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Aula 4 -Materno - Gestação de risco

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NMCA 01/09/2017
Profª Juliana Marchesi 1
Gestação de risco
Nutrição materna, da criança e do adolescente
Profª Juliana Marchesi
Universidade Paulista – Ribeirão Preto
Curso de Nutrição Sumário 
• Gestação de risco
• Gestante adolescente
• Síndromes Hipertensivas da Gravidez – Distúrbio hipertensivo específico da 
gestação
• Diabetes gestacional
• Ganho excessivo de peso durante a gestação
• AIDS
• Anemia
Gestação na 
adolescência 
Gestação na adolescência 
Riscos associados à 
gravidez precoce -
prematuridade, baixo peso ao 
nascer, anemia, distúrbio 
hipertensivo específico da 
gestação e complicações do 
parto (desproporção 
cefalopélvica)
Imaturidade 
biológica
Antigamente
NMCA 01/09/2017
Profª Juliana Marchesi 2
Gestação na adolescência 
Fatores ambientais 
desfavoráveis
Determinantes das 
principais complicações 
da gestação na 
adolescência
Atualmente 
Anemia
Deficiências nutricionais
Desnutrição
Tabagismo
Escolaridade
Instabilidade emocional marital e familiar
Gestação na adolescência 
• Fertilidade completa – dois anos após a menarca – fase
onde o crescimento, apesar de lento, ainda está
presente
Geralmente:
• O crescimento físico e a maturação sexual das
adolescentes não se completam antes de 4 anos pós-
menarca.
Na maioria das
vezes:
Gravidez no início da vida reprodutiva  alto risco obstétrico  com
base no suposto estado de imaturidade biológica da jovem mãe para
atingir o termo (40ª semana gestacional)
Gestação na adolescência 
Idade materna x Idade ginecológica = conceitos diferentes
• Idade ginecológica – definida como o intervalo de tempo entre a menarca e a 
idade materna na concepção
São conceitos empregados para determinar o grau de maturidade física e poderiam estar 
relacionados com os resultados obstétricos, porém, é um parâmetro físico de valor ainda 
discutível.
Idade óssea – em geral, medida confiável de idade biológica, mas contraindicada (exposição a 
exames radiológicos)
Gestantes adolescentes = idade ginecológica < 2 anos e/ou idade cronológica ≤ 14 anos, são 
consideradas de maior risco.
Gestação na adolescência 
OMS (2005) aponta como principais problemas de saúde e nutrição das
adolescentes:
• Hábitos alimentares inadequados
• Deficiência de micronutrientes (ferro, vitamina A, ácido fólico,
vitamina B6, vitamina C, iodo, cálcio, zinco, magnésio)
NMCA 01/09/2017
Profª Juliana Marchesi 3
Gestação na adolescência 
Comportamento alimentar das jovens grávidas  influências múltiplas,
como:
• Fatores socioculturais – cultura do corpo esbelto, associada a dieta
inadequada, podendo chegar a anorexia e bulimia;
• Contexto familiar – relacionamento com o pai da criança e atitudes
dos próprios pais diante da gravidez;
• Fatores psicológicos – depressão, isolamento, anorexia e bulimia,
ansiedade, medo e insegurança, rejeição da gravidez;
• Fatores econômicos – dieta inadequada quantitativa e
qualitativamente devido a dificuldades financeiras da família.
Gestação na adolescência 
Gravidez na adolescência
Risco nutricional
• Estágio de rápido processo de crescimento e desenvolvimento
• Maior necessidade de nutrientes para suportar o crescimento e
desenvolvimento fetal
Requer intervenção precoce e contínua
Síndrome 
Hipertensiva da 
Gravidez
Síndromes Hipertensivas da Gravidez
De acordo com a OMS:
• Prevalência mundial de mortalidade materna é de 400 por 100.000
nascidos vivos
• A cada ano – 99% das 529.000 mortes maternas e 98% das 5,7
milhões de mortes perinatais – ocorrem nos países em
desenvolvimento
NMCA 01/09/2017
Profª Juliana Marchesi 4
Síndromes Hipertensivas da Gravidez
Fatores de risco
• Constituição física – maior incidência de SHG em gestantes obesas, de baixa estatura e
brevelíneas, com tendência ao tipo constitucional cushingoide
• História pessoal ou familiar – mulheres com história de hipertensão há mais de 4 anos
ou em gestação prévia e de doença renal, ou com história familiar de PE
• Fatores mesológicos – influência da estação do ano – em SP maior incidência de
eclampsia entre julho e agosto – épocas mais frias
• Associações mórbidas – maior incidência em portadoras de DM, com proteinúria,
hipertensão arterial crônica, nefropatia hipertensiva, resistência a insulina, sobrepeso e
obesidade
• Idade materna – em primigestas e em mulheres com idade > 40 anos e adolescentes
com idade < 16 anos
• Hereditariedade – fator genético – história familiar
• Raça/etnia -  risco em negras, hindus, árabese judias iraquianas
Síndromes Hipertensivas da Gravidez
Fatores de risco
• Nutrição – dieta com baixo teor de proteína e cálcio associada a maior
prevalência de SHG
• Escolaridade e atividade profissional – menor escolaridade e trabalho fora do
domicílio
• Grupo sanguíneo – grupo AB
• Paridade – primigestas e nulíparas
• Gestação múltipla -  risco
• Polidramnia – comum nos caso de gestação múltipla, diabetes
Classificação da Hipertensão Arterial na gestação
Distúrbio hipertensivo específico da gestação (DHEG): É o aumento da pressão arterial que se 
manifesta apenas na gravidez.
Hipertensão gestacional: PA ≥ 140 x 90mmHg diagnosticada pela 1ª vez na gestação, ausência 
de proteinúria, retorno aos níveis tencionais normais até 12 semanas após o parto.
Pré-eclâmpsia: PA ≥ 140 x 90mmHg diagnosticada após 20 semanas de gestação associada a 
proteinúria ≥ 0,3g/24h.
Hipertensão Arterial Crônica: PA ≥ 140 x 90mmHg diagnosticada antes da gestação ou antes de 
20 semanas de gestação não-atribuída a doença trofoblástica gestacional ou PA ≥ 140 x 
90mmHg diagnosticada após 20 semanas de gestação que persiste após 12 semanas de pós-
parto.
Classificação da Hipertensão Arterial na gestação
Eclampsia: presença de convulsão, que não pode ser atribuída a
outras causas, em mulheres com pré-eclâmpsia.
Pré-eclampsia sobreposta: surgimento de proteinúria ≥ 0,3g/24h em 
paciente hipertensa que não apresentava proteinúria antes de 20 semanas 
de gestação ou aumento importante da proteinúria, da PA ou plaquetas < 
100.000/mm3 em gestante hipertensa com proteinúria presente antes de 
20 semanas de gestação.
NMCA 01/09/2017
Profª Juliana Marchesi 5
Síndromes Hipertensivas da Gravidez
• edemaImportante: 
• Fisiológico (gradual)
• Patológico (repentino)Edema
• sintoma diferencial da HACProteinúria
Síndromes Hipertensivas da Gravidez
Frequentemente:
Último trimestre da gravidez
Associado a tonturas, cefaleia, distúrbios visuais, dores no 
abdome superior, vômitos, edema da face e das mãos.
Síndromes Hipertensivas da Gravidez
Causas
• Não esclarecidas;
• Suspeita-se: produção excessiva de hormônios placentários e supra-
renais, além de desequilíbrio de substâncias vasodilatadoras
(Progesterona e óxido nítrico) e vasoconstritoras (endotelina e fator
ativador de plaquetas).
Síndromes Hipertensivas da Gravidez
Constrição 
vascular
Menor 
irrigação 
sanguínea 
para os rins
Menor 
intensidade de 
filtração 
glomerular
Consequências 
graves 
MÃE/FETO 
(convulsões e 
morte fetal)
Quadro da DHEG
NMCA 01/09/2017
Profª Juliana Marchesi 6
Síndromes Hipertensivas da Gravidez
DHEG: Prognóstico materno-fetal
• Piores resultados de acordo com a gravidade;
• Parto com idade gestacional inferior a 34 semanas;
• Crescimento intra-uterino restrito;
• Admissão em UTI neonatal;
• Peso ao nascimento inferior a 2500g;
• Síndrome da angústia respiratória;
• Necessidade de ventilação assistida.
Síndromes Hipertensivas da Gravidez
Síndrome HELLP
• Quadro clínico ao agravamento da PE
• Caracterizado por hemólise (H), elevação das enzimas hepáticas (EL),
plaquetopenia (LP)
• Tríade conceitual – quando completa é chamada por HELLP
• Indicadores isolados – HELLP parcial
• Sinais de extrema gravidade:insuficiência cardíaca congestiva,
hepatomegalia dolorosa, icterícia, cianose, diurese inferior a 500
ml/24h
Síndromes Hipertensivas da Gravidez
• Principais complicações:
• Descolamento prematuro da placenta
• Insuficiência renal
• Coagulopatia grave
• Choque e alterações neurológicas
Síndrome 
HELLP
Diabetes Gestacional
NMCA 01/09/2017
Profª Juliana Marchesi 7
Diabetes Mellitus Gestacional (DMG)
Definição:
Intolerância aos carboidratos, de graus variados de intensidade,
diagnosticada pela primeira vez durante a gestação, e que pode ou
não persistir após o parto.
Prevalência: 
• Entre 3 e 25% das gestações
Diabetes Gestacional (DMG)
FATORES DE RISCO
• Idade superior a 25 anos;
• Obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual;
• Deposição central excessiva de gordura corporal;
• História familiar de diabetes em parentes de 1º grau;
• Baixa estatura (≤ 1,51m);
• Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na 
gravidez atual;
• Antecedentes obstétricos de morte fetal ou neonatal, de macrossomia ou 
de diabetes gestacional
Diabetes Gestacional (DMG)
ETIOLOGIA
 Gestação: estado hiperinsulinêmico, caracterizado pela diminuição
da sensibilidade a insulina
 Explicação parcial: ação de hormônios diabetogênicos (progesterona,
cortisol, prolactina e hormônio lactogênico placentário).
• Diminuição mais acentuada da sensibilidade periférica à insulina e secreção
diminuída da mesma;
• Níveisglicêmicos de jejum na gestante = normal
• Níveis glicêmicos pós-prandial = altos, devido ao aumento inadequado da liberação
de insulina.
Diabetes Gestacional (DMG)
• Comprometimento fetal:
Hiperglicemia materna
Feto
Hiperglicemia fetal
Produção exagerada de Insulina
Homeostase comprometida
Macrossomia fetal (GIG);
Aumento das taxas de cesárea;
Traumas dos canais do parto;
Distocia do ombro;
Hipoglicemia;
hiperbilirrubinemia;
Hipocalcemia e policitemia fetais;
Distúrbios respiratórios neonatais;
Óbito fetal intrauterino.
NMCA 01/09/2017
Profª Juliana Marchesi 8
Distocia do ombroDistocia do ombro Macrossomia fetal relacionada ao DMGMacrossomia fetal relacionada ao DMG
Diagnóstico do DMG
• Exames laboratoriais solicitados:
• Glicemia de jejum
• Teste oral de tolerância a glicose (TTOG – 75 g)
• Glicemia casual
• Critérios laboratoriais recomendados para o diagnóstico de DM
• Sintomas de diabetes – poliuria, polidipsia, polifagia ou perda de peso inexplicada + 
glicemia casual ≥ 200 mg/dl
OU
• Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dl
OU
• Glicemia de 2 horas ≥ 200 mg/dl no teste de tolerância a glicose
Diagnóstico do DMG
NMCA 01/09/2017
Profª Juliana Marchesi 9
Tratamento do DMG
• Tratamento inicial  orientação alimentar que possibilite ganho de peso adequado e
controle metabólico
• VCT da dieta  pode ser feito de acordo com o índice de massa corporal (IMC), na
frequência e intensidade de exercícios físicos, no padrão de crescimento fetal e visando
ao ganho de peso adequado em torno de 300 a 400 g por semana, a partir do segundo
trimestre de gravidez.
• O VCT prescrito deve ter:
• 40 a 45% de carboidratos
• 15 a 20% de proteínas
• 30 a 40% de gorduras
• É possível utilizar adoçantes artificiais (aspartame, sacarina, acessulfame-K e sucralose)
com moderação
Diretrizes SBD (2015-2016)
Ganho excessivo de peso durante a gestação
Ganho excessivo de peso durante a gestação
Gestação  está incluída na lista dos fatores clássicos desencadeantes da obesidade. 
Início ou manutenção da obesidade nesta fase está associado a inúmeros riscos maternos e 
fetais. 
Numa gestação normal  o ganho de peso ocorre devido a aumento de tecidos maternos e 
dos produtos da concepção
Ganho excessivo de peso durante a gestação
2/3 das mulheres ganham mais peso que o recomendado, o que leva a complicações
durante a gestação, além de contribuir para a retenção de peso pós-parto e, assim,
para o desenvolvimento da obesidade e suas complicações ao longo da vida
NMCA 01/09/2017
Profª Juliana Marchesi 10
Ganho excessivo de peso durante a gestação
Efeitos da obesidade na gestação
A incidência de 
DG em gestantes 
obesas é 3 vezes 
maior que na 
população geral
Grávidas 
eutróficas
aumento 
fisiológico da 
resistência a 
insulina
Grávidas 
obesas  essa 
característica 
fisiológica ocorre 
de forma 
exacerbada, 
favorecendo o 
desenvolviment
o de DG
Prevalência de 
DM 2 pré-
gestacional é 
maior nessa 
população
O peso materno é 
um fator de risco 
independente para 
pré-eclâmpsia, assim 
evidências 
comprovam que o 
risco de pré-
eclâmpsia dobra a 
cada aumento de 5 a 
7 kg/m2 no IMC pré-
gestacional
Gestantes obesas 
também estão 
expostas a maior 
risco de parto pós-
termo e infecções 
do trato urinário 
durante e gestação.
Ganho excessivo de peso durante a gestação
Consequências da obesidade no parto e puerpério
• Probabilidade de trabalho de parto prolongadomaior em gestantes obesas
• Provavelmente devido a um menor tônus miometrial.
• A prevalência de parto operatório é maior
• Independente de complicaçõespré-natais, tamanho materno ou idade gestacional
• Fatores contribuintes  desproporção céfalo-pélvica e distocia por aumento de 
tecidos moles depositado na pelve materna
• Cesárea = maior risco de complicações (infecção de ferida, tromboembolismo e 
endometrite)
HIV na gestação
HIV na Gestação
• AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA)
• Causada pelo vírus HIV (Human immunodeficiency virus)
• Terapia antirretroviral – retarda a progressão da infecção pelo HIV
para a AIDS e da AIDS para a morte
NMCA 01/09/2017
Profª Juliana Marchesi 11
HIV na Gestação
EPIDEMIOLOGIA
• No Brasil: Desde 2000 até junho de 2015  Foram notificadas 92.210 
gestantes infectadas com o HIV
• Por região:
• Sudeste (40,5%)
• Sul (30,8%) 
• Nordeste (15,8%), 
• Norte (7,1%)
• Centro-oeste (5,7%)
Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (2015)
HIV na Gestação
HIV  infecta células que apresentam molécula CD4+ 
(predominantemente linfócitos CD4 (T4 ou T-helper) e macrófagos)
CD4+  age como receptor do vírus 
Diminuição progressiva do número e da atividade dos linfócitos 
CD4+
Comprometimento da imunidade celular
HIV na Gestação
Gestantes 
infectadas pelo 
HIV (HIV +)
Risco elevado 
de transmitir 
o vírus para o 
filho durante:
• Gestação, parto 
ou aleitamento 
materno
Transmissão 
vertical
HIV na Gestação
A maior parte dos casos de transmissão vertical do HIV ocorre:
Cerca de 65% durante o trabalho de parto e no parto propriamente dito
35% ocorrem intrautero, principalmente nas últimas semanas de gestação
Risco adicional de transmissão pós-parto por meio do aleitamento materno. 
O aleitamento materno apresenta riscos adicionais de transmissão, que se renovam a 
cada exposição da criança ao peito, e situa-se entre 7% e 22%.
Ministério da Saúde (2010)
NMCA 01/09/2017
Profª Juliana Marchesi 12
HIV na Gestação
Fatores 
relacionados à 
patogênese da 
transmissão 
vertical do HIV
Fatores virais, tais como a carga viral, o genótipo e o fenótipo viral;
Fatores maternos, incluindo estado clínico e imunológico, presença de DST e outras 
coinfecções, estado nutricional e tempo de uso de antirretrovirais na gestação;
Fatores comportamentais, como uso de drogas e prática sexual desprotegida;
Fatores obstétricos, tais como a duração da rotura das membranas amnióticas, a via 
de parto e a presença de hemorragia intraparto;
Fatores inerentes ao recém-nascido, como prematuridade e baixo peso ao nascer;
Fatores relacionados ao aleitamento materno.
Ministério da Saúde (2010)
HIV na Gestação
Tratamento antirretroviral 
na gestação
Tratamentoantirretroviral 
na gestação
Finalidades:
Profilaxia da transmissão 
vertical 
Tratamento da infecção 
pelo HIV.
Ministério da Saúde (2010)
HIV na Gestação
Objetivo: prevenir a transmissão vertical 
Recomendada para gestantes que não possuem indicação de tratar a infecção pelo HIV, já que são assintomáticas e 
o dano imunológico é pequeno ou ausente (LT-CD4+ ≥ 350 cels./mm3), havendo baixo risco de progressão para AIDS. 
A profilaxia deve ser suspensa após o parto.
O início do esquema deve ser precoce, após o primeiro trimestre, entre a 14ª e a 28ª semana de gravidez.
Quando o diagnóstico é estabelecido tardiamente, no 3º trimestre (mais especificamente a partir da 28ª semana), é 
recomendado o início da TARV logo após a coleta dos exames, mesmo antes da obtenção de seus resultados.
Ministério da Saúde (2010)
Profilaxia da transmissão vertical do HIV
HIV na Gestação
Tratamento da infecção pelo HIV na gestação
• Mulheres que apresentam repercussão clínica e/ou imunológica grave da infecção
do HIV tem indicação de tratamento, independentemente da gravidez e em
qualquer idade gestacional.
• Portanto, gestantes sintomáticas ou assintomáticas com contagem de LT-CD4+ ≤
350 cels./mm3 apresentam critérios de início de tratamento.
Ministério da Saúde (2010)
NMCA 01/09/2017
Profª Juliana Marchesi 13
HIV na Gestação
Tratamento da infecção pelo HIV na gestação
• A TARV deve também ser considerada para pacientes com contagem de CD4 entre
350 e 500 células/mm3 na presença das seguintes condições:
• Coinfecção pelo vírus da hepatite B em pacientes com indicação de tratamento para hepatite B;
• Coinfecção pelo vírus da hepatite C;
• Idade igual ou superiora 55 anos;
• Doença cardiovascular estabelecida ou com risco elevado (acima de 20% segundo escore de
Framingham);
• Nefropatia do HIV;
• Carga viral elevada, superior a 100.000 copias;
• Neoplasias, incluindo as não definidoras de aids.
Ministério da Saúde (2010)
HIV na Gestação
Ministério da Saúde (2010)
HIV na Gestação
1- Todas as gestantes, independentemente do tipo de parto, devem receber AZT intravenoso (IV) desde o início do
trabalho de parto ou pelo menos 3 horas antes da cesárea eletiva, a ser mantido até o clampeamento do cordão
umbilical, segundo as doses preconizadas;
2- Durante o trabalho de parto, ou no dia da cesárea programada, manter os medicamentos antirretrovirais (ARV) orais
utilizados pela gestante, nos seus horários habituais, independentemente do jejum, ingeridos com pequena quantidade
de agua, inclusive durante o período de infusão venosa da zidovudina (AZT). A única droga que deve ser suspensa ate 12
horas antesdo início do AZT intravenoso é a d4T (estavudina).
3- Gestantes com resistência ao AZT, documentada previamente, e que não o tenham utilizado durante a gravidez,
devem receber o AZT intravenoso (IV) no parto (a menos que sejam alérgicas ao medicamento) e seus RN devem
receber a solução oral, conforme o esquema preconizado.
Ministério da Saúde (2010)
Profilaxia antirretroviral intraparto
HIV na Gestação
Definição de via de parto
 A definição da via de parto deverá ser baseada no resultado da carga viral materna (avaliada a partir da
34ª semana) em associaçãocom a avaliaçãoobstétrica.
 Em mulheres com carga viral menor que 1.000 cópias/ml, essa definição poderá ser discutida entre a
gestante e seu obstetra, em razão da observação de que o tipo de parto nessas condições, seja normal ou
operatório, não altera o risco de transmissão vertical do HIV, resguardadas as recomendações quanto ao
manejo do parto
Ministério da Saúde (2010)
A cesariana eletiva deve ser indicada para gestantes HIV+ que não realizaram profilaxia antirretroviral combinada
durante a gestação, que usaram apenas monoterapia com AZT ou que tenham sua carga viral, com 34 semanas ou mais
de gestação, desconhecida ou superiora 1.000 cópias/ml.
NMCA 01/09/2017
Profª Juliana Marchesi 14
HIV na Gestação
Definição de via de parto
Ministério da Saúde (2010)
Manejo do parto vaginal
 Havendo condições favoráveis para o parto vaginal e estando este indicado, iniciar o AZT intravenoso logo
que a parturiente chegar ao serviço, conforme o protocolo estabelecido, e manter a infusão até a ligadura
do cordãoumbilical.
 Diante da integridade da bolsa amniótica, a progressão normal do trabalho de parto é preferível à sua 
indução, pelo risco de ruptura artificial das membranas e aumento de risco de transmissão vertical do 
HIV.
 Evitar que as parturientes permaneçam com bolsa rota por tempo prolongado, visto que a taxa de
transmissãovertical aumentaprogressivamenteapos 4 horas de bolsa rota.
HIV na Gestação
Definição de via de parto
Ministério da Saúde (2010)
• Amniotomia artificial
• Episiotomia
• A ligadura do cordão umbilical deve ser imediata a 
expulsão do feto, não devendo ser executada, sob 
nenhuma hipótese, a ordenha do cordão.
Evitar
Manejo do parto vaginal
Estado nutricional materno 
x infecção pelo HIV
Influência sobre a saúde e 
a sobrevivência
Mãe 
Recém-nascido
Nutrição e HIV na Gestação Nutrição e HIV na Gestação
Estado nutricional 
materno 
adequado
Aumento da 
resposta imune da 
mãe e da criança
Pode reduzir a 
transmissão 
vertical 
Desnutrição na gestação
Baixas reservas fetais de alguns nutrientes
 Função imune e crescimento fetal
NMCA 01/09/2017
Profª Juliana Marchesi 15
Nutrição e HIV na Gestação
Anemia  afeta 
50% das 
gestantes
Mais comum e 
mais grave em 
gestantes HIV+
• Forma grave: Hb < 7,0 g/dL
• Desfechos perigosos para mãe e bebê
• Maior risco de parto prematuro e BPN
Nutrição e HIV na Gestação
Gestantes 
assintomáticas –
ênfase no “manter-
se saudável”
Melhora dos 
hábitos alimentares 
e qualidade 
nutricional da dieta
Favorecimento do 
ganho de peso 
adequado
Preservação da 
massa magra
Orientação quanto 
à segurança 
alimentar
Mulheres com 
infecções e/ou 
perda de peso
Minimizar as 
consequências 
nutricionais das 
infecções
Consumo dietético 
adequado na fase 
aguda e de 
recuperação
Se possível, 
preservar massa 
magra
Recomendações Nutricionais
Nutrição e HIV na Gestação
Recomendações Nutricionais
ENERGIA
Gestante não-
infectada ou fase da 
infecção pelo HIV
Energia para mulher 
adulta (kcal)
Energia adicional 
devido ao HIV (kcal)
Energia adicional 
para gestação (kcal)
Energia diária (kcal)
Gestante não-
infectada 1900 - 300 2200
Gestante HIV + 
assintomática 1900 190 (10%) 300 2390
Gestante HIV+ 
sintomática inicial 1900 380 (20%) 300 2580
Gestante HIV+ 
sintomática 1900 570 (30%) 300 2770
Nutrição e HIV na Gestação
Recomendações Nutricionais
Macronutrientes
• Não aumenta a massa muscular e não previne o emagrecimento 
• Utilizar a recomendação proteica para gestante de baixo risco
Suplementação de proteínas: 
• Dieta normolipídica (30% do VCT) – Não há evidências de alterações nas recomendações
Lipídeos:
• Deve completar o valor energético total da dieta
Carboidratos:
NMCA 01/09/2017
Profª Juliana Marchesi 16
Nutrição e HIV na Gestação
Recomendações Nutricionais
Micronutrientes:
Ferro e ácido fólico 
• Seguir as recomendações da OMS para gestantes baixo risco
Cálcio
• Estimular o consumo de 3 porções de leite ao dia
• Caso de intolerância – suplementação medicamentosa
Anemia na gestação
Anemia na gestação
 Risco de morte materna na anemia grave
Anemia ferropriva -  baixo peso ao nascer e parto prematuro
Estudos demonstram – recém-nascidos de mães com deficiência de 
ferro  baixa reserva de ferro  anemia no primeiro ano de vida 
Diagnóstico da Anemia na gestação
• Indicadores bioquímicos de anemia na gestação
Teste Pontos de corte
Hemoglobina
1º trimestre (0 a 12 semanas)2º trimestre (13 a 28 semanas)
3º trimestre (29 semanas a termo)
11,0 g/dL
10,5 g/dL
11,0 g/dL
Hematócrito
1º trimestre (0 a 12 semanas)
2º trimestre (13 a 28 semanas)
3º trimestre (29 semanas a termo)
33%
31,5%
33%
Volume Corpuscular Médio (VCM)
Microcitose
Normocitose
Macrocitose
< 85 fL
Entre 81 e 95 fL
> 85 fL Fonte: WHO, 2001
NMCA 01/09/2017
Profª Juliana Marchesi 17
Diagnóstico da Anemia na gestação
•Hb ≥ 10 g/dL e < 11 g/dLAnemia leveAnemia leve
•Hb ≥ 7 g/dL e < 10 g/dLAnemia moderadaAnemia moderada
•Hb < 7 g/dLAnemia graveAnemia grave
Fonte: WHO, 2001
Indicadores bioquímicos de anemia na gestação
Diagnóstico da Anemia na gestação
•Hb ≥ 11 g/dLAusência de anemiaAusência de anemia
•Hb ≥ 8 g/dL e < 11 g/dLAnemia leve a moderada
Anemia leve a 
moderada
•Hb < 8 g/dLAnemia graveAnemia grave
Fonte: Ministério da Saúde (2006)
Indicadores bioquímicos de anemia na gestação
Referências 
• Gadelha PS, Cercato C. Obesidade e Gestação. In: Mancini MC, Geloneze B, Salles JEN, Lima JG, Carra MK.
Tratado de Obesidade. Itapevi: AC Farmacêutica.2010; 356-358.
• Kashan AS, Kenny LC. The effects of maternal body mass index on pregnancy outcome. Eur J Epidemiol.
2009; 24:697–705.
• Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015-2016) / Adolfo Milech...[et. al.]; organização José 
Egidio Paulo de Oliveira, Sérgio Vencio - São Paulo: A.C. Farmacêutica, 2016.

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