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A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DO FISIOTERAPEUTA DENTRO DAS EMPRESAS 
The Importance Of The Physiotherapist’s Work In The Companies Ana Cláudia dos Reis Sorato*, Ana Maria Ramos de Oliveira Almeida*, Carla Komatsu Machado** *Acadêmicas do 8º termo do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium-Araçatuba-SP **Fisioterapeuta, Mestre em Fisiologia Geral e do Sistema Estomatogmático pela Universidade de Campinas – UNICAMP. Coordenadora do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium - Araçatuba - S.P. RESUMO 
A atuação da fisioterapia nas empresas cresce a cada dia devido à descoberta, pelos empresários, da importância de investimentos em ações preventivas, para o combate de doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho e a importância na melhora da qualidade de vida dos funcionários. O objetivo deste artigo foi realizar uma revisão bibliográfica comprovando a importância do trabalho do fisioterapeuta dentro das empresas, fazendo parte da equipe multidisciplinar atuante na prevenção e melhora da qualidade de vida dos trabalhadores e os benefícios deste trabalho para as empresas e para os empresários. Foi realizado um levantamento bibliográfico em livros, artigos científicos, monografias, revistas especializadas e Banco de Dados. Este trabalho verificou que a fisioterapia através do estudo ergonômico e aplicação da cinesioterapia laboral atua diretamente na redução dos acidentes de trabalho, redução dos afastamentos por motivos de saúde, pois melhora a flexibilidade e a postura do trabalhador diante do seu posto de trabalho, contribuindo dessa maneira para o aumento da produtividade. PALAVRAS-CHAVE: fisioterapia do trabalho, ergonomia, cinesioterapia laboral, prevenção e qualidade de vida. ABSTRACT The study of the physiotherapist’s in the companies have been increasing due to the entrepreneurs’ acknowledge concerning investments in the prevention actions against osteomuscular diseases related to work and the relevance of the employee’s quality of life improvement. The goal of this article is to do a bibliographic review proving the importance of the physiotherapist’s role in the companies and being part of the multisubject’s team, concerning prevention and the quality of life improvement among the employees and the benefits of this work for the companies and their entrepreneurs. 23 A bibliographic study was done in books, scientific articles, monographs, journals and bank. This paper verified that the physiotherapy through an ergonomic study and the use of laboral cinesiotherapy act directhy on job accidents and employees’ failures due to health problems, because they improve the workers’ flexibility and posture during their work time, therefore the employees’ performance gets better and there is an increase of their productivity. KEY-WORDS: physitherapy of work, ergonomics, laboral cinesiotherapy, prevention and quality of life
. INTRODUÇÃO Nestes anos vem se discutindo a importância do fisioterapeuta junto às empresas, por se tratar de um profissional extremamente competente e completo no trabalho de controle e prevenção de doenças ocupacionais. Este trabalho é uma revisão de literatura e tem como objetivos enfatizar a importância do trabalho do fisioterapeuta dentro das empresas, fazendo parte da equipe multidisciplinar atuante na prevenção e melhora da qualidade de vida dos trabalhadores e os benefícios deste trabalho para as empresas e empresários. A experiência histórica da fisioterapia com a prevenção iniciou-se em meados da década de 1970 pelos treinamentos denominados back school, que podemos traduzir como “escola de postura”. Resumidamente, esses treinamentos procuravam divulgar um conjunto de conhecimentos básicos, por exemplo: os efeitos de algumas posturas e determinados movimentos sobre a coluna, as posições mais adequadas para o relaxamento, como melhorar a distribuição do peso corporal, maneiras mecânicas mais vantajosas para manipular cargas, exercícios para melhorar o condicionamento físico e a postura, além de procedimentos para reverter crises de dor [1]. A atuação da fisioterapia nas empresas cresce a cada dia devido à descoberta, pelos empresários e equipe de saúde, da importância de investimentos em ações preventivas, para o combate de doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (LER/DORT) e aplicação da cinesioterapia laboral que atua diretamente na redução dos acidentes de trabalho, redução dos afastamentos por motivos de saúde, pois melhora a flexibilidade e a postura do trabalhador diante do seu posto de trabalho, contribuindo dessa maneira para o aumento da produtividade [2]. 24 A intervenção ergonômica possibilita tornar os ambientes de trabalho mais seguros e saudáveis para o funcionário, atingindo direta ou indiretamente, a quantidade e a qualidade da produção, além de incidir sobre o seu custo operacional. Nesse sentido, uma adequada avaliação dos riscos e atuação ergonômica, baseada na resolução dos problemas físicos e organizacionais do setor de trabalho e apoiada na participação dos trabalhadores e da gerência da organização, revela-se como uma alternativa promissora para o controle dos distúrbios ocupacionais [3]. O profissional deve expor aos empresários que o investimento em condições adequadas de trabalho acarretam em maior eficiência laboral com conseqüente repercussão nos lucros da organização. O fisioterapeuta do trabalho, como profissional da saúde torna-se apto para criar, organizar e, ou participar de palestras informativas e preventivas. A fisioterapia preventiva, vem mais uma vez, reforçar a idéia de que investir na Saúde e Qualidade de Vida do Trabalhador preventivamente é mais vantajoso do que arcar com sua debilidade ocupacional, ou até sua demissão, visto que, os prejuízos para as organizações decorrentes dos DORT (Distúrbios Ósteo-Musculares Relacionados ao Trabalho), atingem diversas áreas, tanto no que se refere à redução da produtividade quanto ao aumento de custos pelo alto absenteísmo médico, pela necessidade de retreinamento, pelo aumento do custo de produção, por altos valores despendidos no tratamento médico do acometido, por afastamentos prolongados, por despesas com processos de reintegração do trabalho e por processos indenizatórios de responsabilidade civil dentre outros [4]. Num mundo de alta competição, a otimização do trabalho é um fator fundamental para o sucesso de pessoas e organizações onde a saúde e a excelência de desempenho são aspectos fundamentais [5]. MATERIAIS E MÉTODO Para a revisão de literatura, foram consultados livros, artigos científicos, monografias, revistas especializadas e Bancos de Dados, onde se utilizou como 25 palavras chaves: fisioterapia do trabalho; ergonomia; cinesioterapia laboral; prevenção e qualidade de vida. Os anos consultados estão compreendidos entre 1998 e 2007 e foram utilizados o total de doze referências para esta pesquisa. RESULTADOS Verificamos que das 12 referências pesquisadas, 2 enfatizavam mais sobre o tema da Ergonomia; 2 deram ênfase ao problema das DORT; 3 abordaram sobre a atuação do fisioterapeuta no controle e no combate das doenças ocupacionais e sua presença nas empresas; 2 se aprofundaram na importância da ginástica laboral e 3 abordaram com maior ênfase a fisioterapia preventiva associada a qualidade de vida. GRÁFICO 1 – Temas abordados nas 12 referências pesquisadas: 0 1 26 REVISÃO DE LITERATURA ( DISCUSSÃO ) Os DORT (Distúrbios Ósteo-Musculares Relacionados ao Trabalho) são realidades do nosso mundo globalizado e estão causando sérios danos à saúde de milhões de trabalhadores em todo mundo. Os casos de DORT aumentam a cada dia, e as empresas já começam a investir em programas de prevenção. Inúmeros profissionais estão envolvidos neste processo, dentre eles, médicos, engenheiros, projetistas, fisioterapeutas, entre outros. Da relação multidisciplinar com esses profissionais, os fisioterapeutas estão a cada dia ganhando mais espaço nas empresas, participando em conjunto de projetos e sistemas de saúde, segurança,meio ambiente e qualidade de vida [4]. A exigência do empregado de trabalhar em condições adequadas é um dos fatores importantes para a contratação de um fisioterapeuta para a empresa. Além de desenvolver um Programa de Ergonomia, realiza avaliações posturais e trabalha mais precisamente na prevenção através de exercícios laborais, além de também atuar na parte curativa [6]. Dentro do Trabalho Preventivo, podemos citar a realização de palestras e desenvolver campanhas preventivas sobre a importância de hábitos de vida saudáveis: postura, DORT, entre outros temas, mostrando periodicamente os resultados obtidos através da aplicação de questionários, avaliações e entrevistas quanto a realização do Programa Ergonômico. Os funcionários recebem também orientações posturais no trabalho e dicas ergonômicas para que possam realizar seu trabalho gastando menos energia, evitando a fadiga auxiliada ao trabalho de Cinesioterapia Laboral que consiste em exercícios realizados no próprio ambiente de trabalho e que são desenvolvidos através de estudo prévio dos setores da empresa através de pesquisas em diferentes grupos, do tipo de trabalho executado e musculaturas mais exigidas de cada grupo. Também realiza Avaliações Físicas admissionais e periódicas, visando identificar maus hábitos posturais e má relação com o trabalho. E por fim atua na Ergonomia, realizando estudos ergonômicos, laudos técnicos, adaptações de ferramentas de trabalho, adequando o mobiliário e movimentos, facilitando o trabalho, reduzindo o gasto de energia e esforço do funcionário [7]. 27 No Trabalho Curativo, o fisioterapeuta atua diretamente na Reabilitação, sendo o atendimento realizado dentro da própria empresa, facilitando o tratamento do funcionário. Também atua na Análise de Ocorrências de algum tipo de acidente de trabalho junto a equipe de segurança, supervisores e funcionários, e quando relacionada a DORT , a análise do fisioterapeuta é fundamental para que se possa identificar a causa primária e tomar as devidas providências para a prevenção de acidentes de trabalho e por fim, ainda no trabalho curativo, atua na Conscientização, ou seja, quando o funcionário realiza sessões de fisioterapia, durante e após a sua alta, ele recebe acompanhamento individual com orientações quanto seu tipo de trabalho para que se evite recidivas do quadro [7,8]. Todos os materiais utilizados nesta revisão confirmam a importância e os benefícios trazidos pela implantação do trabalho do fisioterapeuta dentro das empresas fazendo parte de uma equipe multidisciplinar, ressaltando sempre se tratar do profissional mais completo e competente para a avaliar e corrigir problemas que interfiram no trabalho do funcionário e prejudicam sua produtividade. E de fato, ficou claro que um trabalho completo e bem executado trará os resultados propostos no projeto inicial traçado para cada empresa. Dentre os resultados esperados com a implantação do fisioterapeuta atuando na empresa, destacam-se: diminuição da procura ambulatorial; diminuição dos índices de absenteísmo; diminuição dos afastamentos por atestados médicos; melhora do bem estar geral e da autoconfiança; diminuição dos riscos de acidentes de trabalho por melhora dos reflexos e reações; diminuição do estresse e tensão emocional; melhora da qualidade de vida do funcionário; menor gasto energético na realização das funções; favorece a socialização com o grupo de trabalho; proteção legal contra ações judiciais; aumento da eficiência e otimização do trabalho; aumento da produtividade e o mais importante, evidencia a preocupação da empresa com a pessoa humana, enquanto funcionários e prestadores de serviço [8]. CONCLUSÃO Concluímos através desta Revisão de Literatura que a Fisioterapia tem um papel importante no que diz respeito ao controle e combate das doenças ocupacionais e a 28 presença do fisioterapeuta em programas preventivos e curativos são de extrema importância para que se identifiquem os fatores que levam as DORT e ainda caracterizando a necessidade de se aumentar o campo do trabalho do fisioterapeuta dentro das empresas. REFERÊNCIAS 1. Duarte, Francisco. Ergonomia e projeto na indústria de processo contínuo. Rio de Janeiro. Editora Lucerna, 2002. 2. Gimenes, Patrícia Pereira. Atuação da fisioterapia preventiva na saúde do trabalhador. Fisio&terapia 2004; 08:08-10. 3. Nunes, Ayllin N.; Lima, Michelle S. Fisioterapia do Trabalho: sua presença nas organizações empresariais. Disponível em http://www.ucg.br/fiso/monografias1.htm. Acesso em: 17/03/2007. 4. Couto, Hudson de Araújo et al. Como gerenciar a questão das LER/DORT. Belo Horizonte: Ergo, 1998. 5. Rio, Rodrigo Pires do; Pires, Lucínia. Ergonomia: Fundamentos da Prática Ergonômica. 3.ed. São Paulo: Ltr, 2001. 6. Mendes, Ricardo Alves. Ginástica Laboral: Princípios e Aplicações Práticas. São Paulo. Manole, 2004. 7. Santos, Eduardo F.; Oliveira, Karine B. Gerenciamento Ergonômico. Fisiot Brasil 2004; 06: 7-12. 8. Moraes, Roberta A. S.; Nascimento, Nivalda M. Empresas despertam para ação preventiva da Fisioterapia. Coffito 1999; 03: 26-30. 9. Cozzo, Alexandre S.; Batista, Daniele B. Programas de Qualidade de Vida no trabalho: um olhar sobre seus benefícios para as empresas e para os colaboradores.( Artigo do Instituto Presbiteriano Mackenzie) Disponível em : http://www.cdof.com.br/gl5.htm. Acesso em 17/03/2007. 10. Mendes, Ricardo Alves. Ginástica Laboral. Benefícios e implantação nas indústrias de Curitiba. Curitiba, 2000. (Dissertação para Programa de PósGraduação em Tecnologia do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná). Disponível em: http://www.ppgte.cefetpr.br. Acesso em: 24/03/2007. 29 11. Deliberato, Paulo C. P. Fisioterapia Preventiva: Fundamentos e Aplicações. São Paulo. Manole, 2002. 12. Lech, O. et al. Aspectos Clínicos dos Distúrbios Ósteo-Musculares Relacionados ao Trabalho. Belo Horizonte: CREMS, 1998. Contato: ana_sorato@yahoo.com.br 
30 4. INCIDÊNCIA DE LOMBALGIA E PREVENÇÃO ATRAVÉS DO AUTOALONGAMENTO EM TRABALHADORES QUE MANUSEIAM CARGA EXCESSIVA NA EMPRESA CONSTRUSHOPPING BANDEIRANTESARAÇATUBA –S.P. Incidence of Low Back Pain and Prevention Through Auto Workers Elongation in Which Manuseiam Freight Excessive the Company Construshopping Bandeirantes / Araçatuba-SP Daniele Midori Watanabe*, Rodrigo Lousano Martin*, Carla Komatsu Machado** *Acadêmicos do 8º termo do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium - Araçatuba **Fisioterapeuta, Mestre em Fisiologia Geral e do Sistema Estomatogmático pela Universidade de Campinas – UNICAMP. Coordenadora e professora do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – Araçatuba Resumo Este trabalho foi realizado com o objetivo de se verificar a incidência de lombalgia em trabalhadores do sexo masculino que desempenham a função de carregador de materiais de construção da empresa Construshopping Bandeirantes, situada na cidade de Araçatuba-SP. Com a finalidade de se pesquisar através da incidência de lombalgia a necessidade de prevenção e orientação com a utilização da cinesioterapia na forma de auto-alongamento e avaliar o maior índice de acometimento álgico através da aplicação de 3 questionários, um questionário inicial, outro após 15 dias, e outro questionário aplicados após 30 dias, foram realizados os autos-alongamentos dos músculos dos membros superiores, membros inferiores e coluna lombar. Os resultados foram especificados através de gráficos utilizando-se a análise percentual de (0%- 100%). Com a aplicação de cinesioterapia laboral nos 30 dias verificou-se a melhora da dor e prevenção de lombalgia. Palavras Chaves: Lombalgia, trabalhadores, carga excessiva, alongamento. Abstract The purpose of this study was to verify the incidence of low back pain in male employces who perform loading of building materials at Construshopping Bandeirantes, located in Araçatuba-SP. In order to search the incidence of low back pain, the need of prevention and orientation through the use of cineseotherapyin the form of selfshetching and to evaluate the highest rate of envolvement through the filling out of 3 questionnaires, a inicial one, another after 15 days, and after 30 days, auto- stretching of superior muscles, of the lower limb’s and lombar spine muscles were performed. The results were specified by using graphics through analysis percentage (0% -100%). By 31 the employment of cineseotherapy for 32 forma de auto-alongamento. Kisner definiu o alongamento como um termo geral usado para desenvolver qualquer manobra fisioterapêutica elaborada para aumentar a mobilidade dos tecidos moles e consequentemente melhorar a ADM (Amplitude De Movimento) por meio do alongamento (aumento do comprimento) de estruturas que estiverem encurtadas estando hipomóveis. O alongamento de baixa intensidade combinado, com o alongamento de longa duração resulta em ótimas taxas de melhora na ADM sem expor os tecidos possivelmente enfraquecidos [6]. Através do auto-alongamento, é possível conseguir benefícios como redução de tensões musculares, a sensação de um corpo mais bem preparado e relaxado para o trabalho, e a prevenção de lesões como distensões musculares, pois um músculo não alongado, não resiste tanto ao esforço físico e as tensões, quanto uma musculatura forte alongado; facilita as atividades de maior desgaste [12,13]. Assim este trabalho irá utilizar por 30 dias a aplicação da cinesioterapia laboral na forma de auto-alongamento para diminuir a incidência de lombalgia e consequentemente promover a sua prevenção. Objetivo O objetivo desta pesquisa é analisar a incidência de lombalgia em trabalhadores que manuseiam carga excessiva em um depósito de materiais de construção e através da cinesioterapia laboral na forma de auto-alongamento prevenir a incidência e aparecimento de lombalgia. Material e Método Este estudo foi realizado com 11 trabalhadores no depósito da empresa Construshopping Bandeirantes Araçatuba-SP. Inicialmente foi aplicado um questionário inicial onde foi verificado se realizavam hora extra, quantas horas, (1 h, 3 hs ou 5 hs), se consideram o volume de trabalho excessivo, se realizavam pausas durante o trabalho (5 min., 10 min., 15 min., ou mais), quanto de peso que manuseiam no trabalho, em que posição ficam a maior parte do tempo (em pé, sentado ou ajoelhado), qual a localização da dor, como se sentem ao 33 término da jornada de trabalho, qual o período que a dor normalmente se inicia, (manhã, tarde, ou noite), quais as característica da dor, (em pontada, em queimação, sensação de peso), qual a intensidade da dor, (fraca, média ou forte), se realizavam algum tipo de atividade física e quantas vezes por semana. Após análise dos resultados do questionário inicial, foi elaborado uma série de autos-alongamentos, demonstrados e orientados de como se realizam, os mesmos foram realizados no período de um mês, 3 vezes ao dia, antes de iniciar a jornada de trabalho, após o horário de almoço e, por fim após a jornada de trabalho. Foram realizados auto-alongamentos dos membros superiores - esternocleidomastóideo, trapézio, elevador da escápula, esplênio, escalenos, tríceps e bíceps braquial, grande dorsal, deltóide anterior, médio e posterior, peitoral, extensores e flexores do punho e da mão, e nos membros inferiores - extensores e flexores de tronco, flexores de quadril, reto femoral, tríceps sural, gastrocnêmio, ísquio tibiais, e tibial anterior [4,8,10]. Após 15 dias de auto-alongamento foi aplicado outro questionário para se verificar a melhora na dor e prevenção de lombalgia, o auto-alongamento foi repetido por mais 15 dias, abordando também se tiveram dificuldades em realizá-los, se foi realizado 3 vezes ao dia, se notaram a diminuição da dor, e se pretendem adotar o hábito de realizá-los com freqüência. Questionários validados pelos Fisioterapeutas, Drª. Janine Cuzzolin e Silva CREFITO nº.33104 - F, Dr. Rafael Vidovix da Rocha Duran CREFITO nº.26087 - F, Drª.Vanessa Torquato Marinelli CREFITO nº.22605 – LTF e Drª. Cíntia Sabino Lavorato Mendonça CREFITO nº.30694 - F. Os resultados foram avaliados através de análise percentual (0%-100%) e demonstrados em gráficos, sendo utilizado o programa Microsoft Office Excel 2003. Peso máximo (kg) corresponde aos pesos normalizados em diferentes países para trabalhadores do sexo masculino – Alemanha / freqüência = 30 kg, Brasil / freqüência = 60 kg, Colômbia / freqüência = 50 kg, França / freqüência = 55 kg, Hungria / freqüência = 50 kg, Moçambique / freqüência = 55 kg, Tunísia / freqüência = 100 [14]. Resultado Os resultados obtidos neste trabalho foram através de 3 questionários preenchidos pelos funcionários. 34 Gráfico 1, referente ao questionário inicial, pode ser observado o percentual de manuseio superior a 15 kg de 100% dos trabalhadores. Gráfico 2, demonstra que a postura mais utilizada durante o trabalho é a posição em pé e refere-se a um percentual de 90% dos trabalhadores. Gráfico 3, referente ao questionário inicial, demonstra que as três regiões mais acometidas pela dor foram, joelho 31,0%, coluna lombar com19,0%, e coluna torácica com 25,0%, sendo relatado mais de um ponto de dor em cada trabalhador. Gráfico 4, referente ao questionário passado após 15 dias, demonstra que das três regiões de maior acometimento obtiveram um boa melhora, joelho 25,0%, coluna lombar com 13,0%, e coluna torácica com 19,0%. Gráfico 5, referente ao questionário passado após 30 dias, demonstra que das três regiões de maior acometimento obtiveram um boa melhora, joelho 16,0%, coluna lombar com 6,0%, e coluna torácica com 7,0%. Gráfico 6, referente aos trabalhadores que pretendem adotar o auto-alongamento como forma de prevenção, 64% disseram que pretendem continuar com os autosalongamentos, 36% relataram que não, por não terem tempo para estarem disponibilizando ao auto-alongamento. 35 36 37 Discussão No questionário inicial, foi verificado que a postura em que os trabalhadores permanecem por mais tempo é a posição em pé, o que ocasiona uma contração estática dos músculos gastrocnêmio e sóleo para manter o indivíduo nessa posição [1]. Isso leva a um maior acometimento da dor nos membros inferiores, consequentemente nos joelhos, em seguida a coluna lombar, e por fim a coluna torácica. Por ficarem na posição em pé por mais de 5 horas, observou-se também dor na coluna lombar, porém em porcentagens menores relatando dor em forma de pontadas nesta postura após o trabalho. Observou-se também que 91,1% dos funcionários que permaneciam em pé relataram dor nesta postura após o trabalho, estes trabalhadores permanecem muito tempo na postura em pé sendo necessário adotar o sistema de pausas conforme corrobora o trabalho de Haddad – Machado, que enfatizam a prevenção de futuras doenças osteomusculares. As pausas durante a jornada de trabalho são primordiais, e o auto-alongamento mostrou ser benéficos para os trabalhadores, mesmo em curto tempo mais em maiores repetições [7,11]. O manuseio de carga foi verificado através do questionário inicial, que são superiores a 15 kg causando dor nos joelhos, o que normalmente excede o peso recomendado em muitas horas de trabalho, os critérios para se determinar os limites de levantamento de peso segundo os fundamentos da Biomecânica, praticamente não 38 existem limites para o ser humano quando são utilizados ferramentas e equipamentos adequados ao peso e ação a ser executada, adotando uma postura adequada no momento de realizar os esforços o que não ocorre com os trabalhadores da empresa [1]. Nos dias de hoje, ainda é freqüente encontrarmos atividades onde predominam o manuseio e a movimentação manual de cargas. É preocupante a não orientação sobre se esta atividade está sendo realizada dentro dos limites normais de tolerância, ou se está sobrecarregando alguma parte do corpo, havendo possibilidades de vir a provocar uma lesão músculo-ligamentar ou mesmo uma hérnia de disco [9]. No Brasil, a legislação não é muito específica, neste ponto, estipula-se em 60 (kg) o peso máximo que um trabalhador deve manusear numa atividade laboral. Apesardisto, este valor não pode ser referenciado para uma atividade que seja realizada durante toda uma jornada de trabalho. Desta forma, alguns trabalhadores, acostumados a levantar cargas que variam de 10 kg a 15 kg, apresentaram hérnia de disco, ou outras lesões na coluna ou membros, o que nos leva a questionar não só a legislação, como os métodos utilizados para obter estas referências limites. A atual Legislação Brasileira, manifesta na Consolidação das Leis do Trabalho-CLT (Campanhole, A. & Campanhole, H, 1994), referente às atividades de levantamento e transporte de cargas (artigo 198 da Seção XIV, da prevenção da fadiga, do Capítulo V da Consolidação das Leis do Trabalho) diz que é de 60 (kg) o peso máximo que um empregado pode remover individualmente. Isto é aplicado a trabalhadores do sexo masculino, pois no caso de mulheres e menores existem outras especificações. Existe também uma disposição geral, para a proteção da saúde dos trabalhadores, que diz: "Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por trabalhador, cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou segurança" [1]. Também se encontra na Legislação a Norma Regulamentadora NR 17 de Ergonomia, que faz menção ao levantamento, transporte e descarga individual de materiais, no entanto, não estipula nenhum valor máximo para a realização deste tipo de atividade. Até hoje não existe uma norma mundial que regulamente o transporte e manuseio de cargas. Existem convênios que fixam os pesos limite (variando de 20 até 100 kg ou mais). A Organização Internacional do Trabalho - OIT recomenda que em 39 atividades onde o peso exceda a 55 kg, devem ser tomadas medidas o mais rapidamente para reduzi-lo [14]. A maioria dos países possui uma legislação/recomendação sobre o manuseio e movimentação de cargas. Sem dúvida, os trabalhadores não estão totalmente protegidos, já que as leis não são adequadas ou cumpridas. Neste trabalho verificamos que com apenas 15 kg de peso manuseado por 08 horas pode levar ao aparecimento de lombalgias, se não for prevenido com atividades como o auto-alongamento. Conclusão Concluiu-se que a utilização da cinesioterapia na forma de auto-alongamento, preveni e melhora a lombalgia e dor nos membros inferiores. Em 30 dias foi observado que a incidência de algia entre os trabalhadores foi maior na região do joelho do que em coluna lombar, isso se deve a permanência de 08 horas ou mais na posição em pé, e manuseio e carga superior a 15 kg, por isso a sobrecarga de peso causa acometimento maior em membros inferiores. O trabalho também evidencia uma maior conscientização da importância do auto-alongamento, pois a maioria dos trabalhadores manifestou interesse em continuar com as atividades. Referências 1. COUTO H. de A. Ergonomia aplicada ao trabalho. O Manual Técnico da Máquina Humana. São Paulo: Editora Ergo; 1995. 2. Gailliet R. Lombalgias. Síndromes dolorosas. 3° Edição. São Paulo: Editora Manole; 1988. 3. CECIN H. A proposição de uma reserva anatomofuncional, no canal raquidiano, como fator interferente na fisiopatologia das lombalgias e lombociatalgias. Mecânicodegenerativas Assoc. Méd. Brás; 1997. P. 295-310. 4. SOBOTTA J. Atlas de Anatomia Humana. 21º Edição. São Paulo: Editora Guanabara Koogan; 2000. 5. THOMAS C.L. Dicionário médico. Enciclopédico Taber. 17º Edição. São Paulo: Editora Manole; 2002. 40 6. KISNER C. e Colby. Exercícios Terapêuticos. 4º edição. São Paulo: Editora Manole; 2005. 7. BARREIRA T.H.C. Um enfoque Ergonômico para as posturas de trabalho. Ver. Bras. de Saúde Ocupacional; 1989. 8. DANGELO J. e FATTINI C. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. São Paulo: Editora Atheneu; 2002. 9. KNOLPICH J. Enfermidades da Coluna Vertebral. 3º edição. São Paulo: Editora Robe; 2003. 10. MARTINS C. de O. Ginástica Laboral no Escritório. 1º edição. Jundiaí – SP; 2001. 11. HADDAD, TAMARA, MACHADO, C. K. Índice de acometimento álgico: membros inferiores e coluna em trabalhadores do sexo masculino de uma indústria moveleira de médio porte da cidade de Osvaldo Cruz - SP IN. Semana de fisioterapia 4, 2003, Adamantina, Anais. P.85-90. 12. HERNANDEZ, R. M., Verificar a melhora de algia nos membros superiores e coluna cervical em trabalhadores de escritórios antes e após a aplicação do alongamento na empresa Central de Álcool Lucélia Ltda. – Fisioterapia das Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI), 2004. 13. PORCINO, F. F. e MACHADO, C. K. A aplicação da Cinesioterapia na prevenção de LER/DORT em membros superiores e coluna cervical em digitadores. In: Semana de Fisioterapia, 4, 2003, Adamantina, Anais. P. 20-25. 14. OIT - Organização Mundial do Trabalho (1988). MILL. - Millanvoye, M. - França (1989). CLT - Consolidação das Leis do Trabalho Brasil (1988). JORT - Journal Officiel de la Republique Tunisiènne (1988). E-mail para contato: midoriwatanabe@gmail.com / rodrigolmartin@gmail.com

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