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Livro-Texto - Unidade III empreendedorismo unip

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116
Unidade III
Unidade III
5 INTRODUÇÃO
O brasileiro é conhecido como um povo criativo, capaz de pensar em 
soluções engenhosas para as situações em que é exposto. Talvez seja por 
isso que ele também é considerado um empreendedor. Empreendedorismo 
e criatividade não são sinônimos, assim como existem diferenças entre 
criatividade, inovação e empreendedorismo. Uma coisa é ter uma boa 
ideia, outra, é dar uma aplicação útil a ela, e outra, é transformá-la em um 
negócio lucrativo (HASHIMOTO, 2010, p. 133).
É possível encontrar muitas oportunidades de negócios desde que o empreendedor tenha 
“predisposição” e “criatividade”, sem isso ele não localizará seu negócio (DEGEN, 2009, p. 28).
Figura 44 
O empreendedor de sucesso é incansável na observação de negócios que o cercam para identificar 
novas ideias e oportunidades. Ao observar produtos e serviços, o profissional busca entender o negócio 
que está nos bastidores. Ele sabe que à medida que seu conhecimento aumenta, o sucesso com novos 
negócios também o faz.
 Lembrete
Empreendedorismo é a capacidade que uma pessoa tem de identificar 
problemas e oportunidades, desenvolver soluções e investir recursos na 
criação de algo positivo para a sociedade.
117
EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
O conhecimento e a experiência para entender o motivo para alguns negócios terem sucesso 
e outros não são adquiridos com dedicação e esforço do empreendedor que busca sempre novas 
oportunidades de aprender. É possível que para o profissional o conhecimento venha da observação 
ampliada dos seus clientes, fornecedores, colaboradores e concorrentes.
Além do empreendedor conhecer e avaliar os negócios ao seu redor, ele busca compreender o 
produto, o serviço, o comércio, a estratégia competitiva utilizada, os mecanismos de atração e retenção 
de clientes. Com base no conhecimento, o empreendedor constrói a sua visão de futuro e a compara 
com os seus erros e acertos. Como cada negócio é único, o sucesso de um nem sempre garante o de 
outro. São muitas vezes pequenas diferenças que o empreendedor precisa estar atento para acertar 
quando inicia um novo empreendimento.
Uma pessoa não empreendedora, ao passar por uma rua de comércio, nota que existem determinadas 
lojas que sempre estão mais cheias do que outras do mesmo ramo, pode simplesmente pensar que isso 
acontece, pois, a loja mais movimentada tem preços menores, simples assim. Já o empreendedor, que 
vê a mesma cena, provavelmente se fará as seguintes perguntas: qual é o real motivo da diferença de 
movimento entre as lojas? Quais são as estratégias utilizadas pelas lojas com mais movimento? Por que 
as outras lojas não fazem a mesma coisa? Degen (2009, p. 29) diz que a curiosidade de responder a 
perguntas desse tipo forma a essência do empreendedor.
A predisposição faz com que o empreendedor aprenda a observar, identificar, conhecer, avaliar 
negócios e as fórmulas de sucesso e insucesso de cada um.
Mas é com a criatividade que ele começa a associar as observações sobre 
os mais diversos tipos de empreendimento. A criatividade fará com que 
ele visualize adotar a fórmula de sucesso de um negócio em um outro. [...] 
associações criativas que podem transformar uma simples oportunidade de 
negócio em um grande sucesso empresarial (DEGEN, 2009, p. 30).
Diariamente muitos negócios são iniciados e mais da metade irá fracassar em dois anos, serão 
negócios medíocres e fonte de autoemprego. A criatividade e o toque pessoal do empreendedor são 
elementos importantes para o sucesso de um negócio, fazendo com que muitas vezes o negócio seja 
único e diferente dos demais. A diferença positiva em relação aos concorrentes faz com que os clientes 
prefiram o negócio do empreendedor.
Mais do que uma simples fagulha, a criatividade a serviço do desenvolvimento de um negócio é 
fruto de coleta de ideias que tiveram sucesso e as que não tiveram sucesso “[...] é a associação das ideias 
e do aprendizado” (DEGEN, 2009, p. 30).
O empreendedor deve considerar a criatividade como elemento essencial para o desenvolvimento 
de novos projetos, pois com ela é possível atender ao mercado de maneira diferente e mais eficiente.
118
Unidade III
 Observação
Quanto maior for a predisposição do empreendedor em observar e 
compreender negócios, mais ideias irão surgir e maiores serão as chances 
de ser bem-sucedido.
5.1 Definindo criatividade
Criatividade vem do latim creare, que significa capacidade de produzir ou inventar coisas.
Desde os primórdios da humanidade, há indícios de que o homem pré-histórico utilizava a criatividade 
e assim tem sido desde então. Para onde olharmos lá estarão as criações do homem, para o bem e 
infelizmente, para o mau. É quase senso comum que a criatividade é mais restrita a artistas e pessoas 
superdotadas, mas ela é uma característica nativa da humanidade e o seu uso faz parte do cotidiano.
Criatividade e inovação não são a mesma coisa. Criatividade é uma forma de pensar em coisas 
novas, e inovação é transformar processos, produtos e serviços em algo de maior valor para as pessoas. 
A primeira é a base necessária para a inovação. Não há inovação sem criatividade.
O pensamento mais abrangente sobre a criatividade pode nos remeter ao processo mental de geração 
de novas ideias a ser utilizado para diversão, inovação, transformação da sociedade e registro de marco 
no tempo. De maneira mais concreta, a criatividade pode ser empregada para gerar um produto, uma 
música, um livro, um serviço, e muito mais.
Ela pode ser entendida como um processo cognitivo-afetivo ligado ao lampejo criativo e à concepção. 
Tem dentro de si a poderosa força questionadora sobre o universo e as coisas do mundo.
Todo o empreendedor deve desenvolver a criatividade para identificar e resolver as necessidades das 
pessoas. É evidente que não basta haver uma boa ideia para se chegar a um sucesso de um negócio, mas 
com certeza ideias criativas são o princípio de um bom negócio.
Somos bilhões de seres humanos coexistindo e com necessidades similares e específicas ao mesmo 
tempo. A sociedade contemporânea precisa muito de soluções criativas e responsáveis para permitir que 
o progresso e a sua manutenção prossigam e atinja o maior número de pessoas. Criar ideias disruptivas 
que resultem em melhores condições de trabalho, distribuição de riqueza mais justa e com preservação 
do meio ambiente é o grande desafio para o agora.
5.2 Criatividade é mito?
Para Dornelas (2008, p. 37), “talvez um dos maiores mitos a respeito de novas ideias de negócios é 
que elas devam ser únicas”.
119
EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
Uns dizem que criatividade é “coisa de gênios como Einstein”, outros que se trata de um subproduto 
de uma neurose profunda. Ela faz parte do ser humano, mas é um recurso que precisa ser estimulado, 
desenvolvido e melhorado. Entretanto, existem crenças limitantes acerca da criatividade que nos 
impedem de desenvolver o potencial criativo. De fato, ser criativo não é acrescentar algo, mas não 
perder algo que já possuía.
Criatividade é um dom, quem não nasce com ele nunca será criativo. Uma pesquisa feita nos Estados 
Unidos teve por objetivo verificar como o nível de criatividade mudava com a idade. A pesquisa foi 
realizada com crianças de 5, 10 e 15 anos de idade, o resultado mostrou que 98% daquelas com 5 anos 
tinham alta criatividade, na parcela de 10 anos de idade 30% tinham alta criatividade e naquelas com 
15 anos apenas 12% apresentaram alta criatividade.
Já nos adultos, o resultado de testes semelhantes mostrou que 2% mantêm a alta criatividade. 
A pesquisa concluiu que a queda acontece por conta de bloqueios mentais que ocorrem devido a fatores 
emocionais e sociais. Pesquisas recentes indicam que podemos reverter essa situação e recuperar boa 
parte das habilidades criativas.
Ao nos depararmos com uma invenção, é comum pensarmos que é resultado de um momento 
mágico de inspiração. Na realidade, o que acontece é uma preparação prévia para o chamado final. 
Segundoo próprio Einstein, a composição é formada por 99% de transpiração e 1% de inspiração. 
Diversas invenções resultam de contribuições sucessivas de muitas pessoas ao longo do tempo.
Nem sempre a criatividade depende do talento de uma única pessoa. Em muitos casos, as invenções 
são produtos de um time de pessoas com um forte propósito.
Desenvolver o pensamento criativo exige tanto treino quanto um esporte. Um atleta de alta 
performance treina de várias formas diferentes e sob orientação técnica. O cérebro humano precisa de 
um treinamento especial, incluindo períodos de descanso.
As pessoas são criativas em uma determinada área e isso dependerá do perfil intelectual que se 
sobressair de cada um (GARDNER, 1994, p. 57). O autor identifica sete inteligências básicas humanas 
que podem ser observadas. São elas:
• Linguística: habilidade linguística, falada e escrita, incluindo vocabulário, gramática e sintaxe e 
ainda aptidão com línguas estrangeiras. Percepção aguçada para troca de experiências pessoais 
e boa capacidade de memorização.
• Pessoal: habilidade para autoconhecimento em grande profundidade. Percepção de suas próprias 
emoções e entendimento de seu próprio comportamento. Exemplos: atores, psicólogos, psiquiatras 
e escritores.
• Lógica e matemática: habilidade de trabalhar com longas linhas de raciocínio, realizar cálculos 
mentais complexos, lidar com abstrações. Destacam-se em finanças e legislações. Exemplos: 
matemáticos e físicos.
120
Unidade III
• Espacial: habilidade de reconhecer e manipular mentalmente objetos simples e complexos. 
Percepção visual do mundo. Exemplos: arquitetos, escultores, xadrezistas e cientistas.
• Musical: habilidade de reconhecer padrões, notas, sons e ritmos. Facilidade no aprendizado e 
composição musical, incluindo instrumentos e o próprio canto. Outro ponto a ser considerado 
é que podem ser bons ouvintes musicais.
• Interpessoal: habilidade de perceber naturalmente o comportamento de outras pessoas, tais 
como bom e mau humores, alegria e tristeza, motivações e temperamentos. São pessoas admiradas 
pela empatia natural. Exemplos: enfermeiros, terapeutas, médicos e líderes religiosos.
• Corporal e cinestésica: habilidade com o movimento do próprio corpo. Coordenação física de 
movimentos complexos. Uso de ferramentas e tocar instrumentos musicais. Exemplos: dançarinos, 
bailarinas, atletas e atores.
5.3 Atitude criativa
Segundo Lenzi (2009, p. 47), todas as boas ideias são geradas por um processo criativo que envolve 
emoção, e qualquer oportunidade tem origem em uma ideia. É importante cultivar a emoção no processo 
criativo. O autor ainda diz que para aumentar o volume de ideias são recomendados exercícios diários 
com base nas seguintes dicas:
• Esteja constantemente aberto à quebra de paradigmas.
• Guarde o seu mau humor para si.
• Seja uma fonte compartilhada de bom humor.
• Viaje constantemente para lugares diferentes.
• Durante as caminhadas, olhe para cima e verá que existe muito mais do que o chão em que pisa.
• Altere o caminho, não faça sempre a mesma rota.
• Adquira o hábito de caminhar se ainda não o tiver.
• Leia textos totalmente diferentes dos quais está acostumado.
• Assista filmes diferentes dos quais está habituado.
• Inclua a prática de esportes em sua vida.
• Interaja com crianças, veja como elas pensam.
121
EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
• Tenha uma boa noite de sono.
• Se estiver no meio de algum problema e não souber como resolvê-lo, dê um tempo, faça outra 
coisa, e, depois de relaxar, tente novamente.
• Curta o meio ambiente: mar, lagos, rios, montanhas, vales etc.
• Acompanhe o movimento da lua e das estrelas.
• Quebre regras desde que não machuque outras pessoas ou coisas de terceiros.
• Realize trabalho voluntário e se sentirá elevado a outro nível existencial.
• Mostre seus bons hábitos para pessoas ao seu redor.
• Crie suas próprias dicas.
Essas são apenas algumas sugestões, é possível mudar completamente a lista. Elabore uma que faça 
sentido para você e siga-a diariamente, caso contrário ficará para trás.
A fim de sair da teoria e passar à ação, Lenzi (2009, p. 48) sugere as seguintes etapas:
• Olhe para um problema pensando na origem dele.
• Ataque a raiz do problema, e não o efeito.
• Dedique tempo à solução de um problema somente quando tiver sido o responsável por ele.
• Pense em quais são as condições necessárias para ajudá-lo a resolver um problema.
• Envolva pessoas no processo criativo.
• Elabore um plano de ação com várias alternativas.
• Aja!
A ação necessária no processo criativo exige uma série de fatores importante que, quando ligados à 
realidade, pode ser facilitada considerando o seguinte:
• Foque nas necessidades não realizadas e imagine de que forma elas poderiam ser executadas.
• Busque alternativas para os produtos e serviços que já existem.
• Pense como o mercado reagiria a novos produtos ou serviços.
122
Unidade III
• Fique sintonizado com o que acontece em outros mercados para ver se algo pode ser aproveitado 
no seu.
• Aprenda sobre o hábito de vida e de consumo de outras pessoas. A partir desse conhecimento, 
veja quais são as necessidades que ainda não foram plenamente atendidas.
• Tenha o hábito de anotar todas as suas ideias. A memória fica livre para cultivar novas delas e não 
perder as que já teve.
“O empreendedor de sucesso é aquele que não se cansa de observar negócios, na constante procura 
de novas oportunidades, seja no caminho de casa, do trabalho, nas compras, nas férias, seja lendo 
revistas, jornais ou assistindo à televisão” (LENZI, 2009, p. 48).
 Lembrete
A autonomia é valorizada pelo empreendedor para decidir sobre os 
objetivos, as estratégias e o uso de recursos empresariais, incluindo ficar 
atento a novas oportunidades de negócios.
Labarre (2000, p. 222) diz que o potencial das pessoas é limitado somente pela maneira pelas quais 
as escolhas são feitas, como a oportunidade é utilizada, o quanto são persistentes e resilientes. A atitude 
é resultado da liberdade.
 Saiba mais
Para conhecer o estudo que foi realizado focando no conhecimento 
acumulado sobre o fenômeno da criatividade, análise das principais 
tendências e aspectos organizacionais e sua relação com inovação, leia:
TUDDA, L.; SANTOS, A. B. A. Teorias para desenvolvimento da 
criatividade individual e organizacional. Revista Administração em 
Diálogo, v. 13, n. 1, São Paulo, p. 116-133, jan./fev./mar./abr. 2011. Disponível em: 
https://revistas.pucsp.br/rad/article/view/3846/4233. Acesso em: 20 dez. 2019.
5.4 Mente criativa
A conexão de milhares de pessoas que a tecnologia atual proporciona faz com que visões e ideais sejam 
discutidos e passem por uma evolução. Mas não se engane, nesse processo pode acontecer a acomodação 
para apenas uma repaginação do que já existe. O tão bem apregoado benchmark tem sua finalidade específica 
em termos de estratégia competitiva relativa, mas o termo é inimigo da competição absoluta. O desafio é em 
algum momento deixar o mundo da competitividade para entrar no da criatividade.
123
EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
Figura 45 
Pense por um momento o quão difícil é copiar certas pessoas. O que elas têm de tão diferente 
assim? Certamente, elas conseguiram avançar em pontos que outros não chegaram. Empreendedores 
que passam muito tempo só estudando as estatísticas do mercado e como agem os concorrentes não 
criarão nada de novo.
A criatividade é resultado da inquietação, é buscar respostas em diversos lugares, é quebrar 
paradigmas, é criar paradoxos, é saber ouvir e compreender as ideias de outras pessoas. Muitas ideias 
doidas são pontos de partidas para coisas originais e melhores. Manter a mente aberta é um exercício 
de fuga aos nossos romanceados padrões. Tem que ter coragem de abandonar uma ideia boa por 
outra melhor.
Ao passar à vida adulta nos acostumamos a ter respostas prontas e padrões para todo o tipo de assunto. 
Nada nos causa estranheza. Uma pessoa criativa mantém a chamada curiosidade e estranhamento 
sempre acesos. Isso quer dizer que é necessário manter-se capaz de apreciar as novidades como uma 
criança o faz e estranhar coisas que são sempre ditas “normais”.
Muitos indivíduos se preocupam demais em fazer uma coisa esperando algo em troca, criar vai 
além, é ter a liberdade de seguir uma trajetória nova e original sem a influência externa. Muitas práticas 
que estão em nosso cotidiano, em algum dia, no passado, foram estranhas e rejeitadas e depois de 
compreendidas foram incorporadas pela sociedade.
Criar significa entregar-se à ideia, colocar a mão na massa, suar a camisa, enfrentar as 
dificuldades da trajetória. Deixar a postura de crítico de obras alheias é um desafio para iniciar a 
própria trajetória criativa.
Manter a capacidade criativa significa conservar a autoconfiança no próprio talento, principalmente 
nos períodos de cansaço e desânimo. Pessoas criativas são perseverantes acima das dificuldades.
124
Unidade III
 Saiba mais
Com o objetivo de saber como funciona o cérebro das pessoas criativas 
como Leonardo da Vinci, Albert Einstein, Isaac Newton, Michelangelo, veja:
BARRÍA, C. Como funciona o cérebro das pessoas criativas. BBC Mundo, 
2018. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-43148020. 
Acesso em: 12 dez. 2019.
5.5 Bloqueios e desbloqueios da criatividade
5.5.1 Bloqueios
Já que a criatividade está no nosso DNA, qual é o motivo de muitas pessoas sentirem dificuldades 
em criar? Desconsiderando problemas de origem pessoal ou mental, tipicamente, todos estão sujeitos 
a ter três fontes de bloqueios de criação: limitação de percepção, ambientes externos e autobloqueio.
O autobloqueio tem origem em situações que acontecem durante a vida em razão dos processos 
educativos e sociais que são incorporados ao longo do tempo. Infelizmente, a tendência da maioria das 
pessoas é dar mais atenção aos momentos ruins, em especial quando as ideias são diferentes da massa.
Conforme o tempo passa, o comportamento dos cidadãos fica à mercê da voz interna, que, como 
um mecanismo de autodefesa, aprisiona a criatividade e os indivíduos passam a viver dentro dos 
limites impostos pela sociedade. Quanto maior for o desejo de agradar as pessoas, maior será o medo 
das críticas.
Oech (1997, p. 29) ampliou os fatores citados anteriormente para dez tipos de bloqueios mentais que 
impedem as pessoas de criarem. Veja quais são eles na sequência.
• A resposta deve ser a certa: praticamente todo o sistema educacional ocidental busca ensinar 
uma única resposta correta. Mas a vida não tem uma única resposta exata. Existem múltiplas 
soluções para os problemas enfrentados diariamente. Em geral, são necessárias várias respostas 
para resolver um problema de maneira inovadora.
• A lógica: ninguém pode negar que a lógica tem sua importância no processo criativo, principalmente 
na fase final de uma ideia, quando ela está sendo colocada em prática. No entanto, no começo, 
quando se está buscando por uma nova concepção o raciocínio lógico pode atrapalhar. O pensamento 
criativo segue um caminho diferente, metafórico, fantasioso, ambíguo e difuso.
• As normas servem para serem seguidas: normas são importantes, principalmente para a 
manutenção da sociedade, mas no processo criativo algumas regras e padrões devem ser quebrados.
125
EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
• Pragmatismo acima de tudo: o hábito aprisiona as pessoas, o pragmatismo é mais rápido para 
o dia a dia. O processo criativo exige a contemplação do abstrato, requer tempo, a rapidez pode 
reprimir o processo criativo.
• Coisas ambíguas, descarte-as: uma situação ambígua significa que pode haver mais de um 
sentido. A ambiguidade é evitada, pois talvez atrapalhe a comunicação. No entanto, ela ajuda a 
encontrar soluções para problemas em diferentes perspectivas.
• Errar, nem pensar: é certo que há situações nas quais o erro não é permitido, mas na fase inicial 
de uma ideia ele mostra que o padrão está sendo quebrado. A falta de erros reflexivos ocasionais 
inibe a inovação. O fracasso lhe dá a chance de testar uma nova abordagem ao problema.
• Brincar é coisa de criança: os adultos pensam de maneira compartimentalizada e excludente, 
trabalho não se mistura com prazer. Na criatividade, coexiste seriedade e diversão. A diversão 
possibilita testar várias abordagens para um mesmo problema, enquanto a seriedade permite 
separar as ideias e transformá-las em algo útil à sociedade.
• Minha área é outra: muito se ouve que a especialização é necessária para se chegar à excelência. 
No entanto, quando ela é excessiva limita a criatividade. Quanto mais amplo e variado for o 
conhecimento, maior será o manancial de ideias.
• Seja autêntico, e não bobo: o pensamento grupal é um perigo para criatividade. Grupos de 
pessoas, na maioria das vezes, estão mais preocupados em aprovar as ideias dos outros do que as 
suas próprias.
• Eu nunca serei criativo: trata-se de uma crença limitante, é tentar acreditar em algo que não é, 
ou seja, se a pessoa acredita que nunca será criativa, então ela não será.
 Saiba mais
A fim de observar um manual para treinamento em criatividade e 
reciclagem de pessoal detectam-se os bloqueios mentais que inibem as 
atitudes inovadoras e usam-se recursos de humor com o objetivo de estimular 
as pessoas que temem errar, mas caem na rotina. Veja a obra a seguir:
OECH, R. V. Um “toc” na cuca: técnicas para quem quer ter mais 
criatividade na vida. São Paulo: Cultura, 1997.
A percepção humana é limitada pelo modo como o cérebro funciona, o que pode nos impedir de 
enxergar o mundo de maneira inovadora. O processamento de informações que ele realiza é explicado 
por Schultz (1993, p. 59) da seguinte forma:
126
Unidade III
Considerando que a grande quantidade de sensações presentes no ambiente 
que cerca as pessoas são maiores que as capacidades delas de processá-las, 
somente são selecionadas as coisas mais importantes e as que não são ignoradas. 
Dessa forma, a faixa de percepção é limitada. Como a fragmentação que as 
pessoas coletam diariamente, é utilizado um sistema chamado transformação e 
categorização. Isso quer dizer que as visões, sons, e outras sensações percebidas 
são transformadas em conceitos que são armazenados na memória. [...] por 
meio das categorias é possível prosseguir na classificação e armazenamento da 
informação. [...] com apenas alguns conceitos e categorias é possível armazenar 
grande quantidade de dados e informações na mente. O sistema de categorização 
permite a pessoas operar no próprio ambiente, com toda a sua complexidade.
Naturalmente, o novo é diferente dos padrões estabelecidos leva mais tempo para ser aceito por 
especialistas. Segundo Mariano e Mayer (2011, p. 99), o cérebro humano tem um sistema no qual 
as informações que entram estabelecem uma sequência de atividades mentais. Os dados chegam 
constantemente desde a infância por meio dos cinco sentidos (visão, tato, olfato, audição e paladar) e 
vão dando forma ao mundo. Com o passar do tempo, essa sequência de atividades percorre um caminho 
mental para o julgamento das diferentes situações da vida.
Os padrões mentais são importantes, pois encurtam caminho para a tomada de decisões. A energia 
mental gasta para analisar cada informação é menor à medida que os mesmos padrões são reconhecidos. 
A percepção é o processo de estabelecimento e uso desses padrões (MARIANO; MAYER, 2011, p. 102).
A percepção é de extrema importância, pois para as pessoas que veem o mundo ao redor por meio 
de padrões é possível solucionar a maior parte das situações corriqueiras. E justamente por isso a 
criatividade fica em segundo plano. O cérebro está treinado para ver aquilo que está preparado para 
observar. Existe um caminho dominante do pensamento, que, de um lado, ajuda a transitar com mais 
tranquilidade pelo mar de estímulos e informações e, por outro, dificulta a tarefa de criar conexões 
mentais e enxergar situações antigas de forma inovadora. Como ele está preso a padrõesé necessário o 
uso de exercícios mentais estruturados para ativar a criatividade.
Vejamos, por exemplo, que como nosso cérebro está acostumado a padrões, é possível lermos o texto 
a seguir:
3M UM D14 D3 V3R40, 3574 N4 PR414, 0853RV4ND0 DU45 CR14NC45 8R1NC4ND0 N4 
4R314. 3L45 7R484LH4V4M MU170 C0N57RU1ND0 UM C4573L0 D3 4R314, C0M 70RR35, 
P4554R3L45 3 P4554G3NS 1N73RN45. QU4ND0 3575V4M QU453 4C484ND0, V310 UM4 
0ND4 3 D357RU1U 7UD0, R3DU21ND0 0 C4573L0 4 UM M0N73 D3 4R314 3 35PUM4.
As pessoas normalmente acreditam no que veem. Mas o que veem é real ou uma construção do 
cérebro? Cada pessoa enxerga de uma maneira ou todas o fazem igual? O mesmo indivíduo pode visualizar 
coisas diferentes em momentos distintos? De que forma, a mente humana lida com a realidade? Essas 
perguntas são curiosas e de certo modo nos fazem pensar em como perceber o ambiente em volta, 
como os dados são armazenados na mente e como eles são utilizados posteriormente.
127
EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
Do ponto de vista fisiológico, a percepção é um processo que envolve os 
estímulos elétricos evocados pelos órgãos dos sentidos. Designa o ato pelo 
qual tomamos conhecimento de um objeto do meio exterior. Do ponto de 
vista psicológico ou cognitivo, engloba também os aspectos próprios de cada 
indivíduo, tais como o raciocínio, a memória e qualquer outro que possa 
influenciar na apreensão daquilo que observamos (GRIMALDI, 2013, p. 2).
Ainda, segundo o autor (2013, p. 2), os artistas têm há muito tempo utilizado da habilidade de usar 
a propensão de cérebro em fazer suposições, causando nos expectadores a ideia de enxergar algo que 
realmente não está lá.
Todos os órgãos sensoriais humanos: gustação, visão, tato, olfato e audição podem ser enganados, 
criando uma confusão nos sentidos e alterando o entendimento do que está sendo observado. É claro 
que nem todas as percepções são ilusórias, mas o cérebro, ao se deparar com uma situação ambígua, 
fica tentando achar o que é certo e o que é errado. O que consta a seguir, um cálice ou duas pessoas?
Figura 46 – Vaso de Rubin
Veja mais uma forma de enganar o cérebro. Mantenha a atenção na figura da sequência e diga em 
voz alta o nome das cores, e não o que está escrito.
Figura 47 – Palavras coloridas
128
Unidade III
O que aconteceu? Gerou o conflito cerebral, pois o hemisfério esquerdo, que é responsável pela 
leitura, articulação das palavras e atribuição de símbolos tenta realizar as funções para as quais está 
preparado; por outro lado o hemisfério direito, que é encarregado pela associação de padrões e figuras, 
busca ligar apenas as cores, no entanto não consegue porque o outro hemisfério está atrapalhando.
Agora deixe os olhos relaxados e olhe a próxima figura.
Figura 48 – Ilusão de ótica – Cubo Escher
O que aconteceu? O coração ficou maior? O cérebro funciona de modo realista, já o inconsciente é cognitivo.
Deixe os olhos novamente relaxados e observe a figura a seguir.
Figura 49 – Ilusão de ótica – Grade
O que ocorreu? A imagem central parece se movimentar? A ilusão é causada pelo fenômeno 
“persistência da retina”.
129
EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
Segundo Mariano e Mayer (2011, p. 63), a criatividade necessita de um ambiente favorável para 
chegar ao potencial máximo. Ambientes muito restritivos podem inibir as pessoas de expressar a sua 
criatividade. Em alguns ambientes, tipicamente, empresariais, educacionais, familiares ou outros grupos 
sociais, a pressão para que a pessoas se encaixe em um determinado padrão é muito forte. Desvios de 
padrão de comportamentos são muitas vezes punidos pois os grupos ficam temerosos e desconfiados 
de perder o equilíbrio conquistado pelo grupo.
5.5.2 Desbloqueios
A criatividade sofre tantos bloqueios que é necessário investir tempo, esforço e trabalho intenso 
para encontrar e desenvolver uma nova ideia. Se a pessoa tem a necessidade de criar, mas está 
“bloqueada”, Mariano e Mayer (2011, p. 65) recomendam a prática de atividades cerebrais que auxiliem 
o desenvolvimento do pensamento criativo. O cérebro necessita de informações variadas, estímulos, 
humor, emoção e de um ambiente apropriado para chegar em sua melhor forma.
Há a possibilidade de praticarmos atividades que nos ajudam a desobstruir o cérebro.
Em busca de metáforas
Metáforas são excelentes para ajudar a pensar sobre uma situação de forma diferente. Procure 
metáforas em diferentes lugares. Encontre aquelas que falem sobre coisas da vida em um poema; uma 
música; um filme.
Por exemplo: aquela menina é uma flor.
Páginas matinais
Tenha um bloco de notas ao lado de sua cama. Todas as manhãs, ao acordar, escreva o que vier à 
sua cabeça. Qualquer coisa. “Ah, como eu gostaria de continuar na cama”. Não censure o que escrever. 
Com o passar do tempo, a recuperação criativa acontece.
 Saiba mais
Para uma observação mais precisa acerca de fatores que bloqueiam a 
criatividade, leia o seguinte artigo.
SANTOS, A. et al. Análise dos fatores de bloqueio à criatividade 
no Projeto de Extensão Universitária Chiquitos. FAE, Curitiba, v. 15, 
n. 2, p. 84-103, jul./dez. 2012. Disponível em: https://revistafae.fae.edu/
revistafae/article/viewFile/197/125. Acesso em: 20 dez. 2019.
130
Unidade III
5.6 Criatividade em negócios
Alguns dos componentes para o sucesso e a sobrevivência das empresas são a flexibilidade e a rapidez 
com que nos adaptamos ao futuro. O empreendedor tem que manter a mente aberta e independente a 
fim de responder com muita imaginação aos novos desafios. E, como poderá ser visto a seguir, as peças 
possibilitam o desenvolvimento da criatividade de maneira flexível e rápida.
Figura 50 
5.6.1 Elementos para a criatividade profissional
O grande desafio será como o empreendedor manterá a criatividade no cotidiano de uma organização 
que opera com práticas gerenciais de manutenção de sistemas. A tendência das empresas é matar a 
criatividade, pois apesar de os gestores acreditarem no potencial de novas ideias para os negócios, o 
ambiente empresarial é concebido para manter os padrões em funcionamento.
O empreendedor que tiver uma visão mais estreita sobre a criatividade pode acreditar que ela só 
depende do pensamento criativo, mas isso é apenas uma das partes da criatividade. Na visão de Amabile 
(1998, p. 34), o profissional para ser criativo necessita de três componentes:
• Pensamento criativo: corresponde à flexibilidade e imaginação com a qual o empreendedor irá 
abordar os problemas. O profissional pode ter bastante conhecimento técnico sobre a sua área, 
mas se o pensamento for muito rígido o seu potencial de inovação será inibido.
• Expertise: está relacionada aos conhecimentos técnicos, intelectuais e processuais. É a capacitação 
que a pessoa tem para explorar e resolver problemas.
• Motivação: é a paixão interna do empreendedor em solucionar problemas. Ela determina a ação 
das pessoas, sem motivação a expertise nem será utilizada para criar algo. Pessoas com grande 
potencial à criatividade, se não encontrarem motivação no ambiente de trabalho, provavelmente 
darão vazão a ela em outro ambiente.
131
EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
Amabile (1998) conclui que é importante investir na expertise dos profissionais, no treinamento para 
o pensamento criativo e desenvolver ações motivacionais a fim de produzir resultados.
 Saiba mais
Conforme pesquisa, vejamos a seguir as empresas mais criativas em 
gestão do Brasil:
AYRES, M. As 10 empresas mais criativas em gestão do Brasil. Exame, 
2012. Disponível em: https://exame.abril.com.br/negocios/as-10-empresas-
mais-criativas-em-gestao-do-brasil/. Acesso em: 20 dez. 2019.
5.6.2 Gerenciamento da criatividade
Mariano e Mayer (2011, p. 69) dizem que o empreendedor que desejar influenciar a criatividade 
empresarial deve pensar nas seguintes categorias: desafio, liberdade, tempo, recursos, espaço físico, 
características da equipe, liderança, clima interno, punição de erros, suporte organizacional e hierarquia 
enxuta. Cada categoriaé detalhada a seguir:
Desafio
Pessoas devem ser alocadas em projetos ou posições compatíveis com suas habilidades e interesses, 
onde tenham a chance de aplicar e ampliar sua expertise e seu potencial criativo no desenvolvimento 
de um trabalho que seja considerado relevante e desafiador.
Liberdade
Indivíduos serão mais criativos se tiverem liberdade e autonomia para decidir como irão abordar 
um determinado problema. O controle excessivo e a determinação das atividades a serem realizadas 
inibem a criatividade. O líder deve fomentar e permitir práticas que envolvam curiosidade e paixão. 
Um ambiente criativo envolve níveis hierárquicos, controles reduzidos e processos rotineiros quebrados.
No entanto, profissionais de alto desempenho precisam de objetivos claros, relevantes e estáveis 
para que possam desenvolver o máximo da sua capacidade. A competição dentro do grupo é ruim, mas a 
existência de um inimigo em comum estimula a criatividade. Ideias inovadoras são estimuladas quando 
os profissionais possuem clareza sobre os objetivos empresariais e os desafios a serem vencidos.
Tempo
A pressão de tempo pode ser benéfica em algumas situações, mas os empreendedores devem ter em 
mente que é necessário abrir espaços para exploração de alternativas e períodos de incubação, quando 
a mente dos profissionais possui a chance de devanear e atingir novos patamares criativos.
132
Unidade III
Recursos
Empreendedores devem analisar cuidadosamente a necessidade de recursos financeiros e de pessoal 
para a realização de um projeto. É preciso compreender que recursos “ideais” nem sempre aumentam a 
criatividade, mas uma grande restrição deles pode bloquear e trazer desânimo para a equipe.
Espaço físico
A atmosfera de um local é percebida pelos sentidos do tato (calor, frio), olfato, audição e visão. 
Um espaço que permite a fluidez da criatividade nem sempre é o mais bonito e bem decorado, mas 
aquele no qual as pessoas se sentem bem-vindas, confortáveis e à vontade. Locais de encontro e reuniões 
que permitam a troca livre de experiências e de ideias são fundamentais. Cabe ao líder empreendedor a 
transformação do ambiente de trabalho em um espaço mais humano, interessante e divertido.
Características da equipe
Uma equipe de trabalho deve ser cuidadosamente montada. Diversidade é sempre desejável: em 
termos de expertise, visão de mundo e de raciocínio criativo. A reunião de pessoas com diferentes 
estilos em geral aumenta a taxa de geração de ideias de um grupo. Além disso, trabalhar com pessoas 
interessantes afeta a motivação dos profissionais, que se sentem estimulados intelectualmente.
Liderança
O potencial criativo dos profissionais está atrelado à liderança à qual estão submetidos. “[...] o carisma dos 
líderes, em um cenário dotado de entusiasmo contagioso, liberdade de se expressar e agir, desperta a curiosidade 
intelectual e promove a criatividade profissional” (MARIANO; MAYER, 2011, p. 69). O líder tem a responsabilidade 
e o poder de influenciar, proteger, orientar e treinar a equipe criativa. Portanto, um empreendedor deve 
desenvolver seu próprio potencial criativo e suas habilidades como líder, sempre investindo na capacidade 
criativa de sua equipe. A liderança empreendedora é responsável por alimentar um clima favorável para a 
multiplicação e troca de informações em todos os níveis, permitindo a circulação das ideias geradas.
Punição de erros
A liberdade de expressão também é fundamental para o desenvolvimento da criatividade. A fim de 
criar coisas realmente inovadoras, as pessoas precisarão buscar novas experiências e enfrentar riscos. 
No processo de desenvolvimento de um novo produto ou serviço, o erro pode ser uma lição, uma 
informação valiosa sobre o que se deve tentar em seguida. Em equipes criativas, todos os resultados, 
inclusive os erros, precisam ser considerados como experiências para o aprendizado. Só́ assim é 
possível avançar.
Clima interno
A motivação para criar está profundamente relacionada ao clima organizacional, pois a inovação 
exige espaço para a expressão livre e segura de novas ideias, em um local onde a confiança predomine. 
133
EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
O clima organizacional afeta também a comunicação, a resolução de problemas, a administração de 
conflitos, o aprendizado e a satisfação dos profissionais. É necessário que exista um forte espírito 
de comunidade na empresa, para que a parceria e a camaradagem sejam disseminadas. As pessoas 
atuarão mais comprometidas umas com as outras e estarão dispostas a ajudar, emprestar seus recursos, 
mesmo quando os problemas transcendam suas respectivas áreas de atuação.
Suporte organizacional
Para o desenvolvimento da criatividade, a liderança empreendedora deve desenvolver sistemas 
e processos apropriados, além de enfatizar valores que mostrem que os esforços criativos são a 
prioridade da organização. A capacidade inovadora é estimulada quando a burocracia não atrapalha 
a espontaneidade “[...] as regras tradicionais de avaliação de desempenho podem prejudicar as equipes 
criativas, desencorajando-as. É necessário que sejam desenvolvidos sistemas de avaliação personalizados 
a fim de encorajar e reconhecer a inovação” (MARIANO; MAYER, 2011, p. 69).
Hierarquia enxuta
Em nossa corrida diária tendemos a menosprezar alguns aspectos importantes para o 
desenvolvimento de uma organização inovadora. Falamos em inovação, precisamos de inovação, 
mas nos comportamos ainda como os operários das antigas fábricas da Revolução Industrial. “[...] 
a criatividade exige lugar para emoção, encorajamento, expressão livre, e segurança para assumir 
riscos. Ela requer organização, liderança e trabalho em equipe. A criatividade exige inconformismo e 
trabalho persistente” (MARIANO; MAYER, 2011, p. 69).
Exemplo de aplicação
Diagnóstico empresarial de criatividade: escolha uma empresa que você possa ter acesso a dados, 
pode ser da internet. Pesquise o seu histórico da empresa e verifique qual é a sua percepção sobre 
a instituição desenvolver as seguintes categorias: desafio, liberdade, tempo, recursos, espaço físico, 
características da equipe, liderança, clima interno, punição de erros, suporte organizacional e hierarquia 
enxuta. Anote os pontos fortes e fracos e pense em como poderiam ser melhorados.
 Saiba mais
Como gerenciar a tensão criativa gerada entre o aspecto analítico e 
racional da empresa e o seu aspecto dinâmico e inovador? O estrategista 
de marketing Bern Schmitt e a escritora Laura Brown apresentam um plano 
geral para a implementação de um modelo criativo de organização e as 
ferramentas específicas para um trabalho criativo na obra a seguir.
SCHMITT, B. H.; BROWN, L. Gerenciamento criativo. São Paulo: Nobel, 2004.
134
Unidade III
6 CRIATIVIDADE COMO UM PROCESSO
Quando falamos em criatividade muitas histórias místicas podem surgir. O momento “eureca” é 
bem valorizado, mas na verdade a criação é um fenômeno complexo que não acontece em um único 
momento, é um processo que ocorre ao longo do tempo. Diversos fatores podem influenciar o processo 
de criação, tais como, pressão por resultados, cansaço, estresse e falta de resiliência.
 Observação
Eureca! Essa é uma exclamação utilizada para dizer que “encontrei a 
solução” ou “descobri a solução”. Essa interjeição é atribuída ao matemático 
grego Arquimedes de Siracusa.
O processo criativo envolve quatro grandes etapas:
• Preparação: é quando um indivíduo se depara com uma situação-problema e parte para a busca 
de conhecimento para pensar em possíveis soluções.
• Incubação: é quando a mente da pessoa inicia o processo de compreensão das informações 
recebidas e estabelece a conexão entre dados, fatos e ocorrências.
• Iluminação: é quando o todo começa a tomar forma e a fazer sentido e a ideia surge com clareza.
• Avaliação: quando a ideia é colocada à prova. Pode ser que sejam necessários ajustes ou mesmo 
descarte conceitos.
Segundo Mariano e Mayer (2011), o processo criativo deve envolver alternadamentedois tipos de pensamento:
• Divergente: subjetivo, fantasioso, aventureiro, afetivo.
• Convergente: H. Schmitt e Laura Brown – prático, lógico, objetivo, linear.
A exploração das ideias deve ser desprovida de julgamento e ser feita desde a definição do problema 
até o teste de campo. É óbvio que é mais fácil escrever, já que as pessoas foram treinadas por um longo 
período a dar mais importância para a razão e lógica, bem como respostas rápidas e automatizadas. “[...] 
imaginar e sonhar são partes fundamentais do processo criativo” (MARIANO; MAYER, 2011).
Uma coisa importante deve ser dita para os empreendedores que tentarem sistematizar o processo 
de criação. Criação é um processo não linear, cheio de curvas e desvios, portanto quaisquer modelos 
serão apenas aproximações de como o método criativo realmente se desenvolve.
135
EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
Exemplo de aplicação
Quebra do pensamento linear
Imagine que você tem quatro pedaços de corrente e deseja juntá-los a fim de formar um anel. Para 
isso, será possível abrir e fechar os elos da corrente. Executá-lo com cada elo irá lhe custar R$ 100,00, 
mas você só possui R$ 300,00. Como fazer o anel com o dinheiro disponível?
Figura 51 – Desafio da corrente
Quebra do pensamento linear
Resolução: a maioria das pessoas pensa em abrir um elo na ponta de cada corrente e ligá-los para 
formar o anel, o que resultará em R$ 400,00, mas só há R$ 300,00. Outros indivíduos serão mais criativos e 
pensarão em abrir os três elos de uma das correntes, o que resultará em um gasto de R$ 300,00 e a entrega 
do anel. A primeira pessoa seguiu o pensamento linear e a segunda pensou diferente e obteve resultado.
Figura 52 – Solução do desafio da corrente
136
Unidade III
6.1 Etapas da criação
Conforme visto anteriormente, o processo criativo se dá em quatro etapas: preparação, incubação, 
iluminação e avaliação. A fim de compreender melhor cada uma dessas fases, será apresentado a seguir 
o detalhamento de cada uma delas.
6.1.1 Preparação
Mariano e Mayer (2011, p. 23) dizem que há três importantes momentos na fase de preparação:
Formulação do problema
A formulação do problema proporciona o direcionamento do pensamento, conduz a atenção em 
determinadas questões e guia a busca pelas informações. A definição errônea do problema ou ver por 
uma perspectiva limitada pode induzir ao erro ou reduzir a capacidade de inovação.
A natureza e a estrutura do problema podem induzir a conclusões apressadas, sem uma 
reflexão mais aprofundada resultando em erro. A seguir apresentaremos um exemplo de como 
uma informação manipulada pode induzir ao erro.
Quadro 19 – Informações manipuladas
Pessoa A Pessoa B
Iniciou-se cedo no estudo das artes. Gostava imensamente 
de cães, ouvia música clássica com regularidade, reunia-se 
com crianças e gente do povo. Entusiasmava os que ouviam 
H. Schmitt e Laura Brown para a obra de soerguimento 
nacional, tendo sido então perseguido e preso. Quando no 
governo, reorganizou as finanças, abriu modernas estradas, 
tornou o país grande potência na época. Em seu testamento 
proclamou: “Somente o amor e a lealdade para com o meu 
povo é que me guiaram em todos os pensamentos e ações 
na vida”
Teve juventude desmandada e perdulária. Esquivo e 
impopular, dava-se bem com os invasores de sua terra. 
Convivia com famoso vagabundo [...]. Enchia os dedos de 
anéis, até fazê-los desaparecer totalmente. Ao contrário de 
seu professor, nunca chegou a aprender a escrever direito. 
Seus textos estão cheios de repetições e contradições
Adaptado de: Barreto (2006, p. 285).
E, então, quem são as pessoas mencionadas? O indivíduo A é Hitler (ditador) enquanto o B é 
Aristóteles (filósofo). Esse é um exemplo de como a manipulação da informação leva a suposições falsas 
e consequentemente impede o encontro da melhor solução.
Buscar informações
A fim de obter uma perspectiva mais ampla sobre um determinado problema, a mente humana 
necessita de diversidade de informações. As fontes de dados podem ser diversas, por exemplo, clientes, 
funcionários, fornecedores, entre outros. Ao ouvir tais fontes de informação é necessário manter a 
mente aberta, sem censura, sem autocensura e registrar todas as sugestões e impressões das fontes. 
Nesse momento o cérebro necessita de substância para que estabeleça novas conexões mentais.
137
EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
Explorar alternativas
Nessa fase o problema deve ser pensado de forma divergente, deixando o maior número de ideias 
aflorar, sem preconceito. Cada uma delas, por mais estranha que seja, pode servir como ponto de apoio 
a outra melhor. Várias técnicas para geração de ideias e desbloqueio criativos têm espaço.
Momentos de frustação
Os momentos de frustação que antecedem a etapa de preparação têm origem na busca intensa 
da mente por uma pergunta ainda sem resposta. Muitas pessoas que trabalham com criatividade 
diariamente aceitam que os períodos de angústia fazem parte do processo criativo e exigirão superação.
Dificuldade de preparação
É comum surgirem problemas na fase de preparação, por exemplo: chegar a conclusões 
precipitadamente sem ter visão mais ampla do problema, sofrer influência da visão de outras pessoas, 
deixando de investigar abordagens alternativas ao problema, acreditar em fatos convenientes, confiar 
cegamente nas informações disponíveis, improvisar, demonstrar excesso de confiança, propor soluções 
simples e pouco inovadoras, adotar o pensamento de grupo, fugir dos períodos de ansiedade e frustação 
que fazem parte do processo criativo.
Incubação
Trata-se do momento de deixar o problema assentar e descansar. É quando a mente absorve toda a 
informação, o consciente dá lugar ao subconsciente. Segundo Coleman, Kaufman e Ray (2001), a mente 
subconsciente é mais rica intelectualmente do que a consciente, já que dispõe de mais dados. Ela inclui 
sentimentos profundos e as ricas fantasias que são a base nos sentidos e intuições.
Arejar a mente
Deixar a mente arejar é ficar mais receptivo à mente inconsciente. Atualmente, o tempo livre das 
pessoas foi invadido pelos dispositivos móveis. O hábito de simplesmente passear sem se preocupar está 
cada vez mais raro. É importante abrir espaço para a mente descansar, viajar, ficar em devaneio.
Dificuldade na incubação
Vários problemas podem surgir na fase da incubação, os principais são: muito esforço sem pausa para 
o descanso, não deixar a mente arejar, excesso de ocupação e falta de tempo livre para a geração de ideias.
6.1.2 Iluminação
Trata-se do momento “eureca!”, resultado da imersão profunda no problema e a incubação. 
A sensação de que a resposta surgiu do nada e todo o resto passam a fazer sentido. Essa situação 
carrega uma sensação de prazer e alegria, aumentando a autoconfiança.
138
Unidade III
Mariano e Mayer (2011, p. 66) apresentam um exemplo bastante pragmático sobre devaneio e 
iluminação relacionando o game Pac-Man e a descoberta do vírus da aids. O exemplo mostra como 
a mente é capaz de fazer associações novas e não usuais entre conceitos, avançando na direção de 
soluções realmente inovador.
O jogo Pac-Man foi produzido pela empresa Atari no início dos anos 1980 
e logo tornou-se um dos jogos eletrônicos mais populares do mundo. 
Sua lógica é a seguinte: o jogador é uma bola amarela, com uma boca que 
abre e fecha, e passeia em um labirinto cheio de pastilhas, sendo perseguido 
por 4 fantasmas coloridos. O objetivo do jogador é comer todas as pastilhas 
da tela, sem que um dos fantasmas o alcance primeiro. À medida que o 
jogador vai “comendo pastilhas” a dificuldade do jogo aumenta, exigindo 
mais inteligência e velocidade.
Pois é, o joguinho Pac-Man foi uma das estrelas centrais do filme E a 
vida continua (em inglês: And the band played on), dirigido por Roger 
Spottiswoode em 1993. Esse filme se passa na Califórnia (Estados Unidos 
da América), nos anos 1980, e tem como pano de fundo o contexto 
histórico em que o vírus da aids foi descoberto. Em umadas cenas mais 
importantes, um cientista, especialista em doenças transmissíveis como o 
ebola e a hepatite, inquieta-se com o quadro dos pacientes de uma nova 
e pouco conhecida doença: a aids. Ele havia tentado explicar o fenômeno, 
a causa e as consequências da doença a partir de várias hipóteses, sem 
sucesso. Após semanas de estudo, o cientista continuava intrigado com 
o comportamento do novo vírus. Até que um dia ele teve um “estalo” 
quando, distraidamente, na sala de cafezinho do instituto, jogava o jogo 
Pac-Man. Ele associou o comportamento “comedor” do Pac-Man com o 
comportamento das células T, que defendem o organismo de vírus que 
causam doenças. Ele pensou: o vírus está comendo as células T. Este 
“estalo” permitiu ao cientista formular novas hipóteses, que se tornaram 
fundamentais para compreender a dinâmica da doença (MARIANO; 
MAYER, 2011, p. 73).
Um problema comum nessa etapa é o registro de ideias. Muitas vezes elas surgem em locais inusitados, 
no meio do trânsito, do banho, de uma seção de cinema, e aí o que fazer? Sugere-se que tenha papéis e 
canetas espalhados para tomar notas, o celular também é bastante útil e prático; se não anotar quando 
o pensamento aparece muitos detalhes serão perdidos.
6.1.3 Avaliação
Muitas vezes são geradas várias ideias e todas elas devem ser submetidas a um processo de 
avaliação para que apenas a que for validada seja transformada em ação. Uma forma de realizar o 
processo é por meio do funil para triagem de ideias. O conceito é simples, todas elas serão colocadas 
em uma espécie de funil formado por vários filtros, cada um deles retém as ideias que não atenderem 
139
EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
aos requisitos até que apenas uma seja validada. Não existe um padrão para os filtros, cada situação 
exigirá um tipo e quantidades diferentes. Veja a seguir a representação.
Filtros para triagem das ideias
Viabilidade técnica
Viabilidade econômica
Aceitabilidade dos clientes
Vulnerabilidades
?
?
? ??
?
?
??
? ?
?
?
?
?
?
?
?
?
? ? ?? ?
?
?
? ? ?? ?
Ideia vencedora
Figura 53 – Filtro para triagem de ideias
Na fase de avaliação é comum acontecerem problemas do tipo: negligenciar um procedimento 
sistemático ao fazer a escolha de uma das ideias geradas, errar na escolha de filtros de triagem, 
apaixonar-se por uma das ideias e assumir uma posição tendenciosa a favor dela.
Exemplo de aplicação
Uma das coisas mais importantes para a Disney como negócio é a criatividade. Lá o tema é levado 
muito a sério. O próprio Walt Disney estabeleceu o processo de criatividade e sempre que ia a uma 
reunião para discutir um lançamento assumia algum desses três papéis: o sonhador, o realista e o crítico.
Reflita sobre como você, empreendedor, poderia assumir essas três personas.
 Observação
Sonhador é aquele que pensa em alternativas e vislumbra o objetivo 
sendo alcançado. O realista organiza e sistematiza as informações sobre a 
ideia e planeja. Já o crítico, questiona tudo sobre a ideia, principalmente 
as dificuldades e riscos de sua implantação. Caso ela não passe por essa 
etapa, o ciclo recomeçará, caberá ao sonhador pensar em mudanças 
criativas para o pensamento original.
140
Unidade III
 Saiba mais
A criatividade envolve um procedimento, que inclui tanto o 
processo cognitivo do indivíduo quanto os de projeto, de comunicação 
e compartilhamento de conhecimentos. Leia o artigo a seguir para 
mais informações:
ZAVADIL, P.; SILVA, R. P.; TSCHIMMEL, K. Modelo teórico do pensamento 
e processo criativo em indivíduos e grupos de design. Design & Tecnologia, 
Rio Grande do Sul, v. 12, 2016. Disponível em: https://www.ufrgs.br/det/
index.php/det/article/view/380/177. Acesso em: 20 dez. 2019.
6.2 Roteiros criativos
Certos negócios têm na sua estratégia a criatividade. A criatividade nessas empresas não é vista 
de maneira eventual, mas como um processo intenso e contínuo. Para melhorar o desempenho das 
pessoas ou dos grupos de indivíduos responsáveis pela criação, existem ferramentas conhecidas como 
“roteiros criativos” que utilizam metodologias estruturadas para identificação e avaliação de problemas 
que podem ser associados aos processos criativos.
Existem vários métodos estruturados para sistematizar a criatividade em larga escala, os dois mais 
utilizados são: DO IT e Simplex.
Olson (1986) propôs o método DO IT, que consiste em pensar em quatro etapas:
• Defina o problema: pergunte várias vezes sobre a razão do problema existir. Foque nele, e não 
nos sintomas. Busque a raiz do problema. Delimite as fronteiras do problema. Divida-o em partes 
menores se ele for muito grande. Busque a síntese do problema.
• Olhe diferente: trabalhe na geração de novas ideias para resolver o problema. Nessa etapa, não 
cabe o uso de senso crítico nem julgamentos, apenas gere o maior número possível de ideias.
• Identifique a solução mais adequada: submeta todas as ideias geradas na etapa anterior ao 
filtro de triagem. Certifique-se que de que ele foi escolhido adequadamente.
• Transforme: elabore o plano de ação para materializar a ideia.
Já o método Simplex, proposto por Basadur (1994, p. 84), bem mais complexo que o DO IT, é 
composto de um ciclo de oito etapas: procura do problema, procura de fatos, especificação do 
problema, geração de ideias, triagem de ideias, plano de ação, venda da ideia e ação. A seguir será 
detalhada cada uma delas.
141
EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
Procura do problema
Identificar o problema certo a ser resolvido pode ser uma das partes mais complicadas do processo 
criativo. Busque o que precisa ser resolvido, onde há problemas existem oportunidades de melhorias. 
Pense em quais serão os obstáculos para resolvê-lo. Tente imaginar como seria o futuro sem aquele 
problema. Ele não necessita ser completamente detalhado nessa etapa, é só um esboço.
Procura de fatos
Nesta etapa busque a maior quantidade de informações sobre os obstáculos relacionados na 
etapa anterior. O objetivo aqui é aprofundar o conhecimento: como problemas semelhantes foram 
resolvidos, quem já conseguiu resolver os problemas semelhantes? Haverá mudança de hábitos? Haverá 
mudança cultural? Qual é a opinião de especialistas da área? Já existe tecnologia para solucionar o 
problema? Não trabalhe com suposições, somente fatos.
Especificação do problema
Nessa etapa o seu conhecimento sobre o problema e os obstáculos deve estar bastante sólido. 
É o momento de formular com bastante clareza e objetividade o problema.
Geração de ideias
Nesse estágio o maior número de ideias deve ser gerado. Existem várias técnicas para tal finalidade, 
que serão apresentadas adiante.
Triagem de ideias
Nesse estágio, todas as ideias geradas na etapa anterior devem ser avaliadas. Recomenda-se o uso 
do funil de triagem. Apenas uma ideia deve ser aprovada.
Plano de ação
Com a ideia aprovada é necessário elaborar o planejamento de como ela será desenvolvida. O plano 
de ação pode ser substituído pelo plano de negócios para ideias mais complexas.
Venda da ideia
Esse é o momento do início da “venda” das ideias para os stakeholders. A forma de apresentar a ideia 
também pode ser criativa. O momento é de conquistar aliados e parceiros.
Ação
Após ter exaustivamente passado por todas as etapas anteriores é o momento da ação. É a hora de 
colocar a ideia em prática. Aqui é comum surgirem novos problemas. Tenha persistência.
142
Unidade III
 Saiba mais
Para aprender mais sobre o processo de produção da criação de vídeos 
de forma simples, leia:
MARTINHO, J. D. P. Edição e visualização criativa de vídeo. 2009. 
Dissertação (Mestrado em Engenharia Informática) – Universidade de 
Lisboa, Lisboa, 2009.
6.3 Mantenha a cuca saudável
A criatividade não necessariamente precisa estar nas grandes descobertas e invenções. Ela pode 
estar no cotidiano das pessoas e nas coisas mais simples. Imagine um cozinheiro, ao preparar um prato 
capixaba, resolver acrescentar algum tempero italiano. Pode ser que fique excelente ou não.Mas a 
experiência foi realizada, foi fruto de uma inspiração. E um professor que descobre um jeito novo de dar 
aulas no qual os alunos ficam mais engajados. E um marceneiro que descobre um jeito novo de produzir 
com menos desperdício de material.
A criatividade pode estar em: um novo jeito de organizar o seu tempo, pintar as paredes de onde 
mora, escrever poemas, desenhar o rosto de pessoas, tirar fotos, um novo jeito de fazer amigos. Muitas 
são as possibilidades, e com certeza o exercício da criatividade ajudará a manter a sua cuca saudável.
Infelizmente, a sensação de correria, em especial nos grandes centros urbanos, tira o tempo para o 
devaneio e a experimentação. Esses são fatores que podem bloquear a imaginação.
O estresse é considerado um dos grandes males do século. A internet e os dispositivos móveis são 
excelentes em vários aspectos, porém é inegável que as pessoas se tornam mais disponíveis e é inevitável 
que as interrupções da atividade que a pessoa estiver envolvida seja interrompida por mais vezes.
O excesso de trabalho causado pelo estresse pode reduzir em 33% os níveis de sais minerais no 
corpo humano. Além disso, o estresse reduz o nível do DHEA, conhecido como hormônio da juventude 
(GOLDMAN, 1999, p. 46).
Ainda, segundo Goldman (1999, p. 46), manter a mente ativa e afastá-la do estresse é uma excelente 
forma de conservá-la afiada e jovem. O autor sugere alguns exercícios para estimular as áreas do cérebro 
que estão “dormentes”. No início elas são mais difíceis de serem realizadas, mas com a persistência ficam 
mais fáceis e tornarão os seus pensamentos mais fluidos. Um benefício adicional é estar mais bem 
preparado para situações desafiadoras.
Comece se desafiando a utilizar a mão que você normalmente não usa no dia a dia, por exemplo, 
escrever, abrir portas, usar o celular, escovar os dentes. Se o celular é o seu principal meio de obter 
informações experimente obter notícias em um jornal de papel. Cruzadinhas sempre é um desafio. 
143
EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
Experimente fazer uma pintura com as mãos, pode ser com caneta, lápis de cor, tinta, guache. O cubo 
mágico é excelente para desenvolver habilidades espaciais. Leia algum livro que não tenha absolutamente 
nada a ver com você. Escute gêneros musicais desconhecidos.
 Saiba mais
Ouvimos dizer muitas vezes que a memória diminui com a idade, assim 
como outras funções cognitivas – por exemplo, o raciocínio. Mas, calma, há 
esperança. Existem maneiras de “religar” nosso cérebro. Vejam no link a seguir:
8 MANEIRAS de melhorar a capacidade do seu cérebro. BBC, 2018. 
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-45320135. 
Acesso em: 20 dez. 2019.
6.4 Ferramentas para estimular a criatividade
O pensamento criativo (lateral ou divergente) nos ajuda a evitar o raciocínio padronizado, e as técnicas 
nos dão ferramentas para encontrar soluções originais e luminosas para problemas e oportunidades 
(MARIANO; MAYER, 2011, p. 128).
Quando o objetivo for agregar valor ao cliente nos produtos ou serviços existentes, o pensamento 
lógico, disciplinado e programado é mais efetivo do que o pensamento criativo. Felizmente, muitas 
ferramentas para geração de ideias podem conciliar as duas formas. As ferramentas que serão 
apresentadas na sequência têm grande utilidade no dia a dia do empreendedor.
 Observação
Pensamento lateral é definido quando se tem um ponto de vista 
diferente do padrão.
Muitas das ferramentas podem ser combinadas ao longo do roteiro criativo. Algumas delas 
são melhores na etapa de geração de ideias, outras na etapa de avaliação de ideias, então é 
importante buscar dominar a maior quantidade de instrumentos e escolhê-los conforme a etapa do 
desenvolvimento de ideias. Certamente, a aplicação das ferramentas exigirá treino e prática. Algumas 
das mais utilizadas são:
Matriz de reenquadramento
Este método consiste em olhar problemas de diversos ângulos. Ele permite assumirmos papéis 
distintos para enxergar o mesmo problema. Coloque o item a ser analisado no centro de uma folha de 
papel. Anote ao redor do problema diferentes tipos de pessoas ou de profissões. Imagine como cada uma 
144
Unidade III
delas enxergaria a situação. Quais seriam os pontos mais e menos importantes para elas. Quais tipos de 
perguntas os indivíduos fariam sobre o problema?
Problema
Visão dos 
colaboradores
Visão do 
 empreendedor
Visão do 
administrador
Visão do 
concorrente
Visão 
do cliente
Visão do 
fornecedor
Figura 54 – Matriz de reenquadramento
Brainstorming
Essa ferramenta é muito popular e simples de ser utilizada em grupo. É bastante versátil, pois permite 
trabalhar em conjunto para a criação de ideias novas ou melhorias. O objetivo aqui é quebrar paradigmas, 
por esse motivo deve ser pedido para os participantes contribuírem com as ideias mais descabidas possíveis 
e sem a preocupação com censura ou julgamento. Nenhum participante pode dizer que não consegue 
ter uma ideia. As coisas mais malucas podem servir de pontes para outras melhores. Quanto maior for o 
número de ideias propostas pelo grupo, melhor. Os conceitos que vão surgindo podem ser combinados.
Figura 55 
145
EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
A seção pode iniciar com piadas, desenhos animados, brincadeiras para descontrair a mente. Há a 
possibilidade de introdução de elementos adicionais na seção: tais como, sons, objetos, aromas e luzes.
Deve existir um mediador no grupo que definirá claramente o problema a ser solucionado e os 
objetivos a serem atingidos. Ele precisa manter a seção dentro da finalidade definida. A seção deve 
ter um tempo para iniciar e terminar. O mediador necessita também observar todos os participantes e 
equilibrar os mais animados com os mais reservados.
As linhas de pensamentos têm de ser curtas e alternadas com outras linhas. A ideias que surgem 
devem ser anotadas em um quadro grande para que todos tenham visão ampla do que está acontecendo. 
Não é recomendado que a seção seja gravada para evitar a inibição dos participantes.
Construção de artefato
Essa ferramenta serve para estimular a imaginação, ultrapassar obstáculos enfrentados no processo 
criativo. Ela pode ser utilizada como abertura de uma seção de brainstorming. Será necessária uma 
certa quantidade de sucata (caixas de papelão, papel amassado, pedaços de madeira, barbante, cola, 
arame, pedaços de metais, pedras etc.). Toda a sucata deverá estar misturada e em um dos cantos da sala 
no qual será realizada a atividade. Os participantes precisam ser divididos em pequenos grupos. Cada 
grupo necessitará construir algum tipo de artefato (escultura – tridimensional) com a sucata disponível. 
A escultura representa o problema em análise. Os artefatos devem ser expostos em diferentes locais da 
sala quando os grupos finalizarem a montagem. O mediador deve conduzir todos os participantes para 
verem a “exposição”. Cada grupo deve explicar aos demais o processo de construção do seu artefato, com 
muitos detalhes, dificuldades, sentimentos e ideias. Ao término da visitação, todos devem iniciar a seção de 
brainstorming e aproveitar o momento de superação das dificuldades para gerar ideias sobre o problema.
Figura 56 – Pássaro feito de lixo
146
Unidade III
Reverso
Essa é uma técnica interessante e prática a fim de pensar em melhorias aos produtos e serviços 
existentes. Seu objetivo é encontrar problemas aparentemente óbvios, mas que passam despercebidos 
no cotidiano da empresa. A técnica consiste em fazer perguntas completamente ao contrário do que 
deveria ser feito corretamente. Por exemplo: “Como reduzir a satisfação dos clientes; não atender o 
telefonema dos clientes e não retornar suas ligações; ter pessoas sem conhecimento sobre os produtos 
para atender; ter equipe mal-educada; dar conselhos errados etc.” (MARIANO; MAYER, 2011, p. 129).
Scamper
Essa ferramenta serve para criar produtos novos a partir de outros já existentes. Ela foi proposta 
inicialmente por Alex Faickney Osborn,em 1953, e posteriormente desenvolvida por Bob Eberle, em 
1971, e publicada no livro Scamper: games for imagination development. A técnica consiste em gerar 
uma lista de palavras para servir de linha guia para a geração de ideias.
• Substituir: componentes, pessoas, materiais etc.
• Combinar: misture, combine com outras coisas, integre etc.
• Adaptar: altere, mude a função, use parte de outro elemento etc.
• Modificar: mude a forma, modifique os atributos (cor) etc.
• Permitir outro uso: encontre novos usos etc.
• Eliminar: remova elementos, simplifique, reduza à função principal etc.
• Revirar: vire de fora para dentro, de cima para baixo, use o reverso.
 Saiba mais
Leia na sequência o artigo que tem como objetivo identificar a utilização 
da técnica criativa Scamper na geração de ideias por meio de uma revisão 
estruturada de literatura com base no método SYSMAP. O Scamper é 
particularmente uma técnica que possibilita um olhar distinto do habitual 
e pode ser usada para redefinir um processo ou produto.
FIGUEIRA, F. L. et al. Técnica de geração de ideias scamper: revisão 
estruturada de conteúdo. CONGRESO INTERNACIONAL DE CONOCIMIENTO 
E INNOVACIÓN, 8., 2018, Guadalajara. Anais […]. Guadalajara: Ciki, 2018. 
Disponível em: http://proceeding.ciki.ufsc.br/index.php/ciki/article/
view/476/301. Acesso em: 13 dez. 2019.
147
EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
Estímulos aleatórios
Essa ferramenta serve para destravar a mente em momentos de bloqueio. O objetivo é estimular 
o pensamento lateral. Comece sorteando uma palavra qualquer de um livro. Ela servirá de ponto de 
partida para iniciar um brainstorming e buscar novas perspectivas para o problema. Deve-se procurar 
quebrar paradigmas durante o procedimento. Nome de coisas tangíveis tendem a proporcionar melhores 
resultados pela concretude de visualização.
Provocação
Essa ferramenta foi desenvolvida por Edward de Bono para estimular o pensamento lateral, ela pode 
ser utilizada para investigar novos mercados e oportunidades de negócio.
O uso consiste em elaborar afirmações estúpidas e chocantes, por exemplo: copos não 
deveriam ter fundo, a espuma de sabonetes azuis deveria ser azul também, clientes dos cinemas 
não deveriam pagar pelas pipocas se levassem os seus próprios baldes. Essas provocações devem 
ser lançadas no início de uma seção de brainstorming. Em seguida, as seguintes perguntas 
precisam ser respondidas: Quais seriam os benefícios causados pelas afirmações? Como tornar 
as afirmações factíveis? Quais seriam os benefícios para os clientes?
 Saiba mais
Edward de Bono é um dos pioneiros do treinamento cerebral. Em 1967, 
ele inventou a mundialmente famosa técnica de pensamento lateral. Ele é 
um defensor do ensino direto do pensamento como uma habilidade.
Acesse o site dele para informações adicionais:
https://www.edwddebono.com/
Mapas mentais
Essa ferramenta procura representar de forma bastante detalhada o relacionamento conceitual que 
existe entre informações que normalmente estão fragmentadas. Ela serve para gerar e organizar ideias, 
dando-lhes forma e contexto. É possível estabelecer a relação causa-efeito.
Comece escrevendo no centro de uma folha de papel uma palavra que represente o assunto que 
irá desenvolver. Ligue a essa palavra central todas as outras que pensa estarem relacionadas a ela. 
Continue expandindo o mapa, adicionando novos tópicos. Ele pode ter várias possibilidades. É um 
trabalho evolutivo.
148
Unidade III
Mapas 
mentais
Compartilhar
Equipe
Redes sociais
Ideias
Metas
Planejamento
Colaboração
Produtividade
Benefícios
Colaboração
Efetividade
Simples
Projetos
Intuitivo
Visão geral
Pensamentos
Inovação
Figura 57 – Exemplo de mapa mental
Seis chapéus
Essa técnica também foi desenvolvida por Edward de Bono e serve para olhar um problema sob 
diferentes perspectivas. São utilizados seis chapéus com diferentes estilos de pensamento.
Azul Branco Amarelo Preto Vermelho Verde
Controle
Utilizado pelo 
facilitador 
para controlar 
e organizar o 
processo
Benefícios
Buscar de 
forma otimista 
o valor da 
situação, os 
benefícios
Sentimentos
Emoções 
positivas e 
negativas 
relacionadas à 
situação
Fatos
Relatar 
os fatos e 
informações 
relacionadas 
à situação; 
neutro e 
objetivo
Críticas
Cuidado, 
pessimismo, o 
advogado do 
diabo
Ideias
Momento de 
criatividade 
de sugestões, 
opções e 
alternativas
Figura 58 – Seis chapéus e suas características
Como funciona a ferramenta? Imagine quatro pessoas olhando para uma casa, cada uma delas em 
um lado diferente. Cada uma terá uma visão específica. Se todas forem juntas e caminharem em volta 
da casa, todas terão a mesma visão. Ou seja, todas estariam utilizando o mesmo chapéu para discutir 
sobre um problema. É uma questão de foco coletivo.
Exemplo de aplicação
Teste seu pensamento lateral
A figura na sequência faz alusão ao pensamento lateral. O desafio de solucionar o labirinto incentiva 
a pessoa a revisitar constantemente as premissas assumidas a cada nova rota escolhida.
149
EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
Figura 59 
Tente resolver os exercícios a seguir.
1. Um pintor de paredes faz a pintura do 17º andar de um prédio e repentinamente escorrega 
e cai. Ele está sem o cinto de segurança. Com a queda, apesar de rápida, ele não sofreu 
nenhuma lesão. Explique.
2. A polícia recebeu uma denúncia e invadiu uma casa para prender um suposto criminoso. A polícia 
não tem a descrição do homem, apenas sabem que o nome dele é Diego. A polícia encontrou no 
interior da casa quatro pessoas com as seguintes profissões: bombeiro, marcenaria, motorista 
e escultor. Os policiais prendem o bombeiro, sem hesitação. Como eles sabem que o bombeiro 
é o criminoso?
3. Os 50º e 63º presidentes de Uganda tinham a mesma mãe e o mesmo pai, mas não eram 
irmãos. Explique.
4. Um morador do polo norte olha para a janela de sua casa e vê um urso. Qual é a cor do urso?
5. Uma mulher totalmente fantasiada de preto, sem nenhuma parte do corpo aparecendo, está no 
meio de uma rua asfaltada, todas as casas também são totalmente pontadas de preto. O céu está 
encoberto e a iluminação está apagada. Um carro totalmente preto o com os faróis desligados 
avança sobre a mulher, mas o motorista desvia a tempo de não atropelar a mulher. Explique.
6. Um adolescente colocou um copo d’água no alto de um armário e o copo caiu e nenhuma água 
foi derramada. Explique.
E aí? Conseguiu? Confira as suas respostas a seguir.
1. O pintor de paredes faz a pintura interna do 17º andar.
2. Das quatro pessoas que estavam na casa, o bombeiro é o único homem.
3. Os dois presidentes são a mesma pessoa.
150
Unidade III
4. O urso é branco, não existem outras cores de urso no polo norte.
5. É dia.
6. O copo d’água é diferente de copo com água.
 Resumo
Esta unidade tratou da criatividade aplicada ao empreendedorismo. 
Evidenciamos que ambos não são sinônimos, assim como existem diferenças 
entre criatividade, inovação e empreendedorismo. Uma coisa é ter uma boa 
ideia, outra é dar uma aplicação útil a ela, e outra é transformá-la em um 
negócio lucrativo.
Vimos que o empreendedor de sucesso é incansável na observação 
de negócios que o cercam para identificar novas ideias e oportunidades. 
Ao visualizar produtos e serviços, o profissional deve buscar entender o 
negócio que está nos bastidores.
Apesar de serem parecidas, estudamos vários aspectos que distinguem 
criatividade de inovação. Sucintamente, criatividade é uma forma de 
pensar em coisas novas, e inovação é transformar processos, produtos e 
serviços em algo de maior valor para as pessoas. A criatividade é a base 
necessária para a inovação. Não há inovação sem criatividade.
É fundamental que todo o empreendedor desenvolva a criatividade 
para identificar e resolver as necessidades das pessoas. Evidentemente, não 
basta ter uma boa ideia para se chegar a um sucesso de um negócio, mas 
com certeza conceitos criativos são o princípio de um bom negócio.
Há a percepçãode que a conexão de milhares de pessoas que a tecnologia 
atual proporciona faz com que visões e ideais sejam discutidos e passem 
por uma evolução, mas não se engane, nesse processo pode acontecer a 
acomodação para apenas uma repaginação do que já existe. O desafio é 
em algum momento deixar o mundo da competitividade para entrar no 
mundo da criatividade.
Observamos que a percepção humana é limitada pelo modo como 
o cérebro funciona, o que pode impedir-nos de enxergá-lo de maneira 
inovadora. Além disso, o aumento da pressão por “coisas novas” pode 
causar o autobloqueio, que estudos mais aprofundados dizem ter sua 
origem em situações que acontecem ao longo da vida. Isso se dá muito em 
151
EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
função dos processos educativos e sociais que são incorporados ao longo 
do tempo. A criatividade sofre possui tantas obstruções que é necessário 
investir tempo, esforço e trabalho intenso para encontrar e desenvolver 
uma nova ideia. A prática de atividades cerebrais ajuda a auxiliar muito 
no desbloqueio e no desenvolvimento do pensamento criativo.
Como estudado, o grande desafio está em como o empreendedor 
mantém a criatividade no cotidiano de uma organização que opera com 
práticas gerenciais de manutenção de sistemas.
 Exercícios
Questão 1. (FCC 2014, adaptada) O processo de levantamento de informações para entendimento 
de algum tipo de problema, ou para encontrar uma solução pode ser um trabalho mais difícil quando 
se utilizam técnicas formais de entrevistas e reuniões em grupo. A utilização de técnicas informais pode 
ser um caminho mais fácil para coletar informações preciosas sobre um determinado problema, pois 
não existe a pressão do formalismo, que pode inibir a criatividade. Esta técnica informal utilizada em 
reuniões empresariais é o brainstorming, que:
A) Realiza entrevistas individuais.
B) Abrevia e interpreta as ideias apresentadas pelos participantes no ato em que elas são anotadas.
C) Limita o número de ideias colocadas por participante.
D) Seleciona as ideias no mesmo momento em que elas são apresentadas pelos participantes.
E) Estimula as ideias criativas e, muitas vezes, exóticas por parte dos participantes.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: o brainstorming é um processo coletivo.
B, C e D) Alternativas incorretas.
Justificativa: no brainstorming, em um primeiro momento, as ideias são apresentadas pelos 
participantes sem qualquer filtro, limitação, oposição ou seleção. Em um segundo período, elas são 
agrupadas e filtradas.
152
Unidade III
E) Alternativa correta.
Justificativa: no brainstorming, em um primeiro momento, todas as ideias são acolhidas, mesmo 
que sejam exóticas ou destoantes do padrão. Isso é feito para estimular a inovação e a criatividade 
e evitar que os participantes fiquem inibidos. Apenas em uma segunda oportunidade as ideias serão 
selecionadas.
Questão 2. Leia o texto a seguir, extraído de uma entrevista com Brad Hokanson, professor da 
Universidade de Minnesota da disciplina “Solução criativa de problemas”.
Pesquisas mostram que a criatividade é parte das habilidades mentais. Todo mundo a usa na 
hora de resolver problemas que encontramos no dia a dia. A gente só não reconhece isso como 
criatividade. Nós não devemos pensar que não somos criativos só porque não estamos produzindo arte 
ou inventando alguma coisa como Einstein. Na verdade, somos bem inventivos e criativos em muitas 
coisas. Por isso, devemos reconhecer a criatividade e trabalhá-la. [...] Criatividade se adquire com prática. 
Uma das características da criatividade é que ela difere do normal, da rotina. Ou seja, temos que ser 
corajosos para propor coisas novas, seja vestindo meias diferentes, ou comendo de uma forma inusitada. 
Às vezes, nos sentimos limitados pela sociedade, sejam colegas de trabalho com regras rígidas ou uma 
família muito tradicional, mas todos devem estar abertos a resolver problemas de forma diferente dentro 
do seu próprio contexto. [...] Uma das formas de aumentar nosso potencial criativo é nos expondo a 
ambientes, coisas e pessoas diferentes. Algumas pesquisas mostram que nossas memórias e experiências 
em lugares diferentes podem nos ajudar a resolver os problemas de onde vivemos.
Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Neurociencia/noticia/2014/10/criatividade-se-adquire-com-pratica.html. 
Acesso em: 19 nov. 2019 (adaptado).
Considerando as informações desse texto, avalie as afirmações a seguir.
I – Um mito (incorreto) sobre a criatividade é que ela é restrita a pessoas com dons artísticos, 
científicos ou geniais.
II – Para se estimular a criatividade, é necessário ter disposição para quebrar normas, ousar e expor-se 
ao erro.
III – O processo criativo passa pela identificação de problemas, formulação de alternativas e avaliação 
de qual das alternativas será transformada em ação.
É correto o que se afirma em:
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) I e III, apenas.
153
EMPREENDEDORISMO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: existe um mito incorreto de que a criatividade é um talento de pessoas excepcionais, 
mas ela é uma habilidade humana de encontrar soluções para problemas, exercida, inclusive, no 
dia a dia.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: a atitude criativa exige que sejam questionados padrões preexistentes e se aceite que 
muitas tentativas podem resultar em erro. Para ser criativo, é importante quebrar a rotina e questionar 
as regras.
III – Afirmativa correta.
Justificativa: ainda que as soluções criativas fujam de padrões preexistentes, existem processos 
regulares de achar soluções criativas para os problemas. Esses roteiros criativos podem ser resumidos em 
etapas de identificação de problemas, formulação de alternativas e avaliação de qual das alternativas 
será transformada em ação.

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