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 UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
 
 ELIZIA DE SOUZA
 GESTÃO DE COMPRAS NAS ORGANIZAÇÕES
 
 CAXIAS DO SUL
 2014
 ELIZIA DE SOUZA
GESTÃO DE COMPRAS NAS ORGANIZAÇÕES
Trabalho acadêmico de sala de aula apresentado à disciplina de Administração de Materiais. Universidade de Caxias do Sul.
Prof. Ilde Luiz Borella
 CAXIAS DO SUL
 2014
 RESUMO
Neste trabalho serão abordados aspectos relativos à gestão de compras, tais como a sua importância, evolução, organização, entre outros fatores. Partindo da ideia de a importância da função compras vem crescendo cada vez mais, tanto na gestão de materiais e suprimentos como na seleção e desenvolvimento de fornecedores. A visão sobre essa área mudou muito com o passar do tempo, hoje é encarada como um papel fundamental no planejamento empresarial. Em consequência veio a valorização do profissional de compras que também aumentou, pois vem desempenhando papel extremamente importante para a organização, pois hoje em dia não basta apenas comprar, é necessário administrar e comprar bem, tendo em vista as estratégias da organização, buscando os maiores benefícios em cada negociação. 
Palavras- chaves: Gestão. Compras. Suprimentos. Planejamento. Organização. Competitividade.
 
SUMÁRIO
41 INTRODUÇÃO	
2 CONCEITO	5
3 HISTÓRICO	6
4 FUNÇÃO COMPRAS	8
5 ORGANIZAÇÃO DAS COMPRAS	9
6 GESTÃO ESTRATÉGICA DE COMPRAS	10
7 COMPRA ADEQUADA	11
8 CICLO DE COMPRAS	13
9 PERFIL DO PROFISSIONAL DE COMPRAS	16
10 BENEFÍCIOS DE UMA GESTÃO DE COMPRAS EFICIENTE	17
11 CONLUSÃO	18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	19
�
 
1	INTRODUÇÃO�
O mercado consumidor está sempre em constante mudança, e são essas mudanças, essenciais para o desenvolvimento das organizações. Com as mudanças, muda-se a concepção de vários processos, entre eles, a gestão de compras.
Visando melhores visões e conhecimentos sobre esse processo, no presente trabalho serão abordados aspectos relacionados à gestão de compras nas organizações, informando sobre seu histórico, sua evolução, onde esse processo era visto como algo burocrático e agora é essencial para uma melhor gestão. Passando para sua importância na parte estratégica como um artifício para a competitividade. Seus benefícios que variam entre melhoria de processos, redução de custos, entre outros. 
Informando também, qual o papel de um gestor de compras, quais os requisitos desejados e qual a função desse processo dentro das organizações.
2	CONCEITO
A Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, Lei de Licitações e Contratos Administrativos (BRASIL, 1993) conceitua “compra como toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente. Sua finalidade é suprir com os materiais ou serviços necessários, em quantidades e qualidades certas, a preço adequado, e no momento certo”.
Slack et al. (1997, p. 417) define que: A atividade de compras é um procedimento pelo qual as empresas determinam os itens a serem comprados, identificam e comparam os fornecedores disponíveis, negociam com as fontes de suprimentos, firmam contratos, elaboram ordens de compras e finalmente, recebem e pagam os bens e serviços adquiridos.
O objetivo das atividades de compras é obter e coordenar o fluxo contínuo de suprimentos de modo a atender aos programas de produção; comprar os materiais aos melhores preços, não fugindo aos parâmetros qualitativos e quantitativos; e procurar as melhores condições para a empresa (DIAS, 2005).
 Moraes (2005) define que:
A Gestão da aquisição – a conhecida função de compras – assume papel verdadeiramente estratégico nos negócios de hoje em face do volume de recursos, principalmente financeiros, envolvidos, deixando cada vez mais para trás a visão preconceituosa de que era uma atividade burocrática e repetitiva, um centro de despesa e não um centro de lucros. 
Envolvendo a seleção de fornecedores, qualificação de serviços, prazos de entrega, vendas, previsões, entre outros, a gestão de compras é essencial para o objetivo empresarial seja alcançado com êxito e com o menor custo, além de estar relacionado à competitividade da organização.
É muito importante minimizar os custos constantemente, para isso é necessário uma boa administração dos volumes de vendas e compras. O principal ponto de minimização são os insumos, já que se referem a uma parcela considerável na estrutura do custo total, onde representam entre 40% e 60% do valor de venda do produto final.
Chaves (2002, p. 81) afirma que: A gestão de compras também pode ser vista sob dois enfoques: como um problema ou como uma oportunidade. No sentido de problema, quando a função de compras não é exercida adequadamente, gera uma série de reclamações como: qualidade dos materiais diferentes da solicitada, quantidade errada, atraso na entrega, entre outros. A outra maneira de ver a área de compras é como uma área que contribui para que a organização atinja seus objetivos por meio da contribuição à otimização do seu resultado, retorno dos ativos, geração de informações, posição competitiva, estratégia gerencial, além de outras contribuições.
3	 HISTÓRICO 
Na visão de Braga (2011, p. 3): A evolução do processo de compra se dá em quatro fases desde sua submissão até sua participação que é de grande importância na organização. Na primeira fase o setor de compra era responsável só por uma parte do ciclo de compras. Geralmente essa responsabilidade se restringe somente pelas transações dos materiais e as escriturações. Nessa fase o setor de compras não possuía muita comunicação com o restante da empresa, isso dificultava a visibilidade do setor. Na segunda fase já começava à aparecer à preocupação com a redução de custos, a compra era feita só no próprio setor de compras por alguém com habilidades para a negociação. Na terceira fase o setor de compras através de métodos e técnicas tinha que participar da estratégia competitiva da empresa. Os fornecedores começavam a passar por uma avaliação. Na quarta fase o setor de compras já se integra ao planejamento estratégico da empresa.
Com a crise do Petróleo em 1973-1974, o setor de compras começava a ter um valor maior dentro das organizações, muitas matérias primas tiveram seus estoques em baixa, deixando consequentemente seus preços elevados. A partir dessa fase, saber comprar na hora certa serve como uma alavanca para a empresa.
No passado, o setor de compras das empresas era comandado por familiares de extrema confiança, mas que não tinham um perfil adequado para a execução da função. As compras eram consideradas uma das partes burocráticas da empresa, onde eles só visavam preço, prazo e qualidade. (MARTINS et al., 2008).
A área de Compras começou a ter um papel ainda mais estratégico à medida que o conceito de gestão da cadeia de suprimentos - Supply Chain Management - e da cadeia de valor – Value Chain Management - surgiram (CHEN et al., 2004; HOLMEN et al., 2004). O foco da gestão de compras foi se expandindo, passando a abranger também o gerenciamento das interações com seus fornecedores. Surgia, então, o conceito de Supply Chain Management – Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, que é a gestão do fluxo de produtos de forma alinhada, sincronizada, com reduções de estoques entre a empresa eseus fornecedores, por meio do rompimento das barreiras entre áreas da empresa e entre empresas. (WOOD, 1998). 
A evolução do processo de compra se dá em quatro fases desde sua submissão até sua participação que é de grande importância na organização. Na primeira fase o setor de compra era responsável só por uma parte do ciclo de compras. Geralmente essa responsabilidade se restringe somente pelas transações dos materiais e as escriturações. Nessa fase o setor de compras não possuía muita comunicação com o restante da empresa, isso dificultava a visibilidade do setor. Na segunda fase já começava à aparecer à preocupação com a redução de custos, a compra era feita só no próprio setor de compras por alguém com habilidades para a negociação. Na terceira fase o setor de compras através de métodos e técnicas tinha que participar da estratégia competitiva da empresa. Os fornecedores começavam a passar por uma avaliação. Na quarta fase o setor de compras já se integra ao planejamento estratégico da empresa.
A partir da década de 80, sob a influência da filosofia japonesa Just in time, muitas empresas norte-americanas e brasileiras, começaram a adotar a compra em pequenos lotes. A partir da década de 90, a globalização, a reengenharia de atividades, o aumento da competição e a pressão para redução de custos, fizeram com que a atenção das empresas fosse desviada para a área de Compras. “A partir de agora, irá existir um grande benefício das relações entre as empresas e seus fornecedores. Esta oportunidade será fonte de vantagem competitiva e não pode mais ser negligenciada” (Drucker apud Baily, 2000). 
Dentre os benefícios que contribuíram para o aumento da importância da área de Compras a partir da década de 90, pode-se citar:
a) Segundo Baily et al, a reengenharia de processos - A reengenharia de processos fez com que as abordagens interfuncionais superassem as antigas visões funcionais dentro da organização. Esta abordagem fez com que a área de Compras tivesse foco no processo interfuncional e não apenas na função isolada de compras (Baily et al. (2000).
b) Segundo Moncza et al, o fracasso das técnicas tradicionais de reduções de custos - As empresas mediante a competição global buscaram meios de reduzir custos de mão de obra, processos e materiais. A área de compras tentou reduzir custos através de árduas negociações com fornecedores e da adoção de práticas de terceirização. O fracasso das práticas mais usadas de redução de custos gerou a necessidade de obtenção de outras formas de extração de valor da área de compras (Wright apud Moncza et al.,1998).
c) Conforme Laserte fala, o fracasso das relações adversárias com fornecedores - O exemplo da relação de colaboração com fornecedores das indústrias japonesas mostrou-se mais adequado para o contexto atual, do que a tradicional abordagem de adversários. As áreas de compras começaram a preocupar-se a entregar maior valor para o cliente final (Laserte, 1998). Baily et al. (2000) acrescentam que o grande avanço da tecnologia fez com que o conceito de compras fosse visto como um processo contínuo que visava integrar os fornecedores aos processos da organização. Deste modo, seria possível, adquirir vantagens competitivas oriundas de reduções de custos, desenvolvimento tecnológico, melhoria da qualidade e redução do tempo do ciclo de desenvolvimento dos produtos. Laserte (1998) afirma que apesar da constatação da necessidade de transformação, as mudanças ainda são lentas e o foco da área de compras ainda reside em processos funcionais.
4	FUNÇÃO COMPRAS
A função compras, em geral, deve suprir as necessidades de materiais, com planejamento quantitativo, buscando suprir/ reabastecer no momento certo, identificando as quantidades necessárias e controlando se aquilo que foi solicitado foi realmente entregue. 
Diante da competitividade das empresas e da busca da melhoria contínua, tanto da qualidade dos produtos como dos processos organizacionais, cada vez mais têm se melhorado o gerenciamento da cadeia de suprimentos, o qual aborda desde o projeto inicial, o planejamento, até a gestão e coordenação do fluxo de materiais e informações, visando os objetivos organizacionais e a satisfação do cliente, com qualidade e entregas no prazo. 
Os objetivos básicos de uma seção de compras são:
Obter um fluxo contínuo de suprimentos a fim de atender aos programas e demanda de produção;
Coordenar esse fluxo de maneira que seja aplicado um mínimo de investimento que afete a operacionalidade da empresa;
Comprar materiais e insumos aos menores preços, obedecendo a padrões de quantidade e qualidade definidos;
Procurar sempre, dentro de uma negociação justa e honesta, as melhores condições para a empresa, principalmente em condições de pagamento.
De acordo com Parente (2000, p. 209): O fim concreto de gestão de compras consistirá em cobrir as necessidades da empresa com elementos exteriores a mesma, maximizando o valor do dinheiro investido (critério econômico), mas este objetivo de curto prazo deve ser compatível com a contribuição das compras em harmonia com o resto dos departamentos para atingir os objetivos da empresa, mesmo sendo conjunturais (melhoria dos benefícios) ou estratégicos (melhoria da posição competitiva).
De maneira geral, a gestão de compras é uma ferramenta fundamental para o desempenho da empresa como um todo, tendo que ser analisada, estudada estrategicamente e modificada, conforme a necessidade mercadológica. (COLETTI et al., 2002). 
Recentemente, o termo “gerenciamento da cadeia de valor” tem sido utilizado como uma evolução do conceito de gerenciamento da cadeia de suprimentos. Isto porque o foco da gestão da cadeia de valor é a criação de valor ao usuário final, agregando mais benefícios com menores custos, por meio da maior integração e do maior compartilhamento de informações entre as empresas da cadeia produtiva. (WALTERS LANCASTER, 2000).
5	ORGANIZAÇÃO DAS COMPRAS 
Segundo Luis Roberto Bodstein, independente do porte da empresa, os princípios básicos da organização das compras são formados de normas fundamentais, as quais são:
Autoridade para compra
Registro de compras
Registro de preços
Registro de estoques e consumo
Registro de fornecedores
Arquivos e especificações
Arquivos e catálogos
Pode-se ainda incluir como atividades realizadas na seção de compras:
Pesquisa de Fornecedores:
Estudo de mercado
Estudo de materiais
Análise de custos
Investigação das fontes de fornecimento
Inspeção das fábricas dos fornecedores
Desenvolvimento de fontes de fornecimento
Desenvolvimento de fontes de materiais alternativos
 Aquisição:
Conferência de requisições
Análise das cotações
Decisão entre comprar por meios de contratos ou no mercado aberto
Entrevistar vendedores
Negociar contratos
Efetuar as encomendas de compras
Acompanhar o recebimento de materiais
 Administração:
Manutenção de estoques mínimos
Transferências de materiais
Evitar excessos e obsolescência de estoque
Padronizar o que for possível
6	GESTÃO ESTRATÉGICA DE COMPRAS
Abaixo, estão listadas as etapas de uma Gestão Estratégica de Compras.
QUADRO 1 - Etapas para a construção de uma Gestão Estratégica de Compras
	Gestão Estratégica de Compras
	- Análise de custos, categorias de compras, fornecedores – definição de uma estratégia de compras e perfil de custos. 
- O que se compra? Quanto se compra? Onde se compra? A quem se compra? Por que se compra? 
- Utilização da Análise ABC (Lei de Pareto ou 80/20); análise da carteira de compras (Matriz Estratégica de Compras); análise do custo total (TCO - total cost of ownership2). 
	Definição de Objectivos
	- Criação da visão e estratégia para a transformação das compras e um plano para atingir
- Definição de uma proposta de valor (business case)
- Definição de termos de comparação com boas práticas do mercado (benchmark)
- Início pelos bens indirectos e não-críticos e passar rapidamentepara os bens directos.
- Preparação de um programa de “ligação” aos fornecedores
- Faseamento da introdução da tecnologia e adequação às etapas e objectivos do projecto. 
	Gestão da Mudança
	- Obtenção de apoio da gestão de topo.
- Focalização na comunicação inter-departamental, formação, cooperação.
- Trazer os clientes internos (utilizadores finais) para o processo – para teste e feedback de tecnologia e estratégia de compras.
- Criação de conteúdos de formação na Intranet, ou baseados em Internet. 
	Avaliação de Resultados
	- Medição de resultados e confrontação com indicadores e propostas de valor.
- Examinar as práticas de negócio actuais e as práticas dos fornecedores.
- Estabelecer uma estratégia para expansão/implementação incremental. 
Fonte: APCADEC - Associação Portuguesa de Compras e Aprovisionamento.
7	COMPRA ADEQUADA
Segundo Lima (2004, p. 28): Existem algumas características de compras que são usadas pelas empresas com a finalidade de se obter algumas vantagens no processo. São elas as compras centralizadas e as descentralizadas. Com as compras centralizadas, as empresas podem obter preços e serviços em função de maior volume praticado com os fornecedores, recebendo atenção especial por parte deles. Os valores de transporte também podem ser reduzidos em função do volume de compras. As compras descentralizadas, por sua vez, podem oferecer uma velocidade maior de atendimento se praticadas localmente, influenciando ainda o custo do transporte. Algumas organizações optam por utilizar os dois conceitos, comprando itens mais estratégicos de forma centralizada, enquanto as compras de menor quantidade são realizadas localmente.
O ato de centralizar a aquisição de mercadorias em um único ponto é visto pelos empresários como uma possibilidade de ganho de escala nos preços, a partir da compra de maior quantidade, pois, em compras individuais, os gestores teriam menos argumentos para solicitar reduções na tabela de preços dos fornecedores em virtude da baixa quantidade a ser adquirida. (CERVI, 2004).
De acordo com Martins (2011) existem cinco conceitos que devem ser seguidos para uma compra adequada e eficiente:
Material certo: é importante que o comprador esteja em situação de certificar-se se o material comprado, de um fornecedor está de acordo com o solicitado. O comprador deve, portanto, desenvolver um “sentido técnico a fim de descobrir eventuais discrepâncias entre a cotação de um fornecedor e as especificações da requisição de compras. O comprador deve ter condições de reconhecer, em uma eventual alternativa de cotação, uma economia do custo potencial ou a ideia de melhoria do produto. Evidentemente, em tais circunstâncias a decisão final não será do comprador, mas ele deve ter habilidade para encaminhar aos setores requisitantes ou técnicos da empresa essas sugestões. Toda vez que uma requisição não for suficientemente clara, o comprador deverá solicitar esclarecimentos ou, se for o caso, devolvê-la a fim de que seja preenchida corretamente e de maneira que transmita exatamente o que se deseja adquirir”. Em hipótese alguma o comprador deve dar início a um processo de compras, sem ter a ideia exata de que quer comprar;
Preço certo: Nas grandes empresas, subordinado a Compras, existe o Setor de Pesquisa e Análise de Compras. Sua função é, entre outras, a de calcular o "preço objetivo" do item (com base em desenhos e especificações). O cálculo desses "preços objetivo" é feito baseando-se no tempo de execução do item, na mão de obra direta, no custo da matéria prima com mão de obra média no mercado; a este valor deve-se acrescentar um valor, pré-calculado, de mão de obra indireta. Ao valor encontrado deve-se somar o lucro. Todos estes valores podem ser obtidos através de valores médios do mercado, e do balanço e demonstrações de lucros e perdas dos diversos fornecedores;
Hora certa: O desenvolvimento industrial atual e o aumento cada vez maior do número de empresas de produção em série tornam o tempo de entrega, ou os prazos de entrega, um dos fatores mais importantes no julgamento de uma concorrência. As diversas flutuações de preços do mercado e o perigo de estoques excessivos fazem com que o comprador necessite coordenar esses dois fatores da melhor maneira possível, a fim de adquirir na hora certa o material para a empresa;
Quantidade certa: A quantidade a ser adquirida é cada vez mais importante por ocasião da compra. Até pouco tempo atrás se aumentava a quantidade a ser adquirida objetivando melhorar e preço; entretanto outros fatores como custo de armazenagem, capital investido em estoques etc., fizeram com que maiores cuidados fossem tornados na determinação da quantidade certa ou na quantidade mais econômica a ser adquirida. Para isso foram deduzidas fórmulas matemáticas objetivando facilitar a determinação da quantidade a ser adquirida. Entretanto, qualquer que seja a fórmula ou método a ser adotado não elimina a decisão final da Gerência de Compras com eventuais alterações destas quantidades devido às situações peculiares do mercado;
Fonte certa: De nada adiantará ao comprador saber exatamente o material a adquirir, o preço certo, o prazo certo e a quantidade certa, se não puder encontrar uma fonte de fornecimento que possa agrupar todas as necessidades. A avaliação dos fornecedores e o desenvolvimento de novas fontes de fornecimento são fatores fundamentais para o funcionamento de compras. Devido a essas necessidades o comprador, exceto o setor de vendas da empresa, é o elemento que mantém e deve manter o maior número de contatos externos na busca cada vez mais intensa de ampliar o mercado de fornecimento.
8	CICLO DE COMPRAS
Para a função compras ser realizada, segundo Longnecker (2004) são necessários o cumprimento de cinco passos como, recebimento de uma solicitação de compra, localização de uma fonte de suprimento, emissão de um pedido de compra, follow-up (acompanhamento) de pedido de compra e verificação do recebimento de mercadorias.
Esses cinco passos, representados pela Figura 1, são denominados como o ciclo de compras. 
FIGURA 1 - Ciclo de compras
 
 Fonte: Silva et al. (2008, p. 97)
Recebimento de uma solicitação de compras: um departamento faz a requisição de compra, do produto desejado. 
Localização de um fornecedor que tenha o produto desejado. 
Emissão do pedido de compra, um formulário formal, que após assinado passa a ser um contrato de compromisso. 
Follow-up (acompanhamento) do pedido de compra, para assegurar a pontualidade na entrega. 
Recebimento de mercadoria: um funcionário faz a inspeção de recebimento, para verificar se chegou tudo conforme pedido. 
Assim como toda a empresa, o setor de compras possui um organograma (Figura 2), que é extremamente importante na hora de fazer os pedidos de compras, o gerente deve seguir o processo de compras com base no que foi determinado.
FIGURA 2 – Organograma do setor de compras 
 
 Fonte: Martins et al. (2008, p. 42)
Com base no organograma acima, comenta-se a função exercida por cada participante no processo de compras nas empresas (MARTINS et al., 2008):
Chefe de compras: estudar e analisar as solicitações de compra de matérias-primas, máquinas e equipamentos em geral; inteirar-se das necessidades. Coordenar pesquisas de fornecedores e coleta de preços, optando pelas melhores condições oferecidas. Elaborar relatórios e estatísticas de controle geral;
Comprador técnico: efetuar compras de materiais especiais de produção mediante a supervisão e orientação da chefia; classificar e analisar solicitações de compra; estudar e analisar necessidades técnicas; pesquisar cadastro de fornecedores; acompanhar e controlar a entrega dos materiais;
Comprador de materiais diversos: acompanhar pequenas compras de materiais sob supervisão da chefia da seção; classificar e analisar requisições de compras remetidaspor outros setores; efetuar as compras e controlar a entrega de materiais; manter os arquivos de catálogos e fornecedores;
Comprador de matéria-prima: efetuar compras de matérias-primas utilizadas em uma ou várias unidades fabris, sob supervisão da chefia da seção; classificar e analisar solicitações de compra remetidas por outros setores; pesquisar cadastro de fornecedores; consultar em publicações específicas as cotações dos produtos; organizar pequenas concorrências; analisar as informações e opinar sobre as melhores ofertas; providenciar as compras e acompanhar as entregas das mesmas;
Acompanhador de compras (Follow-up): acompanhar, documentar e fiscalizar as encomendas realizadas em observância aos respectivos prazos de entrega; informar ao comprador o resultado do acompanhamento; efetuar cancelamentos, modificações e pequenas compras conforme determinação da chefia;
Auxiliar de compras: controlar o recebimento de solicitações de compras e efetuar conferência dos valores anotados; pesquisar arquivos de publicações técnicas; elaborar relações de fornecedores para cada material; emitir pedidos de compra; controlar arquivos de catálogos e documentos referentes às compras efetuadas.
9	PERFIL DO PROFISSIONAL DE COMPRAS
Atualmente o comprador é um elemento experiente e a função é tida e reconhecida como uma das mais importantes em uma empresa. O padrão atual exige que o comprador tenha ótimas qualificações e esteja preparado para usá-las em todas as ocasiões. Para conduzir eficazmente suas compras, deve demonstrar conhecimentos amplos das características dos produtos, dos processos e das fases de fabricação dos itens comprados. Deve estar preparado para discutir em igual nível de conhecimento com os fornecedores. Outra característica do bom comprador é estar perfeitamente identificado com a política e os padrões de ética definidos pela empresa, como, por exemplo, a manutenção do sigilo nas negociações que envolvam mais de um fornecedor ou até mesmo quando um só está envolvido. As concorrências, as discussões de preços e a finalização da compra devem ser orientadas pelos mais elevados níveis. O objetivo é obter dos fornecedores negócios honestos e compensadores, sem que pairem dúvidas quanto à dignidade daqueles que o conduziam. (DIAS, 2009).
Baily et al. (2000) define que o perfil ideal do comprador moderno da é aquele que vê a função como geradora potencial de lucro: acredita que deve contribuir para os planos a longo prazo como parceiro em igualdade de condições. Possui MBA; forte base financeira e tecnológica; assume que a área de compras é vital para o bem-estar da empresa, que necessita de contribuição criativa para os planos e as políticas corporativas. Aspira assumir uma diretoria; ansioso para eliminar as deficiências da administração de recursos humanos e proporcionar melhores condições de trabalho. Possui metas bem definidas para atingir objetivos, com o uso de melhor planejamento, criatividade e colaboração de outros executivos da empresa.
De acordo com Chaves (2002, p. 135): A atividade de comprar mercadorias é diferente da de vender, mas as duas estão interligadas, pois, fisicamente, uma compra sendo bem feita facilitará o processo de venda. E para que isso ocorra é necessário que a área de compras saiba quais produtos são demandados pelos consumidores e seus volumes, além de outras informações.  
Para Moraes (2005) apud Simões e Michel (2004, p. 3) é necessário que as pessoas que trabalham na área de compras estejam muito bem informadas e atualizadas, além de terem habilidades interpessoais como poder de negociação, facilidade de trabalhar em equipe, boa comunicação, capacidade de gestão de conflitos.
O termo qualificação diz respeito às características que deve ter um comprador nos dias de hoje, em que ele se tornou uma pessoa chave para a empresa. O comprador deve ser uma pessoa sempre atualizada no seu ramo de trabalho com o intuito de crescer e consecutivamente fazer crescer a empresa a qual pertence. O bom comprador deverá ter conhecimento dos procedimentos a serem adotados, das características dos insumos, bem como a arte de negociar, essencial na prática das transações entre ele e o fornecedor (VIEIRA, 2009.2).
10	BENEFÍCIOS DE UMA GESTÃO DE COMPRAS EFICIENTE
Percebe-se que a gestão de compras eficaz pode contribuir significativamente para o alcance dos objetivos estratégicos e das metas das organizações.
Calcula-se que o total gasto pelas empresas com compras varia de 50% a 80% da receita bruta. Assim, pequenas reduções no custo das aquisições podem repercutir de maneira altamente positiva no lucro da empresa.
Conforme Baily (2000), a percepção de que a função compras não é mais uma atividade rotineira de administração de “pedidos”, está mais reconhecida. Neste novo cenário, a área de Compras passa a ter um papel proativo em contraste com o antigo papel reativo que desempenhava. Conforme Riggs & Robbins (2001), “É preciso repensar o processo de compras, substituindo o sistema moroso e antiquado por um processo gerencial simples que crie valor em cada compra”.
De acordo com Brites (2006), em resultado de sua crescente importância nas organizações, a função de Compras tem sido alvo de constantes alterações nos últimos anos.  O desenvolvimento de parcerias com fornecedores e a sistematização dos processos de negociação apresentam ótimas oportunidades de melhoria, bem como a execução dos processos operacionais e a formação dos profissionais de compras. A importância da função de Compras continuará a intensificar-se, verificando-se um maior foco em atividades que promovam o aumento da eficiência operacional e a redução dos custos de compra, aumentando a contribuição para a criação de valor nas organizações. É por esta razão que cada vez mais empresas promovem uma maior colaboração, transparência e profissionalismo na relação com os clientes internos, o desenvolvimento de relacionamentos ganha-ganha com fornecedores, parcerias de longo-prazo e qualificação dos seus profissionais.
11	CONLUSÃO
Com o presente trabalho foi possível concluir que há uma clara evolução na visão da gestão de compras, passando de uma área operacional para uma área de grande importância na gestão da empresa.
A gestão de compras é uma atividade fundamental para o bom gerenciamento das empresas e influencia diretamente nos estoques, no relacionamento com os clientes e nos custos da empresa, estando também relacionada à competitividade e ao sucesso da organização.
Para área de compras funcionarem corretamente, deve ser feito um planejamento, e pra que ela atinja seu êxito deve se comprar no tempo certo, na quantidade certa e ser recebida no tempo certo visando as maiores vantagens possível e o principal que é o menor custo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GARCIA, Giovani Ribeiro. A importância da função de compras nas organizações. Disponível em: <http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/541>. Acesso em: 15 maio 2014.
BARBOSA, Joemil Merconato. Gestão de Compras nos Supermercados de Médio Porte da Cidade de Castro: Avaliação da gestão de compras em supermercados de médio porte. Disponível em: <http://monografias.brasilescola.com/administracao-financas/gestao-compras-nos-supermercados-medio-porte.htm>. Acesso em: 10 maio 2014.
BODSTEIN, Luiz Roberto. A função compras. 2011. Disponível em: <http://grupopdca.com.br/blog/2011/11/24/a-funcao-compras/>. Acesso em: 20 abr. 2014.
CONCULTING, JJA. JCompras. Disponível em: <http://www.jjaconsulting.com.br/jcompras.php>. Acesso em: 15 maio 2014.
DIAS, Marco Aurélio Pereira. Administração de materiais: uma abordagem logística. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1993. 399 p. ISBN 9788522409952.
MARTINS, Petrônio Garcia; ALT, Paulo Renato Campos. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. Editora Saraiva. 2001.
OLIVEIRA, Otamarde. Importância da Gestão de Compras. 2011. Disponível em: <http://pastorotamar.blogspot.com.br/2011/10/importancia-da-gestao-de-compras.html>. Acesso em: 30 maio 2014.
ROLIM, Anderson Santiago. Gerenciamento de compras / suprimento.: (A relevância do Setor de Compras / Suprimento para o aumento de renda Empresarial). 2010. Disponível em: <http://asr.compras.zip.net/arch2010-03-28_2010-04-03.html>. Acesso em: 20 maio 2014.
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