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Estelionato

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{Estelionato} 
 Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, 
vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou 
mantendo alguém em erro, mediante artifício, 
ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: 
 Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de 
quinhentos mil réis a dez contos de réis 
 O crime de estelionato também é 
chamado de crime camaleão. 
 A palavra “estelionato” vem do latim 
“stellio” que significa camaleão. 
 O agente usa de fraude, ardil, artifício para 
ludibriar a vítima e, assim, conseguir uma 
vantagem econômica ilícita. 
 O estelionato traz uma conduta composta, 
o agente precisa praticar dois verbos para 
que o crime se consuma: obter e 
induzindo ou mantendo. 
 Para que haja a consumação no crime de 
estelionato, requer que haja a obtenção da 
vantagem ilícita pelo estelionatário e deve 
haver o prejuízo suportado por uma 
vítima. 
 O meio da prática desse crime é a 
manutenção ou indução ao erro mediante 
artifício, ardil, ou qualquer outro meio 
fraudulento. 
 “Qualquer outro meio fraudulento” 
significa que é possível a interpretação 
analógica. 
 Se o dolo surge após a coisa estar na posse 
da pessoa e não houve fraude para que a 
coisa entrasse na sua posse, refere-se ao 
crime de apropriação indébita. 
 PASSOU A SER UM DELITO DE AÇÃO PENAL 
PÚBLICA CONDICIONADA À 
REPRESENTAÇÃO, em regra. 
Fases para a consumação 
• Empregar fraude; 
• colocar ou manter a vítima em erro (por meio 
de artifício, ardil ou outros meios); 
• obtenção da vantagem ilícita; 
• prejuízo suportado pela vítima. 
Se não houver uma das fases, é tentativa de 
estelionato, não houve consumação. As fases são 
as elementares do crime de estelionato. 
 Estelionato privilegiado 
 § 1º - Se o criminoso é primário, e é de 
pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a 
pena conforme o disposto no art. 155, § 2º. 
 O juiz pode substituir a pena de reclusão 
pela de detenção, diminuí-la de um a dois 
terços, ou aplicar somente a pena de 
multa. 
Possibilidade de Tentativa 
É possível a tentativa no crime de estelionato. 
Estelionato é um crime plurissubsistente, em que 
há várias fases, sendo possível dividir os atos 
executórios. 
• Há o emprego da fraude, mas não consegue 
ludibriar a vítima. Ex: golpe do carro quebrado. 
• Há o emprego da fraude, consegue-se ludibriar a 
vítima, mas não se obtém a vantagem ilícita por 
circunstâncias alheias à sua vontade. 
• Há o emprego da fraude, consegue-se ludibriar a 
vítima, obtém-se a vantagem ilícita, mas não 
causa prejuízo patrimonial ao ofendido 
Situações que não configuram o crime de 
estelionato 
1. Crime impossível: fraude tosca, incapaz de 
ludibriar alguém. Ineficácia absoluta do 
meio empregado. 
2. Cola eletrônica: Não é crime de estelionato 
em razão do Princípio da Especialidade, 
crime de fraudes em certames de interesse 
público. 
3. Estelionato Judiciário: pessoa que inventa 
situações para receber indenizações por 
danos morais. 
 
Súmula n. 73 do STJ. A utilização de papel moeda 
grosseiramente falsificado configura, em tese, o 
crime de estelionato, de competência da Justiça 
Estadual. 
Ex: pessoa que falsifica dinheiro -> crime de moeda 
falsa. Ainda que venha obter vantagem em prejuízo 
alheio utilizando-se da moeda falsa, responde por 
moeda falsa, que é um crime mais grave que o de 
estelionato. 
Ex: uma pessoa falsifica dinheiro, mas essa 
falsificação é grosseira, qualquer um que olha 
percebe que é dinheiro falso. Porém, se esse tipo 
de falsificação é capaz de ludibriar alguém, não 
atinge a fé pública, apenas quem for ludibriado 
com essa moeda será vítima de estelionato, 
segundo o art. 171 do CP (competência da Justiça 
Estadual). 
 Ainda há uma terceira situação, que é uma 
falsificação grosseira, absolutamente 
incapaz de ludibriar alguém, como 
dinheiro do banco imobiliário. Isso 
configura crime impossível por absoluta 
ineficácia do meio utilizado. Se por acaso 
alguém acreditar não ser uma falsificação 
grosseira, poderá ser cogitado o crime de 
estelionato e quem avaliará, além do 
perito, é o juiz, que analisa se houve ou não 
capacidade de ludibriar a vítima. 
 
Súmula 17 do STJ. Quando o falso se exaure no 
estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por 
este absorvido. 
 O crime de estelionato absorve o crime-
meio em razão do Princípio da Consunção, 
ou seja, o agente responde pelo crime de 
estelionato. (mesmo o estelionato tendo 
pena menor que a de falsificação de 
documento público) 
Torpeza bilateral 
Ex: um estelionatário contra um estelionatário. Um 
tenta aplicar golpe no outro: o agente A consegue 
aplicar o golpe no agente B. O agente A praticou 
estelionato na modalidade consumada, o agente B, 
que apenas tentou aplicar um golpe, pode 
responder pelo art. 171 na modalidade tentada. O 
delito de um não exclui o do outro. 
A torpeza da vítima não exclui o crime de 
estelionato. 
Estelionato vs Curandeirismo 
(art. 284 do CP) 
 O curandeiro acredita verdadeiramente 
nas suas técnicas (poder extranatural, 
supernatural, esotérico), ele acredita em si 
próprio (é crime exercer o curandeirismo), 
enquanto o estelionatário passa-se por um 
curandeiro sabendo que não tem poder 
nenhum e, simplesmente, procura 
enganar a vítima, utilizando-se da crença 
das pessoas como um meio de empregar 
fraude. 
Figuras equiparadas 
 § 2º - Nas mesmas penas incorre quem: 
 Disposição de coisa alheia como própria 
 I - vende, permuta, dá em pagamento, em 
locação ou em garantia coisa alheia como própria; 
Exemplo: o agente anuncia a venda de um carro 
do qual não é proprietário, mas do qual possui a 
chave. Não subtraiu o carro nem entrou na posse 
do veículo 
 Alienação ou oneração fraudulenta de coisa 
própria 
 II - vende, permuta, dá em pagamento ou em 
garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus 
ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a 
terceiro, mediante pagamento em prestações, 
silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; 
Exemplo: os grileiros, ainda que consigam o 
direito sobre determinada terra, vendem-na para 
várias pessoas, o que ocorre frequentemente no 
Distrito Federal. É uma terra inalienável 
 Defraudação de penhor 
 III - defrauda, mediante alienação não 
consentida pelo credor ou por outro modo, a 
garantia pignoratícia, quando tem a posse do 
objeto empenhado; 
Exemplo: o devedor dá como garantia pignoratícia 
um determinado objeto ao credor, mas, no art. 
1.431, parágrafo único, CC, há algumas situações 
em que essa garantia pignoratícia fica na posse do 
devedor, e o devedor aliena o objeto sem que o 
credor consinta 
 Fraude na entrega de coisa 
 IV - defrauda substância, qualidade ou 
quantidade de coisa que deve entregar a alguém; 
Exemplo de quantidade: uma pessoa fará uma 
grande obra e adquire do vendedor de tijolos cem 
mil tijolos, mas o vendedor de tijolos entrega 
somente noventa mil tijolos e faz parecer que 
entregou os cem mil tijolos. 
 Fraude para recebimento de indenização ou 
valor de seguro 
 V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta 
coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, 
ou agrava as consequências da lesão ou doença, 
com o intuito de haver indenização ou valor de 
seguro; 
Se a pessoa se lesiona, destrói seu próprio carro 
propositalmente ou pede para alguém lesioná-la 
com a intenção de obter a indenização do seguro, 
passa a ser lesionado o bem patrimonial de 
outrem. Nesse caso, o Princípio da Alteridade 
enquadrar-se-á. 
 Fraude no pagamento por meio de cheque 
 VI - emite cheque, sem suficiente provisão de 
fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o 
pagamento. 
Esse crime existe somente na modalidade dolosa. 
Quem por imprudência, descontrole ou 
irresponsabilidade financeira passa um chequesem fundos não comete o crime, porque praticou 
uma conduta culposa. 
Exemplo: um agente obtém um cheque de 
determinada pessoa e começa a passar o cheque 
(falsifica assinatura) para obter vantagem ilícita 
em prejuízo alheio. Nesse caso, é crime de 
estelionato na modalidade prevista em caput. A 
figura do inciso VI é para aquele que passa o 
cheque sendo seu; a fraude é a não provisão de 
fundos na conta bancária da pessoa. 
Súmula 521 do STF. O foro competente para o 
processo e julgamento dos crimes de estelionato, 
sob a modalidade da emissão dolosa de cheque 
sem provisão de fundos, é o do local onde se deu 
a recusa do pagamento pelo sacado (Vide Súmula 
244 do STJ). 
Atente-se para a regra de competência do Direito 
Processual Penal. Exemplo: a agência do sujeito é 
na cidade de Goiânia, mas ele passa um cheque 
na cidade de Anápolis. A vítima vai até Goiânia e, 
na hora de sacar o cheque, não consegue, porque 
o sujeito não tem fundos. Nesse caso, o sujeito 
teve dolo na conduta, portanto a competência é 
de Goiânia. 
Súmula 554 do STF. O pagamento de cheque 
emitido sem provisão de fundos, após o 
recebimento da denúncia, não obsta ao 
prosseguimento da ação penal. 
No caso de uma pessoa que dolosamente emitiu 
um cheque sem provisão de fundos, se o 
pagamento desse cheque é feito após o 
recebimento da denúncia, a ação penal segue 
normalmente. 
Isso significa a contrário senso que, se o agente 
emite um cheque sem fundo de maneira dolosa, 
mas antes do recebimento da denúncia efetua o 
pagamento desse cheque, falta a justa causa para 
a ação penal, por isso não há a ação penal. 
Estelionato circunstanciado/majorado 
 § 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o 
crime é cometido em detrimento de entidade de 
direito público ou de instituto de economia 
popular, assistência social ou beneficência. 
Súmula n. 24 do STJ. Aplica-se ao crime de 
estelionato, em que figure como vítima entidade 
autárquica da previdência social, a qualificadora 
do § 3º, do Art. 171 do Código Penal. A entidade 
autárquica da previdência social é o INSS. 
Na ampla maioria das vezes, a figura do 
estelionato praticado contra o INSS é quando o 
agente usa de uma fraude para receber um 
benefício contínuo. 
gente usa de uma fraude para receber um 
benefício contínuo. Terceiro que realiza a fraude 
para que alguém receba o benefício 
reiteradamente: crime instantâneo de efeitos 
permanentes. 
• a pessoa que quer fraudar o INSS não tem os 
conhecimentos técnicos de como fazê-lo, então 
conta com a ajuda de um terceiro, que comete a 
fraude, mas este não será o beneficiário. Nesse 
caso, o prazo prescricional começa a contar a 
partir da prática do crime instantâneo 
Agente que se beneficia da fraude e recebe 
reiterada e indevidamente benefícios da 
previdência social: crime permanente. 
• o sujeito frauda exames médicos para se 
aposentar indevidamente por invalidez. Enquanto 
ele receber o benefício, será crime único. O início 
do prazo prescricional começa com o fim da 
permanência. 
Agente que, após a morte do verdadeiro 
beneficiário, utiliza seu cartão para continuar a 
receber benefício previdenciário: crime 
continuado (art. 71, CP). 
• uma senhora que recebia pensão faleceu e seu 
neto, ao invés de avisar ao INSS que a avó faleceu, 
usa de uma fraude para atestar que ela continua 
viva e, assim, ele recebe a pensão do INSS todos 
os meses. É mais gravoso ao réu, porque a cada 
mês que recebe o benefício, aplica-se a regra do 
art. 71, CP, a pena aumentada de 1/6 a 2/3. 
 Estelionato contra idoso 
 § 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for 
cometido contra idoso. 
 Idoso é pessoa com 60 anos ou mais. 
 Ação penal pública condicionada à 
representação do ofendido. 
 § 5º Somente se procede mediante 
representação, salvo se a vítima for: 
 I - a Administração Pública, direta ou indireta; 
 II - criança ou adolescente; 
 III - pessoa com deficiência mental; ou 
 IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou 
incapaz. 
Continua sendo um crime de Ação Pública 
Incondicionada, conforme os incisos I, II, III e IV. 
 Duplicata simulada 
 Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de 
venda que não corresponda à mercadoria 
vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao 
serviço prestado. 
 Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) 
anos, e multa. 
 Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá 
aquêle que falsificar ou adulterar a escrituração 
do Livro de Registro de Duplicatas. 
Cobrar mais do que deveria 
 É importante ressaltar que o delito de 
duplicada simulada continua tendo o viés 
de estelionato, dado que consiste em uma 
forma de obter uma vantagem indevida 
em prejuízo alheio, mas, nesse caso, por 
um meio específico em relação ao crime 
de estelionato. 
 Crime formal, será consumado no 
momento em que o agente realizar a 
emissão da duplicata simulada, 
independentemente de efetivamente vir a 
obter vantagem. 
 Não há modalidade culposa ->erro 
 Abuso de incapazes 
 Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou 
alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de 
menor, ou da alienação ou debilidade mental de 
outrem, induzindo qualquer deles à prática de ato 
suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo 
próprio ou de terceiro: 
 Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
 Observe que a pena para o abuso de 
incapazes, crime formal, é superior à que 
se refere ao estelionato, porém a ideia da 
conduta do estelionato também pode ser 
transportada para essa espécie de crime, 
de modo que a grande diferença entre os 
dois figura no fato de que, no abuso de 
incapazes, há sujeito passivo próprio 
(menor que sofre abuso em razão de sua 
necessidade, paixão ou inexperiência; ou 
sujeito que possua alienação ou debilidade 
mental). 
 Induzimento à especulação 
 Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou 
alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou 
inferioridade mental de outrem, induzindo-o à 
prática de jogo ou aposta, ou à especulação com 
títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo 
saber que a operação é ruinosa: 
 Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
 Crime formaç 
 Fraude no comércio 
 Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade 
comercial, o adquirente ou consumidor: 
 I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, 
mercadoria falsificada ou deteriorada; 
 II - entregando uma mercadoria por outra: 
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, 
ou multa. 
Obs.: o parágrafo 1º funciona como um 
qualificador do delito de fraude no comércio, ao 
qual se aplicará a mesma pena que a do crime de 
estelionato. 
 § 1º - Alterar em obra que lhe é 
encomendada a qualidade ou o peso de metal ou 
substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por 
falsa ou por outra de menor valor; vender pedra 
falsa por verdadeira; vender, como precioso, 
metal de ou outra qualidade: 
 Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
 § 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. 
(...) § 2º Se o criminoso é primário, e é de 
pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode 
substituir a pena de reclusão pela de detenção, 
diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente 
a pena de multa. 
Outras Fraudes 
art. 176. Tomar refeição em restaurante, alojar-se 
em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem 
dispor de recursos para efetuar o pagamento: 
Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, ou 
multa. 
Parágrafo único. Somente se procede mediante 
representação, e o juiz pode, conforme as 
circunstâncias, deixar de aplicar a pena 
 De acordo com o Parágrafo único do artigo 
176, o juiz pode, conforme as 
circunstâncias, deixar de aplicar a pena, ou 
seja, o juiz poderá conceder perdão 
judicial, causaextintiva da punibilidade. 
Fraudes e abusos na fundação ou 
administração de sociedade por ações 
 Art. 177. Promover a fundação de sociedade por 
ações, fazendo, em prospecto ou em 
comunicação ao público ou à assembleia, 
afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, 
ou ocultando fraudulentamente fato a ela 
relativo: 
 Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, se 
o fato não constitui crime contra a economia 
popular. 
 § 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não 
constitui crime contra a economia popular: 
Emissão irregular de conhecimento de 
depósito ou “warrant“ 
Art. 178. Emitir conhecimento de depósito ou 
warrant, em desacordo com disposição legal: 
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 Em reação ao artigo 178, cabe apontar que 
o conhecimento de depósito e o warrant 
são títulos de créditos em operações de 
armazéns. O warrant corresponde a uma 
garantia mais específica, dado que 
consiste em um contrato em que os bens 
que ficam armazenados em determinado 
depósito servem também como garantia 
pignoratícia de que haverá o pagamento 
em razão do serviço de depósito realizado. 
FRAUDE À EXECUÇÃO 
Art. 179. Fraudar execução, alienando, desviando, 
destruindo ou danificando bens, ou simulando 
dívidas: 
 Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou 
multa. 
 Parágrafo único. Somente se procede mediante 
queixa. 
 ATENÇÃO Fique atento: a fraude à execução 
consiste em crime de ação penal privada, visto 
que somente se procede mediante queixa. 
Quanto ao artigo 179 é importante destacar 
alguns pontos: 
 1) Para que o crime de fraude à execução seja 
configurado, exige-se o prévio ajuizamento da 
execução. Ou seja, quando o agente aliena, 
desvia, destrói ou danifica bens para fraudar a 
execução, é necessário que haja a prévia 
instauração da execução de um título judicial ou 
extrajudicial. 
 2) Trata-se de crime próprio, pois somente pode 
ser praticado pelo executado, ou seja, aquele que 
sofre a execução é quem pode vir a praticar o 
crime. 
Sobre essa espécie de delito, a Súmula n. 375 do 
STJ determina o seguinte: 
 Súmula 375, STJ: O reconhecimento da fraude à 
execução depende do registro da penhora do bem 
alienado ou da prova de má-fé do terceiro 
adquirente. 
 Obs.: a Súmula do STJ acima apresentada passou 
a existir com o intuito de proteger o adquirente 
de boa-fé, de modo que este não venha a perder 
o bem por não saber que este poderia vir a sofrer 
execução.

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