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Nutricao e metabolismo bacteriano

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Nutrição e metabolismo bacteriano
	A análise das estruturas bacterianas revela que sua arquitetura é formada por diferentes macromoléculas, constituídas por distintas unidades. Os precursores dessas macromoléculas podem ser retiradas do meio ambiente ou ser sintetizados pelas bactérias a partir de compostos mais simples. 	
	Todos os tipos de célula incluindo a bacteriana são constituídos de cerca de 70% de água, indicando que suas reações estão preparadas para ocorrer em meio aquoso. Além disso, devido à presença da parede celular rígida que envolve toda a membrana celular as bactérias se nutrem apenas de material em solução, pela impossibilidade de tomar alimento por outro processo, como fagocitose.
	As substâncias ou elementos retirados do ambiente e usados para construir novos componentes celulares ou para obter energia são chamados nutrientes. Os nutrientes podem ser divididos em duas classes: macronutrientes e micronutrientes. Ambos os tipos são imprescindíveis, mas os primeiros são requeridos em grandes quantidades por serem os principais constituintes dos compostos orgânicos celulares e/ou serem utilizados como combustível.
Macronutrientes (Elementos necessários para sobrevivência bacteriana)
Carbono
Oxigênio
Hidrogênio
Nitrogênio
Enxofre
Fósforo
Entre as bactérias heterotróficas há uma imensa variedade de exigências nutritivas. Algumas são capazes de crescer em meio muito simples. Constituído de uma solução de glicose, sal de amônio e alguns outros sais minerais. A partir destes compostos, sintetizam todos os componentes do protoplasma. Outras, todavia, são incapazes de sintetizar determinados compostos orgânicos essenciais para seu metabolismo. Para que estes micro-organismos possam crescer, tais compostos devem ser obtidos do meio natural ou artificial em que vivem. Estas substâncias são denominadas fatores de crescimento. Vitaminas, nucleosídeos, aminoácidos, ácidos graxos são considerados fatores de crescimento.
	Tipos nutritivos
Fotossintéticos:
Energia solar, autotróficos, fontes inorgânicas de carbono.
Quimiotróficos
Reações químicas, heterotróficos, fontes orgânicas de carbono.
Quanto ao oxigênio
O oxigênio pode ser indispensável, letal ou inócuo para as bactérias, o que permite classifica-las em: 
Aeróbias: 
Aeróbia estritas – exigem a presença de oxigênio.
Microaerófila – necessitam de baixos teores de oxigênio.
Facultativas
Apresentam mecanismos que capacitam a utilizar o oxigênio quando disponível, mas desenvolver-se também em sua ausência.
Anaeróbias: Não toleram oxigênio. 
Curva de crescimento
	Quando uma determinada bactéria é semeada num meio líquido de composição apropriada e incubada em temperatura adequada, o seu crescimento segue uma curva definida e característica.
	A curva de crescimento pode sem divida em quatro fases:
 Fase de lag – durante a qual praticamente não ocorre divisão celular, porém há aumento de massa.
Fase logarítimica – a qual ocorre divisão regular numa velocidade máxima e constante;
Fase estacionária- durante a qual a velocidade de multiplicação diminui gradualmente, até que se anule.
Fase de declínio, em que os microrganismos gradualmente diminuem em número até que a cultura se torne estéril, ou seja, todos os microrganismos morrem.
Estreptococos
	Os Estreptococos compreendem um conjunto heterogêneo de cocos que se dividem num só plano, agrupando se em cadeias de tamanho variável. Embora esses microrganismos façam parte da microbiota norma, muitos deles são responsáveis por uma variedade de manifestações clínicas, sendo considerados importantes agentes infecciosos tanto para o homem quanto para os animais. Seu metabolismo é fermentativo. 
	Vários sistemas de nomenclatura foram desenvolvidos para os estreptococos. Entre esses sistemas se destacam aqueles baseados em características hemolíticas ( de acordo com o tipo de hemólise observado em meios contendo sangue), fisiológicas ( de acordo com o comportamento em diversos testes fisiológicos) e antigênicas ( de acordo com a composição antigênica).
	Quanto as características hemolíticas os estreptococos podem ser classificados em:
Beta-hemolítcos: quando causam a lise total das hemácias
Não beta-hemolíticos
- alfa-hemolíticos: quando causam a lise parcial das hemácias.
- gama-hemolíticos: não tem capacidade de causar lise nas hemácias.
	A classificação dos estreptococos em grupos sorológicos baseia-se nas características antigênicas de um polissacarídeo, chamado carboidrato C, localizado na parede da célula. Tomando por base estes polissacarídeos, os estreptococos foram divididos em 20 grupos sorológicos (grupos de Lancefield), designados por letras do alfabeto (A,B,C...). 
	
	Um sistema conveniente de diferenciação dos estreptococos de importância médica permite dividí-los nas seguintes categorias: estreptococos piogênicos, pneumococos, estreptococos do grupo D e estreptococs viridans.
Streptococcus pneumoniae
	A espécie Streptococcus pneumoniae é composta por cocos gram-postivos, com forma de chama de vela, agrupados aos pares. São alfa-hemolíticos e contam com a presença de cápsula (antifagocitária) e parede celular.
	O Streptococcus pneumoniae permanece como um dos agentes baceteianos mais frequentes associados a infecções graves tais como pneumonia, meningite, septicemia, otite e sinusite.
Fatores de virulência:
Neuramidase: confere capacidade de adesão ao tecido hospedeiro.
PSA – capacidade de quebrar a membrana do tecido hospedeiro
Proteases:
- Hialuronidase: quebra o ácido hialurônico do tecido conjuntivo hospedeiro, facilitando a invasão bacteriana.
-IgA protease: destruição do IgA. 
Diagnóstico 
	O diagnóstico das infecções com pneumocócicas é feito pelo isolamento e identificação do microrganismo. Para o isolamento, usa-se geralmente, ágar-sangue, onde o microrganismo forma colônias com atividade alfa hemolítica. Outros testes para diagnóstico podem ser feitos através da coloração de gram e PCR (relação a cadeia polimerase)
Tratamento
	Uso de antimicrobianos: penicilina, cloranfenicol, eritromicina e tetraciclina.

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