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Estelionato

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ESTELIONATO – ART. 171 CP
Conceito: Obter para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém a erro, mediante artificio, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.
Erro: Falsa percepção da realidade, ou seja, a situação em que a vitima acredita que não existe, ocorrendo assim uma vantagem patrimonial do agente.
Induzir X Manter: O induzimento significa colocar a vitima naquela situação de erro; e o manter, significa que o agente percebe antes de pegar o bem, mas mantém a vitima naquela situação de erro.
Vantagem ilícita: Se for licita, não constitui crime.
Objeto jurídico: Inviolabilidade do patrimônio, em especial, reprimir a fraude causadora de dano ao patrimônio do individuo. 
Tipo Objetivo: Induz a vitima ao erro, levando-a a ter uma errônea percepção dos fatos, ou mantém em erro, utilizando-se de manobras que impedir que ela perceba o equívoco.
Meios empregados:
Artificio: Fraude no sentido material. Qualquer aparato (instrumento) que modifique o aspecto material da coisa, capaz de induzir ou manter a vitima em erro (documentação falsa, disfarce, etc).
Ardil: Fraude no sentido imaterial, intelectualizada, dirigindo-se a inteligência da vitima e objetivando exercitar nela um tipo de emoção, paixão ou convicção pela criação de uma motivação ilusória (utiliza palavras). Exemplos: Uma boa conversa, simulação de doença, a chamada “cara de pau”.
Qualquer outro meio fraudulento: Compreende o artificio e o ardil, por isso trata-se de uma expressão genérica. Deve ser interpretado de forma analógica, alcançando todos os outros comportamentos equiparados aos anteriormente citados. Exemplo: Silencio, por exemplo, o agente sabe que a pessoa esta fazendo “bobagem” e fica em silencio. 
Consumação: Trata-se de crime material, consumando-se com a obtenção da vantagem ilícita indevida, em prejuízo alheio, ou seja, quando o agente aufere o proveito econômico, causando dano a vitima. 
 Tentativa: É admissível, quando agente não logra em obter a vantagem indevida por circunstancias alheias a sua vontade.
Deve ser analisada a vitima do caso concreto.
Exemplo 1: Individuo que, simulando um técnico de informática, vai a residência da vitima, e a pretexto de consertar o computador, afirma que devera leva-lo consigo. Porem, no momento em que se apodera, é surpreendido pelo verdadeiro profissional. ( Não houve vantagem indevida e nem o prejuízo da vitima, havendo intervenção de terceiro.
Além disso, deve ser observado se o meio empregado era realmente apto a ludibriar a vítima. 
Exemplo 2: Agente tenta iludir a balconista de uma loja com um cheque adulterado, mas esta por cautela, vem a certificar-se da fraude, mediante consulta no computador. Há neste caso tentativa, porque o meio era eficaz, porém foi frustrado por circunstâncias alheias do agente. ( A vítima não cai na fraude.
Exemplo 3: O agente emprega a fraude e a vítima sofre o prejuízo, porém o agente não obtém vantagem. 
Crime impossível: Será impossível quando o meio empregado for totalmente ineficaz. Exemplo: adulteração grosseira de documento, sendo constatada de imediato.
Sujeito ativo: Crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa. 
Cabe coautoria ou participação. 
Sujeito passivo: É a pessoa enganada, ou seja, aquela que sofre o prejuízo (pessoa determinada).
Quem sofre a lesão patrimonial, pode ser diferente da pessoa enganada. Exemplo: Funcionário de uma empresa induzido a erro, mas quem sofre o prejuízo patrimonial é o dono da empresa.
A vítima deve ser determinada ou determinadas (especificado), se for cometido contra MAIS DE UMA pessoa (indeterminadas), por exemplo nos casos de gasolina adulterada, taxímetro adulterado, configura-se crime contra a economia popular.
QUESTÕES
Concurso de crimes – Estelionato mediante uso de documento falso
O agente falsifica o cheque, passa a terceiro em troca de uma geladeira. ( Dois crimes: Falsificação e estelionato. Irá responder por qual crime? 4 CORRENTES.
1˚ Corrente: Havendo dois crimes, responderá pelos dois em concurso material (soma-se as penas);
2˚ Corrente: Havendo dois crimes, responderá pelos dois em concurso formal (a pena de um, aumentada de 1/6 até a metade), sendo que tutelam bens jurídicos diversos (fé pública e patrimônio). 
3˚ Corrente: O falso absorve/engloba o estelionato, respondendo somente pela falsificação, suja pena é superior. 
4˚ Corrente: O estelionato absorve/engloba a falsidade, quando esta foi meio fraudulento empregado para a pratica do crime-fim (estelionato). Respondendo então somente pelo estelionato. NOSSA POSIÇÃO.
Sumula 17 STJ: “ Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido”. Exemplo: Paga mercadoria utilizando um cheque falso, uma vez utilizado, não será possível utiliza-lo novamente na pratica de outros crimes (a falsidade não pode ser apta para a pratica de novos crimes – por exemplo, utilização de RG falsificado). 
Torpeza Bilateral (Fraude Bilateral)
Trata-se de hipótese em que a vítima também age de má-fé. A má fé se refere ao intuito de obter proveito mediante um negocio ilícito ou imoral, e não ao emprego de fraude pela vítima. 
Exemplo: Captação de dinheiro da vítima, a pretexto de futura entrega de maquina para fabricar dinheiro, vindo a verificar-se que aquelas ao existem ou a máquina não passa de um truque. ( Ou seja, aquele que entrega dinheiro ao simulado falsário tem por finalidade a obtenção de proveito ilícito (máquina de fazer dinheiro). 
Nesta hipótese, verificam-se duas correntes acerca da configuração de crime.
1˚ Corrente: Para Nelson Hungria, não há crime de estelionato, sendo que ninguém pode se beneficiar da própria torpeza. Isto é, somente goza de proteção legal o patrimônio que serve para um fim legitimo (não ira poder cobrar) – deve haver, portanto a boa-fé da vitima. 
2˚ Corrente: Defende que há crime de estelionato, não importando a má fé do ofendido. NOSSA POSIÇÃO.
Jogos de Azar – Quem banca comete estelionato?
Segundo o STF, no jogo de azar a fraude, eliminando o fator sorte, tira ao sujeito passivo toda a possibilidade de ganho (sem hipótese alguma de ganhar). Porém, se o agente for mero detentor de máquinas, por exemplo, trata-se de mera contravenção penal.
Forma privilegiada: Quando o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, permite ao juiz substituir a pena por detenção, diminuir de 1/3 a 2/3 ou somente aplicar a multa.
Requisitos:
Sujeito primário: Não reincidente. Passado 5 anos, volta a ser primário. (NÃO INCLUI bons antecedentes)
Pequeno valor do prejuízo: Deve ser auferido no momento da consumação do crime, considerado pela jurisprudência, quando não ultrapassa um salario mínimo. 
Apropriação indébita X Apropriação por erro X Estelionato
Na apropriação indébita a vítima entrega o bem por sua própria vontade e consciente, o agente recebe de boa-fé o bem e depois muda o dolo (apropria-se); Já no estelionato o agente já recebe o bem de má-fé (já pensa em permanecer com o bem) utilizando-se de palavras ou aparatos (meios fraudulentos).
Equiparadas:	
Disposição de coisa alheia como própria
Quem vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria. Exemplo: Agente que aluga casa que não é dele.
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
Quem vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável (cláusula de inalienabilidade), gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias. Exemplo: Venda de bem em garantia sem avisar.
O silencio do agente (quando o agente não diz nada propositalmente) a respeito do ônus ou encargo que recaem sobre a coisa constitui a fraude configuradora do crime. 
Defraudação de penhor
Quem defrauda (desfalca, adultera), mediante alienação (venda, doação, etc) não consentida pelo credor ou por outro modo (destruição, abandono, ocultação, etc), a garantiapignoratícia (bem em garantia), quando tem a posse do objeto empenhado. 
Deve haver o dissentimento do credor.
Penhor: Transferência, da posse que, em garantia do débito ao credor ou quem o represente, faz o devedor ou alguém por ele, de uma coisa móvel suscetível de alienação. Na defraudação de penhor, o bem continua na posse do devedor. 
Fraude na entrega de coisa
Quem defrauda substancia, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém. 
Exemplo: Substitui o ouro de uma joia por latão (defrauda substancia); substituição de uma coisa determinada por outra aparentemente idêntica, como anel de ouro maciço, por folheado a ouro (defrauda qualidade); ou, por exemplo entrega 500 sacas de laranja ao invés de 600 (defrauda quantidade). 	
Cabe defraudação de imóvel. 
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
Quem destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro. Sendo então os requisitos:
Possuir prévio contrato de seguro
Agente deve agir visando fraudar a seguradora
Consumação: Com a destruição do bem, visando a fraude.
Nestas hipóteses há o prejuízo a terceiro, constituindo ato ilícito (o agente produz o risco previsto no contrato).
Fraude no pagamento por meio de cheque (art.171 §2º VI)
Quem emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento. Requisito:
Deve ser comprovado o pagamento fraudulento, isto é, de que houve má fé do emitente do cheque (conhecimento da ausência ou insuficiência de fundos).
É necessário que o cheque seja a causa do prejuízo da vítima. Exemplo: Agente entrega um cheque fraudulento por bater no carro da vitima, porém não responde por estelionato, porque o carro da vítima já estava amassado.
Se o tomador do cheque possui conhecimento da ausência ou insuficiência de fundos, não configura crime de estelionato (hipóteses de cheque pré-datado e pós-datado, onde o tomador não é induzido a erro).
Se o agente encerra a conta e passa o cheque, responde pelo estelionato comum (171 caput), porque a fraude ocorreu antes (encerramento da conta).
Não pagamento de cheque especial, não configura crime de estelionato.
Repasse de cheque pela vítima, mesmo sabendo que não possui fundos. Correntes:
Estelionato comum: Porque não foi a pessoa que repassou que emitiu o cheque.
Considera como uma nova emissão do cheque. 
Consumação: O crime se consuma no momento e no local em que o banco sacado recusa o pagamento, pois só nesse momento ocorre o prejuízo. 
Súmula 554 STF: O pagamento do cheque até o recebimento da denúncia extingue a punibilidade. Exemplo: Agente entrega o cheque fraudulento, ocorrendo a recusa (consumação) pelo banco. O agente efetuando o pagamento antes do recebimento da denúncia, não responde pelo crime.
Tentativa: Entende-se ser possível, com discussões doutrinárias.
Exemplo: Agente entrega cheque fraudulento e seu familiar descobre e cobre o valor ao banco.
Exemplo 2: Agente que susta o cheque por carta e esta extravia.
Damásio – exemplo: É admissível na emissão, como na hipótese de sustação do pagamento do cheque. 
Sujeito ativo: É a pessoa titular de uma conta bancária ativa que emite cheque sem suficiente provisão de fundos ou lhe frustra o pagamento.
O agente pode utilizar-se de uma conta bancaria de terceiro, porém será considerado estelionato comum. Exemplo: Individuo realiza o pagamento de uma divida mediante cheque sem fundos emitido por terceira pessoa, conhecendo a insuficiência de fundos e escondendo do credor.
Sujeito Passivo: É o tomador, isto é, o beneficiário do cheque.
Causa de aumento: A pena aumenta em 1/3, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência (lesão a interesse social).
Entidades de direito público: União, Estado, Município e DF, além das autarquias e entidades paraestatais.

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