidade de escolha na determinação da 
competência para a prática de um ato, tendo em vista que tal vinculação decorre de lei.
Para os estudos sobre o requisito da competência do ato administrativo, se mostra necessário e oportuno mencionar a existência 
das figuras da avocação de competência e a delegação de competência.
A avocação é o ato mediante o qual o superior hierárquico traz para si o exercício temporário de certa competência atribuída por 
lei a um subordinado, devendo ser medida excepcional e de caráter precário, sendo que a avocação não será possível quando se tratar 
de competência exclusiva do subordinado.
A delegação, doutro modo é o ato mediante o qual o superior hierárquico delega para seu subordinado ou a outro órgão, compe-
tência que lhe pertence, também tem a característica de ser temporário e revogável a qualquer momento, devendo seguir os limites 
previstos em lei,
Nos casos em que houver avocação ou delegação de competência não se verifica a transferência da titularidadeda competência, 
apenas o seu exercício. Importante salientar que o ato de delegação ou avocação de competência é discricionário e revogável a qual-
quer momento.
Quando o agente público ou órgão atua fora, ou além, de sua esfera de competência, temos presente então uma das figuras de 
abuso de poder, ou excesso de poder, que, nem sempre está obrigado à anulação do ato, visto que o vício de competência admite 
convalidação, salvo quando se tratar de competência em razão da matéria ou de competência exclusiva.
Finalidade: Ao editar determinado ato administrativo, o Poder Público deve perseguir o interesse público. É o objetivo principal 
que a Administração Pública pretende alcançar com a prática do ato administrativo. 
Dessa maneira a finalidade do ato deve ser sempre o interesse da coletividade e a finalidade específica prevista em lei para aquele 
ato da administração. 
Didatismo e Conhecimento 3
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Sendo requisito de validade do ato, é nulo qualquer ato praticado visando exclusivamente o interesse privado, ou seja, o desa-
tendimento a qualquer das finalidades do ato administrativo configura vício insanável, com a obrigatória anulação do ato. O vício de 
finalidade é denominado pela doutrina como desvio de poder, configurando em uma das modalidades do abuso de poder.
Forma: é o modo de exteriorização do ato administrativo. Todo ato administrativo, em principio, deve ser formal, e a forma exi-
gida pela lei quase sempre é escrita, em atendimento inclusive ao principio constitucional de publicidade.
A forma, ou formalidade é o conjunto de exterioridades que devem ser observadas para a regularidade do ato administrativo. 
Assim, temos que todo ato administrativo é formal, pelo que sua falta resulta, necessariamente, na inexistência do ato administrativo.
A forma do ato administrativo pode ser entendido em dois sentidos, no amplo e no estrito.
Em sentido amplo, a forma do ato administrativo é o procedimento previsto em lei para a prática regular do ato.
Seu sentido estrito refere-se ao conjunto de requisitos formais que devem constar no próprio ato administrativo, de acordo com 
suas formalidades próprias.
Motivo: É a causa imediata do ato administrativo, é a situação fática, ou jurídica, que determina ou possibilita a atuação adminis-
trativa, razão pela qual todo ato administrativo deve ser motivado, assim temos que o motivo é elemento integrante do ato.
O motivo do ato administrativo não se traduz apenas como um elemento, mas também como um pressuposto objetivo do ato em 
si, pois o motivo que deu origem ao Ato Administrativo tornou-se regra jurídico-administrativa obrigatória.
Diante da possibilidade legal de controle externo do ato administrativo (exercido pelo Poder Judiciário e Poder Legislativo) 
analisando a legalidade e legitimidade dos atos, a doutrina administrativa formulou a teoria dos motivos determinantes, que vincula 
a realização do ato administrativo com os motivos que o originaram, sendo certo que o ato deve ser praticado por agente competente 
e de acordo com as determinações legais.
A teoria dos motivos determinantes vincula a existência e a pertinência dos motivos (fáticos e legais) à efetiva realização do ato, 
demonstrando os motivos que declarou como causa determinante a prática do ato.
Dessa maneira, caso seja comprovada a não ocorrência do motivo ou a situação declarada como determinante para a prática do 
ato, ou então a inadequação entre a situação ocorrida e o motivo descrito na lei, o ato será nulo.
Não se pode confundir Motivo com Motivação, visto que Motivação é a declaração expressa dos motivos que determinaram e 
justificaram a prática do ato administrativos.
Objeto: O objeto é o próprio conteúdo material do ato. O objeto do ato administrativo identifica-se com o seu conteúdo, por meio 
do qual a administração manifesta sua vontade, ou simplesmente atesta situações preexistentes. 
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, o objeto do ato administrativo “é aquilo que o ato dispõe, isto é, o que o ato 
decide, enuncia, certifica, opina ou modifica na ordem jurídica”
Pode-se dizer que o objeto do ato administrativo é a própria alteração na esfera jurídica que o ato provoca, é o efeito jurídico 
imediato que o ato editado produz.
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS:
Atos Gerais e Atos Individuais: Os atos administrativos gerais caracterizam-se por não possuir destinatários diretos e determi-
nados, apresentam apenas situações normativas aplicáveis a todos os administrados e hipóteses fáticas que se enquadrem nos casos 
descritos de forma abstrata. 
Assim, é possível dizer que tais atos possuem como característica a generalidade e abstração.
Os atos administrativos individuais são aqueles que possuem destinatário final certo e determinado, produzindo seus efeitos de 
maneira direta e concreta e de forma individualizada, seja constituindo ou declarando situações jurídico-administrativa particulares. 
O ato individual pode ter um único destinatário – ato singular – ou então diversos destinatários, desde que determinados e identifi-
cados – atos plúrimos.
Atos Internos e Atos Externos: Atos administrativos internos, são aqueles destinados a produzir efeito somente no âmbito da 
Administração Publica, atingindo de forma direta e exclusiva seus órgãos e agentes.
Atos administrativos externos são os que atingem os cidadãos administrados de forma geral, criando direitos ou obrigações 
gerais ou individuais, declarando situações jurídicas. Para esses atos é necessário que haja a publicação em imprensa oficial, como 
condição de vigência e eficácia do ato.
Atos Simples, Complexo e Composto: Ato administrativo simples é aquele que decorre de uma única manifestação de vontade, 
de um único órgão, unipessoal ou mediante apreciação de colegiado. Assim, o ato simples esta completo somente com essa mani-
festação, não dependendo de outra, seja concomitante ou posterior, para que seja considerado perfeito, não dependendo ainda de 
manifestação de outros órgãos ou autoridades para que possa produzir seus regulares efeitos.
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Ato administrativo complexo é o que necessita, para sua formação e validade, da manifestação de vontade de dois ou mais ór-
gãos, ou autoridades, diferentes.
Ato administrativo composto é aquele cujo conteúdo resulta de manifestação de um só órgão, mas a sua edição ou a produção 
de seus regulares efeitos dependem de outro ato que o aprove. A atribuição desse outro ato é simplesmente instrumental, visando a 
autorizar a prática do ato principal, ou então conferir eficácia a este. Ressalta-se que o ato acessório ou instrumental em nada altera 
o conteúdo do ato principal.
Ato Válido, Ato Perfeito e Ato Eficaz: Ato válido é o que esta em total conformidade com o ordenamento jurídico vigente, aten-
dendo as exigências legais e regulamentares impostas para que sejam validamente editadas, não contendo qualquer vício ou defeito, 
irregularidades ou ilegalidades.
Ato administrativo perfeito é o qual está pronto, acabado, que já esgotou e concluiu o seu ciclo, foram exauridas todas as etapas 
de formação, já esgotaram todas as fases necessárias para a sua produção.
Ato administrativo eficaz é aquele que já está disponível e apto a produzir seus regulares efeitos, sendo capaz de atingir sua 
plenitude e alcance.
Atos Vinculados e Discricionários: Os atos vinculados são os que a Administração Pública pratica sem qualquer margem de li-
berdade de decisão, tendo em vista que a lei previamente determinou a única medida possível de ser adotada sempre que se configure 
a situação objetiva descrita em lei.
Os atos discricionários são aqueles que a Administração Pública pode praticar com certa liberdade de escolha e decisão, sempre 
dentro dos termos e limites legais, quanto ao seu conteúdo, seu modo de realização, sua oportunidadee conveniência administrativa.
Dessa maneira, na edição de um ato vinculado a administração Pública não dispõe de nenhuma margem de decisão, sendo que 
o comportamento a ser adotado pelo Administrador está regulamentado em lei, enquanto na edição de um ato discricionário, a legis-
lação outorga ao agente público determinada margem de liberdade de escolha, diante da avaliação de oportunidade e conveniência 
da pratica do ato.
Neste sentido, oportuno esclarecer a expressão “Mérito Administrativo”. O mérito do ato administrativo não é considerado 
requisito para a formação do ato, mas tem implicações com o motivo e o objeto do ato, e consequentemente, com as suas condições 
de validade e eficácia.
O mérito administrativo consubstancia-se, portanto, na valoração dos motivos e na escolha do objeto do ato, feitas pela Adminis-
tração incumbida de sua prática quando autorizada a decidir sobre a conveniência, oportunidade e justiça do ato a realizar.
O merecimento é aspecto pertinente apenas aos atos administrativos praticados no exercício de competência discricionária. Nos 
atos vinculados não há que se falar em mérito, visto que toda a atuação do Poder Executivo se resume no atendimento das imposições 
legais. Quanto ao mérito administrativo a Administração decide livremente, e sem possibilidade de correção judicial, salvo quando 
seu proceder caracterizar excesso ou desvio de poder.
ESPÉCIES:
Segundo a doutrina majoritaria administrativa, podemos agrupar os atos administrativos em 5 cinco espécies:
Atos normativos: São aqueles que contém um comando geral do Executivo visando ao cumprimento de uma lei. Podem apresentar-
se com a característica de generalidade e abstração (decreto geral que regulamenta uma lei), ou individualidade e concreção (decreto 
de nomeação de um servidor). 
São atos normativos: o decreto; o regimento; e a resolução. 
Atos ordinatórios: São os que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. São 
ordinatórios os atos administrativos que disciplinam e regram o funcionamento dos órgãos da Administração Pública e orientam os 
rocedimentos adotados pelos agentes públicos.
De acordo com Hely Lopes de Meirelles: “são aqueles que só atuam no âmbito interno das repartições e só alcançam os servi-
dores hierarquizados à chefia que os expediu. Não obrigam aos particulares, nem aos funcionários subordinados a outras chefias.”
Emanam do poder hierárquico, isto é, podem ser expedidos por chefes de serviços aos seus subordinados. Logo, não obrigam 
aos particulares.
São atos ordinatórios: as instruções; as circulares; os avisos; as portarias; as ordens de serviço; os ofícios e os despachos.
Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma declaração de vontade da Administração apta a concretizar determinado 
negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas condições impostas ou consentidas pelo Poder Público.
Didatismo e Conhecimento 5
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Muito embora apresentem interesses de ambas as partes, externando a manifestação de vontades entre a administração e o admi-
nistrado, o ato administrativo negocial possui natureza unilateral, visto que são editados pela Administração Pública, sob as normas 
do direito público, assim, a vontade do destinatário não é relevante para a formação do ato negocial, visto que necessita apenas de 
provocação, e depois a aceitação da vontade externada pelo Poder Público.
São atos negociais: a licença; autorização; permissão; aprovação; admissão; homologação e a dispensa.
Atos enunciativos: São todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião 
sobre determinado assunto, constantes de registros, processos e arquivos públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao 
motivo e ao conteúdo.
Segundo Hely Lopes de Meirelles temos que “aos atos enunciativos embora não contenham uma norma de atuação, nem or-
denem a atividade administrativa interna, nem estabeleçam uma relação negocial entre o Poder Público e o particular, enunciam, 
porém, uma situação existente, sem qualquer manifestação de vontade da Administração”.
Não há, no ato enunciativo, o estabelecimento de uma relação jurídica, justamente por não conter uma manifestação de vontade 
do Poder Público, mas sim enunciando um fato ja existente.
São atos enunciativos: a certidão; o atestado e o parecer.
Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção imposta pela lei e aplicada pela Administração, visando a punir as infrações 
administrativas e condutas irregulares de servidores ou de particulares perante a Administração.
Possuem o objetivo, de acordo com os ensinamentos de Hely Lopes de Meirelles “de unir e reprimir as infrações administrativas 
ou a conduta irregular dos servidores ou dos particulares perante a Administração”.
Pode-se concluir então que os atos punitivos podem ser externos, quando aplicados aos administrados; e internos, quando apli-
cados aos servidores da própria administração.
São atos punitivos externos: multa; interdição de atividades; destruição de coisas; demolição administrativa; a cassação e o 
confisco.
São atos punitivos internos: o afastamento preventivo de servidor investigado; advertencia; suspensão; demissão e a cassação de 
aposentadoria.
EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO:
O ato administrativo vigente permanecerá produzindo seus efeitos no mundo jurídico até que algo capaz de alterar essa condição 
ocorra. 
Uma vez publicado e eivado de vícios, terá plena vigência e deverá ser cumprido, em atendimento ao atributo da presunção de 
legitimidade, até o momento em que ocorra formalmente a sua extinção, por meio da Anulação ou Revogação do Ato Administrativo.
O desfazimento do ato administrativo poderá ser resultante do reconhecimento de sua ilegitimidade, de vícios em sua formação, 
ou então poderá ser declarada a falta de necessidade de sua validade.
Neste sentido o Supremo Tribunal Federal (STF) editou a Súmula 473 que assim garante: A administração pode anular seus 
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Assim, o ato administrativo é considerado extinto quando ocorrer às principais formas de extinção.
Revogação: é modalidade de extinção de ato administrativo que ocorre por razões de oportunidade e conveniência da Adminis-
tração Pública, atendido o interesse coletivo.
A Administração Pública pode revogar um ato quando entender que, embora se trate de um ato válido, que atenda a todas as 
prescrições legais, não atende adequadamente ao interesse público no caso concreto. 
Assim, temos que a revogação é a retirada, do mundo jurídico, de um ato válido, mas que, por motivos de oportunidade e conve-
niência (discricionariedade administrativa), tornou-se inoportuno ou inconveniente a sua manutenção.
Importante esclarecer que a medida de revogação de ato administrativo é ato exclusivo e privativo da Administração Pública que 
praticou o ato revogado. Assim, o Poder Judiciário em hipótese alguma poderá revogar um ato administrativo editado pelo Poder 
Executivo ou Poder Legislativo. Tal imposição decorre do Princípio da Autotutela do Estado em revogar seus próprios atos, de acordo 
com sua vontade.
O ato revogatório não retroage para atingir efeitos passados do ato revogado, apenas impedindo que este continue a surtir efeitos, 
assim, temos que a revogação do ato administrativo opera com o efeito “ex nunc”, ou seja, os efeitos da revogação não retroagem, 
passando a gerar seus regulares efeitos a partir do ato revogatório.
Didatismo e Conhecimento 6
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Anulação: ocorre quando um ato administrativo estiver eivado de vícios, relativos à legalidadeou legitimidade. 
Assim que os vícios forem identificado pela própria Administração Pública, esta poderá anulá-lo de ofício. É possivel ainda que 
algum cidadão identifique os vícios e ilegalidades do ato administrativo e comunique a Administração Pública, que poderá anulá-lo.
A anulação do ato administrativo quando estiver com vícios de ilegalidade ou ilegitimidade poderá ocorrer ainda por decisão 
fundamentada do Poder Judiciário. Entretanto, o Poder Judiciário não poderá atuar de oficio, deverá aguardar a impetração de medida 
judicial por qualquer interessado na anulação do ato. 
O controle de legitimidade ou legalidade deverá ocorrer em sua forma, nunca em relação ao mérito do ato administrativo.
Importante esclarecer que nem todo ato administrativo que estiver com vício de legalidade ou legitimidade deverá obrigatória-
mente ser anulado, antes deve ser verificado se tal vício é sanável ou insanável. Assim, quando se verificar que trata-se de um vício 
insanável, a anulação do ato deve ser obrigatória, entretanto, quando se tratar de um vício sanável, o ato poder ser anulado ou conva-
lidado, de acordo com a discricionariedade conferida à Administração Pública, que irá efetuar análise de oportunidade e conveniência 
da manutenção dos efeitos do ato administrativo.
A anulação age retroativamente, ou seja, todos os efeitos provocados pelo ato anulado também são nulos, daí surge o denominado 
efeito “ex tunc”, que significa dizer justamente que, com a anulação, os efeitos do ato retroage desde a sua origem.
CONVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS:
Temos como regra geral que, os ato administrativos quando eivados de vícios de legalidade ou legitimidade devem ser anulados. 
Entretanto, algumas hipóteses de vicios de legalidade dão origem a atos administrativos meramente anuláveis, ou seja, atos que, a 
critério da Adminstração Pública poderão ser anulados ou então convalidados.
Desta forma, convalidar um ato administrativo é corrigi-lo ou regularizá-lo, desde que não acarretem lesão os interesse público 
nem mesmo prejuízo a terceiro, assim, verificados as condições acima, os atos que apresentarem defeitos sanáveis, ou passiveis de 
correção, poderão ser convalidados pela Própria Administração Pública.
Temos, portanto, que para a possibilidade de convalidação de ato administrativo, é necessário atender as seguintes condições:
- O defeito seja sanável;
- O ato convalidado não poderá acarretar lesão ao interesse público;
- O ato convalidado não poderá acarretar prejuízos a terceiros.
Por defeitos sanáveis temos aqueles cujos vícios são relativos à competência quanto à pessoa que editou o ato, desde que não se 
trate de hipótese de competência exclusiva, e ainda quando ocorrer vício quanto à forma, desde que a lei não considere a forma um 
elemento do ato essencial à validade do mesmo.
A convalidação pode incidir sobre atos vinculados e atos discricionários, pois não se trata de controle de mérito, mas sim de lega-
lidade e legitimidade, relativos a vícios do ato administrativo sanável, cuja análise recai sobre os elementos de competência e forma, 
pois, caso a analise fosse feita sobre os elementos de motivo ou objeto, o controle seria no mérito administrativo do ato.
PRESCRIÇÃO ADMINISTRATIVA: 
Em sentido amplo, é necessário conceituarmos o instituto da Prescrição, que nas mais simples concepções jurídicas temos que é 
a extinção do direito de ação em razão da inércia do titular do direito, pelo decurso de determinado lapso temporal, se extinguindo o 
direito de ingresso com ação judicial, e não o direito material propriamente dito.
Podemos conceituar o instituto da prescrição administrativa sob suas vertentes: a primeira consiste em analisar a Administra 
Pública em relação ao administrado e em segunda análise do administrado em relação ao Poder Público.
No primeiro caso, é a perda do prazo que a Administração Pública reveja os seus próprios atos, ou para que aplique penalidades 
administrativas ao seus agentes públicos ou então aos administrados, enquanto que no segundo caso, temos que prescrição adminis-
trativa é a perda do prazo de que goza o particular para recorrer de decisões administrativas.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
2. CONTROLE DA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONTROLE 
ADMINISTRATIVO, CONTROLE 
LEGISLATIVO E CONTROLE JUDICIÁRIO. 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
É através do exercício das funções administrativas, ou, pela expedição de atos administrativos que o Estado, no uso de suas 
prerrogativas em face do indivíduo, estabelece a formação de relações jurídico-administrativas entre a Administração Pública e o 
Administrado. 
Com a edição dos atos administrativos pela Administração Pública deve atender, alem da manifestação da vontade, do objeto e 
da forma, ao motivo e ainda à finalidade, dentro de um contexto rígido de legitimidade e de legalidade.
Ao divergir com qualquer um dos princípios constitucionais, quais sejam: legalidade, moralidade, publicidade ou impessoalida-
de, o administrador público ofende o próprio Estado, além de violar direitos diversos do administrado. Observa-se então que, quando 
tais questões são levadas em juízo, em quase todas as ações são ajuizadas em face do administrador e não contra o Estado.
Por controle entende-se a faculdade atribuída a um Poder para exercer vigilância, garantida a faculdade de correção, sobre a 
conduta de outro, dentro dos limites previstos constitucionalmente.
Como é sabido, todo ato emanado da Administração Pública deve ser motivado, que justifica o próprio ato, e funciona como 
meio de controle dos atos administrativos, seja ele vinculado ou discricionário.
CONTROLE ADMINISTRATIVO
O Controle Administrativo, ou também chamado de controle interno, tem como finalidade principal obter a harmonia e a padro-
nização da ação administrativa, a eficácia dos serviços administrativos e, bem assim, a retidão e a competência dos funcionários que 
guarnecem a administração.
A auto-revisão do ato administrativo fundamenta-se na hierarquia que, como vínculo que subordina os demais órgãos adminis-
trativos, graduando a autoridade de cada um, deriva o poder de vigilância e o poder de direção, bem como o poder de revisão, pelos 
quais se garante a completa unidade de direção ao sistema administrativo.
Temos então que controle interno é aquele controle exercido pela entidade ou órgão responsável pela atividade controlada, na 
esfera da própria Administração, assim, qualquer controle efetivo realizado pelo Poder Executivo sobre os seus serviços ou agentes 
é considerado interno, assim como o controle do Poder Legislativo ou do Poder Judiciário, por seus órgãos de Administração, sobre 
seus agentes e também sobre os atos administrativos praticados.
Assim, com o objetivo de serem observadas as normas fundamentais, os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhe-
cimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela deverão dar ciência imediata ao Tribunal de Contas respectivo, sob pena de 
responsabilidade solidária, sendo considerada parte legitima para a prática dos atos de denuncia, qualquer cidadão, partido político, 
associação ou sindicato.
Da Revisão “Ex-officio”: 
A revisão “ex-officio” pode ser entendida de maneira geral como a revisão espontânea exercida pela Administração sobre seus 
próprios atos, que decorre em virtude da hierarquia e da autotutela.
Diante da verificação de que o ato administrativo não atende aos requisitos prescritos em, ou em presença reconhecida da incon-
veniência ou da inoportunidade, a autoridade prolatora pode rever diretamente o ato ou ele pode ser revisto pelo agente de hierarquia 
superior, independente de provocação de parte interessada.
Da Revisão Provocada: 
A revisão provocada, na instância administrativa, realiza-se através de recurso, de pedido de reconsideração, de reclamação ou 
de representação.
Tal recurso,além da tranquilidade psicológica que assegura ao administrado ou servidor, visa corrigir os possíveis e eventuais 
erros do ato administrativo, inscrevendo-se como um direito potestativo do administrado, com natureza subjetiva, que ele pode usar 
sempre que julgar preterido um direito seu ou incorreto, em seu desfavor, um ato administrativo.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Diante de uma situação desfavorável, de natureza subjetiva, ou repleto de desobediência às formalidades legais, de natureza ob-
jetiva, ao administrado prejudicado é assegurado o direito à interposição de recurso através de petição dirigida à autoridade superior, 
devidamente motivada, como forma de provocação da atuação do controle interno da Administração.
A representação tem o conceito voltado à exposição direcionada à autoridade superior, é um recurso com natureza constitucional 
que consiste na denuncia formal de irregularidades existentes em uma ato administrativo.
A reclamação nada mais é do que um pedido dirigido à autoridade hierárquica superior, em forma de protesto ou queixa, por 
meio do qual o autor da reclamação reivindica a reparação de ato que reputar injusto.
O pedido de reconsideração é dirigido à própria autoridade que editou o ato, buscando nova deliberação.
CONTROLE LEGISLATIVO
O controle legislativo, integrante do sistema de controle externo, que muitos denominam parlamentar sem que vigore no país o 
regime parlamentarista, que é exercido sob os aspectos de correção e fiscalização, tendo em vista o interesse publico.
O controle externo legislativo é desempenhado de forma direta e indireta. Será direto quando exercido pelo Congresso Nacional, 
em nível federal; pelas Assembleias Legislativas, nível estadual e distrital; e pelas Câmaras Municipais, em nível municipal.
Será legislativo indireto o controle exercitado pelos Tribunais de Contas, que funcionam como órgãos auxiliares de Poder Le-
gislativo.
Controle Legislativo Direto: Compete ao Congresso Nacional, ou seja, às duas Casas Legislativas Federais (Senado Federal 
e Câmara dos Deputados), de acordo com o que dispõe o artigo 49, V, da Constituição Federal, sustar os atos normativos do Poder 
Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. Possui também como função, no exercício 
do controle externo de acompanhamento da execução orçamentária, com parecer técnico de Comissão Mista (artigo 166, §1º, II da 
Constituição Federal) e em atendimento a solicitação do Tribunal de Contas da União, sustar ato do Poder Executivo que possa causar 
dano irreparável ou grave lesão à economia pública.
O Congresso Nacional, ou qualquer de suas comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou qualquer titular de órgãos direta-
mente subordinados à Presidência da República para, caso haja necessidade, prestar de maneira pessoal, informações sobre assuntos 
previamente determinado, podendo ser enquadrado como crime de responsabilidade, a ausência a tal convocação, sem justificação 
adequada. 
Compete ainda ao Congresso Nacional, para apuração dos fatos controversos, instaurar Comissão de Inquérito, nos termos da 
Lei 1.579/52. 
Dentro das atribuições de controle externo, o Congresso Nacional é competente para realizar o julgamento das contas que o Pre-
sidente da República deve apresentar anualmente, e ainda apreciar os atos sobre a execução dos planos de governo.
É de competência privativamente ao Senado Federal, no exercício do controle externo, nos termos do artigo 52 da Constituição 
Federal, processar e julgar o Presidente da República bem como o Vice-Presidente nos crimes de responsabilidade, e os Ministros de 
Estado nos crimes com a mesma natureza conexos com aqueles. 
Da mesma maneira, compete ao Senado Federal, o processamento e consequente julgamento dos Ministros do Supremo Tribunal 
Federal, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade.
Ao Senado Federal incumbe a função de aprovar, previamente, mediante voto secreto, depois de realizada arguição pública a 
escolha de magistrados (nos casos específicos normatizados pela Constituição Federal), escolha de Ministros para composição do 
Tribunal de Contas da União, previamente indicados pelo Presidente da República (um terço), escolha de Governado de Território, 
presidente e diretores do Banco Central, Procurador-Geral da República, escolha (após arguição em seção secreta) dos chefes inte-
grantes de missão diplomática de caráter permanente. 
Deve ainda ser apreciado e autorizado pelo Senado Federal a realização de operações externas de natureza financeira, de interesse 
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios e estabelecer limites globais e condições para o montante 
da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Além de dispor sobre limites e condições para a concessão 
de garantia da União em operação de crédito externo e interno.
Já a competência da Câmara dos Deputados, nos exatos termos do artigo 51, inciso I, da Constituição Federal, autorizar, pelo 
voto de dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente da República e o Vice-Presidente da República, 
assim como os Ministros de Estado.
A Câmara dos Deputados, no exercício do controle externo, é competente a tomada de contas do Presidente da República, quando 
não apresentada ao Congresso Nacional, dentro do prazo de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, nos termos do artigo 
51, inciso II da Constituição Federal.
O controle exercido pelas Câmaras Municipais, diante do Poder Executivo Municipal vem definido nas Leis Orgânicas próprias 
de cada Município.
Didatismo e Conhecimento 9
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Controle Legislativo Indireto: Durante o Império brasileiro não existiu no país nenhum Tribunal de Contas, embora em Portugal 
tivesse existido as Casas de Contas que eram responsáveis pela arrecadação e fiscalização das receitas públicas, mas em nada pode 
ser comparado com as Cortes de Contas.
Os primeiros esboços da ideia da formação de um Tribunal de Contas surgiram com a observância da ineficiência dos parlamen-
tos na função da fiscalização dos bens e gastos públicos, quando do surgimento das monarquias parlamentaristas.
Assim, verificou-se a necessidade de um Tribunal, auxiliando o exercício do Poder Legislativo de fiscalização e controle dos gas-
tos públicos. Assim, os Tribunais de Contas da União, dos Estados e de alguns Municípios, atuam como órgãos auxiliares do Poder 
Legislativo, exercendo o controle externo, ou indireto, da Administração Pública, buscando em sua atuação a fiscalização da gestão 
financeira, orçamentária e patrimonial do Estado.
O Tribunal de Contas da União é regularmente composto por nove ministros, devidamente sediado no Distrito Federal e possui 
jurisdição em todo território nacional e tem suas atividades regulamentadas pela Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992.
É de competência do Presidente da República a nomeação, após aprovação pelo Senado Federal por votação secreta e após 
arguição pública, de um terço dos membros do Tribunal de Contas da União. O restante, ou seja, os outros dois terços são escolhidos 
pelo Congresso Nacional, obedecida a regulamentação definida pelo Decreto Legislativo nº 6, de 22 de abril de 1993.
Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros, com idade superior a 35 anos e inferior a 65 
anos, que possuam idoneidade moral e reputação ilibada, com notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros 
ou administração pública, que tenha mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija tais conhe-
cimentos, de acordo com o que dispõe o artigo 73, § 1º da Constituição Federal, seguido do artigo 71 da Lei nº 8.443/92.
No caso de ausência ou impedimentoslegais os Ministros são substituídos, mediante convocação do Presidente do Tribunal, 
pelos Auditores, observada a ordem de antiguidade no cargo, ou a maior idade, no caso de idêntica antiguidade. 
O artigo 71 da Constituição Federal normatiza que o controle externo, de competência do Congresso Nacional, será exercido com 
auxilio do Tribunal de Contas da União, cujo texto constitucional assim garante: 
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao 
qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado 
em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta 
e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem 
causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e 
indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em 
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem 
o fundamento legal do ato concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, ins-
peções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos 
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou 
indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumen-
tos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas 
Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e 
inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que 
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada 
ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Fe-
deral;
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao 
Poder Executivo as medidas cabíveis.
Didatismo e Conhecimento 10
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo 
anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo.
§ 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.
Ampliando o campo de atuação do Tribunal de Contas da União, dentro dos limites constitucionais, a Lei nº 8.443/92 estabelece, 
em seu artigo 1º, as limitações de competência do mesmo Tribunal, que assim garante o texto legal:
Art. 1° Ao Tribunal de Contas da União, órgão de controle externo, compete, nos termos da Constituição Federal e na forma 
estabelecida nesta Lei:
I - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos das unidades dos poderes 
da União e das entidades da administração indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público 
federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte dano ao Erário;
II - proceder, por iniciativa própria ou por solicitação do Congresso Nacional, de suas Casas ou das respectivas comissões, à 
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial das unidades dos poderes da União e das demais entida-
des referidas no inciso anterior;
III - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, nos termos do art. 36 desta Lei;
IV - acompanhar a arrecadação da receita a cargo da União e das entidades referidas no inciso I deste artigo, mediante inspe-
ções e auditorias, ou por meio de demonstrativos próprios, na forma estabelecida no Regimento Interno;
V - apreciar, para fins de registro, na forma estabelecida no Regimento Interno, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a 
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder público federal, exce-
tuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, 
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
VI - efetuar, observada a legislação pertinente, o cálculo das quotas referentes aos fundos de participação a que alude o pará-
grafo único do art. 161 da Constituição Federal, fiscalizando a entrega dos respectivos recursos;
VII - emitir, nos termos do § 2º do art. 33 da Constituição Federal, parecer prévio sobre as contas do Governo de Território Fe-
deral, no prazo de sessenta dias, a contar de seu recebimento, na forma estabelecida no Regimento Interno;
VIII - representar ao poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados, indicando o ato inquinado e definindo res-
ponsabilidades, inclusive as de Ministro de Estado ou autoridade de nível hierárquico equivalente;
IX - aplicar aos responsáveis as sanções previstas nos arts. 57 a 61 desta Lei;
X - elaborar e alterar seu Regimento Interno;
XI - eleger seu Presidente e seu Vice-Presidente, e dar-lhes posse;
XII - conceder licença, férias e outros afastamentos aos ministros, auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, 
dependendo de inspeção por junta médica a licença para tratamento de saúde por prazo superior a seis meses;
XIII - propor ao Congresso Nacional a fixação de vencimentos dos ministros, auditores e membros do Ministério Público junto 
ao Tribunal;
XIV - organizar sua Secretaria, na forma estabelecida no Regimento Interno, e prover-lhe os cargos e empregos, observada a 
legislação pertinente;
XV - propor ao Congresso Nacional a criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções de quadro de pessoal 
de sua secretaria, bem como a fixação da respectiva remuneração;
XVI - decidir sobre denúncia que lhe seja encaminhada por qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato, na 
forma prevista nos arts. 53 a 55 desta Lei;
XVII - decidir sobre consulta que lhe seja formulada por autoridade competente, a respeito de dúvida suscitada na aplicação 
de dispositivos legais e regulamentares concernentes a matéria de sua competência, na forma estabelecida no Regimento Interno.
§ 1° No julgamento de contas e na fiscalização que lhe compete, o Tribunal decidirá sobre a legalidade, de legitimidade e a 
economicidade dos atos de gestão e das despesas deles decorrentes, bem como sobre a aplicação de subvenções e a renúncia de 
receitas.
§ 2° A resposta à consulta a que se refere o inciso XVII deste artigo tem caráter normativo e constitui prejulgamentoda tese, mas 
não do fato ou caso concreto.
§ 3° Será parte essencial das decisões do Tribunal ou de suas Câmaras:
I - o relatório do Ministro-Relator, de que constarão as conclusões da instrução (do relatório da equipe de auditoria ou do téc-
nico responsável pela análise do processo, bem como do parecer das chefias imediatas, da unidade técnica), e do Ministério Público 
junto ao Tribunal;
Didatismo e Conhecimento 11
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
II - fundamentação com que o Ministro-Relator analisará as questões de fato e de direito;
III - dispositivo com que o Ministro-Relator decidirá sobre o mérito do processo.
A composição dos Tribunais de Contas dos Estados vem definida nas Constituições e nas legislações complementares de cada 
Estado. 
Para o regular desempenho de sua competência o Tribunal de Contas receberá da Secretaria de Estado da Fazenda e das Prefeitu-
ras Municipais, em cada exercício, o rol dos responsáveis por dinheiro, valores e bens públicos, e outros documentos ou informações 
que considerar necessários.
Cumpre destacar que os pareceres emitidos pelo Tribunal de Contas referentes às contas prestadas pelo Governador e pelos Pre-
feitos Municipais não têm poder vinculante, podendo ser aceitos ou não pelo Poder Legislativo.
As contas que devem ser prestadas pelas Mesas da Câmara dos deputados, do Senado Federal, das Assembleias Legislativas, das 
Câmaras Municipais e ainda pelos Tribunais (Poder Judiciário Federal e Estadual), eram julgadas pelos Tribunais de Contas da União 
ou dos Estados, dependendo da esfera a qual pertence.
Entretanto, a Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000, estabelece, em seu artigo 56, que as contas prestadas pelos Che-
fes do Poder Executivo incluirão, além das contas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do 
Chefe do Ministério Público, as quais receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas.
Assim, a nova legislação desvincula os Chefes dos outros Poderes das disposições normativas contida no artigo 71, inciso II, da 
Constituição Federal.
Só com relação às contas dos Chefes do Executivo é que o pronunciamento do Tribunal de Contas constitui mero parecer prévio, 
sujeito à apreciação final do Poder Legislativo, antes do qual não há inelegibilidade. As contas de todos os demais responsáveis por 
dinheiro e bens públicos são julgadas pelo Tribunal de Contas e suas decisões geram inelegibilidade.
CONTROLE JUDICIAL
Controle judicial pode ser assim entendido como sinônimo de reexame ou revisão, ou seja, é a verificação, pelo Poder Judiciário, 
quando provocado, da legalidade dos atos praticados pela Administração Pública, isto porque a jurisdição civil, contenciosa e volun-
tária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional.
Para que haja a ocorrência do controle jurisdicional, através da propositura de uma ação, além da ilegalidade dos atos da Admi-
nistração, há que existir, por parte de quem aciona o Poder Judiciário, legítimo interesse econômico ou moral e legitimidade, enten-
dendo-se por interesse a possibilidade de haver benefício ou prejuízo como decorrência da ação da Administração e por legitimidade 
a conformidade com a lei.
Assim, em razão da atuação administrativa, no decorrer da execução de seus fins, podem ocorrer conflitos de interesses entre a 
Administração e o administrado que levem ao estabelecimento de incertezas e dúvidas a respeito da razão ou da justiça do ato prati-
cado, o que demanda a necessidade de eleição de um árbitro alheio e parcial à relação jurídica.
O modelo de Estado de Direito impõe-se, de um lado a sujeição do Estado à ordem jurídica por ele mesmo estabelecida, decor-
rente do princípio da legalidade, e, de outro lado, o controle jurídico dessa sujeição, em busca da eliminação do árbitro.
Desta feita, diante da presença de um conflito de interesses entre a Administração e o administrado, ao Poder Judiciário, quando 
provocado, compete à solução do litígio, tendo lugar o conhecido controle jurisdicional. O controle jurisdicional somente ocorre 
quando houver provocação da parte interessada em presença de um fato concreto.
Todo direito é protegido por uma ação e a Constituição Federal assegura aos administrados o direito de petição ao Poder Judi-
ciário em defesa de direito ou contra ilegalidade ou ainda eventual abuso de poder, conforme garante o artigo 5º, inciso XXXIV, da 
Constituição Federal.
O reexame da ação da Administração pelo Poder Judiciário limita-se à verificação da legalidade do ato, isto porque à Adminis-
tração e só a ela compete a análise da oportunidade e da conveniência da ação administrativa. 
Assim, só o direito e não o interesse do administrado poderá ser objeto da ação revisória do Poder Judiciário. Não pode o Poder 
Judiciário adentrar no mérito do ato administrativo para indagar a oportunidade e a conveniência, mas tão somente a legitimidade, 
isto é, a sua conformidade com a lei.
Quando o Poder Judiciário é provocado, chamado a se manifestar deve circunscrever o âmbito da sua real atuação ao caso sobre 
o qual tenha sido chamado ou provocado a atuar.
É sabido que a Administração Pública somente pode agir de acordo com o que prescreve a lei, contudo, pode deixar, por motivada 
por flagrantes interesses públicos, de cumprir exatamente com a lei, isto é, deixar de executá-la em um determinado momento, sem 
que isto implique em quebra de princípio da legalidade.
Didatismo e Conhecimento 12
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Apesar da disposição constitucional prevista no artigo 5º, inciso XXXV, que não exclui da apreciação do Poder Judiciário lesão 
ou ameaça de direito, em presença da independência dos Poderes, regularmente definida no artigo 2º, da Constituição Federal, são 
impostas restrições legais à apreciação dos atos administrativos pelo Poder Judiciário.
Há uma grande necessidade de subtrair a Administração a uma prevalência do Poder Judiciário, capaz de diminuí-la, ou até mes-
mo de anulá-la em suas atividades peculiares, se põem restrições à apreciação jurisdicional dos atos administrativos, no que respeita 
à extensão e consequências, para que assim se respeite a autonomia constitucionalmente firmada entre os três Poderes. 
É vedada ao Poder Judiciário a apreciação do ao administrativo quanto ao mérito, protegendo assim o poder discricionário 
que a Administração Pública goza, ficando assim restrita essa análise e apreciação somente quanto à sua conformidade com a lei, 
respeitando o principio da legalidade.
3. AGENTES ADMINISTRATIVOS: 
INVESTIDURA E EXERCÍCIO DA FUNÇÃO 
PÚBLICA. 3.1. DIREITOS E DEVERES DOS 
SERVIDORES PÚBLICOS. 3.2. PROCESSO 
ADMINISTRATIVO: CONCEITO, PRINCÍPIOS, 
FASES E MODALIDADES. 
CONCEITO DE AGENTES PÚBLICOS
Considera-se “Agente Público” toda pessoa física que exerça, mesmo que de maneira temporária e transitória, com ou sem re-
muneração, mediante eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
emprego ou função pública.
Conforme se pode observar do conceito de Agente Público, seu sentido é amplo, englobando todas as pessoas físicas que, de 
qualquer modo e a qualquer título, exercem uma função pública, mediante remuneração ou gratuita, permanente ou temporária, po-
lítica ou administrativa, atuando em nome do Estado.
Assim, temos que o Agente Público é a pessoa natural mediante o qual a Administração Pública se manifesta e atua, são compe-
tentes para exteriorizar as vontades do Estado, em razão de vínculos jurídicos existentes entre o Poder Público e o individuo que está 
exercendo função pública.
ESPÉCIES:
A doutrina identifica e classificam em categorias os integrantes do gênero ‘Agente Público’, as seguintes espécies:
- Agentes Políticos: são os integrantes dos mais altos graus do Poder Público, aos quais incumbe a elaboração das diretrizesde 
atuação do governo, e das funções de direção, orientação e fiscalização geral da atuação da Administração Pública.
São Agentes Políticos: os chefes do Poder Executivo, em suas diferentes esferas (Presidente da República, governadores e 
prefeitos), seus auxiliares imediatos (Ministros e secretários estaduais ou municipais), bem como os membros do Poder Legislativo 
(senadores, deputados e vereadores);
- Servidor Público: na definição do jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, temos que são servidores públicos: “Todos aque-
les que mantêm vínculo de trabalho profissional com as entidades governamentais, integrados em cargos ou empregos da União, 
Estados, Distrito Federal, Municípios, respectivas autarquias e fundações de Direito Público. Em suma: são os que entretêm com 
o Estado e com as pessoas de Direito Público da Administração indireta relação de trabalho de natureza profissional e caráter não 
eventual”.
Em outras palavras, podemos definir servidor público como aqueles que gozam da titularidade de cargos públicos de provimento 
efetivo ou de provimento de cargo em comissão, são agentes administrativos, de caráter estatutário.
- Empregados Públicos: são aqueles que mantêm vínculo funcional com a administração pública, ocupantes de empregos públi-
cos, sujeitando-se a regime jurídico contratual de trabalho, regidos especificamente pelas regras e normas previstas na Consolidação 
das Leis do Trabalho (CLT).
Didatismo e Conhecimento 13
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
- Agentes Temporários: são os particulares contratados pela Administração Pública com tempo de prestação de serviço 
determinado, para atender necessidades temporárias de excepcional interesse público, são ocupantes de função pública remunerada 
e temporária, com contrato de trabalho regido pelas normas do Direito Público, e não trabalhista (CLT), mas também não possui o 
caráter estatutário. É uma forma especial de prestação de serviço público temporário, urgente e excepcional.
- Agentes Honoríficos: são os indivíduos requisitados ou designados para colaborarem com o Poder Público (de maneira tran-
sitória) para a prestação de serviços específicos, levado em consideração sua condição cívica, de sua honorabilidade ou então pela 
sua notória capacidade profissional. Em regra não são remunerados e não possui qualquer vinculo profissional com a Administração 
Pública. 
Exemplos de Agentes Honoríficos: Jurados, Mesários eleitorais, etc.
- Agentes Delegados: são os particulares que recebem a atribuição de exercerem determinada atividade, obra ou serviço público, 
fazendo-o em nome próprio e por sua conta em risco, sob a fiscalização permanente do poder delegante. 
Ressalta-se que não possuem caráter de servidores públicos, nem mesmo atuam em nome da administração pública, são colabo-
radores que se sujeitam durante a prestação dos serviços públicos a responsabilidade civil objetiva. 
Exemplos de Agentes Delegados: As Concessionárias e Permissionárias de serviços públicos, leiloeiros, tradutores públicos, etc.
CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA:
- Cargos públicos: Nos ensinamentos do professor e jurista Celso Antônio Bandeira de Mello os cargos públicos: “São as mais 
simples e indivisíveis unidades de competência a serem expressadas por um agente, prevista em número certo, com denominações 
próprias, retribuídas por pessoas jurídicas de Direito Público e criadas por lei”.
Importante esclarecer que aqueles que são titulares de cargos públicos são submetidos ao regime estatutário, são servidores 
públicos efetivos e/ou comissionados.
- Empregos Públicos: para Celso Antônio Bandeira de Mello, “São núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preen-
chidos por agentes contratados para desempenhá-los, sob relação trabalhista”.
Destaca-se que os ocupantes de empregos públicos são regidos ao regime contratual, obedecidos às regras da CLT, com natureza 
trabalhista.
- Funções Públicas: são as funções de confiança e ainda as funções exercidas por agentes públicos contratado por tempo certo e 
determinado para atender interesse de caráter excepcional de interesse público, não havendo a necessidade de abertura de concurso 
público para tal contratação, dada sua urgência e excepcionalidade.
REGIME JURÍDICO ÚNICO
DA ADMISSÃO: CONCURSO PÚBLICO
A Constituição Federal prevê que é amplo o acesso aos cargos e empregos públicos aos brasileiros que cumpram os requisitos 
previstos em lei, assim como aos estrangeiros (pois há cargos públicos que somente poderão ser preenchidos por brasileiros natos 
ou naturalizados), mediante a realização e aprovação em concurso público de provas ou provas e títulos, exceto para a contratação 
de cargo de provimento em comissão, os quais são livres a nomeação e a exoneração, de acordo com a conveniência e oportunidade 
verificada pela Autoridade Administrativa.
A obrigatoriedade de concurso público é somente para a primeira investidura em cargo ou emprego público, isto é, para o ingres-
so em cargo isolado ou no cargo inicial da carreira, nas entidades estatais, suas autarquias, suas fundações públicas e suas paraestatais. 
O concurso é o meio técnico posto à disposição da Administração Pública para obter-se moralidade, eficiência e aperfeiçoamento 
do serviço público propiciando igualdade de oportunidade a todos os interessados no ingresso da carreira pública, desde que atendam 
aos requisitos da lei, consoante determina a Constituição Federal. 
Após a realização do concurso segue-se o provimento do cargo, através da nomeação do candidato aprovado.
Importante ressaltar que a exigência de aprovação prévia em concurso público implica a classificação dos candidatos e nomeação 
na ordem dessa classificação, haja vista que não basta, pois, estar aprovado em concurso para ter direito à investidura, visto que é ne-
cessária também é que esteja classificado e na posição correspondente às vagas existentes, durante o período de validade do concurso, 
que é de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado por igual período, uma única vez.
Didatismo e Conhecimento 14
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
O concurso público deve ser realizado com observância ao tratamento impessoal e igualitário aos interessados e concorrentes 
do certame. Cumpre ressaltar que o concurso público dever ser provas ou provas e títulos, ou seja, não basta para a aprovação do 
candidato a cargos efetivos ou empregos públicos a análise baseada exclusivamente em títulos ou currículos, mas sim precedidos da 
realização de provas, objetivando aferir o melhor e mais preparado candidato postulante de cargo ou emprego público.
As entidades estatais são livres para organizar seu pessoal para o melhor atendimento dos serviços e cargos, mas a organização 
deve ser fundamentada em lei, prevendo as devidas competências e observâncias das normas constitucionais pertinentes ao funcio-
nalismo público.
É facultado ao Poder Executivo, através de ato administrativo extinguir cargos públicos na forma da Lei bem como praticar os 
atos de nomeação, remoção, demissão, punição, promoção, licenças, aposentadorias, lotação e concessão de férias.
A nomeação é o ato de provimento de cargo, que se completa com a posse e o exercício.
A investidura do servidor no cargo ocorre efetivamente com a posse. Por ela se conferem ao funcionário ou ao agente político 
as prerrogativas, os direitos e os deveres do cargo ou do mandato. 
Importante salientar que sem a posse o provimento não se completa, nem pode haver exercício da função pública. É a posse 
que marca o início dos direitos e deveres funcionais, como, também, geram as restrições, impedimentos e incompatibilidades para o 
desempenho de outros cargos, funções ou mandatos. 
Por isso mesmo, a nomeação regular só pode ser desfeita pela Administração antes de ocorrer à posse do nomeado. No entanto, 
a anulação do concurso, com a exoneração do nomeado, após a posse, só pode ser feitacom observância do devido processo legal e 
a garantia de ampla defesa e o contraditório.
O exercício do cargo é consequência natural da posse. Normalmente, a posse e o exercício são dados em momentos sucessivos e 
por autoridades diversas, mas casos há em que se reúnem num só ato, perante a mesma autoridade. É o exercício que marca o momen-
to em que o funcionário passa a desempenhar formalmente e de acordo com a lei suas funções e ainda adquire direito às vantagens 
do cargo e à contraprestação pecuniária devida pelo Poder Público.
Com a posse, o cargo fica provido e não poderá ser ocupado por outrem, mas o provimento só se completa com a entrada em 
exercício do nomeado. Se este não o faz na data prevista, a nomeação e, assim, consequentemente, a posse tornam-se ineficazes, o 
que, devendo assim ser declarada, pela autoridade competente, a vacância do cargo.
DO PROVIMENTO: 
Ato administrativo no qual o cargo público é preenchido, podendo ser provimento efetivo ou em comissão.
Assim, provimento é o ato pelo qual se efetua o preenchimento do cargo público, com a designação de seu titular. O provimento 
pode ser originário ou inicial e derivado. 
Provimento inicial é o que se faz através de nomeação, que pressupõe a inexistência de vinculação entre a situação de serviço an-
terior do nomeado e o preenchimento do cargo. Assim, tanto é provimento inicial a nomeação de pessoa estranha aos quadros do ser-
viço público quanto a de outra que já exercia função pública como ocupante de cargo não vinculado àquele para o qual foi nomeada. 
Entretanto o provimento derivado, que se faz por promoção, remoção, reintegração, readmissão, enquadramento, aproveitamento 
ou reversão, é sempre uma alteração na situação de serviço do provido.
Segundo a classificação aceita pelo Supremo Tribunal Federal, as formas de provimento são:
- Originárias: não decorre de qualquer vínculo anterior entre o servidor e a administração (única forma é a nomeação)
- Derivadas: decorre de vínculo anterior entre servidor e a administração (são: promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, 
reintegração e recondução).
DA VACÂNCIA DE CARGOS PÚBLICOS: 
Ocorre a vacância quando o servidor desocupa o seu cargo, ficando esse cargo a disposição da Administração Pública, que se 
utilizando das formas de provimento em cargos públicos o ocupará.
A vacância poderá ser:
- Definitiva: mediante exoneração, demissão e falecimento.
- Não definitiva (forma um novo vínculo): promoção, readaptação, aposentadoria e posse em outro cargo inacumulável.
Didatismo e Conhecimento 15
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Enquanto existir o cargo, como foi provido, seu titular terá direito ao exercício nas condições estabelecidas pelo estatuto, mas, 
caso venha a modificar a estrutura, as atribuições, os requisitos para seu desempenho, são lícitas a exoneração, a disponibilidade, a 
remoção ou a transferência de seu ocupante, para que outro o desempenhe na forma da nova lei. 
Entretanto, o que não se admite é o afastamento arbitrário ou abusivo do titular, por ato do Poder Executivo, sem Lei que o au-
torize, e desrespeitados o princípio do devido processo legal, suprimindo o direito a ampla defesa e contraditório, constituindo em 
arbitrariedade e consequentemente abuso de poder.
DA REMOÇÃO:
Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido próprio servidor ou de ofício por interesse da Administração Pública, no âmbito 
do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. 
A remoção para outra localidade poderá ocorrer a pedido do servidor, independentemente do interesse da Administração quando 
for para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público, que foi deslocado no interesse da Administração, por mo-
tivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente, desde que comprovada à necessidade da medida por junta médica 
oficial.
REDISTRIBUIÇÃO:
Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para 
outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central.
Para que seja possível a redistribuição de servidor é necessário:
- interesse da administração; 
- equivalência de vencimentos; 
- manutenção da essência das atribuições do cargo; 
- vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; 
- mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; 
- compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade.
SUBSTITUIÇÃO:
Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos 
indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente designado pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. 
O servidor substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa o exercício do cargo ou função 
de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nas hipóteses de afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do servidor 
titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período.
Nos termos da Lei o substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natu-
reza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção 
dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período. 
DA PROIBIÇÃO DE ACUMULAÇÃO DE CARGOS E EMPREGOS PÚBLICOS REMUNERADO.
Objetivando evitar abusos, e com finalidade de moralizar as atividades estatais, o legislador constituinte cuidou em estabelecer 
vedações a acumulação remunerada de cargos, funções e empregos públicos, tanto na esfera da Administração Direta como na Admi-
nistração indireta e a ela correlatas, conforme dispõe o artigo 37, em seus incisos XVI e XVII, excetuando-se as ressalvas expressas 
na Carta Magna que admite excepcionalmente as acumulações remuneradas, desde sejam compatíveis entre si nos horários e obede-
cidos o teto remuneratório.
Didatismo e Conhecimento 16
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Para tanto a Constituição Federal arrolou expressamente os cargos passiveis de acumulação remunerada, quais são:
- Dois cargos de professor;
- De um cargo de professor com outro cargo técnico ou científico, e;
- De dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
É ainda possível a acumulação remunerada de cargos constante do texto constitucional, sendo permitido acumular nos casos de 
servidor eleito a vereador (art. 38, III); permissão para juízes de direito cumulativamente exercerem o magistério (art. 95, parágrafo 
único) e ainda permissão para que os membros do Ministério Público possam exercer cumulativamente o magistério (artigo 128, § 
5º, inciso II, “d”).
IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS: 
Por definição, temos que vencimento é a designação técnica da retribuição pecuniária prevista legalmente como a contrapartida 
devida ao servidor público pela sua prestação de serviços.
Assim, a Constituição Federal, em seu artigo 37, inciso XV, estabelece e garante que é vedada a irredutibilidade dos vencimentos 
dos servidores públicos.
ESTABILIDADE E ESTÁGIO PROBATÓRIO: 
Nos termos do artigo 41 da Constituição Federal, temos que transcorrido o lapso temporal de 3 (três) anos de exercício subse-
quentes à nomeação do servidor público, este goza de estabilidade, sendo certo que para sua aquisição é necessária e obrigatória a 
efetiva avaliação especial de desempenho, por uma comissão formada especialmente para tal fim.
Assim, para que o servidor público esteja apto a gozar de sua estabilidade é necessário o preenchimento de quatro requisitos 
cumulativos:
- aprovação em concurso público;
- nomeação para cargo público efetivo;- três anos de efetivo exercício no cargo público, e;
- aprovação em avaliação especial de desempenho julgada por comissão instituída para tal finalidade.
A estabilidade de servidor público é o direito de não ser desligado de suas ocupações públicas, senão em virtude de sentença 
judicial transitada em julgado e realização de processo administrativo, observado a garantia constitucional da ampla defesa e do 
contraditório.
Cumpre ressaltar que, apesar de divergência doutrinária, em nenhuma hipótese o servidor ocupante de cargo em comissão terá 
direito a estabilidade, e tampouco, os empregados públicos, seja qual for o órgão ou entidade que esteja vinculado.
DISPONIBILIDADE: 
Pela disponibilidade, temos que o servidor público estável é colocada em inatividade remunerada, até que o mesmo seja aprovei-
tado adequadamente em outro cargo, com proventos proporcionais ao seu tempo de prestação de serviços.
Isto ocorre quando o servidor público estável tem seu cargo extinto ou declarado desnecessário, assim, com tal extinção do 
cargo que ocupava, a Constituição Federal conferiu o direito de o servidor estável aguardar inativamente e sendo remunerado sua 
recolocação nos quadros funcionais da Administração Pública, podendo ocorrer ainda na hipótese de reintegração de outro servidor 
(cuja exoneração foi revista judicialmente), seja desalojado do cargo que ocupava sem ter uma cargo de origem para retornar a ele.
DA APOSENTADORIA E PROVENTOS: 
É garantido constitucionalmente que o servidor público titular de cargo efetivo ingresse no regime de previdência de caráter 
contributivo, lhe garantindo aposentadoria e proventos em condições especiais.
Didatismo e Conhecimento 17
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
O regime de previdência que estão submetidos os servidores públicos de cargo efetivo é um regime próprio, com peculiaridades, 
diferente do regime geral a que estão sujeitos os demais trabalhadores, não só da iniciativa privada regulamentado pela CLT, mas 
também os servidores ocupantes de cargo em comissão, função temporária e emprego público.
Proventos é a designação técnica relativa aos valores pecuniários devidos aos servidores inativos, podendo estarem aposentados 
ou disponíveis.
A aposentadoria pode ocorrer em três hipóteses:
- Voluntária;
- Compulsória por idade, e;
- por acidente em serviço, ou doença grave ou então incurável (especificada em lei), ou então decorrente de invalidez originária 
de causas diversas das situações anteriores. 
DOS DIREITOS:
Vencimentos: Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. 
Remuneração: Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas 
em lei. 
Férias: O servidor terá direito a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de ne-
cessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica. Para o primeiro período aquisitivo de férias serão 
exigidos 12 (doze) meses de exercício.
Licenças: O servidor terá direito a concessão das seguintes licenças:
- por motivo de doença em pessoa da família; 
- por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; 
- para o serviço militar; 
- para atividade política; 
- para capacitação; 
- para tratar de interesses particulares; 
- para desempenho de mandato classista. 
Do Direito de Petição: É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse 
legítimo. 
O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver ime-
diatamente subordinado o requerente. 
DAS VANTAGENS:
Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens: 
Indenizações: constituem vantagens por indenização:
- ajuda de custo: A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, 
passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, 
a qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma 
sede.
- diárias: O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou 
para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinárias com pousada, alimentação 
e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento. 
Didatismo e Conhecimento 18
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
 - transporte: Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de 
locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento. 
- auxílio-moradia: O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com 
aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da 
despesa pelo servidor. 
Gratificações e Adicionais: Além do vencimento e das vantagens serão deferidos aos servidores as seguintes gratificações e 
adicionais:
- Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento: Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em 
função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo 
seu exercício. 
- Gratificação natalina: A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no 
mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.
- Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas: Os servidores que trabalhem com habitualidade em 
locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional 
sobre o vencimento do cargo efetivo. 
O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá optar por um deles. O direito ao adicional de 
insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão
- Adicional pela prestação de serviço extraordinário: O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinquen-
ta por cento) em relação à hora normal de trabalho. 
Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo 
de 2 (duas) horas por jornada. 
 
- Adicional noturno: O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) 
horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como cinquenta e dois 
minutos e trinta segundos. 
 
- Adicional de férias: Independentemente de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional correspon-
dente a 1/3 (um terço) da remuneração do período das férias. 
- Gratificação por encargo de curso ou concurso: A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é devida ao servidor que, em 
caráter eventual: 
- atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da ad-
ministração pública federal; 
- participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise curricular, para correção de provas discursivas, 
para elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos; 
- participar da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo atividades de planejamento, coordenação, 
supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes;

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