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Introdução a Psicologia Censumar

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INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA
GRADUAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO E PROCESSOS GERENCIAIS
MARINGÁ-PR
2010
Professora Mestranda Alexandra Arnold Rodrigues
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação
 a distância:
 
C397 Introdução à psicologia/ Alexandra Arnold Rodrigues. Ma- 
 ringá - PR, 2010.
 83 p.
 “Curso de Graduação em Administração e processos Ge-
 renciais - EaD”.
 
 1. Administração. 2. Psicologia. I.Título.
 CDD - 22 ed. 150 
 CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - CESUMAR
Diretoria do NEAD: Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Coordenação de Ensino: Viviane Marques Goi
Coordenação de Curso: Reginaldo Aparecido Carneiro
Coordenação de Tecnologia: Fabrício Ricardo Lazilha
Coordenação Comercial: Juliano Mario da Silva
Capa e Editoração: Luiz Fernando Rokubuiti, Fernando Henrique Mendes e Ronei Guilherme Neves Chiarandi
Supervisão de Material: Nalva Aparecida da Rosa Moura 
Revisão Textual e Normas: Edson Dias dos Santos, Erica Coimbra, Hérica Pichur, Janaína Bicudo Kikuchi e Lilian Maia Borges Testa
Av. Guedner, 1610 - Jd. Aclimação - (44) 3027-6360 - CEP 87050-390 - Maringá - Paraná - www.cesumar.br
NEAD - Núcleo de Educação a Distância - bl. 4 sl. 1 e 2 - (44) 3027-6363 - ead@cesumar.br - www.ead.cesumar.br
Reitor: Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor: Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração: Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão: Flávio Bortolozzi
“As imagens utilizadas nesta apostila foram obtidas a partir dos sites contratados através da empresa LEVENDULA IMAGEM DIGITAL LTDA - Rio de Janeiro - RJ.
Animation Factory; Purestockx; Photoobjects; Clipart e Ablestock”.
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
INTRODUÇÃO À
PSICOLOGIA 
Professora Mestranda Alexandra Arnold Rodrigues
5INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
APRESENTAÇÃO
Olá, alunos, como estão? Prontos para uma nova empreitada? Sou a professora Alexandra Arnold Rodrigues e fiz 
esse livro “Introdução à Psicologia” para que todos pudessem conhecer mais profundamente essa ciência. Isso 
permitirá que vocês façam novas descobertas: que saibam como se dá a constituição dos homens e como utilizar 
a psicologia no meio organizacional.
Dito isso, é com muito prazer que apresento a vocês essa breve exposição a respeito do conteúdo de nosso livro. 
Para tanto, caminharei junto com vocês pelos capítulos. Vou demonstrar, passo a passo, como estudá-los. Vocês 
irão gostar!
Observem que a nossa primeira unidade, “PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA”, vai apresentar um esboço da história da 
psicologia. Com isso, vocês conhecerão o processo que deu o status de ciência para esta área do conhecimento, 
garantindo sua autonomia em relação a filosofia e fisiologia. Vocês conhecerão algumas teorias que auxiliaram 
na consolidação do processo industrial no século XVIII e, em seguida, terão acesso as três grandes correntes da 
psicologia:
•	 O	Behaviorismo	ou	comportamental.
•	 A	Gestalt	ou	estudo	da	forma.
•	 A	Psicanálise.
Vocês perceberão que cada linha teórica tem um objeto de estudo específico: comportamento, percepção, 
inconsciente, respectivamente. Para investigá-los, cada corrente da psicologia criou métodos e técnicas 
diferenciadas, como vocês verão ao longo do capítulo. Será primordial que saibam identificar os benefícios que cada 
corrente pode propiciar às organizações. Por isso, depois de ler a Unidade I, complemente seus conhecimentos 
com as dicas de leitura abaixo.
Dica I:
Vejam as explicações rápidas de Valéria Labat, sobre a psicanálise nas organizações em: http://www.lumiarprojetos.com.
br/Texto.aspx?id=134
Outros	dois	artigos	científicos	que	podem	dar	ótimas	contribuições	para	nosso	estudo	sobre	psicanálise	são:	
•	 “Algumas	contribuições	 teóricas	do	 referencial	psicanalítico	para	as	pesquisas	sobre	organizações”	de	Ana	Magnólia	
Bezerra Mendes (UNB), em: http://www.scielo.br/pdf/%0D/epsic/v7nspe/a10v7esp.pdf. 
•	 “Psicologia	do	trabalho	e	Psicanálise:	Uma	Possibilidade	de	Compreensão	do	Sofrimento	Psíquico”	de	Daniele	Almeida	
Duarte, Mariana Devito Castro e Francisco Hashimoto, em: http://www.assis.unesp.br/encontrosdepsicologia/ANAIS_
DO_XIX_ENCONTRO/112_DANIELE_ALMEIDA_DUARTE.pdf
Dica II:
Para conhecer a aplicação da Gestalt nas organizações, um ótimo artigo é: “Gestalt das Organizações” de Márcia Carvalhal 
e Marcello Chamusca. Em: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2008/resumos/R3-1585-1.pdf
6 INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
Dica III:
Sobre o Behaviorismo, um artigo interessante para ler é: “A Contribuição Behaviorista para a Administração publicado 
20/02/2008 por José Carlos de Souza Colares em: http://www.webartigos.com/articles/4340/1/A-Contribuicao-Behaviorista-
Para-A-Administracao/pagina1.html#ixzz0x9c2NlkA. 
Leia também: “O Behaviorismo na Teoria das Organizações” de Fernando C. Prestes Motta. Publicado na revista Admi-
nistração de Empresas, n.10, vol. 2. Rio de Janeiro. jul/set. de 1970. Acesso ao artigo pelo link: http://www16.fgv.br/rae/
artigos/2625.pdf
Muito bem alunos, vamos agora para a Unidade II, “A PSICOLOGIA NO MUNDO DO TRABALHO”. Esta unidade 
vai percorrer os meandros da psicologia do trabalho em suas três faces: 
•	 Psicologia	Industrial;	voltada	à	produtividade	mecanicista	e	a	adequação	dos	homens	aos	cargos,	como	“peças”	
da engrenagem. A psicologia deste período dançou conforme o ritmo de Taylor e Fayol. 
•	 Psicologia	Organizacional;	embalada	pelos	estudos	de	Elton	Maio	sobre	as	Relações	humanas,	entendidas	
como um fator de produtividade e motivação. Abre assim, amplo espaço para a psicologia social que se con-
centrou	em	trabalhos	de	liderança,	dinâmicas	de	grupo,	administração	de	conflitos	etc.
•	 Psicologia	do	trabalho;	resgata	a	possibilidade	de	dar	significados	simbólicos	ao	trabalho,	para	consolidar	a	
identidade do trabalhador e gerar saúde mental. São frutos deste momento as análises institucionais, a prima-
zia de trabalhos com equipes e gestão participativa, atuação interdisciplinar (sociólogos, médicos, administra-
dores), foco na (re)construção da cultura organizacional etc.
Nosso grande referencial para está “última” ou atual fase da psicologia é Christophe Dejours. Esse autor vem 
instrumentalizando diversas discussões a respeito da saúde mental do trabalhador, o que gera uma busca pela 
tão falada qualidade de vida no trabalho. Atualmente, melhorias nesse âmbito têm sido anunciadas por diversas 
empresas e a psicologia do trabalho tende a lidar com esse novo imperativo. Para saber mais sobre Dejours e sua 
teorização a respeito do mundo do trabalho, peço que façam uma pesquisa. Proponho que encontrem e conheçam 
algum dos textos dele antes de iniciar a leitura deste capítulo, o que acham da ideia? Não será difícil encontrar 
algo sobre sua história e em qualquer biblioteca ele é uma referência indispensável! Vamos lá? Percebam que na 
nossa última unidade, o capítulo V, eu retomo essa questão para falar sobre uma parceria que vem dando certo: 
administração e psicologia. Por isso, as leituras de Dejours serão de grande valia.
Finalizado a Unidade II, não se esqueçam de ler o texto-fonte indicado na leitura complementar: “Psicologia do 
Trabalho em Três Faces” de Jader dos Reis Sampaio. Este texto se encontra no livro “Psicologia do Trabalho e 
Gestão de Recursos Humanos: Estudos Contemporâneos”, organizado por GOULART e SAMPAIO (1998). Vejam 
que é um livro repleto de artigos interessantíssimos para quem quer conhecer mais a área de Rh. Contudo, 
devemos perceber que qualquer gestor tem obrigação de conhecer um pouco sobre os recursos humanos. Ora, os 
gestores de todas as áreas, por vezes, acabam lidando com pessoas, não é?
Agora vamos percorrer as explicações da Unidade III, “UMA VISÃO HOLÍSTICA DO HOMEM”. Nesta unidade, eutento mostrar que muitas de nossas atuações profissionais são mediadas pela visão de homem e de mundo que 
nós temos. Isso determina ações competentes e éticas! Por isso, vocês verão que trabalhar com pessoas exige 
considerar todos os fatores que influenciam a constituição dos homens: 
7INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
•	 Vínculos	afetivos.	Relações	com	pais,	irmãos,	família	em	geral,	amigos	de	trabalho,	de	estudo,	vizinhos	etc.	
Todos deixam suas marcas na nossa identidade e ajudam a constituir o que somos. Se seu colega de trabalho 
faz um elogio pelo relatório que entregou, você tem parâmetros do quanto é competente. É no contato com os 
outros que nos constituímos como seres únicos. 
•	 Momento	histórico.	As	características	históricas	 tendem	a	afetar	diretamente	nosso	modo	de	ver	e	 fazer	as	
coisas. Os avanços tecnológicos de hoje são facilmente absorvidas pelas novas gerações, contudo, as pes-
soas	mais	velhas	têm	maiores	dificuldades	em	assimilar	tanta	novidade.	Metaforicamente,	enquanto	a	nova	
geração valoriza o “fast food” (comida rápida), pessoas de duas gerações anteriores valorizavam o tempo 
de preparação, realização e digestão da comida. Se hoje cada um come sozinho, na hora que pode e o que 
encontrar; antigamente o horário da refeição era sagrado, era momento de confraternizar e unir a família. Per-
cebem	as	diferenças?	Reflitam	sobre	as	influências	do	atual	momento	histórico	na	sua	constituição	enquanto	
ser humano.
•	 História	de	vida.	Este	fator	é	mais	fácil	pra	vocês	perceberem,	não	é?	Cada	pessoa	tem	uma	história	única:	
cada	conflito,	dificuldade,	desejo,	sonho,	dor	etc.	Agora	reflitam	um	pouco	sobre	suas	histórias	de	vida.	
•	 Constituição	biológica	ou	genética.	Bom,	sabemos	o	quanto	herdamos	traços	de	nossos	descendentes	e	que	
isso está impresso em nossa pele, em nosso corpo. As possíveis doenças que possamos vir a ter e as nos-
sas limitações corporais. O funcionamento do corpo como um todo é marcado por essa herança. Entretanto, 
veremos que o corpo responde também as fragilidades e lacunas psíquicas.
•	 Psiquismo.	É	nele	que	estão	contidos	todos	os	nossos	pensamentos	e	elementos	simbólico-valorativos	que	
constituem nossa individualidade, nosso modo de ver as coisas e lidar com elas. Após ler esse livro, vocês 
terão novos elementos psíquicos disponíveis para lidar com o mundo, no caso, com o mundo do trabalho. 
•	 Meio	ambiente.	Os	estímulos	do	meio	são	indispensáveis	para	a	constituição	do	homem	desde	sua	infância:	
falar com ela, ter contato com cores, pegar coisas e desbravar o mundo. O processo de maturação ou de-
senvolvimento físico também depende de uma boa nutrição oferecida pelo meio. E de forma mais ampla, a 
dinâmica e a estrutura social em que o homem está inserido, também constitui seu ser e determina atitudes ou 
comportamentos	diante	de	situações	específicas.	
•	 Cultura.	A	cultura	é,	em	parte,	a	soma	desses	elementos	e	é	fator	primordial	para	compreender	um	grupo	de	
pessoas, sejam elas de um país, de uma cidade, região ou empresa. Uma família tem uma cultura própria que 
a diferencia de outra família, por exemplo.
Vocês perceberão que estes diversos elementos singularizam os homens, os diferenciam. Isso permite que 
duas pessoas em uma mesma situação e lugar tenham reações completamente contrárias. Mesmo que essas 
pessoas sejam irmãos gêmeos! Pensem: quantas vezes vocês veem irmãos que destoam completamente em 
suas atitudes? Quantas situações conflitivas vocês já viram ocorrer em grupos extremamente coesos? Ora, se 
somos todos diferentes uns dos outros, o conflito será inevitável quando essas diferenças aparecem nas relações, 
não? Imaginem os inúmeros conflitos cotidianos que uma organização sustenta. Para os gestores, é ferramenta 
indispensável conhecer um pouco sobre essas diferenças individuais para melhor administrar esses conflitos. 
Observem que, nesta unidade, depois de observarmos essas diferenciações, passaremos a uma definição do 
conceito de personalidade. Vocês conseguiriam me dizer o que é personalidade? Já ouviram alguém dizer “aquela 
pessoa tem personalidade forte”? Será que podemos falar de “personalidade forte”? Veremos que justamente 
essas pessoas são aquelas que têm uma maior coerência entre o que pensam e o que sentem com relação aos 
seus atos. Agora nos cabe fazer outra pergunta: Vocês acreditam que existe diferença entre personalidade e 
identidade? E qual seria ela? Já ouviram falar que o trabalho constitui e consolida a identidade do trabalhador? 
8 INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
O que acham de ler essa unidade e depois tentarem me responder essas perguntas? Descubram também, nesta 
unidade, as características típicas de cada fase de desenvolvimento humano a partir da teoria de Erikson e 
entendam como se consolida uma cultura. Só entendendo o que é cultura é que saberemos identificar e analisar 
conflitos subjacentes a cultura organizacional. Esse é o primeiro passo para planejar mudanças organizacionais 
sem fragilizar a cultura. 
Passemos agora a Unidade IV, “OS GRANDES TEMAS DA PSICOLOGIA”. Vocês teriam alguma ideia do que 
seriam esses temas centrais da psicologia? Trata-se de algo geral para todas as áreas da psicologia. Um campo 
de estudo que se tornou consenso: os processos mentais! Nossa unidade apresentará a vocês conceitos como 
a atenção, memória, inteligência, motivação, percepção. Uma boa compreensão desses temas permite ao gestor 
repensar o ambiente e a estrutura organizacional, de modo a minimizar o impacto sobre a saúde do trabalhador. 
Permite, ainda, maximizar a qualidade da comunicação interna da empresa e viabiliza a mobilização da motivação 
dos colaboradores.
Áreas do conhecimento como a ergonomia e a criação de equipamentos de segurança são uma resposta das 
empresas a esses processos humanos que serão vistos por vocês na Unidade IV. As propagandas também são 
elaboradas em cima dessa compreensão sobre as sensações, percepções e motivação dos consumidores, apelam 
neste sentido para a memória e a atenção do “ouvinte”. Por isso, gestores de Marketing também costumam ir a 
fundo no estudo desses elementos psíquicos. Ficaram curiosos? Leiam a unidade e tentem responder:
•	 É	eficiente	um	carro	de	som	alardeando	repetidamente	o	seu	novo	produto	pelos	bairros	da	cidade?
•	 A	cor	dos	móveis,	parede	ou	do	ambiente	de	trabalho	como	um	todo,	influencia	na	produtividade?
•	 A	inteligência	é	um	dom	que	uns	tem	e	outros	não?
•	 Todos	os	homens	só	se	motivam	a	trabalhar	se	for	para	receber	dinheiro?	Por	isso,	quanto	mais	dinheiro,	mais	
trabalho?
•	 As	pessoas	tendem	a	memorizar	melhor	as	coisas	se	mais	de	um	tipo	de	estímulo	sensório	for	apresentado?	
•	 Tudo	o	que	passa	pelos	nossos	cinco	sentidos	são	percebidos?
•	 O	que	te	chama	mais	atenção:	um	anúncio	de	próteses	dentárias	ou	uma	reportagem	sobre	“empresas	que	
deram certo”?
As respostas vocês encontrarão ao final do livro, não vale colar. Se já conseguem dar as respostas depois de ler 
a unidade, é sinal que aprenderam bem como funcionam os processos mentais dos homens. Depois disso, será 
hora de aplicar esses conceitos ou, ao menos, de analisar os ambientes de trabalho que você conhece e detectar 
alguns problemas. Aceitam o desafio?!
Um ótimo artigo sobre comunicação interna é “5 ações para melhorar a comunicação da sua empresa, em: http://www.
administradores.com.br/informe-se/artigos/5-acoes-para-melhorar-a-comunicacao-da-sua-empresa/29892/
Ou ainda “A comunicação interna das Organizações sociais” de Marcio Zeppelini, em:
http://www.cereja.org.br/arquivos_upload/marcio_zeppelini_comunicacao.pdf
9INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
Algo que cabe muito bem para aprender os conceitos desta unidade e entender sua utilidade no ambiente de 
trabalho é a teoria dos 5S, vocês conhecem?
Conheça esta teoria por meio dos seguintes vídeos: http://www.youtube.com/watch?v=fd3nfG8rMcQ&feature=relatede 
http://www.youtube.com/watch?v=wag1oz12TtY&feature=related
Depois de ler esses breves artigos e de assistir esses vídeos recomendados, vocês podem passar para a pró-
xima unidade. Observem que na Unidade V, temos um fecho para nossa disciplina, numa tentativa de pontuar a 
posição que a psicologia assume dentro das organizações. Uma delas é diante das possibilidades de mudança 
ou de desenvolvimento organizacional. Será que as mudanças organizacionais são processos fáceis? Sabemos 
que não. Mudar algo que está cristalizado há algum tempo exige tato e uma boa escuta. Exige ainda uma análise 
organizacional. Só com esse diagnóstico e com cautela é que poderemos caminhar rumo às mudanças. Mas, 
lembrem-se: uma mudança efetiva depende da adesão dos envolvidos. Por isso, um processo de comunicação 
eficaz, treinamentos e discussões a respeito das mudanças de comportamento, são pertinentes nestas situações.
Na Unidade V, “O HOMEM NAS ORGANIZAÇÕES”, vocês terão acesso ao conceito de aprendizagem. Já se 
perguntaram como aprendemos as coisas? E como será que ocorre a aprendizagem de novos conhecimentos 
no ambiente de trabalho? As constantes inovações tecnológicas vêm exigindo uma educação continuada dos 
colaboradores e algumas empresas vêm criando espaços de ensino atrelados a estrutura da organização, algo 
hoje chamado de “ensino coorporativo”. De forma geral, veremos nesta unidade que o processo de aprendizagem 
gera mudanças de atitude e consequentemente, mudança de comportamento. 
Outro ponto considerado nesta unidade diz respeito ao desempenho de papeis na organização. Pensem em 
quantos papeis sociais vocês desempenham no dia a dia de nossa cultura: aquela que é mãe também desempenha 
em algum momento o papel de filha; se é professora, às vezes, também é aluna ao longo dos cursos que faz para 
aperfeiçoar-se; se é funcionária de um estabelecimento, pode ser cliente de outro; por vezes cumpre papel de 
amiga, às vezes de mulher etc. Agora, pensem em quantos e quais são as delimitações de papeis desempenhados 
por um trabalhador numa cultura organizacional. Pensaram? Muita coisa não? Entregar relatório, fazer avaliação 
subordinados, preparar treinamento, fechar cotações etc. Há sempre uma lista de responsabilidades e atribuições 
de cada colaborador que geralmente ficam registradas na descrição de cargos. Para orientar melhor o desempenho 
da função ou papel na organização, basta que conheçamos o conceito de “cliente”. No caso, vocês perceberão que 
cliente não é só o aquele que compra produtos e serviços de nossa empresa, mas sim todos aqueles que recebem 
o benefício do “papel” organizacional desempenhado. 
Agora é hora de aprofundar esses conceitos e sanar qualquer dúvida ou curiosidade que tenha surgido nessas 
primeiras páginas de orientação. Aproveitem as dicas, sugestões de leitura e exercícios ao longo do livro, eles 
ajudarão a fortalecer o que aprenderam. Sigam em frente e não se preocupem, pois vamos nos reencontrar ao 
final do livro para algumas exposições finais. Façam um bom proveito e mãos à obra!
SUMÁRIO
UNIDADE I
PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA
O QUE É A PSICOLOGIA ..................................................................................................................................... 16
A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA ..........................................................................................................................17
BEHAVIORISMO, GESTALT E PSICANÁLISE: PRESSUPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES ................................... 19
CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA PARA A ADMINISTRAÇÃO E SUA RELAÇÃO COM
OUTRAS CIÊNCIAS ............................................................................................................................................. 24
UNIDADE II
A PSICOLOGIA NO MUNDO DO TRABALHO
PSICOLOGIA INDUSTRIAL: OS PRIMÓRDIOS DO VÍNCULO PSICOLOGIA-ADMINISTRAÇÃO ..................... 29
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL: A TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS .................................................... 30
PSICOLOGIA DO TRABALHO: UM RESGATE DOS SIGNIFICADOS DO TRABALHO HUMANO .................... 32
AS PRÁTICAS DOS PSICÓLOGOS DO TRABALHO .......................................................................................... 33
UNIDADE III
UMA VISÃO HOLÍSTICA DO HOMEM
HOMEM, UM SER BIO-PSICO-SOCIAL .............................................................................................................. 37
MATRIZES DA PERSONALIDADE ....................................................................................................................... 40
CULTURA: UMA PRODUÇÃO HUMANA ............................................................................................................. 42
UNIDADE IV
OS GRANDES TEMAS DA PSICOLOGIA
SENSAÇÕES E PERCEPÇÕES ............................................................................................................................51
ATENÇÃO E MEMÓRIA ........................................................................................................................................ 56
INTELIGÊNCIA ...................................................................................................................................................... 57
EMOÇÕES ............................................................................................................................................................ 58
MOTIVAÇÃO ......................................................................................................................................................... 59
PRINCIPAIS TEORIAS MOTIVACIONAIS ............................................................................................................ 60
UNIDADE V
O HOMEM NAS ORGANIZAÇÕES
APRENDIZAGEM, ATITUDES E MUDANÇA DE COMPORTAMENTO ............................................................... 65
ADEQUAÇÃO AOS PAPÉIS ORGANIZACIONAIS ............................................................................................... 69
TENSÃO ENTRE INTERESSES INDIVIDUAIS X ORGANIZACIONAIS .............................................................. 70
SAÚDE MENTAL NO TRABALHO: UMA PREOCUPAÇÃO ESTRATÉGICA DAS ORGANIZAÇÕES ................. 72
CONCLUSÃO ........................................................................................................................................................ 76
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................... 83
UNIDADE I
PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA
Professora Mestranda Alexandra Arnold Rodrigues
Objetivos de Aprendizagem
•	 Conhecer	a	ciência	psicológica,	sua	origem,	 fundamentos	que	a	norteia	e	seus	vários	campos	de	
aplicação. 
•	 Identificar	e	assimilar	a	importância	da	psicologia	para	os	homens,	a	partir	de	sua	amplitude	e	das	
diversas contribuições que têm dado às instituições sociais e às outras ciências. 
•	 Valorizar	esta	ciência	enquanto	força	propulsora	e	solidificadora	das	relações	humanas	seja	dentro	
das	organizações	ou	no	cotidiano.	Portanto,	reconhecê-la	como	um	valioso	auxílio/amparo	aos	profis-
sionais da administração.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
•	 Definição	do	termo	“psicologia”
•	 Bases	filosóficas	da	Psicologia
•	 Escolas	e	correntes	que	constituíram	e	constituem	a	ciência	psicológica
•	 Alguns	campos	de	estudo	e	contribuições	à	Administração
•	 Característica	interdisciplinar	da	Psicologia
15INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
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RJ INTRODUÇÃO
Olá alunos! Sejam bem-vindos à disciplina de Introdução 
à Psicologia. Introduzir a psicologia às outras áreas do 
conhecimento,não é uma tarefa fácil. Anos de estudos 
precisam ser resumidos em apenas algumas páginas. 
Entretanto, a missão aqui é de fornecer as bases 
teóricas centrais que possam servir de amparo a todo 
administrador e gestor que prima por valorizar as pessoas.
Para começar, vale pontuar que a maior contribuição da 
psicologia no campo da administração vem sendo a tentativa 
de reatar a grande cisão construída ao longo da história 
entre o homem que produz e o homem que sente. Trata-se de 
resgatar a totalidade e complexidade do homem, o que veremos 
na Unidade III. Por isso, hoje se fala tanto em humanização do 
trabalho.
São inúmeras as situações que nos afligem no dia a dia. Marcas de um viver que 
busca, incessantemente, a tão desejada felicidade, mas que para tanto, tem de se defrontar com sólidas barreiras 
sociais, com os conflitos e com as dores das inevitáveis perdas inerentes à existência humana. Esse homem que 
sente, também trabalha. Ao entrar no ambiente de trabalho, esse homem não irá retirar de si e guardar em uma 
caixinha os seus sentimentos, emoções, desejos, sofrimentos etc. para que fiquem do lado de fora da porta da 
organização: 
Carlos, confuso e desanimado, teve de deixar a noiva, grávida no Brasil, e ir para os Estados Unidos trabalhar; 
Yamada sofre por ter perdido sua casa e sua mãe durante os tremores de terra na China; Júlia implementou um 
novo projeto na empresa que trabalhava, teve enorme sucesso, entretanto, não foi reconhecida e sua colega de 
trabalho recebeu os benefícios do processo. Rafael... Daiane... Pedro... Michele.... Somos todos personagens 
dessa enorme trama da vida.
Casos como os citados acima nos acometem cotidianamente. Vale questionarmos: quais serão as consequências 
de tais fatalidades para a produtividade destes homens no ambiente de trabalho? Qual é o papel das organizações 
e gestores diante de tais situações particulares? Punir ou amparar?
É em meio a estes contextos, de sofrimentos, angústias e questionamentos sobre o homem, que a ciência 
psicológica se edifica. Para tanto, a psicologia empreita pesquisas e análises a respeito da complexa natureza 
humana. Ela surge, então, visando dar respostas, e até soluções, a todo este desamparo e a esta fragilidade 
humana. 
Esta primeira unidade introduz o conceito de psicologia e resgata um pouco da sua história. Explicita que a 
Psicologia tem suas raízes na filosofia, surgindo da necessidade que o homem teve de pensar-se e explicar-se a 
16 INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
si próprio. Portanto, seu fundamento é a reflexão sobre o homem. Pontuam-se, ainda, nesta unidade, as múltiplas 
faces da Psicologia, seus desdobramentos em vários campos de estudos, bem como a sua solidificação enquanto 
ciência. 
Algo que também veremos é a estreita relação que a psicologia tem com inúmeras ciências, graças a sua amplitude 
e por isso acaba assumindo uma função de respaldo e complemento diante de outros campos de estudo. Neste 
sentido, a Administração e os sub-campos afins só tendem a se beneficiar desta característica da Psicologia. Ao 
longo da Unidade I, vocês perceberão a influência e o suporte da psicologia à administração, seja em suas teorias 
ou na sua aplicação. Então, vamos lá.
O QUE É A PSICOLOGIA?
A definição etimológica do termo “psicologia” constitui-se em uma junção 
de dois vocábulos gregos: “psyché” (alma, espírito, mente) e “logos” (estudo, 
razão, compreensão). Ou seja, “psico-logia” seria o estudo ou a compreensão 
da alma. 
A “alma” humana foi objeto de estudo dos filósofos gregos por muitos 
séculos e era entendida como uma realidade metafísica. Mas, o que seria 
uma realidade metafísica? Seria uma realidade fora do alcance dos sentidos, 
não passível de apreensão por meio da experiência – não podia ser vista ou 
tocada. Nós, seres humanos, teríamos acesso apenas às manifestações da alma, como por exemplo: o acesso às 
emoções, ao pensar, às percepções etc. 
E hoje, o que estuda a psicologia?
Para responder a esta questão, vamos resgatar um pouco da sua história. 
Para os povos primitivos, as condutas e a natureza humana eram entendidas por meio do sobrenatural: maus 
espíritos, fúria dos deuses etc. Os filósofos gregos foram os primeiros a explicar as manifestações da natureza 
(inclusive o comportamento e a matéria humana) por meio de elementos naturais: a água, o fogo, o ar etc. 
Os famosos filósofos Sócrates e Platão, também trouxeram vários questionamentos psicológicos ao cerne da 
filosofia da época. O primeiro apontava a razão como um elemento “limite”, que separava o homem dos animais. 
Já Platão, procurava delimitar um “lugar” no corpo humano para a razão/alma. Este lugar, definido por ele, seria a 
cabeça e a medula espinhal seria o que ligaria a mente ao corpo. 
Aristóteles, discípulo de Platão, estudou as diferenças entre a razão, percepção e sensação, o que se ousou 
considerar um “primeiro tratado da psicologia”.
Apesar de todas estas bases lançadas na Grécia à construção da psicologia, durante a Idade Média, novos 
paradigmas se impuseram devido à preponderância e hegemonia do cristianismo. Isto influenciou e permeou 
“símbolo da psicologia – letra grega “psi”.”.
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17INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
o desenvolvimento da psicologia daquele período, que foi delimitada pelo conhecimento religioso: o único 
conhecimento validado na época. Neste contexto, figuras como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino marcam 
presença com suas teorias que serviram de suportes à igreja católica. A partir deles a racionalidade ganha o status 
de manifestação divina no homem. 
Devemos nos atentar para o fato de a psicologia ter pertencido ao campo da filosofia por todo este tempo e apenas 
mais adiante começaremos a entrar em contato com uma psicologia científica. Vejamos:
Com o Renascimento e as ideias Iluministas – marco 
na Idade Moderna – consolidam-se inúmeras ciências, 
em contraposição aos dogmas religiosos de outrora. 
Este período anunciou uma nova forma de organização 
social e econômica: o capitalismo. E ainda trouxe uma 
visão de homem antropológica, ou seja, o homem 
colocado no centro do conhecimento e do interesse 
social. 
A possibilidade do desenvolvimento e o enorme avanço 
das ciências e dos conhecimentos culminaram no que denominamos Revolução Industrial. Calcado nesta situação 
de mudanças e novos valores, o filósofo francês René Descartes deixou suas contribuições às ciências naturais 
e à psicologia.
Descartes ficou conhecido pelo dualismo que instaurou na compreensão do ser-homem: dissociou o corpo 
da mente/alma. Ao corpo cabia um funcionamento similar às máquinas. Seus movimentos seriam “previsíveis, 
a partir do conhecimento de suas “peças” e relações entre elas” (BRAGHIROLLI et al, 1998). Enquanto que à 
mente cabia o conhecer, o raciocinar, o querer. Estes elementos estariam então, no campo da filosofia e por ser 
a mente uma entidade sem localização, seria imensurável e não observável. Suas ideias deixaram um legado 
enorme nos valores ocidentais e legitimaram teorias científicas de diversas áreas. Sua influência na administração 
clássica é inegável. Inclusive as relações patrão-empregado nas grandes fábricas da revolução industrial foram 
profundamente marcadas por esta leitura do homem. Ou seja, a cisão derivada dessa teoria entre o homem que 
produz e o homem que sente e pensa, passou a se reproduzir na divisão social do trabalho. 
A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA
A partir de todas as mudanças socioeconômicas e culturais, cada vez mais, a verdade sobre o mundo, antes ditada 
pela igreja, ganha os palcos científicos. Da mesma forma, vê-se solidificar as bases para uma nova psicologia, 
agora científica. O estudo da alma foi abandonado e as verdades absolutasimpostas pelo cristianismo foram 
agora entregues à observação, experimentação, mensuração e verificação em prol da ciência. A psicologia passa 
então a se preocupar com os fenômenos psíquicos, passíveis de comprovação e submissão às regras científicas 
da corrente positivista. A pergunta que, possivelmente, os filósofos e antigos teóricos fariam é: como enquadrar a 
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18 INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
mente neste tipo de comprovação?
A resposta estava no avanço da fisiologia, neuroanatomia e neurofisiologia. É nesses campos de estudo que a 
psicologia encontra um sustento científico e consolida a psicofísica. Podemos citar como referência ao estudo da 
psicofísica, Fechner e Weber em 1860, que estabeleceram a relação entre estímulo e sensação. Sua importância 
concentra-se no fato de, pela primeira vez, ser possível medir um fenômeno psicológico, garantindo assim o status 
de ciência para a psicologia (BOCK et al, 1997).
A Psicometria (do grego psyké, alma e metron, medida, medição) teve seus primórdios datados deste período. Essa 
área da psicologia veio dar os fundamentos para validação, padronização e fidedignidade aos testes psicológicos. 
Galton, precursor dessa área da psicologia associou diversos aspectos físicos (tamanhos, número de repetições 
movimento, força, rapidez nas respostas etc.) com elementos psíquicos (capacidade mental, sentimentos etc.). Por 
isso, serviu ideologicamente ao recrutamento de soldados na primeira guerra mundial e marcou a introdução da 
psicologia nas indústrias.
Vale pontuar que a psicologia acabou por se consolidar como ciência independente, “oficialmente”, em 1879 com 
a criação do primeiro laboratório de Psicologia na Universidade de Leipzig, na Alemanha. Wilhelm Wundt foi 
seu criador e ficou conhecido como o fundador do estruturalismo porque buscava compreender os estados da 
consciência a partir de estruturas do sistema nervoso central. Neste processo, a mente perdeu a autonomia e 
passou a ser explicável e dependente do sistema nervoso. 
Em contraposição, surge a psicologia funcional, criado por William James que se focou no funcionamento e nas 
funções da mente em detrimento de sua estrutura, ou seja, “o que fazem os homens e por que fazem?” (BOCK et 
al, 1997). Para eles, as funções dos processos mentais seriam de adaptação do homem ao meio externo. Seria 
simplesmente uma forma de garantir a sobrevivência humana. 
Abrindo um parêntese, essas escolas não lhes lembram as compreensões estruturalistas e funcionalistas da 
administração? Pois então, seus fundamentos são muito próximos, o que muda são os objetos de estudo, em 
um trata-se do homem e no outro, das organizações. Observem que muitas escolas, teorias e conceituações da 
psicologia tendem a aparecer na administração e vice-versa.
É importante ressaltar também, que ambas as escolas ofereceram fundamentos à psicologia industrial – primórdios 
da utilização da psicologia no mundo do trabalho – que visava o melhor ajustamento/adaptação do funcionário ao 
cargo, ao meio. Veremos isso melhor na Unidade II.
Outra escola a se dar destaque é a associacionista, sendo Edward L. Thorndike seu mais importante representante. 
Ele estruturou a primeira teoria da aprendizagem na psicologia, baseada no método de associação. Esta teoria 
está na base dos sistemas de benefícios e salário das empresas e ainda hoje é tomada como protótipo da relação 
administrativa: empregador-empregado. 
Para Thorndike, toda vez que um comportamento é recompensado após sua emissão, ele tende a se repetir. Se 
ao contrário, o comportamento for castigado, ele tende a cessar. Ela denominou este sistema de “Lei do efeito”. A 
aprendizagem se dá com a associação destas situações (recompensadas ou punidas) a outras semelhantes, ou 
19INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
seja, ocorre uma generalização do comportamento de acordo com a similaridade da situação atual com a situação 
inicial. 
Um exemplo: o aluno sabe que ao atingir as metas propostas na disciplina de um professor pode ser bonificado 
com boas notas, passar de ano e ganhar o reconhecimento dos colegas e da instituição. Generalizando esta 
situação a outras similares, este rapaz entenderá que numa empresa, se atingir as metas propostas pela gerência, 
poderá receber bonificações e reconhecimento profissional. Através da associação – de situações em que metas 
devem ser cumpridas – ele aprendeu a repetir comportamentos que culminam em bonificação. 
A severa crítica feita a esta leitura, inclusive dentro da administração, é resultado da compreensão do homem 
como um ser passivo diante de seus atos e de sua história de vida. Sustenta também a visão da administração 
clássica (ver na Unidade II) do “homem preguiçoso”, que só trabalha movido a recompensas materiais.
Para finalizar, é importante observar que estas três escolas psicológicas, com suas respectivas teorias, não existem 
mais nos dias de hoje, pois foram substituídas, no século XX, por outras teorias que veremos na sequência. 
Entretanto, a essência destas ideias mantém-se viva ainda nos dias de hoje, seja nas teorias que as sucederam 
que embasam a profissão do psicólogo atualmente ou na “psicologia do senso comum”, usadas no cotidiano das 
pessoas em geral. 
BEHAVIORISMO,	GESTALT	E	PSICANÁLISE:	PRESSUPOSTOS	E	CONTRIBUIÇÕES
Como vimos, a psicologia foi, por muito tempo, propriedade de várias ciências: filosofia, fisiologia, sociologia, 
antropologia etc. e, enquanto ciência independente é extremamente recente. Portanto, inacabada. 
Apesar do status de ciência, ela não consiste em uma unidade, já que logo se ramificou, trazendo uma riqueza 
(e às vezes até uma confusão) conceitual. Apresenta-nos assim, um vasto campo de conhecimento ainda a ser 
explorado e construído. Devemos observar este fenômeno de amplitude da ciência psicológica como um reflexo da 
complexidade, das contradições e das singularidades inerentes à natureza humana: objeto de estudo da psicologia 
de modo geral. 
Mas, o que estuda hoje a psicologia? De forma mais específica, é possível delimitar como objeto de estudo da 
psicologia, tanto o comportamento humano como os processos mentais. É possível, ainda, pontuar outro objeto 
de estudo: as psicopatologias, ou seja, comportamentos desviantes e inadaptáveis ao meio. Cada uma das teorias 
da psicologia elenca e foca-se em um destes objetos e o estuda com uma metodologia própria, específica. Três 
dessas teorias, voltadas, inicialmente, à clínica e hoje adaptadas à administração e a outras áreas de atuação 
mais sociais, são: o Behaviorismo, a Gestalt e a Psicanálise. Agora conheceremos um pouco de cada uma delas.
-	Behaviorismo:
O Behaviorismo foi criado por John B. Watson nos Estados Unidos. Influenciado pelos ares das ciências naturais. 
Propôs como objeto de estudo o comportamento (behavior, em inglês) e a relação que este mantém com o meio 
20 INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
ambiente. A escolha por este objeto dava a “consistência que os psicólogos da época vinham buscando. Um objeto 
observável, mensurável, que podia ser reproduzido em diferentes condições e diferentes sujeitos” (BOCK et al, 
1997, p.41). 
Um dos pressupostos básicos desta teoria é de que o homem se constitui nas associações estabelecidas durante 
sua vida (ou aprendizagens, como postulou Thorndike), entre estímulos do meio (S) e respostas ou manifestações 
comportamentais (R). Caberia à psicologia prever e controlar estas respostas. Ao ambiente coube um papel 
primordial na formação da personalidade, assim houve um abandono da ideia de instinto e uma negação da 
influência da hereditariedade sobre o comportamento (resposta).
O russo Ivan P. Pavlov trouxe uma grande contribuição ao behaviorismo com sua teoria sobre reflexocondicionado. 
Ele descobriu que os comportamentos-reflexos, do tipo involuntário e inato (incondicionados), resultantes de um 
estímulo externo (como o comportamento de sucção do bebê ao seio da mãe), poderiam ser manipulados e 
condicionados a um novo estímulo, que pouco ou nada tinham a ver com o original. Um exemplo: o comportamento 
reflexo do cachorro de salivar ao lhe ser apresentado um estímulo externo como a “carne”. Se, o estímulo da carne 
for associado, aparelhado, a um estímulo neutro como o soar de um sino certo número de vezes, a resposta de 
salivar poderá ocorrer, por condicionamento, só com a apresentação do estímulo de soar o sino. 
REFLITA
Este exemplo do condicionamento de Pavlov lhe lembra alguma situação do seu cotidiano? Não seria desta forma que as 
propagandas	 funcionam,	na	maioria	das	vezes?	Você	consegue	 identificar	condicionamentos	deste	 tipo	no	ambiente	de	
trabalho?
B. F. Skinner foi um dos sucessores de Watson, sua teoria conhecida como análise experimental do comportamento 
se baseou na formulação do condicionamento operante. Diferente do condicionamento (denominado respondente) 
que vimos anteriormente, o condicionamento operante abrange uma grande parte da atividade humana. Ela 
consistiria em comportamentos ou respostas que levam a um estímulo reforçador, ou seja, nossas ações sobre o 
mundo se dão em consequência dos resultados delas. 
Dois conceitos importantes, inclusive para a administração, são os de reforço positivo (aquele apresentado para 
fortalecer o comportamento) e negativo (instala-se um comportamento para evitar o estímulo desagradável). No 
primeiro caso, podemos exemplificar com a bonificação recebida após o alcance da meta estabelecida e no 
segundo caso, podemos citar o colaborador que trabalha sem intervalo para evitar ter de trabalhar no feriado. 
Outros dois métodos podem ser pontuados. Eles visam “extinguir” um comportamento indesejado ou inadequado: 
a ausência ou suspensão do reforço, que extingue o comportamento a longo prazo, ou a punição, impingindo um 
estímulo aversivo para desestimular a emissão do comportamento.
Mas, o próprio Skinner pondera sobre a ineficácia da punição já que este só funciona na presença do agente punidor, 
portanto, tem efeitos temporários e “subprodutos” indesejáveis. Nas organizações, por exemplo, “suspensões, 
demissões, perdas de regalias constituem exemplos típicos de punições. Os administradores sabem que estas 
formas de obter comportamentos ‘não asseguram aumento de produtividade, são desagradáveis de aplicar e 
21INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
contribuem para reduzir sentimentos de cooperação e aumentar a insatisfação” (FIORELLI, 2004, p. 40). O ideal 
seria, de fato, valer-se de reforços positivos para alterar os comportamentos inadequados – exemplo, ao invés de 
punir atrasos, bonificar presenças e frequência. 
Enfim, esta teoria tem um grande campo de aplicação na educação, consequentemente, tem importante 
contribuição nos treinamentos de empresas, influi na construção do clima e cultura organizacional, bem como 
tem constante presença nas situações que demandam mudanças comportamentais. Esta teoria por ter aplicações 
práticas e de curto prazo recebeu e recebe grande adesão, inclusive presta um interessante auxílio às empresas: 
“para os behavioristas da administração, são fundamentais o estudo dos aspectos ligados ao processo de tomada 
de decisões e o exame das diferentes formas de autoridade” (BERGAMINI, 2006, p. 41)
Entretanto, a grande crítica dirigida a esta corrente de pensamento é de que: “o estímulo é uma forma de energia 
física que pode ser manipulada e controlada em laboratório. Na situação social, entretanto, as dimensões do 
estímulo não podem ser especificadas de um modo comparável (...) não podemos predizer, satisfatoriamente, por 
que não se pode identificar previamente a resposta, a natureza do reforço para o indivíduo” (BERGAMINI, 2006, 
p. 40).
“ASSISTA	AO	FILME”:	
Laranja	Mecânica,	dirigido	por	Stanley	Kubrick.	Trata-se	de	um	filme	de	1971	que	retrata	basicamente	um	protagonista,	
líder de uma gangue de delinquentes que, após roubar, estuprar e matar, é preso pela polícia e é usado como cobaia, num 
experimento de condicionamento respondente, visando eliminar seus impulsos maldosos e violentos. Resultado: vira uma 
“laranja	mecânica”,	um	ser	orgânico	que	age	mecanicamente.	É	um	ótimo	filme	para	o	questionamento	quanto	à	possibili-
dade de mudança de comportamento efetiva por meio do condicionamento. Veremos o que realmente possibilita a mudança 
de comportamento na Unidade IV. 
Segundo esta perspectiva, não se pode estudar cientificamente os pensamentos, desejos e sentimentos que 
acompanham os comportamentos. Algo que outras correntes da psicologia se encarregaram. Vamos conferir.
- Gestalt:
A Gestalt ou psicologia da forma (ou ainda configuração, como a difícil tradução desta palavra alemã indica) 
foi um movimento de origem alemã, que se desenvolveu nos Estados Unidos. Seus principais representantes: 
Wertheimer, Koeler e Koffka vieram romper com o pensamento mecanicista e associacionista que vigorava na 
psicologia. Este movimento surgiu em oposição aos estruturalistas e behavioristas apesar de elencar, igualmente, 
o comportamento como objeto de estudo. Sua crítica a estas duas escolas concentrou-se na concepção que elas 
utilizavam, para entender o comportamento, a relação de causa e efeito – estímulo e resposta. Para os gestaltistas, 
não é apenas o estímulo o responsável pelo comportamento, mas ele somado a percepção. Ou seja, é a maneira 
como percebemos o estímulo que desencadeará nosso comportamento e não o estímulo em si. 
Outras críticas insurgidas neste movimento são de que estas escolas que a antecederam colocavam o indivíduo numa 
posição de “registrador” passivo dos estímulos do ambiente, bem como se focavam no estudo de comportamentos 
22 INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
isolados, eliminando a complexidade, a totalidade (Gestalt) que acarreta o comportamento. Assim, para a Gestalt, 
o conhecimento das partes só tem significado dentro e em relações ao todo a que pertencem. Foram inúmeros os 
estudos a respeito da percepção visual com imagens em jogos de “figura-fundo”, de “tendência ao fechamento”, 
proximidade e simetria ou regularidade das formas etc. Quando tratarmos do tema percepção na Unidade IV, estes 
fenômenos ficarão mais claros.
A administração vem valendo-se de muitos conceitos básicos produzidos por esta corrente na projeção, 
lançamento e apresentação ao mercado de novos produtos. Sua contribuição se dá em especial na comunicação 
organizacional, interna e externa, e no Marketing.
- Psicanálise:
A última corrente que trataremos neste item é a psicanálise, criada pelo 
ousado médico vienense, Sigmund Freud. Sua teoria, apesar de muito 
conhecida é igualmente mal compreendida. 
O desenvolvimento da psicanálise se deu muito independente da psicologia, 
que na época preocupava-se com a experiência da consciência. Freud 
propôs o método interpretativo para o estudo do inconsciente, o lado 
“obscuro” da consciência. Para ele, todo comportamento seria a expressão da 
personalidade dos indivíduos e teria uma motivação inconsciente – instintos, 
emoções energizariam o comportamento humano. 
A importância de conhecer a psicanálise fundamenta-se no fato de que com 
ela, a preocupação da psicologia se deslocou da simples 
observação do comportamento aparente para uma busca 
de seu possível significado ou sentido oculto – manifestado 
nos sintomas, por meio de palavras, atos ou produções 
imaginárias como os sonhos, delírios ou associações livres 
(BOCK, 1997). Se um colaborador está chorando em sua 
sala, nem sempre os elementos do meio são capazes de 
nos dar uma compreensão correta do que está se passando 
com ele. Assim como o erro de um colaborador pode estar 
fundamentado em diversasmotivações inconscientes ou até 
pode ser uma característica inerente à sua personalidade 
(não conseguir fazer ou lidar com certo tipo de trabalho), 
independentemente do meio. 
Vale à pena situar que esta abordagem, de forma pioneira, 
atentou para a importância da infância e da sexualidade 
na formação da personalidade. Freud também pressupôs 
algumas divisões simbólicas e até didáticas da mente, 
“São clássicas as imagens que falseiam 
nossa percepção visual graças aos jogos 
de formas, tão estudado pelos gestaltistas, 
e é amplo o seu uso na publicidade”. 
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23INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
algumas delas, possivelmente, você já tenha ouvido falar: a separação em consciência (receptor de informações 
do mundo externo e interno, responsável, essencialmente, pela percepção), pré-consciência (guardião de algumas 
lembranças e memórias acessíveis à consciência com certo esforço) e inconsciente (conteúdos não acessíveis à 
consciência, regido por leis próprias tendo por base as fantasias). 
A outra divisão da mente que Freud propôs partiu de uma reformulação teórica (como tantas outras que fez ao 
longo de sua produção) e resultou nas instâncias psíquicas do id, ego e superego. O id seria o reservatório da 
energia psíquica, em que se encontrariam as pulsões que movem o homem, sendo totalmente inconsciente. Já 
o ego, regido pela realidade, seria em sua maior parte consciente, apesar de também apresentar uma parte 
inconsciente (defesas psíquicas). Ele é o mediador da busca por satisfação, considerando as condições objetivas 
da realidade. Suas funções básicas são as da percepção, do pensamento, dos sentimentos e memória (BOCK et 
al, 1997). 
O superego é o representante psíquico das exigências culturais e sociais, ou seja, ele constitui-se das proibições, 
limites, a autoridade internalizada. Portanto, assume o papel da moral, responsabilizando-se pela construção de 
ideais a partir dos modelos externos. 
Freud propõe que os sintomas e certas atitudes dos homens são resultados de mecanismos inconscientes de 
defesa do ego. Inconscientes porque ocorre independente de nossa vontade e sem a nossa percepção. Os 
sintomas resultam do recalque/repressão de situações muito dolorosas ou constrangedoras que o indivíduo, devido 
à idade ou a um momento frágil da vida, não pôde dar conta de elaborar, de enfrentar. O recalcamento seria a 
“defesa-base” para tentar proteger o aparelho psíquico e impossibilitaria o acesso de seu conteúdo à consciência.
Além do recalcamento, podemos citar defesas como a projeção (remeter a outro indivíduo características nossas); 
racionalização (construções racionais para justificar atitudes); formação reativa (adoção de uma atitude oposta ao 
seu verdadeiro desejo) etc. Não cabe agora discorrer sobre os diversos mecanismos, entretanto, esses três são os 
mais visíveis no ambiente de trabalho. 
O gestor, ao ser capaz de identificar tais atitudes nos colaboradores pode, através de um feedback, auxiliar o 
indivíduo a “re-observar” e “re-avaliar” suas atitudes. Aos moldes dos objetivos da terapia psicanalítica, que seria 
de levar o paciente ao auto-conhecimento para descobrir e reviver o que foi esquecido, bem como para lidar com 
a realidade e os conflitos inerentes a ela. Esta visão profunda dos indivíduos é extremamente necessária para os 
responsáveis pelos departamentos de pessoal dentro das organizações. É por ela que conseguimos considerar os 
vários determinantes da personalidade e do comportamento dos indivíduos. 
Por vezes, um funcionário considerado “problema” não mudará alguns elementos da sua personalidade com um 
treinamento, com punição ou com o descanso proporcionado pelas suas férias. Não adianta tratar “sintomas” 
ignorando suas causas. Portanto, um bom administrador deve ter em mãos esta “ferramenta” que permite enxergar 
a dimensão constitutiva de seus colaboradores. Saímos da ideia de estímulo-resposta e passamos a lidar com algo 
muito mais complexo: as inúmeras variáveis que afetariam o comportamento humano. 
24 INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
CONTRIBUIÇÕES	 DA	 PSICOLOGIA	 PARA	 A	 ADMINISTRAÇÃO	 E	 SUA	 RELAÇÃO	 COM	
OUTRAS CIÊNCIAS
De forma geral, a ciência psicológica permite ao profissional da área de administração, a explicação dos 
mecanismos e processos envolvidos em determinados comportamentos, assim como permite preveni-los e 
modificá-los. Portanto, tem um papel fundamental dentro das organizações já que seu alicerce são as pessoas 
que colaboram com ela.
Assim, “a Psicologia, enquanto ciência do comportamento, é um instrumento à disposição do Administrador 
como apoio nessa busca de contínuo aumento da eficiência dos processos e da melhoria da Qualidade de Vida” 
(FIORELLI, 2004, p. 24). Obviamente, isto somado à promoção de ganhos na produtividade.
A atuação dos psicólogos dentro das organizações vai desde um trabalho com indivíduos e/ou com as suas 
relações de vínculos nos grupos até na relação dos indivíduos com sistemas (e até com equipamentos de trabalho). 
Age levando em conta os diversos fatores estruturais e socioculturais que permeiam a vida dos colaboradores, 
utiliza inúmeros instrumentos e técnicas, bem como a observação e escuta treinada sobre os problemas/conflitos. 
Portanto, abrange as mais variadas áreas e atividades dentro das organizações, o que abordaremos melhor na 
Unidade II.
Hoje, ignorar a potencialidade da psicologia enquanto auxílio nas organizações culmina em desgastes emocionais e 
custos desnecessários aos administradores. É importante observar que muitas das formulações básicas de várias 
escolas da administração foram calcadas em teorias psicológicas como, por exemplo, as teorias de motivação, de 
dinâmica de grupo, de Relações humanas etc.
As contribuições mais significativas à administração estão nos métodos de observação e experimental. O método 
de observação (pesquisa e quantificação dos dados) possibilita “conhecer quais as necessidades do trabalhador 
que não estão sendo atendidas naquele momento” (BERGAMINI, 2006, p. 25), quais são suas motivações e os 
conflitos emergentes (e latentes) na organização. É de grande valia também às pesquisas de mercado, na coleta 
de opiniões dos consumidores.
Este método em parceria com o experimental permite predizer comportamentos relativos a certas situações, ainda 
que com grandes limitações já que nem todo comportamento humano é suscetível de investigações e nem todas 
as variáveis que atuam sob o comportamento são manipuláveis e conhecidas. Na próxima unidade, conheceremos 
a utilização desse método por Elton Mayo. 
Outra abordagem da administração influenciada pela psicologia, 
em especial a social, foi a dos Sistemas Abertos. Trouxe a ideia 
de “homem funcional” que se posiciona dentro das organizações 
e é construído a partir de comportamentos inter-relacionados. O 
protótipo desta teoria está nos sistemas de desempenho de função 
que pressupõe que dentro de um sistema social a pessoa vai agir 
de algumas maneiras específicas, pois está sob a exigência e Fon
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25INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
expectativa de outros indivíduos que se beneficiam dos resultados. Ampliaremos esta compreensão na Unidade V, 
no item: “adequação aos papeis organizacionais”.
No âmbito da psicologia social “aplicada” à administração, temos Kurt Lewin que deixou enorme contribuição 
para os estudos de grupo e liderança, tendo dirigido importantes experimentos na área de desenvolvimento 
organizacional. 
Não teria também a psicanálise, trazido a sua contribuição? Ora, nada mais em voga na gestão de pessoas do 
que a valorização da singularidade dosindivíduos e da sua história pessoal, em que cada palavra ou símbolo 
tem um significado particular para cada um. Tem-se aí a importância de enxergar cada funcionário como único, o 
que veremos na Unidade III. Os grandes nomes para a administração desta abordagem são: Cristophe Dejours, 
com sua teoria da “psicodinâmica do trabalho” pautado na saúde mental dos trabalhadores (entre outros diversos 
estudos); e José Bleger, que propõe uma intervenção psico-política através da “análise institucional” para desvelar 
o funcionamento e os conflitos “ocultos” na dinâmica interna das organizações.
Por fim, podemos identificar a psicologia aplicada à administração com a denominação de “Desenvolvimento 
Organizacional” que estaria na base dos planejamentos e implementações de mudanças. Seriam as mudanças 
organizacionais determinantes nas alterações de comportamento. Situações de mudanças exigem um trabalho 
de “prevenção”, preparação e de amparo aos colaboradores – algo que cabe necessariamente ao psicólogo 
organizacional. A Unidade IV se encarregará de demonstrar como isto funciona.
CONSIDERAÇÕES	FINAIS
São incontáveis as contribuições deixadas pela psicologia, de forma que não cabe a nós numerá-las exaustivamente 
agora, já que não é este nosso objetivo. Ao longo do curso, possivelmente, vocês terão contato com vários outros 
autores e teorias.
Para finalizar esta unidade de apresentação da ciência psicológica, devemos situar e valorizar a abertura que 
ela possibilitou à interdisciplinariedade e à crescente cooperação entre vários campos científicos. Profissionais 
como o orientador educacional, o assistente social, o pedagogo, o enfermeiro entre outros, têm na psicologia um 
importante instrumento de trabalho.
São diversos os campos da psicologia que se sobrepõem a outros campos de estudo servindo-se deles, mas 
também contribuindo com eles. Só para entendermos o que significa isto, vejamos algumas de suas áreas de 
abrangência e constatemos a amplitude desta ciência: Psicologia Ambiental; Psicologia Aplicada; Psicologia 
Clínica; Psicologia da Forma (Psicologia da Gestalt); Psicologia da Saúde; Psicologia do Desenvolvimento; 
Psicologia dos Grupos; Psicologia do Trabalho; Psicologia Econômica; Psicologia Educacional; Psicologia 
Esportiva; Psicologia Experimental; Psicologia Forense; Psicologia Hospitalar; Psicologia Jurídica; Psicologia 
Metafísica; Psicologia Política; Psicologia Social; Psicometria; Sexologia; TCC - Terapia Cognitiva Comportamental; 
Psicoterapia Corporal; etc.
26 INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
Esta característica transdisciplinar da psicologia se revela na íntima relação que possui com a Filosofia, Biologia 
e as Ciências Sociais. Veremos na Unidade III um pouco desta relação que a psicologia guarda com as ciências 
sociais, o que será de grande valia para entender o homem enquanto um ser que precisa produzir e que assim 
constrói continuamente a sociedade.
Um livro muito conhecido entre os psicólogos que dá importantes parâmetros e delimitações a respeito das diversas áreas 
da psicologia é BOCK, Anna Maria Bahia (et al). Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 
1995. Leitura fácil e essencial!
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
I. CAÇA PALAVRAS:
a) Desde seus primórdios a psicologia esteve sob o domínio da _________. Foi ela que esteve preocupada, du-
rante muito tempo, em estudar e conhecer o homem.
b) Para René Descartes, o corpo e a mente são duas instâncias separadas, cada qual com seu funcionamento. 
Ao	corpo-máquina	cabia	ser	estudado	para	controle	de	seus	movimentos	visando	à	eficácia.	Esta	teoria	ajudou	
a	justificar	a	divisão	social	do	trabalho	e	sustentou	as	teorias	clássicas	da	administração.	Ela	pautava-se	na	
mesma	lógica	da	__________,	que	se	fundamentava	na	medição	das	funções	corporais	para	definir	aspectos	
psíquicos.
c) Para a teoria Behaviorista, controlar o comportamento dos indivíduos é algo possível e depende do controle 
dos estímulos do meio. Mas, alguns estímulos tendem a ser mais adequados que outros para conseguir tal con-
trole. No ambiente organizacional, entende-se que o ideal é utilizar o reforço __________ no lugar da punição 
para alterar um comportamento inadequado.
d) Através da psicanálise, da relevância que esta dá ao simbólico e ao ____________, diversos estudos foram 
feitos	sobre	personalidade,	saúde	mental	do	trabalhador	e	análise	de	demandas	latentes	e	conflitos	institucio-
nais. Sua contribuição à área de Recursos Humanos é imprescindível.
C I T A P J A O C L A I O
R F E P T I F E G D Q O E
I N C O N S C I E N T E E
F B P S I C O M E T R I A
U A U I B P U N N F L U A
P I E T E A J O P L U A P
C E F I L O S O F I A S I
N A B V C A I C A U T L A
O U P O L O N B T I A L I
II. A psicologia pode ser considerada uma ciência interdisciplinar, tendo íntima relação com inúmeros campos de 
estudo, inclusive com a administração. Escolha um dos autores ou teorias citadas no item das contribuições da 
psicologia à administração e faça uma pesquisa breve sobre como utilizar tal contribuição em uma organização.
UNIDADE II
A	PSICOLOGIA	NO	MUNDO	DO	TRABALHO
Professora Mestranda Alexandra Arnold Rodrigues
Objetivos de Aprendizagem
•	 Conhecer	o	caminho	percorrido	pela	psicologia	no	mundo	do	trabalho	ao	longo	da	história	e	perceber	
a íntima relação desse processo com as mudanças socioeconômicas.
•	 Definir	as	três	fases	da	psicologia	do	trabalho,	diferenciando	suas	características.
•	 Identificar	as	atividades	realizadas	pelo	psicólogo	do	trabalho	hoje,	comparando-as	com	as	atividades	
dos outros períodos.
•	 Entender	a	 importância	dos	avanços	da	ciência	psicológica	para	as	organizações,	enumerando	as	
contribuições que respaldam a sua prática no âmbito da administração.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
•	 Psicologia	industrial	e	seu	caráter	utilitarista
•	 Psicologia	Organizacional,	fruto	da	Teoria	das	Relações	Humanas
•	 Psicologia	do	Trabalho,	saúde	mental	e	o	simbólico
•	 No	Brasil,	práticas	não	delimitadas.	Coexistem	práticas	dos	três	períodos,	sendo	preponde-
rantes as da Psicologia Industrial
29INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
INTRODUÇÃO
Qual terá sido a porta de entrada para a psicologia nas organizações? Aos psicólogos cabem apenas as 
contratações, demissões e treinamentos dentro das empresas? Por que a psicologia do trabalho está diretamente 
relacionada ao departamento de pessoal? Essas e outras questões são centrais na tentativa de compreender e 
refletir sobre a inserção da psicologia no mundo do trabalho e esse será o nosso objetivo na unidade II. Para isso, 
uma importante área da psicologia a ser considerada e conhecida, pelos gestores e administradores de empresas, 
é a psicologia do trabalho. 
Não devemos deixar de mencionar que é deste ramo da ciência psicológica (que presta serviços às organizações), 
que se consolidaram as maiores contribuições voltadas à administração. Como Sampaio (1998) pontua, há uma 
grande proximidade entre o desenvolvimento das práticas de gestão e o desenvolvimento da Psicologia do Trabalho.
Para aprofundar, Jader Sampaio (1998), em seu conhecido texto “Psicologia do trabalho em três faces”, faz um 
esclarecedor resgate da história da psicologia no mundo do trabalho. Assim, identifica e analisa as suas três faces: 
Psicologia Industrial, Psicologia Organizacional e Psicologia do Trabalho. Por compreender a relevância deste 
resgate, essa unidade de nossa apostila vem propor um passeio pelo texto de Sampaio e os convida a refletir sobre 
o uso das potencialidades da psicologia na administração já que, apesar dos avanços, sua prática, muitas vezes, 
é ainda limitada a antigas técnicas da era industrial. 
PSICOLOGIA INDUSTRIAL: OS PRIMÓRDIOS DO VÍNCULO 
PSICOLOGIA-ADMINISTRAÇÃO
Se, por um lado, a Psicologiado Trabalho se beneficia e agrega os 
desenvolvimentos das múltiplas áreas da Psicologia, por outro, se acha 
balizada pela evolução da Administração e pelas demandas que esta 
disciplina lhe faz. A Administração, por sua vez, não é fruto de uma sequência 
não histórica de descobertas de técnicas de gestão (agrupadas em escolas), 
mas se acha delimitada pelas mudanças socioeconômicas e pelos impactos 
destas nas diversas organizações (SAMPAIO, 1998, p.20).
Esta leitura, proposta por Sampaio, aponta uma via de mão dupla que liga a psicologia à administração e anuncia 
uma relação de troca, de influência, mútua e contínua. 
Os primórdios do vínculo Psicologia-Administração datam do período da Revolução Industrial. É nesse período 
que a Psicologia se firma nesta área, ao instrumentalizar alguns dos pressupostos do taylorismo – Escola clássica 
da Administração. Esta primeira “face” da psicologia costumou-se denominar de Psicologia Industrial.
As técnicas da Psicologia, neste período, buscavam viabilizar um maior controle sobre o trabalhador e sobre sua 
forma de trabalhar, um controle sobre o “como fazer”, em prol do aumento da produtividade. Por isso, a lógica da 
produção em série acolheu teorias Funcionalistas e Behavioristas que primavam pela medição de movimentos, 
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30 INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
pela compreensão e pelo controle dos comportamentos dos indivíduos por meio da manipulação do ambiente. 
Segundo Sampaio (1998), nesta época, surgiu diversos estudos em psicologia que mediram o índice de 
produtividade em função do esforço despedido e que aderiram os princípios da “lei da fadiga”. Sendo assim, 
buscaram “determinar “cientificamente” o limite do esforço para medir as quotas de produção dos empregados” (p. 
21). Podemos dizer então que a psicologia ficou a serviço da prescrição e do controle da execução do trabalho.
Ainda neste período, ganham espaço a psicometria e os testes psicológicos. Por meio deles viabilizou-se a 
“instrução” dos trabalhadores sobre os métodos mais eficientes e os movimentos mais econômicos a serem 
empregados e respaldou-se a seleção dos “melhores homens” para os trabalhos/cargos. Sendo assim, estas 
técnicas estiveram a serviço do ajustamento e da adequação dos trabalhadores ao cargo. 
Devemos enfatizar que as práticas da Psicologia Industrial deram as bases aos processos de recrutamento e 
seleção de pessoal, de avaliação de cargos, de treinamento e ergonomia que com o tempo foram aprimorados. 
PSICOLOGIA	ORGANIZACIONAL:	A	TEORIA	DAS	RELAÇÕES	HUMANAS
Os primeiros passos para – o que alguns consideraram – a evolução da Psicologia Industrial, se deram nos anos 
XX, a partir de estudos centrados na análise das condições de trabalho x aumento produtividade (SAMPAIO, 
1998). Em específico, os estudos de Hawthorne (Bairro da cidade de Chicago), realizados por Elton Maio, em 1924, 
na Western Eletric Company.
Precursor da Teoria das Relações Humanas, 
Elton Maio elaborou e supervisionou uma série 
de experimentos que visavam avaliar o efeito das 
condições do ambiente (luminosidade, temperatura, 
ventilação etc.) na produtividade dos trabalhadores. 
Entretanto, Elton Maio se deparou com significativos 
aumentos de produtividade apenas nos grupos que 
tinham experienciado mudanças nas condições 
sociais. A atenção dada pelos pesquisadores e 
pela alta administração da indústria aos trabalhadores tornou-se um fator motivacional. Posteriormente, concluiu 
que não se tratava de fatores ambientais ou remuneração, mas sim do desejo dos operários em satisfazer suas 
necessidades de companheirismo e cooperação no trabalho.
A partir da compreensão de que os fatores humanos influenciavam na produtividade, estimularam-se 
questionamentos e novos estudos sobre a satisfação humana e desenvolvimento de pessoal no trabalho. Esta 
mudança, junto a diversas outras que se sucederiam, deu as bases à Psicologia Organizacional – segunda face 
da psicologia no âmbito do trabalho. 
É importante pontuar que Sampaio (1998) discorda da ideia de evolução da psicologia nessa área, pois apesar 
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31INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
da Teoria das Relações Humanas vir preencher um “lapso teórico da administração clássica”, não fez propostas 
substanciais para os processos de produção. Sendo assim, esta teoria foi logo incorporada pela teoria clássica, 
sem trazer alternativas de mudanças estruturais às empresas. 
No quadro que segue, visualizaremos melhor estas mudanças:
Atua nos postos de
trabalho e não se
envolve com a estrutura
organizacional.
Discussões sobre a
estrutura organizacional.
Adesão a teorias
Estruturalistas e
Sistêmicas.
Psicologia Industrial Teoria das
Relações
Humanas
Psicologia Organizacional
Visão de “homem
econômico”: preguiçoso.
Faz o mínimo de
trabalho pelo máximo
de recompensa. Movido
pelo dinheiro.
Visão de um homem
que tem necessidades
sociais, de autoestima
e de autorrealização.
Independente da
remuneração.
Maximizar o ajuste das
pessoas ao cargo.
Meras peças ajustáveis
à engrenagem da
produtividade. Saúde do
trabalhador equivale ao
seu grau de ajuste e
eficiência do trabalho.
Torna-se patológico
cindir os conflitos
(internos e externos) e
os afetos ambiente de
trabalho. O cargo deve
também ajustar-se ao
trabalhador, não só este
ajustar-se ao cargo.
Nesta segunda face – da Psicologia Organizacional – as preocupações dos psicólogos passaram a centrar-se 
nos incentivos não-financeiros e dar espaço às possibilidades de motivação pelas relações com a liderança e 
supervisão (SAMPAIO, 1998). Ainda de acordo com o autor, surgem preocupações com as relações interpessoais, 
com as atitudes dos empregados, com a moral no trabalho e inclusive com a avaliação de executivos. Discussões 
sobre as relações homem-máquina ganham espaço, ocorrem também a inserção de entrevistas e aconselhamentos 
psicológicos no ambiente de trabalho (SAMPAIO, 1998). Enfim, surgem inquietações com práticas punitivas e 
discriminatórias que pudessem ferir a integridade e os valores individuais do trabalhador. Inclusive, com o tempo, 
estas inquietações e discussões ganharam um respaldo legislativo no que se refere aos direitos dos trabalhadores.
Será importante pontuar os estudos, os ganhos e as mudanças dessa fase que trouxeram importantes 
transformações ao ambiente, às práticas e à dinâmica organizacional como um todo. Segundo Sampaio (1998), 
seriam elas:
- Estudos sobre motivação, comunicação e comportamento de grupo.
- Técnicas de Psicodrama e a teoria da sociometria de Moreno.
- Estudo da dinâmica de grupos e das lideranças feita por Kurt Lewin.
32 INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
- Consolidação da ergonomia com a análise e projeções de ambientes de trabalho, equipamentos e tecnologias 
que levassem em consideração as características humanas, ou seja, suas capacidade e limitações.
- Novas práticas de gestão: gestão de qualidade total; cultura de aprendizagem; trabalho em equipes; célula de 
produção; produção Just-in-tiMestranda
- Estudos do comportamento do consumidor.
- Proposta de mudança planejada nas organizações, conhecida como Desenvolvimento Organizacional (D.O.). 
Além da compreensão que o D.O. está atrelado ao Desenvolvimento Gerencial.
- Treinamentos voltados ao desenvolvimento pessoal e interpessoal.
-	 Construção	de	uma	“arquitetura	social”	(ou	Cultura	Organizacional),	administrando	valores,	normas	e	significa-
dos compartilhados pelos trabalhadores. Foco na criação, comprometimento e institucionalização dos valores. 
Apesar destas contribuições e dos anos de consolidação destas práticas,inúmeras críticas são feitas à Psicologia 
Organizacional. Sampaio pontua que autores situam esta segunda face da psicologia do trabalho sobre uma 
orientação tecnocrática, em que prevalece uma ausência de interesse no simbólico. É com essas críticas que a 
terceira face – a psicologia do Trabalho – ganha espaço, como resultado da consciência do caráter instrumental 
das Psicologias Industrial e Organizacional.
PSICOLOGIA	DO	TRABALHO:	UM	RESGATE	DOS	SIGNIFICADOS	DO	TRABALHO	HUMANO
O ponto central da Psicologia do Trabalho são os estudos e compreensões do trabalho humano em todos os 
seus significados e manifestações. Ou seja, um resgate da compreensão do homem que trabalha. Nossa próxima 
unidade ampliará esta visão proposta e procurada pela Psicologia do Trabalho.
Estas mudanças acompanharam a mobilização das teorias Administrativas que, nos anos 70, passam a se 
tornar menos prescritivas e assumem “um caráter mais descritivo, explicativo e crítico” (SAMPAIO, 1998, p. 26). 
Surge a Escola Contingencialista que ao focar seus estudos nos efeitos do ambiente e da tecnologia, ou seja, 
na compreensão dos fenômenos na produção a partir do contexto da organização (cenário de condicionantes 
externas), deixa de lado a produção de técnicas para o aumento da lucratividade. O objetivo é a compreensão do 
funcionamento e suas consequências. 
Vemos hoje, ganhar adesão na administração, estudos que envolvem a convergência entre Sociologia do Trabalho, 
Administração e Psicologia do Trabalho. Sampaio (1998, p.27) pontua: “O que antes era visto como funções ou 
sistemas das organizações, agora é concebido como políticas. Isso significa que o que era concebido como algo 
fixo e indispensável agora é concebido como resultado de ações de grupos de atores sociais nas organizações. 
Passam a ser consideradas as questões do poder, conflito e seus regulamentos.”
Neste âmbito, estudos da Psicologia do Trabalho visam a conhecer os impactos das novas “tecnologias gerenciais” 
sobre o comportamento e psiquismo do trabalhador. Tecnologias como gestão participativa, a reengenharia, gestão 
por competências etc. 
33INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
Ainda dentro da Psicologia do Trabalho, ganha espaço a Análise Institucional, que propõe uma indagação pelo 
viés da psicanálise, da dinâmica e dos relacionamentos humanos estabelecidos nas organizações. Por esse 
referencial, a psicanálise ganha um espaço de intervenção social, que extravasa os limites da clínica. Além disso, 
temos as contribuições de Dejours, estudando o sofrimento humano, especialmente, no ambiente de trabalho 
e sua intervenção pautada no modelo de pesquisa-ação (SAMPAIO, 1998). O autor cita ainda Cooper, com os 
estudos sobre o estresse laboral e seu uso no suporte para mudanças organizacionais. 
Enfim, vemos que cada vez mais os estudos e práticas da psicologia, mas também da administração por meio 
desta amálgama, vêm dando lugar para a concepção do homem – trabalhador como um ser desejante. O objetivo 
é, principalmente, a saúde e bem-estar do trabalhador. Qualidade de vida passa a ser preocupação e palavra 
corrente no vocabulário de gestores de recursos humanos, psicólogos e até administradores. 
Vale entender que hoje se busca profissionais que ajudem a organização a pensar, mas também a repensá-la de 
forma contínua. Seja pensar a estrutura, sua dinâmica, as relações estabelecidas, ou pensar este conjunto – a 
cultura organizacional – que soma os aspectos simbólicos que sustentam a instituição como um todo. Sampaio 
(1998) pontua que outra das características da Psicologia do Trabalho é a valorização da interdisciplinaridade, já 
que permite a integração de conhecimentos e a melhoria no trato com conflitos e problemas estruturais. Além, é 
claro, de viabilizar importantes inovações. 
AS	PRÁTICAS	DOS	PSICÓLOGOS	DO	TRABALHO
Para finalizar esta explanação histórica do vínculo “psicologia-administração”, vale ponderar que Sampaio (1998) 
deixa explícito o fato não haver uma clara distinção das práticas dos psicólogos no Brasil. Ou seja, dificilmente 
estes profissionais se denominariam psicólogos organizacionais ou do trabalho (psicologia industrial caiu em 
desuso), isto porque os profissionais tendem a mesclar instrumentos e práticas das duas primeiras “faces” com as 
da Psicologia do Trabalho. 
No texto “psicologia do trabalho em três faces”, Sampaio faz ainda uma listagem das diversas práticas dos 
psicólogos referentes à seleção e colocação de pessoal; planejamento de recursos humanos; treinamento de 
pessoal; desenvolvimento de recursos humanos; avaliação de desempenho; saúde mental no trabalho; planos de 
cargos e salários; condições de trabalho; mudança e análise das organizações; ensino e pesquisa; gerência. 
Mas, apesar de todo este espaço de atuação, os profissionais de psicologia no Brasil ainda restringem suas 
práticas “no tripé clássico da psicologia industrial (recrutamento, seleção e treinamento)” (SAMPAIO, 1998). O que 
é uma pena, pois não usufruímos o bastante das potencialidades deste campo de estudo e de aplicação.
Como	esta	unidade	se	baseou	no	texto	de	Jader	dos	Reis	Sampaio,	é	indispensável	lê-lo: “Psicologia do Trabalho em 
Três Faces”. In: Psicologia	do	trabalho	e	Gestão	de	Recursos	Humanos:	Estudos Contemporâneos. GOULART, I. B. & 
SAMPAIO, J. dos R. (Org.). São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998. Aliás, este livro como um todo traz artigos interessantís-
simos que valem a pena ser lidos. Então, mãos à obra e boa leitura!
34 INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA | Educação a Distância
CONSIDERAÇÕES	FINAIS
Segundo Sampaio (1998), a Psicologia do Trabalho exige a interdisciplinaridade com as áreas da psicologia – 
psicologia diferencial, clínica, social e psicossociologia, psicometria, psicofisiologia; com a administração – de 
recursos humanos, das relações de trabalho, teoria das organizações, administração da produção, sóciotécnica; 
com a sociologia do trabalho; com a antropologia das organizações; com a filosofia; com a ergonomia; com a 
engenharia de produção e sanitária; com o direito trabalhista, com a medicina do trabalho, epidemiologia de saúde 
mental, psiquiatria; e com a economia.
Somente no momento em que essa integração passa a ser possível no ambiente organizacional, que se ampliarão 
as possibilidades de humanização pelo trabalho – o que veremos na unidade que se segue. 
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
I. Vimos que, assim como nas teorias da administração, a psicologia traz inovações e evoluções marcadas 
pela história e pelas mudanças socioeconômicas que acompanham a sociedade. Para revisar e memorizar 
estas mudanças, monte um esquema pontuando as faces da psicologia do trabalho, citando pelo menos três 
características de cada face/fase.
II. Devemos refletir sobre o fato de que as mudanças sempre provêm de uma demanda ou de uma exigência do 
meio. Assim, a mudança da Psicologia Industrial para a Psicologia Organizacional e desta para a Psicologia do 
Trabalho foi fruto de algumas situações que emergiram e exigiram reformulações da psicologia. Analise o conteúdo 
da nossa Unidade II e identifique quais foram estas demandas e situações que exigiram estas mudanças e as 
novas respostas, sejam elas na passagem à Psicologia Organizacional como à Psicologia do Trabalho.
UNIDADE III
UMA	VISÃO	HOLÍSTICA	DO	HOMEM
Professora Mestranda Alexandra Arnold Rodrigues
Objetivos de Aprendizagem
•	 Formular	uma	forma	de	conceber	o	homem	que	é	essencial	a	diversas	áreas	de	conhecimento,	inclu-
sive aos administradores de empresa. Uma visão que compreende o homem como uma totalidade.
•	 Apreender	como	se	dá	a	constituição	da	personalidade	e	as	variáveis	que	a	determinam.
•	 Ampliar	a	concepção	de	psicologia	para	o	âmbito	do	social.
•	 Compreender	a	cultura	como	uma	produção	humana	resultante	da	linguagem	e	da	atividade	humana,	
ou seja, do trabalho.
•	 Ponderar	a	responsabilidade	que

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