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ARTIGO -ERGONOMIA - NR17

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1
NR-17Ergonomia: A relação entre homem máquina no ambiente de trabalho.
Moisés Pondé[footnoteRef:1] [1: Moisés Pondé. Aluno do 5º ano do Curso de Engenharia de Produção. E-mail: moisespdovale@gmail.com. Trabalho orientado pela Profa. Carmen Francisca Pinto Hellmeister e apresentado como requisito parcial para a formação no Curso de Engenharia de Produção, do Centro Universitário de Bauru no ano de 2019.] 
RESUMO:O presente trabalho vem retratar qual a importância dos conhecimentos da ergonomia no ambiente de trabalho para com o ser humano, de modo que a monotonia, fadiga e erros sejam reduzidos, e com esses estudos se criem ambientes mais agradáveis e motivadores. Para auxiliar nesta investigação os objetivos específicos são: Apresentar a origem e evolução da ergonomia; descrever sobre os riscos ergonômicos e averiguar a relevância da ergonomia na postura dos colaboradores. Foi uma pesquisa qualitativa, que teve como instrumento de coleta de dados a pesquisa bibliográfica. Os dados foram analisados de maneira interpretativa. Conclui-se que a ergonomia exerce importante papel no contexto organizacional, porque atua de maneira investigativa e preventiva, no intuito de reduzir os riscos ergonômicos existentes na relação entre homem e máquina. 
Palavras-chave:Ergonomia. Riscos ergonômicos. Postura. Trabalho. 
1 INTRODUÇÃO
Houve uma época que o trabalho foi considerado um mal necessário, as pessoas trabalhavam somente porque precisava ganhar dinheiro para sua sobrevivência. Se tivéssemos a oportunidade de examinar as condições em que essas pessoas trabalhavam, certamente acharíamos que elas tinham razão, pois as fábricas de antigamente eram escuras, sujas, barulhentas e perigosas, os postos de trabalhos eram improvisados, havia a exigência de força física, para o levantamento e carregamento de peças pesadas e desajeitadas, com isso a frequência de acidentes era corriqueira. 
Com o passar do tempo, e o surgimento da legislação trabalhista, as relações com sindicatos se ampliaram e deram origem a estudos sobre as condições e riscos existentes no ambiente laboral, fato que influenciou na criação da Ergonomia, uma ciência área que se preocupa com a relação entre homem e máquina. 
A ergonomia tem como principal objetivo trazer, de maneira eficaz, as técnicas adaptativas para facilitar as atividades diárias dos trabalhadores, trazendo maior qualidade de vida e buscando prevenir patologias que podem surgir por esforço repetitivo, melhorando o rendimento dos colaboradores junto aos postos de trabalho, desenvolvendo ações que trarão benefícios para a empresa e seus colaboradores, estudando com essas organizações do trabalho, no qual existem interações entre seres humanos e as máquinas.
Contudo, apesar da evolução das empresas, ainda é comum que ocorram afastamentos do trabalho em virtude de problemas ergonômicos, como dores lombares e lesões por esforços repetitivos, o que revela que na relação homem x máquina, quem sai mais prejudicado é sempre o ser humano.
Por isso, este estudo possui como problema de pesquisa a seguinte questão: Qual a importância da ergonomia no ambiente laboral?
No mesmo sentido, o objetivo geral foi: Abordar sobre a importância da ergonomia no ambiente laboral. Para encontrar respostas para esta investigação, os objetivos específicos são: Apresentar a origem e evolução da ergonomia; descrever sobre os riscos ergonômicos e averiguar a relevância da ergonomia na postura dos colaboradores. 
A escolha deste tema está justificada na proposta do trabalho, o qual vias visa expor os diversos fatores que influenciam no desempenho do sistema produtivo e procura reduzir as suas consequências nocivas sobre o trabalhador, como a fadiga, o estresse, os erros e acidentes, proporcionando segurança, satisfação e saúde durante o seu relacionamento com o processo produtivo, porque isoladamente seria inaceitável justificar as medidas que levam ao aumento desses riscos, com o objetivo de gerar o bem-estar do trabalhador e consequentemente aumentar a sua produtividade.
Foi uma pesquisa qualitativa e bibliográfica. Optou-se pela abordagem qualitativa porque ela, ao contrário da quantitativa não requer o uso de métodos estatísticos. Em relação ao instrumento de coleta de dados, foi definido que ele seria a pesquisa bibliográfica. 
Este método consiste em um levantamento de diversos trabalhos produzidos por outros autores sobre o tema investigado, a fim de construir uma linha de estudo e pesquisa. Os dados coletados foram analisados segundo o método da interpretação, fazendo repetidas leituras do material coletado, para organizar as ideias e sintetizar as informações mais relevantes. O resultado desta metodologia definida é apresentado a seguir.
2 ERGONOMIA: CONCEITOS, ORIGEM E EVOLUÇÃO
A ergonomia, de uma forma resumida, pode ser entendida como o estudo da adaptação do trabalho ao homem, abrangendo, para isso, o trabalho de uma forma ampla, sem estar limitada as atividades executadas com máquinas e equipamentos. Isso significa que o campo de estudo da ergonomia engloba todas as situações onde existe o relacionamento entre o homem e uma atividade produtiva (IIDA, 2005). 
Diversas associações nacionais de ergonomia apresentam as suas próprias definições, aquelas mais antigas é a da Ergonomics Society (www.ergonomics.org.uk), da Inglaterra. “Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento, ambiente e particularmente, a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas que surgem desse relacionamento”.
No Brasil, a Associação Brasileira de Ergonomia adota a seguinte definição: “Endente se por ergonomia o estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, objetivando intervenções de projetos que visem melhorar, e forma integrada e não-dissociada, a segurança, o conforto, o bem estar e a eficácia das atividades humanas”.
No âmbito internacional, a International Ergonomics Association (www.iea.cc) aprovou uma definição em 2000, conceituando a ergonomia e suas especializações: “Ergonomia é a disciplina cientifica, que estuda as interações entre os seres humanos e outros elementos do sistema, e a profissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos, a projetos que visem otimizar o bem estar humano e o desempenho global de sistema”.
A origem e a evolução da ergonomia estão relacionadas as transformações socioeconômicas e sobretudo, tecnológicas que vem ocorrendo no mundo do trabalho. Da produção artesanal a automação, informatização e robótica, da relação direta com os meios de trabalho e com as pessoas as relações virtuais, a interação do ser humano com seu trabalho tem sofrido mudanças profundas.
Ao contrário de muitas outras ciências cuja origem se perdem no tempo, a ergonomia tem uma data oficial de nascimento que é 12 de julho de 1949, nesse dia se reuniu, pela primeira vez na Inglaterra, um grupo de cientistas e pesquisadores interessados em discutir e formalizar a existência desse novo ramo de aplicação interdisciplinar da ciência. 
Já na segunda reunião desse grupo ocorrida em 16 de fevereiro de 1950, foi proposto o neologismo ergonomia, formado pelos termos ergon que significa trabalho e nomos que significa regras, leia naturais (Murrell, 1965). Entretanto, esse termo já tinha sido anteriormente usado pelo polonês Wojciech Jastrzebowski, que publicou o artigo “Ensaios de ergonomia ou ciência do trabalho, baseada nas leis objetivas da ciência sobre a natureza” (1857), a ergonomia só adquiriu status de uma disciplina mais formalizada a partir do início da década de 1950, com a fundação da Ergonomics Research Society (ERS) na Inglaterra, mas que mudou seu nome para Institute of Ergonomics & Human Factors (IEHF) já em 2009. 
Tendo diversos pesquisadores pioneiros ligados a essa sociedade e começaram a difundir seus conhecimentos, visando a sua ampliação industrial e não apenas militar, como tinha acontecido na década anterior. Nos principais países europeusfoi fundada em 1959 em Oxford, a AssociaçãoInternacional de Ergonomia (IEA – International Ergonomics Association), e foi em 1961 que esta associação realizou o seu primeiro congresso em Estocolmo, na Suécia. Nos Estados Unidos foi criada a Human Factors Society em 1957, e até hoje o termo mais frequente naquele país continua a ser Human Factors & Ergonomics Society (HFES – Sociedade de Fatores Humanos e Ergonomia) ou simplesmente Human Factors. 
A partir de 1992 nova mudança ocorreu, embora a ergonomia tenha sido aceita como sinônimo desde a década de 80, porque no princípio da ergonomia se tratava apenas dos aspectos físicos da atividade de trabalho, e alguns estudiosos cunharam a expressão "Fatores Humanos" de forma a incorporar os aspectos organizacionais e cognitivos presentes nas atividades de trabalho humano. Além disso, existe alguns obstáculos profissionais que envolve a questão, já que somente engenheiros podem ser humanfactorsengineers ou engenheiros de fatores humanos. 
 Ao longo da história os principais fundamentos da ergonomia foram aplicados de várias maneiras: 
a. Na substituição ou transferência de trabalho mais pesados para animais;
b. Na invenção de artifícios que facilitam o trabalho;
c. Na adaptação de postos de trabalho, tornando-os mais apropriados as proporções do corpo humano e facilitando posturas mais equilibradas;
d. Na utilização de adaptações que facilitam o melhor posicionamento do corpo humano em atividades em atividades que apresentam dificuldades excêntricas.
A ergonomia surge de modo mais sistematizado na década de 1940, tentando compreender a complexidade de interação ser humano e trabalho e oferecer subsídios teóricos e práticos para aprimorar essa relação. Sua origem pratica está, em parte, associada a necessidade da guerra, basicamente ligada a construção de aviões mais adaptados as características médias dos seres humanos e, portanto, mais facilmente manejáveis por uma quantidade maior de pilotos.
Segundo IIda (2005), “com a eclosão da II Guerra mundial (1930-1945), foram utilizados conhecimentos científicos e tecnológicos disponíveis para construir instrumentos bélicos relativamente complexos como submarinos, tanques, radares e aviões. Estes exigiam habilidade de operador, em condições ambientais bastantes desfavoráveis e tensas, no campo de batalha. Os erros e acidentes, muitos com consequências fatais eram frequentes e tudo isso fez redobrar o esforço de pesquisa para adaptar esses instrumentos bélicos as características e capacidades do operador, melhorando o desempenho e reduzindo a fadiga e os acidentes.
2.1 Ergonomia e trabalho
No início da sua história, a ergonomia preocupou-se em desenvolver projetos e pesquisa para a antropometria, definição e controles, painéis, arranjos de espaços físicos e ambientes de trabalho. Atualmente, com o aumento crescente da informatização nos setores secundários e terciários da economia, começou-se a perceber que os próprios processos de trabalho deveriam ser desenhados levando-se em consideração as características e necessidades humanas. Daí a crescente importância da organização do trabalho em ergonomia e o surgimento de estudos mais sofisticados, relacionado a aspectos cognitivos e psicossociais.
Mas oprincipal objetivo da ergonomia é desenvolver e aplicar técnicas de adaptação de elementos do ambiente de trabalho ao ser humano, com o objetivo de gerar o bem-estar do trabalhador e consequentemente aumentar a sua produtividade. E neste sentido, o trabalho aqui tem uma percepção bastante ampla, abrangendo não apenas aqueles executados com máquinas e equipamentos, utilizados para transformar os materiais, mas também toda a situação em que envolve o relacionamento entre o homem e uma atividade produtiva. 
Isso demonstra que o trabalho envolve não somente o ambiente físico, mas também os aspectos organizacionais, com uma visão ampla que abrange atividades já planejadas e projetos que ocorrem antes do trabalho realizado, mas também exerce o controle e avaliações sobre os que acontece durante e após o trabalho, para que o trabalhador atinja os resultados desejados.
Paralelamente às questões especificas do trabalho, os princípios e técnicas ergométricas têm se expandindo para fora dos ambientes de trabalho, visando a produção de produtos que possam ser utilizados com maior conforto e adequação anatômica pelas pessoas. Isto se aplica a sapatos, colchoes, carros, etc.
Cameron e Corkindale (1994), distinguem três fases históricas dos estudos e pesquisas relacionados ao trabalho:
1st. Adaptação do homem a máquina: os estudos se concentraram sobre a máquina, procurando formar e selecionar os operadores de acordo as exigências dela;
2nd. Erro humano, que pode levar a acidentes e a custos econômicos: surge a consciência de que os estudos devem concentrar-se no homem, a fim de respeitar e conhecer seus limites;
3rd. Sistema homem-máquina: as investigações se reconduzem aos sistemas determinados pelo homem e pela máquina, buscando sua mutua adaptação e operacionalidade.
Esses mesmos autores distinguem, também, na evolução da ergonomia entre em relação ao maquinocentrismo e o antropocentrismo. 
- O maquínocentrismo: que trata as questões de trabalho em termos de números absolutos de entradas e saídas, considerando o homem enquanto operador. 
- O antropocentrismo: define que a tarefa de investigar o homem enquanto operador se transforma na busca de investigar o operador enquanto homem.
Com a globalização da economia, que dentre outras coisas, trazendo um forte aumento da competitividade, o trabalho enfrenta situações inusitadas para a ergonomia:
a. Novas exigências de produtividade e desempenho trazem desafios crescentes, exigindo que as concepções e práticas aliem de maneira mais incisiva as questões de saúde produtividade;
b. A progressiva falta de exercício físico no trabalho exige não apenas a redução de cargas físicas, mas também a oferta de cargas mínimas necessárias para a manutenção da saúde de sistemas orgânicos, como o musculoesquelético e o cardiovascular;
c. A intensificação e globalização do estresse psíquico exige novas abordagens, para as quais a ergonomia ainda não desenvolveu metodologias eficazes e necessita solicitar o apoio de outras áreas.
Os participantes de ergonomia são chamados de ergonomistas e realizam o planejamento, projeto e avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas, tornando os compatíveis om as necessidades, habilidades e limitações das pessoas. Frequentemente os ergonomistas trabalham em domínios especializados, abordando certas características especificas do sistema, como:
- Ergonomia Física: Ocupa-se das características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica, relacionados com as atividades físicas. Os tópicos relevantes incluem a postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-esqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de postos de trabalho, segurança e saúde do trabalho.
- Ergonomia Cognitiva: Ocupa-se dos processos mentais, como a percepção, memórias, raciocínio e postura motora, relacionados com as interações entre as pessoas e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem a carga mental, tomadas de decisões, interações homem-computador, estresse e treinamento.
- Ergonomia Organizacional: Ocupa-se da otimização do sistema sócio-técnicos, abrangendo as estruturas organizacionais, políticas e processos. Os tópicos relevantes incluem comunicação, projeto de trabalho, programação de trabalho em grupo, projetos participativos, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, teletrabalho e gestão da qualidade.
Portanto a ergonomia estuda tanto as condições como as consequências do trabalho e as interações que ocorrem entre o homem, máquina e ambiente durante a realização desse trabalho, e tudo isso é analisado de acordo com a conceituação de sistema, onde os elementos interagem continuamente entre si.
2.2 NR 17 e os riscos ergonômicos presentes no ambiente laboral
Conforme apresentado anteriormente, o ambientelaboral não está imune as pressões externas, o que implica em alterações sempre que a demanda exigir. Isso pode ser constatado quando as organizações determinam metas difíceis de serem alcançadas, no intuito de superar a concorrência existente nos setores onde atuam, mas sem contemplar os envolvidos no processo produtivo, ou seja, deixando em segundo plano os participantes da organização (BARCAUÍ; LIMONGI-FRANÇA, 2014).
Isso gera uma pressão sobre o colaborador, o qual se vê constrangido a desempenhar o papel esperado pela empresa, mesmo que para tal precise colocar a sua saúde em risco. 
A condição do trabalhador dentro da sociedade atual traduz um desgaste físico e mental, diante de um estado de saúde mais desfavorável que está relacionado com as más condições de trabalho que são oferecidas ao trabalhador, reduzindo assim suas capacidades físicas e mentais, diante da sobrecarga de trabalho, desqualificação profissional e baixo salário (DIAS; GODOY; ALMEIDA, 2003, p. 68).
É neste âmbito que a ergonomia se destaca, a partir do momento em que ocupa com aspectos como: o estudo da fadiga produzida pelo trabalho; o estresse ocupacional, os riscos e acidentes que existem no ambiente laboral. Tais ações são importantes para proporcionar segurança, satisfação e saúde aos colaboradores no âmbito da organização onde atuam, evitando que o trabalho se torne em fonte de sofrimento (IIDA, 2005). 
Sabendo-se que a toda atividade envolve riscos, é essencial atuar preventivamente, evitando que os indivíduos sejam expostos a situações onde poderão sofrer agressões em seu estado físico ou psíquico. Cabe aqui realizar uma diferenciação entre risco e perigos. Segundo Gomes e Oliveira (2012), risco abrange qualquer variável que possa gerar danos ou lesões graves ao trabalhador, resultando até mesmo no óbito, enquanto a palavra perigo engloba aquilo que inspira cuidado e que pode produzir danos. 
Nos mapas de riscos é possível observar que existe um espaço para aqueles relacionados a parte ergonômica, com demonstra a figura a seguir:
Figura 1 – Mapa de riscos
Fonte: Deud (2015, p. 16).
Como demonstrado acima, cada grupo de risco possui uma cor correspondente, e dentre eles está contemplado o risco ergonômico, aqueles que podem acometer os colaboradores em casos de esforço físico intenso e ate mesmo em casos onde é constatada a presença de agentes causadores de estresse físico e/ou psíquico. 
Em relação aos riscos ergonômicos, pode-se dizer que eles abrangem todo e qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, produzindo desconforto e afetando sua saúde. Dentre os principais riscos ergonômicos estão o levantamento de peso, ritmo de trabalho excessivo, monotonia, movimentos repetitivos, postura inadequada, etc. (BRASIL, 2014). A seguir são descritas várias consequências provenientes dos riscos ergonômicos:
Figura 2 – Riscos ergonômicos e suas consequências
Fonte: Santos (2007)
Assim, a NR-17 determina que o empregador possui responsabilidade sobre aqueles que atuam no âmbito organizacional, o que implica na necessidade de produzir estudo detalhado dos postos de trabalho. O objetivo desta determinação é detectar os fatores de riscos ocupacionais existentes, para agir preventivamente, fornecendo subsídios que resultem em soluções ergonômicas nos locais de trabalho, a fim de adequá-lo à legislação vigente (BRASIL, 2014).
	Isso comprova os riscos fazem parte do dia a dia do colaborador, pois até mesmo a postura inadequada pode ser uma fonte geradora de dor e desconforto para o indivíduo, como será abordado a seguir. 
2.3 Ergonomia e a postura dos colaboradores no local de trabalho 
A postura correta no local de trabalho é um tema que já foi amplamente discutido, devido a necessidade de entender a relação entre homem e máquina e como ele se doa para que a produtividade seja mantida, colocando em segundo plano até mesmo a sua saúde, ao operar máquinas sem possuir conhecimento prévio dos riscos ergonômicos presentes nesta prática. 
 Desta forma, a ergonomia estuda sobre a relação entre o homem e máquina, demonstrando como os indivíduosestãopreparados para lidar com as máquinas e equipamentos necessários para o exercício da sua função. Estudos apontam que boa parte dos afastamentos do trabalho, em virtude das consequências dos riscos ergonômicos, ocorrem por causa de problemas de dores nas costas, a lombalgia. Cerca de 80% dos trabalhadores apresentam dor lombar durante a vida profissional, como consequência de esforço repetitivo ou má postura, o que afeta a produtividade da empresa e contribui para aumentar os índices de absenteísmo (DIAS; GODOY; ALMEIDA, 2003).
Isso pode ser percebido mais facilmente entre os colaboradores braçais, os quais realizam tarefas com movimentos repetitivos e que exige força física. Trata-se de uma categoria onde as dores tendem a ocorrer devido ao excesso e ao esforço. Comprova-se assim o fato de que as posturas adotadas em um posto e trabalho podem requerer mais ou menos energia, usando poucas ou várias partes do corpo ao mesmo tempo, o que afeta a postura de maneira significativa (VIEIRA, 2008).
No caso de trabalhadores de um ambiente administrativo, onde a máquina mais utilizada é o computador, também existem riscos ergonômicos relacionados a postura, pois é comum que os colaboradores atuem por muitas horas em posição desconfortável, ainda que não percebam desta forma. A figura a seguir traz um exemplo de postura correta e incorreta:
Figura 3 – Postura corporal em frente ao computador
Fonte: Cavalcante (2014)
Analisando a figura exposta, verifica-se que o impacto em decorrência da má postura não se limita a dores nas costas, se estendendo para a cabeça, onde pode produzir dores de cabeças e fadiga, e até mesmo nas mãos, onde pode gerar caimbras nos dedos.
Em condições normais, a postura pode estar normal, ereta, relaxada, curvada e estendida. Quando exposto a condições onde precisa fazer esforço para se adequar a máquina ou equipamento, a postura passa por uma fase de adaptação, a fim de minimizar o desconforto do colaborador. Contudo, se este estado for mantido por período prolongado e constante, surgem as moléstias, como a lombalgia (VIEIRA, 2008).
Segundo Rumaquella (2009), a coluna vertebral dos seres humanos é formada por quatro curvaturas fisiológicas, a saber: a cervical, a lordose, a cifose torácica e a sacral, as quais se conformam em torno do centro de gravidade, e por isso podem definir a postura em relação ao centro mencionado. 
Diante de tal explicação, cabe abordar brevemente sobre a coluna vertebral, apontando as formas mais comuns de moléstias que ela apresenta.
- Escoliose: é caracterizada pelo desvio da curvatura lateral juntamente com a rotação dos corpos vertebrais. A localização da curva é determinada pela localização do seu ápice, podendo ser cervical, cervicotorácia, torácica, toracolombar, lombar, lombossacra. Já a extensão da curva é definida pela vértebra terminal (LONGO et al, 2012).
- Hiperlordose: é definida como o aumento anterior da curvatura na região lombar. Ela está relacionada com a obliquidade pélvica (LONGO et al, 2012).
- Cifose: também chamada de dorso curvo e popularmente conhecida como corcundez, é caracterizada pelo aumento anormal da curvatura torácica. A coluna apresenta aspecto arqueado, devido ao seu curvamento posterior (LONGO et al, 2012). 
Apesar de tal situação ser uma realidade, a ergonomia surge como uma opção para trazer luz sobre uma situação que parece estar arraigada no contexto empresarial, devido a adequação do ambiente de trabalho ao homem, onde profissionais planejam um cenário sem contemplar a presença de seres humanos (VIEIRA, 2008).
Projetos inadequados de assentos ou mesas, quando utilizados frequentemente, podem forçar o colaborador a adotar posturas incorretas no trabalho para compensar o desconforto sentido. A repetição de tais posturas inadequadas por longo período de tempo, em parceria com movimentos repetitivos, resulta em fortes dores localizadas nos músculos, eem último caso, no aparecimento de problemas em relação a LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) (IIDA, 2005).
Com base nas informações trazidas até aqui, chega-se ao entendimento de que nenhuma postura forçada, que fuja ao natural e gere dor e desconforto, pode ser mantida por um período prolongado. Neste caso, indica-se que haja uma frequente mudança nas posições de trabalho e, principalmente, nas posturas nos postos de trabalho (VIEIRA, 2008). As considerações finais do estudo são apresentadas a seguir. 
CONCLUSÃO
A adaptação do ambiente de trabalho para serem utilizados ao mesmo tempo por seres humanos e máquinas deu origem a ergonomia, uma área de estudo que aborda sobre a relação entre ambos no contexto organizacional. Assim, este estudo teve como objetivoretratar qual a importância dos conhecimentos da ergonomia no ambiente de trabalho para com o ser humano, de modo que a monotonia, fadiga e erros sejam reduzidos, e com esses estudos se criem ambientes mais agradáveis e motivadores. Para tal, foi elaborada uma pesquisa qualitativa e bibliográfica, cujos resultados são apresentados a seguir.
Em relação a origem e evolução da ergonomia, pode-se dizer que ela teve seu início nos anos 40, período marcado pela Guerra Mundial e ao mesmo tempo pelo surgimento da legislação trabalhista. Foi neste momento que a questão da relação entre homem e máquina começou ser estudada, tendo em vista que em épocas passadas vigorava o sistema mecanicista, e antes dele, a Revolução Industrial, com as suas condições desumanas de trabalho. A ergonomiase dividiu em física, cognitiva e organizacional, ou seja, abrangendo todos os aspectos que poderiam prejudicar a saúde dos colaboradores.
Tal prática deu início ao estudo sobre os riscos presentes no ambiente de trabalho, dentre os quais se destacam os riscos ergonômicos, onde foi demonstrado que os trabalhadores braçais são aqueles que mais sofrem com os esforços físicos, seguidos por aqueles que executam trabalhos prolongados e repetitivos. Foi revelado ainda que as consequências de tais riscos podem ser diversas, tais como: cansaço, tensão muscular, ansiedade, medo, etc. 
E neste sentido, foi abordado sobre a relevância da ergonomia na postura dos colaboradores, pois esta é uma dos principais riscos ergonômicos. Foi identificado que cerca de 80% dos colaboradores podem sofrer de lombalgia, a popular dor nas costas, advinda de postura inadequada no ambiente de trabalho, seja no uso de máquinas do chão de fábrica ou pelo uso de computadores. Trata-se de uma moléstia que exige ações frequentes por parte da empresa, e, também, por parte do colaborador, porque o ser humano faz esforços para atender a demanda organizacional, colocando até mesmo a sua saúde em risco. 
Conclui-se que a ergonomia exerce importante papel no contexto organizacional, porque atua de maneira investigativa e preventiva, no intuito de reduzir os riscos ergonômicos existentes na relação entre homem e máquina. Contudo, é preciso que haja uma maior conscientização por parte dos colaboradores, porque os riscos que a ergonomia aponta não estão presentes apenas em ambientes insalubres ou em linha de produção, pelo contrário, eles fazem parte de todo o processo produtivo. 
Isso pode ser traduzido como uma consequência avanço tecnológico e as rápidas transformações juntamente à pressão do consumo exagerado, onde, perante a ameaça da perda do emprego e outras situações de dificuldades do dia a dia, os trabalhadores vivem em uma constante e estressante situação de conflitos. Por um lado, precisam do trabalho como fonte de renda, por outro, podem prejudicar seu organismo no médio e longo prazo se não forem capazes de observar os riscos ergonômicos a que são submetidos. O equilíbrio pode ser alcançado por meio do uso da ergonomia no ambiente de trabalho.
Como sugestão para futuras pesquisas, espera-se que seja abordado sobre a construção do mapa de risco, para demonstrar como toda atividade pode ser prejudicial a saúde do colaborador, se não for corretamente realizada. 
NR-17 Ergonomics: The relationship between machine man in the work environment.
Abstract: This paper portrays the importance of ergonomics knowledge in the workplace to the human being, so that the monotony, fatigue and errors are reduced, and with these studies create more pleasant and motivating environments. Therefore, this study aims to address the importance of ergonomics in the workplace. To assist in this research, the specific objectives are: To present the origin and evolution of ergonomics; describe about ergonomic risks and ascertain the relevance of ergonomics in the posture of employees. It was a qualitative research, which had as data collection instrument the bibliographic research. The data were analyzed interpretatively. It is concluded that ergonomics plays an important role in the organizational context, because it acts in an investigative and preventive manner, in order to reduce the ergonomic risks existing in the relationship between man and machine.
Keywords: Ergonomics. Ergonomic scratches. Posture. Job.
REFERÊNCIAs
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