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Proteção Penal ao Patrimônio

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Proteção Penal ao Patrimônio – NP1
Furto – art. 155 CP
Conceito: Furto é a subtração, para si ou para outrem, de coisa alheia móvel.
Objeto jurídico: Tutela-se o patrimônio, não apenas a propriedade, mas também a posse. 
Elementos do furto:
Subtração (conduta típica): Significa tirar, retirar de outrem bem móvel, sem a sua permissão. A subtração implica a retirada do bem com ou sem o consentimento do possuidor ou proprietário Pode ocorrer de duas maneiras:
O agente desapossa o bem da vítima; ou
A vítima entrega ao agente (=posse vigiada) e o agente retira o bem da esfera de vigilância da vítima; 
 A subtração pode acontecer até mesmo à vista da vítima; Exemplo: sujeito que entra em uma loja e sob a vigilância do comerciante se apodera da mercadoria, saindo em fuga depois.
Subtração X Apropriação indébita: 
Na apropriação indébita a vítima entrega a posse (posse desvigiada), e o agente muda o comportamento e torna-se proprietário. Ex: Caminhoneiro deve levar o caminhão com mercadorias da empresa a determinado lugar, porém se apropria dos bens.
Coisa alheia móvel (Objeto material do furto): A tutela penal no delito de furto tem por objeto material a coisa móvel. Sendo toda substância material, corpórea, passível de subtração e que tenha valor econômico.
Equipara-se a bem móvel: energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico (famoso “gato”) e furto de energia genética (sêmen).
Subtração de animais: Denominado de abigeato, é uma espécie de crime de furto que envolve a subtração de animais, principalmente domesticados, como animais de carga e animais para abate, no campo e fazendas.
O que não se classifica como coisa alheia móvel (não considera crime de furto): 1) a res nullius — é a coisa sem dono; 2) a res derelicta — é a coisa abandonada; 3) a res deperdita — é a coisa perdida. 
 Coisa abandonada (res derelicta): Por exemplo, pertences enterrados junto com o morto.
 Há duas correntes sendo:
Defende que é apenas violação de sepultura, não considerado furto porque define como coisa abandonada; e 
Considera como furto qualificado pelo rompimento de obstáculo, ou seja, não considera como violação de sepultura, havendo um obstáculo para subtrair os bens. Os bens não são considerados abandonados, e sim dos familiares.
Coisa perdida (res deperdita): a propriedade se a coisa perdida não é renunciada espontaneamente pelo dono (ao contrário do que ocorre com a abandonada) seu apoderamento por terceiro poderá constituir o crime de apropriação de coisa achada.
Exemplo de coisa perdida: Maria vai à casa de Rosa, que conta que perdeu um anel de família. Maria encontra o anel e subtrai para si. Trata-se de furto, por estar dentro da casa da vítima.
	
Fim de assenhoreamento definitivo (animus rem sibi habendi): É a vontade de ter algo para si, sem a intenção de devolver o bem, sendo um requisito do furto (elemento subjetivo). 
Furto de uso: Não é crime, devido à ausência do fim de assenhoreamento definitivo. 
Exemplo: Individuo possui uma BMW, ao chegar em determinado local deixa a chave com o manobrista. O manobrista decide sair com o automóvel, deixando no mesmo lugar ao voltar. 
PROVA. Então para NÃO ser considerado furto são necessários dois requisitos: 
Requisito subjetivo: o agente desde o inicio deve ter a intenção de devolver o bem (antes de pegar o bem); e 
Requisito objetivo: devolver o bem no mesmo local e no mesmo estado.
Exceção: quando praticado furto de uso para fins ilícitos. 
Não será considerado furto em casos de extrema necessidade e/ou urgência.
Sujeito ativo: Trata-se de crime comum. Qualquer pessoa pode praticá-lo, pois não exige a lei qualquer condição especial do sujeito ativo, exceto o dono.
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Fraude processual. Não se trata de crime de furto. 
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite (...) Não se trata de crime de furto. Ex: Cobrança de dívida em que o individuo subtrai algum bem do devedor.
Sujeito passivo: Qualquer pessoa, física ou jurídica, que tem a posse ou a propriedade do bem (dono ou possuidor, desde que haja prejuízo).
Ladrão que furta ladrão: O sujeito passivo sempre será o primeiro proprietário. 
Absorção (principio da consunção): Há crimes que constituem meio para a prática do furto, como é o caso da violação de domicílio e do dano, quando se tratar de furto qualificado pelo rompimento de obstáculo. Tais crimes serão absorvidos pelo crime de furto (crime fim absorve crime meio).
Exemplo: Individuo entra em uma residência para furtar um bem. Responderá apenas pelo furto, que absorverá o crime de invasão de domicilio. 
	
Post Factum Impunível: pode ser considerado como um exaurimento do crime anterior. O delito principal já se encontra consumado, de forma que o mero exaurimento da conduta não deve ser punido. Exemplo: Agente furta e depois destrói o bem, desconsidera a destruição do bem, porque a vítima já teve um prejuízo anterior com o furto.
Consumação: Teoria da “inversão de posse”
A consumação do furto ocorre com a inversão da posse, ou seja, no momento em que o bem passa da esfera de disponibilidade da vítima para a do autor. A subtração se opera no exato instante em que o possuidor perde o poder e o controle sobre a coisa, de maneira mansa e pacífica (posse tranquila).
Desse modo, segundo essa corrente, para o aperfeiçoamento completo da figura típica exige-se: retirada do bem da esfera de disponibilidade da vítima + posse tranquila da res, ainda que por curto período de tempo.
No roubo, não é necessário haver a inversão da posse.
Hipóteses de em que se considera a consumação: 
a) Perda do bem subtraído: com a perda do bem subtraído reputa-se o crime consumado, pois não mais há possibilidade de o ofendido exercer seu direito sobre a coisa, por exemplo, o agente, durante a perseguição, joga as joias na correnteza do rio. 
b) Prisão em flagrante de um dos agentes e fuga dos demais com a “res”: nessa hipótese, em que pese a prisão de um dos agentes no local do crime, o delito se consumou para todos os coparticipantes, uma vez que alguns lograram fugir, detendo a posse tranquila da res. 
c) Subtração de parte dos bens: se o agente se dispõe a subtrair uma pluralidade de bens, mas, após se apropriar de alguns e guardá-los em esconderijo próximo ao local do crime, é preso em flagrante ao tentar apoderar-se dos bens restantes, o crime reputa-se consumado, pois já houve anteriormente à prisão em flagrante a efetiva espoliação de bens, ainda que somente em parte. 
d) Prisão em flagrante: Se o agente logra apoderar-se da res, mas é encontrado logo depois com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração, a prisão em flagrante não terá o condão de interferir na consumação do crime, pois esta já se operou anteriormente com a retirada da res do domínio de seu titular.
Tentativa: É possível, correrá quando o agente, por circunstâncias alheias à sua vontade, não chega a retirar o bem do domínio de seu titular.
Exemplos:
a) O agente é surpreendido subindo a escada para entrar em uma residência: há mero ato preparatório. Não se pode falar em início de execução, porque o verbo subtrair ainda não começou a ser praticado, na medida em que o agente ainda não tinha começado a tirar nenhum bem da vítima. 
b) Após entrar na residência, o sujeito é surpreendido pelos donos da casa antes de se apoderar de qualquer objeto: Só responde pela violação de domicílio, pois não houve inicio de subtração.
 c) Após entrar na residência, o autor é surpreendido pelos donos da casa se apoderando dos objetos: nessa hipótese, já existe início de execução, pois o verbo do tipo já começou a ser realizado.
Indivíduo vai até um mercado, esvazia uma garrafa de água e coloca vinho no ligar. Passa pelo caixa, mas é surpreendido pelo segurança.Que crime seria? Trata-se de crime de furto por fraude tentado.
Crime impossível: Quando houver ineficácia absoluta do meio empregado ou pela impropriedade absoluta do objeto material, é impossível de consumar-se. Se a ineficácia ou a impropriedade forem relativas, será considerada tentativa.
Exemplos:
Loja com sistema antifurto ou com fiscalização de seguranças: indivíduo que se apodera de mercadorias de um supermercado e as esconde sob as vestes, mas, ao sair, desperta suspeitas no segurança, que o aborda;
 Agente que enfia a mão no bolso errado das vestes da vítima: a ausência do objeto é circunstância meramente acidental, que não torna impossível o crime, respondendo o agente pela tentativa de furto. 
Agente que enfia a mão na bolsa da vítima que está vazia: se o bem não estiver com a vítima, em bolso nenhum, a impropriedade passa a ser absoluta, inviabilizando totalmente a consumação do delito, tornando-o impossível. Não se pode subtrair coisa alheia de quem nada tem.
Furto famélico: É aquele cometido por quem se encontra em situação de extrema miserabilidade, penúria, necessitando de alimento para saciar a sua fome e/ou de sua família. Não se configura, na hipótese, o crime, pois o estado de necessidade exclui a ilicitude do crime.
Furto noturno: É causa especial de aumento de pena (1/3) – qualificadora. Funda-se no maior perigo a que é exposto o bem jurídico em virtude da diminuição da vigilância e dos meios de defesa daqueles que se encontram recolhidos à noite para repouso, facilitando a prática delituosa (furtos que ocorrem durante repouso noturno). *Somente para furto simples.
 Repouso noturno não se confunde com noite, sendo o período de tempo, que se modifica conforme os costumes locais, em que as pessoas dormem. Pode ser ocorrer em comércio, desde que esteja fechado, casas habitadas ou inabitadas.
Furto privilegiado (primário e coisa de pequeno valor): “Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa”. É o chamado furto de pequeno valor ou furto mínimo. Seus requisitos são:
Primariedade: primário é todo aquele que não é reincidente, que não praticou nenhum delito após ter sido condenado em definitivo (difere-se de antecedentes, sendo este desconsiderado p/ o benefício do privilégio).
Antecedentes: A lei não exige que os antecedentes do réu sejam verificados para concessão do privilégio, de modo que a presença de maus antecedentes não impede a incidência dessa causa de diminuição de pena.
Pequeno valor da coisa subtraída: a jurisprudência firmou entendimento no sentido de que o furto é mínimo quando a coisa subtraída não alcança o valor correspondente a um salário mínimo vigente à época do fato. O pequeno valor da coisa não deve ser avaliado em função da situação financeira da vítima.
O juiz irá substituir a pena de reclusão: 
1- por detenção; 
2- diminuir a pena privativa de liberdade de 1/3 a 2/3 terços; ou 
3- aplicar somente a pena de multa. 
Nada impede que o juiz, cumulativamente, substitua a reclusão por detenção e, em seguida, diminua esta pena.
No crime tentado, é o valor do bem pretendido (o que o agente queria pegar).
Furto Privilegiado e Princípio da Insignificância: Considerado fato atípico. Quando ocorrem condutas incapazes de lesar o bem jurídico, ou seja, de tão insignificante, a conduta torna-se imperceptível.
Exceção: Valor sentimental e/ou emocional.
 É possível Crime Privilegiado-Qualificado? (2 posições)
Inicialmente não seria possível, devido a disposição dos parágrafos (o privilegiado só se aplicaria ao caput), além do privilegiado não ser compatível com a gravidade do qualificado;
Hoje, porém surge outra corrente com o entendimento de que seja possível, pois as qualificadoras têm natureza objetivas.
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. 
§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração.
Furto de coisa comum
Furto Qualificado - Previsto nos §§ 4º e 5º do art. 155 do CP
As qualificadoras do furto são relativas aos modos de execução que lhe imprimem um cunho de maior gravidade. São elas:
Com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa (inciso I): trata-se de violência empregada contra obstáculo que dificulte a subtração da coisa. A destruição é total e o rompimento parcial.
Se houver emprego de violência contra a pessoa configura o crime de roubo.
A destruição ou rompimento deve ser NECESSÁRIA p/ subtração do bem, ou seja, se após a consumação do crime (bem furtado) ocorre destruição ou rompimento de obstáculo não configura qualificadora.
No caso de animais, prevalece que não se trata de obstáculo (configura como dano, no caso de rompimento ou destruição).
Conceito de obstáculo: O obstáculo a que se refere a lei é aquele destinado a proteger exclusivamente ou não a propriedade, por exemplo, janelas, portas, fechaduras, vidros, cadeados, dispositivos automáticos de segurança, como os alarmes. O agente, na realidade, destrói, desfaz, quebra o obstáculo que dificulte, impeça a subtração da coisa. O mero desligamento de um alarme não configura a qualificadora em questão. É importante notar que a qualificadora não se configura quando há a destruição da própria res furtiva (do bem que se pretende furtar).
Exemplo: Agente que, para subtrair um veículo quebra o vidro, sendo estes obstáculos inerentes à res responderá por furto simples;
Já se o agente, para subtrair objetos que se encontrem no interior do veículo, quebra-lhe o vidro, responderá por furto qualificado, pois o vidro constitui obstáculo exterior à res furtiva.
Exemplo 2: agente que corta a bolsa da vítima para subtrair-lhe a carteira não pratica furto qualificado, pois se tem entendido que a bolsa é feita para o transporte, não constituindo obstáculo destinado à proteção de valores. 
Com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza (inciso II): 
b1) Abuso de confiança: Dois requisitos: deve haver a confiança especial da vítima no agente; e o agente deve se valer dessa confiança. 
Confiança: que decorre de certas relações (empregatícia, de amizade ou parentesco) estabelecidas entre o agente e o proprietário do bem. O agente, dessa forma, aproveita-se da confiança nele depositada para praticar o furto, pois há menor vigilância do proprietário sobre os seus bens (confiança especial). 
Exemplo: empregado que alega ter esquecido a sua carteira na loja e a ela retorna com o fim de subtrair bens de seu patrão.
b2) Mediante fraude: É o ardil, artifício, meio enganoso empregado pelo agente para diminuir, iludir a vigilância da vítima e realizar a subtração. Exemplos: agente que se disfarça de empregado de empresa telefônica e logra entrar em residência alheia para furtar, ou agente que, a pretexto de realizar compras em uma loja, distrai a vendedora, de modo a lograr apoderar-se dos objetos.
Furto mediante fraude X Estelionato:No estelionato a vítima iludida entrega voluntariamente o bem; mas se a vítima é distraída, e o agente subtrai a coisa, há furto mediante fraude (DEVE HAVER SUBTRAÇÃO).
No caso do “test drive” do automóvel e agente que se passa por manobrista: Hoje, ambos, são considerados furto mediante fraude, porque o bem permanece na esfera de vigilância.
b3) Mediante escalada: É o acesso a um lugar, residência etc., por via anormal ou então o agente é obrigado a empregar um esforço incomum. Há aqui o uso de instrumentos para adentrar no local. Exemplos: escada, corda; ou como esforço incomum saltar um muro de dois metros de altura (*deve ser alto); entrar pelo telhado, com a consequente remoção das telhas; passar por um túnel subterrâneo. 
Se o muro da casa for baixo ou a janela estiver próxima ao solo: não incide como qualificadora porque o agente não empregou qualquer esforço fora do comum.
b4) Mediante Destreza: Consiste na habilidade física ou manual do agente que lhe permite o apoderamento do bem sem que a vítima perceba (=punga). Tal ocorre com a subtração de objetos
que se encontrem junto à vítima, por exemplo, carteira, dinheiro no bolso ou na bolsa, colar etc., que são retirados sem que ela note.
Se a vítima perceber a subtração no momento em que ela se realiza: considera-se o furto tentado na forma simples, pois não há que se falar no caso em destreza do agente (p. ex., a vítima sente a mão do agente em seu bolso).
Se a vítima se dá conta da falta do objeto instantes após o bem ser furtado pelo agente e antes do afastamento deste do local da subtração: há tentativa de furto qualificado, já que presente está a destreza do agente. 
Se terceiros notarem a subtração: haverá tentativa de furto qualificado, já que presente está a habilidade do agente, na medida em que a própria vítima não se deu conta da retirada do bem.
Se a vítima que está dormindo, que se encontra embriagado ou em qualquer outro estado de inconsciência: Será furto simples, porque não se pode falar em destreza na subtração.
Com emprego de chave falsa (inciso III): 
c1) Cópia da chave sem autorização. Ex: Empregada que pega a chave verdadeira sem autorização e faz uma cópia (=falsa), voltando na parte da noite para abrir a casa e furtar os bens; ou
c2) Qualquer instrumento capaz de abrir. Ex: grampo, arame etc.
Ligação direta: Entende-se que não é qualificadora, por não utilizar um instrumento. 
Mediante concurso de duas ou mais pessoas (inciso IV): Há duas correntes quanto à necessidade de que todos os agentes realizem os atos de execução. Para a maioria da doutrina não há necessidade dos agentes realizarem juntos os atos executórios (Argumenta-se que a lei se refere ao “concurso de duas ou mais pessoas”, o que abrange tanto a coautoria como a participação); 
Participação de inimputável: Não tem importância, basta a cooperação consciente deles para que a qualificadora se configure.
É necessário que haja consciente combinação de vontades na ação conjunta para incidir a qualificadora.
Mesmo que um dos agentes fuja após a subtração a qualificadora incidirá, desde que seja provado o concurso de pessoas.
Autor: aquele que pratica o verbo do crime (teoria restritiva, adotada); o Coautor: pratica junto com o autor o verbo do crime; e Partícipe: Todo aquele que assessora, auxilia, mas sem praticar os atos executórios. 
e) Subtração de veículo automotor transportado para outro Estado ou exterior: Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior, o furto também será qualificado, passando sua pena para três a oito anos de reclusão. Consideram-se como tal os automóveis, ônibus, caminhões, motocicletas, aeronaves, lanchas, jet-skies etc., porém o transporte de partes do veículo não é abrangido.
A configuração da qualificadora ocorre quando há o efetivo transporte do veículo automotor para outro
Estado ou para o exterior, ou seja, quando há a transposição dos limites territoriais (ultrapassa a fronteira). Se não passar, responde por furto simples. Exemplos: 
Furto consumado + efetiva ultrapassagem da fronteira: configura crime de furto qualificado em tela;
Furto consumado + agente é surpreendido antes de transpor a divisa: configura-se o furto simples, apenas não incidindo a qualificadora;
Veículo subtraído próximo da divisa do Estado + agente, ao ser perseguido, transpõe essa divisa, não tendo sequer a posse tranquila da res: há tentativa de furto qualificado; este não se consumou, mas houve a configuração da qualificadora.
Antes do furto, o agente deve ter pendente que o veículo será levado para outro Estado ou Exterior. 
Concurso de qualificadoras: A incidência dessa qualificadora impede a incidência das outras, contudo, pelo fato de estas tratarem dos meios executivos do crime, nada impede que sejam valoradas como circunstâncias judiciais na fixação da pena-base. Ou seja, será usado como parâmetro a pena máxima da qualificadora do furto de veículo e a outra (s) qualificadora (s) será usada circunstância judicial desfavorável. Ex: Se o sujeito utilizar um disfarce para enganar a vitima e pegar o automóvel, subtrair e levar para o exterior.
Art. 155 CP (...)
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
Furto de Coisa Comum – Art. 156 CP
Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum (bem que pertence a mais de uma pessoa).
Sujeito ativo: Cuida-se de crime próprio. São sujeitos ativos o condômino, coerdeiro ou sócio. 
Sujeito Passivo: É o condômino, coerdeiro ou sócio, ou quem legitimamente detenha a coisa, com exceção do agente.
Objeto Material: A coisa comum.
Ação penal: Trata-se de ação penal pública condicionada à representação de um dos ofendidos ou de seus representantes legais.
Causa de exclusão de ilicitude (crime): Com base no § 2 art. 156 CP “não é punível a subtração de
coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente”.
Fungíveis são as coisas móveis que podem substituir-se por outras da mesma espécie, qualidade e quantidade. 
No caso de subtração de coisa comum infungível será.
Exemplo: Dois sócios de 100 mil reais, um sócio pega 49 mil (não considera crime por estar dentro da quota dele).
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º - Somente se procede mediante representação.
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente.
Roubo – art. 157 CP
Roubo Próprio
O roubo constitui crime complexo, pois é composto por fatos que individualmente constituem crimes. 
Elementos: 
Subtração 
Coisa alheia móvel 
Fim de assenhoramento definitivo 
Objeto Jurídico: É um crime complexo, tutela-se, além da posse e propriedade (patrimônio), a integridade física e a liberdade individual.
Roubo X Furto
Ambos possuem como verbo subtrair, que significa tirar, retirar, de outrem, no caso,bem móvel. Porém, o roubo trata-se de um crime mais grave que o furto, na medida em que a subtração é realizada mediante o emprego de grave ameaça ou violência contra a pessoa, ou por qualquer outro meio que reduza a capacidade de resistência da vítima.
São os seguintes os meios executórios do crime de roubo:
a) Mediante o emprego de grave ameaça: trata-se do emprego da grave ameaça, consubstanciada na
promessa da prática de mal grave e iminente. A ameaça pode ser praticada mediante o emprego de palavras, gestos, ou medianteo porte ostensivo de arma, ex. arma na cintura (se o agente apontá-la em direção à vítima ou engatilhá-la será causa de aumento de pena relativa ao emprego de arma).
Simulação de arma: É considerada grave ameaça por constituir meio idôneo intimidatório capaz de diminuir a resistência da vítima, em face do temor nela incutido.
Arma defeituosa ou desmuniciada ou de arma de brinquedo: É considerada grave ameaça, mesmo que haja ineficácia (relativa no primeiro caso e absoluta nos demais) do meio empregado, também constitui meios ameaçadores, idôneos a intimidar a vítima.
Grito: Considera roubo, porque há intimidação da vítima.
Vantagem numérica: Considera roubo.
Mediante o emprego de violência física: trata-se de força física (da qual decorram lesão corporal ou vias de fato) capaz de dificultar ou paralisar os movimentos do ofendido, de modo a impedir a sua defesa. 
“Trombada” ou “Empurrão”: Tal fato configuraria o crime de roubo ou furto? Depende. Se a violência for empregada contra a vítima, com o mero intuito de distraí-la, sem ser capaz de machucá-la, haverá o crime de furto. Se, contudo, a violência for preponderantemente dirigida contra o ofendido, consistindo em lesão corporal ou vias de fato, destinadas a reduzir ou paralisar os seus movimentos, haverá roubo.
 O emprego de força física deve ocorrer diretamente contra o corpo da vítima com o fim de diminuir a sua capacidade de resistência, se é dirigido contra o próprio objeto a ser furtado, não atingindo a vítima será furto.
c) Qualquer outro meio que reduza à impossibilidade de resistência: Trata-se de violência imprópria, consistente em outro meio que não constitua violência física ou grave ameaça. Ex: fazer a vítima ingerir bebida alcoólica, narcóticos, soníferos ou hipnotizá-la.
É necessário que o agente que pretende subtrair o bem, coloque a vítima em situação de impossibilidade. Ex: Se numa festa a vítima fica bêbada e acaba dormindo, o agente subtrai seu celular. Trata-se de furto, porque não foi o agente que a deixou naquela situação.
Princípio da insignificância: É inadmissível a incidência do princípio da insignificância no crime de roubo. Isso porque o crime de roubo representa um dos mais graves atentados à segurança social, de modo que, ainda que ínfimo o valor subtraído, ou seja, ainda que a ofensa ao patrimônio seja mínima, tal não afasta o desvalor da ação em virtude do emprego de violência ou grave ameaça à pessoa.
Roubo de Uso
O roubo de uso não é admitido, em virtude de possuir mais de um bem jurídico tutelado (crime complexo), ou seja, tutela-se a liberdade individual da vítima ou sua integridade física, além do patrimônio.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, com exceção do possuidor ou proprietário do bem.
Cabe coautoria? Sim, duas ou mais pessoas podem praticar o verbo do crime.
Sujeito Passivo: Proprietário, possuidor ou detentor, terceiro que sofre a grave ameaça ou violência (ex. pessoa que pega carro emprestado, o sujeito passivo será o terceiro e o proprietário do carro).
Concurso de Crimes: 
Grave ameaça contra duas pessoas e subtração de uma: Trata-se de crime único, em virtude de uma só subtração; logo, um só crime contra o patrimônio. 
*Subtração de bens de uma única família: crime único, pois o patrimônio é familiar, portanto único.
Grave ameaça contra duas pessoas e subtração das duas: Praticado dois roubos, em concurso formal.
c) Grave ameaça para uma só pessoa, que detém consigo bens de terceiros: concurso formal de crimes, pois, com uma única ação de subtrair mediante violência ou ameaça, foram lesados dois ou mais patrimônios de pessoas diversas.
Concurso formal: uma conduta, dois resultados = pega a pena do maior e aumenta de 1/6 até a metade).
Consumação: 2 correntes.
Teoria da inversão da posse (mesma do furto): Consuma-se o crime com a grave ameaça ou violência e subtração da res e a posse de forma tranquila.
Destruição do bem após ser subtraído ou fuga de um dos agentes: Considera-se consumado.
Basta que seja praticada a violência ou grave ameaça e tenha subtraído o bem, permanecendo com este ainda que poucos instantes. (PREVALECE)
Tentativa: Cabe tentativa, por exemplo, agente ao iniciar um roubo é surpreendido pela policia. 
Roubo Impróprio
No roubo impróprio, consoante o § 1º, o agente, “logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro”.
Roubo Próprio X Roubo Impróprio
As diferenças residem:
Momento em que é empregada a grave ameaça ou violência contra a pessoa: No roubo próprio ocorre antes da subtração do bem; Já no roubo impróprio ocorre após a subtração do bem.
Meios de execução: No roubo impróprio há somente dois meios executórios sendo mediante violência ou grave ameaça (no próprio são três).
Tentativa: Não cabe tentativa no roubo impróprio. Ex: sujeito, após a retirada do bem, não emprega violência ou grave ameaça contra a pessoa, será a consumação do crime tentado ou consumado de furto; ou se praticar a violência mas não levar nenhum bem.
Requisitos do Roubo Impróprio:
Emprego de violência ou grave ameaça “logo depois” da subtração: Entende-se a como imediatidade entre a retirada do bem e o emprego da violência ou grave ameaça, sendo até a posse tranquila da res (até a consumação). 
A demora entre uma ação (subtração) e outra (violência ou grave ameaça) poderá caracterizar o concurso material entre o crime de furto e o crime contra a pessoa.
Finalidade de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro: O agente deve ter uma finalidade especial de agir.
Se o agente, logo depois de subtraída a coisa, ao empreender fuga, depara-se com seu inimigo que, e aproveita-se dessa circunstância para feri-lo, não há que se falar em roubo impróprio, pois o dolo do agente era o de lesionar ou matar o seu inimigo por vingança e não o de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa.
Consumação: A consumação do crime ocorre no momento em que, após a retirada do bem, emprega-se a violência ou grave ameaça contra a vítima. 
Tentativa: Pra grande maioria da doutrina não caberia tentativa no roubo impróprio. 
Para Mirabete, contrário, ao subtrair o bem e a vítima aparecer o agente ao tentar praticar violência ou grave ameaça, consideraria tentativa; porém pra maioria da doutrina, neste momento o crime já estaria consumado (ao tentar, já há a violência ou grave ameaça). 
Causas de aumento de pena (“Roubo Qualificado”): 
As agravantes previstas no § 2º, I a V, do art. 157 são erroneamente denominadas “qualificadoras”. Não é correto o emprego desse termo, pois, tecnicamente, trata-se de causa especial de aumento de pena, a incidir na terceira fase de aplicação da pena.
Emprego de arma (inciso I): a pena é aumentada de 1/3 até a metade se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma. As armas podem ser:
Armas próprias: Instrumentos especificamente criados para o ataque ou defesa. Exs: arma de fogo (pistolas, revólveres), arma branca (estilete) e explosivos (bombas);
Impróprias: Instrumentos que não foram criados especificamente para aquela finalidade, mas são capazes de ofender a integridade física. Exs: facão, faca de cozinha, canivete, machado, barra de ferro.
O fundamento dessa causa de aumento é o poder intimidatório que a arma exerce sobre a vítima (não importa o poder vulnerante da arma), acarretando na maior facilidade de subtração do bem.
Arma de brinquedo: Há duas correntes.
A Súmula 174 autorizou o aumento de pena mediante intimidação com arma de brinquedo; Porém, essa súmula hoje está REVOGADA. 
Considera que a arma de brinquedo não é causa de aumento da pena, com base no entendimento de que referida causa de aumento de pena tem por fundamento o perigo real que representa à incolumidade física da vítima o emprego de arma. Ou seja, a arma deve ter idoneidade ofensiva, capacidade de colocar em risco a integridade física da vítima. PREVALECE
*O agenteresponderá pelo roubo na forma simples, tendo em vista a revogação da Súmula 174 do STJ18.
Já a segunda corrente, permanece acreditando que se trata de aumento de pena com fundamento que acarreta no maior risco a vitima e facilidade em subtrair o bem.
Arma defeituosa ou desmuniciada: Há duas correntes.
A primeira corrente entende que se trata de causa de aumento de pena, porque a ineficácia ou falta de munição é momentânea; PREVALECE
*Neste caso, prescinde-se da apreensão da arma de fogo e posterior laudo pericial para constatação da eficácia do meio empregado; Se não for possível o laudo basta o relato da vítima ou a prova testemunhal.
Já a segunda corrente, diz que a arma precisa estar municiada e em pleno funcionamento para agravar a pena (potencialidade ofensiva). 
*Também é preciso realizar a apreensão da arma de fogo e posterior laudo pericial, pois ausente o poder vulnerante da mesma, afasta-se a causa de aumento de pena. Não havendo possibilidade do laudo, o relato da vítima ou da prova testemunhal será prescindível se for possível concluir que a arma é eficaz (ex: afirmar que o agente efetuou disparos).
Concurso de duas ou mais pessoas (inciso II): Vide furto.
Há duas correntes, prevalecendo que haverá concurso de duas ou mais pessoas ainda que todos os agentes não realizem os atos executórios, bem como não se encontrem no local do crime (ex: um agente planeja o crime, outro empresta o carro, outro apreende os bens, outro emprega violência, e outro faz a vigilância do local).
*A outra corrente, defende que todos devem cooperar na fase de execução do crime.
 
Transporte de valores: Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece (dolo) tal circunstância (Ex: cargas, carro forte). Exige-se que a finalidade do transporte seja a condução de valores de uma localidade para outra.
Roubo de veículo automotor (inciso IV): Veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior (Vide furto).
Agente que mantém a vítima em seu poder (inciso V): o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo a sua liberdade (menos que privar). A restrição de liberdade deve ser necessária para a subtração do bem; sendo mais que o necessário trata-se de roubo + sequestro.
Sequestro Relâmpago: Não é causa de aumento de pena, trata-se de extorsão.
Roubo X Extorsão: na extorsão é imprescindível o comportamento do sujeito passivo imediato, enquanto no roubo ele é dispensável.
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância;
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 
§ 3° Se da violência resulta lesão corporal de natureza grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de quinze a trinta anos, sem prejuízo da multa.
§3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. 
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.
Extorsão mediante sequestro – art. 159 CP
Conceito: privação da liberdade da vítima tendo como finalidade a obtenção de vantagem, como condição ou preço do resgate (natureza econômica).
Objeto jurídico: Crime complexo (sequestro ou cárcere privado e extorsão), tutela-se o patrimônio e a liberdade de locomoção, além da integridade física.
Tipo objetivo
Sequestrar: significa privar a vítima (ser humano, pessoa física) de sua liberdade de locomoção, ainda que por breve espaço de tempo;
Violência e grave ameaça: apesar de não descritas estão inseridas em sequestrar.
Sequestro de animais e posterior resgate: crime de extorsão
Elemento Subjetivo: É o dolo, consistente na vontade livre e consciente de sequestrar a vítima, acrescido da finalidade especial de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate.
Vantagem: Duas correntes.
1- Damásio: qualquer vantagem (inclusive devida), baseando-se no art. 158 CP; Ex: credor que sequestra o seu devedor como forma de constranger os filhos deste a lhe pagarem a dívida (se trata de vingança); Sequestrar filho do diretor do presídio para soltar os presos (concurso material art. 148 sequestro + art. 351 facilitação de fuga) = nenhum destes casos tratam-se de vantagem patrimonial.
2- Maioria da doutrina: somente a vantagem econômica indevida pode ser objeto desse crime, pois se trata de delito patrimonial. Ex: dinheiro, joia, títulos de crédito ou outro documento que tenha algum valor econômico etc.
Sujeito ativo: Crime comum, qualquer pessoa pode praticá-lo.
Sujeito Passivo: 2 sujeitos - São sujeitos passivos tanto a pessoa que sofre a lesão patrimonial (de quem é exigido o resgate, ainda que não lhe pertença o patrimônio) como a pessoa que sofre a privação de liberdade (sequestrado).
Extorsão mediante Sequestro (159 cp) X Sequestro (148 cp) - Diferença
No art. 159 CP – crime de extorsão mediante sequestro, o agente priva a liberdade da vítima em troca de uma vantagem econômica; enquanto que no art. 148 CP – crime de sequestro é outra motivação. Ex: ciúmes.
Sujeito ativo: Crime comum, qualquer pessoa pode praticá-lo.
Sujeito Passivo: 2 sujeitos.
 São sujeitos passivos tanto a pessoa que sofre a lesão patrimonial (de quem é exigido o resgate, ainda que não lhe pertença o patrimônio) como a pessoa que sofre a privação de liberdade (sequestrado).
Consumação: Trata-se de crime formal, se consuma com o sequestro, ou seja, com a privação da liberdade da vítima, independentemente da obtenção da vantagem econômica (ainda não que não consigam pedir e/ou receber). *Necessário ficar comprovado a intenção de obter vantagem econômica. 
Obs: O pagamento do resgate se trata de mero exaurimento (esgotamento), mas pode ser levado em consideração no art 59 CP, como consequências do crime.
Tentativa: Se trata de crime plurissubsistente, portanto a tentativa é perfeitamente possível. 
Ocorre se o agente não logra privar a vítima de sua liberdade de locomoção por circunstâncias alheias à sua vontade, provada a sua intenção específica de obter vantagem econômica, haverá o crime de tentativa de extorsão mediante sequestro.
Ex: no momento em que a vítima está sendo levada para o veículo do sequestrador, este é interceptado pela Polícia, vindo o agente a confessar posteriormente que pretendia com tal ação obter vantagem como condição ou preço do resgate.
É um Crime Permanente: é aquele em que momento consumativo se prolonga no tempo. Ou seja, enquanto a vítima é mantida no cativeiro e a cessação do crime depende única e exclusivamente da vontade do agente.
Formas Qualificadas
Estão previstas nos §§ 1º, 2º e 3º. Trata-se também de crimes hediondos, nos termos do art. 1º, III e IV, da Lei n. 8.072/90.
§ 1º (pena — de 12 a 20 anos)
Sequestro por mais de 24 horas: o crime é punido de maneira mais severa se o sequestro dura mais de 24 horas; e/ou
Sequestro de menor de 18 ou maior de 60 anos; e/ou
Sequestro praticado por pelo menos três pessoas(associação criminosa).	
§ 2º (pena — de 16 a 24 anos)
Extorsão mediante sequestro, qualificada pela lesão corporal de natureza grave: Considerada tanto na forma dolosa quanto culposa.
Lesão Corporal Grave – art. 129 CP (...) § 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V – aborto.
§ 3º (pena — de 24 a 30 anos) = maior pena do CP.
Extorsão mediante sequestro, qualificada pela morte (resultante das lesões graves): Os dois resultados devem recair sobre a vítima somente, de forma dolosa ou culposa.
*Se estiver presente esta qualificadora exclui-se as demais porque esta possui a maior pena (as demais podem ser analisadas no art. 59 cp), ou seja, qualificadoras mais graves afastam as menos graves, uma vez que as penas são distintas, mas o crime é um só.
*Caso Fortuito: Afasta a qualificadora. Ex: Raio cai no cativeiro.
Delação Eficaz ou premiada
Trata-se de uma causa de diminuição de pena quando o crime for praticado em concurso, prevista no §4º. Para a aplicação da delação eficaz são necessários os seguintes pressupostos:
a) prática de um crime de extorsão mediante sequestro;
b) crime cometido em concurso;
c) delação feita por um dos coautores ou partícipes à autoridade;
d) eficácia da delação. (Ex: a vítima não pode morrer, a vítima deve ser encontrada). 
Parâmetro para redução da pena: Quanto mais o agente ajudar a liberar a vitima, mais a pena serão reduzida (de 1/3 a 2/3).
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate:
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:	
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
Dano – art. 163 CP
Trata-se do dano físico, ou seja, daquele que recai diretamente sobre a coisa, causando nesta modificações de ordem material (p. ex., a destruição de um orelhão).
É um crime de menor potencial ofensivo.
Transação Penal: Possível para crimes com pena máxima de dois anos (ações privadas ou públicas condicionadas à representação), como no caso do dano, vide art. 89 da Lei 9.099/99. Trata-se de uma audiência preliminar, com autor e vitima, em que a vítima propõe acordo ao agente causador do dano (tentativa de composição). Se o acordo é aceito, extingue a punibilidade; se não aceita o promotor fica incumbido de propor o acordo (se não aceita mesmo assim, analisa se será feita denúncia).
Reparação do dano: Extingue a punibilidade no dano simples (renúncia ao direito de queixa), tratando-se de ação privada. 
Tipo Objetivo:
Destruir — demolir, desmanchar, exterminar, desfazer a própria coisa, de modo que esta perca a sua essência. Só ocorre quando houver perda da identidade da coisa (individualidade);
*(p. ex., matar animal, romper a vidraça, cortar uma árvore etc.);
Inutilizar — tornar inútil, inservível, de modo que a coisa não perca sua individualidade mas torne-se, total ou parcialmente, inadequada à sua finalidade; ou
*(p. ex., quebrar um revólver, tirar os ponteiros de um relógio etc.).
Deteriorar — reduzir o valor da coisa, abrange hipóteses que não seja destruir ou inutilizar.
*(p. ex., alterar uma obra de arte sem destruí-la, quebrar o vidro de um carro).
“Pichar” muros, paredes: Trata-se de crime ambiental (art. 65 da Lei 9.605/98 – Ambiental).
Desaparecer com coisa alheia: Trata-se de ilícito civil, isto é, cobrado no âmbito civil. Ex: deixar animal fugir.
Se o crime de dano for descriminalizado, o que ocorre com os efeitos penais? O juiz quando for julgar vai considerar reincidência? Afastam-se os efeitos penais principais e o efeitos penais secundários (como a reincidência); Já os efeitos civis permanecem. 
Objeto Material: É a coisa alheia móvel ou imóvel desde que tenha dono. 
*Inclui também aquela perdida pelo dono.
Objeto jurídico: Tutela-se propriedade e a posse de coisas móveis e imóveis. 
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa física, exceto o proprietário, uma vez que o tipo penal exige que a coisa seja alheia.
Sujeito Passivo: O titular do direito de propriedade (proprietário ou possuidor).
Elemento subjetivo: É o dolo (direto ou eventual), consubstanciado na vontade de praticar uma das condutas previstas no tipo penal.
É possível o dano culposo, mas não é crime.
Animus Nocendi: Discute-se acerca da exigência ou não de um fim especial de agir, consubstanciado na vontade de causar prejuízo (animus nocendi), para a configuração do crime. Duas correntes:
Para a uma parte da doutrina é indispensável o animus nocendi, ou seja, é necessário que o agente tenha a vontade de causar o prejuízo, não somente queira causar o dano; e
Para outra parte da doutrina basta a vontade de destruir, não sendo exigível o fim especial de causar prejuízo ao ofendido, pois a figura penal não faz referência expressa a nenhum elemento subjetivo do tipo. PREVALECE.
Dano Qualificado (pena 6 meses a 3 anos)
Não cabe transação penal, porque a pena passa de dois anos.
Com violência à pessoa ou grave ameaça: quando empregadas com o intuito de viabilizar a concretização dos danos, ou seja, antes ou durante a execução do crime.
A violência pode ser contra o proprietário ou terceiro;
A violência deve ser um meio para danificar;
Nesta hipóteses, responde o agente por concurso material entre dano qualificado pela violência ou grave ameaça e o crime de lesão corporal.
Se o dano se consumou sem violência à pessoa mas, posteriormente, há emprego de violência contra a vítima: dano simples em concurso material com lesão corporal.
Com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave: O uso dessas substâncias qualifica o dano, se o fato não colocar em risco a incolumidade pública (mais grave). Exemplo: o incêndio provocado não ocasionar perigo comum, tipificar-se-á o delito de dano qualificado.
Trata-se de uma hipótese de subsidiariedade explícita, pois a lei expressamente a menciona: Há um crime principal e um crime subsidiário (só será dano qualificado se não houver crime mais grave, por exemplo se resulta em homicídio ou incêndio – neste caso, caracteriza-se outro crime).
Exemplos de substâncias: inflamáveis: álcool, o petróleo etc; e explosivas a dinamite, a pólvora etc.
Contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista: a expressão “patrimônio”, nesse dispositivo, deve ser considerada de forma ampla, englobando até mesmo os bens de uso comum do povo e os de uso especial. Ex: banco de praças.
DF: Incluso no termo “Estado” (maioria da doutrina); Autarquia: dentro do patrimônio da União; Empresa pública: não foi incluída, portanto se praticado crime de dano não amplia, porque caracterizaria analogia malam partem (não aplicada).
 Analogia Malam Partem: Em caso de omissão do legislador quanto à determinada conduta, aplica-se a analogia, sendo aquela onde adota-se lei prejudicial ao réu, reguladora de caso semelhante. Porém, no Brasil não é aplicada essa analogia devido ao princípio da reserva legal. 
A locação ou cessão de prédio a órgão da Administração Pública: não torna público esse bem. Trata-se, nocaso, de bem particular (não é qualificadora). Exemplo: Preso danifica cela para fugir.
Por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima: O motivo egoístico rata-se do motivo pessoal do agente (proveito pessoal). Exemplo: matar o cavalo competidor para ganhar a corrida mais facilmente. Já o prejuízo considerável, intenção de causar prejuízo relevante (econômico) à vítima, devendo ser analisado a situação econômica do ofendido.
Ação Penal (art. 167, CP):
Dano Simples e Dano Qualificado Inciso IV (motivo egoístico ou prejuízo considerável): Ação Penal Privada;
Dano Qualificado Incisos I, II e III: Ação penal Pública Incondicionada.
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Dano qualificado
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave;
III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista; 
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (...).

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