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Quando o impulso elétrico flui através do coração, ocorre um processo de despolarização e repolarização a cada batimento cardíaco. Considera-se que a despolarização é o estado de ação, e que a repolarização é o estado de repouso. CARACTERÍSTICAS DAS CÉLULAS CARDÍACAS - As células cardíacas têm características que garantem o funcionamento contínuo e rítmico do coração. As cinco características principais são: AUTOMATISMO: capacidade de iniciar um impulso elétrico sem ter sido estimulada por um nervo ou outra fonte. A maioria das células do coração tem essa capacidade, mas o local normal do automatismo cardíaco é o nó sinusal. Esses batimentos “extras” são chamados de extrassístoles e se originam em locais diferentes do nó sinusal. EXCITABILIDADE: Capacidade de responder a um estímulos elétricos. Às vezes, elas tornam- se altamente irritáveis ou excitáveis por estímulos de origem química, mecânica ou elétrica, e por isso, baixam a quantidade de estímulo necessário para ser acionada. Por exemplo, o efeito químico que a hipoxia pode tornar o tecido ventricular mais irritável ou excitável, e assim, menor intensidade de estímulo será necessário para que o coração contraia. CONDUTIVIDADE: Capacidade de receber e transmitir um impulso elétrico às células adjacentes. Esse mecanismo permite a propagação dos impulsos pelo miocárdio. CONTRATILIDADE: Refere-se a capacidade que o miocárdio tem de encurtar suas fibras musculares em resposta ao estímulo elétrico conduzido, resultando na contração dos átrios e ventrículos. São essas contrações que movimentam o sangue para frente, através do coração, e em direção às extremidades do corpo, gerando o pulso. A força de contração pode ser alterada por substâncias inotrópicas REFRATARIDADE: É o tempo de repouso necessário após o período de despolarização de contração do músculo EVENTOS MECÂNICOS - As ondas observadas no ECG em geral refletem eventos mecânicos simultâneos aos elétricos: ● Onda P: associada à contração dos átrios; ● Complexo QRS: está associada à contração dos músculos dos ventrículos; ● Onda T: está ligada ao relaxamento do músculo ventricular. Os eventos elétricos associados ao relaxamento dos átrios não são visíveis no ECG. Combinados, os eventos mecânicos e os elétricos determinam o volume de sangue que será bombeado pelo ventrículo esquerdo para dentro da aorta e do sistema vascular do corpo. Esse volume chama-se débito cardíaco, e seu valor normal é de 4 a 8 L/min. FLUXO SANGUÍNEO CARDIOVASCULAR O tecido do coração funciona movimentando o sangue para frente, com uma contração suave durante a fase sistólica do potencial de ação cardíaco. O movimento do sangue para frente provoca a seguinte sequencia do fluxo sanguíneo: Sangue das veias cavas → átrio direito → ventrículo direito (através da válvula tricúspide). A despolarização do ventrículo direito movimenta o sangue através da válvula pulmonar → artéria pulmonar e pulmões → veia pulmonar (sangue rico em O2) → átrio esquerdo. Despolarização do átrio esquerdo → ventrículo esquerdo (através da válvula mitral) → artéria aorta (através da válvula aórtica) → sistema vascular do corpo. REGULAÇÃO CARDÍACA O sistema de condução elétrico do coração é regulado pelo sistema nervoso autônomo. Em relação as substâncias que cada um libera e que podem alterar o fluxo sanguíneo, temos: Sistema nervoso parassimpático: Acetilcolina → Reduz a frequência cardíaca (reduzindo o número de impulsos elétricos que são iniciados). Medicamentos, como betabloqueadores, e certas atividades, como vômitos, esforço para evacuar e distensão da bexiga, também estimulam esse sistema e ocasionam a bradicardia; Sistema nervoso simpático: Noradrenalina → Eleva a frequência (através do aumento do número de impulsos elétricos que são iniciados). Outros estimuladores desse sistema que causam o mesmo efeito, são: nitratos e cafeína, e certas condições, como a dor, hipoxia e ansiedade. VIA DE CONDUÇÃO ELÉTRICA DO CORAÇÃO Como já foi mencionado, qualquer célula cardíaca tem automatismo e capacidade de iniciar um impulso elétrico no coração. No entanto, o marca-passo natural do coração é o nó sinusal. A condutividade do coração segue, normalmente, uma via elétrica que parte do nó sinusal, passa pela via interatrial, chegando ao nó atrioventricular e ao feixe de His, e desce pelos ramos direito e esquerdo até as fibras de Purkinje (Fig. 1.2). Nó Sinusal: Responsável pela função normal de marca-passo do coração. Inicia impulsos de 60 a 100 batimentos por minuto (bpm). Vias Interatrial e Internodais: Conduz o impulso elétrico do nó sinusal até o nó atrioventricular. Nó Atrioventricular: Não possui automatismo, é incapaz de iniciar um impulso elétrico ou batimento cardíaco, mas o tecido juncional pode iniciar um ritmo com frequência própria de 40 a 60 bpm. Ele conduz o impulso elétrico dos átrios aos ventrículos com retardo para que eles possam ser preenchidos de sangue, e só depois, os ventrículos se contraiam para ejetar o sangue para o tronco pulmonar. Feixe de His: O impulso elétrico desce no nó AV e desloca-se para o feixe de His, e rapidamente, se encaminha para os seus ramos. Não gera impulso elétrico; Ramos do Feixe de His: Os tecidos dos ramos do feixe de His podem iniciar um impulso elétrico quando necessário há a falência dos marca-passos do coração. Fibras de Purkinje: O impulso elétrico percorre os ramos direito e esquerdo do feixe,elas fibras de Purkinje, até as células dos ventrículos. O tecido dos ventrículos pode iniciar um impulso elétrico quando há a falência dos marca-passos do coração. Eletrocardiograma Registra a atividade elétrica do coração em formas de ondas que mostram a despolarização (contração) e a repolarização (relaxamento). Possibilitando, assim, a identificação de distúrbios do ritmo, alterações da condução e desequilíbrios eletrolíticos. ECG de 12 derivações • Derivações são as linhas que fornecem uma visão da atividade elétrica do coração, produzindo formas de ondas diferenciadas, que possui características de acordo com a direção do fluxo da corrente elétrica; • As derivações são registradas a partir de 12 projeções cardíacas diferentes, por meio de eletrodos colocados: ◊ Nos membros: Revela informações do plano frontal do coração; ◊ Tórax do cliente: Revela informações do plano horizontal do coração. Derivações dos membros: relativa a atividade elétrica que é captada nos membros = I, II, III, aVR, aVL, aVF : Derivações Precordiais: relativo a atividade elétrica captada no coração: V1, V2, V3, V4, V5,V Ao olhar um ECG, devemos estar atentos ao ritmo e a frequência cardíaca. Ritmo cardíaco Ritmo cardíaco regular: Ao observar a onda P, ela está igual ao longo da derivação, assim como o complexo QRS e a onda T. Medir a F.C. Um quadrado grande possui mais 5 quadrados pequenos dentro dele Para medir a F.C. através do ECG, pode-se utilizar dois métodos: Quadrado grande: Soma-se os quadrados grandes que estão no espaço entre uma complexo QRS e o seguinte. Dividiremos 300 pelo valor encontrado, e assim, teremos o valor aproximado da F.C. Quadrado pequeno: Somamos todos os quadrados pequenos, no espaço entre um complexo QRS e outro. Dividiremos 1500 pelo valor encontrado, e teremos o valor mais exato da F.C. Arritmias Cardíacas As arritmias cardíacas podem ocorrer devido alteração no: Nódulo Sinusal: Bradicardia Sinusal, Taquicardia Sinusal, Parada Sinusal; Átrios: Taquicardia atrial, Flutter atrial, Fibrilação atrial Ventrículos: Contrações Ventriculares Prematuras • Taquicardia Ventricular • Fibrilação Ventricular • Assistolia Nódulo Sinusal – Bradicardia Sinusal • Frequência cardíaca: Menor que 60 batimentos/ min. Nos exemplos, respectivamente, 300/8 = 37,5 irpm // 300/ 6 = 50 irpm • Ritmo regular. • Impulsos originam-se no nódulo sinusal. • Frequência cardíaca superior a 100 bpm, raramente acima de 180 bpm, exceto durante exercício físico extenuante. Nos exemplos, respectivamente: 1500/9=167 bpm // 300/2=150 bpm • Aumento da descarga no nódulo sinoatrial. Nódulo Sinusal – Taquicardia Sinusal • Ritmo cardíaco: Normal, com falhas prolongadas esporádicas de nódulo sinoatrial, ocasionando a falta de complexo PQRST. Não é necessário saber a Frequência cardíaca nesse caso, basta identificar a falha do nódulo sinusal, que ocasiona a falta do complexo PQRST Nódulo Sinusal – Parada Sinusal • Frequência Atrial: 150 a 250 batimentos/min. • Ritmo normal • É uma taquicardia supraventricular (os impulsos originam-se acima dos ventriculos) e isso se verifica pela presença de uma onda P no traçado. Arritmias Atriais - Taquicardia atrial • É uma taquicardia supraventricular. • Frequência atrial: 200 a 400 batimentos/ min (geralmente cerca de 300 bpm). • Origina-se em um único foco atrial. Arritmias Atriais – Flutter Atrial O Flutter Atrial origina-se em um único foco atrial, ou seja, sua representação se destaca, diferencia, das demais representações do eletro, por apresentar ondas P seguidas, o que leva a característica de ser uma taquicardia em que a Frequência Cardíaca atrial é elevada. A Frequência Cardíaca Atrial comum é de 200 a 400 bpm. A frequência cardíaca atrial se mede utilizando o valor encontrado contando os quadradinhos, entre uma onda P e outra. Nesse quadro, ocorrem repetidas ondas P, em curtos pedaços de tempo, e por isso o valor é tão alto.
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