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Falência - aspectos ao falido

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Direitos e deveres do falido (art. 104)
Art. 104. A decretação da falência impõe ao falido os seguintes deveres (...)
Sendo alguns deles:
Assinar nos autos, desde que intimado da decisão, termo de comparecimento, com a indicação do nome, nacionalidade, estado civil, endereço completo do domicílio, devendo ainda declarar, para constar do dito termo informações acerca da falência;
Depositar em cartório, no ato de assinatura do termo de comparecimento;
Comparecer a todos os atos da falência, podendo ser representado por procurador, quando não for indispensável sua presença;
Entregar, sem demora, todos os bens, livros, papéis e documentos ao administrador judicial, indicando-lhe, para serem arrecadados, os bens que porventura tenha em poder de terceiros;
Auxiliar o administrador judicial com zelo e presteza.
Arrecadação, Avaliação e custódia de bens (ordem cronológica)
Após assinar o termo de compromisso, o administrador judicial deverá efetuar a arrecadação dos bens do falido, a fim de compor o acervo da massa falida, que, em medida posterior, serão alienados para pagar os débitos. 
Por isso, muitas vezes, cabe uma situação emergencial como uma cautelar de aresto de bens – medidas cautelares (a depender da situação, como no caso dos bens não serem do devedor).
Após a arrecadação procede-se à avaliação dos bens. 
O responsável por fazer a arrecadação e avaliação dos bens é o ADMNISTRADOR JUDICIAL, com o auxílio do devedor (irá fornecer os livros, documentos). 
O juiz poderá autorizar os credores, de forma individual ou coletiva, a adquirir ou adjudicar imediatamente os bens arrecadados, pelo valor da avaliação (art. 111). 
Significando que, se tiver um grupo de empresas que demonstra interesse em adquirir os bens arrecadados, acarreta em entrada de dinheiro para realizar o pagamento aos credores. Diante disso, é necessário que haja anuência de todos os credores.
Na recuperação judicial isso não poderia acontecer.
Bens perecíveis ou sujeitos à desvalorização poderão ser vendidos antecipadamente, com autorização do juiz, após ouvir o comitê de credores e o falido no prazo de 48 hs (art. 113).
Novamente, se faz necessária a anuência dos credores, além do falido, nas hipóteses de venda de bens que podem se desvalorizar com a demora ou que duram pouco (podem perecer). Significando que, se isso vir a ocorrer a massa falida perde dinheiro.
O administrador poderá alugar ou entabular contratos referentes aos bens da massa falida, com vistas a auferir renda para ela (art. 114).
Fundamenta-se na busca pela execução coletiva (busca dinheiro através da falência).
Meios de alienação (art. 140, I a IV). Poderá ser feita por leilão, pregão ou outras modalidades aprovadas pela assembleia-geral dos credores (art. 145, caput).
Trata-se das hipóteses de venda dos bens, conforme procedimento disposto em lei:
Art. 140. A alienação dos bens será realizada de uma das seguintes formas, observada a seguinte ordem de preferência:
I – alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco; Venda da sede, filiais, isto é, empresa completa em blocos (tudo).
II – alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produtivas isoladamente; Hipótese em que não foi possível vender TODA a empresa, passa então para venda de filiais ou unidades de forma isolada.
III – alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos do devedor; Hipótese em que há a venda dos bens (equipamentos, por exemplo) em conjunto.
IV – alienação dos bens individualmente considerados. Não sendo possível a hipótese anterior, ocorre a venda de equipamentos, por exemplo, separadamente.
Conforme a lei (regra geral) deve-se observar a ordem de preferência, todavia, o Juiz poderá verificar se é viável segui-la. NA PROVA: Em todo caso, escolher a opção que contenha ORDEM DE PREFERÊNCIA (alternativa).
Os contratos bilaterais (que ainda não foram totalmente cumpridos) resolvem-se automaticamente pela falência?
Não, não se finalizam de forma automática. Se for de interesse da massa, estes contratos poderão ser cumpridos pelo administrador judicial. Importante lembrar que, o cumprimento do contrato deverá ocorrer no sentido de reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida, ou a manutenção e preservação dos seus ativos (se possível), mediante a autorização do comitê de credores (art. 117, caput).
Os contratos bilaterais podem ser aqueles de aluguel, fornecimento, os quais não serão rescindidos de forma automática ao ser decretada a falência. Isso porque, estes contratos podem ser interessantes à massa falida, isto é, se trouxer algum aumento ao ativo da empresa, por exemplo, ou qualquer outro tipo de manutenção do ativo (nunca aumento de passivo = prejuízo à massa falida) o contratos terão andamento.
Art. 117. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, mediante autorização do Comitê.
§ 1o O contratante pode interpelar o administrador judicial, no prazo de até 90 (noventa) dias, contado da assinatura do termo de sua nomeação, para que, dentro de 10 (dez) dias, declare se cumpre ou não o contrato.
§ 2o A declaração negativa ou o silêncio do administrador judicial confere ao contraente o direito à indenização, cujo valor, apurado em processo ordinário, constituirá crédito quirografário.
Pagamento dos credores (art. 149)
O pagamento dos credores será feito por meio da venda do ativo, respeitada a classificação dos créditos e outras determinações legais.
A classificação dos credores esta no art. 83, sendo a ordem:
I – Créditos derivados da legislação do trabalho e os decorrentes de acidentes de trabalho;
II - Créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
III – Créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias;
IV – Créditos com privilégio especial;
V – Créditos com privilégio geral
VI – Créditos quirografários;
VII – Multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias; e
VIII – Créditos subordinados.
Feita a execução coletiva, o pagamento dos credores só será feito após:
Realizadas as restituições; 
As restituições são referentes aos bens arrecadados indevidamente, que não pertencem ao devedor e a pessoa, real proprietário do bem, entra com um pedido de restituição ao Juiz. Se o bem não estiver mais in natura (foi transformado, vendido – deixou o domínio da massa falida) então permite o pedido de restituição em dinheiro (cabível juros e correção monetária). – Vide explicação anterior.
Pagos os créditos extraconcursais;
Os créditos extraconcursais são aqueles que advém de despesas com a massa falida, remuneração do administrador judicial, custas da massa falida.
Consolidados o quadro-geral dos credores.
Para realizar o pagamento é necessário consolidar a quantidade de credores, quais os créditos pertinentes.
Depois do pagamento dos credores, se houver, o saldo positivo será entregue ao falido (art. 153).
Art. 149. Realizadas as restituições, pagos os créditos extraconcursais, na forma do art. 84 desta Lei, e consolidado o quadro-geral de credores, as importâncias recebidas com a realização do ativo serão destinadas ao pagamento dos credores, atendendo à classificação prevista no art. 83 desta Lei, respeitados os demais dispositivos desta Lei e as decisões judiciais que determinam reserva de importâncias.
        § 1o Havendo reserva de importâncias, os valores a ela relativos ficarão depositados até o julgamento definitivo do crédito e, no caso de não ser este finalmente reconhecido, no todo ou em parte, os recursos depositados serão objeto de rateio suplementar entre os credores remanescentes.
        § 2o Os credores que não procederem, no prazo fixado pelo juiz, ao levantamentodos valores que lhes couberam em rateio serão intimados a fazê-lo no prazo de 60 (sessenta) dias, após o qual os recursos serão objeto de rateio suplementar entre os credores remanescentes.
Art. 153. Pagos todos os credores, o saldo, se houver, será entregue ao falido.
Encerramento da falência
Após a realização do ativo e o pagamento dos credores, o administrador judicial apresentará para o juiz, no prazo de 30 dias, as contas acompanhadas dos documentos comprobatórios, que serão apensados aos autos da falência (art. 154, caput, § 1º).
O administrador judicial, durante todo o procedimento de falência irá prestar contas e, no final deve ser feito um relatório. Esse relatório é acompanhado do inventário (inventariar tudo que foi realizado – vendas, por exemplo), documentos comprobatórios e o Juiz irá analisa-lo (=julgar).
 
Após receber as contas apresentadas pelo administrador, o juiz as julgará por sentença (cabe apelação) – art. 154, § 6º.
Após o relatório final, o juiz dará por encerrada a falência por sentença (cabe apelação). Art. 156.
Cabível apelação nas duas ultimas hipóteses, porque se tratam de providências que colocam fim ao processo.
Extinção das obrigações do falido
Art. 158 – extinguem-se as obrigações do falido após o encerramento da falência.
Não basta, todavia, ter extintas suas obrigações. Para que possa voltar a desenvolver atividade empresarial, precisa de uma certidão (declaração) do Juiz e protocolizar na Junta Comercial. 
Art. 158. Extingue as obrigações do falido:
I – o pagamento de todos os créditos;
II – o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinqüenta por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo;
III – o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei; 
Se tudo ocorrer conforme o previsto em Lei, em 5 anos poderá ter extinto suas obrigações. Todavia, não basta simplesmente saber que se passaram 5 anos, é necessária uma declaração de que as obrigações estão se extintas e por conseguinte, protocolizar na Junta Comercial.
IV – o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei.
Art. 159. (...)
§ 6o Após o trânsito em julgado, os autos serão apensados aos da falência.

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