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A caminhada empreendedora 039

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homem nu separadamente e simultaneamente em duas posições sobre­
postas, com os braços inscritos em um círculo e em um quadrado. Essa 
obra impressiona não somente pela perfeição plástica, mas também 
pela exata proporção matemática entre as partes do corpo humano. 
Relacionando essa obra ao estudo do empreendedorismo, pode-se 
dizer que o empreendedor se cerca de "espaços". Um espaço mate­
rial - o quadrado - no qual ele precisa saber gerenciar, relacionar-se, 
controlar e atuar sobre o mundo do dinheiro e dos bens materiais. Por 
outro lado, está inserido em um outro espaço - o círculo-, que é mais 
sutil e intangível. Trata-se do espaço do "eu", que envolve autoconheci­
mento, sensibilidade, criatividade, percepção e modelos mentais. Além 
disso, há uma outra divisão de espaços no qual se destacam a razão e 
a sensibilidade.
Assim como no desenho do Homem Vitruviano, para empreender é 
necessário que haja um equilíbrio entre as partes - ou espaços - mate­
riais e sutis, racionais e sentimentais. Um empreendedor muito "qua­
drado" e racional acaba sendo um capitalista selvagem. Focado excessi­
vamente no lucro e na produtividade a qualquer custo, enxerga o outro 
como uma peça de quebra-cabeça do sucesso nos negócios. No entanto, 
de modo oposto, há o empreendedor "redondo", que se mostra muito 
mais sensível, dedicado ao próximo e ao planeta, com ideias novas e 
muitas vezes altruístas, mas que têm pouca aderência ao mundo prático 
e de resultados. Fluindo entre esses dois extremos, há os empreende­
dores que buscam uma mescla entre o "quadrado" e o "círculo", tendo 
por vezes uma inclinação mais para o lado prático e outra para as elo­
cubrações criativas, inovadoras e inusitadas. 
Nota-se que há uma emergente e importante necessidade de relacio­
namento, integração e complementaridade entre esses espaços, o que se 
efetiva de modo complexo, uma vez que tem em seu bojo conhecimentos 
técnicos, gerenciais, autoconhecimento, modelos mentais, criatividade, 
responsabilidade social e ecológica, bem como habilidades interpes­
soais, de gestão de conflitos, intuição, visão sistêmica etc. Em outras 
palavras, é um conjunto complexo de habilidades, capacidades e com­
petências, que exigem muita dedicação, conhecimento e sensibilidade 
do "empreendedor vitruviano". 
Assim como Da Vinci baseou seu desenho nos trabalhos do arquiteto 
romano Marcus Vitruvius Pollio, o desenho do Homem Vitruviano 
fornece base para se tentar representar os diferentes "espaços" que o 
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