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ARTIGO ERGONOMIA (pronto)

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APLICAÇÃO DA ERGONOMIA EM ESCRITÓRIO
RESUMO
O presente artigo trata-se de um estudo, sobre aplicação da ergonomia em escritório, tem como objetivo geral identificar os benefícios da implementação da ergonomia no posto de trabalho em escritório, além de sua contribuição para a qualidade de vida dos seus colaboradores. De acordo com o estudo bibliográfico desenvolvido neste artigo é possível reiterar que a aplicação da ergonomia nos postos de trabalho é de vital importância para a proteção da saúde do trabalhador, que a longo prazo tem tendência de adquirir doença ocupacionais, decorrente das atividades exercidas diariamente. O trabalho foi desenvolvido através de pesquisa de revisão sistemática da literatura, tendo embasamento teórico através de livros e artigos científicos. 
Palavras-chave: Ergonomia, qualidade de vida no trabalho, escritório.
ABSTRACT
This article is a study on the application of ergonomics in the office. Its general objective is to identify the benefits of the implementation of ergonomics in the office workplace, as well os its contribution to the quality of life of its employees. According to the bibliographic study developed in this article, it is possible to reiterate that the application of ergonomics in the workplace is of vital importance for the protection of workers' health, which in the long term tends to acquire occupational disease, due to daily activities. The work developed is a research of systematic literature review, having theoretical basis through books and scientific articles.
Keywords: Ergonomics, quality of life at work, office.
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 : Tabela da escala de ruído.	17
Tabela 2: Emissões de ruídos aproximadas de máquinas de escritórios, medição realizada no nível da cabeça dos operadores.	18
Tabela 3: Níveis de ruído para conforto acústico escritórios emissão de ruído (db).	18
Tabela 4: Níveis de ruídos usuais em escritórios.	18
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1: Distribuição das fontes de luz.	23
Figura 2: As luminárias de posicionadas 30º acima da linha de visão e atrás do trabalhador, para evitar ofuscamento e reflexos.	23
Figura 3: Fontes de ofuscamento diretos e indiretos (reflexos).	24
Figura 4: Reflexos e sombras.	24
SUMÁRIO 
1.	INTRODUÇÃO	7
2.	REVISÃO BIBLIOGRÁFICA	9
3.	OBJETIVO	10
4.	METODOLOGIA	10
5.	DESENVOLVIMENTO	11
5.1.	Visão holística do ambiente de trabalho	11
5.2.	Layout	12
5.3.	Aspectos ambientais	14
5.3.1.	Ventilação e temperatura	14
5.3.2.	Acústica e Ruído	16
5.3.3.	Luminosidade e Cores	19
5.3.4.	Cores	25
5.4.	Fatores psicossociais	26
5.4.1.	Stress	26
5.4.2.	Síndrome de Burnout	29
5.4.3.	Assédio moral	29
6.	CONCLUSÃO	29
7.	REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA	30
INTRODUÇÃO
A ergonomia tem como premissa apresentar soluções e propostas para um trabalho melhor. É uma disciplina que promove uma abordagem holística e centrada nas interações do homem com o ambiente de trabalho, para o design de sistemas de trabalho voltados a fatores físicos, cognitivos, sociais, organizacionais e ambientais (SOARES, 2009). 
A ergonomia integra diferentes campos do conhecimento, como áreas de estudo da fisiologia e da psicologia, pois estuda o homem em situação real de trabalho para identificar os elementos críticos sobre a saúde e a segurança originados nestas situações, e a partir daí elabora recomendações de melhoria das condições de trabalho, bem como desenvolve instrumentos pedagógicos para qualificar os trabalhadores (KASSADA; LOPES E AYUMI, 2011).
De acordo com Kassada, Lopes e Ayumi (2011) o tema é classificado pela Associação Internacional de Ergonomia em três domínios específicos, a saber: 
• Ergonomia Física: lida com a interação do corpo humano com a carga física e psicológica (arranjo físico de estações trabalho, fatores relacionados à repetição, vibração, força e postura estática, dentre outros); 
• Ergonomia Cognitiva: lida com os processos mentais que afetam as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema (percepção, atenção, cognição, controle motor, memória, dentre outros); 
• Ergonomia Organizacional: lida com a otimização dos sistemas socio-técnicos, onde se incluem estrutura organizacional, políticas e processos (supervisão, trabalho em equipe, trabalho em turnos, dentre outros).
 Com o avanço da tecnologia, o trabalho humano muitas vezes se dá em ambientes complexos (SOARES, 2009). Segundo Ferreira (2015), ao passo em que ocorrem aceleradas transformações no processo de reestruturação produtiva, é notório o impacto nos indicadores de saúde para a segurança dos trabalhadores, acarretando epidemia de DORT, crescimento dos casos de síndrome de Burnout e aumento de acidentes de trabalho. 
O sentimento de intensificação do trabalho e de trabalhar no limite das capacidades se faz cada vez mais presente nos relatos dos trabalhadores. É nesse contexto característico do século XXI que as ciências do trabalho e da saúde estão sendo convocadas para a produção de quadros explicativos sobre o nexo trabalho-saúde-segurança e, em consequência, para a proposição de recomendações de mudanças que combinem bem-estar dos trabalhadores, satisfação de clientes e usuários, eficiência e eficácia dos processos produtivos (FERREIRA, 2015).
Por outro lado, do ponto de vista das organizações públicas, privadas e não governamentais, o uso da atividade ergonômica, tem se revelado promissor nos contextos corporativos e normativos. A atividade Ergonômica do Trabalho (AET) vem contribuindo decisivamente na produção de melhorias que aprimoram os contextos de trabalho, agregando mais segurança, eficiência e eficácia dos processos de trabalho e impactando também no bem-estar dos trabalhadores e na satisfação de usuários e clientes (FERREIRA, 2015).
Um dos aspectos nos quais a ergonomia atua visando a melhoria do trabalho humano é na prevenção de riscos e custos humanos do trabalho. Para a ergonomia o risco compreende uma percepção multidimensional envolvendo fatores psicológicos, sociais e culturais (SOARES, 2009). Entender como os locais de trabalho afetam o desempenho, a fadiga, os desgastes, os danos físicos é parte da abordagem ergonômica do posto de trabalho (KASSADA; LOPES; AYUMI, 2011).
Os custos humanos do trabalho se expressam através mortes, mutilações, lesões permanentes e temporárias, doenças e fadiga, decorrentes dos acidentes e incidentes, e da carga de trabalho. Assim, para a ergonomia, a melhoria do trabalho humano envolve a redução dos custos humanos do trabalho (SOARES, 2009).
Portanto, o objetivo do presente trabalho é identificar os benefícios da implementação da ergonomia nos postos de trabalho, além de sua contribuição para a qualidade de vida dos colaboradores.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
No século XVIII com a revolução industrial percebeu a necessidade de adaptação para que pudesse acomodar os funcionários que trabalhavam em escritórios (como bancos, agências de seguro, entre outros), levando a criação de estrutura adaptável para esse tipo de serviço. Deste então mudança tem ocorrido para se adequar o trabalhador ao seu ambiente de serviço, para assim evitar doenças ocupacionais, no século XX surgiu estudo do Taylorismo, que focava na produtividade, o objetivo era ter um maior aproveitamento do espaço e diminuir os movimentos essencial para a realização do serviço, mais acabou não dando certo, percebeu-se que estava afetando “à saúde dos funcionários, que sofriam micro traumas devido aos movimentos repetitivos e a elevada cadência exigida, ou mesmo devido à má postura’’ (CAÑELLAS; FORCELINI; ODEBRECHT, 2010). Em 1980 a ergonomia já estava estrutura na parte de processos industriais, mais por causa da informatização, os trabalhadores em escritórios começaram a apresentar doenças decorrente ao serviço, por causa postura inadequada e movimentos repetitivos, então começou-se estudos voltados para esse ambiente de trabalho, a fim de aumentar o bem-estar e
o conforto do trabalhador e evitar doenças como a LER (lesão por esforço repetitivo). (CAÑELLAS; FORCELINI; ODEBRECHT, 2010)
Em 1983 no Brasil deu-se início a um novo projeto, que tinha como objetivo realizar estudos especificamente da ergonomia, criando uma Associação Brasileira de Ergonomia, o qual foi adotado a sigla ARBEGO, fundada em 30 de agosto de 1983, uma comissão composta “pelo professor Itiro Iida, como presidente, Reinier Rozestraten, como vice-presidente, Anamaria de Moraes, como diretora-administrativa, Leda Leal Ferreira, como diretora-financeira, e João Bezerra de Menezes, como diretor-técnico” (SILVA; PASCHOARELLI, p. 100, 2010).
O estudo da ergonomia teve muitos avanços nos últimos anos, passou por várias fases, hoje estuda-se o meio ambiente do trabalho, tratando-se de ruídos, vibrações, temperatura, iluminação e aerodispersóide eliminando o máximo possível e adequando o ambiente ao homem. (IIDA; BUARQUE, 2016). Com o avanço da tecnologia e constante mudança, tem-se estudado a saúde cognitiva dos trabalhadores, como memorização, atenção, inteligência emocional e entre outros (TAVARES, 2016). E a macroergonomia deixou-se de restringir somente o individual, mais abordando o contexto geral (organizacional, psicossocial, política e entre outros) que de alguma forma afeta a vida do trabalhador (IIDA; BUARQUE, 2016).
O objetivo da ergonomia e preservar a saúde e o bem-estar do trabalhador, mais também da organização, que se oferece condições ergonômicas de trabalho aumenta a produtividade de seus colaboradores, e assim preveni afastamentos por doenças como LER e DORT. (KASSADA; LOPES; AYUMI, 2011).
Mais ainda há o que se fazer no Brasil, não são todas as empresas que adotam a ergonomia em seus postos de trabalhos, acarretando afastamentos por doenças ocupacionais, por não ter a devida prevenção. O estado acaba sendo afetado também, devido ao aumento de afastamento decorrente a doenças adquirido em serviço (FERREIRA, 2015).
OBJETIVO 
O objetivo e relatar os riscos do ambiente de trabalho em escritório, e a aplicação das técnicas de adaptação da ergonomia, que tem intuito de gerar segurança, conforto e bem-estar ao trabalhador.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de Revisão de Literatura, de caráter qualitativo pois se utiliza de dados narrativos; e descritivo com a finalidade de observar analisar e registrar os dados, sem a interferência do pesquisador. 
Empregaram-se os seguintes critérios de seleção de dados: artigos publicados entre o período de 2005 a 2016, no idioma português. Os dados da pesquisa foram colhidos entre outubro e novembro de 2019.
DESENVOLVIMENTO 
Visão holística do ambiente de trabalho 
Quando se pensa em projetar um local de trabalho é necessário conhecer o que será exigido em todas atividades que serão realizadas naquele espaço de trabalho, qual é o objetivo da empresa, quais são as soluções existentes, regulamentos, leis e normas e realizar uma análise ergonômica do trabalho, de conceitos e práticas ergonômicas, como o entendimento das características e limitações físicas, idade, habilidades, saúde psicológica e antropometria dos indivíduos que ali atuarão e da organização dos mesmos nos espaços que ocuparão. Segundo Smith, apud Neves (2002), ao planejar essas áreas, devem ser considerados questões como:
O padrão e os objetivos estratégicos da empresa;
Planos de implementação de novas e diferentes tecnologias;
O tempo que o funcionário fica na frente do computador e fora do escritório;
Como os funcionários interagem entre si;
Aspectos dimensionais e tipos de equipamentos que constituem os postos de trabalho.
Para Charles et al. (2004), pequenos espaços no arranjo físico do local de trabalho faz com que os funcionários fiquem, por exemplo mais próximos de todas as fontes de ruído como impressora, fax, telefone e até mesmo as comunicações dos próprios funcionários, além de terem um espaço mais limitado de superfície de trabalho o que pode dificultar também na realização de tarefas que demandem locomoção ou recursos compartilhados, influenciando também, no favorecer do isolamento. Já grandes espaços resultam em área ociosa e distancias longas para realização de determinadas tarefas.
O que deve se levar em conta ao projetar o lugar ideal de trabalho, são os fatores específicos do trabalho que será realizado, se haverá interação com algum outro posto de trabalho, a antropometria dos ocupantes, o ambiente em si, e necessidades, como as de ventilação, iluminação, termorregulação, acústica etc... 
Segundo Ferreira (2015) não é possível conseguir êxito em todos os aspectos de interesses sendo alguns inversamente proporcionais a outros, como por exemplo o espaço em excesso que diminui a intensidade do ruído mas por outro aumenta as distancias para realização das tarefas que envolvem movimentação, então deve-se escolher o que é priorizado pela empresa.
 Depois da convicção do objetivo e funcionalidades da empresa, partimos do layout para realização do projeto ergonômico otimizado.
Layout 
O Machline e Schoeps, expõe que layout é: 
[...] a posição relativa
- Dos departamentos, seções ou escritórios dentro de um conjunto de uma fábrica, oficina ou área de trabalho;
- Das máquinas, dos pontos de armazenamento e do trabalho manual e intelectual dentro de cada departamento ou seção;
- Dos meios de suprimento e acesso às áreas de armazenamento e de serviço, tudo relacionado dentro do fluxo do trabalho. (MACHLINE; SCHOEPS, P. 242, 1995)
Preleciona Rocha (1995) que todos os espaços devem partir dos princípios de layout para uma distribuição otimizada das estações de trabalho dentro de uma organização. Destaca também os seguintes princípios: 
Princípio da Economia de Movimento: O layout busca diminuir as distâncias entre operador e os recursos materiais que usa, economizando-se assim, tempo e energia;
Princípio do Fluxo Progressivo: O layout deve permitir movimento contínuo entre uma operação e a subsequente, sem paradas, voltas ou cruzamentos, tanto para pessoas quanto para equipamentos. Para facilitar o fluxo de ambos, deve ser adotada uma distribuição mais racional do mobiliário, buscando minimizar acidentes, assim como distâncias entre postos de trabalho;
Princípio da Flexibilidade: O layout deve permitir rearranjos econômicos em face de inúmeras situações que as empresas podem enfrentar, como futuras expansões, permitindo áreas de reserva à colocação de novos postos, máquinas, mobiliário, dentre outros; 
Princípio da Integração: Deve-se utilizar da melhor forma possível os espaços disponíveis, visando conforto e segurança aos funcionários e garantir integração, quando necessária, entre os diversos funcionários e/ou setores.
O arranjo físico com um foco maior em escritório, deve-se priorizar os mais importantes critérios como: 
Importância: Colocar os componentes mais importantes em posição de destaque no posto de trabalho de maneira em que posso ser facilmente visualizado ou facilmente manipulado.
Frequência de uso: Os componentes que são utilizados com maior frequência devem ser alocados em posições que facilite o alcance e manuseio. (IIDA; BUARQUE, 2016)
Também devem ser colocados próximos de itens que tenham algum vínculo de manuseio ou uso, como por exemplo, folha sulfite próximo de impressora ou bloco de notas e caneta perto do local de anotações.
“O emprego adequado dos recursos produtivos na concepção do layout de escritório, assim como em qualquer organização, promove aos usuários destes espaços maior produtividade, produção racional, eficaz e eficiência na execução de suas atividades. Todavia, quando mal-empregadas resultam em problemas como acúmulo desnecessário de materiais, atrasos nas tarefas, processamentos mais longos, falta ou excesso de funcionários, além de elevados prejuízos financeiros”. (GRAZZIOTTI; TIBIRIÇA, 2007)
Aspectos ambientais
Ventilação e temperatura 
Sabemos o quão significante é um ambiente propício para o bem-estar físico, com ventilação e temperatura agradável e adequada, principalmente
no trabalho, desenvolvendo suas atividades, com certeza isso tem impacto na produtividade e saúde do trabalhador. Com ênfase no trabalho em escritório, que necessita de ventilação e temperatura adequada para promover conforto e satisfação, principalmente em locais com áreas menores e maior concentração de pessoas.
Pensando por esse lado Grazziotti e Tibiriça (2007) diz que é muito importante a ventilação e acaba sendo indispensável para gerar conforto no ambiente de trabalho, podendo até mesmo ser de origem artificial. A de origem natural não favorece só a renovação do ar nesses ambientes, mas também reduz despesas com energia e manutenções. Já a artificial permite controlar as taxas de circulação do ar, porem necessita de frequente manutenção e como consequência acabam por gerar gastos.
Já Iida e Buarque vão além especificando que “uma pessoa precisa de uma renovação de doze a quinze metros cúbicos de ar por hora e para manter a qualidade do ar em ambientes internos é necessário fazer renovação de um volume desse ambiente por hora.” (IIDA; BUARQUE, 2016)
“Ao se projetar ambientes de escritórios, deve-se conscientizar sobre fatores como a disposição dos postos de trabalho e equipamentos, a distância relativa entre eles, a altura e abertura das divisórias e janelas, o número de estações e quantidade de pessoas que as ocupam, além das cargas térmicas próprias a cada ambiente. Esses fatores repercutem diretamente na qualidade do ar e, consequentemente, no conforto térmico dos ocupantes dos recintos de trabalho”. (GRAZZIOTTI; TIBIRIÇA, 2007)
Para Grazziotti e Tibiriça (2007) muitas vezes os espaços de trabalho são minimizados com o intuito de ter-se mais aproveitamento em custos, porem vemos que a quantidade de ocupantes aumenta nestes locais, gerando falta de espaço físico adequado para mobiliário e equipamentos. Assim então acaba acarretando a elevação da temperatura e de contaminantes (emitidos por todos equipamentos e insumos liberados lentamente por pinturas, mobiliários, produtos de higiene e limpeza, e também de impurezas como as de sistema de climatização, de computadores e impressoras a laser que emitem gases tóxicos como monóxido de carbono [CO], ozônio [O3], dióxido de enxofre [SO2] e também os liberados frequentemente por nós, o dióxido de carbono [CO2]).
 “A concentração usual de CO2 é de 0,033%. O aumento dessa taxa indica renovação insuficiente do ar. O organismo é sensível a pequenos aumentos dessa taxa, quando passa a sentir o ar “abafado”. (IIDA; BUARQUE, 2016)
É claro que a ventilação natural previne alguns sintomas que a artificial não consegue evitar, como dor de cabeça, garganta, espirros, nariz escorrendo, entre outros, gerando mais um ponto positivo em relação ao custo anteriormente falado. Indo mais além, pela troca total de ar na ventilação natural, previne-se também risco de contágio de vírus como os da gripe que tendem a aumentarem em ambientes sem circulação, refletindo até no absenteísmo.
A NR-17 estabelece temperaturas no interior de escritórios na faixa de 20° a 23°C (no verão esta variação muda de 23° a 25°C e no inverno de 20° a 22°C), considerada adequada para proporcionar bem-estar térmico, bom desempenho das atividades, além de interferir no bom humor dos funcionários. A respeito da qualidade do ar dentro desses recintos, a legislação brasileira estabelece 3 a 6 trocas/hora de renovação de ar ambiente em escritórios, velocidade do ar menor que 0,75m/s, além de UR (umidade relativa) menor que 40% (diferente do verão que pode variar de 40 a 60% e no inverno de 35 a 65%). (GRAZZIOTTI; TIBIRIÇA, 2007)
Portanto vemos que além da produtividade não é só o conforto que está em jogo, mas sim a saúde do trabalhador.
 “Um ambiente superaquecido gera cansaço, sonolência além de reduzir o desempenho físico e aumentar os erros na execução das tarefas. Ao contrário, o resfriamento gera superatividade, o que consequentemente, reduz o estado de alerta e a concentração, principalmente, nas atividades mentais”. (GRAZZIOTTI; TIBIRIÇA, 2007)
Acústica e Ruído 
O Grazziotti e Tibiriça (2007) preleciona que “a acústica no ambiente de escritório inclui todas as manifestações sonoras percebidas pelo ser humano durante o período de trabalho. Alguns destes sons podem ser agradáveis, outros não, sendo estes considerados como ruídos.” 
A presença de ruídos elevados, pode perturbar ou provocar lesões irreversíveis no aparelho auditivo e até mesmo os ruídos relativamente baixos podem provocar interferência nas comunicações e na redução da concentração. Estas situações podem, ao nível de saúde, originar estados crónicos de nervosismo e stress, o que por sua vez leva a transtornos psicofísicos, doenças cardiovasculares e alterações do sistema imunitário. Ao nível profissional, podem provocar uma diminuição do rendimento profissional. (DUL; WEERDMEESTER, 2004)
Apesar de escritórios serem ambientes considerados silenciosos, há casos em que na verdade isso prova-se contrário ao esperado, principalmente se não foi bem projetado visando esses fins. Por se tratar de ambiente que deveria ser silencioso, e pelas funções exercidas, que muitas das vezes requerem silencio absoluto e necessitam de extrema atenção, qualquer som pode se tornar ruído para os ouvidos daqueles que trabalham no mesmo. Além de causar estresse, irritabilidade, tensão, interfere também no desempenho das tarefas que exigem concentração, atenção, velocidade, precisão e nas que requerem interpretação de informação.
Em escritórios podem existir diversas fontes sonoras podendo ser do ambiente interno, como também do externo. (GRAZZIOTTI; TIBIRIÇA, 2007) da exemplos de ruídos internos, como as impressoras, computadores, equipamentos eletrônicos no geral, a própria comunicação verbal, nos corredores ou próximo de áreas de serviço, dentre outras. Além disso, existem os ruídos perturbadores externos, como o tráfego de veículos e pessoas, provenientes da vizinhança, e de casos fortuitos no geral.
 Tabela 1 : Tabela da escala de ruído.
 Fonte: autores Iida; Buarque, 2016.
 Fonte: autores Iida; Buarque, 2016.Tabela 2: Emissões de ruídos aproximadas de máquinas de escritórios, medição realizada no nível da cabeça dos operadores.
Tabela 3: Níveis de ruído para conforto acústico escritórios emissão de ruído (db).
 Fonte: autores Iida; Buarque, 2016.Tabela 4: Níveis de ruídos usuais em escritórios.
Fonte: autores Iida; Buarque, 2016
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a exposição contínua a níveis de ruído superiores a 50 decibéis pode causar deficiência auditiva, verificando-se, no entanto, variação considerável de indivíduo para indivíduo relativamente à suscetibilidade ao ruído.
 Segundo Matos e Santos (1994) as medidas de controle de ruído podem ser resumidas, de maneira resumida, em três grupos, segundo a necessidade de busca da solução seja: 
Intervenção na fonte emissora: eliminação ou substituição de máquinas e equipamentos ruidosos (ar condicionado, ventiladores, computadores, impressoras, copiadoras, entre outros) por modelos mais silenciosos; modificação no ritmo de funcionamento da máquina; aumento da distância e redução da concentração;
Intervenção sobre a propagação: uso de suportes antivibrantes; enclausuramento integral; enclausuramento parcial; barreiras; silenciadores; tratamento fonoabsorvente.
Intervenção sobre o trabalhador: redução do tempo de exposição, reduzindo a jornada de trabalho, reorganizando o trabalho e/ou aumentando as pausas durante suas atividades; isolamento de áreas silenciosas quando obrigatórias.
Portanto vemos a importância de um local acusticamente bem projetado, e o quando esse fator muita das vezes desconsiderado se torna importante para saúde, conforto e produtividade do trabalhador.
Luminosidade 
O ambiente com luminosidade adequada tem diversos benefícios e deve ser levado em conta e cuidadosamente planejado ao projetar um ambiente adequado de trabalho (GRAZZIOTTI; TIBIRIÇA, 2007). Os escritórios possuem espaços que são compartilhados
por vários usuários de diferentes idades, que consequentemente tem exigências diferentes em suas atividades, por também possuírem espaços físicos distintos, no posicionamento dos postos de trabalho e mobiliário. 
“O controle preciso da luz natural, insolação, nível de iluminação e ofuscamento ajudam a garantir conforto visual no ambiente de trabalho e aumentar a eficiência operacional, além de reduzir a fadiga ocular e os acidentes” (GRAZZIOTTI; TIBIRIÇA, 2007) .As condições de iluminação devem contribuir para a sensação de bem-estar e estimular a motivação no trabalho (FGL, 2000).
Uma boa iluminação é, não só aquela que fornece a quantidade de luz suficiente para a execução das tarefas, mas, também, a que proporciona condições de visibilidade que favoreçam o conforto visual (BOYCE; FIESNA, 2003).
 “De acordo com a norma ISO 8995 (2002), a boa iluminação dos locais de trabalho é fundamental para que as tarefas sejam desempenhadas com facilidade (sem esforço visual), de uma forma confortável e em segurança. A iluminação deve assegurar aspectos quantitativos e qualitativos exigidos pelo ambiente de trabalho, de forma a garantir:
Conforto visual: O trabalhador deve manter a sensação de bem-estar (sem esforço); 
Desempenho visual: O trabalhador dever manter a capacidade de execução da tarefa, com precisão e rapidez, mesmo durante períodos longos; 
Segurança visual: O trabalhador não deve perder a noção da vizinhança e deve manter-se alerta para os perigos”. (TAVARES, 2012)
A iluminação pode ser proveniente de luz natural ou artificial. A iluminação natural, depende das condições do clima, principalmente da orientação solar. Para que seja feita de forma eficiente é necessário considerar pontos como escolhas de altura e tipo de fechamento para penetração de luz na profundidade dos recintos, escolha ideal das esquadrias, cores da pintura de paredes, tetos e mobiliário, além dos materiais utilizados maneira de conceber dos mesmos. (GRAZZIOTTI; TIBIRIÇA, 2007)
Tem-se como preferência muitas das vezes a luz do dia, porque reduz o consumo de energia e dá uma certa conexão com o mundo exterior, proporcionando um maior bem-estar. Mas, se projetado de maneira a favorecer a luz natural, pode ocasionar problemas que afetarão de alguma forma a eficiência operacional dos funcionários. Janelas de grande dimensão certamente ajudam na distribuição de luz natural dentro do escritório, porém facilita a penetração do calor, principalmente no verão. Pelo contrário no inverso trazem desconforto gerado pela propicia entrada do frio, tornando superfícies mais frias, que consequentemente afetarão principalmente os usuários de estações de trabalho próximas às janelas. (GRAZZIOTTI; TIBIRIÇA, 2007)
Segundo Kroemer e Grandjean (p.303-304, 2005) apresentam algumas recomendações referentes à iluminação natural no ambiente interno: 
Janelas altas são mais eficientes do que as largas, já que a luz natural alcança maior profundidade no recinto;
O peitoril da janela deve ser da altura da mesa que compõe o espaço de trabalho. Se a janela for mais baixa que a mesa é possível gerar ofuscamento;
A distância da janela até o posto de trabalho não deve ser maior do que duas vezes a altura da janela;
Geralmente para áreas de trabalho como escritórios, a área da janela deve ser 1/5 da área do piso; 
O vidro da janela deve, em grande parte das situações, permitir a passagem de luz;
Proteções efetivas contra o excesso de luz incidente nas janelas, são necessárias para assegurar boa visibilidade no caso de reflexos, também de adequá-las quanto ao calor radiante, transferida da janela e para a janela, na garantia de conforto no interior do ambiente de trabalho. O método mais eficiente é o uso de venezianas ajustáveis no lado externo dos recintos ou de películas instaladas nos vidros das janelas.
“Além do aproveitamento da iluminação natural nos escritórios, a iluminação artificial é um dos recursos indispensáveis para complementar e/ou prover às necessidades lumínicas do ambiente de trabalho, seja para suprir o local com iluminação diurna e/ou noturna, para completar a iluminação natural ou para substituí-la em razão de exigências do processo de trabalho ou da solução arquitetônica utilizada”. (GRAZZIOTTI; TIBIRIÇA, 2007)
Optando-se pela iluminação artificial, é possível o controle do seu uso, quando empregado no ambiente de trabalho é possível projetar o tipo, a quantidade, e o melhor posicionamento das fontes de luz, com relação as atividades desenvolvidas e a luminância necessária disponível para a atividade visual de cada funcionário. Para tal fim, precisa ser levado em conta as diversidades individuais como a idade, limitações, e o posicionamento dos equipamentos e postos de trabalho e a orientação dos mesmos e de seus usuários em relação às fontes de luz, às superfícies a serem iluminadas, às cores dos objetos e dos ambientes e contrastes de luminância. (GRAZZIOTTI; TIBIRIÇA, 2007)
O Grazziotti e Tibiriça (2007) discorre que na concepção do melhor arranjo de luminárias e da distribuição geral de luz apropriada a cada ambiente, recomenda-se:
Posicionar as luminárias de acordo com o layout e a disposição de máquinas, equipamentos, móveis, dentre outros;
Posicionar as luminárias de modo a evitar a incidência de luz direta ou refletida sobre os olhos, para não provocar desconforto visual. Se possível situar-se acima de 30° em relação à linha de visão e colocar ao lado ou atrás do trabalhador; 
Usar luminárias com refletores e aletas parabólicas em alumínio anodizado; 
utilizar iluminação direta nos postos de trabalho de acordo com suas necessidades operacionais, além de adequá-la de acordo com a idade dos funcionários; 
Evitar o uso de cores e materiais reflexivos em máquinas, aparelhos, tampos de mesas e outras superfícies; 
Adequar cada ambiente com nível de iluminância segundo a nbr 5413/82 (nível de iluminamento de interiores). Por exemplo: escritórios e áreas administrativas (250-600 lux); locais para arquivos (100-250 lux); salas de reuniões (150-250 lux); circulação (40-100 lux). 
Preferencialmente, a distribuição das fontes de luz, deve ter as seguintes características:
1. Os pontos de luz não devem estar no campo de visão do trabalhador, que em média se estende 30º acima do eixo de visão;
2. Os pontos de luz não devem ser colocados de forma que o seu reflexo no plano de trabalho encandeie o trabalhador;
3. Os pontos de luz devem ser colocados lateralmente, de forma a não, estarem no campo de visão do trabalhador, e não o encadearem por reflexão.Figura 1: Distribuição das fontes de luz.
Fonte: autor Bartolomeu, 2003.
Figura 2: As luminárias de posicionadas 30º acima da linha de visão e atrás do trabalhador, para evitar ofuscamento e reflexos.
 Fonte: autores Iida; Buarque, 2016.
Segundo Vandevyver (1998), os postos de trabalho devem estar posicionados perpendicularmente às janelas de forma a evitar reflexos no ecrã do computador, que provocam encadeamentos.
Figura 3: Fontes de ofuscamento diretos e indiretos (reflexos).
 Fonte: autores Iida; Buarque, 2016.
Figura 4: Reflexos e sombras.
 Fonte: FGL, 2005.
O uso de computadores passou a crescer com grande intensidade em escritórios e outros postos de trabalho, porém é uma ferramenta de trabalho que precisa de algumas precauções, em especial no que diz respeito à iluminação, seja ela natural ou artificial. Antigamente se usava o papel para grande parte das tarefas, mas hoje em dia é predominantemente feito em computadores, esses passaram a causar sérios danos à saúde de usuários graças a reflexos, contrastes de brilhos que causam ofuscamento, fadiga visual e distrações. Nessa situação cresce demasiadamente a importância de se recorrer a tecnologias e usar computadores com recursos modernos de tela plana, camadas de antirreflexo, ajuste correto de iluminância, contraste etc., que não comprometam a saúde e a produtividade dos funcionários. (GRAZZIOTTI; TIBIRIÇA, 2007)
Cores
Segundo Lida (1990: p.268), há estudos comprovados que ressaltam
a influência e evidênciam a repercussão das cores sobre o estado emocional, a qualidade e a produtividade do trabalho, não se limitando aos ambientes de escritório.
Segundo Birren (apud DÉRIBÉRÉ, 1968) afirma que a cor tem sido reconhecida como um significativo componente de adaptação ao trabalho, ao proporcionar uma melhor interação entre o homem, a tarefa realizada e o espaço no qual aquele está inserido.
“Antes de iniciar o planejamento das cores em um ambiente de trabalho, é necessário identificar quais serão as tarefas a desenvolver naquele espaço de trabalho e quem as realizarão. Com isso, é possível projetar um ambiente cujas cores se relacionem com os fatores psicológicos e fisiológicos dos ocupantes desses espaços.” (GRAZZIOTTI; TIBIRIÇA, 2007)
Segundo Okamoto (2002), o comportamento humano é conduzido por uma resposta à percepção do ambiente através dos estímulos provocados por ele. Para o autor o processo de percepção consiste: Temos a sensação do ambiente pelos estímulos desse meio, sem ter a consciência disso. Pela mente seletiva, diante do bombardeio de estímulos, são selecionados os aspectos de interesse ou que tenham chamado a atenção, e só aí é que ocorre a percepção (imagem) e a consciência (pensamento, sentimento), resultando em uma resposta que conduz a um comportamento.
“Por exemplo, para atividades monótonas pode-se utilizar uma composição cromática mais estimulante e para atividades de concentração uma menos estimulante. Estes são apenas alguns exemplos de como a cor pode ser usada para transmitir certas mensagens nos locais de trabalho.” (ALVÃO; FONSECA, 2006)
Segundo Grazziotti e Tibiriça (2007), existem técnicas de aplicação de cores interessantes em seus resultados. Como exemplo, em ambientes de trabalho monótono sugere-se incluir cores excitantes, mas não em todo recinto, somente em alguns elementos como pilares, vigas, divisórias, dentro outros.
O Grazziotti e Tibiriça (2007) discorre sobre o trabalho que exige mais concentração do funcionário, recomenda-se a utilização de cores claras, nos tetos, paredes e pisos, para evitar distrações e acidentes, pois cores fortes chamam muita atenção. Pois as cores instigam várias sensações no ser humano, uns capazes de irritar outras de acalmar, abaixo a descrição de cores e as sensações visuais que podem despertar nas pessoas. 
Vermelho: agressividade, estresse, irritação;
Amarelo: estimulante, vibrante, alegre;
Verde: alivia tensões e equilibra o sistema nervoso;
Azul: calmante, repousante, sonífero;
Laranja: estimulante, vibrante, amigável; 
Branco: leveza, calma, alegria; 
Preto: agressividade, fatigante, depressivo. 
Enfim, assim como a iluminação, o adequado uso das cores é uma recomendação ergonômica fundamental para tornar ambientes de trabalho mais prazerosos e produtivos.
Fatores psicossociais 
Stress
O stress devido atividades exercidas no trabalho têm sido muito decorrentes nos últimos anos, o modelo transacional vê como um estado de tensão que a pessoa sente por causa do ambiente ou por uma tarefa executada. (ASTORGA, 2005).
Segundo Tavares (2012) a tensão se origina do desequilíbrio entre as relações em que uma pessoa estabelece com o ambiente que a rodeia e com as demais pessoas nele. O stress no trabalho advém de situações e de relações que existem nas organizações formais de trabalho. Ele surge quando o indivíduo reconhece o desajuste entre o que se é exigido pelo ambiente, e os recursos que dispõe para enfrentá-los. Normalmente essas experiencias tendem a ser negativas e o seu controle não depende do trabalhador pois não possui a autonomia necessária para modificar as condições do seu local de trabalho. 
“O stress no trabalho pode afetar qualquer pessoa, a qualquer nível. Pode ocorrer em qualquer setor, independentemente da dimensão da organização. O stress pode afetar a saúde e a segurança das pessoas, mas também a saúde das organizações e das economias nacionais.” (TAVARES, 2012)
De acordo com dados da agência europeia para a saúde e segurança no trabalho, o stress é o segundo problema de saúde relativo ao trabalho e o mais notificado, assim afetando 22% dos trabalhadores da UE 27 (em 2005). A quantidade de pessoas que sofrem de doenças relacionadas com o stress causado ou agravado pelo trabalho tende a aumentar. (TAVARES, 2012) 
De acordo com Burke (1988) podem considerar-se seis categorias de estressores em contexto laboral:
Ambiente físico: Os estressores ambientais mais comuns são a densidade populacional, o ruído elevado, temperaturas extremas, vibrações, ventilação e iluminação.
Desempenho de papéis: No que concerne às fontes de stress relacionadas com o papel que um trabalhador desempenha numa organização destacam-se o conflito de papel e antiguidade de papel. 
Estrutura organizacional e característica do trabalho: No que diz respeito à dimensão da estrutura organizacional e características do trabalho consideram-se os seguintes estressores: estrutura organizacional, política da instituição, mudanças organizacionais, sobrecarga de trabalho, subcarrega de trabalho e insegurança no trabalho.
Relacionamento com os outros: As relações que se estabelecem no contexto laboral podem ser uma fonte de stress. O relacionamento com os superiores hierárquicos pode converter-se num foco de stress quando há um sentimento de injustiça, desconsideração ou quando a supervisão não é adequada. O relacionamento com subordinados pode funcionar como um estressor quando se têm responsabilidades sobre a produtividade de outras pessoas. O relacionamento com colegas é muitas vezes provido por conflitos, invejas e estragos. 
Desenvolvimento da carreira: O desenvolvimento da carreira profissional resulta da interação entre as metas, o comportamento e as oportunidades proporcionais pelo meio social onde o indivíduo se encontra inserido. Promoções indevidas (incongruência entre o posto de trabalho ocupado e as competências do trabalhador), mudanças no posto de trabalho, falta de oportunidades para ascender na escala hierárquica, ou a possibilidade de perder o emprego conduzem à preocupação, ansiedade, insatisfação, abuso de substâncias aditivas, diminuição do envolvimento com o trabalho e à deterioração das relações interpessoais (ASTORGA, 2005).
Conflito trabalho-família: O desempenho de diferentes papéis (trabalhador, cônjuge, pai/mãe, filho/filha, entre outros) pode conduzir a situações de stress. Para além disso, a conciliação entre a carreira profissional e a vida familiar pode conduzir a tensão, ansiedade, cansaço e frustração. Longos períodos de trabalho, trabalhar longe de casa, trazer tarefas para casa, elevados níveis de responsabilidade, e insegurança no trabalho, são fatores que podem afetar de forma adversa o núcleo familiar, bem como as atividades de lazer. Em contrapartida é importante que a família funcione como uma forma de apoio social de forma a moderar o stress laboral.
Síndrome de Burnout 
Hoje com a constante mudança e cobrança por parte do empregador, o trabalhador está mais propício a adquirir a síndrome de Burnout, e uma síndrome psicológica, devido a fatores estressantes, onde o trabalhador está em um processo de exaustão mental. Tavares (2012) preleciona que o “Burnout está associado a sentimento de perda de energia, à indiferença, à tristeza e ao cinismo”. Quando as pessoas se sentem inapto a realizar uma determinada tarefa, elas ficam impacientes, demonstrando irritabilidade, e acabam transferindo o mal-estar para a sua vida social. (TAVARES, 2012)
Assédio moral 
O assédio moral também é denominado por mobbing. Tavares (2012) preleciona que pode ocorrer durante um longo período, com “palavras mal-intencionadas e de artimanhas hostis, expressas e manifestadas por uma ou várias pessoas para com uma terceira (a vítima), colocando-a numa situação de desvantagem com risco elevado de ser expulsa.” 
CONCLUSÃO 
Neste trabalho procuramos relatar todos os pontos do ambiente de trabalho de um escritório, visando aspectos como layout, aspectos ambientais (ventilação
e temperatura, acústica e ruído, luminosidade e cores), e fatores psicossociais (stress, síndrome de Burnout, assédio moral).
Através deste estudo, obtivemos uma visão que todos trabalhadores da área de escritório, deve analisar sua postura e os aspectos associados anteriormente, para melhoria dos seus dias no posto de trabalho, revisando métodos indicados para que não sofra de nenhuma doença ocupacional ou psicossocial.
Diante da necessidade de oferecer uma solução ergonômica, o papel do engenheiro de produção especializado em segurança do trabalho, é planejar o posto de trabalho de modo a evitar condições ergonômicas desfavoráveis (COUTO, 1995). Esta citação destaca o papel do engenheiro relativo à ergonomia. Por meio deste planejamento será possível oferecer um maior bem-estar ao trabalhador, para que possa alcançar melhores índices de produtividade e desempenho em sua função.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
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FERREIRA, M. C. Ergonomia da atividade aplicada à qualidade de vida no trabalho: lugar, importância e contribuição da Análise Ergonômica do Trabalho (AET). Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, v.40, n. 131, p. 18-29, 2015.
FONSECA, J. F.; ALVÃO, C. M. COR NOS LOCAIS DE TRABALHO: como aplicá-la de forma adequada às necessidades dos usuários e às exigências da tarefa? 2º Abergo de jovem - 14º Congresso Brasileiro de Ergonomia, 2006.
GRAZZIOTTI, A. G., TIBIRIÇA, A. C. G. A ergonomia no ambiente de escritório, 2007. III Workshop de Análise Ergonômica do Trabalho na UFV. Acessado em 01/11/2019. Disponível em: https://docplayer.com.br/2213561-A-ergonomia-no-ambiente-de-escritorio.html.
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KASSADA, D. S.; LOPES, F. L. P.; AYUMI, D. K. ERGONOMIA: atividades que comprometem a saúde do trabalhado. VII Encontro Internacional de Produção científica, 2011, Maringá/PR, Anais Eletrônicos, ed. CESUMAR.
KROEMER, K. H. E., GRANDJEAN, E. MANUAL DE ERGONOMIA: Adaptando o trabalho ao homem. Editora Artmed S.A., 5 ed., Porto Alegre, 2005.
PAIS, A. M. G. CONDIÇÕES DE ILUMINAÇÃO EM AMBIENTE DE ESCRITÓRIO: Influência no conforto visual, 2011. Acessado em: 03/11/2019. Disponível em: https://www.repository.utl.pt/bitstream /10400.5/30 48/1/Microsoft%20Word%20 %20Tese%20dEFINITIVA2.pdf.
SILVA, J. C. P.; PASCHOARELLI, L. C. A evolução histórica da ergonomia no mundo e seus pioneiros. Editora Unesp, São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010.
SOARES, M. Ergonomia: soluções e propostas para um trabalho melhor. Revista Production, São Paulo, v. 19, n. 3, 2009.
TAVARES, C. S. D. Ergonomia no trabalho de Escritório. Ubibliorum - Repositório Digital da Ubi, 2016. Acessado em 05/11/2019. Disponível em: https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/2435/1/disserta%c3%a7%c3%a3o%20Carla%20Tavares.pdf.

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