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85 EXPRESSˆO E TRADU˙ˆO DA INFORMA˙ˆO GENÉTICA Cap. 5 A maneira mais simples de compreensªo de como a genØtica molecular tem papel fundamen- tal em todos os processos biológicos, baseia-se no chamado dogma central, o qual prediz as duas principais leis para a perpetuaçªo da vida, a divisªo celular e a síntese de proteínas. A divi- sªo mitótica da cØlula, e, portanto, a prolifera- çªo celular, só Ø possível porque o DNA ou a molØcula-mªe Ø capaz de se auto-replicar, transferindo as informaçıes genØticas para as cØlulas-filhas. AlØm disso, o DNA contØm o có- digo genØtico que predetermina a seqüŒncia de aminoÆcidos que comporÆ uma determinada proteína. A realizaçªo dessas funçıes vitais Ø feita atravØs de trŒs mecanismos bÆsicos: replicaçªo (do DNA), transcriçªo (do RNA mensageiro) e traduçªo (do código genØtico), conforme esque- matizado na Fig. 5.1. O mecanismo de auto-replicaçªo, tema abor- dado em detalhes no Capítulo 4, Ø responsÆvel pela duplicaçªo de todo o DNA, necessÆria para a divisªo celular. Por outro lado, os mecanismos responsÆveis pela síntese protØica incluem o pro- cesso de transcriçªo de fragmentos de DNA, os quais constituem os genes, em RNAs mensagei- ros (RNAm) e a sua traduçªo em uma seqüŒncia de aminoÆcidos. Os processos de transcriçªo do Expressªo e Traduçªo da Informaçªo GenØtica DNA e traduçªo do RNAm estªo diretamente envolvidos no mecanismo de expressªo dos genes. Assim, a relaçªo entre DNA, RNA e proteí- na estabelece que a cadeia de DNA serve como molØcula-molde tanto para a síntese de uma fita de DNA durante o processo de divisªo celular (processo de replicaçªo) como para a síntese de RNAs mensageiros como um processo interme- diÆrio para transmitir a informaçªo genØtica ne- cessÆria para a síntese das proteínas atravØs dos processos de transcriçªo e traduçªo. As molØculas de DNA e de RNA sªo com- postas pelas chamadas bases nitrogenadas ou nucleotídeos, incluindo adenina, citosina, guani- na, timina (timina Ø exclusiva do DNA) e uracila (exclusiva do RNA). Estas bases encontram-se ligadas umas às outras, formando a fita de DNA ou RNA, atravØs de ligaçıes fosfodiØster. Por outro lado, uma fita se liga a outra fita de DNA para formar a dupla fita, atravØs de pontes de hidrogŒnio. É importante ressaltar que as molØ- culas de citosina (C) e de guanina (G) se ligam atravØs de trŒs pontes de hidrogŒnio, enquanto as molØculas de adenina e timina se ligam atra- vØs de duas pontes de hidrogŒnio. Esta relaçªo química entre as molØculas resulta em um pa- reamento específico entre elas, onde C se liga Mirian Aparecida Boim 86 VOL. 1 BASES MOLECULARES DA BIOLOGIA, DA GENÉTICA E DA FARMACOLOGIA Cap. 5 tre si. Na replicaçªo, todo DNA Ø duplicado e a dupla fita de DNA se separa e cada uma das fi- tas serve como molde resultando em duas fitas duplas de DNA. JÆ no processo da transcriçªo, somente um pequeno fragmento da molØcula de DNA, o qual contØm o gene de interesse, se se- para e apenas uma das fitas serve como molde para a síntese do RNA mensageiro, conforme esquematizado na Fig.5.2. Por esse motivo, o RNA Ø composto por uma fita simples e nªo dupla como o DNA. DOS GENES ÀS PROTE˝NAS O genoma humano Ø composto por seis bi- lhıes de nucleotídeos formando imensas molØ- culas de DNA, as quais sªo distribuídas em 23 pares de cromossomos. Assim, cada cromosso- mo Ø composto por molØculas de DNA conten- do milhares de genes, os quais codificam todas as proteínas necessÆrias para o funcionamento das cØlulas. Estimava-se que o genoma humano possuísse cerca de 100.000 a 300.000 genes, porØm com a finalizaçªo do seu seqüenciamen- to, esta estimativa caiu para 30.000 a 50.000 genes, que controlam todos os aspectos da em- briogŒnese, desenvolvimento, crescimento, re- produçªo e metabolismo, ou seja, controlam essencialmente todos os processos biológicos. Os genes sªo classicamente definidos como as regiıes do DNA que codificam as proteínas. Esses segmentos ou regiıes codificadoras se dis- tribuem ao longo da fita de DNA de tal forma que alguns genes se localizam próximos uns dos outros, enquanto outros apresentam maior dis- tanciamento entre si. Entretanto Ø interessante notar que as regiıes codificadoras representam apenas 10% de todo o DNA genômico, sendo o restante seqüŒncias silenciosas. A razªo para isso Ø, muito provavelmente, evolutiva, ou seja, à me- dida que genes foram sendo incorporados ao ge- noma ao longo da evoluçªo, estes traziam consigo seqüŒncias nªo codificadoras que tambØm eram incorporadas. O CÓDIGO GENÉTICO A informaçªo genØtica contida no DNA (ge- nes) Ø transmitida ao citoplasma e entªo usada para determinar a seqüŒncia de aminoÆcidos que compıem as proteínas. A transferŒncia desta transcrição tradução DNA RNAm PROTEÍNA replicação Fig. 5.1 Dogma central. Fig. 5.2 Duplicaçªo do DNA versus transcriçªo do RNAm. exclusivamente com G e A com T. Esta proprie- dade Ø conhecida como complementaridade, o que propicia em œltima anÆlise que a síntese de DNA ou RNA seja feita utilizando-se uma das fitas-mªe como molde. Assim, durante o pro- cesso de síntese, tanto de DNA como de RNA, quando existir uma citosina (por exemplo) na molØcula-mªe, uma guanina serÆ incorporada na molØcula filha que estÆ sendo sintetizada e, da mesma forma, quando houver uma adenina (no DNA) uma timina (quando a fita-filha for um DNA) ou uma uracila (quando a fita filha for um RNA) serÆ incorporada. A composiçªo química do DNA e do RNA Ø semelhante, porØm nªo idŒntica. As bases estªo ligadas a um esqueleto de açœcar, uma pentose, que no caso do DNA Ø uma desoxirribose e do RNA uma ribose. Embora os mecanismos de replicaçªo e transcriçªo resultem na síntese de fitas comple- mentares, sªo processos bastante diferentes en- 87 EXPRESSˆO E TRADU˙ˆO DA INFORMA˙ˆO GENÉTICA Cap. 5 informaçªo do nœcleo para o citoplasma Ø feita atravØs da síntese do RNAm, o qual contØm uma seqüŒncia de bases complementar ao respectivo gene. Como o RNAm Ø sintetizado pelo proces- so da transcriçªo, ele Ø freqüentemente referido como transcrito. Os RNAs mensageiros con- tŒm o código genØtico que determina uma se- qüŒncia de aminoÆcidos, onde cada conjunto de trŒs bases compıe um códon o qual codifica um aminoÆcido. A Fig. 5.3 mostra um exemplo de um gene fictício, originando um RNAm e a se- qüŒncia de aminoÆcidos respectiva. Assim, a molØcula de RNAm Ø composta por quatro bases, e cada conjunto de trŒs ba- ses codificam um aminoÆcido, e, portanto, qua- tro bases combinadas trŒs a trŒs resultam em 64 combinaçıes diferentes, ou seja, 64 aminoÆci- dos. PorØm apenas 20 aminoÆcidos compıem todas as proteínas, o que significa que um de- terminado aminoÆcido pode ser codificado por mais de um códon. Este fenômeno Ø conhecido como degenerância do código genØtico. Podemos observar pela Tabela 5.1 que a maioria dos aminoÆcidos possuem duas a seis combinaçıes diferentes ou códons. Assim, a fe- nilalanina, por exemplo, pode ser codificada tan- to pelo códon UUU como pelo UUC. A œnica exceçªo Ø o aminoÆcido metionina, cujo códon (ATG) determina o início do gene. ANATOMIA DO GENE Um gene Ø composto por segmentos cha- mados Øxons e íntrons. Os Øxons contŒm as seqüŒncias que codificam os aminoÆcidos, po- DNA .......... ATG CCC CTC AAC GTT ....... .......... TAC GGG GAG TTG CAA ....... transcrição RNAm AUG CCC CUC AAC GUU .................................................................... códon 1 2 3 4 5 fl fl fl fl fl tradução PROTEÍNA MET PRO LEU ASP VAL Fig. 5.3 Do DNA à proteína. rØm as bases contidas nos íntrons nªo sªo codi- ficadoras, uma vez que elas sªo excluídas du- rante o processo de amadurecimento do RNAm. A funçªo dos íntrons ainda nªo estÆ to- talmente esclarecida, porØmsabe-se que eles podem conter polimorfismos, os quais embora nªo interfiram na seqüŒncia de aminoÆcidos que formarªo a proteína, sªo capazes de influenciar o nível de expressªo do gene, conforme detalha- do no Capítulo 11. A transcriçªo de um gene se inicia pelo pri- meiro Øxon, o qual contØm uma seqüŒncia inicial fixa para todos os genes. Essa seqüŒncia Ø for- Tabela 5.1 Código GenØtico 1“ Posiçªo 2“ Posiçªo 3“ Posiçªo U C A G Fen Ser Tir Cis U U Fen Ser Tir Cis C Leu Ser Stop Stop A Leu Ser Stop Trp G Leu Pro His Arg U C Leu Pro His Arg C Leu Pro Gln Arg A Leu Pro Gln Arg G Iso Tre Asn Ser U A Iso Tre As Ser C Iso Tre Lis Arg A Met Tre Lis Arg G Val Ala Asp Gli U G Val Ala Asp Gli C Val Ala Glu Gli A Val Ala Glu Gli G 88 VOL. 1 BASES MOLECULARES DA BIOLOGIA, DA GENÉTICA E DA FARMACOLOGIA Cap. 5 mada pelas bases ATG, as quais determinam o início do gene ou o start codon (Tabela 5.1). Este códon codifica o aminoÆcido metionina. O nœmero de Øxons e íntrons Ø bastante va- riÆvel entre os genes, havendo, inclusive, genes (raros) que nªo apresentam íntrons. PorØm, na presença de vÆrios Øxons, estes sªo intercalados pelos íntrons. Ao contrÆrio da seqüŒncia œnica que determina o início de um gene, existem trŒs diferentes códons que determinam o final do gene, UAG, UAA e UGA, seqüŒncias essas tam- bØm conhecidas como stop codons, que inter- rompem a traduçªo do RNAm na proteína correspondente. IMPLICA˙ÕES FISIOLÓGICAS E FISIOPATOLÓGICAS DA EXPRESSˆO G˚NICA Embora todas as cØlulas somÆticas de um indivíduo possuam exatamente o mesmo geno- ma, ou seja, os mesmos genes, estes se encon- tram diferentemente expressos em cada tipo de cØlula. Tal fenômeno Ø que caracteriza os dife- rentes tipos celulares, pois as cØlulas de cada órgªo expressam determinadas proteínas espe- cíficas daquele órgªo ou mesmo dentro de um subtipo celular em um mesmo órgªo, conferin- do um fenótipo específico. Assim, um neurônio Ø diferente de uma cØlula epitelial porque, em- bora o conjunto de genes seja o mesmo, eles se expressam de forma diferente. Existem os genes cuja expressªo Ø definida como constitutiva, ou seja, genes que se expressam independente- mente do tipo celular, pois desempenham fun- çıes bÆsicas, como, por exemplo, os genes que codificam proteínas do citoesqueleto, da cadeia respiratória, de reparo do DNA, etc. Ao contrÆ- rio, os genes cuja expressªo Ø definida como in- duzível codificam proteínas específicas de cada tipo celular, conferindo portanto um fenótipo correspondente. O nível de expressªo tambØm Ø fator importante na diferenciaçªo do tipo de cØ- lula, ou seja, o quanto que uma cØlula produz de uma determinada proteína pode tornÆ-la diferen- te de outra cØlula. AlØm disso, vale salientar que o nível da expressªo gŒnica varia em determinadas situaçıes fisiológicas e/ou fisiopatológicas. Por exemplo, hÆ proteínas que sªo expressas ou sin- tetizadas apenas na infância e desaparecem na vida adulta, ou seja, o gene estÆ ativo ou ligado du- rante a infância e inativo ou desligado na vida adulta. Mais ainda, durante os processos fisiopa- tológicos ocorrem modificaçıes na expressªo de determinados genes que podem estar muito ou pouco expressos, quando comparados com uma situaçªo de normalidade. De maneira geral estas modificaçıes Ø que determinam a resposta fisio- lógica e/ou fisiopatológica da cØlula a um deter- minado estímulo. Assim, o processo de ativar ou desativar um determinado gene estÆ fundamen- talmente relacionado com as funçıes celulares em cada momento ou situaçªo durante a vida de um indivíduo. Como um Gene se Expressa O mecanismo de ativaçªo de um gene Ø bas- tante complexo e se inicia com a ligaçªo de uma proteína indutora em certas regiıes do DNA denominadas promotoras, as quais estªo próxi- mas e antecedem os genes. A abundância de um determinado RNAm geralmente se correlaciona com os níveis de síntese da proteína correspondente, processo normalmente referido como expressªo gŒnica. Os níveis de RNAm sªo regulados por processos altamente complexos que requerem seqüŒncias específicas do DNA, referidas como elementos de controle. Estes elementos estªo intimamente envolvidos na iniciaçªo do processo de transcri- çªo, antecedem o início do gene e sªo chamados de promotores, pois promovem a transcriçªo do gene e, portanto, a sua expressªo. Outros elemen- tos de controle da expressªo dos genes incluem os supressores (inibem a transcriçªo gŒnica) e os potencializadores, que aumentam a expressªo de um determinado gene. Assim, estes elementos sªo fundamentais no controle da expressªo dos genes, sendo responsÆveis por manter ou nªo um determinado gene ativo, muito ativo ou ina- tivo, conforme esquematizado na Fig. 5.4. Quando um gene Ø estimulado ou ligado, sua seqüŒncia serÆ traduzida em uma proteína, permanecendo neste estado atØ que algum sinal o desligue. Um mecanismo bastante comum de regulaçªo Ø o feedback negativo, ou seja, o au- mento na síntese da proteína codificada por aquele gene pode ser suficiente para inativar o gene res- pectivo. Este mecanismo de controle de ativaçªo/ inativaçªo do gene mantØm o suprimento de uma determinada proteína em relaçªo ao seu consu- mo em níveis balanceados. Assim, o mecanismo 89 EXPRESSˆO E TRADU˙ˆO DA INFORMA˙ˆO GENÉTICA Cap. 5 que regula a atividade de um gene Ø, geralmente, um sinal externo ao nœcleo. Este processo Ø bas- tante complexo e nªo totalmente entendido, mas envolve uma cascata de reaçıes que culminam com a ativaçªo de enzimas capazes de fosforilar (fosfatases) ou defosforilar (quinases) as proteí- nas que se ligam às seqüŒncias regulatórias dos genes, ativando-os ou desativando-os. TRANSCRI˙ˆO DE UM GENE A transcriçªo de um gene envolve primaria- mente a síntese do RNA mensageiro, que Ø cata- lisada pela enzima RNA polimerase, conforme esquematizado na Fig. 5.5. A transcriçªo de um gene nªo depende ape- nas da enzima RNA polimerase. Mais do que isso, o primeiro passo para que um gene seja expresso, ou seja, transcrito, Ø a ligaçªo de uma proteína indutora ou fator de transcriçªo à seqüŒncia promotora do gene (promotor). Es- tes fatores de transcriçªo se ligam a seqüŒncias específicas do promotor, principalmente na se- qüŒncia TATAAA, tambØm conhecida como TATA box. Esta seqüŒncia Ø comum à maioria dos promotores de genes de cØlulas eucariotas. Assim, o fator de transcriçªo, que Ø uma pro- teína, possui sítios de reconhecimento desta se- qüŒncia. A ligaçªo do fator de transcriçªo ao TATA box propicia a ligaçªo da enzima RNA polimerase ao sítio de iniciaçªo da transcriçªo do gene e a síntese do RNAm começa. Este processo de síntese gera uma fita com- plementar ao DNA que o originou. Esta fita com- pıe um RNAm imaturo, contendo seqüŒncias complementares ao Øxons e íntrons. O próximo passo envolve um processo de rearranjo da mo- lØcula recØm-sintetizada, onde os íntrons sªo re- tirados e os Øxons rejuntados. Este mecanismo Ø conhecido como splicing do RNAm. Assim, ape- nas os Øxons farªo parte do RNAm maduro e, portanto, só eles serªo traduzidos em uma se- qüŒncia de aminoÆcidos. Adicionalmente, o RNAm contØm seqüŒn- cias de nucleotídeos, nos dois extremos da re- giªo de codificaçªo, as quais formam as regiıes nªo traduzidas ou UTR (untranslated regions). Estas regiıes estªo envolvidas na regulaçªo da mensagem ou da expressªo do gene, estabilida- de e outras funçıes do RNAm. Outro processo importante que ocorre, ain- da dentro do nœcleo, Ø a incorporçªo de uma cauda de poliadeninas na recØm-formada molØ- cula de RNAm. Acredita-se que a cauda de po- Fig. 5.4 Ativaçªo e inativaçªo de um gene. 90 VOL. 1 BASES MOLECULARES DA BIOLOGIA, DA GENÉTICA E DA FARMACOLOGIA Cap. 5 Fig. 5.5 Mecanismo de síntese do RNAm: transcriçªo. Fig. 5.6 Mecanismo de transcriçªo e splicing do RNAm. Fita de DNA Fita de RNA Adenina Timina Guanina Citosina Uracila RNA polimerase liadeninas confira estabilidade do RNAm durante sua saída do nœcleo em direçªo ao ribossomo onde ele serÆ traduzido. É interessante notar que cauda de poliadeninas Ø característica própria dos RNAs mensageiros, nªo estando presente nos demais tipos de RNAs, transferidor ou ri- bossômico. A Fig. 5.6 esquematiza o processo de transcriçªo e amadurecimento do RNAm. TRADU˙ˆO DO RNAm EM UMA SEQÜ˚NCIA DE AMINO`CIDOS Após ser processado e modificado, o RNAm maduro estÆ pronto para sair do nœcleo e no ci- toplasma chegar ao ribossomo, onde serÆ tra- duzido em uma seqüŒncia de aminoÆcidos, atravØs de leitura sucessiva dos códons que com- pıem aquele RNAm. Neste processo estªo en- volvidos o ribossomo, que Ø constituído por proteínas enzimÆticas e por RNAs ribossômicos (RNAr), alØm dos RNAs transferidores (RNAt). O RNAt Ø constituído por uma fita de RNA com cerca de 80 nucleotídeos, em forma de cruz, onde DNA IntronExon IntronExon Exon Exon Intron Intron Intron IntronExon Exon Região promotora Transcrito primário Sinal de término Exon Exon Exon ExonExonExon Remoção dos íntrons (splicing) Cauda de poli A RNAm maduro Cap AAA...A AAA...A AAA...A Cap Cap 91 EXPRESSˆO E TRADU˙ˆO DA INFORMA˙ˆO GENÉTICA Cap. 5 na extremidade inferior existem trŒs nucleotídeos chamados anticódon, os quais sªo complemen- tares ao códon específico na cadeia de RNAm. Do lado oposto, na extremidade superior, o RNAt carrega o aminoÆcido correspondente àquele anticódon. A funçªo do RNAr Ø auxiliar a liga- çªo entre o RNAm e o RNAt. Durante a traduçªo, como esquematizado na Fig. 5.7, o ribossomo inicialmente se liga ao primeiro códon (start codon) da molØcula de RNAm (AUG), o qual especifica o aminoÆcido metionina (este aminoÆcido pode ser posterior- mente removido da cadeia de polipeptídeo). O ribossomo se move ao longo da cadeia de RNAm decodificando cada códon, promovendo a ligaçªo ao RNAt ao RNAm atravØs da ligaçªo códon/an- ticódon. Quando o RNAt se ligar ao RNAm, o aminoÆcido Ø incorporado à cadeia de polipeptí- deo nascente. Este processo ocorre sucessivamen- te atØ o ribossomo atingir o códon de termino (stop codon) na molecula de RNAm, quando a traduçªo e formaçªo da cadeia de polipeptídeo cessa. O polipeptídeo Ø entªo liberado para o ci- toplasma, porØm antes deste peptídeo se tornar Fig. 5.7 Traduçªo do RNAm. uma proteína funcional, ele Ø submetido a im- portantes processos de amadurecimento, co- nhecidos como modificaçıes pós-traduçªo, conforme detalhado no Capítulo 6. Em resumo, o processo de síntese protØi- ca, o qual Ø iniciado atravØs da ativaçªo gŒni- ca, Ø altamente sofisticado e submetido a um rigoroso controle, pois dele depende o funciona- mento normal da cØlula e, portanto, do organis- mo. Como abordado neste capítulo, este processo envolve inœmeros passos que podem ser suscetí- veis a erros. AlØm disso, a maneira como uma cØlula, um órgªo ou um indivíduo sintetizam suas proteínas depende de uma sØrie de fatores, in- cluindo os genØticos e ambientais. BIBLIOGRAFIA 1. Drlica K. Uderstanding DNA and gene cloning: A guide for the curious. John Wiley & Sons, Inc. New York, 1992. 2. Rothwell NV. Understanding Genetics: A molecular approach. Wiley & Sons, Inc. New York, 1993. 3. Watson JD, Gilman M, Witkowski J, Zoller M. Recombinant DNA, 2o. ed., Nova York, Ed. W.H.Freeman & Co, 1992.
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