Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Profa. Dra. Ana Paula Landi Librandi UNIP- UNIVERSIDADE PAULISTA Campus RIBEIRÃO PRETO Curso: Farmácia Biossegurança: definições e aplicações BIOSSEGURANÇA BIOSSEGURANÇA Definição “Biossegurança ou segurança biológica refere-se à aplicação do conhecimento, técnicas e equipamentos com a finalidade de prevenir a exposição do trabalhador, laboratório e ambiente a agentes potencialmente infecciosos ou biorriscos. Biossegurança define as condições sobre as quais os agentes infecciosos podem ser seguramente manipulados e contidos de forma segura”. (Mastroeni, M.F. Biossegurança: aplicada a laboratórios e serviços de saúde. 2º ed, São Paulo: Atheneu; 2006) “É a condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal, vegetal e o meio ambiente (...) riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente, ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos” (HIRATA, M & MANCINI FILHO, J. Manual de Biossegurança. São Paulo; Manole; 2002) É o conjunto de ações voltadas para a prevenção, e proteção do trabalhador, minimização de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados" (Teixeira & Valle, 1996). É o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços”. (Comissão de Biossegurança – FIOCRUZ, 2003) Histórico – Era microbiológica Florence Nightingale (1863) – reduziu a incidência de infecção hospitalar com medidas de higiene e limpeza Louis Pasteur (1864) – derrubou a teoria da geração espontânea e desenvolveu a técnica de pasteurização Joseph Lister (1867) – tratou os ferimentos cirúrgicos com fenol, reduzindo a infecção hospitalar Robert Koch (1876) – postulado de Koch: uma doença infecciosa específica é causada por um microrganismo específico Surgimento da biossegurança no Brasil 1984 – Primeiro Workshop de Biossegurança (em laboratórios) – FIOCRUZ, RJ 1988 - Resolução nº 1 do Conselho Nacional de Saúde – aprovação das normas de pesquisa e saúde Década de 90 – a Biossegurança começa a ser direcionada para a tecnologia do DNA recombinante. Primeiro projeto de fortalecimento das ações em Biossegurança – Ministério da Saúde - Núcleo de Biossegurança. Surgimento da biossegurança no Brasil 1995: Lei Brasileira da Biossegurança - Lei n° 8974/95 (estabelece regras para o trabalho com DNA no Brasil, incluindo pesquisa, produção e comercialização de Organismos Geneticamente Modificados (OGM’s) de modo a proteger a saúde do homem, animais e meio ambiente. Publicação do Decreto 1752/1995, que formaliza a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio e define suas competências no âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia. 1999 – Fundação da Associação Nacional de Biossegurança – ANBio 1999 – Primeiro Congresso Brasileiro de Biossegurança. 2000 – Início da introdução da Biossegurança como disciplina científica no ensino universitário. 2000 – CNPq lança programa de indução das ações em Biossegurança (cursos de extensão). 2002 – Primeiro curso de Especialização em Biossegurança – CNPq. Evolução da biossegurança no Brasil Biossegurança no Brasil - Legislação 1995 – LEI 8.974 estabelece regras para o trabalho com DNA recombinante no Brasil, incluindo pesquisa, produção e comercialização de organismos geneticamente modificáveis (OGMs) de modo a proteger a saúde do homem, animais e meio ambiente. 1995 - Decreto 1.752 – formaliza a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio e define suas competências no âmbito do Ministério da ciência e Tecnologia. Biossegurança no Brasil - Legislação 2005 – LEI 11.105 de 24/03/2005 (revoga a Lei no 8.974, de 5 de janeiro de 1995) estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados e seus derivados. cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS. reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio. dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB. Aplicações Aplicabilidade da Biossegurança: Laboratórios; Serviços de Saúde (todos); Industrias / fábricas (produtos alimentícios); Área de alimentação / Nutrição (restaurantes, etc.); Aplicações Aplicabilidade da Biossegurança: Instituições que manipulam animais; Empresas onde as pessoas sofrem riscos, como: construção civil, postos de gasolina, transporte urbano, fábricas e indústrias, comércio de alimentos, clínicas de estética, limpeza urbana.... Inserções da Biossegurança Biossegurança em Saúde Eng. de Segurança Medicina do Trabalho Saúde do Trabalhador Higiene Hospitalar Eng. Clínica Vigilâncias Controle da Infecção Hospitalar Meio Ambiente Odontologia do trabalho Confere proteção ao: Paciente; Profissionais; Ambiente. Interesse: Conscientização sanitária coletiva; Redução dos riscos e danos potenciais à saúde; Proteção do meio-ambiente (manipulação e descarte de resíduos químicos, tóxicos e infectantes). Riscos de Acidentes Considera-se risco de acidente qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de perigo e possa afetar sua integridade, bem estar físico e moral. São exemplos de risco de acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado, etc. Riscos Ergonômicos Considera-se risco ergonômico qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o levantamento e transporte manual de peso, o ritmo excessivo de trabalho, a monotonia, a repetitividade, a responsabilidade excessiva, a postura inadequada de trabalho, o trabalho em turnos, etc. Riscos Químicos Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostas ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão. Riscos Físicos Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, ultra-som, materiais cortantes e ponteagudos, etc. Riscos Biológicos Consideram-se agentes de risco biológico as bactérias, fungos, parasitos, vírus, entre outros. Classificação de risco biológico: Os agentes de risco biológico podem ser distribuídos em quatro classes de 1 a 4 por ordem crescente de risco, classificados segundo os seguintes critérios: Patogenicidade para o homem. Virulência. Modos de transmissão Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes. Disponibilidade de tratamento eficaz. Endemicidade. Educação dos profissionais Treinamentos e capacitações Educação continuada Cultura prevencionista Níveis de biossegurança Níveis de segurança biológica (RISCOS BIOLÓGICOS) Níveis 1 a 4: • Classificação dependente do organismo trabalhado • Periculosidade crescente com o nível Níveis de Biossegurança (NB ou BSL ou P) Práticas e técnicas: Práticas padrões Práticas especiais Equipamento de segurança pessoais Barreiras primárias (EPI) Projeto e construção e equipamentos da unidade Barreiras secundárias (EPC) Capelas de biossegurança Equipamentos de proteção: Luvas Máscaras Protetor de olhos e face Aparelhos de pipetagem Centrífugas de segurança Níveis de Biossegurança NB-1 – Agentes nuncadescritos como causadores de doenças e que não constituem risco para o meio ambiente. Baixo risco individual e coletivo Ex. Laboratórios didáticos NB-2 – Agentes associados com doença humana com pouco risco para os profissionais de laboratório. Moderado risco individual e baixo risco coletivo Ex. Maioria dos laboratórios de pesquisas biomédicas Níveis de Biossegurança NB-3 – Agentes indígenos / exóticos associados com doença humana e podendo causar graves enfermidades aos profissionais de laboratório. Risco individual elevado e risco coletivo baixo. Ex. Laboratórios para pesquisa de AIDS e tuberculose Níveis de Biossegurança NB-4 – Agentes perigosos/exóticos que causam graves doenças para o homem e representam sério risco para os profissionais de laboratório e para a coletividade. Ex. Laboratórios que trabalham com agentes altamente infecciosos e que se propagam facilmente podendo levar a morte, como o vírus Ebola entre outros. Níveis de Biossegurança NB - 1 Equipamentos de segurança (Barreiras Primárias) EPI: Proteção de face Proteção de olhos Luvas Máscaras Guarda-pó Níveis de Biossegurança NB - 1 Construção (Barreira Secundária) Requerimentos: Localização - não separada Estrutura – construção normal Ventilação - sem Níveis de biossegurança NB - 2 Barreiras primárias EPI: EPI guardados separadamente das roupas comuns Uso de calçados fechados NB - 2 Uso de capelas de segurança (classe II) para trabalhos envolvendo: Grandes volumes contendo o agente infeccioso com possibilidade de formação de aerosóis e respingos Altas concentrações do agente infeccioso NB – 2 Equipamento de segurança Superfícies facilmente laváveis Bancadas inpermeáveis Cabines de segurança biológica Iluminação adequada Descartes de resíduos adequadamente Boas práticas laboratoriais Portas trancáveis Pias e lava-olhos Níveis de Biossegurança NB - 2 Construção Requerimentos Localização – Separada de áreas públicas Estrutura – Construção normal Ventilação direcional Níveis de Biossegurança NB – 2 Práticas especiais Precauções no uso e descarte de materiais pérfuro-cortantes Não quebrar, misturar com outros materiais, embainhar ou reutilizar seringas e agulhas Níveis de Biossegurança NB - 3 EPI NB-1, NB-2 mais Proteção respiratória Níveis de Biossegurança NB - 3 Barreiras secundárias NB-1, NB-2, mais: Prédio separado ou local isolado Porta dupla Fluxo de ar direcional para dentro do laboratório Cabines de segurança para equipamentos geradores de aerosol Portas trancadas Parede, piso e teto impermeáveis e de fácil desinfecção Níveis de Biossegurança NB - 3 Práticas especiais NB-2, mais: Uso de equipamento de contenção de aerosois Prontamente descontaminar respingos e derrames Níveis de Biossegurança NB - 4 Barreiras primárias NB-1, NB-2, NB-3, mais: Cabines de segurança biológica de classe 2 ou 3 para manipular materiais infecciosos Níveis de Biossegurança NB – 4 Barreiras secundárias NB-1, NB-2, NB-3, mais: •Prédio separado •Porta duplas conectadas de maneira que somente uma pode ser aberta de cada vez •Equipamento de exaustão, vácuo e descontaminação •Autoclaves de porta dupla •Portas permanentemente travadas •Paredes, piso e teto selados formando uma célula Níveis de Biossegurança NB – 4 Barreiras secundárias (Continuação) • Efluentes líquidos descontaminados por método eficaz e certificados antes do descarte Sistema de comunicação entre o interior e o exterior do laboratório Princípio da “Célula isolada” ou “Isolamento completo” Níveis de Biossegurança NB – 4 CDC, Atlanta, USA
Compartilhar