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NMCA 01/09/2017 Profª Juliana Marchesi 1 Gestação de risco Nutrição materna, da criança e do adolescente Profª Juliana Marchesi Universidade Paulista – Ribeirão Preto Curso de Nutrição Sumário • Gestação de risco • Gestante adolescente • Síndromes Hipertensivas da Gravidez – Distúrbio hipertensivo específico da gestação • Diabetes gestacional • Ganho excessivo de peso durante a gestação • AIDS • Anemia Gestação na adolescência Gestação na adolescência Riscos associados à gravidez precoce - prematuridade, baixo peso ao nascer, anemia, distúrbio hipertensivo específico da gestação e complicações do parto (desproporção cefalopélvica) Imaturidade biológica Antigamente NMCA 01/09/2017 Profª Juliana Marchesi 2 Gestação na adolescência Fatores ambientais desfavoráveis Determinantes das principais complicações da gestação na adolescência Atualmente Anemia Deficiências nutricionais Desnutrição Tabagismo Escolaridade Instabilidade emocional marital e familiar Gestação na adolescência • Fertilidade completa – dois anos após a menarca – fase onde o crescimento, apesar de lento, ainda está presente Geralmente: • O crescimento físico e a maturação sexual das adolescentes não se completam antes de 4 anos pós- menarca. Na maioria das vezes: Gravidez no início da vida reprodutiva alto risco obstétrico com base no suposto estado de imaturidade biológica da jovem mãe para atingir o termo (40ª semana gestacional) Gestação na adolescência Idade materna x Idade ginecológica = conceitos diferentes • Idade ginecológica – definida como o intervalo de tempo entre a menarca e a idade materna na concepção São conceitos empregados para determinar o grau de maturidade física e poderiam estar relacionados com os resultados obstétricos, porém, é um parâmetro físico de valor ainda discutível. Idade óssea – em geral, medida confiável de idade biológica, mas contraindicada (exposição a exames radiológicos) Gestantes adolescentes = idade ginecológica < 2 anos e/ou idade cronológica ≤ 14 anos, são consideradas de maior risco. Gestação na adolescência OMS (2005) aponta como principais problemas de saúde e nutrição das adolescentes: • Hábitos alimentares inadequados • Deficiência de micronutrientes (ferro, vitamina A, ácido fólico, vitamina B6, vitamina C, iodo, cálcio, zinco, magnésio) NMCA 01/09/2017 Profª Juliana Marchesi 3 Gestação na adolescência Comportamento alimentar das jovens grávidas influências múltiplas, como: • Fatores socioculturais – cultura do corpo esbelto, associada a dieta inadequada, podendo chegar a anorexia e bulimia; • Contexto familiar – relacionamento com o pai da criança e atitudes dos próprios pais diante da gravidez; • Fatores psicológicos – depressão, isolamento, anorexia e bulimia, ansiedade, medo e insegurança, rejeição da gravidez; • Fatores econômicos – dieta inadequada quantitativa e qualitativamente devido a dificuldades financeiras da família. Gestação na adolescência Gravidez na adolescência Risco nutricional • Estágio de rápido processo de crescimento e desenvolvimento • Maior necessidade de nutrientes para suportar o crescimento e desenvolvimento fetal Requer intervenção precoce e contínua Síndrome Hipertensiva da Gravidez Síndromes Hipertensivas da Gravidez De acordo com a OMS: • Prevalência mundial de mortalidade materna é de 400 por 100.000 nascidos vivos • A cada ano – 99% das 529.000 mortes maternas e 98% das 5,7 milhões de mortes perinatais – ocorrem nos países em desenvolvimento NMCA 01/09/2017 Profª Juliana Marchesi 4 Síndromes Hipertensivas da Gravidez Fatores de risco • Constituição física – maior incidência de SHG em gestantes obesas, de baixa estatura e brevelíneas, com tendência ao tipo constitucional cushingoide • História pessoal ou familiar – mulheres com história de hipertensão há mais de 4 anos ou em gestação prévia e de doença renal, ou com história familiar de PE • Fatores mesológicos – influência da estação do ano – em SP maior incidência de eclampsia entre julho e agosto – épocas mais frias • Associações mórbidas – maior incidência em portadoras de DM, com proteinúria, hipertensão arterial crônica, nefropatia hipertensiva, resistência a insulina, sobrepeso e obesidade • Idade materna – em primigestas e em mulheres com idade > 40 anos e adolescentes com idade < 16 anos • Hereditariedade – fator genético – história familiar • Raça/etnia - risco em negras, hindus, árabese judias iraquianas Síndromes Hipertensivas da Gravidez Fatores de risco • Nutrição – dieta com baixo teor de proteína e cálcio associada a maior prevalência de SHG • Escolaridade e atividade profissional – menor escolaridade e trabalho fora do domicílio • Grupo sanguíneo – grupo AB • Paridade – primigestas e nulíparas • Gestação múltipla - risco • Polidramnia – comum nos caso de gestação múltipla, diabetes Classificação da Hipertensão Arterial na gestação Distúrbio hipertensivo específico da gestação (DHEG): É o aumento da pressão arterial que se manifesta apenas na gravidez. Hipertensão gestacional: PA ≥ 140 x 90mmHg diagnosticada pela 1ª vez na gestação, ausência de proteinúria, retorno aos níveis tencionais normais até 12 semanas após o parto. Pré-eclâmpsia: PA ≥ 140 x 90mmHg diagnosticada após 20 semanas de gestação associada a proteinúria ≥ 0,3g/24h. Hipertensão Arterial Crônica: PA ≥ 140 x 90mmHg diagnosticada antes da gestação ou antes de 20 semanas de gestação não-atribuída a doença trofoblástica gestacional ou PA ≥ 140 x 90mmHg diagnosticada após 20 semanas de gestação que persiste após 12 semanas de pós- parto. Classificação da Hipertensão Arterial na gestação Eclampsia: presença de convulsão, que não pode ser atribuída a outras causas, em mulheres com pré-eclâmpsia. Pré-eclampsia sobreposta: surgimento de proteinúria ≥ 0,3g/24h em paciente hipertensa que não apresentava proteinúria antes de 20 semanas de gestação ou aumento importante da proteinúria, da PA ou plaquetas < 100.000/mm3 em gestante hipertensa com proteinúria presente antes de 20 semanas de gestação. NMCA 01/09/2017 Profª Juliana Marchesi 5 Síndromes Hipertensivas da Gravidez • edemaImportante: • Fisiológico (gradual) • Patológico (repentino)Edema • sintoma diferencial da HACProteinúria Síndromes Hipertensivas da Gravidez Frequentemente: Último trimestre da gravidez Associado a tonturas, cefaleia, distúrbios visuais, dores no abdome superior, vômitos, edema da face e das mãos. Síndromes Hipertensivas da Gravidez Causas • Não esclarecidas; • Suspeita-se: produção excessiva de hormônios placentários e supra- renais, além de desequilíbrio de substâncias vasodilatadoras (Progesterona e óxido nítrico) e vasoconstritoras (endotelina e fator ativador de plaquetas). Síndromes Hipertensivas da Gravidez Constrição vascular Menor irrigação sanguínea para os rins Menor intensidade de filtração glomerular Consequências graves MÃE/FETO (convulsões e morte fetal) Quadro da DHEG NMCA 01/09/2017 Profª Juliana Marchesi 6 Síndromes Hipertensivas da Gravidez DHEG: Prognóstico materno-fetal • Piores resultados de acordo com a gravidade; • Parto com idade gestacional inferior a 34 semanas; • Crescimento intra-uterino restrito; • Admissão em UTI neonatal; • Peso ao nascimento inferior a 2500g; • Síndrome da angústia respiratória; • Necessidade de ventilação assistida. Síndromes Hipertensivas da Gravidez Síndrome HELLP • Quadro clínico ao agravamento da PE • Caracterizado por hemólise (H), elevação das enzimas hepáticas (EL), plaquetopenia (LP) • Tríade conceitual – quando completa é chamada por HELLP • Indicadores isolados – HELLP parcial • Sinais de extrema gravidade:insuficiência cardíaca congestiva, hepatomegalia dolorosa, icterícia, cianose, diurese inferior a 500 ml/24h Síndromes Hipertensivas da Gravidez • Principais complicações: • Descolamento prematuro da placenta • Insuficiência renal • Coagulopatia grave • Choque e alterações neurológicas Síndrome HELLP Diabetes Gestacional NMCA 01/09/2017 Profª Juliana Marchesi 7 Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) Definição: Intolerância aos carboidratos, de graus variados de intensidade, diagnosticada pela primeira vez durante a gestação, e que pode ou não persistir após o parto. Prevalência: • Entre 3 e 25% das gestações Diabetes Gestacional (DMG) FATORES DE RISCO • Idade superior a 25 anos; • Obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual; • Deposição central excessiva de gordura corporal; • História familiar de diabetes em parentes de 1º grau; • Baixa estatura (≤ 1,51m); • Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual; • Antecedentes obstétricos de morte fetal ou neonatal, de macrossomia ou de diabetes gestacional Diabetes Gestacional (DMG) ETIOLOGIA Gestação: estado hiperinsulinêmico, caracterizado pela diminuição da sensibilidade a insulina Explicação parcial: ação de hormônios diabetogênicos (progesterona, cortisol, prolactina e hormônio lactogênico placentário). • Diminuição mais acentuada da sensibilidade periférica à insulina e secreção diminuída da mesma; • Níveisglicêmicos de jejum na gestante = normal • Níveis glicêmicos pós-prandial = altos, devido ao aumento inadequado da liberação de insulina. Diabetes Gestacional (DMG) • Comprometimento fetal: Hiperglicemia materna Feto Hiperglicemia fetal Produção exagerada de Insulina Homeostase comprometida Macrossomia fetal (GIG); Aumento das taxas de cesárea; Traumas dos canais do parto; Distocia do ombro; Hipoglicemia; hiperbilirrubinemia; Hipocalcemia e policitemia fetais; Distúrbios respiratórios neonatais; Óbito fetal intrauterino. NMCA 01/09/2017 Profª Juliana Marchesi 8 Distocia do ombroDistocia do ombro Macrossomia fetal relacionada ao DMGMacrossomia fetal relacionada ao DMG Diagnóstico do DMG • Exames laboratoriais solicitados: • Glicemia de jejum • Teste oral de tolerância a glicose (TTOG – 75 g) • Glicemia casual • Critérios laboratoriais recomendados para o diagnóstico de DM • Sintomas de diabetes – poliuria, polidipsia, polifagia ou perda de peso inexplicada + glicemia casual ≥ 200 mg/dl OU • Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dl OU • Glicemia de 2 horas ≥ 200 mg/dl no teste de tolerância a glicose Diagnóstico do DMG NMCA 01/09/2017 Profª Juliana Marchesi 9 Tratamento do DMG • Tratamento inicial orientação alimentar que possibilite ganho de peso adequado e controle metabólico • VCT da dieta pode ser feito de acordo com o índice de massa corporal (IMC), na frequência e intensidade de exercícios físicos, no padrão de crescimento fetal e visando ao ganho de peso adequado em torno de 300 a 400 g por semana, a partir do segundo trimestre de gravidez. • O VCT prescrito deve ter: • 40 a 45% de carboidratos • 15 a 20% de proteínas • 30 a 40% de gorduras • É possível utilizar adoçantes artificiais (aspartame, sacarina, acessulfame-K e sucralose) com moderação Diretrizes SBD (2015-2016) Ganho excessivo de peso durante a gestação Ganho excessivo de peso durante a gestação Gestação está incluída na lista dos fatores clássicos desencadeantes da obesidade. Início ou manutenção da obesidade nesta fase está associado a inúmeros riscos maternos e fetais. Numa gestação normal o ganho de peso ocorre devido a aumento de tecidos maternos e dos produtos da concepção Ganho excessivo de peso durante a gestação 2/3 das mulheres ganham mais peso que o recomendado, o que leva a complicações durante a gestação, além de contribuir para a retenção de peso pós-parto e, assim, para o desenvolvimento da obesidade e suas complicações ao longo da vida NMCA 01/09/2017 Profª Juliana Marchesi 10 Ganho excessivo de peso durante a gestação Efeitos da obesidade na gestação A incidência de DG em gestantes obesas é 3 vezes maior que na população geral Grávidas eutróficas aumento fisiológico da resistência a insulina Grávidas obesas essa característica fisiológica ocorre de forma exacerbada, favorecendo o desenvolviment o de DG Prevalência de DM 2 pré- gestacional é maior nessa população O peso materno é um fator de risco independente para pré-eclâmpsia, assim evidências comprovam que o risco de pré- eclâmpsia dobra a cada aumento de 5 a 7 kg/m2 no IMC pré- gestacional Gestantes obesas também estão expostas a maior risco de parto pós- termo e infecções do trato urinário durante e gestação. Ganho excessivo de peso durante a gestação Consequências da obesidade no parto e puerpério • Probabilidade de trabalho de parto prolongadomaior em gestantes obesas • Provavelmente devido a um menor tônus miometrial. • A prevalência de parto operatório é maior • Independente de complicaçõespré-natais, tamanho materno ou idade gestacional • Fatores contribuintes desproporção céfalo-pélvica e distocia por aumento de tecidos moles depositado na pelve materna • Cesárea = maior risco de complicações (infecção de ferida, tromboembolismo e endometrite) HIV na gestação HIV na Gestação • AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) • Causada pelo vírus HIV (Human immunodeficiency virus) • Terapia antirretroviral – retarda a progressão da infecção pelo HIV para a AIDS e da AIDS para a morte NMCA 01/09/2017 Profª Juliana Marchesi 11 HIV na Gestação EPIDEMIOLOGIA • No Brasil: Desde 2000 até junho de 2015 Foram notificadas 92.210 gestantes infectadas com o HIV • Por região: • Sudeste (40,5%) • Sul (30,8%) • Nordeste (15,8%), • Norte (7,1%) • Centro-oeste (5,7%) Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (2015) HIV na Gestação HIV infecta células que apresentam molécula CD4+ (predominantemente linfócitos CD4 (T4 ou T-helper) e macrófagos) CD4+ age como receptor do vírus Diminuição progressiva do número e da atividade dos linfócitos CD4+ Comprometimento da imunidade celular HIV na Gestação Gestantes infectadas pelo HIV (HIV +) Risco elevado de transmitir o vírus para o filho durante: • Gestação, parto ou aleitamento materno Transmissão vertical HIV na Gestação A maior parte dos casos de transmissão vertical do HIV ocorre: Cerca de 65% durante o trabalho de parto e no parto propriamente dito 35% ocorrem intrautero, principalmente nas últimas semanas de gestação Risco adicional de transmissão pós-parto por meio do aleitamento materno. O aleitamento materno apresenta riscos adicionais de transmissão, que se renovam a cada exposição da criança ao peito, e situa-se entre 7% e 22%. Ministério da Saúde (2010) NMCA 01/09/2017 Profª Juliana Marchesi 12 HIV na Gestação Fatores relacionados à patogênese da transmissão vertical do HIV Fatores virais, tais como a carga viral, o genótipo e o fenótipo viral; Fatores maternos, incluindo estado clínico e imunológico, presença de DST e outras coinfecções, estado nutricional e tempo de uso de antirretrovirais na gestação; Fatores comportamentais, como uso de drogas e prática sexual desprotegida; Fatores obstétricos, tais como a duração da rotura das membranas amnióticas, a via de parto e a presença de hemorragia intraparto; Fatores inerentes ao recém-nascido, como prematuridade e baixo peso ao nascer; Fatores relacionados ao aleitamento materno. Ministério da Saúde (2010) HIV na Gestação Tratamento antirretroviral na gestação Tratamentoantirretroviral na gestação Finalidades: Profilaxia da transmissão vertical Tratamento da infecção pelo HIV. Ministério da Saúde (2010) HIV na Gestação Objetivo: prevenir a transmissão vertical Recomendada para gestantes que não possuem indicação de tratar a infecção pelo HIV, já que são assintomáticas e o dano imunológico é pequeno ou ausente (LT-CD4+ ≥ 350 cels./mm3), havendo baixo risco de progressão para AIDS. A profilaxia deve ser suspensa após o parto. O início do esquema deve ser precoce, após o primeiro trimestre, entre a 14ª e a 28ª semana de gravidez. Quando o diagnóstico é estabelecido tardiamente, no 3º trimestre (mais especificamente a partir da 28ª semana), é recomendado o início da TARV logo após a coleta dos exames, mesmo antes da obtenção de seus resultados. Ministério da Saúde (2010) Profilaxia da transmissão vertical do HIV HIV na Gestação Tratamento da infecção pelo HIV na gestação • Mulheres que apresentam repercussão clínica e/ou imunológica grave da infecção do HIV tem indicação de tratamento, independentemente da gravidez e em qualquer idade gestacional. • Portanto, gestantes sintomáticas ou assintomáticas com contagem de LT-CD4+ ≤ 350 cels./mm3 apresentam critérios de início de tratamento. Ministério da Saúde (2010) NMCA 01/09/2017 Profª Juliana Marchesi 13 HIV na Gestação Tratamento da infecção pelo HIV na gestação • A TARV deve também ser considerada para pacientes com contagem de CD4 entre 350 e 500 células/mm3 na presença das seguintes condições: • Coinfecção pelo vírus da hepatite B em pacientes com indicação de tratamento para hepatite B; • Coinfecção pelo vírus da hepatite C; • Idade igual ou superiora 55 anos; • Doença cardiovascular estabelecida ou com risco elevado (acima de 20% segundo escore de Framingham); • Nefropatia do HIV; • Carga viral elevada, superior a 100.000 copias; • Neoplasias, incluindo as não definidoras de aids. Ministério da Saúde (2010) HIV na Gestação Ministério da Saúde (2010) HIV na Gestação 1- Todas as gestantes, independentemente do tipo de parto, devem receber AZT intravenoso (IV) desde o início do trabalho de parto ou pelo menos 3 horas antes da cesárea eletiva, a ser mantido até o clampeamento do cordão umbilical, segundo as doses preconizadas; 2- Durante o trabalho de parto, ou no dia da cesárea programada, manter os medicamentos antirretrovirais (ARV) orais utilizados pela gestante, nos seus horários habituais, independentemente do jejum, ingeridos com pequena quantidade de agua, inclusive durante o período de infusão venosa da zidovudina (AZT). A única droga que deve ser suspensa ate 12 horas antesdo início do AZT intravenoso é a d4T (estavudina). 3- Gestantes com resistência ao AZT, documentada previamente, e que não o tenham utilizado durante a gravidez, devem receber o AZT intravenoso (IV) no parto (a menos que sejam alérgicas ao medicamento) e seus RN devem receber a solução oral, conforme o esquema preconizado. Ministério da Saúde (2010) Profilaxia antirretroviral intraparto HIV na Gestação Definição de via de parto A definição da via de parto deverá ser baseada no resultado da carga viral materna (avaliada a partir da 34ª semana) em associaçãocom a avaliaçãoobstétrica. Em mulheres com carga viral menor que 1.000 cópias/ml, essa definição poderá ser discutida entre a gestante e seu obstetra, em razão da observação de que o tipo de parto nessas condições, seja normal ou operatório, não altera o risco de transmissão vertical do HIV, resguardadas as recomendações quanto ao manejo do parto Ministério da Saúde (2010) A cesariana eletiva deve ser indicada para gestantes HIV+ que não realizaram profilaxia antirretroviral combinada durante a gestação, que usaram apenas monoterapia com AZT ou que tenham sua carga viral, com 34 semanas ou mais de gestação, desconhecida ou superiora 1.000 cópias/ml. NMCA 01/09/2017 Profª Juliana Marchesi 14 HIV na Gestação Definição de via de parto Ministério da Saúde (2010) Manejo do parto vaginal Havendo condições favoráveis para o parto vaginal e estando este indicado, iniciar o AZT intravenoso logo que a parturiente chegar ao serviço, conforme o protocolo estabelecido, e manter a infusão até a ligadura do cordãoumbilical. Diante da integridade da bolsa amniótica, a progressão normal do trabalho de parto é preferível à sua indução, pelo risco de ruptura artificial das membranas e aumento de risco de transmissão vertical do HIV. Evitar que as parturientes permaneçam com bolsa rota por tempo prolongado, visto que a taxa de transmissãovertical aumentaprogressivamenteapos 4 horas de bolsa rota. HIV na Gestação Definição de via de parto Ministério da Saúde (2010) • Amniotomia artificial • Episiotomia • A ligadura do cordão umbilical deve ser imediata a expulsão do feto, não devendo ser executada, sob nenhuma hipótese, a ordenha do cordão. Evitar Manejo do parto vaginal Estado nutricional materno x infecção pelo HIV Influência sobre a saúde e a sobrevivência Mãe Recém-nascido Nutrição e HIV na Gestação Nutrição e HIV na Gestação Estado nutricional materno adequado Aumento da resposta imune da mãe e da criança Pode reduzir a transmissão vertical Desnutrição na gestação Baixas reservas fetais de alguns nutrientes Função imune e crescimento fetal NMCA 01/09/2017 Profª Juliana Marchesi 15 Nutrição e HIV na Gestação Anemia afeta 50% das gestantes Mais comum e mais grave em gestantes HIV+ • Forma grave: Hb < 7,0 g/dL • Desfechos perigosos para mãe e bebê • Maior risco de parto prematuro e BPN Nutrição e HIV na Gestação Gestantes assintomáticas – ênfase no “manter- se saudável” Melhora dos hábitos alimentares e qualidade nutricional da dieta Favorecimento do ganho de peso adequado Preservação da massa magra Orientação quanto à segurança alimentar Mulheres com infecções e/ou perda de peso Minimizar as consequências nutricionais das infecções Consumo dietético adequado na fase aguda e de recuperação Se possível, preservar massa magra Recomendações Nutricionais Nutrição e HIV na Gestação Recomendações Nutricionais ENERGIA Gestante não- infectada ou fase da infecção pelo HIV Energia para mulher adulta (kcal) Energia adicional devido ao HIV (kcal) Energia adicional para gestação (kcal) Energia diária (kcal) Gestante não- infectada 1900 - 300 2200 Gestante HIV + assintomática 1900 190 (10%) 300 2390 Gestante HIV+ sintomática inicial 1900 380 (20%) 300 2580 Gestante HIV+ sintomática 1900 570 (30%) 300 2770 Nutrição e HIV na Gestação Recomendações Nutricionais Macronutrientes • Não aumenta a massa muscular e não previne o emagrecimento • Utilizar a recomendação proteica para gestante de baixo risco Suplementação de proteínas: • Dieta normolipídica (30% do VCT) – Não há evidências de alterações nas recomendações Lipídeos: • Deve completar o valor energético total da dieta Carboidratos: NMCA 01/09/2017 Profª Juliana Marchesi 16 Nutrição e HIV na Gestação Recomendações Nutricionais Micronutrientes: Ferro e ácido fólico • Seguir as recomendações da OMS para gestantes baixo risco Cálcio • Estimular o consumo de 3 porções de leite ao dia • Caso de intolerância – suplementação medicamentosa Anemia na gestação Anemia na gestação Risco de morte materna na anemia grave Anemia ferropriva - baixo peso ao nascer e parto prematuro Estudos demonstram – recém-nascidos de mães com deficiência de ferro baixa reserva de ferro anemia no primeiro ano de vida Diagnóstico da Anemia na gestação • Indicadores bioquímicos de anemia na gestação Teste Pontos de corte Hemoglobina 1º trimestre (0 a 12 semanas)2º trimestre (13 a 28 semanas) 3º trimestre (29 semanas a termo) 11,0 g/dL 10,5 g/dL 11,0 g/dL Hematócrito 1º trimestre (0 a 12 semanas) 2º trimestre (13 a 28 semanas) 3º trimestre (29 semanas a termo) 33% 31,5% 33% Volume Corpuscular Médio (VCM) Microcitose Normocitose Macrocitose < 85 fL Entre 81 e 95 fL > 85 fL Fonte: WHO, 2001 NMCA 01/09/2017 Profª Juliana Marchesi 17 Diagnóstico da Anemia na gestação •Hb ≥ 10 g/dL e < 11 g/dLAnemia leveAnemia leve •Hb ≥ 7 g/dL e < 10 g/dLAnemia moderadaAnemia moderada •Hb < 7 g/dLAnemia graveAnemia grave Fonte: WHO, 2001 Indicadores bioquímicos de anemia na gestação Diagnóstico da Anemia na gestação •Hb ≥ 11 g/dLAusência de anemiaAusência de anemia •Hb ≥ 8 g/dL e < 11 g/dLAnemia leve a moderada Anemia leve a moderada •Hb < 8 g/dLAnemia graveAnemia grave Fonte: Ministério da Saúde (2006) Indicadores bioquímicos de anemia na gestação Referências • Gadelha PS, Cercato C. Obesidade e Gestação. In: Mancini MC, Geloneze B, Salles JEN, Lima JG, Carra MK. Tratado de Obesidade. Itapevi: AC Farmacêutica.2010; 356-358. • Kashan AS, Kenny LC. The effects of maternal body mass index on pregnancy outcome. Eur J Epidemiol. 2009; 24:697–705. • Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015-2016) / Adolfo Milech...[et. al.]; organização José Egidio Paulo de Oliveira, Sérgio Vencio - São Paulo: A.C. Farmacêutica, 2016.
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